Portugal em Destaque - Edição 17

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ÍNDICE

COIMBRA PAG 52

REGIÃO DO PINHAL PAG 66

LEIRIA PAG 78

EDITORIAL Nesta nossa missão de trazer às nossas páginas um país em Destaque, todos os dias encontramos empresas cada vez mais competitivas, que têm como missão primordial o desenvolvimento contínuo das suas competências, com uma forte aposta na inovação e criação de novas soluções. O mesmo acontece com as autarquias portuguesas que se desdobram na criação de projetos em prol dos seus munícipes. Encontramos também projetos com estratégias de expansão além-fronteiras muito bem delineadas, equipas que sabem exatamente o que pretendem para os seus projetos e para aqueles que os acompanham naquele que é, não raras vezes, o plano mais importante das suas vidas. Em cada nova reportagem notamos uma confiança crescente nos executivos nacionais, com capacidades incríveis para fomentar a competitividade entre as empresas nacionais, mas também entre as suas ‘concorrentes’ internacionais. É importante ressalvar que esta melhoria relacionada à competitividade é notória nos líderes de empresas de todas as dimensões. Há um novo otimismo e um novo alento no que concerne à capacidade das empresas portuguesas em alcançarem as metas a que se propõem. São estas características que encontramos nos empresários portugueses, indivíduos sempre prontos a arregaçar as mangas e a colocar ‘as mãos na massa’, em boa gíria portuguesa. E são estes exemplos que o convidamos a conhecer através das nossas páginas. Boas leituras.

A direção editorial Diana Silva

FICHA TÉCNICA | PROPRIEDADE: FRASES CÉLEBRES, LDA | DIRETOR: FERNANDO R. SILVA DIREÇÃO EDITORIAL: DIANA SILVA (REDACAO@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | CORPO REDATORIAL: NEUZA GOMES, JOANA GONÇALVES, JOANA GRADÍSSIMO, JORGE TEIXEIRA, TERESA MATA, VERA PINHO | OUTROS COLABORADORES: CATARINA FERREIRA, DANIEL MOREIRA, JOANA QUINTAS, MELANIE ALVES, TERESA TEIXEIRA | DIREÇÃO GRÁFICA: TIAGO RODRIGUES | SECRETARIADO: PAULA ASSUNÇÃO (GERAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | DEP. COMERCIAL: EDUARDOS NUNES, JOSÉ ALBERTO, JOSÉ MACHADO, JOSÉ VARELA, LUÍS BRANCO, LUÍS SILVA,MANUELA NOGUEIRA, MARIA JOSÉ MOREIRA, MARÍLIA FREIRE, PEDRO DUARTE (COMERCIAL@PORTUGALEMDESTAQUE.PT) | REDAÇÃO E PUBLICIDADE: RUA ENGº ADELINO AMARO DA COSTA Nº15, 9ºANDAR, SALA 9.3 4400-134 – MAFAMUDE / +351 223 263 024 | DISTRIBUIÇÃO: DISTRIBUIÇÃO GRATUITA COM O JORNAL EXPRESSO / DEC. REGULAMENTAR 8-99/9-6 ARTIGO 12 N.ID | NÚMERO DE REGISTO NA ERC: 126615 | PERIODICIDADE: MENSAL | EDIÇÃO DE ABRIL ‘17 EDITORIAL: A Portugal em Destaque é uma edição mensal que se dedica à publicação de artigos que demonstram a realidade do país | A Portugal em Destaque é uma edição independente, sem qualquer dependência de natureza política, ideológica e económica | 6ESTATUTO | PORTUGAL EM DESTAQUE A Portugal em Destaque define as suas prioridades informativas por critérios de interesse às empresas nacionais, de relevância e de utilidade da informação | A Portugal em Destaque rege-se por critérios de rigor, isenção, honestidade e idoneidade | A Portugal em Destaque faz distinção entre os seus artigos de opinião, identificando claramente os mesmos e estes não podem confundir-se com a matéria informativa.


VILA DO CONDE


“OS DESAFIOS SÃO A MINHA FORÇA” Um património monumental, uma história transcendente e uma beleza ímpar: estas são algumas das características que podem descrever Vila do Conde. Este é um concelho para viver e visitar. Quem por cá passa, quer sempre voltar. Fomos ao encontro de Elisa Ferraz, presidente da Câmara Municipal. MUNICÍPIO DE VILA DO CONDE

ELISA FERRAZ Liderança no feminino Apesar de no século XXI muitas serem já as mulheres que ocupam lugares de liderança em empresa e instituições, o cargo de presidente de uma Câmara Municipal ainda é muito associado à figura masculina. Em consciência disso, iniciamos a nossa conversa com a presidente Elisa Ferraz questionando-a como se sentia no seu papel sendo mulher, “Muito confortável. Apesar do meu trajeto de vida pessoal, académico e profissional não ter estado ligado à política, sempre me movimentei em ambientes em que a igualdade de género estava presente”. Ponto de viragem De facto, este trajeto que a vida tomou “era algo impensável”. Levando-nos numa viagem ao seu passado, Elisa Ferraz narrou que ingressou no ensino superior, no curso de química, ramo educacional, “opção consciente porque desejava, efetivamente, ser professora”. Frequentou a Faculdade de Ciências, na Universidade do Porto, o que “não foi fácil”. E, desta forma, prosseguiu a carreira profissional que “sempre pretendia”. Decorreram cerca de 30 anos “muito gratificantes”. Pelas suas mãos passaram gerações e gerações de alunos. A presidente recorda esta parte da sua vida, na qual teve (e tem) muito gosto, com saudade e muita satisfação pelo percurso enquanto docente. 8 | PORTUGAL EM DESTAQUE

O acontecimento que viria a revelar-se determinante para o destino de Elisa Ferraz foi o nascimento do seu primeiro filho, Luís, deficiente, tinha ela apenas 22 anos. Na altura, não existia informação sobre deficiência, nem o acesso à mesma, como existe nos dias de hoje. Aqui “há uma tomada de posição”, na qual a edil e o marido decidem não se “deixar abater e travar a luta”. Surge, em 1976, o Movimento de Apoio ao Diminuído Intelectual (MADI). Sem descuidar a sua profissão no ensino, a nossa entrevistada inicia uma vertente na área social, que foi crescendo “como uma bola de neve”. “Foi esta situação da minha vida”, revelou-nos, “que fez com que eu hoje não seja uma professora na aposentação e que tenha este cargo, porque iniciei um papel de âmbito social e, fruto dele, sou convidada para vereadora, para ficar com o pelouro da ação social, da cultura e da educação. Foi muito radical”, indicou a presidente, referindo-se ao assunto já abordado da igualdade de género: “Estamos a falar de 1998, nessa altura, provavelmente, na região norte, não haveria nenhuma mulher vereadora. Porém, nunca me assustaram


os desafios!”, garantiu. Também radical foi a escolha que teve de fazer: despediu-se do ensino “com muito custo, foi a decisão mais difícil da minha vida”. Primeiro mandato Elisa Ferraz poderá, talvez, retirar conforto no facto de o seu novo cargo lhe ter assentado como uma luva e, desta forma, foi progredindo a sua carreira política. “Naturalmente, depois de 16 anos como vereadora, fui indigitada para presidente e aceitei, convicta de que fazia sentido e que me sentia à vontade para desempenhar o cargo, o que já faço desde 2013”. Neste primeiro mandato, muitos foram os objetivos que foram concretizados. Aliás, “tudo aquilo que a nível do executivo nos comprometemos na campanha eleitoral foi cumprido”, assegurou. “Não há promessas por cumprir”, facto corroborado pelo facto as promessas feitas em campanha terem sido específicas e realistas. “Estou absolutamente satisfeita com o trabalho que fizemos”. A bandeira empunhada pelo atual executivo foi a de “proximidade e de resolução dos problemas prementes na vida de qual-

quer munícipe: refiro-me à saúde, à educação, à rede viária e até à cultura que, no meu entendimento, também é alimento”. Não é, portanto, “um mandato só de obras”, e esse ponto foi desde logo esclarecido ao público, apesar de estarem algumas em execução. A prioridade foi requalificar as escolas e a habitação social e realizar grandes trabalhos a nível de programas e projetos de emergência social, todos eles “completamente concretizados”. A presidente admitiu que manteve sob a sua alçada alguns pelouros, que lhe eram demasiado queridos para abdicar, como a cultura e a ação social, por forma a garantir pessoalmente a concretização dos projetos levados a cabo. No âmbito da cultura Vila do Conde é um concelho com um património extraordinário e um potencial único. Esses factos, aliados ao facto de a presidente ter uma especial afeição à cultura, culminaram na concretização de variados projetos. É um trabalho profundo no sentido de dar continuidade ao que já existe, enriquecendo. Um dos mais importantes (sem descurar os outros) terá sido o ‘Um porto para o mundo’, a candidatura da construção naval em madeira a património material da UNESCO. Este evento não se limita à festa, realizado desde 2015 e que, no corrente ano, tem lugar dias 18, 19, 20 e 21 de agosto, também é referente “a toda uma revitalização daquilo que foi, e é, a identidade de Vila do Conde: neste caso, a nossa ligação aos Descobrimentos, e, desde logo, à construção naval em madeira”. Elisa Ferraz manifestou que considera necessário “guardar a memória do que já existiu” para continuar a cultivar a História do concelho: “Trazer o passado para os tempos atuais e lembrá-lo, mas dando-lhe esta dimensão do século XXI”. Exemplo disso é o Cortejo das Mordomas, as quais antigamente desfilavam pelas ruas da cidade exibindo os seus trajes. Vila do Conde retomou essa tradição, dando-lhe um traço de modernidade, de forma a trazer a reavivar a memória, ao mesmo tempo que retira a sensação de algo já visto e desgastado. “Fizemos um desfile como se fosse de moda, à noite, na Praça Vasco da Gama. As senhoras desfilaram com os seus ricos trajes PORTUGAL EM DESTAQUE | 9


e o seu ouro”, explicou-nos. De igual forma, as festas do município foram uma grande aposta deste executivo. O S. João foi festejado durante todo o mês de junho e também para este acontecimento se reavivou tradições esquecidas durante décadas: colocou-se na Praça da República mastros trabalhados e identificativos de cada freguesia, “uma demonstração de força do nosso concelho”. As infraestruturas de âmbito cultural estão preparadas para os empreendimentos que delas se exigem: “o nosso Teatro Municipal, que é do melhor que há, sofreu uma recuperação considerável. Temos uma programação cultural rigorosa e heterogénea durante o ano inteiro, tentando ir ao encontro de todos os públicos, e uma sala de espetáculos com todas as condições, para onde têm vindo os maiores nomes da música portuguesa e não só. De referir também o Auditório Municipal. Procuramos muito descentralizar espetáculos e concertos mais intimistas pelos nossos monumentos, quer no Museu das Rendas, no nosso Centro de Memórias, na Nau, na Alfandega Régia, etc., para que também associem o nosso património edificado a esta parte cultural mais ligada às artes”. Um dos marcos deste mandato é a completa requalificação do Mercado Municipal, onde se realiza uma das maiores feiras do país, que foi totalmente reorganizado e que reúne agora melhores condições para comerciantes, compradores e visitantes. Para terminar o capítulo da cultura, falamos do momento mais emocionante do mandato de Elisa Ferraz: a entrada para o Guinness World of Records da renda de bilros gigante, a qual está em permanente exibição no Museu das Rendas de Bilros. “Há emoções na nossa vida que não se repetem e este foi o caso. Foi sentido por mim, pelas rendilheiras e pelos vila-condenses. Uma renda com aquela dimensão e beleza, hasteada na nossa Nau…”, aqui a presidente perdeu as palavras. Mas já tudo foi dito. Património e turismo Nada tem de ser inventado quando já existe. Vila do Conde é uma cidade de um “património extraordinário”, tal como o descreve a sua presidente. Desde a Igreja Matriz, a Igreja do Convento de Santa Clara, os Túmulos dos Fundadores, o Aqueduto, a Alfândega Régia, a Nau Quinhentista, entre outros, todos eles dentro de um plano estratégico para que se mantenham “muito bem conservados”. Este concelho “está a 20 quilómetros do aeroporto de Sá Carneiro e, por conse10 | PORTUGAL EM DESTAQUE

guinte, da cidade do Porto, onde passa a A28 que nos liga diretamente à Galiza, ao Porto de Leixões, inclusive temos metro”. A proximidade a estes grandes centros faz da sua localização estratégica uma cidade com muito a oferecer. De tal forma que o turismo tem vindo a ter um “desenvolvimento relevante”, denotou a nossa entrevistada. Este executivo tem feito um “trabalho muito persistente em lançar Vila do Conde no mundo”. As possibilidades são imensas nesta cidade: desde a praia ao turismo rural. “De referir os nossos passadiços de uma beleza ímpar pelo meio das dunas, a Reserva Ornitológica de Mindelo, a nossa frente de mar, a beleza das nossas praias, do rio, toda a parte da natureza que temos no concelho tornam-no único e harmonioso. Há aqui uma beleza especial”. A manutenção da etapa do Caminho de Santiago que por aqui passa foi outra das promessas cumpridas pelo executivo de Elisa Ferraz. Faz um ano que abriram o primeiro albergue e o patamar que estipularam em número de peregrinos a receber há muito que foi excedido. “Têm passado por aqui caminheiros de todo o mundo. Tem lá toda a informação de Vila do Conde para que aqueles que por lá passam tenham vontade e regressar”. Toda esta organização encontra-se centrada no ‘Espaço Vila do Conde 2020’. O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano encontra-se em execução para intervenções a nível da mobilidade, da regeneração urbana e dos extratos mais carenciados. A importância que o Município dá estas áreas está bem plasmado no Plano Estratégico de Desenvolvimento e Marketing Turístico de Vila do Conde, documento recentemente apresentado que resulta de um trabalho técnico e especializado, que objetiva divulgar e promover nacional e internacionalmente, as potencialidades

turísticas do concelho de Vila do Conde. Também no dia 15 de junho, dia da Festa do Corpo de Deus, cumprir-se-á em Vila do Conde a tradição dos tapetes de flores, que se realiza de quatro em quatro anos, executados apenas com pétalas de flores, e que percorrem todo o núcleo antigo da cidade. Os tapetes de flores são um cartaz turístico único, resultante do bairrismo de um povo e de dias consecutivos de árduo e afincado trabalho, que atraem a Vila do Conde milhares de visitantes. Desporto Impossível falar de Vila de Conde e não referir uma das grandes bandeiras do concelho: o Rio Ave Futebol Clube, que já está na primeira divisão há vários anos. Para além disso, existem várias associações, algumas delas centenárias, com todas as modalidades e há campeões nacionais em muitas delas. É um concelho onde o desporto também é rei. A presidência na primeira pessoa Elisa Ferraz mostrou-se ser uma pessoa acessível, afável e profissional desde o primeiro momento. Quando a nossa entrevista se encontrava prestes a terminar, a presidente admitiu ser “muito integrada esta comunidade”, pela qual tanto fez e a qual tanto fez por ela. “Onde quer que estejamos, há uma interação afetiva entre as pessoas. Mesmo com as discordâncias políticas, quando nos encontramos como vila-condenses, estamos todos ligados e eu sinto-me muito acarinhada no meu concelho”, acrescentou. Questionada acerca das novas eleições municipais, que se aproximam no final do ano, simplesmente afirmou estar “disponível para continuar a trabalhar” e que os munícipes deveriam renovar o voto de confiança “se reconhecerem que o trabalho desenvolvido até agora foi ao encontro das expectativas” quando a elegeram.



“PRETENDEMOS FORMAR BOAS PESSOAS, ISTO É CERTAMENTE TÃO IMPORTANTE COMO FORMARMOS BONS ESTUDANTES” Engane-se quem pensa que a Escola Superior de Media, Artes e Design (ESMAD) é uma escola trivial e de ensino ortodoxo. A criatividade impera pelos corredores e a arte integra-se por toda a escola. Pertence ao Politécnico do Porto (P.Porto) e está desde o mês de setembro de 2016 incluída nas instalações da antiga ESEIG, em Vila do Conde. ESCOLA SUPERIOR DE MEDIA, ARTES E DESIGN

OLÍVIA MARQUES SILVA Olívia Marques Silva é a responsável por dirigir a ESMAD, a funcionar pela primeira vez, no Campus 2 de Vila do Conde do P.Porto. A escola assume-se como uma referência nacional na formação de profissionais competitivos, criativos e inovadores nos domínios do Design, Cinema, Fotografia, Multimédia e Tecnologias Web. Uma das preocupações da direção é restituir e manter a criatividade artística integrada no seu ensino mantendo uma oferta formativa de referência nas competências de audiovisual, fotografia, cinema, design gráfico, design industrial, multimédia e tecnologias web. Em conversa com a Portugal em Destaque, Olivia Marques da Silva falou dos projetos e desafios da ESMAD e explicou que uma das particularidades do ensino é a Residência Artística do Mestrado de Comunicação Audiovisual: “dentro do plano de estudos do 1º ano. no segundo semestre os alunos têm uma residência artística onde são realizados filmes Documentários ou ficção e fotografia documental. É uma espécie de estágio, mas em que trabalhamos mais com os municípios e os atores são os habitantes desses lugares que participam ativamente nos projetos fotográficos e fílmicos. Este ano a Residência Artística é na região da Póvoa de Varzim e a mostra dos trabalhos finais decorrerá no dia 27 de julho no Cine Teatro Garrett.”. Esta metodologia tem dado resultados sendo que muitos dos grandes trabalhos dos alunos de mestrado são feitos durante este plano. Adaptação às mudanças Após uma reformulação da oferta formativa e a necessidade de reestruturação do Politécnico do Porto, os cursos de cinema, fotografia, e multimédia, que funcionavam na 12 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) passaram a operar pela primeira vez em Vila do Conde. Estes reposicionamentos das valências da escola criaram alguma insatisfação nos alunos. A Presidente da Comissão Instaladora Olívia Marques da Silva explica a medida tomada para contornar algum descontentamento: “os nossos estudantes investiram em estar no Porto, arrendaram casa e de repente têm que vir acabar o curso em Vila do Conde. Após várias reuniões entre a Presidência do P.Porto, os estudantes e os docentes decidimos que os estudantes dos 2º e 3º anos se iriam manter no Porto e começávamos por colocar aqui os do primeiro ano. Esta passagem não foi fácil, mas penso que os estudantes aos poucos, vão valorizando esta decisão”. A Presidente da CI explicou ainda a razão de estes cursos se terem deslocado do Porto para Vila do Conde: “fizemos um estudo sobre o interesse da região nas nossas áreas e concluímos que havia uma procura superior á oferta, pois era necessário uma rede alargada e descentralizada de infraestruturas e de conhecimentos que colmatasse o vazio existente das valências na área da TV, Cinema e Audiovisual. Este ano, apesar de termos mudado para Vila do Conde e de termos criado uma escola nova, tivemos 98 por cento de preenchimento de vagas na primeira fase e 100 por cento na segunda. Tivemos, também, dois cursos que abriram de novo, como é o caso do curso Técnico Superior Profissional (TeSP) em Jogos Digitais e Curso de Mestrado de Design. Não sentimos que esta alteração trouxesse constrangimentos. Neste momento temos 460 alunos. Mas temos como um dos objetivos num futuro breve aumentar estes números”, frisou. Um Ensino Premiado Com um projeto educativo laboratorial, fortemente orientado para a empregabilidade, a excelência do ensino da ESMAD foi destacada com o prémio de melhor escola de cinema no Fantasporto de 2016.


Também os cursos que integram a escola têm sido largamente premiados. Trabalhos do Mestrado em Comunicação Audiovisual (MCA) e da licenciatura em Design Gráfico e Publicidade (DG), receberam o Prémio 2016, primeiro prémio da Identidade Visual do Município de Vila do Conde. Nos prémios Sophia, uma das mais importantes galas que destaca e premeia as melhores produções cinematográficas nacionais, a ESMAD teve a sua representação em todas as categorias, arrecadando o prémio Sophia Estudante com a curta-metragem de ficção “A Instalação do Medo”, de Ricardo Leite. Esta curta metragem foi também a única semifinalista portuguesa no Berlin Student Film e faz parte dos filmes selecionados para exibição no Short Film Corner em Cannes, em maio. “Ganhar prémios é um estímulo muito grande para o aluno e para a escola. Queremos sempre mais e melhor. A propósito está a decorrer, hoje e amanhã, 8 e 9 de abril a criação de videojogos em 30 horas non-stop na ESMAD. (www.gamejam.intermediartes.com)” destacou a Presidente da Comissão Instaladora da ESMAD. Projetos e desafios Um dos maiores desafios passa por lidar com alunos altamente criativos e com dinâmicas e ideias de futuro diferentes: “ Não podemos impor conhecimentos estanques , profundos , rigorosos e imutáveis , há que dar maior enfase à criatividade e à subjetividade”, enunciou Olívia Marques da Silva que explicou, ainda, a forma como quer canalizar essa irreverência dos alunos para a escola: “desafiamos os alunos a desenvolverem a ideia de uma escola a nascer comigo dentro que permita que a ESMAD se identifique , ainda mais, com os seus estudantes , professores e funcionários”. Com o objetivo de criar não só um ensino de referência, mas também em criar o maior centro de media da região a Presidente justificou o grande investimento feito na escola: “houve a necessidade do P.Porto investir, em equipamentos e atualizar tecnologias, seria também necessário que alguns espaços fossem adaptados para estúdios de televisão, fotografia, cinema, som, laboratórios digitias e animação e para multimédia. Somos uma escola nova que deve permitir um maior investimento num aumento de pessoal não docente e de professores de carreira nas áreas de formação da escola e um maior investimento na investigação”. Com menos de um ano de existência, os projetos da ESMAD são ambiciosos e vão desde a internacionalização da escola até à reestruturação da oferta formativa. Ás candidaturas do Programa Europa Criativa que surgem neste sentido e tem o objetivo de dar a conhecer o que se produz e que tipo de alunos é que as escolas estão à procura. Em paralelo à oferta curricular, a escola aposta também em workshops, conferências e protocolos com alguns festivais de cinema, incluindo manter e aumentar a ligação com o Festival de Curtas de Vila do Conde. Olívia Marques da Silva anunciou que quer também dinamizar o auditório da escola: “temos um auditório, não faz sentido ele ser apenas ocupado 5 ou 6 vezes com conferências e não ter uma programação. Deve haver uma programação e permitir que os nossos estudantes tenham uma sessão de cinema alternativo de 15 em 15 dias, por exemplo.” Destaca também que o auditório que tem condições para receber outros eventos e atividades, que tenham relação com os cursos lecionados no Campus2 da ESMAD ou das outras Unidades Orgânicas do P.Porto.: “as correntes de escrita que são feitas na Póvoa tem todo o interesse a passarem por aqui se os organizadoras das mesmas assim o entenderem. Há argumentos de cinema que são a adaptação da literatura. É positivo relacionar a literatura e o cinema”.

a escola procure a sua própria coesão e que fortaleça na forma de pensar a uma voz. Não no sentido de toda a gente pensar da mesma maneira, mas perceber que temos objetivos a atingir e temos de trabalhar conjuntamente para atingir esses objetivos”, referiu a Presidente da Comissão Instaladora. A curto prazo é importante que os espaços específicos de audiovisual estejam prontos para oferecer a qualidade de ensino desejada pelos alunos. De igual forma é importante ter o reconhecimento da região, com isso Olívia Marques da Silva explica: “somos uma nova escola desde agosto em Vila do Conde e Póvoa de Varzim, contribuímos para a descentralização do ensino superior público, mas queremos ou não devemos cortar as ligações com o Porto que mantivemos durante 24 anos. Iremos manter a 15ª Edição do Ciclo de Conferências Imagens do Real(https://www.esmad.ipp. pt/noticias/imagens-do-real-imaginado-2016-mudanca) no Auditório da Biblioteca Almeida Garrett e com a Câmara Municipal do Porto em novembro de 2017. Queremos abrir a escola para o exterior com ligação aos municípios, e às empresas, apostar na internacionalização através dos diferentes programas de mobilidade da comunidade escolar e fortalecer a investigação”. Com menos de um ano e já destacada com vários prémios, a Escola Superior de Media Artes e Design tem ainda um longo futuro em que o melhor estará por vir.

Futuro Um dos primeiros passos a dar para o futuro da ESMAD é “que PORTUGAL EM DESTAQUE | 13


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HISTÓRIA DE AMOR DÁ ORIGEM A MARCA REGISTADA Sobejamente conhecida pelas suas tradições, Vila do Conde é sinónimo de doçaria conventual, onde se destaca o doce de Santa Clara. José Alves, proprietário da Confeitaria Doce de Santa Clara, em entrevista à Portugal em Destaque, fala-nos um pouco sobre a confeção deste produto secular e sobre o desafio permanente em manter a qualidade deste ao longo dos anos. CONFEITARIA | PASTELARIA DOCE DE SANTA CLARA Como surge a Confeitaria Doce de Santa Clara? Este projeto foi criado há cerca de 90 anos por Joaquim e Olívia Marques. Ele, natural de Chaves, ela de Lisboa, conheceram-se na fábrica Imperial, empresa que inicialmente se dedicava à produção de margarinas e mais tarde de chocolates. Ele trabalhava no setor das coberturas dessa empresa e ela no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, onde adquiriu experiência na fabricação de doces conventuais. Mais tarde, a empresa adquire a fábrica de chocolates no centro de Vila do Conde, onde Joaquim Marques viria a trabalhar. Por sua vez, Olívia Marques pede transferência para o Mosteiro de Santa Clara em Vila do Conde, onde os dois viriam a criar família e uma indústria. No fundo, através dos doces, surgiu uma história de amor e esta pastelaria.

JOSÉ ALVES 16 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Quando e como adquire este espaço? Não acredito no destino, mas foi um pouco o que aconteceu no


meu caso. Os meus pais eram agricultores, estudei e com 18 anos decidi ir trabalhar para o Canadá, onde estive dois anos. Regressei, a pastelaria era o ponto de encontro entre colegas e num desses encontros o proprietário contou-me que não tinha como continuar com a empresa depois do falecimento de um filho, e fechamos negócio, em 1983. Estava de férias e jamais pensei que isto viria a acontecer. Hoje, a nossa marca está registada, com patente e todos os produtos são fabricados na nossa fábrica, nas instalações da pastelaria. O principal desafio passa por manter a qualidade deste produto conventual? O receituário do doce de Santa Clara é meu e foi-me ensinado pelos fundadores da pastelaria. A produção começou na garagem da minha irmã, nos Arcos e só posteriormente trouxemos para Vila do amêndoa, pinhão, noz, produtos esses que corro o país para adquirir, pois faz a diferença no produto final. A matéria prima é essencial.

Conde. Na essência e com o objetivo de manter a qualidade, não alteramos praticamente nada ao receituário inicial que nos foi fornecido e esse é o nosso foco. Só assim, conseguimos manter essa qualidade durante 40 anos. Durante o ano, notamos muita procura por este doce por parte dos nossos clientes, sendo um produto característico da região. Existem pessoas que vêm de propósito de outras partes do país por causa do doce de Santa Clara, que é feito essencialmente de frutos naturais, como

O que vos distingue? Este é o tipo de produto que não basta ter na prateleira, é preciso saber vender, explicar como é feito, a sua história e para além da qualidade do produto em si, este é um dos principais fatores que nos distingue. Existem cursos práticos, dentro da área da restauração e hotelaria, mas é necessário um pouco de vocação, é preciso gostar porque para manter a mesma condição ao longo de 34 anos, é necessária uma grande adaptação e criar uma forma das pessoas que trabalham na pasteleria, terem formação e perceber se se adaptam à nossa filosofia de trabalho. A base do nosso sucesso, exige esse cuidado. O nosso processo é composto por várias fases, desde o fabrico, embalamento, à exposição e à venda ao cliente e todas têm de ser feitas com o mesmo carinho e dedicação. Quem trabalha conosco tem que estar em sintonia com o que é necessário e para os novos espaços, já estamos a formar novos colaboradores.

Quais os prinicipais projetos/perspetivas de futuro? Já este mês ou no início de maio, irei abrir um novo espaço relativamente perto das primeiras instalações da pastelaria, na Rua 25 de abril, com o mesmo conceito. Foi nessa rua que a empresa nasceu e consideramos que faz sentido voltar. Para além disso, mas ainda sem data prevista, iremos também abrir em Varandas do Ave, uma nova pastelaria. Até ao verão conto ter os três estabelecimentos a funcionar. Quanto ao setor em si, não tenho dúvidas que as perspetivas são de crescimento, não só especificamente no nosso caso, como em todo o setor da hotelaria e restauração em Portugal, nomeadamente nas grandes cidades, como Porto e Lisboa, onde tem existido um grande dinamismo na questão de restaurar lojas que estavam fechadas, ruas quase fantasma e no surgimento de novos espaços. Na nossa cidade, também tem existido esse dinamismo, tem sido feito trabalho nesse sentido e cabe a nós, enquanto empresários, fazer com que as pessoas gostem e voltem.

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IRREVERÊNCIA E QUALIDADE É N’O CANGALHO Mário Jorge e Marisa são os anfitriões dO Cangalho, um espaço ímpar da restauração de Vila do Conde que prima pela frescura dos produtos, pelo atendimento personalizado e pelo acolhimento da equipa. A Portugal em Destaque esteve à conversa com os responsáveis e foi guiada numa viagem de sabores pelo melhor da gastronomia portuguesa. RESTAURANTE O CANGALHO

MÁRIO JORGE E MARISA Quem passa pela Rua Cais das Lavandeiras, em plena baixa de Vila do Conde, não imagina o que o espera ao entrar no restaurante ‘O Cangalho’. A sensação é a de estar num museu. Antiguidades e velharias e algumas lembranças de clientes espalham-se pelas prateleiras; no teto uma coleção de quadros do famoso menino da lágrima. Um sem número de relógios parece dar ao ritmo para o que nos traz aqui: está na hora da refeição. Mário Jorge e Marisa são os proprietários desta verdadeira relíquia da gastronomia. Como não poderia deixar de ser, o peixe aqui é rei. “As nossas especialidades giram à volta do peixe fresco, pela proximidade que temos do mar”, explica-nos, com entusiamo, Mário Jorge. É ele próprio que faz questão de o comprar e escolher, pessoalmente, no mercado de Angeiras, em Matosinhos. Só assim consegue garantir a máxima qualidade e frescura, imagem de marca dO Cangalho. Uma grande arca com diferentes variedades de peixe salta à vista junto ao balcão do restaurante, o que resulta em diversos pratos de grelhados e crocantes. Mas a especialidade, diz-nos Marisa, é mesmo o peixe galo com açorda de ovas do mesmo. Os acom18 | PORTUGAL EM DESTAQUE

panhamentos marcam também pela diferença: “Queremos fugir à típica batata cozida com legumes. Para tal, apostamos em legumes frescos, açordas e arrozes, de tomate, grelos ou legumes”, referem. O objetivo é claro: o acompanhamento pode e deve dar uma mais valia ao peixe simplesmente grelhado ou crocante. Mas sosseguem os amantes de carne, pois nem só de peixe vive O Cangalho. Mário Jorge e Marisa selecionaram a carne maronesa, uma carne certificada, de Vila Real, cujos animais são criados em pastos naturais, em produção limitada. O resultado é uma carne de qualidade superior, que faz as delícias de miúdos e graúdos. E como bons amantes da gastronomia portuguesa, não poderia faltar n’O Cangalho, um arroz de pato ou de polvo com grelos e um bom bacalhau da Noruega, destacando-se o bacalhau com broa. Para os mais arrojados, Mário Jorge e Marisa aconselham uma “massa à Cangalho”, uma massa fettuccine cremosa de atum ou camarão e reenventada pelos clientes a mix que vai a gratinar ao formo com mozarela.


Menu executivo feito na hora Um dos segredos do sucesso d’O Cangalho à hora do almoço é o menu executivo, não se trata, contudo, de um convencional menu executivo, já que n’O Cangalho é possível escolher entre peixe fresco e carne mais do que um prato diferente, pois a opção de escolha é variada. Mas desengane-se quem pense que os produtos são pré-confecionados, como acontece na maioria dos restaurantes: “Nenhum peixe é grelhado ou frito com antecedência. É tudo feito na hora”. A arte de bem receber O enorme gosto pela gastronomia e pelo bem receber é o que move ambos os responsáveis. Tudo n’O Cangalho é feito com vista a atingir mais e melhor: “Gosto muito de receber e de tentar fazer tudo da melhor forma. O mais ou menos não tem espaço neste lugar. As pessoas que tenho aqui a trabalhar comigo são todas muito simpáticas, carinhosas e atenciosas. Os colaboradores não são vistos como empregados para nós. Fazem parte da casa, da família do restaurante e são peças fundamentais no sucesso”, acrescenta Marisa. Por incrível que pareça, nem Marisa nem Mário Jorge tinham experiência em restauração há 12 anos, quando abriram O Cangalho restaurante. “Trabalhávamos

na mesma empresa e começávamos a sonhar com uma mudança de vida. Um dia passámos por esta zona, vimos este espaço disponível e, depois de muitas peripécias, conseguimos ficar com ele”, recordam. O nome ‘O Cangalho’ surgiu da necessidade de suscitar curiosidade nas pessoas para o espaco outrora à muitas decadas tera sido de um ferreiro, mais uma vez, marcar pela irreverência. Mário Jorge partilha connosco que esta ligado ao

mundo automóvel, representa a equipe de trial 4x4 monstter e tem uma viatura antiga à qual os amigos chamam “cangalho”: “É um Land Rover que nunca me deixou ficar mal, demos o mesmo nome ao restaurante”, relembra Mário Jorge. E assim ficou. É caso para dizer… há coisas d’O Cangalho. Mário Jorge e Marisa finalizam: “Não se esqueçam de uma coisa, sejam felizes d’O Cangalho até a lua”.

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MOVIMENTO DE APOIO AO DIMINUÍDO INTELECTUAL Hoje, a deficiência é abertamente falada e devidamente respeitada. A sociedade está organizada para isso. Na altura, não. Luís e Elisa Ferraz viram-se a braços com uma situação inesperada que lhes mudaria a vida: o nascimento do filho mais velho, Luís, portador de deficiência profunda. Ambos tomam a decisão de não se deixarem abater, seria uma luta diária que teriam de enfrentar e assim o fizeram. MADI

LUÍS FERRAZ Um grupo de meia dúzia de casais, cujos filhos também se encontravam em posição de requerer ajuda, é fundado o Movimento de Apoio ao Diminuído Intelectual, mais conhecido como MADI, corria o ano de 1976. Unia-os o espírito associativo e a união em torno de um problema em comum. Em Portugal, vivia-se um clima de otimismo e grande esperança no pós-25 de abril, ainda se sentia a mudança dos tempos no ar. Os pais, assim associados, compreenderam que não tinham qualquer tipo de orientação para as adversidades que encontravam e foram à procura delas. Luís e Elisa Ferraz podem orgulhar-se de 20 | PORTUGAL EM DESTAQUE

o seu filho ter sido a primeira criança deficiente a frequentar um jardim de infância da rede pública (a instituição era privada, mas servia o público em geral e recebia apoio municipal). Depois disso, havia que criar o que não existia: espaços com características próprias para as necessidades destas crianças. É a partir deste momento que Elisa Ferraz conjuga a sua vida como professora com o ativismo social, cuja abrangência se tornou muito maior do que qualquer um dos fundadores do movimento poderia esperar. Atualmente, o MADI é uma instituição de referência no concelho, a qual partiu da estaca zero e teve como impulsionadores uma mera união de pais, confrontados com um problema, que urgia que tivesse uma resposta. O MADI não só providencia crianças deficientes com respostas adequadas às suas necessidades, como também é uma ajuda essencial aos pais, para que estes possam continuar a concretizar os seus projetos pessoais e profissionais, como é exemplo disso mesmo a atual presidente da Câmara Municipal. Em 1982 era aberto o primeiro Centro, em Azurara, com 25 utente e cinco professores, nas mesmas instalações de hoje. Entretanto, iniciou-se um acordo com o Mistério da Educação. MADI, tal como uma criança, crescia a olhos vistos. Em

1995 disponibilizou-se outras valências ligadas ao Centro de Atividades Ocupacionais, um acordo com a Segurança Social que abrangia mais 55 utentes. Já no ano de 2007 estreou-se o Lar Residencial, que conta com 14 camas. Os equipamentos são moderníssimos e o Centro inclui programas de atividades ao ar livre, para que os utentes também aproveitem o que o concelho tem de melhor. Há mais de um ano, para que a oferta tentasse acompanhar a enorme procura, nasceu o pólo em Ferreiró, com as mesmas valências. Hoje, são uma Instituição Particular de Solidariedade Social muito grande, com um total de 118 funcionários e entre 200 a 280 utentes. A equipa de trabalho é muito diversificada, bem como qualificada em áreas técnicas, nisso são bastante exigentes. O trabalho não é fácil, mas a quem a ele se dedica entrega-se por completo a um mundo de afetos únicos, o que o torna tão gratificante. Após um percurso onde todos os passos foram ponderados, o MADI hoje goza de uma grande estabilidade meritória e assim deverá permanecer. Hoje é uma Instituição de referência no concelho onde o lema é “Construir Felicidade e dar Dignidade” à vida dos seus utentes e famílias.



BARCELOS IInserido no distrito de Braga, em plena região do Minho, Barcelos é um concelho amplo, constituído por 61 freguesias onde habitam 120.391 habitantes (de acordo com os dados de 2011). Embora descrito como uma cidade jovem e dinâmica, este corresponde também a um território que, ao longo dos anos, soube preservar – nomeadamente através do seu centro histórico – um conjunto de medievais heranças que transportam cada visitante para um universo muito próprio, onde a ancestralidade portuguesa convive, em perfeita harmonia, com o gentil saudar e hospitalidade da população local. Economicamente falando, Barcelos afirma-se como um dos mais importantes empregadores da região, nomeadamente através do fulgor da sua indústria de transformação. De facto, o setor têxtil, a cerâmica, o calçado ou a agricultura afirmam-se no dia-a-dia da comunidade barcelense, cimentando um crescente dinamismo social. Saliente-se, todavia, que também no que aos legados tradicionais e ao artesanato diz respeito, este se afirma como um concelho diferenciador. Quem não conhece, afinal de contas, o Galo de Barcelos? Ou o contributo que Rosa Ramalho (natural destas terras) deu à arte da cerâmica? Mas, e porque esta é uma cidade em constante movimento, a cultura e o património de outrora coabitam, numa interessante complementaridade, com as novas propostas artísticas e turísticas, como só uma cidade consciente do futuro saber fazer. E porque de turismo falamos, convém referir a ancestral gastronomia que aqui também poderemos degustar, marcada pela intensidade e apuro dos seus sabores. A título de exemplo, poderão ser aqui saboreadas iguarias que vão do bacalhau ao pato, sem esquecer as papas de sarrabulho ou os rojões. Também digna de nota é a doçaria regional, algo que os maiores apreciadores da arte de bem comer poderão comprovar.

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Aquele que é um dos maiores concelhos do país estará brevemente em festa. Falamos, claro está, de Barcelos, a cidade minhota carregada de história e de tradição que tem ganho um lugar de relevo no turismo nacional. A Festa das Cruzes terá o seu início no final do mês de abril e prolongar-se-á até à primeira semana de maio. Caro leitor, no texto que se segue obterá informações sobre este evento, mas também sobre muitos outros assuntos relevantes da atualidade do concelho e, ainda, uma mensagem dirigida pelo presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Miguel Costa Gomes, aos seus munícipes e a todos os leitores da nossa revista.

MIGUEL COSTA GOMES

BARCELOS EM FESTA MUNICÍPIO DE BARCELOS 24 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Barcelos Cidade Viva e Criativa. O concelho de Barcelos é um exemplo de proatividade e uma combinação perfeita entre tradição, inovação e modernidade. Detentor de uma beleza única, a arte, a história, e, sobretudo, as pessoas fazem de Barcelos um espaço ímpar e único que se destaca por isso mesmo do contexto Minhoto onde se insere. Próximo de grandes centros, Barcelos afirma-se como um dos concelhos mais empregadores em Portugal na indústria de transformação. Pólo de excelência têxtil tem, neste setor, um dos principais argumentos de empregabilidade, absorvendo quase metade da população ativa, embora o calçado, a agricultura, a cerâmica e o turismo tenham também um peso importante no concelho. Detentor de referências de identidade nacional e regional, como é o caso do Galo de Barcelos, a Feira Semanal, a Rosa Ramalho e o Artesanato, nem por isso ficou preso a estas marcas e evolui tornando-se numa cidade jovem, dinâmica e viva, onde a inovação é uma realidade. Não há dois mandatos sem três Já é público que Miguel Costa Gomes irá recandidatar-se às


eleições autárquicas que se realizarão no próximo outono. A terminar o seu segundo mandato, o autarca afirmou necessitar do terceiro para consolidar o trabalho até agora realizado e sublinhou a postura inovadora da sua gestão no concelho: “A maioria absoluta verificada nas últimas eleições transmitem que os eleitores se identificaram com o nosso trabalho. O município está completamente aberto aos cidadãos e foi esse espírito que, juntamente com um modelo de gestão diferente e com um apoio às freguesias diferente, tornou tão inovadora a nossa ação. Aí o protocolo 200 por cento veio dar uma ajuda muito grande. Nós queremos abraçar a causa dos barcelenses. É para esta causa que eu me movo”, reiterou. Das obras (e projetos) realizadas e levadas a cabo pelo atual executivo da Câmara Municipal de Barcelos, destacam-se a ligação entre Sequeade e Bastuço, a construção do caminho municipal 1115 entre Milhazes e Faria, o projeto do mercado municipal, os sete equipamentos escolares de excelência (quatro em fase de obra/adjudicação), como é o caso do Pavilhão da Escola de Fragoso e a Escola Básica do Barrio, em Roriz, e o protocolo 200 por cento. “Há muita coisa por fazer, mas já fizemos muita coisa. Eu, nos programas eleitorais, não faço promessas eleitorais, mas sim compromissos eleitorais. São quase como contratos com as pessoas. Assim foi nos últimos 2 mandatos e assim será nas próximas eleições. Mais coisas não são feitas por falta de recursos financeiros. É preciso entender que nós temos os impostos mais baixos do país. Não sobrecarregamos as empresas nem as famílias, mas isso tem repercussões na obra feita e nas receitas camarárias”, explicou o autarca. No que diz respeito ao mercado municipal, segundo o presidente, o projeto está neste momento a ser estabilizado, faltando, apenas, a aprovação do projeto de arquitetura para se arrancar com as obras: “Vamos devolver o mercado aos barcelenses, vamos

ferências do Orçamento de Estado para as Juntas. A adoção de um critério de equidade na transferência de verbas para as freguesias e a disponibilização atempada das mesmas são uma marca do atual executivo municipal. O Município de Barcelos procura também promover o bem-estar das populações, em particular daquelas que pela sua condição social e económica estão mais vulneráveis aos fatores de pobreza e exclusão social, dotando-os de recusos e competências que lhe permitam reduzir ou suprir as desvantagens sociais. É neste entendimento que se enquadram os apoios aos munícipes de menores recursos, como os programas de apoio à habitação e à renda de casa, bem como as bolsas de estudo aos estudantes do ensino superior. Inclui-se também neste conceito o apoio e a proteção social à infância, terceira idade e àqueles que, em razão da sua condição física, cultural, social ou de saúde enfrentam dificuldades acrescidas.

requalificá-lo com o respeito e a importância que tem para o município, não vai ser uma intervenção fácil, mas será feita”, adiantou. Esmiuçando o Protocolo 200 por cento, damos conta de que se trata de um protocolo de competências que envolve uma transferência de mais de 5 milhões de euros da câmara municipal para as freguesias, valor correspondente a 200 por cento do Fundo de Financiamento das Freguesias (FFF). O conceito do “protocolo dos 200 por cento” foi introduzido pelo atual executivo municipal em 2010 e tem como principal objetivo apoiar as freguesias nas suas competências, uma vez que estas são parceiros estratégicos no desenvolvimento do poder local junto das populações. Esta é, portanto, uma aposta do Município numa gestão mais descentralizada, reconhecendo nas Juntas de Freguesia o elo fundamental de ligação aos cidadãos. Com esta medida, o Município de Barcelos afirma-se como um dos que mais dinheiro atribui às freguesias e em condições iguais para todas as Juntas, uma vez que a verba a atribuir está indexada às trans-

Uma das grandes apostas deste executivo são os projetos sociais, estabelecendo parcerias com várias instituições de forma a promover a inclusão social; a proteção de crianças, jovens e vítimas de violência doméstica; a reabilitação social dos sem-abrigo e toxicodependentes; entre outros. Também é importante referir que este executivo devolveu à população equipamentos culturais, como é o caso do Teatro Gil Vicente, a Casa da Azenha e o Museu de Olaria, de forma a “oferecer” aos barcePORTUGAL EM DESTAQUE | 25


lenses a oportunidade de contactar com o património cultural do concelho. Mensagem apaziguadora Depois do momento conturbado, atravessado por esta câmara, devido ao afastamento do número dois do executivo e, aproveitando o momento e a conversa com a nossa revista, Miguel Costa Gomes deixou uma mensagem aos seus munícipes: “Foi duro e intenso o trabalho de ‘arrumar a casa’ dos últimos meses, mas, graças à lealdade e ao empenho de todos os trabalhadores do Município e à restauração da confiança na hierarquia, foi possível reavaliar metodologias, combater a excessiva burocratização dos procedimentos e clarificar os objetivos de serviço público desta grande organização que é a Câmara Municipal. É fundamental referir que nenhum processo ficou parado, nenhum investimento ficou por fazer, que nenhum apoio foi cancelado. A atividade da Câmara Municipal prossegue com toda a normalidade e nada impedirá que os serviços municipais continuem a servir os cidadãos e que a ação política do executivo coloque as necessidades e as preocupações das pessoas em primeiro lugar. Para mim, a política só faz sentido quando se desenvolve em prol dos cidadãos. Não me verão defender outros interesses que não os que jurei defender quando tomei posse, por duas vezes, como Presidente da Câmara Municipal de Barcelos. É, pois, baseado nesta convicção que serei novamente candidato e serei Presidente da Câmara Municipal de Barcelos até 2021 se os barcelenses assim o quiserem.”, frisou o presidente. Viver Barcelos Mais do que visitar, vale a pena viver este concelho. Os monumentos são inúmeros e retratam uma história milenar, a paisagem sublime é marcada pela harmonia da ação do homem no meio, a tradição evidente. Saberes e sabores distribuídos por 61 freguesias, num total de 380 quilómetros de encantos e recantos para descobrir. Apesar de todo o progresso e das transformações inerentes ao passar dos tempos, no Centro Histórico de Barcelos, é, ainda hoje, possível observar e percorrer o velho casco medieval, bem preservado, e que, por isso, constitui uma singular paisagem urbana dotada de uma identidade única. A par disso, o concelho de Barcelos é um território rico em beleza e paisagens naturais proporcionado pela curiosa reunião entre o Cávado e o território que ladeia as suas margens. Destacam-se da paisagem 26 | PORTUGAL EM DESTAQUE

os montes panorâmicos que proporcionam vistas de todo o vale do Cávado, Neiva e Este e deixam a seus pés a Orla Costeira e o Atlântico. As iguarias típicas do Minho assumem em Barcelos características ainda mais regionais e tradicionais, marcadas pelos sabores intensos que são uma homenagem à arte de bem cozinhar. O Galo Assado, um dos principais pratos tradicionais de Barcelos, assume um papel de relevo após a realização do Concurso “O Galo Assado” (terceiro fim de semana de outubro) e do fim de semana “O Galo na Gastronomia Barcelense”, enquadrado na Semana Gastronómica do Galo “Sabores com Tradição” (março). Este com forte ligação à famosa Lenda do Galo de Barcelos e ao maior ícone identitário de Barcelos. O galo é confecionado com os mais diversos ingredientes, pelo que o seu sabor difere de restaurante para restaurante, motivando assim os seus apreciadores a visitarem as inúmeras unidades de restauração do concelho. A Festa das Cruzes A Festa das Cruzes é uma das maiores festas religiosas do país e é uma iniciativa promovida pelo Município de Barcelos. Esta celebração mantém a sua natureza tradicional de cariz religioso, onde, de forma harmoniosa, o popular tem o seu lugar. A Procissão


da Invenção da Santa Cruz, a presença de elementos culturais, etnográficos, folclóricos e populares constituem a matriz deste grande evento, que tem o seu ponto alto a 3 de maio, feriado municipal, dia consagrado ao Senhor do Bom Jesus da Cruz. O programa compreende ainda um conjunto de eventos e de atividades culturais e recreativas, que mobilizam dezenas de coletividades na cidade e no concelho. A cada vez maior presença de coletividades provenientes de Barcelos e também de público, oriundo não apenas do concelho, mas de outros pontos do país e de Espanha, mostra que a Batalha das Flores, que se realiza no dia 1 de maio, é já um verdadeiro cartão de visita da Festa das Cruzes, funcionando como um postal ilustrado de Barcelos. A batalha propriamente dita ocorre nas principais artérias da cidade, quando dois corsos, de carros decorados, se cruzam e atiram flores de todas as cores e odores, contagiando de alegria para a refrega os milhares de populares que assistem ao espetáculo. “Visitar Barcelos é sentir o Coração do Minho, terra de tradições, boa comida e paisagens retalhadas a verde. É percorrer episódios da história de Portugal e conviver com gente hospitaleira. É chegar à terra de Rosa Ramalho e do símbolo do Galo que identifica Portugal no mundo”, afiançou Miguel Costa Gomes.

Como vê, caro leitor, Barcelos é o coração do Minho, com vista para a serra e para o mar, com uma oferta desmedida e para todos os gostos, para conhecer, descobrir, saborear, sentir e fruir Barcelos. Conheça Barcelos e saboreie cada momento de descoberta e descontração que Barcelos e os barcelenses lhe proporcionam.

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AS PESSOAS EM PRIMEIRO LUGAR Em entrevista à Portugal em Destaque, António Cardoso da Silva apresenta a freguesia de Barqueiros. Atualmente no primeiro mandato, António Cardoso da Silva faz parte do comando de Barqueiros desde 2001, quando se tornou presidente da Assembleia, passando depois, em 2005 a secretário e em 2013 assume-se enquanto presidente da freguesia onde nasceu. Mais do que por construções físicas, o seu mandato é marcado por construções sociais, onde o bem-estar das pessoas está em primeiro lugar. “ Candidatei-me pelo amor que tenho à minha terra, na perspectiva de fazer bem pelas pessoas de Barqueiros. A melhor obra que podemos fazer, é fazer as gentes da nossa terra felizes”. JUNTA DE FREGUESIA DE BARQUEIROS

ANTÓNIO CARDOSO DA SILVA

O bem-estar social em primeiro lugar O desejo de António Cardoso da Silva, quando se tornou presidente, era criar uma gestão autárquica diferente do que é hábito ser feito. Preocupou-se menos em criar muros ou em levantar construções de betão, preocupando-se mais em desfazer os muros que separavam a população, com o desejo que a sua maior construção fosse social, e cada um dos barqueirenses se sentisse mais feliz. Numa freguesia marcada pela presença da comunidade cigana, o objectivo do presidente sempre foi a integração da comunidade na sociedade, de forma a unir a família barqueirense ainda marcada por algum preconceito contra a etnia cigana. “Para mim não há cor, etnias, há pessoas”, assume o presidente acrescentando: “os ciganos estão preparados para se integrarem, mas a nossa sociedade não está preparada para os aceitar”. Apesar de reconhecer que é um trabalho difícil, integrar a comunidade cigana na sociedade, orgulha-se do trabalho que já foi desenvolvido e deseja que o mesmo continue: “andar para trás seria um desperdício do trabalho feito até aqui”.

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Uma freguesia rica em património natural e histórico Barqueiros, além de beneficiar da sua excelente localização geográfica, sendo nas palavras do presidente “a freguesia de Barcelos melhor localizada”, por beneficiar de bons acessos tais como a A28 ou a A11. A freguesia é atravessada pelo Caminho Português da Costa, que leva centenas de peregrinos até Santiago de Compostela, passando por Barqueiros. Seguindo esse caminho é possível desfrutar da vista para a mina e Lagoa Negra, onde em tempos romanos existiu extração de


ouro. Atualmente, após séculos de abandono, a água tingida pelo xisto tomou posse das minas, dando origem à Lagoa Negra. A nível histórico, Barqueiros orgulha-se ainda de ter o único Santuário Real do concelho de Barcelos. O Real Santuário da Senhora das Necessidades, enverga ainda, debaixo da estátua de Nossa Senhora das Necessidades, o brasão símbolo da monarquia. A segunda maior Festa do Concelho A Festa em honra de Nossa Senhora das Necessidades é a segunda maior festa do concelho de Barcelos, a seguir à festa das Cruzes. Para isto, beneficia da boa localização da freguesia e do terreno amplo onde ela ocorre, num espaço capaz de acolher milhares de pessoas de vários locais do país. A festa ocorre anualmente nos dias 6, 7 e 8 de setembro, sendo que o dia 8 é feriado na freguesia. Barqueiros é, assim, a única freguesia do concelho de Barcelos que goza de um feriado próprio. Durante a festa, une-se o religioso e o profano. Além das habituais noitadas, marcadas pela presença de animação musical ao vivo, a festa é marcada por uma forte demonstração de fé, durante a procissão. O momento alto da festa está guardado para o fim, durante a despedida das bandas de música. “ A festa só se faz se houver duas bandas de música, que deve ser a parte ais cara da festa”, explica o presidente da junta de Barqueiros. No final da festa, as duas bandas de música fazem a despedida e envolvem a população. “No dia 8 de setembro, a festa acaba às três ou quatro da manhã. As bandas fazem a despedida à meia-noite, e toda a gente vai atrás das bandas á volta do Santuário de Nossa Senhora das Necessidades, e estão ali a bater palmas, a cantar e a dançar. E só vão embora quando acabar a festa”, explica o presidente e acrescenta: “É absolutamente extraordinário. É fantástico”. “Não sei se me recandidatarei” António Cardoso da Silva tem a tranquilidade de ter cumprido tudo aquilo que se prometeu fazer em Barqueiros. Em termos de investimento de capital concretizou aquilo que se comprometeu a fazer: dois arruamentos e uma casa mortuária. Reconhece, no entanto, que uma das suas preocupações sempre foi com a integração da comunidade cigana e bem-estar social. Sendo a sua principal preocupação as pessoas, reconhece problemas dentro do seu partido, que vão contra a sua ideologia. “ O próximo executivo ou me dá as garantias de que a preocupação principal é Barcelos e os Barcelenses ou não contem comigo para nada”, confessa em entrevista. Acima de tudo, assume o desejo de ver o concelho desenvolver-se forma sustentada, como um todo. “Eu não me preocupo só com a minha freguesia, preocupo-me com o concelho”, assume, explicando que e necessário descentralizar os bens e serviços. Defende a importância da partilha e cooperação entre as diferentes freguesias.

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“SAIO COM O SENTIMENTO DE DEVER CUMPRIDO” A freguesia de Carvalhas está a cerca de 10km de Barcelos. Com pouco mais de sete dezenas de habitantes e com uma área de 3,5 km2, manteve a sua independência após a política de união de freguesias para orgulho dos seus habitantes e do presidente José da Fonte. Em entrevista á revista Portugal em Destaque, o autarca conta aquilo que foi feito após 40 anos ligado á junta de freguesia de Carvalhas. JUNTA DE FREGUESIA DE CARVALHAS

edifício que nos orgulhamos dele. Há poucas freguesias, ainda hoje, que tenham um edifício como nós temos. Grande amplo, com boas condições”, afirma José da Fonte em entrevista. Actualmente, está a decorrer a obra no Campo de Futebol da freguesia, num investimento de cerca de 30 mil euros. Além das obras no campo de futebol, a junta de freguesia mantém o apoio ao clube da terra - Associação Cultural Recreativa e Desportiva de Carvalhas - de várias formas. “A junta dá total apoio. Somos nós que pagamos a luz do campo, para treinos. Os jogadores fazem isto pelo amor à camisola, no final do jogo faz-se umas merendas”, afirma José da Fonte.

JOSÉ DA FONTE Um presidente perto das pessoas José da Fonte é natural de Carvalhal, mas está na freguesia das Carvalhas desde muito jovem. Após o 25 de Abril, foi convidado pelo então presidente da junta, Bernardino Pereira, para fazer parte do executivo como secretário. Assim permaneceu até 2005, quando se tornou +presidente. Após três mandatos, José da Fonte retira-se este ano com o sentimento de dever cumprido. O presidente procura manter-se próximo dos habitantes e faz frequentemente a ronda à freguesia para se certificar que está tudo bem : “Ao domingo corro as ruas todas da freguesia para ver se está tudo em ordem. E ao sábado a mesma coisa. E tenho orgulho disso. Não quero que a freguesia seja marcada pelo abandono das outras”, confessa José da Fonte. Ao longo dos anos a acessibilidade foi uma das principais preocupações do executivo. Em três mandatos são dezenas as intervenções feitas a nível das ruas da freguesia. Muitas ruas foram alargadas e pavimentadas de forma a melhorar a circulação e os acessos. A visão foi sempre de futuro, chegaram-se a pavimentar estradas que davam acesso apenas a uma casa, com a visão de que naquele momento apenas existia uma habitação, mas que no futuro poderiam existir muitas mais. Não deixando, desta forma, quem necessita de acesso sem uma rua adequada. A pensar também nas pessoas de mobilidade reduzida foi criada a rapa de acesso existente na capela mortuária, que não existia á data da construção original. Pelo desenvolvimento da Freguesia Durante o seu primeiro mandato a escola primária da freguesia foi alargada e restaurada, resultado numa obra da qual o autarca se orgulha profundamente. “Temos um 30 | PORTUGAL EM DESTAQUE

A emigração deixou a população envelhecida A emigração leva grande parte da população jovem para fora da freguesia. Com a falta de crianças, o infantário existente ao lado da sede da junta de freguesia, fechou esta temporada. A população encontra-se, no momento, muito envelhecida, existindo muitos idosos a viver sozinhos. Embora a freguesia não tenha instituições de apoio social dedicadas a esta faixa etária, o presidente afirma que mantém o desejo de criar oferta para os idosos da freguesia. Nas instalações do infantário, funciona, actualmente, uma escola de música e, ocasionalmente, actividades do foro religioso e ligadas à catequese. No entanto, é desejo do autarca que durante a semana possa funcionar como centro de dia, onde será possível criar oferta e actividades para os idosos da freguesia. A vontade de homenagear o antecessor Quando a actual presidente da Junta de Freguesia das Carvalhas chegou do Ultramar, era Bernardino Pereira presidente da freguesia. Após o 25 de Abril formou-se uma comissão administrativa e José da Fonte foi convidado, pelo então presidente, para ser seu secretário. Assim permaneceu durante 28 anos. Em 2005,


por incapacidade de Bernardino Pereira para continuar em funções, José da Fonte assumiu a sua candidatura a presidente, tendo como secretário Bernardino Pereira naquela que foi uma troca de funções mantendo o companheirismo de décadas. Assim permaneceram até à morte de Bernardino Pereira. Por todas as décadas de trabalho a favor da freguesia de Carvalhas, José da Fonte assume a necessidade e do desejo de que seja fio um busto em homenagem ao seu companheiro de longos anos, que o iniciou na vida política e que desenvolveu um trabalho notável pela freguesia. “Quando se pavimentou a zona junto á igreja, já se reservou um espaço para colocar o busto. Vou incentivar quem vier a seguir a fazer esse busto, como forma de recompensa por todo o trabalho” explica à Revista Portugal em Destaque. Sobre toda a vida de trabalho a serviço da freguesia, primeiro como secretário e depois com três anos de mandato como presidente, José da Fonte não hesita em afirmar: “Depois de 12 anos como presidente, saio com o sentimento de dever cumprido”, afirma José da Fonte, num resumo daqueles que foram 40 anos ao serviço da Junta de Freguesia de Carvalhas.

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ALGARVE PME EXCELÊNCIA Internacionalmente elogiado pela sua vocação e argumentos turísticos, o Algarve corresponde a uma região que se entrecruza com a totalidade do distrito de Faro. Se há, no entanto, algo que a revista Portugal em Destaque pôde aferir ao longo do périplo por este território é que são cada vez mais os casos de autêntico sucesso, inovação e boa gestão empresarial nesta zona do país. De facto, e pese embora os inegáveis colossos no setor hoteleiro e na restauração – que também nesta edição ocupam um importante lugar de destaque – a região algarvia tem vindo a surpreender o resto de Portugal pela força e ousadia do seu tecido empresarial, que é bem mais amplo do que as ideias pré-concebidas nos poderiam levar a crer. Neste âmbito – e aproveitando a recente revelação pelo IAPMEI da lista das PME Excelência de 2016 – as próximas páginas darão a conhecer ao leitor muitos dos bons exemplos que o Algarve tem para mostrar. Recorde-se que o estatuto de PME Excelência corresponde a uma distinção anual, que tem por objetivo sinalizar o mérito das pequenas e médias empresas que assumem perfis de desempenho superiores à média nacional, funcionando como inquestionável argumento de reputação e confiança junto de clientes, instituições bancárias e demais parceiros de negócio.


UMA HISTÓRIA NATURAL E HUMANA Numa arquitetura paisagística que encontra no mar o seu principal refúgio, fomos conhecer melhor todo o território que há para descobrir nas freguesias de Vila do Bispo e Raposeira. Dino Alves Lourenço, presidente da Junta, fala-nos dessa união e dos próximos desafios que a região procurará enfrentar. JUNTA DE FREGUESIA DE VILA DO BISPO E RAPOSEIRA

DINO ALVES LOURENÇO A terra fortemente pisada pelos vestígios da história preserva rastos culturais de longínqua presença. Situada no extremo mais a sudoeste, não só de Portugal, mas também da Europa, a região banha-se pelo Oceano Atlântico, a sul e a oeste. Não foram por isso raras as vezes em que o território gravitou por quatro grandes valências: a estratégica, a agrícola, a piscatória, e mais recentemente, a turística. “Temos uma costa riquíssima, praias excelentes, que por não serem massificadas, as pessoas poderão respirar com tranquilidade”, adianta o nosso interlocutor. Há muito consciente das potencialidades deste segredo algarvio, o autarca nunca escondeu que a agregação das duas freguesias traria benefícios para a ruralidade persistente da Raposeira. Esta muitas vezes limitada em recursos (físicos e humanos) tem agora uma nova âncora para se segurar. Por entre ruas, travessas, fontes, poços e moinhos, não podemos deixar de destacar a Capela de Nossa Senhora de Guadalupe (Monumento Nacional), a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Encarnação, cujas origens remontam ao século XVI, e a Casa do Infante, onde a memória do ilustre Infante marca um tempo muito específico da nossa história.

A caminho da Praia da Ingrina podemos ainda testemunhar a primeira manifestação do Homem na paisagem, através dos menires. Estes apontamentos naturais vão confluir com a genuinidade da Vila do Bispo e, por isso, saber apreciar a paisagem é também ouvir ecos de vozes de peregrinos e navegadores. Implantada numa pronunciada colina (sobranceira à Estrada Nacional 125), a vila evoca monumentos dedicados a pescadores, marisqueiros e agricultores, sem deixar de parte o seu património religioso e artístico. Importa aqui registar a imponente Igreja Matriz, consagrada a Nossa Senhora da Conceição, assim como as Capelas de Nossa Senhora do Carmo e o Jardim da Fonte, onde sobressai a curiosa fonte edificada a 1884. “Somos caracterizados pela nossa simpatia e simplicidade e gostamos de receber gente de fora”, reforça. No que diz respeito às papilas gustativas, as duas localidades estão em constante sintonia com a cor e o sabor do mar, não fosse esta afinal uma zona predominantemente piscatória. O efeito sazonal não deixa de se fazer sentir, mas o presidente luta para que a união das freguesias cresça com estabilidade e autonomia. Aquando questionado sobre as mudanças que gostaria de ver a acontecer nos próximos anos, fala-nos sobre o reforço da capacidade financeira para as Juntas de Freguesia. Claro que isto pressupõe colaboração, mas no fundo o que está em vista será sempre a crescente qualidade de vida das pessoas. “Neste momento, estamos a trabalhar num espaço de atendimento em Raposeira, para que as pessoas de lá não tenham de se deslocar para Vila do Bispo; queremos também melhorar o nosso sistema informático e promover espaços como o Trilho Ambiental do Castelejo”, informa. Uma outra questão, que não poderia deixar de ser mencionada, prende-se com a Estrada Nacional 125. “Pensamos que as obras em nada beneficiam o nosso território, muito pelo contrário, causam transtornos grandes a populações como a da Raposeira”, adianta. A questão não é nova, e a Junta com os poucos recursos de que dispõe precisa do apoio de outras entidades para solucionar o problema. O futuro será ditado por estes e muitos mais desafios, mas o presidente sabe que o olhar atento sobre as pessoas marcará sempre a sua posição. Rua Santa Maria do Cabo, Nº 38 8650-416 Vila do Bispo E-mail: jfvilabispo@mail.telepac.pt; juntadefreguesia_raposeira@hotmail.com Telefone/ Fax: 282 639 101 / 282 639 544 Telemóvel: 964118784

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UMA FREGUESIA COM MAIS VANTAGEM PARA TODOS Situada em pleno coração da cidade de Lagos, a Freguesia de São Gonçalo de Lagos goza de um imenso património natural, que se funde entre o urbano e o rural. Nas linhas seguintes damos-lhe a conhecer parte do trabalho do Executivo desta autarquia. JUNTA DE FREGUESIA DE SÃO GONÇALO DE LAGOS português muito venerado pelos pescadores do Algarve. Questionado sobre as apostas da freguesia ao nível da cultura e recuperação de tradições, Carlos Saúde Fernandes responde dizendo que “este executivo não permanece sentado a olhar para aquilo que já se fez. A procura pela melhoria de condições é um

CARLOS SAÚDE FERNANDES Foi no ano de 2013, aquando da Reorganização Administrativa do território das freguesias, que as antigas freguesias de São Sebastião e Santa Maria se uniram para dar lugar à atual Freguesia de São Gonçalo de Lagos. Em entrevista à Portugal em Destaque, o presidente de junta, Carlos Saúde Fernandes, diz ter visto com bons olhos esta aglomeração, encarando-a, inclusive como uma grande vitória para a cidade de Lagos. Nomeada inicialmente como União das Freguesias de Lagos, o executivo da Junta de Freguesia, insatisfeito com a designação atribuída avançou com uma proposta, para a alteração do nome da autarquia, explica o presidente. Após se terem realizado várias sessões de esclarecimento sobre esta matéria, os cidadãos recenseados foram chamados a votar numa das duas opções propostas: Freguesia de Lagos ou Freguesia de São Gonçalo de Lagos. A vitória recaiu, como se sabe na segunda opção, cujo nome muito diz sobre aquela região - São Gonçalo foi um beato 34 | PORTUGAL EM DESTAQUE


foco e uma ação constante nesta freguesia”. Durante todo o ano realizam muitas atividades direcionadas para toda a população, desde os mais jovens aos idosos. “Temos tudo, aqui em Lagos. Realizamos o nosso Festival de Música de Verão, mostras de livros, peças de teatro, exposições de pintura”. Para os seniores da freguesia são desenvolvidas atividades especiais, com mais regularidade, como os bailes temáticos e os passeios por território nacional. Recuperar tradições foi outra as apostas desta freguesia. “Perderam-se algumas tradições de festividades relacionadas com Santos Populares que fomos recuperando juntamente com a banda

filarmónica da região e o Centro de Culturas e Desportos dos trabalhadores da Câmara Municipal de Lagos”. Conscientes da importância que o turismo tem para a região algarvia sabem que foram presenteados com algumas das mais belas praias de Portugal, de entre as quais destacamos a Praia dos Estudantes, a Praia da Batata e a Praia Dona Ana, esta última merecedora do prémio de melhor praia do mundo pela revista espanhola Condé Nast Traveller. Satisfeitos com o trabalho que têm desenvolvido em prol da região e da comunidade, o Executivo, constituído por Carlos Saúde Fernandes (presidente), José Guerreiro (tesoureiro), José Nunes (secretário), Olga Fazenda (vogal) e João Barroso (vogal) entende que reúne as condições necessárias para dar continuar esta missão. Com ideologias partidárias diferentes, o presidente garante que ali “todos vestem a camisola da freguesia, com um objetivo em comum: melhorar a qualidade de vida da população”.

Rua das Juntas de Freguesia, Lote 12 - R/C 8600-706 Lagos Telefone: 282763827 Fax: 282764637 Email: jfsgoncalolagos@mail.telepac.pt PORTUGAL EM DESTAQUE | 35


MUITO MAIS DO QUE DESCOBRIMENTOS, uma terra não é só uma mera aventura de LAGOS É TRANSFORMAÇÃO Desbravar corajosos, é caminhá-la com toda a verdade que ela carMUNICÍPIO DE LAGOS

JOAQUINA MATOS 36 | PORTUGAL EM DESTAQUE

rega. Lagos já foi em tempos a capital do Algarve e terá para sempre gravada a história de marinheiros e navegadores. O mar entronca-se de mistérios e a terra não esquece memórias de quem a fez reerguer uma e outra vez. Figuras como a de Gil Eanes, Infante D. Henrique, Soeiro da Costa e Lançarote Freitas refletem hoje a coragem e a bravura das gentes desta terra, algo que Joaquina Matos (atual autarca do município) se orgulha e faz questão de relembrar. “Dizem os historiadores que Gil Eanes foi o homem que tinha como missão dobrar o Cabo Bojador. Foi 12 vezes e 12 vezes voltou, mas o Infante nunca o deixou desistir. Impulsionou-o a ir e na 13º viagem dobrou o cabo. Esse é um sinal de persistência que ainda hoje se nota nos lacobrigenses e, neste sentido, todos os anos fazemos questão de homenagear a figura do Infante D. Henrique no dia 13 de novembro (data que assinala a sua morte) em conjunto com os municípios de Aljezur e Vila do Bispo (também pertencentes à Associação de Municípios - Terras do Infante)”. Esta história, estreitamente ligada ao mar, conheceu as pegadas de fenícios, gregos, cartagineses, muçulmanos, romanos e portugueses de viva alma. Mas foi no século XV que conheceu o seu século de ouro, uma época que marca a narrativa de um império, e de uma região. Naturalmente, a mistura de todos estes povos aproximou-os de outras explorações e entre elas confrontamo-nos com seres humanos que, involuntariamente, escreveram uma página escura dos descobrimentos - os escravos. Palpável e dura, não deixa de pertencer à memória de um legado terrível, e foi na sequência


da construção de um novo parque de estacionamento que foram descobertos ossadas de 155 indivíduos africanos, não deixando espaço para dúvidas de que os esqueletos encontrados eram referentes a escravos. Hoje, a par desta história, podemos visitar o Núcleo Museológico Rota da Escravatura do Mercado de Escravos (provavelmente o primeiro mercado de escravos da Europa quatrocentista). Com a elevação a cidade pelo rei D. Sebastião, Lagos passou a ser a nova capital do Reino do Algarve - crescimento que apenas se extinguiu com o terramoto e consequente maremoto, em 1755. São poucos os monumentos antigos que resistiram ou sofreram apenas alguns danos. Entre eles destacam-se a Igreja de S. Sebastião, a Igreja da Misericórdia, a Igreja das religiosas do Carmo, as Muralhas e a Ermida de Santo Amaro. Ecos desses destroços mudaram a forma como as pessoas foram habitando e reocupando aquele espaço e hoje, numa época em que a sua principal atração é a atividade turística, vemos esse mesmo espírito empreendedor e a sua perpétua capacidade de transformação marcarem a personalidade do lacobrigense.

Turismo Na Costa d’Oiro, a natureza deixa adivinhar grutas, arcos, pequenas praias, enseadas e rochedos de mil formatos. O imaginário do pescador é facilmente percorrido e se a cada recorte da costa encontramos uma figura por decifrar, na Ponta da Piedade os olhos podem fotografar um dos melhores pores-do-sol, sem excluir a vida selvagem. “Brevemente vamos avançar com a primeira fase da requalificação da Ponta da Piedade, para que as pessoas possam usufruir melhor deste espaço magnífico”, informa a autarca. Mas desengane-se quem pense que este turismo tem apenas a cumplicidade do mar. Muitas são as paisagens e os monumentos que convidam à caminhada. Se começarmos pelo Forte Ponte da Bandeira, rapidamente chegamos a lugares como o Castelo dos Governadores (também conhecido como o Castelo de Lagos), e o Arco de S. Gonçalo (santo padroeiro da cidade), onde os olhos podem avistar a janela manuelina de onde D. Sebastião assistiu à missa, antes de partir para Alcácer Quibir. Mesmo ao lado do Castelo encontra-se a Igreja de Santa Maria, localizada na Praça do Infante que ostenta a sua estátua, e se prosseguirmos podemos espreitar aquela que é denominada por muitos a Igreja Dourada (Igreja de Santo António). Voltamos e seguimos para a Praça Gil Eanes, onde vários são os turistas que contemplam a estátua dedicada ao Rei D. Sebastião. “Lagos é uma cidade muito antiga e temos edifícios que fazem jus a essa história. Diversos monumentos como a Igreja de Santo António ou o Mercado de Escravos já foram reabilitados, e temos atualmente em curso o projeto de ampliação do nosso Museu Municipal para trazer

condições mais dignas à nossa importante coleção dedicada à arqueologia”, fundamenta a autarca. Cidade multicultural Lançado recentemente pela autarquia, um novo serviço de atendimento a empresários e empreendedores nasceu nesta cidade, para fortalecer uma relação de proximidade com o tecido empresarial: “Temos promovido várias relações para estabelecer um clima de confiança entre as autarquias, as empresas, e os empresários”. O movimento não cessa nesta cidade, e se sozinhos podem caminhar mais rápido, não restam dúvidas que o diálogo e a cooperação os fará caminhar mais longe. No âmbito do InvestAlgarve, o gabinete presta informações aos empresários sobre programas de apoio e avisos abertos para candidaturas do Portugal 2020, entre outros assuntos adaptados às necessidades de cada um: “Temos muitos estrangeiros que aqui decidiram viver e implantar o seu negócio e nós estamos cá para dar esse apoio”. Noutra área, este apoio liga-se também aos estratos sociais mais desfavorecidos e nessa medida dá resposta aos mais vulneráveis: “Vamos entregar 16 fogos de habitação numa das nossas freguesias rurais e temos o nosso parque habitacional em reabilitação”. No âmbito da gestão e conservação do património habitacional, pretende-se ainda desenvolver um projeto de habitação a custos controlados para dar resposta a parte da população de Lagos. “Noutra vertente também prestamos todo o apoio possível à população mais carenciada e a pessoas com deficiência na área de medicação, alimentação, etc., sempre em articulação com outras instituições no âmbito da Rede Social concelhia”. Olhando para um conjunto de gerações, a presidente pretende, gradualmente, reconstruir o património histórico e dar nova vida à muralha de Lagos. A área envolvente externa à muralha, onde fica o chamado Anel Verde, entrará numa nova fase de reabilitação, trazendo um forte contributo para a valorização da cidade que facilitará a acessibilidade ao centro histórico. Mas se por um lado existe um respeito enorme pelo património cultural/histórico edificado, com o objetivo de afirmar Lagos como Cidade de Descobertas, por outro, todos lembram os investimentos constantes nas áreas da educação e ação social: “Estamos a reabilitar o último equipamento da rede escolar e ambicionamos vir a construir uma nova EB 2,3”. Uma lacuna que ainda está por colmatar diz respeito a uma das prioridades de todos os lacobrigenses: a saúde. Embora já tenham beneficiado com a instalação de uma Unidade de Saúde Familiar, permitindo que milhares de residentes passassem a ter médico de família, “são ainda necessários mais médicos e mais capacidade de resposta, sobretudo a nível do Centro Hospitalar do Barlavento, nomeadamente do Hospital de Lagos”. Para Joaquina Matos “já muito foi feito”, mas “há ainda muito a fazer e para avançar”, neste Lagos que não desiste de viver cada vez melhor. PORTUGAL EM DESTAQUE | 37


UMA EMPRESA MOVIDA PELO AFETO Edite Caliço está à frente deste espaço, que para além de uma apresentação inigualável, se gere pelo afeto para com os seus utentes e colaboradores. A nosssa interlocutora refere mesmo que é isso que os distingue e que fideliza os clientes, não se dá por satisfeita e embora muitos façam deste laboratório a sua eleição quanto a análises clínicas, a proprietária refere que está sempre na vanguarda da “melhoria continua”. MODUSLAB

EDITE CALIÇO O despertar da paixão Edite Caliço soube logo após a sua licenciatura que esta seria a área em que quereria apostar. Acabou a licenciatura em julho de 1982 e em setembro inicia um estágio voluntário no Hospital de Faro. Poucos meses depois, foi logo convidada para trabalhar no laboratório da diretora de patologia clínica. Em 1986, lançava o seu primeiro laboratório que alcançou grande sucesso, já que os laboratórios da altura pertenciam a pessoas mais velhas e que não conseguiram acompanhar a evolução. Este laboratório foi sempre acompanhado o avançar dos tempos e como afirma a entrevistada, “o laboratório foi fundado e foi que, digamos, uma lufada de ar fresco junto dos médicos”. As dificuldades “Também, no primeiro laboratório passei momentos difíceis porque as convenções com o Serviço Nacional de Saúde estavam canceladas, não havia alargamento a novos laboratórios e nessa época não havia tantos seguros de saúde como agora e era muito difícil um laboratório subsistir sem convenção com o serviço nacional da saúde.” Apesar de todo o sucesso, passou por momentos difíceis que se deveram sobretudo à questão financeira. Embora com um fundo de maneio considerável, tudo se esgotou na época da crise e o recurso à banca estava limitado. O setor foi fortemente afetado e o laboratório não foi exceção. No entanto tal como afirma Edite Caliço, “tudo se supera”. A edificação do ‘ModusLab’ O antigo laboratório obteve grande sucesso, passado alguns anos, Edite Caliço recebe uma proposta de aquisição. Depois de pensar sobre o assunto, decidiu aceitar visto que estava numa fase da vida conturbada e onde queria dar toda a atenção ao seu filho, que considera, carinhosamente, o seu melhor investimento. Mais tarde, a nossa interlocutora compra a farmácia Pinheiro em Loulé. Sabendo que as análises clínicas são mais do que um negócio, onde é preciso inteirar-se completamente do ofício, desde os colaboradores aos utentes, ao fim de cinco anos compra o imóvel e funda o ModusLab. Depois de todas as obras e do processo de licenciamento abriu portas a 16 de setembro de 2002. Embora sem estar licenciado e tendo sido avisado o ministro que se iriam abrir porta,s a resposta tardou em vir. Contudo, Edite 38 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Caliço decidiu dar continuidade, com um medo claro de que lhe viessem fechar as portas, mal tal não aconteceu: “Abrimos e não aconteceu nada e tem sido de facto um crescendo a partir daí um crescendo de nós crescermos sempre dois dígitos em relação ao ano anterior”. Qualidade, Humanização, Eficiência e Melhoria Contínua Para quem visita o site e o próprio ModusLab pode ver que se regem por estes quatro princípios. Afirma que é importante estar atento e na procura da melhoria continua, a atenção aos inquéritos de satisfação e atenção dentro do laboratório é indispensável - “o movimento cresce e as pessoas tendem a menosprezar o pormenor e não pode ser assim. Tem de ser um crescimento sustentável. “ Acha estritamente necessário fazer parte de todo o processo, muitas vezes gosta de ser a própria a fazer as colheitas: “É importante estar no processo todo, é uma coisa que eu não quero deixar de fazer, dominar todo o processo, se for necessário fazer uma ficha, editar uma ficha, eu consigo, não dependo de ninguém. Assim consegue-se ter uma imagem muito mais abrangente do funcionamento e da estrutura. A gestão está


muito dependente de mim, mas tenho capacidade de estar em qualquer parte do processo, porque só assim é que eu me apercebo e como eu sou muito curiosa e é sempre possível melhorar um procedimento mas para melhorá-lo nós temos de estar integrados do processo e isso eu só consigo estando como operadora”. Palavra-chave: Afeto A Portugal Em Destaque pediu à nossa interlocuora que descrevesse a sua ‘casa’ numa palavra. Edite Caliço foi rápida e assertiva: afeto. O ModusLab, foi edificado no seio do afeto, que diz mover montanhas. Ao longo dos anos, o mesmo valor esteve sempre presente, cada colaborador e paciente é tratado unicamente, e a gestão passa por um sentimento de paixão pela profissão e por quem esta abrange. “Há uma relação de proximidade, eu não quero nunca perder o conceito que esteve presente e que só assim me da gosto fazer que é o atendimento personalizado, conhecemos o utente pelo nome, sabemos o seu histórico falar com o médico quando é necessário ajudar, se é preciso fazer mais uma ou duas análises para que o diagnóstico seja mais rápido, nós fazemos, sem preocupação de que o médico vai passar ou não a requisição. Se não passarem, é um problema que eu assumo, é um gasto que eu assumo. De facto, esta é uma postura não sei se será muito habitual noutros laboratórios”. Este método personalizado não se mostra habitual, mas é esta a maneira que tem feito com que cada cliente faça do ModusLab o seu laboratório de eleição. Outro sistema que difere este centro é cada utente ter a possibilidade de aceder aos resultados online, um acesso a todo histórico. Assim há um cuidado assegurado que faz com que cada utente se mantenha satisfeito.

para que o utente se sinta à vontade, sem aquele medo que surge por estigma de locais clínicos. “Tenho muito orgulho porque ficou uma decoração intemporal e as pessoas sentem-se muito agradadas.” Afirma que não gosta que as pessoas esperem e com o fluxo de clientes crescente, há já obras que estão já a ser feitas para que se abram mais salas. O Futuro do ModusLab Com ideia que toda a qualidade e carinho pelo utente se mantenha, Edite Caliço

pretende, como a própria diz, “descansar”, mas deixando uma equipa capaz que siga os mesmos valores que esta implementou assim que edificou o laboratório. Até porque são esses valores que também contribuíram para que o ModusLab recebesse o galardão de PME Excelência 2016. O afeto estará sempre presente para que cada utente sinta que o ModusLab está pronto para o servir em qualquer situação, da melhor forma.

O novo sistema indolor Tirar sangue é muito difícil para grande parte da população. No ModusLab, há um cuidado graças a esta noção. Assim Edite afirma que uma postura simpática e segura bem como o ambiente tranquilo descansa todos os utentes. Para os mais complicados, o laboratório dispõe do sistema de Vácuo com butterfly, um sistema quase indolor e que agrada a muita gente que dispensa as agulhas. “Acho fundamental um laboratório ter bom aspecto.” Engana-se quem pensa que se dirigindo a este laboratório irá encontrar um ambiente frio. O espaço está decorado com belos quadros, mobília entre outra decoração, PORTUGAL EM DESTAQUE | 39


GERÊNCIA COM SUCESSO E COM FUTURO A vontade de aprender, aliada à vontade de trabalhar, moldaram a vida de Joaquim Canastro, administrador da Cheerfulway, empresa cujo core-business se situa na exploração de empreendimentos hoteleiros. Juntamente com a sua ‘cara-metade’, Gena Alegre, gerem 13 unidades, um caso de sucesso no setor, que cresce de ano para ano. Recentemente, abriram o Balaia Plaza, o Acqua Manis Balaia e o Palmeiras de Santa Eulália. CHEERFULWAY

JOAQUIM CANASTRO E GENA ALEGRE Percurso profissional Joaquim Canastro iniciou-se cedo nos meandros da gestão hoteleira. Quando tinha apenas 16 anos começou a trabalhar como bagageiro em Tróia, na Área Metropolitana de Lisboa. Aí conheceu José Santos, uma amizade que lhe daria a sua primeira grande oportunidade. Em Troia ficou durante 12 anos, nos quais se apaixonou pela área do turismo. Em 1988 muda o local de trabalho para o Algarve, no Vale do Lobo, no qual apenas fica dois anos antes de seguir caminho para o Vila Galé, onde permaneceria 18 anos da sua vida. A última paragem num percurso feito a trabalhar por conta de outrem foi no Luna Hotéis, durante seis anos. É nesta altura que retoma contacto com o seu amigo José Santos. “Por onde passamos, aprendemos sempre com quem estamos. Eu tinha essa vontade de aprender a gerir os hotéis dos outros, que era o core-business dele. Fui para lá e trabalhos em conjunto”, narra o administrador da Cheerfulway. Seria José Santos quem daria a Joaquim Canastro a primeira unidade a ser gerida por ele próprio, o Vila Alba. Assim nascia a Cheerfulway, a 31 de maio de 2011. Desde então que, nas palavras do próprio, “tenho feito o que sempre fiz por conta de outrem, mas para mim”. Portfólio sempre a crescer No ano seguinte, a Cheerfulway adquiria mais duas unidades e em 2014 a conta elevava-se para seis: o Vila Alba, o Califórnia, o Polana, a Bertolina, o Alto do Moinho e Bravamar, este último na Madeira. “Em 2016, deu-nos outra vez para mudar de ideias”, afirma o empresário, confirmando o seu espírito irrequieto e de empreendedor, “crescemos de seis para onze unidades. Este ano contamos com um total de 13, eram 14 mas o Polana foi vendido pelo proprietário”. 40 | PORTUGAL EM DESTAQUE

A Cheerfulway especializa-se em explorar unidades já existentes, a maior parte delas aparecem em oportunidades de ‘pegar ou largar’ e em condições menos que ideais. Depois de adquirias, a empresa dedica-se a estas unidades (algumas exigem remodelações bastante profundas) e transforma-as em empreendimentos de boa qualidade. “No geral, as unidades que nos aparecem têm potencial para serem exploradas, temos apostado em praticamente tudo o que nos aparece, dentro do nosso poder financeiro, claro”, referiu. O objetivo inicial consistia em aceitar quase todas as oportunidades, de forma a criar portefólio e ganhar credibilidade junto dos operadores turísticos. Hoje, com esse objetivo conquistado, procuram dedicar-se a trocar as unidades mais pequenas, não tão rentáveis, por maiores e de maior qualidade. “Este ano, é um ponto de honra para nós termos finalmente atingido as quatro estrelas no Balaia Plaza”. Com um balanço muito positivo, a empresa pretende manter-se na média das 12 unidades hoteleiras por gerir e apostar na área do Food & Drinks, algo que até agora não fazia. “Acho que temos futuro”, termina Joaquim Canastro.


UMA VISÃO SOBRE A HOTELARIA EM PORTUGAL Situado na Av. Infante Dom Henrique, em Albufeira, o Hotel Alísios distingue-se, não só pelo nome original, mas também pela sua gestão. A Portugal em Destaque esteve em Albufeira à conversa com José Carlos Leandro, Presidente do Concelho de Administração, que nos falou sobre a sua visão do negócio da hotelaria e da importância que este representa para a economia do país. ALÍSIOS HOTEL

JOSÉ CARLOS LEANDRO Como é que nasceu o nome “Alísios”? Nasceu através de um concurso que decidimos fazer entre os nossos amigos, tendo como condição, não fazer parte as palavras “Mar, Sol, Praia, Algarve” e assim aconteceu. Uma amiga nossa, de nacionalidade americana, sugeriu Alísios, com base nos bons ventos “Alísios”, que muito ajudavam os escravos na sua árdua tarefa de remar, quando existia vento. Com a sua ajuda descansavam mais e é exactamente o que desejamos a todos os nossos clientes. Felizmente temos conseguido, fidelizar muitos. O hotel oferece o designado alojamento com pequeno almoço incluído também meia pensão, mais concretamente o jantar, ou seja, temos as duas versões, quarto em B.B. ou com H.B.

Ter colaboradores com cursos de formação profissional, ajustados às tarefas que desempenham, ajuda a ser PME Excelência? Sim claro, nada se consegue sem equipas profissionais e motivadas, nós temos “orgulho” em afirmar que mais de 90% da nossa equipa tem no seu curriculum vários cursos de formação ao ponto de termos, colaboradores auditores. É óbvio que contribui muito também, termos sido a primeira empresa no País, com certificação integrada (ISO 9001, ISO 14001 & HACCP) desde 2004. Otimizamos os nossos recursos para sermos mais competitivos, e simultaneamente colocar a qualidade em patamar mais elevado possível. Todos os hotéis têm camas, cozinhas, bares, etc. O que nós queremos, tendo o mesmo que todos, passa pela aposta nos recursos humanos e no seu profissionalismo. O Algarve e o resto do país têm potencialidades que nos diferenciam interna e externamente de muitos destinos que dispõem de oferta turísticas. Diferenciamo-nos na qualidade das nossas praias, consideradas as melhores, dos nossos campos de golf, igualmente os melhores do mundo, a nossa gastronomia, os nossos vinhos, as nossas condições climatéricas, o nosso modo de viver e conviver, entre outros fatores. Tudo isto deverá ser devidamente “empacotado” e “vendido” de uma forma muito profissional, retirando as mais-valias resultantes

Há unidades hoteleiras que têm um conceito mais abrangente, ou seja o chamado “all inclusive”, não pratica? Não praticamos, como não partilhamos desse conceito, que é oriundo das Caraíbas. Este conceito teve e tem sucesso em regiões de grandes Resort onde os clientes têm tudo à disposição desde a comida às bebidas, sabendo que não irão pagar mais por isso. Concordo com este conceito lá, onde teve as suas origens, não cá. Ao contrário, no nosso Algarve, queremos é que o nosso cliente visite a nossa região, não fique só pela praia, visite o barrocal, conheça e leve recordações, conheça a nossa gastronomia, o nosso artesanato, os nossos vinhos e tanta coisa mais que no final contribui fortemente para que os nossos clientes conheçam, a realidade da nossa região, potenciando em simultâneo a economia local. Esta é a nossa humilde opinião - não há turismo sem economia local. Fico surpreendido quando alguém defende este conceito, no Algarve, afirmando que devemos acompanhar as tendências do “mercado”, porém o que temos de defender, promover e ‘vender’ são as nossas próprias tendências. Um ilustre amigo, presidente de Câmara de uma ex. colónia portuguesa, dizia a este respeito – tenho “cidades fantasma” será cidades destas que queremos? Não seguramente! A tendência do “all inclusive”, é sem dúvida incapacitante para as economias locais, perpétua a exclusão social, económica e desigualdade e por fim ameaça de forma fatal o destino que o promove. PORTUGAL EM DESTAQUE | 41


HOTELARIA AO AR LIVRE: UM NOVO CONCEITO É novo e veio para ficar. Entrevistamos os gerentes da Safari Spirit, empresa ligada à atividade do campismo e muito mais para além disso. Joaquim Lourenço e Filipa estão a implementar no nosso país novas formas de turismo e, também, de habitação. SAFARI SPIRIT

FILIPA E JOAQUIM LOURENÇO Iniciamos a nossa conversa com Joaquim Lourenço no tema do campismo e do papel que este desempenha na região mais a sul de Portugal: o Algarve. Na opinião do gestor da Safari Spirit, “o campismo foi sempre visto como o parente mais pobre do turismo”, algo que não representa a realidade e é necessário divulgar informação nesse sentido. “Há 40 anos que não há um parque de campismo novo no Algarve”, revelou-nos. As condições não faltam em terras lusas: “Aqui temos o melhor clima, a melhor segurança, os melhores preços, o melhor ambiente, temos quase tudo, só não temos espaço para o campismo”. Este facto parte da ausência de esforços municipais e estatais para alterar a realidade. O turismo tem aumentado, porém a legislação que permite tirar proveito disso fica aquém. Para além do campismo existe um novo conceito: a Hotelaria ao Ar Livre, desenvolvido nos dois espaços que são geridos por Joaquim Lourenço. É uma noção que ainda não tem forte implementação em Portugal, ao contrário de outros países, mas que, na opinião do nosso entrevistado, tem fortes caraterísticas a seu favor: “É o melhor que uma criança ou um idoso pode ter, uma vivência fora das gaiolas dos apartamentos, um «detox» urbano”. Questionamos, então, o que consistia a Safari Spirit em concreto. Prontamente nos afirmou são a “única empresa em Portugal que importa «mobile homes»” e têm uma “representação internacional”. Depois de importar, a empresa vende as referidas ca42 | PORTUGAL EM DESTAQUE

sas móveis. Para quem não conhece, uma «mobile home» é uma caravana que pode ter até 35 metros quadrados, completamente equipada no seu interior, desde o quarto, à cozinha, até à casa de banho. No fundo, “é uma casa pequena”. Este foi o mercado no qual Joaquim e Filipa Lourenço apostaram: “Consideramos que o caminho seria através do mercado residencial e foi exatamente por termos avançado por este caminho que nos fez crescer”. Atualmente, são proprietários de dois pontos de venda, em Alcobaça e Lagoa, e tencionam abrir um terceiro em Braga, lá para outubro, “para os clientes terem custos de transportes muito menores”. O ano passado registaram um crescimento notável nas vendas, as quais são dirigidas para parques de campismo e para o mercado privado. “Tanto nas «mobile homes», como nas tendas de luxo ou nos «bungalows», temos feito um bom trabalho”. As referidas tendas de luxo, ou «tendas glamping», também estão equipadas com casa de banho, cozinha, etc., e esse produto foi a ideia inicial de negócio da Safari Spirit: “Temos algumas montadas aqui, no nosso parque. Entretanto, tomamos conhecimento das «mobile homes» e compreendemos a realidade em que este artigo está inserido. Desde então passaram-se quatro anos e podemos afirmar que tem corrido muito bem”. Uma curiosidade interessante é que este último empreendimento foi iniciado sem ter em vista o turismo (e, consequentemente,


a larga faturação que daí advém). O plano consistia em colmatar necessidades sociais que o gerente observava à sua volta, nomeadamente entre familiares e amigos. As mobile homes são uma opção de residência prática e económica. Aliás, este ano, “pela primeira vez, temos uma Câmara Municipal que vai optar por dar alojamento social em «mobile homes», neste caso, para cerca de 20 pessoas. É uma solução muito mais barata do que instalar as famílias em apartamentos e para as próprias famílias também é favorável, uma vez que têm acesso a um estilo de vida mais agradável: ao ar livre. As casas móveis estão preparadas para pessoas de mobilidade reduzida, são certificadas, produzidas na Europa, e podemos fornecê-las a partir de 15 mil euros, para quatro pessoas”. Já em relação à Safari Spirit Camping Alvor, os gerentes conseguiram triplicar a faturação desde que principiaram o empreendimento, corria o ano de 2010. A sazonalidade, fator fraturante no Algarve, não existe aqui. Esta continuidade explica-se “pelo grande afluxo de turismo de campismo e de autocaravanismo, durante o inverno, nesta região, mas também pelas parcerias internacionais. Temos bons canais, um site muito bem colocado e temos investido em marketing nas redes

sociais. Da mesma forma, estamos ligados a roteiros nos países europeus. Eu fico admirado com pessoas de 60 anos de idade que fazem 4 mil quilómetros, vindos dos países nórdicos, para virem ter connosco e passam aqui o Inverno, mas o facto é que o fazem. Depois compram-nos uma «mobile home» e ficam a residir aqui uma temporada”. As perspetivas de futuro da Safari Spirit consistem em crescer e até “duplicar a faturação no próximo ano”. O objetivo é “valorizar o negócio ao máximo”, mas o gerente avisa: “Não me vejo à frente de parques de campismo toda a vida. Já gozei a experiência e agora gostava de experimentar outra área, é o espírito do empreendedorismo. A distinção PME Excelência foi conseguida com muito custo e o mote foi valorizar a empresa no mercado. Desta forma, temos as portas abertas para nos dedicarmos a outras áreas”.

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À CONQUISTA DO MERCADO DO SABOR Situada em Vila Nova de Cacela, no Algarve, a Frusoal é já uma empresa líder da citricultura no país. Com mais de 1300 hectares de pomares e quase uma centena de associados, as condições climatéricas desta região fazem da empresa a maior produtora de citrinos. Tendo como missão rentabilizar a produção dos seus associados e levar as laranjas do Algarve além-fronteiras, a Frusoal chama a atenção para o consumo de produtos nacionais. FRUSOAL mercado. O Algarve tem como tradição ir colhendo para consumo e isso tem trazido alguns clientes do mercado externo”, explica Pedro Madeira. Nesta área de atividade e contrariamente ao que acontece no país vizinho, não existe a política de apanhar a laranja no início da campanha e conservar no frio. Esta poderia ser uma solução de conservação, mas a Frusoal prefere trabalhar com fruta mais madura que chega até aos clientes e consumidores com todo o sabor e qualidade. Por isso, os mercados de proximidade como Espanha, França, Polónia ou Alemanha são os escolhidos pela empresa para exportar “o verdadeiro sabor da laranja”.

PEDRO MOREIRA O Sotavento Algarvio é reconhecido pelas suas potencialidades e qualidade que atribui às frutas produzidas na região. Com uma vista privilegiada para a Ria Formosa, a Frusoal iniciou a sua atividade em Maio de 1990, em Vila Nova de Cacela. Começou com apenas 24 agricultores de várias áreas, desde a citricultura, à uva e horticultura mas depressa optaram pela atividade mais rentável. “Chegamos à conclusão que a citricultura era a que melhor se adaptava à nossa região e às condições climatéricas. Acabamos por nos dedicar e especializar em citrinos. Nessa perspetiva, de 1990 para cá fomos evoluindo, em termos de renovação e aumento de instalações, de plantações, número de sócios. Foi um processo contínuo nestes quase 27 anos de funcionamento e superou as nossas melhores expetativas. A empresa é líder da citricultura no país, é a maior produtora de citrinos do país”, orgulha-se Pedro Madeira. O sócio-gerente herdou do pai, um dos fundadores do projeto, o nome e o gosto pela agricultura. Mas afinal qual é o segredo desta produção de qualidade reconhecida além-fronteiras? “Não existe segredo, temos uma região e condições climáticas que propiciam a produção de citrinos. O nosso maior trunfo, transversal a todas as empresas de citrinos da região, é o facto de deixarmos a fruta amadurecer na árvore, antes de a cortarmos e colocar no 44 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Serviço de excelência A Frusoal tem como missão rentabilizar a produção dos seus associados e preservar a qualidade dos produtos que é já valorizada. Ao longo dos anos, apostou na evolução e modernização das culturas, por isso todos os lotes que chegam à central são submetidos a um rigoroso rastreamento e divididos em categorias para facilitar as vendas. Detém já mais 1300 hectares de pomares e fez um investimento em novas plantações de citrinos para fazer face à crescente procura dos mercados. “Neste momento rondamos as 30 mil toneladas, apesar das reduções de quantidades provocadas pelas condições climáticas. Temos muitas áreas em início de produção e a quebra de produção geral é compensada pelos novos pomares que entram em produção. No entanto, continuamos num ritmo de plantação anual, calculamos que entre 5 e 6 anos estaremos entre os 40 e os 50 milhões de quilos”, assegura o sócio-gerente.


Além da produção chegar de mais de uma centena de produtores, a Frusoal tem também produção própria que representa 30% da produção total. Como Portugal é um país que consome laranja e outros citrinos de norte a sul, a empresa apostou nas principais cadeias de distribuição para vender o seu produto. Fornece ainda o mercado internacional e de proximidade, para países como Espanha, França, Polónia, Suíça e Alemanha, dependendo da época do ano. No entanto, o principal mercado continua a ser o português. “O consumidor português tem vindo a apostar mais no produto nacional e a reconhecer que aquilo que se produz no país é que move a economia. Por isso, no momento de comprar, optam pelo produto nacional, que nem sempre têm o melhor aspeto mas faz tudo parte do clima atlântico a que estamos sujeitos e que garante um sabor diferente e apreciado”, defende Pedro Madeira. Para além de uma produção de excelência, a Frusoal apostou ainda numa estrutura organizada e necessária de prestação de serviços. O objetivo desta componente é dar apoio aos produtores, desde a desinfeção dos pomares, rega e poda, colheita e transporte. Com profissionais qualificados e equipamentos adequados, a empresa apresenta assim condições para garantir aos associados a gestão global das suas propriedades. Uma aposta que tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos pela facilidade de trabalho no setor. Continuando a defender o consumo de produtos nacionais e do Algarve, a empresa abriu ainda um espaço que convida portugueses e estrangeiros a experimentar a qualidade destes produtos. “Este mês abrimos ainda uma loja de agroquímicos ao público. Queremos aumentar o leque de produtos e criar um espaço que gere o nosso consumo e passa ao agricultor não sócio alguma experiência que temos acumulado, um aconselhamento mais profissional”, conta. PORTUGAL EM DESTAQUE | 45


HILTON VILAMOURA Conforto, animação e bem-estar, o que qualquer pessoa esperaria de umas férias de sonho. O Algarve conta já com dez anos de Hilton Vilamoura mergulhados em luxo e experiências únicas. Em entrevista à diretora de marketing, Cátia Oliveira, ficamos a conhecer algumas das ofertas que este hotel tem para os seus hóspedes.

O que distingue o Hilton Vilamoura dos restantes hotéis de luxo da região do Algarve? O staff do Hilton Vilamoura é sem dúvida um dos grandes responsáveis pelo sucesso da propriedade. A equipa é formada segundo os padrões da marca e está no resort durante todo o ano. Além da equipa, o resort em si oferece todas as facilidades para umas férias de sonho: seis piscinas, jardins com cascatas e cursos de água, ginásio 24/7, kids club, o campo de golfe à porta e o shuttle gratuito para a praia e marina de Vilamoura aproximam o resort do centro da cidade sem sair do sossego. O que poderemos encontrar no 7 Seven Spa? O 7 Seven Spa é o maior Spa da Península Ibérica, pelo que permite uma experiência especialmente revitalizadora devido a todos os ambientes que oferece. A água é o elemento principal presente por quase todas as áreas do spa onde pode usufruir de: cinco piscinas de diferentes temperaturas, banhos sensoriais, sauna, banho turco, sala de pedras quentes, 11 salas de tratamento divididas entre hidrotratamentos e massagens além da Suite Privada Vip L’amour com sauna, jacuzzi e banho turco privados. Ao nível de restauração, o que tem o Hilton Vilamoura a oferecer aos seus clientes? O Hilton Vilamoura permite aos seus hóspedes optarem por seis espaços diferentes onde podem usufruir de diferentes tipos de refeição. Moscada – resturante de pequeno almoço e buffets temáticos ideal para famílias, com esplanada sobre as cascatas. Cilantro – restaurante à la carte gourmet de inspiração mediterrânica e algarvia. Aquarela – restaurante de barbecue e light meals à beira da piscina principal, serve durante todo o dia e ao jantares com uma carta de barbecue e marisco (sazonal). Club H2O – Bar de praia com cocktails, sumos e refeições leves (sazonal). Rubi Bar – Bar de mixologia criativa com snacks desde as 11h até à meia noite. Fresco – Bar de piscina com sumos naturais, cocktails clássicos e snacks. De que forma está o hotel capacitado para atender a reuniões e eventos? O hotel detém um piso dedicado a eventos e conferências onde 46 | PORTUGAL EM DESTAQUE

se podem encontrar oito salas de reunião, flexíveis e equipadas com material multimédia. Além do Conference Hall, é possível organizar eventos por todo o resort em espaços, como o Patio Blue Lagoon, os jardins românticos ou à volta da piscina principal. Que programas propõe o hotel para as famílias que viajam com crianças? Para as famílias com crianças têm ao seu dispor o Paradise Island Kids Club, um espaço pensado ao pormenor para as crianças. Com atividades e brincadeiras adequadas dos quatro aos 12 anos de idade, as quais são supervisionadas pelos educadores e animadores, no entanto também é possível visitar em família e usufruir da piscina, do baloiço, da casa da árvore, entre muitas outras diversões. As familias podem ainda usufruir da animação durante o dia na zona das piscinas e nos buffets temáticos de jantar no Moscada. De que forma está o hotel preparado para receber hóspedes com necessidades especiais? O Hilton Vilamoura tem três unidades preparadas para hóspedes com mobilidade reduzida, duas family suites e um apartamento T1. Além disso é possível visitar todo o hotel através de elevador e rampas que facilitam o acesso a todos os hóspedes. Quais os próximos eventos que terão lugar no hotel? Brevemente o Hilton Vilamoura irá celebrar o evento mundial Earth Hour impulsionado pela ONG WWF ao qual o Hilton Vilamoura sempre se associou. Nos anteriores a aceitação por parte da comunidade tem sido bastante positiva, pelo que em 2017 abraçará novamente esta causa de sensibilização, no dia 25 de Março pelas 20h30. Este ano convidamos os hóspedes e a comunidade a visitar o Hilton Vilamoura para uma aula desportiva: é uma forma de poupar e de produzir energia. Poupamos ao sair de casa e produzimos ao exercitar o físico. Como resume estes dez anos do Hilton Vilamoura? O Hilton Vilamoura celebra este ano dez anos de existência, dez anos a criar memórias e a pertencer aos álbuns de férias dos nossos hóspedes. Continuamos a trabalhar para proporcionar aos nossos hóspedes, colaboradores e parceiros a melhor experiência.


VILAMOURA GARDEN HOTEL Com menos de um ano de existência, o Vilamoura Garden Hotel apresenta-se como a elevação das quatro estrelas a um nível acima. Proporcionado um sossego reparador e a proximidade da praia e da marina, assim se torna num espaço que oferece o melhor de dois mundos.

Visto que o hotel foi alvo de remodelações recentemente, o que poderemos encontrar agora no espaço? Qual o conceito e características principais? O hotel abriu no ano passado, fruto de uma remodelação total do edificio que estava inativo há cerca de 20 anos. Pelo que é possível agora encontrar no VGH quatro tipologias de quarto: garden room, garden suite, garden family e garden grand suite; um restaurante com esplanada deck, uma piscina exterior, um business center 24/7, um fitness center 24/7 e uma loja de conveniência. O conceito deste hotel é “taking four stars to another level”, ou seja, ser a primeira escolha em Vilamoura e uma referência no Algarve, elevando as quatro estrelas a um nível superior. Oferecer uma experiência particularmente acolhedora que suscite o desejo de regressar sempre que o destino seja o Algarve. Ao nível de restauração, o que tem o hotel a oferecer aos seus clientes? Os clientes do VGH podem usufruir das opções do Garden Cafe e do Tapas Lounge Bar, o primeiro com um menu bastante variado com opções internacionais e snacks, sendo que muitos pratos são apropriados para necessidades especiais de alimentação. O Tapas Lounge Bar oferece uma variedade de cocktails e bebidas a acompanhar uma deliciosa seleção de tapas e petiscos de inspiração algarvia. As crianças podem usufruir de alguma área dedicada especialmente a elas? As crianças podem usufruir da piscina para crianças, bem como de um kids club nas proximidades. Os hóspedes podem usufruir do 7 Seven Spa? Sim, os hóspedes do VGH beneficiam de uma tarifa especial para usufruir do 7 Seven Spa. O que diria a um turista que ainda não conhece o Vilamoura Garden Hotel para que venha experienciar o novo conceito? O VGH é o lugar perfeito para quem procura relaxar e saborear o melhor da vida. O hotel oferece o sossego necessário para apreciar o canto dos pássaros e a brisa que passa pelos pinheiros que circundam o hotel. No entanto, apenas cinco minutos de shuttle gratuito distanciam o cliente da marina ou da praia, assim consegue obter o melhor de dois mundos. Que outras mais-valias tem o VGH para oferecer? No VGH as crianças até aos 12 anos não pagam estadia. Há wi-fi disponível grátis nos quartos e em todo o hotel e shuttle gratuito do hotel para a praia, marina e campos de golfe.

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O SONHO DA CULINÁRIA Para se iniciarem projetos de sucesso, por vezes basta um indivíduo arrojado e disponível a inovar. Bernardo Sousa Coutinho, atual chef e gestor de dois restaurantes em Vilamoura, construiu o que tem de raiz. A movê-lo tinha apenas a sua força de vontade. Atualmente, a Sousa Coutinho Sociedade Hoteleira é PME Excelência, pelo terceiro ano consecutivo. SOUSA COUTINHO SOCIEDADE HOTELEIRA

BERNARDO SOUSA COUTINHO Nasceu em Angola, onde desenvolveu o seu gosto pela cozinha, e desde novo que Bernardo Sousa Coutinho gostava de “provar e de ajudar os cozinheiros de sua casa a confecionar alguns pratos”. Quando a sua família regressou a Portugal, em 1975, tinha ele 10 anos. Retomou a convivência com os irmãos, que estavam espalhados um pouco pelo país fora. Juntos, procuravam inovações na cozinha e faziam algumas refeições simples, nas quais predominava sempre a curiosidade. Bernardo Sousa Coutinho teve a sua primeira grande experiência hoteleira no Hotel Palácio, a qual foi extremamente importante para a definição do seu caminho profissional. Desde sempre sentiu uma grande atração pela cozinha, contudo, “quis experimentar os outros departamentos do hotel”. Foi aceite como estagiário, e trabalhou em vários departamentos, mas o instinto inicial revelou-se o permanente, nas palavras do próprio: “foi sempre a cozinha”. Depois de encontrar trabalho naquilo que verdadeiramente gostava, decidiu pôr de parte os estudos e arrancou “com esta nova aventura, que era a hotelaria”. Porém, os estudos não ficariam de parte por muito mais tempo, uma vez que o chef ti48 | PORTUGAL EM DESTAQUE

rou o curso enquanto trabalhava. Visto ser curioso, interessado e de estar sempre à procura de formas inovadoras de cozinhar, decidiu dar um salto na sua carreira: “fui para a Bélgica, para França, e quando voltei para Portugal estive em Cascais e trabalhei em vários sítios”. Tinha apenas 21 anos na altura em que tomou esta decisão e “as coisas foram-se desenvolvendo sem pressas. Eu queria era aprender, era esse o objetivo principal”, revelou-nos, “conhecer outros conceitos e outras formas de trabalhar. No estrangeiro entendia-se a restauração de forma diferente, pelo dinamismo, pela criatividade principalmente, era uma atitude mais aberta e mais fácil de trabalhar, de acordo com a minha experiência, pelo menos”. Assim manteve-se na restauração até aos dias de hoje. Já chefiou alguns projetos, tais como Marégrafo, Belém Clube Museu, São Jerónimo, Zutzu, Bobby Jones, e recentemente representou Portugal na semana gastronómica em Abu Dhabi, experiência que descreve como fantástica. “Consistiu em criar e adaptar os pratos da nossa cozinha com produtos locais. Correu muito bem”. OS EMPREENDIMENTOS ATUAIS Vilamoura é, desde o ano 2000, a casa de dois dos restaurantes do chef Bernardo Sousa Coutinho: o Victória e o Millennium. O conceito é igual em ambos os projetos: desenvolver a gastronomia portuguesa e dar a conhecer aos estrangeiros (que representam cerca de 90 por cento dos clientes) a nossa gastronomia. Recentemente, o chef alterou a ementa e acrescentou alguns pratos, que a tornam mais apelativa. Esta experiência, tal como as outras na vida profissional do nosso entrevistado, tem tido resultados muito positivos. Os visitantes apreciam viver tudo o que Portugal tem para oferecer, inclu-


RESTAURANTE MILLENIUM sive a gastronomia típica. “Portugal está na moda”, explica-nos o nosso entrevistado, “a nossa gastronomia subiu muito em qualidade e já é reconhecida internacionalmente, assim como a nossa hospitalidade. O nosso país é único e isso é muito positivo. Nós, portugueses, não damos tanto valor, só quando vamos para fora. Eu próprio só há uns anos é que me apercebi das saudades que isto causa. É das coisas que não me farto de dizer: o nosso país tem tudo! Os turistas confirmam isso mesmo”. A afluência aos restaurantes Victória e Millennium não coincide com a da hotelaria, onde o verão marca a época alta. “Relaciona-se com os eventos do golfe”, desporto ao qual os projetos do chef Bernardo Sousa Coutinho está muito ligado. “Entre março e junho é a época alta, quando chega o calor é quando os visitantes menos comparecem, porque está demasiado calor para jogar golfe. O grande evento deste desporto é o Portugal Masters, que este ano se vai realizar nos finais de setembro e aí sim, estamos cheios até novembro, normalmente”. Situando-se esta empresa no Algarve, não pudemos deixar de questionar o nosso entrevistado acerca da dificuldade em contratar mão de obra qualificada, o qual revelou ser uma dificuldade que encontra atualmente. Porém, até agora, tem conseguido manter colaboradores, alguns deles com 12 anos de casa. Sendo administrador da empresa Sousa Coutinho Sociedade Hoteleira, é de admirar como é que Bernardo Sousa Coutinho encontra tempo para gerir os seus empreendimentos e ainda se dedicar à sua verdadeira paixão: a culinária. Garantiu-nos que uma coisa não entra em conflito com a outra, mas “claro que ocupa muito tempo”, o que não é necessariamente negativo. “Também é bom, porque aqui há momentos mortos, que me deram tempo para desenvolver a atividade nova que criei com a Inês,

minha mulher: Almas Gémeas - a nova mercearia/ take away no Estoril”. O projeto Almas Gémeas abre em breve. “Vamos ter uma loja, na qual as pessoas vão buscar a comida. É na Rua Professor Dr. Egas Moniz nº3, mesmo ao lado do Casino do Estoril e tem lugar para estacionamento dentro do próprio espaço. Procuramos chegar a todos, com uma ementa variada de qualidade e com pratos para todos os gostos”. A comandar as operações tem a sua chef-adjunta, Isabel, “uma pessoa dedicada e criativa, com bastante experiência”. Em conjunto, conseguem coordenar-se e produzir resultados muito interessantes e meritórios. O Almas Gémeas, com um conceito diferente dos projetos até agora desenvolvidos por Bernardo Sousa Coutinho, localiza-se no Estoril, devido à paixão que o chef tem pelo concelho de Cascais, local onde cresceu. Para além da venda dos produtos habituais, terão também à venda produtos gourmet, confecionados pelas crianças da Associação BIPP - Banco de Informação de Pais a Pais, com a qual têm uma parceria. “Esta parceria foi criada com a intuito de podermos dar a conhecer aos nossos clientes estes maravilhosos produtos, feitos por pessoas maravilhosas, como compotas, vinagres, azeites, entre outros”. Por fim, questionámos o chef sobre qual o balanço de todos estes anos de atividade. “Já tive momentos difíceis, mas felizmente o balanço é positivo. O meu lema é sempre inovar, arriscar, aprender e dar mais valor ao que temos. Gosto de estar sempre a experimentar novas receitas e é isso que o torna interessante”.

RESTAURANTE VICTORIA

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TRADIÇÃO E MODERNIDADE ALIADAS A UM POLVO DE EXCELÊNCIA Santa Luzia, em Tavira, é terra conhecida pelo polvo. Se pretende provar este produto num prato que alia a tradição com a modernidade, convidamos o leitor a visitar o restaurante Polvo & Companhia, onde a preocupação é sempre a qualidade e o serviço ao cliente. Entrevistamos o empresário Rui Martins e o Chef Almeida, para dar a conhecer este projeto. RESTAURANTE POLVO & COMPANHIA

RUI MARTINS E CHEF ALMEIDA

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Como nasceu este empreendimento? Rui Martins: Esta ideia nasce de uma paixão familiar, entre mim e a minha esposa, Eduarda Quinta. Há muitos anos que temos interesse na restauração, fazíamos os nossos petiscos em casa para os amigos e em 2015 surgiu uma oportunidade de iniciar o negócio aqui, em Santa Luzia, que é a nossa terra. Sendo Santa Luzia conhecida como a capital o polvo, entendemos que deve-


ríamos abrir um espaço cuja temática fosse o polvo propriamente dito, com todos os outros sabores que a Ria nos oferece: os mariscos, o peixe, as ameijoas, etc., mas com um toque de modernidade. Ou seja, através dos sabores tradicionais introduzir um toque de modernidade, tanto na confeção, como na apresentação aos clientes. Portanto, este projeto sempre esteve nos vossos planos e aguardavam a oportunidade certa para avançar? Digamos que foi um projeto embrionário durante muitos anos, porque nós primamos pela qualidade e queríamos algo estruturado desde o início. Todas as condições se juntaram para que em 2015 pudéssemos ter um espaço visível, agradável, amplo, com a vista sobre a Ria Formosa, que era o que nos interessava, para complementar a nossa oferta em termos de gastronomia. Quais as atividades a que o Rui Martins e a esposa se dedicavam anteriormente? Eu sou engenheiro civil de formação, mantenho ainda a atividade na parte da imobiliária e construção civil. A minha esposa é diretora de recursos humanos de um resort. Juntamos um bocadinho a experiência turística e a de gestão para avançarmos com este projeto. E apostaram no polvo por ser o prato típico? Necessariamente por ser o prato cá da terra. Santa Luzia tem o polvo como emblema, produto principal e de excelência, acima de tudo. A clientela manteve-se constante desde o início? A nossa posição sempre foi a de marcar a diferença dos outros restaurantes. Tentar oferecer ao cliente uma escolha diferente do existente. Portanto, os nossos clientes foram-se construindo. Existem casas mais antigas e mais famosas aqui na região. Assim sendo, nós pretendíamos marcar a nossa presença no mercado com um produto diferenciado, tanto pela qualidade, como pela forma de confeção. Os visitantes têm vindo a conhecer-nos e através do passa-palavra fomos crescendo, felizmente, de forma contínua desde a abertura, com resultados muito satisfatórios. Seis meses depois de termos aberto, já estávamos nos lugares cimeiros nos sites de restauração e assim continuamos. Isso significa que o nosso cliente gosta do nosso produto e da nossa temática. Recebemos uma mistura variada de nacionalidades, maioritariamente na época baixa.

No verão são mais os portugueses. Como são considerados os vossos preços? Nós consideramos que sejam de gama média e esse também é o feedback que temos tido. Mantemos o balanço razoável entre a qualidade e o preço. Claro que a qualidade tem de ser paga, mas com um equilíbrio razoável para nós, como negócio sustentável, e para o cliente também. Também nesse aspeto recebemos respostas favoráveis. O chef Almeida trabalha convosco desde o início? Quando abrimos o estabelecimento tínhamos contratado uma pessoa que não era ideal. Eu assumi a cozinha durante os primeiros meses, até que conseguimos contratar um chef. O Chef Almeida acompanha-nos desde então, fazemos uma equipa muito boa, temos ideias inovadoras que se devem à complementaridade de ideias entre nós. Tem sido uma simbiose muito boa até aos dias de hoje, com a qual contamos continuar. No Algarve verifica-se muito a dificuldade em arranjar mão-de-obra qualificada. Também sente esse obstáculo? Sim, é muito difícil na área da restauração e bares. Mão-de-obra há, mas qualificada é complicado. Nós estamos muito satisfeitos com a equipa que temos, tanto de cozinha como de sala, foi um percurso difícil até conseguirmos afinar a equipa, mas orgulhamo-nos da mesma. Mantém a equipa de staff durante todo o ano? No primeiro ano de abertura chegamos a ter de dispensar pessoas. Atualmente, a nossa política tem sido manter os postos de trabalho de inverno e de verão. Na época alta temos de fazer reforço do staff, chegamos a duplicar o número de pessoas durante dois ou três meses, é praticamente obrigatório devido à afluência que temos. Que balanço faz destes dois anos de atividade? O balanço que eu faço é aquele que os clientes fazem: muito positivo. Estamos aqui para divulgar a gastronomia da nossa terra e como temos obtido feedback bom é esse o balanço que eu faço. O que aguarda o futuro do Polvo e Companhia? Expansão. Está num futuro próximo outra casa, noutra localização. Acima de tudo, manter a nossa qualidade e a nossa ideia de apresentar os produtos tradicio-

nais do Algarve, de Tavira em particular, com uma roupagem diferente. Uma modernização dos sabores com um traço tradicional. Quando foi contactado pelo Rui Martins para esta oferta de trabalho o que o fez aceitar? Chef Almeida: Em primeiro lugar foi porque eu nunca tinha trabalhado numa casa em que fazia 80% polvo. Isso para mim é um desafio, a minha zona de conforto na cozinha são as carnes e comida de autor. Aceitei a proposta porque achei interessante, que tinha a possibilidade de aumentar os meus conhecimentos e o intercâmbio de informação com colegas. Qual é o seu conceito quando cozinha? Ou seja, como descreveria a sua forma de cozinhar? Vou apanhando um pouco de tudo e faço uma cozinha tradicional com uma apresentação diferente ao que estamos habituados. O meu conceito é oferecer o melhor com um preço acessível a todos. Qual é o prato que lhe dá mais gosto pessoal em confecionar? Eu gosto de trabalhar o polvo com xerém, que é um prato tradicional, todo ele vem do Algarve. Na minha opinião, é um prato que demostra o quão de bom a cidade, e Santa Luzia, têm para oferecer a quem a visita. É esse o prato que tem mais saída? O prato mais pedido é o polvo grelhado, uma mistura de migas de broa de milho com batata a murro. Outro que as pessoas também adoram é o polvo com mel e mostarda. É muito apreciado pelo paladar, é algo diferente, o doce e o próprio polvo é uma combinação improvável mas que acaba por resultar muito bem, e tem tido boa aceitação por parte dos nossos clientes. Já foi chamado aqui à sala pelos clientes para o congratularem? Eu próprio faço questão de vir aqui à sala conhecer os clientes, e saber a sua opinião directamente. Gosto, e tento satisfazer ao máximo os nossos clientes. O nosso esforço representa muito trabalho de preparação e pesquisa, e de alguma sorte também. Daquilo que me apercebo, os clientes têm adorado. E assim esperamos continuar. Trabalhamos diariamente para isso.

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A EXCELÊNCIA DE UMA CASA O edifício remonta ao século XVI e a aposta na qualidade foi logo o primeiro objetivo. Segundo os proprietários deste restaurante, que tão bem recebe quem visita e vive em Lagos, o preço não é tudo, a qualidade começa a ser o facto principal de escolha de um local para comer e o que realmente fideliza clientes. Estivemos à conversa com Filipe Coles, um dos proprietários deste negócio. RESTAURANTE 2 IRMÃOS a variada gastronomia, acompanhado claro de um bom vinho. De referir ainda que o próprio restaurante produz o conhecido “vinho da casa”, em colaboração com o enólogo Paulo Laureano, que, todos os anos, se faz acompanhar de um rótulo ilustrado por um artista local. Tanto Filipe como o sócio Carlos Marreiros dão todos os créditos à equipa que têm consigo e consideram fundamental ter confiança na equipa: “Esta casa tem de funcionar quando lá estamos ou não. É preciso confiança na equipa e dar-lhe espaço para crescer”.

Bancário de formação, chef por gosto e ocasião, abraçou este projeto em 2007 e afirma que os primeiros 5 anos foram difíceis, mas tudo se ultrapassou e agora conquistam o lugar de PME Excelência 2016. Mas como se passa dos números à cozinha? Segundo Filipe principalmente o gosto por comer e beber e a aquisição do negócio levou-o a chef. Confessa ainda que, embora seja difícil conciliar o cargo de gerente e chef, prefere assim. Os sócios acompanham todo o processo: da compra do produto à mesa. Consideram tal fundamental para um bom funcionamento: “Um dos segredos do nosso sucesso é mesmo esse: os sócios da empresa estão sempre presentes, há um esforço muito elevado. Todas as decisões importantes são feitas por nós, acompanhamos tudo de início ao fim”. O restaurante “2 irmãos” tem cerca de 60 anos e embora o nome tenha sido mantido, esta casa passou por uma remodelação, desde a estrutura à ementa, num local onde o marisco era rei, foi introduzido o peixe, embora também se sirva carne. No entanto, nem tudo correu sempre de feição, foram sentidas várias dificuldades, que foram ultrapassadas. Sempre fiel a um determinado segmento e embora outro tipo de restaurante trouxesse logo mais clientes, o foco neste mercado acabou por dar frutos. O segredo está na qualidade e constante aposta no futuro. É preciso muita organização, segundo um dos proprietários o tão conhecido “logo se verá” não funciona. “Eu sento-me sempre no lugar do cliente, eu tenho de ser capaz de comer aquilo que estou a servir”. Quanto aos pratos mais pedidos o peixe grelhado é alvo, embora a cataplana seja o prato de eleição dos estrangeiros e também o prato que Filipe Coles aconselharia. A cataplana é um prato bem português, onde se fundem diversos tipos de peixe e marisco próprios para o prato. Para além do sabor há sempre a curiosidade de ver a apresentação deste prato tão particular. A casa continua a receber todos os dias portugueses e locais que associam este local à tradição e sabor. Este não é apenas um local para se fazer uma refeição, é um local de convívio, para provar 52 | PORTUGAL EM DESTAQUE

“Falta vender e apresentar o Algarve nos vários mercados e países” Embora este seja o local de eleição para as férias de muitos, Filipe diz que ainda há muito para fazer. Refere que é necessário um roteiro histórico, onde as pessoas possam ter acesso a todo o património do Algarve para que fiquem bem informados. O Algarve não é só praias e principalmente Lagos, rodeia-se de uma história ligada aos descobrimentos. “Quanto ao futuro? Manter a qualidade, no mínimo isso, com o intuito de melhorar” Embora saibam que estão bem posicionados e vistos como uma casa de referência, os proprietários têm os olhos postos no futuro e não tencionam fazer menos do que têm feito até agora. Filipe termina assim descrevendo a “sua” casa em três simples palavras: história, qualidade e futuro.

Praça Infante Dom Henrique, 5-6 Lagos (Santa Maria) - Faro 282763199



COIMBRA A Cidade de Coimbra possui uma mística muito própria, fruto de um passado cheio de factos relevantes e também das memórias de muitas dezenas de milhares de portugueses que, ainda hoje, espalhados por todo o país ou além-fronteiras, lembram os anos de juventude aqui passados, quando cursaram a Universidade, tempos normalmente de despreocupação, folguedos e esperanças. Os vestígios pré-históricos são escassos, mas permitem testemunhar a permanência humana no atual perímetro urbano da Cidade. Do período de domínio romano ficou um criptopórtico, situado sob as construções do antigo Paço Episcopal, edifício onde está instalado o Museu Nacional de Machado de Castro. Com a queda do império romano, chegam a Coimbra os novos invasores, vulgarmente designados como bárbaros, aqui se juntando Vândalos, Suevos, Alânos e mais tarde Visigodos, que levaram à modificação do fácies da cidade. Em 711, a cidade é ocupada por muçulmanos, tendo sido islâmica durante mais de três séculos, apesar de breves momentos de domínio das tropas cristãs. Conquistada definitivamente em 1064, pelas tropas de Fernando Magno, Coimbra, pela sua posição geográfica, foi então o entreposto entre o sul islâmico e o norte cristão, tendo-se aqui fixado uma importante comunidade moçárabe. Primeira capital do reino, no tempo dos nossos primeiros monarcas, durante quase dois séculos, ganhou nova projeção com a fundação da Universidade, que proporcionou a formação do núcleo urbano pleno de edifícios notáveis. É a partir de 1537 que surgem inúmeros colégios universitários, verificando-se assim dois espaços reservados ao estudo: junto ao Paço Real (Alta) e na Rua da Sofia (Baixa). No séc. XVIII, Coimbra mantinha a sua vocação académica, reforçada pela reforma da Universidade, conduzida pelo Marquês de Pombal. As novas construções, resultantes desta reforma, mudaram o aspeto e a estrutura da cidade universitária, valorizando as Ciências da Natureza e a Experimentação. Durante o séc. XIX, verifica-se um importante aumento populacional, surgindo novos arruamentos e zonas residenciais, destacando-se o plano de urbanização da Quinta do Mosteiro de Santa Cruz. No séc. XX, Coimbra conhece novas e profundas alterações com a construção da nova cidade universitária, deslocando-se a população residente da Alta Coimbrã para novos bairros da cidade. Nos anos 90, a cidade expandiu-se para a zona do Vale das Flores e da Boavista, onde foi construído o Pólo II da Universidade, dedicado às Ciências e Tecnologias, junto à margem direita do Mondego, com edifícios projetados pelos mais notáveis arquitetos contemporâneos. Em torno dos hospitais da Universidade, na zona de Celas, instalou-se o Pólo III da Universidade dedicado às Ciências da Vida.



“LEVAR FELICIDADE ÀS PESSOAS É O NOSSO MAIOR OBJETIVO” À conversa com José Simão, Presidente da União de Freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas, conhecemos uma terra rica em história e tradição que se alia com a modernidade de Coimbra, numa verdadeira “aldeia citadina” onde ainda se privilegiam os valores da boa vizinhança e da partilha. UNIÃO DE FREGUESIAS DE SANTA CLARA E CASTELO VIEGAS quisas sobre o universo estrelar e que já recebeu a visita de vários cientistas da NASA. Dentro do Observatório é possível visitar um valioso museu com peças raras da sismografia mundial.

JOSÉ SIMÃO Santa Clara, segundo nos revela José Simão, “esteve sempre ligada a um ambiente religioso e romântico”. Sendo berço da Quinta das Lágrimas, Santa Clara assistiu ao trágico amor entre Inês de Castro e D. Pedro. É também em Santa Clara que se localiza o Convento de Santa Clara-a-Nova, onde se encontra o túmulo da Rainha Santa Isabel, um dos ex libris da freguesia. Esta União de Freguesias tem verificado um crescimento significativo ao longo destes últimos anos, “destacando-se as áreas comerciais, educação, saúde, hotelaria e turismo”, indica José Simão. Na sua malha urbana, Santa Clara contém um importante património arquitetónico religioso, cientifico e de lazer, nos quais se destaca o Convento de S. Francisco, “uma das melhores salas de espetáculos do país”, o Convento de Santa Clara-a-Nova e as Capelas de Nossa Senhora da Esperança, Conceição e Graça. É nesta freguesia de Coimbra que se encontra ainda a Quinta das Lágrimas e o Portugal dos Pequenitos, “local que enriquece todo o património nacional porque tem dentro de si, em ponto reduzido, os mais emblemáticos monumentos nacionais e também das antigas colónias”. No Portugal dos Pequenitos é ainda possível visitar o Museu do Traje e o Museu da Marinha. Em Santa Clara está instalado o Observatório Astronómico de Coimbra, no qual astrónomos e astrofísicos fazem as suas pes-

de 30 de junho a 16 de julho 2017

Mandato em análise Fazendo um balanço do mandato que termina em breve, José Simão acredita que foi positivo, embora difícil, tecendo críticas à forma como a Câmara Municipal de Coimbra lidou com as Juntas de Freguesia nos últimos quatro anos. “Não houve vontade em saber o que as Juntas necessitam nem de conhecer o trabalho que desenvolvemos”, confessa. De qualquer forma, “o objetivo de levar felicidade às pessoas foi atingido: fizemos parques desportivos e zonas de lazer; fizemos o hino de Santa Clara e somos talvez a única Junta em Portugal que tem um posto turístico aberto ao público e a única em Coimbra que possui um autocarro para transporte de crianças; temos street workout, fazemos feiras, festas e excursões, incluindo uma viagem à Madeira brevemente”, refere o presidente da União de Freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas. Na questão de apoio social, a União de Freguesias possui cadeiras de rodas e camas articuladas para disponibilizar a quem necessitar e ajuda várias famílias com o pagamento de livros escolares, medicamentos, rendas, água e luz. Questionado sobre as eleições que se aproximam, José Simão é claro: “Fui escolhido pelo meu partido, o PSD, por unanimidade e aclamação, para voltar a ser candidato a esta União de Freguesias. Quando se fala em Santa Clara e Castelo Viegas pensa-se automaticamente no José Simão e quando se fala no José Simão pensa-se logo em Santa Clara e Castelo Viegas”, conclui.

Feira Popular

Coimbra

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Organização: União das Freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas


O MAIOR CENTRO DE TECELAGEM MANUAL DA EUROPA Situada a sul de Coimbra, Almalaguês é uma das freguesias deste concelho com maior área, a quinta, mais precisamente. Com grande tradição no artesanato, tem na tecelagem manual o seu maior património, a par da gastronomia, onde a chanfana, os negalhos e os vinhos são reis. JUNTA DE FREGUESIA DE ALMALAGUÊS

ANTÓNIO COELHO A simpatia do povo, na forma simples, pura e aberta de receber, o orgulho que vai na alma ao saborear uma boa chanfana, negalhos, broa de milho, sopa do lavrador, arroz doce, jeropiga e um copo de vinho. Este é o cartão de visita de Almalaguês, território rico em história. Por aqui passaram árabes, celtas e romanos, deixando as suas marcas em ruas, torres e castros que ainda hoje se podem encontrar. À conversa com António Coelho, presidente da Junta de Freguesia de Almalaguês, facilmente se percebe a riqueza desta terra com 22,7km² e cerca de 3.200 habitantes. A pouco tempo de terminar este mandato, o primeiro de António Coelho, o balanço é positivo. “Grande parte do que nos propusemos fazer foi cumprido”, indica, destacando a obra realizada na escola primária de Almalaguês, já requisitada há mais de duas décadas: “A Associação de Pais lutava há 20 anos por um pequeno pavilhão na escola primária. Quando estava mau tempo, as crianças passavam o dia todo dentro da escola e agora já podem sair e brincar. A obra fez-se e está à vista”, indica.

Outra das obras marcantes do mandato de António Coelho é a renovação do adro da igreja, um investimento de mais de 100 mil euros. Com a primeira fase já concluída, começará em breve a segunda fase, prevendo-se concluir o trabalho antes do final do mandato. A ação social é, no entanto, a principal aposta da Junta de Freguesia. António Coelho explica que a Comissão Social da Freguesia de Almalaguês tem funcionado muito bem, o que não acontecia desde 2006. “Temos ajudado muita gente. A população em Almalaguês é maioritariamente idosa, já que os mais novos vão saindo à procura de trabalho e, em virtude disso, a população vai envelhecendo”, indica. O objetivo de António Coelho passa ajudar a resolver os problemas da população de Almalaguês, ao invés de os complicar. Para tal, encontra-se permanentemente disponível para atender os habitantes, não estando dependente de um horário fixo para o fazer: “Faço isto com muito gosto. Temos que andar pelo terreno para saber as necessidades das pessoas e estou sempre livre para os fregueses. Anteriormente havia uma determinada hora de atendimento para falar com o presidente de Junta, mas comigo não. Se estou por aqui perto e vêm pessoas de longe, muitas vezes sem transporte próprio, não me custa nada atender”, refere. Trata-se de um trabalho que pode não dar tanta visibilidade, mas de extrema importância numa “freguesia cheia de carências”, afirma António Coelho. Com o aproximar das eleições, o presidente da Junta de Freguesia pondera voltar a ser candidato, apelando aos naturais de Almalaguês para que pensem em consciência e analisem o trabalho desenvolvido. António Coelho aproveita para agradecer à Câmara Municipal de Coimbra pela excelente relação que tem mantido com a Junta de Freguesia de Almalaguês: “Tudo o que lhes foi pedido foi satisfeito. Esperamos continuar a trabalhar em conjunto para o bem de Almalaguês e de Coimbra”, conclui.

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UMA JUNTA ATIVA AO SERVIÇO DA UNIÃO DAS FREGUESIAS A união freguesia de Eiras e São Paulo de Frades é uma das grandes áreas populacionais da região de Coimbra, com uma população que ronda os 18000 habitantes. É a segunda maior freguesia de Coimbra e suporta uma das maiores zonas industriais da região. Fernando Abel Simões, presidente desta união de freguesias, falou à Portugal em Destaque um pouco daquilo que tem feito ao longo do seu primeiro mandato. UNIÃO DE FREGUESIAS DE EIRAS E S. PAULO DE FRADES

Espinhaço de Cão. Um património cultural herdado pelos primórdios da atual cultura ocidental aquando os Romanos davam os primeiros passos da sociedade atual. Um património que se prolonga pelas igrejas da região, como a Igreja Matriz de Eiras, mandada edificar pelo primeiro rei de Portugal e a Igreja de São Paulo de Frades, que outrora fora um dos mosteiros de referência da região de Coimbra. A União de Freguesias de Eiras e São Paulo de Frades é assim um dos locais de referência para aqueles que visitam Coimbra. A localidade conta também com grandes festividades, quase em todos os lugares da União, com destaque as festas do imperador de Eiras caraterizadas por serem uma romaria que se faz com cavalos e charretes entre Eiras e Santo António dos Olivais; e as festas do Espirito Santo, que são um palco de mostra de todo o trabalho e associativismo praticado na freguesia.

FERNANDO ABEL SIMÕES Paisagens verdejantes e florestas naturalmente desordenadas, vastos campos agrícolas marcados pelos tempos em que a agricultura perdeu a sua relevância. Vales selvagens, distintos pelo relevo fincado das altas colinas das serras de Aveleira e 58 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Um mandato sem promessas Apesar de este ser o primeiro mandato como presidente da União de freguesias de Eiras e São Paulo de Frades, Fernando Abel Simões, conta já com um vastíssimo currículo politico. Membro ativo na revolução dos cravos, foi Deputado na primeira legislatura da Assembleia da Républica. Manteve-se ligado à política como Presidente da Assembleia de Eiras, membro da Assembleia Municipal de Coimbra, e também da Assembleia Municipal de Santa Comba Dão. A cumprir o seu primeiro mandato, começou por explicar a razão de não fazer promessas para a sua eleição: “não sou um homem de fazer promessas. Há 4 anos disse às pessoas que se acreditassem no nosso projeto, trataria as duas freguesias com igualdade de circunstâncias”, contou-nos o presidente Fernando Abel Simões. Apesar de ter iniciado o mandato sem promessas, desde início que se comprometeu a estar dispo-


nível a tempo inteiro para ajudar a encontrar solução aos problemas que lhe fossem expostos - “fi-lo assim mesmo e, nesse sentido, tenho tentado ser o mais equitativo”. As pessoas podem-me encontrar das 8 horas da manhã às 8 da noite. Temos de tratar toda a gente com respeito e carinho que todas as pessoas e iniciativas merecem” destacou o Presidente à Portugal em Destaque. Com um valor de colaboração e da participação de todos a irreverência e dinamismo devolvida à União de freguesias é reforçada com o apoio que muitas vezes recebe da oposição. “Sempre que tenho de resolver algo importante convido todos os partidos e todas as pessoas a participar. Grande parte do que temos tido feito é na maioria aprovado com unanimidade. Quem quer trabalhar não tem partido. Na Assembleia, até a oposição tem feito o reconhecimento das obras que desenvolvemos”. Trabalho Realizado Apesar de a sua caminhada de 4 anos na frente da junta de freguesia de Eiras e São Paulo de Frades ter começado sem compromissos, foram feitas várias reformulações e obras ao longo do seu mandato. Destacam-se da parte da Câmara Municipal de Coimbra a construção da escola no Loreto, as obras de saneamento e trata-

mento águas de pluviais em Serra da Rocha, Cova do Ouro, Dianteiro, Monte Formoso e Carapinheira da Serra a rede de saneamento em Santa Apolónia, A rede de águas pluviais nos Vales da Pedrulha e na Rua do Pinhal no Vale de São Miguel, a requalificação do espaço da estação Coimbra B e as obras de iniciativa da Junta na recuperação do património cultural e arquitetónico, a Capela do Cristo, a Capela do Espirito Santo, a Capela do Dianteiro e a cobertura da Capela de Coselhas. Também existe um constante apoio a associações reforçado através do ‘Concurso de Ideias’ onde existe um prémio monetário para a melhor ideia apresentada. A nível desportivo o Presidente elogia o trabalho do União Club Eirense como mais valia do desenvolvimento da região. É a segunda maior entidade desportiva de Coimbra, tem cerca de 900 atletas de todos os escalões e várias modalidades como o atletismo, a natação, o futebol entre outras. Agradeceu também a colaborações no plano desportivo da Associação de Lordemão e de Lôgo de Deus com o Futsal e a Roda Pedaleira com a vertente velocipédica. Fernando Abel Simões relevou a importância da zona industrial de Eiras, pelo número de empregos que gera e pela riqueza que cria “só se pode distribuir riqueza quando ela é gerada e potenciada”.

Projetos para o futuro Ainda com alguns meses de mandato pela frente, o presidente Fernando Abel Simões, destaca as suas ambições e projetos para o futuro: “gostaria de ver o espaço de trabalho desta junta de freguesia melhorado. As condições que temos aqui para não são as melhores. Com um espaço melhorado seria possível criar workshops e divulgar as empresas que estão aqui, são elas que empregam e criam riqueza. É um assunto urgente”. O Presidente revela ainda outra aspiração, “gostava de ter um espaço museológico para expor aquilo que é património de todos da região.” Sobre o futuro, há também uma preocupação com a variante em Eiras e os seus acessos que têm uma grande importância para a zona industrial da freguesia “as empresas são criadas para ganhar dinheiro, é a essência delas, temos de criar condições para fixar os empreendedores e as empresas que cá se queiram instalar “. Em término do seu primeiro mandato, Fernando Abel Simões promete continuar a trabalhar para resolver os problemas que se vão colocando no espaço da nossa União de Freguesias de Eiras e São Paulo de Frades.

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UMA FREGUESIA CADA VEZ MAIS LIGADA À NATUREZA E AOS DESPORTOS DA NATUREZA Situada nas margens do rio Mondego a 5 quilómetros de Coimbra, a freguesia de Torres do Mondego é um vale com paisagens fascinantes e que conta com o esplendor e vivacidade naturais daquele que é o maior rio português. Em entrevista à Portugal em Destaque, Paulo Cardoso, atual presidente da Junta de Freguesia de Torres do Mondego, deu-nos a conhecer um pouco desta região e dos projetos que tem vindo a desenvolver ao longo do seu primeiro mandato. JUNTA DE FREGUESIA DE TORRES DO MONDEGO

PAULO CARDOSO Com uma ligação histórica relacionada com a bravura com que os seus fregueses defendiam as fronteiras da cidade do conhecimento, Torres do Mondego tem uma paisagem que apresenta um panorama único, que varia entre o vale do Mondego e as zonas montanhosas circundantes, antes de o rio se espraiar nos campos férteis a jusante de Coimbra. É na praia fluvial de Palheiros e Zorro que se destaca a mais procurada oferta turística da freguesia, que na época do Verão congrega milhares de pessoas. A ligação com a natureza Uma freguesia cada vez mais próxima da natureza, é uma aposta pessoal do presidente Paulo Cardoso que tem desenvolvido alguns projetos no âmbito desportivo e de lazer para dinamizar a região. A prova

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do Mondego Ultra Trail vai já a caminho da sua terceira edição. O sucesso e consolidação da prova teve como consequência a sua integração na Taça Nacional de Skyrunning. O edil anunciou ainda outra prova no âmbito do desporto na natureza: o Wild Challenge Coimbra, prova que só existia em Lisboa e no Porto. É uma prova de superação de obstáculos no meio da natureza que promove o espírito de equipa. “Temos já cerca de mil inscrições, valor que surpreendeu os próprios organizadores”. Outro aspeto que trará novo dinamismo à Praia Fluvial e à freguesia, será a nova ponte pedonal de cariz definitivo, cujo projeto já se encontra definido e pronto para lançamento do concurso de construção. Aliado a este projeto há também o desejo da criação de um conjunto de trilhos nas margens do Mondego. Como evitar o turismo sazonal A economia da freguesia caracteriza-se por ser de pequena escala. O objetivo passa por estimular um pouco o turismo rural e os espaços de lazer. Paulo Cardoso enumerou que um dos pontos de destaque passaria por “recuperar o campo de futebol da associação dos Palheiros para uma nova valência de parque de autocaravanas. A ideia é potenciar o que temos de bom e tentar que as visitas à nossa freguesia não sejam tão sazonais. Nos picos de afluência de verão, a praia fluvial chega a ter cerca de 5.000 pessoas por dia, ficando o resto do ano quase deserta. O objetivo é tentar fazer com que durante

todo o ano haja afluência àquele espaço de lazer”. Balanço de uma primeira experiência política Com o espírito de missão de tentar melhorar as condições das populações da freguesia, o presidente Paulo Cardoso enunciou que “este primeiro mandato foi um mandato de aprendizagem, uma vez que nenhum de nós tinha qualquer experiência politica e de gestão pública. Foi um mandato que serviu para adquirir experiência e sentir o pulsar da freguesia”. No global o balanço é muito positivo, tendo o presidente destacado a importância que têm as pequenas obras, pois podem significar uma grande diferença no diaa-dia das pessoas. Apesar disso, está em fase de obra um importante investimento camarário de cerca de 3.8000.000 de euros em saneamento, na zona de serra que abrange as populações do Casal do Lobo, Cova do Ouro e Dianteiro. Revela ainda que para um segundo mandato o objetivo passa por reorientar a agenda mais para as vertentes cultural, de lazer e de apoio social, tentando dinamizar o apoio à população sénior. O presidente aproveitou ainda para deixar uma mensagem: “estamos cá para trabalhar e apesar de não estarmos isentos de erros, estamos a fazer o melhor que sabemos pela nossa população com o objetivo de melhorar o nosso desempenho e tentar criar uma nova dinâmica que consiga cativar mais pessoas para a nossa freguesia”.



CAIXA CRÉDITO AGRÍCOLA, UM BANCO PRÓXIMO DO CLIENTE O CA de Coimbra, sediado na cidade do conhecimento desde 1950, é uma verdadeira entidade dinamizadora da economia local que com a sua autonomia e integração na região, conhece em profundidade a realidade do respetivo tecido empresarial e económico e ainda os desafios que se colocam para o progresso económico-social a nível local. Em conversa com a Portugal em Destaque os administradores Rui Vital, Luís de Aguiar Dias e o coordenador comercial Jorge Vicente, falaram um pouco sobre os projetos do grupo. CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA DE COIMBRA

LUÍS DE AGUIAR DIAS E RUI VITAL A génese do CA Agrícola As primeiras relações do CA Agrícola remetem ao ano de 1498 com a criação das Misericórdias de Portugal. No entanto, o verdadeiro Crédito Agrícola nasceu meses depois da implantação da República, por decreto outorgado pelo Ministro do Fomento, Brito Camacho, a 1 de março de 1911 e com as suas atividades reguladas em 1919. A operar em Coimbra desde 1950, a génese do banco assentou na agricultura e nos valores do cooperativismo que nestes 100 anos sempre estiveram presentes. “Hoje, embora o setor agrícola continue a ser um dos pilares da nossa génese, estamos disponíveis para apoiar qualquer projeto desde que os empreendedores demostrem sua viabilidade” explicou o administrador do CA de Coimbra, Rui Vital, acrescentado “não nos podemos desligar do risco associado aos projetos. Estamos disponíveis e apoiamos qualquer setor, mas sempre com uma posição muito prudente e que de alguma forma possa precaver a deterioração das nossas carteiras”. Um banco próximo do cliente Com o propósito claro de ser o melhor banco nos mercados em que opera, o CA apresenta-se pragmático na sua estratégia, nomeadamente naquilo que é a promoção de valores cooperativos e naquilo que é a missão do grupo - ser um motor de desenvolvimento local das comunidades com um conceito de banco de proximidade em que se aposta claramente na relação direta com o cliente. O administrador Rui Vital esclareceu esta posição de proximidade: “não passa por esperarmos a visita do cliente, mas por também 62 | PORTUGAL EM DESTAQUE

convivermos com ele”. O administrador Luís Dias explicou que “este conceito (de proximidade) não se limita exclusivamente a estarmos próximos fisicamente. Nós somos o único banco sediado em Coimbra e o que fazemos é a captação de recursos nos mercados locais, orientando estes mesmos recursos para a atividade económica da região. Este é um verdadeiro serviço público que é fundamental que a banca pratique e que muitas vezes não é suficientemente evidenciado, mas que no caso do CA ele é potenciado”. Esta estratégia de posicionamento é muito fincada e pragmática em que se salienta a importância da atuação do CA nos mercados em que está presente. O administrador referencia a responsabilidade empreendedora e social do Grupo CA, “fazemos a recolha das poupanças e tentamos capitalizá-las, devolvendo à comunidade através do in-


contributo solidário de uma forma criativa. Paralelamente aos objetivos económicos, existe uma preocupação social constante no sentido de incentivar e promover o desenvolvimento da região. O administrador Rui Vital destaca que “é uma posição importante porque de uma forma muito próxima somos um fator determinante para que o serviço social prestado às sociedades vá permanecendo e vá singrando”. No âmbito da educação, da saúde, bombeiros, desporto, cultura, têm sido celebrados diversos protocolos e instituídos prémios de mérito, por exemplo na educação, “fazendo jus à nossa missão”.

vestimento e do empreendedorismo protagonizado pêlos diferentes agentes económicos. A formação de resultados vai muito por aí, recolher a poupança e canaliza-la para o empreendedorismo, para criar riqueza, emprego e bem-estar nas localidades em que estamos inseridos, não desviando recursos para outros investimentos mais especulativos, que a curto prazo poderiam ter um retorno mais alavancado, mas que, por outro lado, poderiam conduzir a perdas importantes e que a crise financeira veio a revelar com particular destaque. Isto é o verdadeiro serviço público do Crédito Agrícola: apoiar empreendimentos geradores de riqueza, emprego e bem-estar”. A política de proximidade acrescenta ao Grupo uma maior obrigação de rigor e trabalho “é uma responsabilidade avaliada muito mais facilmente pelos nossos clientes do que pela generalidade dos clientes de outras instituições bancárias porque, se por um lado a proximidade nos permite conhecer melhor o cliente, por outro, também permite que ele nos conheça melhor a nós. Se não conseguirmos ser responsáveis e organizados isso também é percetível pelo cliente com mais facilidade. É necessário ter uma atitude muito equilibrada e que passe ao cliente a forma responsável como são geridos os ativos e as carteiras que temos” referiu Rui Vital.

Quem tem história tem futuro O Grupo Crédito Agrícola afirma-se como um Banco de referência no sistema bancário português. É um grupo financeiro cooperativo, próximo das pessoas, com 671 agências em todo o território nacional. O futuro apresenta como desafio a conjugação da banca digital com a dinâmica de proximidade, que nos caracteriza. Rui Vital mostrou a sua expetativa de esperança para o futuro nacional: “há que ter esperança que o ano que vem possa ser melhor que o que passou, que exista estabilidade governativa, nos órgãos de soberania e no sector financeiro. O país precisa que a banca dê uma imagem forte, estável, sem as constantes notícias que vão alimentando a desconfiança das pessoas. O cooperativismo e uma política de responsabilidade são fundamentais para o futuro do país e do setor financeiro”.

O Sorriso do Cliente diz tudo Os resultados que o CA tem alcançando revelam um crescimento consistente com uma presença cada vez mais firme e consolidada no mercado. A ponderação e a relação que mantem com os seus clientes são a base que sustenta estes resultados. “Aquilo que tem sido a nossa estratégia e a nossa forma de estar tem sido compensadora. Se por um lado os clientes que têm estado connosco querem continuar, também temos demonstrando um potencial de angariar novos clientes que nos permitem ter carteiras para sustentar o futuro e de alguma forma nos motivam a ter esta forma de estar e trabalhar” referiu Rui Vital. De facto, esta é uma posição destacada pela satisfação dos seus clientes. O CA foi em 2016 o banco com menores reclamações, o que explica um índice de satisfação bem acima da média do setor bancário. “Somos o único banco que pode dizer que não tem notícias negativas” concluiu. Vertente Social e Apoio à solidariedade Em comemorações do seu 50º aniversário uma empresa de referência do concelho de Coimbra promoveu uma iniciativa solidária a que deu nome de ’50 cadeiras do curso de vida’. O objetivo foi entregar 50 cadeiras a entidades da região e personalidades, para que fossem decoradas e personalizadas com o intuito de serem posteriormente leiloadas. O valor do leilão seria atribuído à instituição Lar Girassol, instituição de acolhimento para crianças desprotegidas. O CA de Coimbra aceitou esse desafio e foi ainda mais longe ao comprar a sua própria cadeira, dando assim o seu PORTUGAL EM DESTAQUE | 63


MEIO SÉCULO DE EXPERIÊNCIA Com mais de 50 anos de existência na área da Construção Civil, a A. Baptista de Almeida, existe para garantir ao mercado, construção de qualidade, profissionalismo e competência técnica. Tem clientes em Portugal e França. A atuação em diferentes áreas de negócio, como por exemplo, o Turismo, a Saúde, a Industria ou o Comércio, asseguram o desenvolvimento da Experiência e Know How que hoje disponibiliza ao serviço dos seus clientes. A. BAPTISTA DE ALMEIDA sua dimensão quer pela sua importância muito relevantes para a atividade empresarial do país, um facto do qual muito nos orgulhamos.

Com mais de 50 anos de existência no mercado da construção civil como surgiu a A. Baptista de Almeida? Foi fundada nos finais dos anos 50, pelo Eng. António Baptista de Almeida, tendo sido transformada em sociedade anónima em 2001. Em 2002 implementámos uma Política de Qualidade e de Satisfação do Cliente, o que nos fez pioneiros na aplicação de um Sistema de Gestão de Qualidade conforme a Norma NP EN ISO 9001. Atualmente tem presença em Portugal e França, resultado da implementação de uma estratégia empresarial de expansão. Os mais de 50 anos de presença no mercado da construção civil confirmam o rigor, profissionalismo, competência técnica e comprometimento da A. Baptista de Almeida na execução de obras de engenharia e construção de qualidade.

mércio e distribuição, hotelaria, serviços, reabilitação e saúde. Posicionamo-nos como uma empresa de média dimensão e que é muito competitiva para obras de média dimensão, isto é superior a 1 milhão de euros.

Qual a vossa posição no mercado e os serviços que oferecem? Disponibilizamos aos nossos clientes serviços de construção em praticamente todos os segmentos de mercado da construção civil. Dispomos de elevada experiência no segmento industrial, do co-

Entre edifícios mais modernos e outros mais clássicos, a A.B.A. tem várias das suas obras espalhadas pelo país nos mais variados setores. Existe algum trabalho que mereça um lugar de destaque? Não queremos destacar obras em particular, todavia já executámos obras quer pela

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Quantos funcionários emprega a A.B.A.? Dispomos de cerca de 60 colaboradores. Qual é o fator de diferenciação que destaca a vossa oferta das restantes, no mercado da construção civil? A grande mais-valia de um projeto desenvolvido pela A. Baptista de Almeida é seguramente a certeza de receber o trabalho feito de acordo com o projetado e com plena satisfação do cliente. É pelo exposto que os Clientes confiam na A. Baptista de Almeida e a procuram sempre que necessitam de desenvolver um novo projeto.

Como vê o mercado português atualmente? Depois de uma época de crise têm denotado um recrescimento económico e um maior investimento em Portugal? Continuamos a avaliar o mercado com ponderação, apesar de apresentar tendências muito positivas de retoma. Continuaremos fiéis à nossa cultura empresarial de forma a manter sustentada a atividade da empresa. Ter sido destacada com o prémio de PME Líder em 2014, veio reconhecer a qualidade do vosso trabalho, que mais reconhecimentos têm recebido? Fomos galardoados em 2013 com o prémio PME Excelência. Um outro fator de notoriedade, solidez e credibilidade é o nosso alvará, a A. Baptista de Almeida, SA tem o alvará Nº 75. Objetivos e projetos a concretizar durante este ano? Os nossos objetivos passam por consolidar a nossa posição em Portugal e desenvolver a nossa operação em França. Dispomos de diversos projetos em curso, nos segmentos de hotelaria, comércio e distribuição, e indústria. Por onde passa o futuro da A.B.A. a longo prazo? O futuro da ABA passa por manter uma posição sólida no mercado da construção civil. Esta manutenção será possível através da constante identificação das soluções mais inovadoras quer sejam elas materiais, quer sejam técnicas.



MAIS DE 20 ANOS DE EXPERIÊNCIA NA DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR Américo Apolinário é o proprietário do Intermarché de Soure, que comemora duas décadas no próximo ano, e do recém-aberto Intermarché de Coimbra, um espaço moderno que reúne vários serviços e que criou já 60 novos postos de trabalho na cidade dos estudantes. A revista Portugal em Destaque foi conhecer esta história de sucesso e dedicação no setor da distribuição alimentar. INTERMARCHÉ DE COIMBRA E DE SOURE

AMÉRICO APOLINÁRIO

A aventura de Américo Apolinário no grupo “Os Mosqueteiros” começou há 21 anos, em Cantanhede. Nascido em França, o empresário foi o responsável pela área logística do grupo, cargo que ocupou durante dois anos e que lhe permitiu conhecer profundamente o setor da distribuição alimentar. Américo Apolinário gostou tanto desta área que nunca mais a largou e daí a enveredar por um projeto independente no grupo foi um passo: “Apesar de ter nascido em França, sempre quis regressar às minhas origens e ter a minha empresa em Portugal”, recorda. Intermarché de Soure: a primeira aposta Foi em 1998 que Américo Apolinário realizou o seu sonho, com a abertura do seu primeiro espaço comercial, em Soure. A comemorar 20 anos em março do próximo ano, o balanço não poderia ser mais positivo. “Conseguimos criar uma relação de verdadeira proximidade com os nossos clientes ao longo de todos estes anos”, confessa, relatando episódios que comprovam esta amizade e dedicação: “Já aconteceu várias vezes ter que abrir o estabelecimento depois de fechar, ou porque há uma festa e falta qualquer coisa ou porque um cliente se esqueceu da mala dentro da loja e me telefona durante a noite a pedir se a pode ir buscar. Há uma proximidade muito grande, toda a gente me conhece e contacta-me diretamente para resolver certas situações. É uma amizade que se vai estabelecendo entre nós e os clientes, que só se consegue com muito trabalho”, explica. Com 34 colaboradores, o Intermarché é um dos principais empregadores do concel66 | PORTUGAL EM DESTAQUE

ho de Soure, o que enche Américo Apolinário de orgulho. O empresário afirma que os seus colaboradores são um fator muito importante no sucesso do Intermarché, sendo que muitos deles – cerca de um terço – já o acompanham desde o início, há 19 anos, resultando numa experiência e num saber acumulado que não se encontra em muitos espaços comerciais: “Isto só pode significar uma boa relação entre a entidade patronal e os colaboradores, caso contrário esse vínculo não seria tão duradouro”, refere. Outro aspeto que contribui para a qualidade do serviço e, consequentemente, para a fidelidade dos clientes, é a formação continua que é dada aos colaboradores do Intermarché. Todos os anos existem formações em diversas áreas, de forma a acompanhar os novos métodos


de trabalho e as tecnologias que vão surgindo. Intermarché de Coimbra: experiência e modernidade Beneficiando de ligações a Coimbra em termos afetivos e familiares, e depois de analisadas as potencialidades da zona, foi fácil a escolha para um segundo projeto de Américo Apolinário. É na freguesia de Santa Clara que se localiza o mais recente espaço do empresário, aberto ao público desde o passado dia 28 de março. As expetativas são as melhores. “Conseguimos reunir em Coimbra dois fatores fundamentais: o da experiência acumulada nestes mais de 20 anos e uma localização excelente. É uma área em que fazia falta um Intermarché. Notámos muita curiosidade por parte da população, mesmo quando o espaço estava em construção. As pessoas vinham ter connosco e perguntavam quando ia abrir. Achamos, por isso, que o negócio tem tudo para correr bem”, afirma Américo Apolinário. Nesta fase inicial, o Intermarché de Coimbra conta com uma equipa de 60 colaboradores, mas o empresário prevê aumentar os funcionários, assim como os serviços disponibilizados no local. O espaço reúne uma “galeria de lojas”, à semelhança do que acontece no Intermarché de Soure, no qual os clientes podem complementar as suas compras e usufruir de serviços como cafetaria e/ou combustíveis. “No futuro tentaremos agregar novos serviços, de modo a facilitar o dia-a-dia dos nossos clientes. Pensamos ter, em breve, uma farmácia dentro do espaço comercial. Queremos ter uma presença mais forte no ramo da saúde, até porque Coimbra tem larga tradição nessa área. Acredito que faz todo o sentido ter aqui uma farmácia de apoio à comunidade local. O objetivo é que o cliente consiga encontrar todos os serviços básicos num único espaço, beneficiando ainda de estacionamento gratuito”, explica. Responsabilidade social O grupo “Os Mosqueteiros” é conhecido por adotar comportamentos e ações que promovam o bem-estar social e a ajuda à comunidade. Américo Apolinário não é exceção: “Tentamos sempre colaborar com os grupos desportivos e com as associações do concelho, em particular com os bombeiros, que sempre foram muito acarinhados pelo grupo. Achamos que realizam um trabalho de extrema importância para todos nós e não poderíamos ficar indiferentes a essa situação. Exemplo disso são as várias campanhas de recolha de fundos e de distribuição de equipamentos que vamos fazendo. É uma pequena ajuda que acreditamos que fará a diferença”. Conhecido ainda pelas festas e prendas que oferece aos clientes quando comemora mais um ano, o Intermarché de Soure não ficará indiferente à comemoração do vigésimo aniversário. Assim, Américo Apolinário apela a que os seus clientes fiquem atentos porque em março do próximo ano serão brindados com muitas surpresas: “Não é todos os dias que se comemora 20 anos e temos que premiar os clientes que nos foram féis ao longo deste tempo”, salienta. O empresário termina com um agradecimento à sua equipa de colaboradores: “Uma pessoa sozinha não vai a lado nenhum e eu tenho a sorte de ter colaboradores fora do normal que vestem a camisola e fazem tudo pelos clientes e pelas lojas”. O agradecimento estende-se aos clientes de Soure e Coimbra, com a promessa da continuação de um bom trabalho em prol da comunidade. PORTUGAL EM DESTAQUE | 67


PINHAL O Pinhal Interior Norte, no Centro do Centro, é um território acidentado, com magníficas paisagens a apreciar calmamente. As recentes e modernas unidades hoteleiras que aqui se encontram, podem ser uma boa opção para ficar e conhecer a região. Este território oferece produtos tradicionais de qualidade superior com variados pratos típicos e outras tantas iguarias. Destaca-se o queijo Serra da Estrela, o queijo do Rabaçal, o mel da Serra da Lousã, chanfana, cabrito, enchidos, chícharo, castanha, nozes, azeite, pão-de-ló e os licores. São muitos os saberes e os sabores. Nesta região encontramos o Concelho de Figueiró dos Vinhos, com oitocentos anos de História, revela uma enorme variedade de paisagens, com cambiantes assinaláveis. Do verde da Serra ao azul da Ribeira de Alge e do Rio Zêzere é possível contemplar os impressionantes monumentos com que a Natureza e a História contemplaram o espaço figueiroense e desfrutar do ar puro e de uma luz única. Também na região, o concelho de Castanheira de Pera não apresenta passado histórico muito vincado, O concelho encontra-se inserido na bacia hidrográfica do Rio Zêzere. O principal afluente deste rio é a Ribeira de Pera que atravessa o Concelho no sentido Norte/Sul. A Sertã é uma vila portuguesa, sede de município, com 14 freguesias, distrito de Castelo Branco. A vila localiza-se num vale xistoso, numa área florestal com predominância de pinheiro bravo, eucalipto e oliveira. É banhada por duas ribeiras, a Ribeira da Sertã (Ribeira Grande) e a Ribeira do Amioso (Ribeira Pequena). Todo o oeste do concelho é delimitado pelo Rio Zêzere. Um concelho que seduziu inúmeros povos ao longo de mais de mil anos de história. Repouse o seu olhar no extenso manto verde que veste esta região e deixe-se embalar pela frescura das águas das albufeiras que a circundam. Berço de homens notáveis como Nuno Álvares Pereira, Lopo Barriga ou Manuel Antunes, este concelho alberga também um património material de elevado valor histórico.

“EXISTIMOS PARA BEM SERVIR” Estão há pouco no mercado mas já são uma empresa de referência no transporte de passageiros. Carlos Venâncio fala desta empresa e profissão com paixão, considera-a mesmo “a menina dos seus olhos”. VENÂNCIOTUR O nome Venâncio surge como homenagem a alguém muito especial, a área do transporte já é um sonho de criança, que sob o impulso da família se concretizou. A VenâncioTur realiza todo o tipo de transporte de passageiros, de eventos, a passeios turísticos ou mesmo visitas de estudo. Já há bastante anos ao serviço, ainda que por nome de outras empresas, a experiência ensinou-lhe que é necessário qualidade no serviço, pessoal formado e especializado e um autocarro limpo e bem apresentado, e é sobre estas bases que a VenâncioTur funciona. A frota composta, para já, por dois autocarros, está servida de um conforto e apresentação inigualável. Quanto aos conselhos que quem disto percebe, aconselha aos seus passageiros a não se esquecerem da medicação e da boa disposição. É adepto do ‘vá lá fora, cá dentro’ e aconselha a costa de Aveiro, Trás-osMontes e o Douro para uma visita. Mas nesta época diz que não há nada que iguale o “Alentejo florido”. Assim continuará na consolidação de um negócio em busca de bem servir, sempre. 68 | PORTUGAL EM DESTAQUE


O OÁSIS DA BEIRA Banhada pelo Rio Zêzere e pelo Trízio, onde nascera o ilustre D. Nuno de Álvares Pereira, conhecido por Santo Condestável, tem muito para apreciar, da cultura ao desporto, da gastronomia às belas paisagens, é sem dúvida uma das belezas do concelho de Sertã. UNIÃO DE FREGUESIAS DE CERNACHE DO BONJARDIM, NESPERAL E PALHAIS

MÁRIO SIMÕES Banhada pelo Rio Zêzere e pelo Trízio, onde nascera o ilustre D. Nuno de Álvares Pereira, conhecido por Santo Condestável, tem muito para apreciar, da cultura ao desporto, da gastronomia às belas paisagens, é sem dúvida uma das belezas do concelho de Sertã. O atual presidente da Junta de Freguesia, Mário Simões, está ao comando desde 2016, tal deve-se, como o próprio refere, ao triste acontecimento do falecimento do ex-presidente Diamantino Calado Pina, num incidente mesmo frente à Junta da Freguesia, o antigo tesoureiro, viu-se obrigado a assumir o cargo, para poder dar continuidade ao bom trabalho. Esta é uma “freguesia completa”, onde todas as áreas são abrangidas e onde nada ou ninguém é deixado de parte. Atrações A praia fluvial do Trizio é um sítio procurado por muitos para relaxar. Encontra-se também nesta praia, o Centro Náutico do

Zêzere. Esta infraestrutura dispõe de uma série de completamentos para agrado de quem visita, entre bar, campismo e piscina flutuante. Além de todas estas condições, para os mais aventureiros, o Clube Náutico do Zêzere proporciona a prática de vários desportos aquáticos, que segundo o presidente “atrai grande parte dos turistas, principalmente jovens”. No desporto é de destacar também o Grupo Desportivo de Vitória de Cernache, que abrange varias faixas etárias e de ambos os sexos. Mas o evento principal é a Romaria de S. Nuno de Stª Maria, em Cernache do Bonjardim, que decorre nos finais de abril, uma romaria que acaba por ser quase um feriado para a população. Esta é uma festa em honra de São Nuno que tal como Mário Simões afirma, “pode e deve ser visitado.”. Nesta festa há de tudo, desde a ótima gastronomia da região, ao artesanato local, à animação, a tradição é importante para a população e assim esta tenta manter a mesma ao longo do passar dos anos, pois “a população é bastante devota ao S. Nuno”. Pode-se mesmo ver espalhadas pela freguesia e mesmo pela própria junta ilustrações e estátuas de São Nuno. Educação e Ação Social “É importante ajudar desde a juventude até aos idosos, temo-lo feito desde há muitos anos para cá e continuamos a fazê-lo”, diz o edil. A União de Freguesias apostou nos últimos anos na acção social e educação, pelo que foi criado o Instituto Vaz Serra, que pretende dar “a melhor formação aos nossos jovens”. Possui desde cursos regulares, a cursos profissionais e vocacionais, de

modo a criar bons profissionais. Na ação social muito tem sido feito, apoiam-se jovens carenciados e felicitam-se os bons alunos. Aos idosos, o Centro Social S. Nuno de Santa Maria presta quase todo o apoio, tem Centro de Dia onde os idosos podem conviver, Apoio Domiciliário onde presta limpeza e refeições ao domicílio, Lar e Unidade de Cuidados Continuados. Dificuldades sentidas O recente presidente refere que não se beneficiou muito com a recente união, já que Palhais fica distante do centro, pelo que por vezes é difícil prestar atenção rápida e eficiente aos habitantes que se encontram mais deslocados, mas que tal tem vindo a ser tratado para se encontrar uma melhor solução. Além deste problema, o edil fala ainda dos cortes financeiros, sendo que estes não ajudam na construção de novas infraestruturas e nas obras necessárias à freguesia. O abastecimento de água não chega ainda a todos as localidades. O futuro Confiante no futuro, diz que ainda há muito para fazer, mas que esta região possui uma população “muito colaboradora, orgulhosa da sua terra, na procura de mais e melhor” e assim entre autarcas e população todos os objetivos serão cumpridos. Não pensa em candidatar-se, despede-se do cargo com satisfação, afirmando que o faz por uma questão pessoal e porque necessita de descansar. A este oásis abençoado por S. Nuno, que festeja 500 anos de foral, deseja um futuro promissor.

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A NATUREZA AO VIVO Em entrevista à Portugal em Destaque, o presidente da Junta de Freguesia de Aguda fala-nos sobre a beleza natural do território e partilha um balanço sobre o presente, antecipando o futuro. FREGUESIA DA AGUDA

CARLOS SIMÕES 70 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Inserida no concelho de Figueiró dos Vinhos, Aguda é uma freguesia extensa, que se propaga por uma área total de 39.67 quilómetros quadrados, onde reside um conjunto de aproximadamente 1500 habitantes. Orgulhoso do seu foral quinhentista (atribuído em 1514 pelo rei D. Manuel), este corresponde a um território que – nas palavras do presidente da Junta de Freguesia, Carlos Simões – se caracteriza “pela sua população simpática e sossegada, que gosta muito de conversar”. Em consonância com essa mesma essência, encontramos a singular riqueza do património natural que Aguda tem para oferecer a todos quantos a visitem. Exemplo disso mesmo é a praia fluvial das Fragas de São Simão, descrita pelo nosso interlocutor como “uma coisa verdadeiramente fora do comum” e marcada “pelas águas límpidas e pela sua beleza encantadora”, onde até existe espaço para a prática de desportos radicais. Mas também na rota de visita obrigatória deve constar o Casal de São Simão, uma Aldeia do


Xisto, que se encontra, inclusivamente, “referenciada para as 7 Maravilhas de Portugal – Aldeias”, explica o presidente da Junta de Freguesia, numa conjuntura em que a oferta de turismo rural é já uma realidade. Igualmente dignos de registo são, ainda, o Museu de Almofala – que, paralelamente a inúmeras peças de antigos materiais agrícolas, inclui uma série de artefactos religiosos e outros artigos de coleção –, a Escola de Escalada (que potencia um dos importantes recursos naturais da região) e os variados trilhos e percursos, onde é possível caminhar, fazer desporto ou simplesmente respirar a qualidade de vida que fala por si. Uma missão desafiante Atualmente no decurso do seu primeiro mandato enquanto líder do executivo, Carlos Simões demonstrou, desde cedo, a clareza das suas ambições. A comprová-lo há uma série de obras desempenhadas no território, entre as quais se destacam os trabalhos de restauro nos dois cemitérios da freguesia ou a renovação do icónico Largo do Pelourinho. A esse acrescentam-se, por outro lado, os esforços de apoio às diversas associações de Aguda. Atrair a população mais jovem através

das atividades desportivas – e, em particular, das provas de BTT-TT – tem sido uma das apostas que a Junta de Freguesia tem igualmente assumido, em conjunto com as coletividades do território. Outra das iniciativas introduzidas pelo atual executivo é a Feira Tradicional em Aguda. Realizado anualmente, este é um certame onde se reúne não apenas o melhor que o artesanato regional tem para oferecer, mas também a gastronomia única das tasquinhas locais. Prometendo superar as expectativas, a quarta edição do evento tem data marcada para 28 de abril, prolongando-se até ao dia 1 de maio. Confiante de estar perante uma freguesia bem equipada, quer em termos desportivos e de lazer, quer sociais, Carlos Simões não esconde a intenção de se recandidatar para um segundo mandato. “Gosto muito de ajudar todos os que posso”, explica o nosso interlocutor, antes de sublinhar que o reforço do saneamento (num esforço que exigirá a colaboração da Câmara Municipal) e a maior dinamização turística das Fragas de São Simão corresponderão a algumas das suas principais bandeiras. “Confiem em nós”, solicita o presidente, acreditando no potencial que Aguda tem ainda por afirmar.

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HÁ 90 ANOS A FABRICAR TECIDOS EM CASTANHEIRA DE PÊRA Albano Morgado, SA., é uma das maiores empresas têxteis do distrito de Leiria. Situada em Castanheira de Pêra, esta empresa serve uma das atividades que mais foi abalada em Portugal nos últimos anos, a confeção. Para ficarmos a conhecer um pouco mais sobre o funcionamento desta empresa e qual o segredo do seu sucesso a Portugal em Destaque esteve à conversa com Albano José Morgado, atual administrador da empresa, cujas declarações seguem abaixo. ALBANO MORGADO

ALBANO MORGADO A origem da empresa Albano Morgado, SA, remonta a 1927, altura em que Albano Antunes Morgado iniciou a sua atividade com uma pequena unidade de Tecelagem. Revelando um espírito empreendedor e uma grande força de vontade, em 1958, reuniu condições para o surgimento da empresa Albano Antunes Morgado, Lda. Porque se encontra inserida num mercado muito competitivo e em constante mutação, a empresa Albano Antunes Morgado, Lda., deu lugar à empresa Albano Morgado, SA., em dezembro de 2003 e, atualmente, a empresa dispõe da mais moderna tecnologia, de uma área coberta superior a 8000 m² e de um quadro de pessoal competente e interessado. Estratégia bem vincada O segredo do sucesso da Albano Morgado, SA., tem as suas bases assentes em dois ideais: a constante modernização e automatização dos processos produtivos e a internacionalização. Durante a década de 90 do século XX, e no início deste milénio, procedeu-se à modernização global da empresa mediante a total renovação do parque de máquinas, a otimização dos layouts, a informatização, a redefinição da imagem, a construção de uma ETAR e a aposta na melhoria da qualidade: “Já tivemos mais de 100 pessoas agora temos 80 devido ao processo de automatização que sofremos para podermos produzir mais com menos custos e assim podermos sobreviver à crise. Este processo foi benéfico porque conseguimos garantir qualidade e capacidade de resposta em tempo útil. Por outro lado, a internacionalização foi o segundo passo para alavancar a estrutura produtiva e o aumento de vendas”. De facto, esta empresa que, em 2008, contava com cerca de 25 por cento da sua faturação respeitante à exportação, atualmente vê essa taxa no patamar dos 55 por cento. Um aumento justificado pela presença dos produtos da Albano Morgado, S.A., em mais de 18 países, com grande expressão em França, Suécia, Noruega, Alemanha, Inglaterra e até Itália.

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Japão e EUA na mira Esta empresa costuma estar presente em duas das principais feiras internacionais do setor: a Première Vision, em Paris, e a Milano Unica, em Itália. Mas, para além da Europa, há dois mercados com interesse para esta entidade: o Japão e os EUA: “A principal dificuldade, no caso do Japão, tem a ver com a mentalidade do japonês que tem dificuldade em confiar num parceiro comercial. Só para terem uma noção, os nossos três principais clientes japoneses, fizeram questão de visitar as nossas instalações porque eles têm que ver in loco, que somos uma empresa de confiança e que somos o que anunciamos ser”, reiterou. 90 anos de sucesso A grande vantagem da Albano Morgado, SA., é ser uma empresa vertical onde todo o processo produtivo é controlado: “Nós adquirimos a matéria prima (lã) num estado natural, transformamos essa lã em fio, tecemos, tingimos e ultimamos, o que significa que controlamos tudo em termos de timing, conseguindo cumprir os prazos de entrega e garantindo a máxima qualidade. Isso permite-nos, também, ter a flexibilidade de quantidades menores e, por outro lado, reproduções dos clientes, fazendo tecidos com padrões específicos”, esclareceu o administrador. Como fabricante de tecidos, o destino maioritário do produto desta empresa é a confeção e, no que diz respeito às matérias-primas utilizadas, estas são nacionais, exceto, claro, as matérias-primas mais nobres, como a caxemira, por exemplo. A gerir uma empresa distinguida com o título de PME Líder, Albano José Morgado esclareceu o significado deste estatuto: “É um reconhecimento perante os nossos clientes e fornecedores da estabilidade financeira da empresa e isso é muito importante porque transmite confiança e credibilidade”, garantiu. A celebração dos 90 anos de atividade será feita, provavelmente, na feira de setembro, em Paris, onde irão ser apresentadas novidades aos compradores. Consciência social e orgulho em ser português Apoiante de toda a massa associativa e social do concelho onde está inserida, a Albano Morgado, SA., assume o seu papel interventivo e a sua importância na região: “Fazemos isso precisamente devido à responsabilidade que uma empresa como a nossa tem no local onde se encontra. Consideramos que todas essas associações e instituições são necessárias ao concelho e, por isso, gostamos de contribuir para a sua existência”, confidenciou o empresário. Sobre a atualidade do tecido empresarial português, o nosso entrevistado não mostrou dúvidas: “Estamos num bom caminho. O made in Portugal começa a ser reconhecido cada vez mais pela qualidade e não só pelo preço. O crescimento das exportações demonstra também isso mesmo”, adiantou. Como ressalva final, Albano José Morgado contou-nos que na próxima estação irão predominar as cores fortes e fluorescentes, como forma de “melhorar o astral das pessoas”.



O PROFISSIONALISMO EM “SALA LIMPA” A fábrica já existe há algum tempo e embora tenha passado por grandes dificuldades e mudado a estrutura e a gestão, veio afirmar-se como uma das empresas que mais produz para sala limpa. Com 95 por cento de produção exportada para um revendedor alemão, António Franco, diretor-geral esclarece que o objetivo é principalmente crescer. BAÍNHA ABERTA

Abriu portas em 2010 e embora bastante afetados pela crise, tudo se conseguiu ultrapassar. António Franco entrou em 2014 e descreve-se, num bom sentido como um profissional “obstinado”, na procura de mais e melhor. O material produzido para sala limpa para quem não conhece é o material feito para locais que precisam de estar totalmente desinfetados como laboratórios químicos, laboratórios que produzem remédios, locais onde se manufaturam satélites espaciais, centros cirúrgicos, entre outros. Para este trabalho a qualidade tem de estar inerente à peça, porque acaba por ser um produto tecnológico: “Aqui a qualidade tem de ser um fator crítico de sucesso, a qualidade tem de existir, o cliente não espera menos do que isso, na sala limpa não pode haver a mínima falha”. A empresa possui 55 colaboradores, nos quais diz ser necessário confiar. António Franco considera, assim, que acompanhar o trabalho de início ao fim não é estritamente necessário: “acho importante dar as ferramentas às pessoas para elas fazerem um trabalho bom de início ao fim, é preciso atribuir essa responsabilidade e confiar nas pessoas. A autonomia tem de ser ensinada e ser dada a pouco e pouco”. Para a Bainha aberta funcionar é estritamente necessário haver organização e faz-se através de muitas horas de trabalho e muito sacrifício e consensos no que se quer e no que é possível dar. “Uma costureira não se forma do dia para a noite, é preciso muito trabalho, começar por peças pequenas, é preciso tempo e é o que nós fazemos aqui, formar costureiras”. Embora com bastantes colaboradores não é fácil encontrar pessoal na área da costura que se concentra sobretudo na zona norte do país. Funcionam muito com o estágio IEFP, que considera uma ferramenta imprescindível.

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Segundo o diretor-geral da bainha aberta a mão-de-obra é importante, no entanto, a junção de máquina inovadora e bom trabalhador é indispensável. Um trabalhador numa máquina específica produz mais do que um trabalhador numa máquina não tão inovadora – “A mais valia vem sempre dos dois lados” - a empresa tem assim um mecânico sempre funcional para que qualquer ajuste seja feito ou qualquer máquina reparada. Quanto às principais dificuldades no setor, aponta que a mudança é uma. Sente que a sociedade se acomoda facilmente – “Estamos habituados a fazer uma coisa de uma determinada maneira, somos resistentes à mudança. É importante não ficarmos presos e ver maneiras de melhorar, se as pessoas não acompanham então aí é que é impossível”. A constante busca de mais e melhor faz de António Franco, um profissional exigente. Assim as apostas focam-se no crescendo de produtividade. Quanto a objetivos futuros salienta o facto da possível mudança de instalações, já que as atuais se encontram num edifício antigo que remonta ao século XIX. Assim refere-se a esta empresa como um desafio.


HONESTIDADE DE INÍCIO AO FIM. A Remax é uma empresa já conhecida nacionalmente, no entanto a loja da Sertã, funciona sobre a base da simplicidade e honestidade focando-se na tradição que envolve esta vila e quem nela vive. Falamos com Nuno Ribeiro, broker e coordenador desta casa que afirma que o seu trabalho passa sobretudo por ajudar os outros na realização de um bom trabalho e na concretização dos seus sonhos, no que diz respeito a uma casa nova. REMAX TRADIÇÃO - SERTÃ

NUNO RIBEIRO E LUÍSA MADUREIRA “O nosso primeiro princípio desde a abertura foi sempre o cliente em primeiro lugar e que este saísse sempre satisfeito, com ou sem casa.” Nuno Ribeiro começou por referir que o mais importante em todos os negócios são os clientes. Eles devem ser servidos da melhor forma, devem ser sempre colocados em primeiro lugar, “Muitas vezes não se vende uma casa, mas ganha-se um amigo que acaba por passar a palavra do bom atendimento que recebeu” afirmou. Os colaboradores são também um fator indispensável numa boa relação entre todos e na confiança nos mesmos. “O principal é acreditar nas pessoas que temos à nossa frente e as vezes é isso que dá força e alento ao agente. Já tive aqui agentes que nunca acreditaram que iriam ganhar o dinheiro que estão a ganhar. (…) Isso é motivador até para mim, porque os vejo realizados”. Acrescenta que um vendedor contente e motivado é mesmo a cereja no topo do bolo. Nem sempre é fácil motivar os diversos vendedores. Como o próprio afirma, acontecem várias peripécias, como um cliente que desiste da compra - como qualquer ser humano, o agente também “possui despesas e contas para pagar”. No entanto é a boa vontade e confiança que lhes transmitem que os faz avançar: “Os nossos agentes também sabem que é o trabalho deles e agem em equipa, aqui ninguém tira nada a ninguém. E essa situação faz com que se motivem e cresçam”. Na Remax há a tradição, de organizar pequenos jantares ou festas para que os agentes possam conviver, “a boa relação entre os colegas é fundamental para o trabalho fluir da melhor forma”, considerou o coordenador da Remax Sertã. “Clientes da Sertã querem sempre um bocadinho de terra à beira rio plantado.” Quanto às habitações mais vendidas em Sertã nota que há cada vez mais fluxo de estrangeiros que procuram aqui a sua segunda casa, uma casa para descansar onde o contato com a natureza é uma realidade. Nuno referiu que a Sertã é um óptimo local quer para vi-

ver quer para visitar: “Muitos vivem aqui como zona de eleição, pela relação preço/ qualidade no que diz respeito à habitação. Vivemos numa zona verde espectacular, dificilmente há outra zona similar. Temos diversos tipos de fruta, temos vinho, uma aguardente de medronho apreciada no mundo, temos muitas zonas verdes, temos muita água, muitas ribeiras, regatos e duas albufeiras e praias- isso faz com que as pessoas fiquem fascinadas e cada vez mais tendem a ficar residentes neste concelho”. Quanto aos habitantes locais afirma que estes são ligados à tradição e como tal na procura de casa optam sempre por um sitio com algum terreno, para poderem cultivar. As pessoas acabam sempre por querer voltar ao passado, “à casa dos avós, onde mexiam na terra, faziam pão e vinho”. “Isto não é um mar de rosas, há muitas medalhas, mas também muitos obstáculos para ultrapassar” Quanto às dificuldades afirma que a primeira foi o seu receio quanto a este negócio, sempre foi comercial e criou a empresa numa época em que a crise estava instalada e os empréstimos bancários dificilmente eram aprovados. Mas tudo se ultrapassou. Outra dificuldade é a pressão diária - “De facto, a vida é cheia de surpresas e por vezes desanimamos: um crédito que cai, um cliente que desiste à ultima hora e nós trabalhamos com percentagens: se vendermos ganhamos se não vendermos não ganhamos.” - é precisamente por isso que Nuno tenta motivar e dar alento aos seus agentes. Completamente transparente quanto ao seu trabalho, Nuno pretende continuar a satisfazer clientes e colaboradores, primando pelo que faz desta casa um sucesso: a honestidade, o dinamismo e a procura de melhor.

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MEDICINA VETERINÁRIA PARA TODOS Consultas, cirurgias e exames de diagnóstico são alguns dos serviços da VetFigueiró. A clínica veterinária existe desde 2011 e o crescimento e a introdução de técnicas inovadoras tem sido uma constante ao longo dos anos. Aqui não são apenas os animais de companhia que visitam o veterinário, também as espécies pecuárias são tratadas nesta clínica de Figueiró dos Vinhos. VETFIGUEIRÓ

TIAGO FERREIRA, CIDÁLIA FREIRE, INÊS OLIVEIRA E HÉLDER VALENTE A prestação de serviços veterinários era algo que estava em falta no concelho de Figueiró dos Vinhos há seis anos atrás. Assim, dois médicos veterinários arregaçaram as mangas e inauguraram a VetFigueiró em 2011. “Quando começamos, tínhamos apenas um consultório e pouco material de diagnóstico. Através de um projeto de crescimento introduzimos novos serviços como as ecografias, cirurgias e raio-x. Atualmente temos dois consultórios, uma sala de cirurgia e outra de raio-x, uma ala de internamento e uma sala de laboratório equipada com microscópio, aparelho de hematologia e bioquímicas”, começa por contar Tiago Ferreira. Na antiga ‘Sintra do Norte’, mais concretamente nesta clínica, podemos encontrar todos os serviços básicos e necessários para um diagnóstico preciso da saúde dos animais. Até porque nos últimos anos, tem-se registado um interesse crescente nos cuidados e bem-estar dos animais de companhia. É por isso mesmo que na VetFigueiró, toda a equipa tenta dar os conselhos básicos para um crescimento saudável e feliz, desde a primeira consulta. “Antigamente a veterinária era associada a um serviço muito caro mas agora cada vez chegam até nós pessoas mais velhas com os seus animais. As pessoas reconhecem que fica mais caro serem descuidados no que diz respeito aos cuidados de vacinação e prevenção e por isso optam por trazer os animais ao veterinário antes que possam ficar a saber de alguma doença que podia ser evitada”, explica o responsável da clínica. Localizado numa zona tradicionalmente rural, este espaço não recebe apenas animais de companhia, como cães e gatos. Aqui existe ainda uma componente para tratar espécies pecuárias existentes na região,

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como ovelhas, cabras e suínos. Figueiró dos Vinhos está próximo dos distritos de Leiria, Castelo Branco e Coimbra e os clientes chegam maioritariamente destes locais. Para o veterinário Tiago Ferreira, “as pessoas procuram-nos pela proximidade e pela qualidade dos nossos serviços. Também prestamos um serviço ao domicílio muito abrangente, desde Pombal a Pedrogão Grande, no caso das espécies pecuárias, o que atrai muitas pessoas a procurarem os nossos serviços”. No que diz respeito aos animais de companhia, as doenças do foro digestivo e dermatológico são os principais motivos para consulta. A aposta na inovação continua a ser uma constante e por isso foi implementado o serviço de urgência 24h, uma mais-valia na região. A equipa da VetFigueiró é composta por quatro funcionários especializados em medicina veterinária. A formação é de extrema importância para este grupo que acompanha as descobertas e tratamentos inovadores. “Doenças que eram consideradas incuráveis há uns anos atrás, atualmente podem ser tratadas e existem métodos de controlo. Por exemplo na ecografia, têm de existir formações mais aprofundadas para prestar o melhor serviço”, defende. No entanto, o diretor não esconde a dificuldade em contratar pessoal qualificado e formado em veterinária na zona de Figueiró dos Vinhos. O balanço deste trabalho dedicado aos animais revela-se positivo e é caracterizado pelo crescimento atingido ao longo dos anos. O futuro da VetFigueiró passa agora pelo investimento em novos equipamentos que garantam um serviço de qualidade e excelência.


O SUCESSO AGRÍCOLA E FLORESTAL Criada em 1980, a Cooperativa Agrícola do Norte do Distrito de Leiria, promove os setores agrícola e florestal. Com cerca de dois mil associados, a FICAPE trabalha como intermediária entre os produtores florestais e os grandes grupos da indústria de celulose. A certificação florestal é um objetivo deste organismo que valoriza a maior riqueza da região. FICAPE

FILIPA ALMEIDA E MANUEL SILVA Numa região fortemente florestal não poderia faltar uma cooperativa agrícola como a FICAPE. A Cooperativa Agrícola do Norte do Distrito de Leiria, nasceu em 1980 e está sediada em Figueiró dos Vinhos. A sua área de atividade abrange ainda os concelhos de Castanheira de Pêra, Pedrogão Grande e outras regiões limítrofes e conta já com dois mil cooperadores. De um modo geral, atua nas áreas agrícola e florestal através de serviços, venda de produtos agropecuários e apoio técnico: “Temos uma área comercial de venda de produtos agropecuários e aconselhamento técnico agrícola, ou seja, o agricultor ou associado que se desloca às nossas instalações, tem uma enorme variedade de produtos agropecuários desde rações, plantas, sementes, equipamentos agrícolas e florestais. Temos um armazém de produtos fitofarmacêuticos que são necessários para a produção”, conta Filipa Almeida, técnica superior de contabilidade da cooperativa. Mas os serviços da FICAPE não ficam por aqui. Outra área bastante procurada é a intermediação de madeiras, uma vez que a cooperativa é fornecedora de empresas da indústria da pasta de papel e algumas serrações. Ou seja, estabelece uma ligação com os seus próprios fornecedores e faz o escoamento do produto florestal, como o eucalipto. Esta componente técnica no âmbito de projetos de arborização concretiza-se a partir dos gabinetes florestais e agrícolas e de técnicas credenciadas pelas entidades competentes. Fornecer apoio nas candidaturas agrícolas e florestais é também um foco: “Consideramos que a nossa atividade é muito importante para a região. A nossa população está cada vez mais envelhecida e as exigências são grandes, por isso contribuímos bas-

tante no sentido de ajudar os agricultores na sua prática”, acrescentam Filipa Almeida e Manuel Silva, diretor da FICAPE. A certificação florestal é um objetivo da cooperativa, apesar de todos os constrangimentos e burocracias que dificultam o processo. Por isso, mais uma vez, auxiliam os proprietários de terrenos através de apoios indispensáveis que fomentam uma floresta sustentável: “A riqueza do concelho é a área florestal e a tendência é investir na certificação florestal. A FICAPE existe há 36 anos, eu estou aqui há 40 meses e tem sido uma descoberta. Esta é uma cooperativa que fazia muito falta, que ajuda muito os associados e não associados”, defende o diretor. A cooperativa ambiciona aumentar o número de associados e continuar a contribuir para o sucesso agrícola e florestal. Ajudar a economia local e todos os intervenientes, desde o fornecedor ao cliente é também uma preocupação. O espaço da loja está a ser remodelado e irá ter uma maior variedade de produtos para responder às necessidades dos clientes e associados. Uma das metas para o futuro é continuar a apostar na certificação florestal e na dinamização do setor: “Queremos apelar aos nossos cooperadores a fazer o escoamento dos seus produtos, caso haja excedente de produção, estamos aqui para ajudá-los. O nosso objetivo é estar perto dos cooperadores antes, durante e após a produção. Temos condições para apoiar durante todo o processo, desde a parte técnica, à venda dos produtos até aos aconselhamentos”, concluem.

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O PRAZER DE CUIDAR DE CASTANHEIRA DE PÊRA A Portugal em Destaque visitou Castanheira de Pêra, deparando-se com um concelho bem organizado e embelezado por uma série de insfraestruturas desenvolvidas à volta da afamada Praia das Rocas. Prazilândia é o nome da empresa responsável pela manutenção, desenvolvimento e dinamização destes espaços e foi com José Pais, administrador desta empresa municipal, que estivemos à conversa por forma a conhecer o seu trabalho e um pouco mais sobre Castanheira de Pêra e do que ela tem para oferecer. PRAZILÂNDIA

A Prazilândia E.M., Empresa Municipal de Turismo e Ambiente de Castanheira de Pêra, cujo capital social é detido na sua totalidade pelo Município de Castanheira de Pêra, iniciou a sua atividade no dia 17 de junho de 2003, sendo responsável pela gestão da Casa do Tempo/Posto de Turismo, do Museu Lagar do Corga, Edifício do Clube de Ténis, gestão e exploração da Praia das Rocas e VillaPraia, Parque Infantil, promoção de atividades culturais, desportivas e de lazer. Tem como missão contribuir para o desenvolvimento sustentável do concelho de Castanheira de Pêra e a melhoria da qualidade de vida dos seus residentes e visitantes, assumindo-se como uma referência no território, através de uma atividade orientada para a preservação, qualificação e valorização do Turismo e Ambiente no concelho e região. Complexo Turístico da Praia das Rocas Desde 2005 que este Complexo é uma referência territorial e uma alavanca para o turismo de veraneio de toda a região. A sua grande marca identitária são as ondas (a 80 quilómetros do mar e a 500

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metros de altitude), que fazem as delícias dos miúdos e dos graúdos que durante o estio procuram Castanheira de Pêra para usufruir de umas férias em família. De qualquer modo, a Praia das Rocas destaca-se pelo seu surpreendente enquadramento e serviço onde a relação qualidade/ preço e a diversidade de atividades oferecidas proporcionam níveis de satisfação a todos os clientes bastante elevados. Acresce salientar, a segurança de todo o espelho de água e a temperatura agradável da água, com temperaturas normalmente superiores aos 20ºC, e das condições climatéricas, muito melhores em termos de horas de sol e sem necessidade de resguardo para vento e poeiras, ao contrário das praias litorais do centro e norte do país! Na praia toda a área balnear é segura, limpa e com uma temperatura só comparável às praias do Algarve. Diariamente são apresentados shows de aves, para além do espaço próprio de exposição de aves e répteis, onde cada um pode interagir e aprender com os animais em contexto de educação ambiental para todos. Aulas de hidroginástica e de aquazumba

proporcionam momentos de elevada diversão e satisfação a par do serviço de bar e restauração onde uma escolha suficientemente abrangente de menus e de outros produtos tem proporcionado aos clientes um serviço de qualidade aos melhores preços. O alojamento é composto por 12 bungalows e um veleiro, com possibilidade de se recorrer a mais casas em regime de Alojamento Local. Provavelmente a Unidade Hoteleira com mais serviços associados do país, é de referir que, durante a época baixa, os visitantes terão acesso à praia com desconto especial de 50 por cento para a época seguinte, pequeno-almoço, bicicleta, ginásio, ténis, canoas, tiro com arco, biocaching, mini-trampolim e, em regime de aluguer, stand up padle, escalada, trikes, power boat, passeios interpretativos, reportagem fotográfica, entre outros. Para este ano apresenta-se uma novidade: o Parque dos Escorregas, com parte infantil, área de estar e novos sanitários e balneários. Visitar Castanheira de Pêra Para além da vila histórica, a Praia Fluvial do Poço Corga, a Serra da Lousã, as Aldeias de Xisto, o monumento classificado dos Poços da Neve, o Vale Encantado da Ribeira de Pêra e o sol que no interior não se esconde tanto como no litoral, são mais do que motivos para visitar Castanheira de Pêra em qualquer altura, de janeiro a dezembro. Fica o convite!


“ACREDITAMOS NAQUILO QUE FAZEMOS” Fundado em 1955, o Centro Social de São Nuno de Santa Maria é uma Instituição de Solidariedade Social sem fins lucrativos, que tem por objetivo promover e dignificar integralmente o ser humano, através das suas valências destinadas a crianças e idosos. CENTRO SOCIAL DE SÃO NUNO DE SANTA MARIA Começa por nos dizer Joaquim Patrício, atual Presidente da instituição, que quem iniciou este projeto com mais de 60 anos foi Maria Violante Queirós e Mello, associada à congregação das Irmãs da Apresentação de Maria, que ainda hoje cooperam no apoio a crianças e idosos. Anos mais tarde, já em 2005, a comissão instaladora da altura entende que deve avançar com o projeto da construção de um lar de idosos, e assim, nesse ano é “colocada a primeira pedra”, que deu origem à atual Casa da Poesia. A Casa da Poesia é uma valência desta IPSS, que nasceu da “teimosia de Eduardo Patrício”, atual Vice-Presidente da instituição. “Tudo nasceu graças ao seu sonho e vontade de ajudar o próximo”, com alguma persistência e força de vontade, pois não foi fácil reunir as condições financeiras necessárias para se realizar esta obra, avaliada em três milhões de euros, explica Joaquim Patrício. A obra iniciada em 2008 vê-se concluída no ano de 2010, já sob a presidência de Joaquim Patrício. Para além do lar de idosos, com capacidade para receber 40 utentes, surgiu a oportunidade de criarem uma Unidade de Cuidados Continuados (UCCI), em parceria com a Administração Regional de Saúde (ARS) e Segurança Social. É nesta unidade, equipada com trinta camas, que prestam apoio aos mais debilitados, fazendo a gestão diária dos utentes encaminhados pela ARS. Os tratamentos ficam ao cuidado de um médico, terapeuta da fala, terapeuta ocupacional, nutricionista, animadora cultural, fisioterapeuta, auxiliares de ação médica e de serviços gerais e de oito enfermeiros em regime de permanência de 24 horas. Sobre esta unidade Joaquim Patrício afirma orgulhoso: “não queremos ser mais um lar, queremos ser o lar. Trabalhamos todos os sias para sermos uma referência e um exemplo para o país”. Questionado sobre o grau de satisfação dos seus utentes quer nesta unidade, quer no serviço de apoio domiciliário, Centro de Dia, Creche e Pré-Escolar, o Presidente diz que o valor percentual de satisfação é de mais de 80 por cento. Relativamente ao futuro, o atual executivo quer continuar a apostar na qualidade de vida dos seus utentes, acreditando que “o futuro se constrói todos os dias com trabalho, paixão e dedicação”. Alertam, por último, para que se combata a “visão miserabilista com que o país e em especial o Estado português olha para as IPSS”. “A mensagem que queremos deixar aos nossos governantes é para olharem para estes bons exemplos e apoiarem mais o interior do país, que enfrenta graves dificuldades”, termina o Presidente.

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LEIRIA Leiria é cidade e é distrito. Quando pronunciamos o seu nome somos transportados numa viagem através do tempo, que nos leva ao passado. Deixem-se conduzir, caros leitores, até ao século XIV, onde Portugal ainda era reino e quem o reinava era D. Dinis. Foi este rei e senhor o responsável por expandir a plantação do famoso Pinhal de Leiria, cuja madeira serviria, nos séculos seguintes, para construir as naus utilizadas nos Descobrimentos, um dos maiores (senão mesmo o maior) feitos que o português alguma vez levou a cabo. Permanecemos na nossa viagem por tempos passados e encontramo-nos no ano de 1422, onde D. João I autorizava a instalação de um moinho de papel, que viria a ser a primeira fábrica deste material em Portugal. Atualmente, o moinho foi convertido em museu, um projeto arquitetónico que tem a mão de Siza Vieira.Prosseguimos ao longo das décadas, cada vez mais nos aproximamos do Tempo Presente. A nossa próxima paragem é o Século XX, época na qual a posição estratégica e vantajosa de Leiria no território português favoreceu o desenvolvimento de indústrias diversas, o que produziu um desenvolvimento considerável e notório da cidade e da sua região envolvente. A nível empresarial destacam-se os plásticos, os moldes e os vidros, no entanto, muito mais áreas estão a ser desenvolvidas, muitos mais negócios a ser criados, muito mais investimento a ser implementado, destacando-se a hotelaria, a restauração, o automobilismo, e a cultura. Não fosse Leiria a principal candidata a ser a próxima capital da cultura. Para mais, a região tem um pouco de tudo, desde o agradável clima, às infraestruturas completas, a presença do desporto e uma vasta oferta no que é relativo à educação, sem deixar de referir o extremamente rico património, os museus, o artesanato, o entretenimento, até à gastronomia e ao turismo. Praias, muitas praias compõem este distrito. Como vê, dífícil é não agradar!

RESTAURANTE A GRELHA

Localizado na cidade de Leiria este é um restaurante simples, com cerâmica vidrada em tons de verde e amarelo expostas nas paredes. Do interior deste restaurante tem-se vistas para a cidade de Leiria. Com 20 anos de serviço de qualidade em Leiria, este restaurante possui parque de estacionamento, preços acessíveis, aceita reservas, serve takeaway, presta serviços de catering e organiza refeições para grupos. Aquando de uma visita pelo centro do país não perca a oportunidade de visitar este restaurante, que oferece uma ementa muito variada, prometendo agradar a miúdos e graúdos.

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A PROMOVER O DESENVOLVIMENTO EQUILIBRADO DA REGIÃO Nascida da reestruturação determinada pelo Governo em 2013, a Comunidade Intermunicipal da Região da Região de Leiria(CIMRL) veio substituir a anterior associação de municípios. Fundada em 2013, a associação é atualmente constituída pelos municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós. Uma região diversificada e cuja gestão apresenta vários desafios, como nos contou Raul Castro, atual presidente da CIMRL e autarca do concelho de Leiria, em entrevista à nossa revista. CIMRL Nas palavras do presidente da associação, a região é marcada pelas grandes diferenças existentes entre o litoral e o interior e pela importância que a mesma assume para a economia nacional. “A região é fortemente contributiva para o orçamento de estado. Temos muitas empresas aqui apostadas na internacionalização, o que nos levanta novos desafios, o de garantir infraestruturas em todo o lado. Nas acessibilidades estamos mais ou menos bem, a ligação ao interior devia ser ampliada para ter na sua extensão mais vias, porque isso é um passo importante para as empresas. Estamos todos a trabalhar em obras de saneamento e extensão de serviços de água. Aquilo que pretendemos é puxar pela região, para que possa merecer a atenção de potenciais investidores e a nível de turismo”, referiu.

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Desenvolvimento sustentável com aposta forte no turismo O principal desafio da CIMRL é conseguir criar condições de atratividade e desenvolvimento em medidas iguais para todos os seus concelhos. Um objetivo de árduo alcance, já que existem diferenças marcadas entre as diferentes localidades. “O nosso objetivo é que possa haver desenvolvimento sustentado. É um objetivo difícil, porque existem grandes assimetrias entre o litoral e o interior. Hoje em dia começa-se a falar da litoralização do


país, pessoas que vêm do interior para o litoral, porque é onde estão os empregos. Para a região estas assimetrias exigem mais desafios, porque o interior está numa depressão autêntica e por outro lado temos o litoral com este potencial enorme, onde estão as empresas e o turismo”, refere Raul Castro. Para o presidente da comunidade intermunicipal, é importante apostar numa melhor comunicação institucional e no desenvolvimento do turismo como forma de potenciar o crescimento da região. “Temos uma região fabulosa. Temos a proximidade a Fátima, que chama imensas pessoas. O património mundial, com Alcobaça e a Batalha, e também serras. Há várias pessoas a quererem fazer os percursos pedestres, a quererem apreciar a natureza. Ou seja, todo este conjunto faz com que exista um enorme potencial”. Projetos de crescimento Para o futuro, Raul Castro e a sua equipa têm já alinhavado a apresentação de um sistema de videovigilância florestal e um inventário financeiro para atrair investimento. “Estamos a trabalhar em tentar fazer um mapa de propostas para instalação de eventuais investimentos. Cada concelho fez um levantamento dos seus parques industriais, qual o preço e do que há, para irmos vender o território fora”. O grande objetivo da CIMRL é garantir oportunidade iguais para todo o território e trabalho para todos. “Eu gostava que estivéssemos todos no mesmo patamar em termos de sustentação de economia, porque é fundamental. Porque podemos ter qualidade de vida, boas condições de saúde, mas se tivermos desemprego é mau. Esta interligação de todos os segmentos é que é importante”, concluiu.

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O CRESCIMENTO DE UM CONCELHO QUE “MEXE” Leiria é uma das cidades mais importantes da zona centro do país, quer pela sua posição enquanto capital de distrito, quer pela importância socioeconómica que assume. Com uma população a rondar os 125 mil habitantes e com um total de 18 freguesias, o concelho assume agora o desafio de reforçar a qualidade de vida da sua população e cimentar o seu desenvolvimento económico. Raul Castro, presidente da Câmara Municipal de Leiria desde 2009 é, neste momento, um homem satisfeito com o crescimento e movimentação da cidade, conforme referiu à nossa revista. MUNICÍPIO DE LEIRIA “Leiria mexe. A restauração tem qualidade, temos vários eventos, vale a pena vir até Leiria. E tudo isso é bom para a economia: a gastronomia, a animação que arrasta visitas, o turismo de negócios”. Já no segundo mandato à frente da autarquia, o responsável afirma que um os dos grandes esforços feitos foi o de conseguir o equilíbrio financeiro da autarquia. Um trabalho que acabou por dar bons resultados, com a Câmara a ter agora um prazo de pagamento aos seus fornecedores de sete dias. “É um orgulho para os leirienses terem uma Câmara cumpridora, o que acaba por ser resultado de um trabalho conjunto, porque sem a compreensão e tolerância dos leirienses seria muito mais difícil termos estes resultados”.

RAUL CASTRO 84 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Construção de um crescimento sustentado Na senda da crescente popularidade de Portugal enquanto destino turístico de excelência, o concelho de Leiria vê também a aumentar a sua oferta nesta área. Uma aposta importante e que tem sido fundamental na popularização da região. Apesar de satisfeito com este fenómeno, Raul Castro acredita que é importante apostar num crescimento sedimentado numa oferta variada, que possa resistir às flutuações naturais do mercado. “Nós queremos um desenvolvimento sustentado. Porque se apostarmos só numa área e ela não corre bem é uma desgraça completa”, refere. Neste sentido, o executivo camarário tem planeada uma iniciativa essencial para o plano de evolução e divulgação do concelho e de toda a região: a candidatura a Capital Europeia da


Cultura em 2027. “É uma candidatura muito importante, é um grande desígnio porque é nela que assenta a estratégia de desenvolvimento do concelho e, depois, da região. Tenho a certeza que toda a gente vai ganhar se conseguirmos esta nomeação”, declarou o autarca. Para Raul Castro, esta candidatura que deverá ser apresentada em meados de 2020, acarreta benefícios para toda a região e é uma oportunidade de expansão de horizontes para toda a população, como nos explicou. “Não é só um projeto para Leiria, é um projeto para toda a comunidade intermunicipal. Acredito que no interior, se calhar, nunca viram um espetáculo de ópera, mas neste âmbito pode acontecer. Uma escola de bailado ir lá fazer um espetáculo pode fazer todo o sentido, pode contagiar, criar a ideia de abrir novas escolas. É a economia a funcionar em todas as suas vertentes”. Qualidade de vida que cativa A política de desenvolvimento traçada pela Câmara Municipal de Leiria para o concelho procura incidir sobre os vários aspetos da vida dos seus cidadãos, não sendo exclusivamente focada no aspeto económico. Assim, para o executivo, torna-se fundamental a criação de um espaço seguro onde a população tenha qualidade de vida, com lugar ao convívio, à prática desportiva e a eventos culturais diversificados, como realçou Raul Castro. “Temos apostado em tudo o que tem a ver com qualidade de vida. Há uma consultora, designada Bloom Consulting que ano passado e há dois anos atrás nos pôs no topo nacional nas opções para viver”, refere. Para o autarca, esta avaliação da qualidade de vida da cidade é essencial para a satisfação dos leirienses e um fator de atração para futuros habitantes, que contrarie em certa medida a hegemonia da capital. “Há pessoas que trabalhavam em Lisboa e preferiram encontrar trabalho aqui e trazer a família toda, pela qualidade e pela segurança. As pessoas com família precisam de um sítio que tenha as condições que necessitam. É preciso espaço para as famílias e vertente cultural. São coisas que mantêm a cidade viva e que trazem mais gente, por via da cultura e do turismo”. Um dos pontos basilares desta estratégia de desenvolvimento do concelho passa pela aposta em eventos culturais, desenvolvidos em parcerias com as várias associações da cidade e com incidência nas mais diversas vertentes, desde a música à literatura, passando pela preservação do folclore regional e pela literatura. “Este ano temos 600 eventos criados em parceria com as associações locais, que é uma forma de elas se manterem vivas. É muita coisa espalhada ao longo do ano. Fazemos reconstituições históricas, no estádio fazemos uma feira do automóvel antigo que de ano para ano caminha para ter mais gente. Neste momento temos 24 ranchos folclóricos e 11 filarmónicas, vive-se aqui muito a música. Temos 12 escolas de dança e miúdos a ganhar vários prémios internacionais. A ideia é envolver cada vez um número maior de pessoas. Leiria tem sempre alguma coisa a acontecer”, referiu o presidente da autarquia leiriense. Aposta no crescimento sustentado O futuro do concelho de Leiria passa, na opinião do atual executivo camarário, por uma aposta no crescimento sistematizado e segmentado do concelho, conforme já foi anteriormente referido. Para Raul Castro, este tipo de política só é possível trabalhan-

do sempre para as populações e junto das mesmas, com aproveitamento dos recursos locais e diversificação da aposta económica em várias atividades culturais e turísticas – que vão desde a gastronomia a ofertas turísticas variadas, como a desejada criação de um museu de arte sacra, de uma ciclovia ao longo de todo o rio Lis e de um espaço intercultural de exposições no antigo lugar da sinagoga da cidade. “Acho que é por aqui que temos que trabalhar mais para sustentação da economia local. A economia está instável, pode haver setores que estão em alta e depois ir abaixo. Nós somos uma região com uma grande característica que é a diversidade. Não podemos ser autistas, não podemos ser arrogantes”. Satisfeito com o trabalho alcançado no atual mandato, que passou em grande medida pelo saneamento financeiro da Câmara e pela melhoria do espaço público da cidade, o autarca acredita que a população se encontra agradada pelo desenvolvimento conseguido e refere esperar poder continuar a merecer esta confiança. “Gostava de dizer aos leirienses que estamos a trabalhar para que possam marcar a diferença naquilo que é posto à sua disposição, na vertente da qualidade de vida a que aspiram. Queremos resolver os problemas e carências que ainda subsistem e que as pessoas possam usufruir da melhor maneira possível das atividades e do espaço público, de tudo o que vai acontecendo em Leira. Queremos que se sintam confortáveis por ter esta qualidade de vida. Sabemos que passamos em conjunto períodos difíceis quando iniciámos o anterior mandato, mas conseguimos com a ajuda de muitos ultrapassar esta situação”.

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FREGUESIAS UNIDAS PELO BEM COMUM Marrazes e Barosa (oficialmente: União das Freguesias de Marrazes e Barosa) é uma freguesia portuguesa do concelho de Leiria com 32,80 quilómetros quadrados de área e 24684 habitantes (2011). Foi constituída em 2013, no âmbito da reforma administrativa nacional, pela agregação das antigas freguesias de Marrazes e Barosa, cuja sede se situa em Marrazes. Foi precisamente nesse local que a Portugal em Destaque esteve à conversa com Isabel Afonso, presidente da Junta desta freguesia que nos falou um pouco deste território e do que nele tem sido feito. As declarações da autarca seguem abaixo. UNIÃO DE FREGUESIAS DE MARRAZES E BAROSA

sempre aquém do que gostaríamos, mas, olhando para estes 8 anos em que estou à frente do executivo, o desenvolvimento tem sido em crescente, extensível em todo o concelho de Leira. Atravessamos uma fase de prosperidade e crescimento, agora que o país vai dando mais sinais de esperança”, afirmou. Foi precisamente essa razão a justificação dada pela atual presidente para a sua recandidatura nas eleições deste ano: “A freguesia encontra-se numa fase crucial de grandes melhoramentos, e consequente investimento, daí a minha recandidatura. Presentemente, a situação económica da Câmara Municipal de Leiria é de tal forma estável que as freguesias serão beneficiadas, pelo que não poderia afastar-me deste desafio”.

ISABEL AFONSO A apresentação da freguesia foi a primeira etapa da conversa que a nossa revista teve com a presidente: “Esta freguesia, agora unida, constitui um conjunto de lugares de grande densidade populacional. As grandes riquezas são as pessoas que nela vivem, o associativismo, a prática desportiva e o empreendedorismo. Estamos a falar de um conjunto de cinco zonas industriais, sendo a Zicofa, situada em Marrazes, a maior do concelho de Leiria”, começou por descrever. A nossa entrevistada assumiu orgulhosa que as suas freguesias se encontram numa zona privilegiada, muito bem servida por circuitos viários de transportes: “Para complementaridade, é necessário o melhoramento da linha do Oeste e um aeroporto civil, na Base Aérea de Monte Real.”, disse. Pela sua riqueza, esta é uma zona procurada por uma vasta população, quer do território nacional, quer de outros países do mundo. São exemplo a diversidade de crianças que frequentam as escolas, oriundas de cerca de 10 países. De facto, este e outros fatores contribuem para que esta região seja culturalmente muito rica: “É evidente que as questões de desenvolvimento estão 86 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Junta de Freguesia e população unidas Durante toda a entrevista, Isabel Afonso, teceu inúmeros elogios aos seus fregueses no que diz respeito ao apoio prestado por estes para que os resultados fossem alcançados: “Todos fazem o melhor pelo lugar onde vivem. Na área da saúde, ensino, associativismo, desporto, voluntariado, principalmente na área social, muito tem sido feito. Reconhecendo que todos os esforços são necessários, tenho consciência de que o trabalho de todos tem contribuído para tornar os cidadãos mais felizes, mais conscientes da sua cidadania, mais unidos, num território que também tem muitas assimetrias. Há problemas sociais, mas há, também, uma enorme quantidade de infraestruturas que trabalham para colmatar essas questões sociais. Os problemas existem, mas há um “exército de voluntários” que trabalham muitas áreas da franja mais frágil da nossa população”, contou orgulhosa. Foi por esta altura que foram abordados, também, os projetos já concretizados e os a serem desenvolvidos, atualmente, pelo executivo desta União de Freguesias: “O meu balanço é francamente positivo, por ter conseguido vencer desafios difíceis. O primeiro era ultrapassar a situação económica da Junta. A construção do Lar de Terceira Idade, em Marrazes. A conclusão da primeira fase das obras da Aldeia do Desporto. A construção de uma pista de BTT Cross Country, que acrescentou valor à Aldeia do Desporto, pela grande utilização dada por fregueses praticantes de desporto profissional e amador. O ponto alto desta infraestrutura é a realização de provas internacionais, que mobilizam inúmeros visitantes. A aquisição da Carreira de Tiro (área dentro do território da Mata de Marrazes), pertença, até então, do Ministério do Exército, tornando-se esta aquisição num sonho realizado. A Mata de Marrazes, ex-libris desta União de Freguesias, pelo estado em que se encontra, com pinheiros infetados pelo nemátodo, proliferação de plantas invasoras, clareias resultantes de temporais, etc., merece, por parte deste executivo, uma atenção especial. Pelo facto, providenciamos um Plano de Gestão Florestal, a longo prazo, que iremos implementar de forma a tornar um local aprazível e de convívio, como outrora fora. Apoio todas as associações e coletividades, as escolas, toda a


população em geral. Havendo grande preocupação pela cultura local, além de concertos pela Banda Filarmónica de S. Tiago de Marrazes, Rancho da Região de Leiria e outros, está a ser desenvolvido um trabalho com o apoio da Junta e da população do lugar da Barosa, que consiste na elaboração de um livro sobre a extinta freguesia. É um marco histórico de que todos nos vamos orgulhar”, concluiu. Presidência no feminino Questionada sobre como é, sendo mulher, liderar o executivo de uma União de Freguesias, Isabel Afonso explicou: “Ser presidente no feminino, acrescenta apenas um ponto: outro tipo de sensibilidade. Que me desculpem os meus colegas autarcas. No exercício do cargo, a minha grande preocupação são as pessoas. Tudo o que fiz e farei será sempre para melhorar a qualidade de vida da população. Vejo sempre o ser humano como um ser em potência, em crescimento cultural e emocional”, defendeu. Encantos a vivenciar Marrazes tem tradições muito antigas salientando: a música, o desporto, o teatro e a gastronomia. Vivemos numa região com imensos locais a visitar destacando-se: o Castelo de Leiria, as Igrejas, vários Museus, salientando o Museu Escolar de Marrazes, cujo futuro lhe dará melhores condições logísticas e o tornará num espaço cultural atrativo, não esquecendo a Casa Museu da Fundação Mário Soares, localizada em Cortes, o Vale do Lapedo, entre outros. Por estarmos localizados numa zona turística próxima de Fátima, Batalha, Marinha Grande, Porto de Mós e Alcobaça, as praias da região, fazem desta zona um destino turístico de eleição. Mensagem da presidente “Quero deixar uma mensagem cívica: Com o esforço de todos, podemos melhorar o ambiente que nos rodeia. Respeitar a paisagem, reciclar e não poluir tem de ser uma preocupação de todos. A Junta debate-se com falta de recursos humanos, agradecendo que

cada cidadão exerça uma cidadania ativa, para que cuidar desta grande freguesia se torne mais fácil. Desejo que todos os que não têm emprego ou vivam em situação precária consigam novas oportunidades. Por fim, quero agradecer a todos os meus concidadãos, tudo o que têm feito para reforçar os laços connosco. Unindo todos os esforços, acreditamos criar uma União de Freguesias ainda mais unida”, finalizou.

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ONDE É BOM VIVER Situada a poucos quilómetros da cidade de Leiria, a freguesia dos Milagres tem vindo a crescer ao nível populacional e de infraestruturas, tomando medidas de incentivo à natalidade e fixação de jovens. A Portugal em Destaque foi conhecer esta freguesia “onde é bom viver”, conhecida pelas suas festas religiosas e, em especial, pela Romaria ao Sr. Jesus dos Milagres.

FREGUESIA DE MILAGRES

MÁRIO GOMES O Santuário dos Milagres assume-se como o cartão de visita desta freguesia. Edificado no ano de 1732, resulta da angariação de esmolas recolhidas pela Confraria do Senhor Jesus. “Atualmente continua a receber milhares de visitantes por ano”, sublinha o presidente da freguesia Mário

Gomes. As festividades em honra do Sr. Jesus dos Milagres, apoiadas pela freguesia, tornaram-se ao longo dos tempos, das mais populares no concelho de Leiria. Todas elas nasceram num tempo em que as distrações disponíveis em meio rural eram escassas e onde este tipo de festividades eram motivo para reunir toda a família e trazer gente nova à terra. Atualmente a junta de freguesia continua a apostar nesta tradição, que se tem adaptado e sobrevivido aos tempos modernos. Podemos adiantar que a próxima Romaria ao Sr. Jesus dos Milagres se vai realizar no dia 16, 17 e 18 de setembro. Aos olhos do seu presidente, esta freguesia é um lugar único e com qualidade de vida onde a taxa de desemprego não assusta, sendo “praticamente nula”. O desemprego não é problema e a natalidade

também não. Sublinha o nosso entrevistado, que a taxa de natalidade nesta freguesia é superior à de mortalidade e a Junta de Freguesia coopera com ações de incentivo à mesma, como por exemplo através da atribuição de um cheque no valor de 250€, às famílias residentes, por cada novo bebé. No que respeita à população idosa, esta Junta de Freguesia tem apoiado uma IPSS da freguesia na construção de um lar residencial. “Apoiamos e apoiaremos sempre este tipo de instituições de matriz social, no que nos for possível”, acrescenta o presidente. A mensagem que Mário Gomes quer deixar aos nossos leitores, habitantes da freguesia de Milagres, é que “ independentemente de quem forem os candidatos nas próximas eleições, a população deve votar com consciência e a pensar no bem da freguesia”.

REPLETA DE HISTÓRIA Localizada no Concelho de Leiria a União das Freguesias de Souto da Carpalhosa e Ortigosa é repleta de história. UNIÃO DE FREGUESIAS DE SOUTO DA CARPALHOSA E ORTIGOSA pinheiro bravo e plantação de folhosas na Charneca do Nicho, que foi severamente assolada pela tempestade em 2013. Que projetos destacaria como marcas deste mandato? Este mandato tem como grande marca o enorme desafio que foi o da agregação das freguesias de Souto da Carpalhosa e Ortigosa. Eram freguesias com dinâmicas diferentes e foi preciso criar sinergias de forma a evitar o menor impacto negativo no quotidiano dos seus habitantes. Penso que esse desiderato foi conseguido, defendendo de igual modo e com a isenção que é exigida, os interesses de todos. Este mandato também fica marcado pela grande aposta que o executivo da Junta fez na requalificação da sua rede viária. JOSÉ CARLOS GOMES Que balanço faz destes três mandatos à frente desta União? Os três mandatos que exerci, foram dois como Presidente da Freguesia de Souto da Carpalhosa e este último, que ainda não terminou, como Presidente da União das Freguesias. Faço um balanço muito positivo. Foram anos em que se conseguiu captar investimentos de alguma relevância, de onde destaco a construção do Pavilhão Desportivo Municipal de Souto da Carpalhosa; a construção de uma casa mortuária; a requalificação de vias que se encontravam extremamente degradadas e ainda a beneficiação florestal com aproveitamento e regeneração natural do 88 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Como perspetiva o futuro? Haverá um quarto mandato? O futuro é encarado por mim com bastante serenidade e tranquilidade. A nossa freguesia encontra-se bem estruturada e organizada e com um quadro de pessoal muito profissionalizado em todos os seus sectores, que facilita em muito as tarefas de quem dirige os destinos da freguesia. A possibilidade de ser candidato a um quarto mandato, ainda está a ser ponderada, porque entendo que há um momento para entrar na junta e outro para sair e temos que perceber quando chega esse momento. Coloco como sempre coloquei em primeiro lugar os interesses da freguesia.


GOSTO PELA PROFISSÃO Solicitadora há mais de 20 anos, Susana Serrano, tem gosto no trabalho que desenvolve. Em entrevista à Portugal em Destaque, fala sobre o seu percurso, dificuldades que enfrentou e serviços que presta aos cidadãos. Acredita que a solicitadoria é uma profissão que em muito pode beneficiar a população, mas que ainda carece de reconhecimento. SUSANA SERRANO - SOLICITADORA com processos que tinham pendentes há mais de vinte anos. Fico feliz, pois atualmente as pessoas já têm outras opções e não estão sujeitas somente aos critérios dos serviços públicos.

SUSANA SERRANO (AO CENTRO) E COLABORADORAS Quando decidiu dedicar-se à solicitadoria? A decisão de me dedicar à solicitadoria partiu da necessidade que sentia para desempenhar melhor o que fazia diariamente. Isto porque, quando em 1980 terminei o ensino secundário comecei a trabalhar no ramo imobiliário. Durante vários anos, pratiquei todos os atos inerentes à solicitadoria e daí surgiu o gosto pela minha profissão. Mais tarde, investi na minha formação e frequentei o curso de Solicitadoria ministrado pela Câmara dos Solicitadores em Lisboa, que finalizei em 1994. Quais foram as maiores dificuldades que encontrou quando iniciou a atividade? Para ser franca não posso dizer que tive grandes dificuldades, pois o meu percurso foi feito ao inverso, primeiro ganhei a experiência e depois frequentei o curso o que me deu uma bagagem completamente diferente. Inscrevi-me na Câmara dos Solicitadores em 1995 e comecei a exercer a minha profissão na mesma agência imobiliária onde trabalhava desde 1980 até 2005 mas, em simultâneo tinha o meu escritório em Pernelhas-Leiria. Em 2006, abri o escritório na Av. Marquês de Pombal- Leiria onde me mantenho até hoje. Ao longo dos anos, fui sendo contactada por clientes de diversas regiões do país inclusive dos Açores, o que me levou a abrir escritório na Ilha de Santa Maria, em 2010.

Que serviços disponibiliza? As minhas áreas preferenciais são, a celebração dos contratos particulares autenticados de compra e venda, hipoteca, doação, partilha, constituição ou modificação da propriedade horizontal, divisão e mútuo, bem como, contratos promessa de compra e venda, arrendamento e de trabalho. Também presto serviços no apoio à obtenção de NIF de herança indivisa, imposto de selo por óbito e doação, preenchimento e entrega de declaração Mod 1 para efeitos de IMI, IMT, reclamações, requerimentos, registos prediais, comerciais e automóvel, certificação e autenticação de fotocópias, entre outros. Futuro Gostaria que houvesse reconhecimento e conhecimento da minha profissão, de novas áreas de competência que possibilitem alargar as oportunidades e oferta aos nossos clientes. A título pessoal sinto-me uma profissional realizada, porém não ponho de parte a possibilidade de expandir o meu negócio em particular na Região Autónoma dos Açores, pois ainda há ilhas em que se verifica uma enorme necessidade a este nível.

Como classifica o trabalho que a Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução tem vindo a desenvolver? Penso que têm desenvolvido um bom trabalho pondo em prática os novos estatutos, com a criação dos Colégios dos Solicitadores, dos Agentes de Execução e também do Conselho Regional de Coimbra. Têm proporcionado mais formações nas mais diversas áreas e mais qualidade no exercício da nossa atividade profissional. No entanto, esperava mais difusão e promoção na comunicação social dos serviços que oferecemos no “Balcão Único do Solicitador” como nos tinham prometido aquando da nossa adesão. Tem escritório em Leiria e nos Açores. São duas realidades bastante díspares? É verdade. No meu escritório em Leiria sentia-me em casa mas, em 2010 fui convidada a ir para a Ilha de Santa Maria nos Açores. Foi um desafio mas, hoje posso dizer que valeu e continua a valer a pena. Na cidade de Leiria existem inúmeros escritórios de Solicitadores e na Ilha de Santa Maria não havia ninguém. As pessoas tinham necessidade dos serviços de solicitadoria e foi com muito agrado que me receberam. Tenho clientes que vieram procurar-me

www.susanaserrano.pt Leiria | Açores PORTUGAL EM DESTAQUE | 89


CONFIANÇA E PROXIMIDADE NOS CUIDADOS MÉDICOS Acolhedora, familiar e profissional. É assim que Cláudia Valente define a Clínica Médica e Dentária da Guimarota, um projeto que fundou há 15 anos e que junta num só espaço várias especialidades médicas e os mais sofisticados equipamentos e tecnologias. CLÍNICA MÉDICA E DENTÁRIA DA GUIMAROTA

www.clinicamedicadentariadaguiomarota.pt CLÁUDIA VALENTE Licenciada em Medicina Dentária pela Universidade de Coimbra, em 2000, Cláudia Valente é o rosto da Clínica Médica e Dentária da Guimarota. A especialista mudou-se para Leiria há 17 anos e nota que a cidade tem evidenciado um grande crescimento, que é comum à clínica: “Eu e uma antiga sócia, a Dra. Isabel Mourato, decidimos criar este projeto há 15 anos. Há cinco anos mudámo-nos para o sítio onde hoje estamos para conseguir servir melhor os nossos clientes e cumprir com as regras atuais do licenciamento de clínicas dentárias”. A preocupação com a acessibilidade é constante, existindo mesmo uma cadeira especial que dobra a 90 graus permitindo que pessoas com mobilidade reduzida ou pessoas idosas possam sentar-se nela com facilidade para tratamentos dentários. Múltiplas valências A Clínica Médica e Dentária da Guimarota disponibiliza todas as principais especialidades de medicina dentária, conciliando as mais modernas tecnologias com um exigente padrão de qualidade e preços acessíveis. Com uma equipa de médicos dentistas com vasta experiência, oferece 90 | PORTUGAL EM DESTAQUE

um atendimento personalizado a cada cliente, usando sempre as mais recentes tecnologias ao dispor da medicina dentária. O primeiro contacto com a clínica é feito através de Ana Rita, assistente e braço direito da Dra. Cláudia Valente. A equipa é composta, então, pela Dra. Cláudia Valente, Dr. Filipe Gomes, Dr. João Rosa, Dra. Isabel Mourato e Dra. Sara Fartaria, higienista oral. É possível ainda usufruir de Terapia da Fala, com a Dra. Cláudia Rosa, que corrige vários problemas da fala e miofuncionais. Para corrigir um problema de estrutura da coluna e articulações, a clínica disponibiliza um osteopata, Dr. Paulo Almeida. Na área da ginecologia, a Dra. Arleta Manarte é uma referência na especialidade, já fazendo parte do corpo clínico há vários anos. Por fim, há a especialidade de psicologia, com a Dra. Sara Carvalho. “Somos uma clínica familiar, vamos tratando os avós, os pais, os filhos e os amigos. Trabalhamos com vários acordos e nesse sentido temos pacientes de todas as faixas etárias. Ao contrário de muitas clínicas, nas grandes cidades, em que todos os dias se é atendido por médicos diferentes, aqui as pessoas já nos conhecem, o

que nos torna mais acolhedores”, explica Cláudia Valente. A curto prazo, a médica e responsável tenciona aumentar a equipa, de forma a torná-la ainda mais polivalente: “Creio que uma equipa multifacetada é o ideal para resolver certas situações e é muito mais benéfico para o paciente”, afirma. Em 15 anos de trabalho, o que continua a marcar Cláudia Valente é o carinho dos utentes e o facto de voltarem e gostarem do trabalho desenvolvido: “Sinto-me realizada, mas com o sentimento de ainda haver muito mais para dar e fazer. A medicina dentária é um ramo que está em constante evolução e é muito importante a formação contínua. Todos os anos costumamos participar em duas ou três formações, para melhor servirmos os nossos utentes”. A especialista termina com uma mensagem de agradecimento à sua equipa e aos seus pacientes. A Dra. Cláudia Valente aproveita para relembrar o público em geral da regra dos 2+2+2, ou seja, escovar os dentes duas vezes por dia, passar o fio dental duas vezes por dia e ir ao dentista duas vezes por ano para uma correta saúde oral.


PARA RELAXAR E TRABALHAR EM LEIRIA Em S. Pedro de Moel encontramos o Mar & Sol Hotel SPA, o espaço ideal para relaxar e até trabalhar em Leiria. Conheça melhor este projeto pela voz de Bruno Ferreira, administrador. MAR & SOL HOTEL SPA dências. Alargamos os lugares disponíveis no nosso restaurante para uma capacidade 250 pessoas, para assim podermos acolher grandes eventos. Criamos três novas salas de congressos, com um diverso tipo de capacidade. Mas a grande novidade prendeu-se com a criação do nosso Roof Top Bar, o qual é composto por 2 jacuzzis panorâmicos sobre o mar, camas para relaxar e ler, bem como as famosas festas de Sunset aos Domingos. Hoje em dia, o Roof Top do Mar & Sol Hotel Spa é um embaixador da marca internacional Moet & Chandon Ice na zona centro do nosso País, foi como um reconhecimento do trabalho desenvolvido ao logo dos anos. Que balanço faz deste meio século? Em 2016 completamos 50 anos, facto que nos orgulha imenso. Podemos dizer que parte do sucesso e da existência do mesmo deve se sobretudo à área Geográfica em que está inserido, rodeado pelo vasto pinhal de Leiria e de frente para mar numa das mais bonitas e pitorescas praias de Portugal, praia de São Pedro de Moel A equipa que serve os nossos hospedes também é um dos fatores de sucesso, estando em constante formação, sempre focados nos clientes. Ao longo da historia fomos sempre habituados a receber as mais altas figuras do estado Português, bem como grande parte de equipas desportivas famosas, que por aqui fazem os seus estágios desportivos. Estes fatores requerem profissionalismo, muito trabalho e uma enorme humildade. 2008 foi uma ano de viragem... No ano 2008 um bocado contra a corrente dos tempos vividos, pois iniciava-se uma profunda crise financeira no continente Europeu, decidimos avançar com um investimento global de dois milhões de euros, para a remodelação geral do hotel. Havia a necessidade de criar um SPA, bastante procurado hoje em dia pelos hospedes, aumentar as dimensões das unidades de alojamento, bem como remodelar as mesmas e dotá-las de um melhor conforto e com a tecnologia a acompanhar as ten-

O que podemos encontrar? O Mar & Sol Hotel Spa e composto por um restaurante principal de seu nome ‘O Penedo’. Este tem a capacidade de 250 lugares sentados, onde a especialidades que o chefe Sérgio Brito apresenta são: Salada de Lagosta (vários prémios de gastronomia), Arroz de Marisco (7 Maravilhas gastronomia portuguesa), Tranches de cherne com molho de Camarão e por fim o famoso bife à Mar & Sol. Na altura da época balnear, temos o nosso Roof Top aberto, onde podemos degustar um Sushi feito pelo nosso Sushimen e acompanhado de uma taça de champanhe Moet & Chandon ou mesmo umas saladas frias da época ou uns deliciosos Hambúrgueres Gourmet de carne 100% vaca. O que recomenda que façamos em S. pedro de Moel? Penso que um turista irá apreciar a envolvência com a natureza, a sua beleza natural; a tranquilidade e segurança da própria vila; o facto de ter uma das mais belas praias de Portugal; poder fazer caminhadas no longo Pinhal de Leiria, entre outras coisas. O que reserva 2017? No ano 2017 iremos proceder ao investimento de 400 mil euros, na remodelação dos quartos, tornado os mais confortáveis e ainda com mais tecnologia.

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“NÃO VENDEMOS CARROS. VENDEMOS SONHOS” Em Leiria, é impossível falar da Porsche sem falar de Pedro Rodrigues. Gerente, empreendedor e fascinado pelo mundo automóvel, o responsável sente a “marca Porsche na alma” e fala-nos desta paixão pelos automóveis, que o acompanha há mais de duas décadas. PORSCHE

PEDRO RODRIGUES Apaixonado pelos automóveis desde que se lembra, Pedro Rodrigues é dono de um invejável currículo no setor. Embora o seu percurso profissional tenha começado na área da moda, o responsável pelo Centro Porsche Leiria rapidamente percebeu que só se sentiria realizado profissionalmente no mundo dos carros, razão pela qual decidiu trocar o certo pelo incerto ao responder a um anúncio visto no jornal para trabalhar na Mitsubishi Motors de Portugal, há 22 anos. “Nas entrevistas perguntavam-me o que queria eu fazer nos automóveis, quando já auferia um rendimento superior e certo no mundo da moda. Achavam que 92 | PORTUGAL EM DESTAQUE

era maluco, ainda mais porque na altura a minha esposa estava grávida da nossa primeira filha. Eu dizia que a minha paixão eram os automóveis e que queria realmente trabalhar nesse setor. Ficaram curiosos e acabei por ser aceite”, recorda Pedro Rodrigues. E tudo começou aí. O objetivo era claro: crescer no mundo automóvel e dar tudo o que tinha para que isso acontecesse.“Sou muito focado, um homem de objetivos. Trabalhava quase noite e dia para mostrar que realmente era aquilo que queria”. E o trabalho rapidamente se começou a traduzir nos resultados. Depois de dois anos a trabalhar na Mitsubishi, Pedro Rodri-

gues começou a ser notado no mercado e o interesse de outras marcas foi evidente. “Comecei a receber convites e o passo seguinte foi a BMW”, indica. Sempre ligado ao mundo das vendas, Pedro Rodrigues continuou a obter sucesso, com números muito positivos. O segredo, explica, é ser “muito exigente e profissional”. O convite do grupo Movicortes Pedro Rodrigues sempre foi próximo do Eng. Ribeiro Vieira, proprietário do grupo Movicortes que, em 2002, possuía, em Leiria, o concessionário da Alfa Romeo e da Saab. “Um dia o Eng. Vieira convidou-me para vir trabalhar com ele e, como sou pessoa de desafios, não consegui recusar.


Achei que estava na hora de dar o salto e continuar a evoluir na minha carreira. Acredito que não podemos nem devemos cair no “marasmo” e que a evolução tem de ser constante, pois só assim conseguiremos estar focados e motivamos”, refere. A aposta não poderia ter sido mais positiva: “Fomos dois anos consecutivos Concessionário do Ano. Foi um trabalho extraordinário!”, relembra o responsável. E, mais uma vez, a vontade em crescer falou mais alto. Após dois anos a trabalhar na Saab, Pedro Rodrigues, em longas conversas com o Eng. Ribeiro Vieira sobre a dinamização do setor automóvel no grupo, surge o nome Porsche- “a marca dos meus sonhos”. Começaram, então as conversações com a marca, num processo demorado de cerca de quatro anos. Entretanto, Pedro Rodrigues foi novamente seduzido por um novo desafio: “Fui abordado pela Auto Sueco, que à altura a que nos reportamos tinha a Volvo, a Jaguar e a Land Rover, para integrar esse projeto. O que me aliciava não era o dinheiro, mas sim a possibilidade de sentir novamente a pressão de um desafio novo”, explica. Visto que as conversações com a Porsche decorriam a um rimo lento, Pedro Rodrigues, com

o apoio do engenheiro Ribeiro Vieira, foi aconselhado a seguir a sua vontade, com o compromisso de regresso à empresa quando tudo estivesse concluído com a Porsche. “E assim foi. Foram dois anos, o projeto foi extraordinariamente enriquecedor com excelentes resultados e, um dia, recebo um telefonema do Eng. Ribeiro Vieira a dizer que a Porsche finalmente tinha chegado”.

do um cliente visita a Porsche, as expectativas são de facto muito elevadas, a casa o conceito, as pessoas e a nossa missão é correspondermos integralmente às mesmas. É uma luta constante, temos que nos reinventar todos os dias. A empresa tem tido um crescimento sustentado com o foco numa gestão equilibrada e atenta, em particular os últimos quatro anos foram muito positivos, e os resultados assim o ditam.

Porsche: a paixão de uma vida Em 2006 a marca de sonho de Pedro Rodrigues chegou a Leiria. “Desde esse momento que tem sido um sonho. É um enorme privilégio representar a Porsche, é a marca que me faz brilhar os olhos e bater o coração”, afirma com orgulho. Com o empenho, dedicação e alma próprios de Pedro Rodrigues, o projeto começou, desde logo, a revelar resultados muito positivos. Miguel Gonçalves, um dos comerciais do Centro Porsche Leiria, foi mesmo distinguido, recentemente, como um dos 100 melhores vendedores do mundo, da marca. O que encanta Pedro Rodrigues é o desafio constante em manter a expetativa dos clientes que procuram a Porsche: “Quan-

Projetos futuros: a aposta nos usados Porsche Os projetos no Centro Porsche Leiria não param e Pedro Rodrigues revela-nos um dos que irá acontecer brevemente: “Queremos criar um espaço de viaturas usadas Porsche. Queremos dinamizar esse setor. Já o fazemos, de forma tímida, mas queremos trabalhar esta área de uma forma mais dinâmica a partir de setembro”, conclui. O que lhe vai na alma? Uma imensa gratidão.

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“O NOSSO LEMA É UM CURSO, UM FUTURO” Com uma forte compontente prática a funcionar como elemento diferenciador, a Escola Profissional de Leiria conta atualmente com cerca de 300 alunos, distribuídos por diferentes cursos de áreas como informática, cozinha e eletrónica. Tendo como principal missão a formação técnica e profissional, conta ainda com parcerias com várias empresas, para assegurar os estágios dos seus estudantes. ESCOLA PROFISSIONAL DE LEIRIA

SUSANA NOGUEIRA Depois de muitos anos a ser visto como um escape para os alunos com menos capacidades, o ensino profissional ganha cada vez mais importância no panorama nacional. De acordo com Susana Nogueira, presidente da direção da Escola Profissional de Leiria, as próprias empresas têm sido responsáveis por esta mudança. “O que nos diferencia das outras escolas é esta componente muito prática. Durante muitos anos pensava-se que o ensino profissional era para alunos menos capazes, mas, com o tempo e com a ajuda das empresas, essa ideia foi modificando. Muitas empresas procuram, quando querem técnicos intermédios, alunos do ensino profissional. Tivemos um aluno da área da informática, que abriu uma loja de reparação de telemóveis em Londres e que recebeu um prémio de Jovem Empresário com Ideia Empreendedora do Ano. Estes casos marcam-nos pela positiva e deixam-nos orgulhosos pelo nosso trabalho”, explica. Com cerca de 300 alunos, distribuídos por 12 turmas, a Escola Profissional de Leira começa a preparar a receção das candidaturas para o próximo ano letivo. “As inscrições começam agora na altura da Páscoa. Para o próximo ano temos o curso técnico de cozinha e pastelaria, técnico de restaurante e bar, técnico de eletrónica e telecomunicações, técnico de gestão de equipamentos informáticos, o curso de manutenção industrial mecatrónica e vamos propôr uma turma de informática de gestão, mais ligada à programação e software”, afirma Susana Nogueira. Segundo a diretora, um dos principais fatores que influenciam a escolha das áreas que irão disponibilizar é a empregabilidade, acrescentando que “o Ministério da Educação exige determinadas taxas de conclusão e de empregabilidade e o nosso lema é um curso, um futuro”. Sendo uma escola pequena, sobretudo quando comparada com as escolas públicas do concelho, torna mais fácil o relacionamento com os alunos, o que, para Susana Nogueira, ajuda a identifi94 | PORTUGAL EM DESTAQUE

car casos em que é necessário um apoio específico. “Todos os alunos do ensino profissional têm apoios financeiros, têm refeição e os transportes gratuitos, alojamento em alguns casos de alunos deslocados e apoio para livros. Isto é o panorama geral. No entanto, aqui na escola, nos casos mais complicados, ainda damos possibilidade de tomarem cá o pequeno almoço e lancharem, e até de levarem a refeição da noite para casa. Portanto, no que diz respeito à alimentação, estão assegurados, exceto na altura das férias. Depois, temos ainda um gabinete de apoio psicopedagógico, caso haja algum transtorno ou problema emocional, que muitas vezes é até identificado e trazido até à direção por colegas ou professores mais atentos”, garante. Atualemente com um restaurante-escola a funcionar aberto ao público, o Restaurante Escola de Sabores, dão a possibilidade aos alunos de estarem a “ter formação real e em contexto pedagógico”, como afirma Mário Ribeiro, diretor financeiro e administrativo. No entanto, o principal objetivo para o futuro é conseguirem um edifício com melhores condições, de modo a que também os alunos de outras áreas tenham acesso a espaços com mais potencial.


AVEIRO E S.JOÃO DA MADEIRA Situado na sub-região do Baixo Vouga, entre o oceano Atlântico e as zonas montanhosas dos distritos contíguos, Aveiro exibe uma paisagem muito variada, caracterizada por uma longa costa arenosa, um bonito estuário e diversos parques e jardins. Conhecida como a “Veneza portuguesa”, a encantadora cidade de Aveiro é atravessada por um canal e é tida como um dos destinos mais encantadores do país, graças aos seus coloridos moliceiros, aos edifícios em tons pastel de estilo Arte Nova e à sua tranquila atmosfera urbana. De paragem obrigatória, o famoso Mercado do Peixe, um mercado tradicional que abriga alguns dos melhores restaurantes de marisco de Aveiro. Para passear na cidade o ideal é utilizar uma BUGA (as bicicletas cedidas pela câmara) o que permite explorar algumas das atrações mais afastadas do centro. De paragem obrigatória é também a cidade de Ílhavo, uma cidade à beira-mar que ostenta o pujante património marítimo de Aveiro e onde está sediada a famosa fábrica de porcelana da Vista Alegre. Visite o farol mais antigo de Portugal na Praia da Barra e pare na Praia da Costa Nova para contemplar as suas típicas casas de riscas coloridas. Estas praias são excelentes para relaxar nos dias de sol e praticar alguns desportos aquáticos. Prove os doces conventuais que tornaram a cidade de Arouca famosa e visite a cidade da Mealhada, mais a sul, para saborear um belo prato de leitão assado acompanhado pelo vinho regional da Bairrada. Por outro lado, S. João da Madeira ocupa um lugar de destaque no mapa empresarial português. Conhecida em particular pela sua forte indústria do calçado – sendo detentora da marca “Capital do Calçado” –, a cidade caracteriza-se por uma grande diversidade empresarial, exportando produtos de qualidade para os quatro cantos do mundo, fruto do dinamismo e capacidade inovadora de todos quantos vivem e trabalham na única freguesia do concelho. Integrada na Área Metropolitana do Porto desde 2004, a cidade – a segunda maior do Distrito de Aveiro – vê a sua população de cerca de 22 mil habitantes praticamente duplicar quando se contabilizam os residentes noutros pontos da região que diariamente rumam ao Município para exercerem a sua profissão, fazerem as suas compras ou tratarem dos mais diversos assuntos.

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A INOVAÇÃO CENTENÁRIA Fundada em 1910, a Henrique Vieira & Filhos é uma empresa familiar que tem como atividade principal a produção de soluções para a indústria no geral com foco na alimentar. Atualmente com 3 áreas de atuação, pulverização, destilação (cobre e em aço inoxidável) e equipamentos em aço inox (reatores, misturadores, fermentadores, decantadores, entre outros), sendo este o principal core business desta empresa centenária que é uma referência em Portugal. VIEIRINOX

HUMBERTO CAMPOS 107 anos de atividade constituem um marco para qualquer empresa. A Henrique Vieira & Filhos, fundada por Henrique Vieira, em 1910, alcançou o centenário e continua a ser uma referência no mercado nacional. Uma empresa familiar que tem atravessado gerações na produção de equipamentos em aço inoxidável para a indústria. Ao longo dos anos viveu vários ciclos económicos e transformações, demonstrando uma grande capacidade de adaptação ao mercado. A aposta na inovação de métodos, técnicas e produtos, marcam o crescimento da empresa. “Hoje mantemos os três setores de atividade: pulverização, destilação, e equipamentos em aço inox, sendo que ao longo dos tempos, temos vindo a ajustar e a intensificar mais um setor ou outro, de acordo com as necessidades do mercado”, comenta Humberto Campos, diretor geral. A pensar nos mercados, o diretor da Henrique Vieira & Filhos reconhece as exigências distintas de cada um e a importância de estarem presentes. A área do inox é a principal fonte de receitas da empresa e serve essencialmente a indústria alimentar mas também a cerâmica, química, bioquímica e farmacêutica. “Encontramos soluções para os problemas dos nossos clientes e adaptamos o nosso serviço às suas necessidades. Temos a capacidade de ir desde o desenvolvimento do produto, ou da solução, até ao fabrico, montagem e assistência técnica.” esclarece Humberto Campos. Para prestar um acompanhamento constante na pós-venda a empresa possui várias equipas de assistência técnica. Ao todo 96 | PORTUGAL EM DESTAQUE

120 funcionários compõem as duas unidades de produção da Henrique Vieira & Filhos, uma na Costa do Valado e outra em Tabueira, distrito de Aveiro. Projetos à medida do cliente Satisfazer e superar as expetativas dos clientes é um dos compromissos da empresa especialista em aço inox, reconhecida como os alfaiates do inox. Para isso apostam na formação contínua dos seus profissionais para prestar o melhor serviço. Cada projeto é um desafio, por isso o conhecimento e a experiência são essenciais para o sucesso da empresa e principalmente para o sucesso dos seus clientes. “Temos 107 anos de experiência no mercado, mas isso por si só não é suficiente. Por isso estamos constantemente à procura de soluções inovadoras para estarmos sempre à altura das necessidades e desafios colocados pelos nossos clientes”, adianta H. Campos. O distrito de Aveiro é reconhecido pela sua indústria, onde a Henrique Vieira & Filhos marca a sua presença com projetos diferenciadores em várias áreas, desde a indústria cerâmica, bacalhoeira e química. Mas não só, por toda a península a lista de clientes é diversificada e transversal ao mercado, passando pela biotecnologia e área alimentar, desde a produção de vinho, azeite, cerveja, café, laticínios, entre outros. Indústria, distribuição, revenda e pequenos produtores procuram os serviços da Henrique Vieira & Filhos que detém duas marcas registadas: a VIEIRINOX®, para os produtos da área do


inox e a VIEIRA®, para os produtos de pulverização e destilação. Como atuam em vários tipos de indústria, têm clientes em várias partes do país, mas o mercado internacional não é esquecido. “Temos exportado para três continentes: América, África e Europa. Sendo que nos dias de hoje, os principais mercados são, efetivamente, Portugal e Espanha. A Península Ibérica é onde nós centramos as atividades de trabalho mas estamos preparados para expandir”, revela Humberto Campos. Para dar notoriedade à marca, a empresa faz questão de estar presente em feiras internacionais. O reconhecimento dos produtos e marcas que representa é uma realidade cada vez mais presente para esta empresa secular, que tem vindo a registar patentes. Princípios como a sustentabilidade, responsabilidade e inovação distinguem a Henrique Vieira & Filhos. “Somos uma empresa sensível à eficiência daquilo que fazemos, não só na ótica dos produtos que entregamos, mas também na ótica do setor produtivo interno. Por exemplo, na eliminação de desperdícios, estamos constantemente a investir e inovar. Melhoramos a eficácia e a eficiência da empresa para conseguir melhores resultados. Até porque a eliminação de desperdícios equivale também a redução de custos, somos cada vez mais competitivos e respondemos rapidamente aos nossos clientes.”, evidencia. Além disso, Humberto Campos pretende continuar a investir na formação dos recursos humanos e torná-los mais aptos às exigências do mercado. Para ir mais longe em produtos e soluções, a empresa tem trabalhado também em parceria com universidades. “Queremos investir em novas tecnologias e incorporá-las nos nossos produtos e soluções. Temos a perfeita consciência da indústria 4.0, temos adotado medidas para implementação das novas tecnologias com vista a aproveitar as novas oportunidades de negócio que daí advém.”

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UMA FARMÁCIA DE EXCELÊNCIA Situada em Cacia, a Farmácia Lusitana aposta há quase três décadas no atendimento personalizado, procurando contribuir para o bem-estar da comunidade. FARMÁCIA LUSITANA

EQUIPA Na posse da atual proprietária, Eneida Azevedo, desde 1989, a Farmácia Lusitana de Cacia tem vindo a melhorar constantemente os seus serviços e instalações, com vista à satisfação das necessidades dos clientes. Em 2004, a farmácia mudou-se para uma zona mais central da freguesia, com instalações mais modernas e com melhores acessibilidades. No ano passado, a farmácia foi fruto de obras de ampliação, contando hoje com umas instalações de excelência, onde toda a decoração – com o tema ‘Terra’ – foi pensada ao pormenor para proporcionar uma sensação de bem-estar e tranquilidade aos visitantes. Uma mudança que a proprietária considera que foi necessária para atrair mais clientes e fidelizar os já existentes. “Antigamente as pessoas passavam de carro ou a pé e viam a farmácia muito cheia e não entravam. Hoje isso já não acontece”. Isto porque, para além da ampliação do espaço, a Farmácia Lusitana possui um amplo quadro de colaboradores que permite fazer um atendimento personalizado. “Há situações em que os colaboradores têm que dispender algum tempo para suprir as necessidades de falar dos nossos clientes e conversar com o cliente sobre outros temas já depois de ter sido atendido. Como o nosso quadro de colaboradores é alargado conseguimos prestar este serviço social sem compromoter o tempo de espera dos demais clientes”, sublinha a farmacêutica. Hoje, a Farmácia Lusitana possui uma variedade de valências, desde a dermocosmé-

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tica, à puericultura, passando pelo aconselhamento de podologia e nutrição, bem como rastreios frequentes à diabetes e ao colesterol. Música na farmácia Para além da atuação na área da saúde, a farmácia procura promover a proximidade e o envolvimento com a comunidade, organizando iniciativas variadas ao longo do ano. Exemplo disso foi o passado Dia de Reis, onde Eneida Azevedo, apaixonada por música clássica, concretizou o sonho de levar a música à farmácia. Convidou dois músicos – um guitarrista e uma flautista – que proporcionaram um dia inesquecível aos visitantes do espaço. A proprietária recorda com orgulho o impacto que a iniciativa teve e “a cara de felicidade das pessoas quando entravam na farmácia e viam os músicos a tocar”. O bem-estar que procuram transmitir aos clientes traduz-se também na lembrança das ocasiões especiais, com a oferta de um presente no Natal ou de uma flor no Dia da Mulher. Na Páscoa, a farmácia promove atividades com a comunidade, como a pintura de ovos, e no verão, organizam campanhas de sensibilização sobre os cuidados com o sol junto das escolas. Para além da proximidade com os utentes e da formação e informação que prestam à comunidade, a chave do sucesso da Farmácia Lusitana de Cacia prende-se com a filosofia que Eneida Azevedo sempre procurou transmitir aos colaboradores: “A farmácia não é minha, é de todos”. Um lema que resultou numa equipa de excelência, que “profissionalmente é muito competente e no aspeto humano é fora do vulgar”.



O LUGAR ONDE O BACALHAU É REI A Portugal em Destaque, aquando da sua passagem por Aveiro, teve a oportunidade de visitar o restaurante Bacalhau e Afins. Roberto de Almeida, proprietário do espaço, explicou-nos o conceito e as especialidades da casa. As suas declarações seguem abaixo... BACALHAU E AFINS RESTAURANTE Até há oito meses o espaço que hoje é o Bacalhau e Afins denominava-se Fusões. A alteração deveu-se ao sucesso que o bacalhau proporcionou. Atualmente 70 por cento da ementa envolve bacalhau, enquanto os restantes 30 por cento são referentes aos afins, como sendo as carnes e os peixes. O prato de autor está na moda Nesta casa toda a confeção é tradicional, exceto o empratamento que é cuidado e sofisticado. Tratam-se de pratos de autor ou reconstruções de pratos típicos portugueses: “Os pratos de autor têm muita saída. As pessoas perderam o medo de experimentar coisas novas e isso leva a que, no mínimo, de meio em meio ano, tenhamos que alterar a ementa”, confidenciou. Por aqui passam brasileiros, espanhóis, holandeses, alemães, mas, também, muitos portugueses. Na verdade, a procura pelo Bacalhau e Afins tem acompanhado o crescimento de Aveiro enquanto destino turístico de eleição. Neste restaurante a qualidade dos produtos nunca é descurada: “Nós só temos produtos premium. Não há produtos maus, há produtos menos bons. Mas nós só usamos os melhores”, reiterou Roberto de Almeida, que garantiu, também, não ser apenas esse o segredo do seu sucesso. Segundo o nosso entrevistado, a equipa de cozinha, jovem e ambiciosa e a equipa de sala muito jovem e profissional contribuem, em muito, para a fidelização do cliente. Bacalhau como anfitrião Este restaurante apresenta uma ementa variada, capaz de fazer as delícias dos mais exigentes. Contempla o peixe e as carnes de uma forma geral, mas tem um destaque especial aplicado ao bacalhau. Começando com um carpaccio de bacalhau ou por uma canja de bacalhau, em seguida, pode provar-se a trilogia de bacalhau, o arroz de bacalhau e grelos com ovo escalfado ou mesmo o bacalhau à lagareiro. Alternativamente, conta-se com o peixe fresco, os lagartos e as migas, a bochecha, entre outras especialidades. Toda a ementa tem um vinho sugerido. São 270 as marcas de vinho presentes no restaurante, com exemplares de todas as regiões vinícolas do nosso país bem como algumas

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do estrangeiro. Mas, nem só no prato se vê o bacalhau. Nas paredes do Bacalhau e Afins podem ver-se fotos alusivas à história deste peixe nobre. Particularidade que faz as delícias de todos os que por aqui passam e que comprovam a teoria de que ‘hoje em dia já ninguém vai a um restaurante só para comer’. Novos conceitos Ao lado do restaurante Bacalhau e Afins funciona uma mercearia tradicional onde têm lugar o queijo, o presunto, o vinho do Porto, a doçaria, as conservas do concelho e, ainda, um espaço para prova, onde se pode comer dobrada, moelas, queijos, entre outros: “Queremos recriar as antigas mercearias onde as pessoas passavam e entravam para petiscar”, esclareceu. Na parte de trás desta mercearia, encontra-se uma sala, com capacidade para 120 pessoas, disponível apenas por marcação. A juntar a estes conceitos distintos, Manuel de Almeida, irmão do nosso interlocutor, prepara-se para inaugurar, no próximo dia 15 de abril, um novo espaço: a marisqueira Tigre, onde o marisco, as carnes maturadas e o peixe de mar serão o centro das atenções. Em final de conversa, o nosso entrevistado deixou o convite: “Desfrutem de tudo o que temos para oferecer. Não venham com pressa, venham para degustar”. Já em jeito de curiosidade, caro leitor, fique a saber que um bom bacalhau pede um bom tinto, encorpado. Não perca tempo e comprove no Bacalhau e Afins.


A SERVIR O MELHOR PEIXE Quem visita Aveiro não resiste a um passeio na ria e a provar os tradicionais ovos moles. Mas não são estes os únicos motivos, ou não fosse o peixe outra das atrações da região. O Restaurante Marinhas comemora 12 anos de atividade a servir o peixe mais fresco. Qualidade, frescura e um atendimento personalizado distinguem este espaço que é já uma referência na “Veneza Portuguesa”. RESTAURANTE MARINHAS A restauração não fazia parte dos planos de Maria Graça Ribeiro. A trabalhar em contabilidade, foi quase obrigada a tratar da gestão de um espaço que agora também é seu. Tudo começou em 2005, quando um sócio com o sonho de abrir um restaurante, fez um convite ao seu marido, já ligado à área da restauração. Juntos fizeram um investimento, encontraram um espaço amplo e nasceu o Restaurante Marinhas. Inicialmente foi Maria Graça Ribeiro que se dedicou ao negócio e só mais tarde o marido se juntou definitivamente. “Abrimos no dia 2 de Abril de 2005, faz agora 12 anos. Logo nesse dia tivemos casa cheia à hora de almoço e de jantar. Lembro-me bem desse dia, tivemos algumas peripécias, foi uma azáfama”, recorda a proprietária. Situado em Aveiro, o Restaurante Marinhas apostou desde o início numa ementa baseada no peixe e no marisco. “O nosso peixe vem do mar, aqui não entra peixe de viveiro. Aliás, quando não há peixe fresco não vendemos. Privilegiamos a qualidade e a frescura dos alimentos, é o que faz a diferença”, afirma Maria Graça. A qualidade dos produtos, a frescura do peixe e o atendimento que prestam aos clientes distinguem este restaurante. Aqui não se enganam os clientes, pelo contrário, fazem-se sugestões e ajuda-se a distinguir as variedades de peixe. Sempre fresco, claro! O gosto pela restauração passou de pai para filha e atualmente é Ana Rita Carvalho que passa mais tempo no Marinhas. A paixão pela área é notória e até já consegue adivinhar os pedidos dos clientes mais fiéis. Entre as sugestões destaca os pratos com cheiro a mar. “Aconselhamos o ensopado do mar, que é uma espécie de caldeirada com batata e um tipo de peixe, acompanhada por torradinhas, coentros e camarões. Temos a caldeirada de enguias, também muito procurada porque utilizamos enguias frescas da região. Para os apreciadores de marisco temos a cataplana e o arroz de marisco”, enuncia a filha do casal. Todos estes pratos são confecionados na hora e muitos clientes optam por reservar e fazer o pedido atempadamente. Além do peixe grelhado ou frito, servido ao quilo, todas estas doses são servidas de forma generosa. “Conhecemos os nossos pratos e se virmos que o clien-

te está a pedir comida em demasiada quantidade, alertamos. É importante falar com os clientes, sermos sinceros e aconselhar para que fiquem satisfeitos”, adianta Ana Rita Carvalho. Para os que não apreciam peixe, existem sempre sugestões de carne. Além do serviço à lista, o Restaurante Marinhas apostou ainda nos pratos do dia durante o almoço. Uma forma de apresentar pratos saborosos a preços mais acessíveis. O “passa a palava” transmitido pelos clientes foi fundamental para este espaço crescer e ser hoje uma referência na região. O serviço prestado não deixa ninguém indiferente e são muitas as pessoas que regressam para repetir a experiência de degustar novos sabores. Manter o nível de serviço e confecionar pratos de qualidade com ingredientes frescos é o compromisso assumido pela família Ribeiro Carvalho. Além da tradição e do reconhecimento alcançado, o Restaurante Marinhas quer levar o seu nome mais longe: “Estamos a concorrer com o nosso Arroz do Mar no concurso Melhor Arroz de Portugal 2017”, concluem.

GRAÇA RIBEIRO E ANA RITA

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AFIRMAÇÃO E VALORIZAÇÃO Esgueira espelha a simbiose perfeita entre o rural e o urbano, onde se destacam singularidades muito próprias em cada um dos lugares que constituem esta freguesia. JUNTA DE FREGUESIA DE ESGUEIRA

ÂNGELA ALMEIDA Em entrevista à Portugal em Destaque, Ângela Almeida, presidente da Junta de Freguesia, revela que a freguesia de Esgueira alberga a maior zona industrial de Aveiro, em Taboeira, onde está concentrada uma grande mancha de indústria, cujas empresas apresentam vocação, quer para o mercado nacional, quer para o mercado internacional. Por outro lado, no coração da freguesia estão concentrados os serviços, desde finanças a bancos, farmácias e o recente centro de saúde, para além de se tratar igualmente de uma freguesia com uma grande área residencial. “A freguesia possui um agrupamento de escolas com cerca de 1.500 a 2 mil alunos a frequentar desde o ensino pré-escolar até ao secundário. Por outro lado, Esgueira é conhecida nacional e internacionalmente pelo desporto e, concretamente, no basquetebol”, sublinha a autarca, lembrando a criação de novas estruturas desportivas e a integração das novas gerações nas coletividades e associações da freguesia. Mandato autárquico Ângela Almeida assumiu os destinos da Junta de Freguesia de Esgueira com vontade de imprimir um novo ritmo de trabalho, por isso relembra a organização da Festa Quinhentista, que na primeira edição, serviu de mote para a comemoração dos 500 anos do foral da freguesia e nas edições seguintes passa a ter uma denominação como as Festas Quinhentistas, que envolve

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todas as associações. Esta iniciativa decorre no mês de junho, bem como o dia da freguesia, que acontece no dia 8 de junho, sendo sempre assinalado com uma sessão solene e com a atribuição de condecorações a personalidades, bem como aos melhores alunos do agrupamento escolar. “No âmbito desta iniciativa, promovemos ainda um cortejo que envolve a comunidade, nomeadamente a escolar”, recorda a presidente de Junta. Assumindo-se uma mulher de causas, Ângela Almeida confessou que uma das grandes concretizações deste ciclo autárquico foi o centro de saúde, já que se tratava de uma ambição com mais de duas décadas. A par deste, a passagem dos serviços da autarquia do piso superior para o piso inferior, permitindo maior proximidade e acessibilidade. “Outra etapa foi o cemitério, que não pertencia à gestão da freguesia. No entanto, conseguimos essa transferência de competências”, revela. Ângela Almeida lembra ainda a intervenção no cais da ribeira de Esgueira, que terá a ligação até o rio novo do príncipe de Cacia e, posteriormente, a ligação pedonal até ao canal central, revela a autarca, destacando o apoio da Câmara Municipal de Aveiro, “para que todos os nossos anseios se tenham tornado realidade”. Por outro lado, a Junta de Freguesia de Esgueira tem vários projetos na esfera social, como o ‘Sorrir a Ajudar os Idosos’, que pretende combater a solidão, bem como o ‘Farmácia Mais’, que pretende

facilitar o acesso das populações à sua medicação contrariando muitas vezes a falta de acessibilidade ou mobilidade. “Outro mais recente é o de atribuição de medicação à população mais carenciada, através de um protocolo com as farmácias e o Banco Farmacêutico”, esclarece, enumerando ainda outros projetos como o ‘Velhotes Ativos’ e o ‘Banco de Tempo de Aveiro’, uma rede de apoio de proximidade que proporciona a partilha e a troca de serviços, em que a moeda usada é o ‘tempo’. A culminar, Ângela Almeida deixa uma mensagem: “Esgueira tem uma vasta panóplia de potencialidades e grande hospitalidade. Venha descobrir as singularidades da nossa freguesia”.


DUAS EMPRESAS, A MESMA QUALIDADE Pertencem ambas ao Grupo Fil, mas dedicam-se a setores diferentes: a Rokefil comercializa máquinas e componentes para a indústria do calçado, enquanto a Sacrofil dedica-se ao comércio de eletrodomésticos. Geridas por Carlos Costa há 18 anos, as empresas de S. João da Madeira são hoje uma referência no mercado nacional. GRUPO FIL prestam serviços de sublimação, impressão digital e colagem de diversos materiais. 85 por cento dos produtos são importados e os restantes são produzidos na empresa e depois vendidos às grandes fábricas de calçado a nível nacional. Sempre com o objetivo de inovar e responder com eficácia às necessidades dos clientes, a Rokefil irá contar, ainda este mês, com uma máquina de alta tecnologia (existem apenas seis em Portugal) para criar novos produtos para a próxima coleção. A par disso, a empresa de S. João da Madeira está a desenvolver um projeto com um conceituado estilista português, mas que, para já, ainda está no segredo dos deuses.

CARLOS COSTA

A Rokefil – Comércio de Máquinas e Materiais para a Indústria do Calçado, Lda nasceu em 1999, embora a ideia de negócio já existisse na cabeça de Carlos Costa há 10 anos, altura em regressou da África do Sul. Depois de trabalhar nove anos numa empresa no setor do calçado, decidiu arriscar e criar a sua empresa. “Comecei na garagem de minha casa, era eu o único funcionário”, recorda o responsável, acrescentando que a ideia inicial era ter um “leque pequeno de clientes”. No entanto, o crescimento da empresa fez-se notar. Ao fim de seis meses foi obrigado a contratar um funcionário e ao fim de um ano mais dois. Atualmente têm mais de 20 colaboradores que operam num espaço de 3600 metros quadrados. A empresa dedica-se ao comércio de componentes para calçado, desde linhas das mais variadas cores e espessuras, fitas de reforço, agulhas e outros acessórios. Comercializam ainda todo o tipo de máquinas de costura de última tecnologia, assim como

Sacrofil: uma ideia vencedora Dinâmico e com espírito empreendedor, Carlos Costa não desmotivou quando o setor do calçado começou a viver momentos de crise, no início dos anos 2000. Ao invés, procurou novas ideias de negócio. E, em 2004, depois de uma visita à maior feira mundial de eletrodomésticos, na China, o empresário decidiu apostar no setor, criando a Sacrofil - Comércio de Utilidades Unipessoal, Lda, que desde logo despertou interesse no mercado, sobretudo nas grandes superfícies. “No primeiro catálogo que apresentámos ao Bricomarché, por incrível que pareça, foi selecionado um produto que originou uma encomenda de 4200 peças. Para nós foi ótimo, porque entrar num hipermercado à primeira não é fácil”, conta o responsável. No entanto, o negócio esteve na iminência de não se realizar, não fosse a persistência de Carlos Costa, que se deslocou à China para garantir que a encomenda seria produzida no prazo acordado. Assim, ainda nessa semana surgiram mais encomendas e não mais pararam. “Em 2015 e 2016, a Sacrofil foi o maior fornecedor de produtos do Bricomarché, com o maior volume de vendas”, sublinha Carlos Costa. A empresa distribui ainda para o grupo Sonae (marca Kasa), Pingo Doce e, mais recentemente, Minipreço. Hoje a empresa comercializa não só eletrodomésticos, como também equipamentos de aquecimento, ventilação e produtos de ménage e jardim. Possuem duas marcas próprias: Delba e Haigo. O objetivo para o futuro é “trabalhar para manter”, assegura o responsável, salientando a importância de saber fidelizar os clientes e não descurar o acompanhamento e as visitas frequentes. “Apesar de termos uma equipa de comerciais na rua, todas as semanas faço questão de ir visitar clientes, para saber se estamos a satisfazer as necessidades”, finaliza.

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SOLUÇÕES CRIATIVAS À ESCALA GLOBAL! Cada projeto como uma história única! É este o mote de ação da Sokvels, empresa sediada em São João da Madeira cujo core-business é a conceção de soluções de design e decoração de raiz como a remodelação de espaços interiores e o fornecimento dos seus bens numa base FF&E que inclui a sua montagem, direcionado em particular ao segmento hoteleiro mas também da restauração e residencial. SOKVELS

A Sokvels, segundo Carlos Veloso, sócio fundador, que possui uma vasta experiência profissional de décadas na área de trading no mercado internacional, sentiu a necessidade de direcionar a sua carreira profissional para uma área mais criativa que sempre o apaixonou e que é o design e a decoração de interiores. Esta oportunidade surgiu em 2004 na prospeção de mercado da federação russa, onde surgiu a oportunidade de colocar ao dispor do segmento de mercado hoteleiro deveras carente na altura, todo o seu background numa filosofia de cluster habitat que adquiriu junto da industria nacional e internacional no percurso da sua carreira profissional. Esta traduziu-se na realização e conclusão de projectos de enorme prestigio e dos quais se orgulha, como por exemplo a renovação de unidades hoteleiras da Presidência da Federação Russa, projetos de investidores privados, ancorados ou não em cadeias internacionais como a ACCOR, Marriott, Kempinsky entre outras. Paralelamente a este segmento ‘habitat’, surgiram oportunidades de participar em 106 | PORTUGAL EM DESTAQUE

projetos de grande envergadura a nível de fornecimento de rochas ornamentais, elemento sempre presente na área ‘habitat’, experiências de sucesso como o Supremo Tribunal da Federação Russa, o Hotel Moscovo junto da Praça Vermelha, a Biblioteca Nacional da Bielorússia entre outros. A experiência adquirida neste mercado, permitiu-lhe direcionar as suas ações para o mercado africano e da UE em especial o exigente mercado francês, onde tem gradualmente aumentado a sua quota de mercado, e onde igualmente tem cooperado em projetos deveras interessantes e igualmente prestigiantes onde realça o icónico hotel George V em Paris entre outros nesta cidade, o hotel Palais de la Mediterranée em Nice e em curso a renovação de diversas unidades no Le Mont de Saint Michel na Normandia. “Não temos barreiras para os trabalhos que podemos efetuar”, explica Carlos Veloso. Projetos executados com paixão Mais do que simples projetos de deco-

ração, a equipa da Sokvels procura dar corpo a um conceito e a uma história em cada trabalho que efetua. Por isso mesmo, o trabalho é efetuado sempre em contacto chegado ao cliente, procurando constantemente dar forma aos desejos e ao modelo que está planeado para cada local ou objeto que criam. “Cada projeto tem o seu valor, acarinho-os com a mesma paixão. O que mais me realiza é chegar a um local que está praticamente todo demolido, e depois puder ver o produto final. A história e envolvência do espaço têm que se ligar harmoniosamente”, refere Carlos Veloso. O trabalho desenvolvido pela equipa da Sokvels passa pela coordenação entre várias empresas e fornecedores, que focaliza acima de tudo a garantia do cumprimento dos prazos e a total satisfação do cliente. “Temos que ter uma especial atenção e dedicação em todos os projetos, estamos a falar de projetos de muita responsabilidade a nível internacional que envolvem uma logística acrescida, deslocação de equipas técnicas diversas e em que acontecem situações inesperadas para as quais temos de estar preparados


em ultrapassar em obra”, referiu o fundador da Sokvels. Marca própria conquistada por mérito Para Carlos Veloso, os seus objetivos passam por incutir diariamente paixão na realização profissional da sua equipa interna e por vezes nas externas, como na procura de uma constante evolução profissional e ambiciosa no sentido de se enfrentarem novos e maiores desafios. “A minha missão é satisfazer dois propósitos: gerir as equipas focalizando-as acima de tudo nas necessidades do cliente/mercado e responsabilizar-me pela motivação e responsabilização profissional das mesmas. O fundador da Sokvels considera que o tipo de serviço prestado pela empresa não é único no mercado, onde existem já várias empresas semelhantes, mas acredita que a sua principal diferença passa pela atitude que tem para com o trabalho. “Modéstia à parte, eu sou uma pequeníssima gota neste oceano. Mas tenho um princípio que talvez me distinga de muitos que é um elevado sentido de responsabilidade, espirito de sacrífico e flexibilidade operacional. Definiria a minha empresa em três palavras: responsabilidade, paixão e ambição”, reitera. Para o futuro, Carlos Veloso aposta num refreshement da imagem cooperativa da Sokvels, a divulgar muito brevemente, e pondera também alargar o raio de ação da Sokvels a outros mercados incluindo o mercado nacional, onde já fez algumas breves incursões mas que gostaria de estender a projetos de maior envergadura.

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PRODUTO 100% PORTUGUÊS A Insatec é uma empresa de cariz familiar especializada na criação de sacos de tecido que entrou no mercado em 1991. Gerido por Maria Avelina Duarte, a empresa está sediada na cidade de São João da Madeira. INSATEC

MARIA AVELINA DUARTE

LINO ARMANDO DIAS

Inicialmente a empresa era conhecida como NOVAGA, “isto começou por ser serigrafia em vidro, espelho e desenhos em pinturas a pincel, depois surgiu a ideia dos sacos”. Esta ideia veio de Lino Armando Dias, marido de Maria Avelina Duarte que na altura percebeu que os sacos de tecido eram um nicho por preencher no mercado. E assim foi criada a Insatec, e o que começou numa cave rapidamente passou a ser algo maior. A junção da experiência de Avelina Duarte na costura e a habilidade comercial de Lino Dias, permitiram a criação de um “produto inovador que existia pouco e o que vinha era de Itália”. Num processo que necessitou de muito trabalho e dedicação, pois “na altura ainda era nas Páginas Amarelas que procurávamos fornecedores, conhecimento de matérias-primas, material e clientes, o meu marido que já tinha alguns conhecimentos sobre os clientes, porque já tinha trabalhado com um tio em calçado. Ou seja, ele estava no escritório mas como era familiar, de vez em quando, ia fazer entregas e então com essas entregas ia conhecendo clientes”. Os primeiros sacos foram direcionados só para o calçado, só mais tarde foi para marroquinarias. Atualmente, o cliente pode escolher o produto que necessita através de vasta coleção de sacos de tecido e calçadeiras, entre outros artigos de moda. “Começámos também com a ideia de calçadeira através dos conhecimentos que o meu marido tinha das sapatarias. Ele vendia diretamente para a sapatarias, agora também vendemos para as fábricas de calçado”. A Insatec faz o processo dos moldes que depois são fabricados num particular. Há 26 anos atrás, a criação de sacos de tecidos era considerado uma ideia inovadora, Lino Dias e Avelina Duarte, não se limitavam às ideias inicias do cliente, faziam questão de aconselhar e mostrar aquilo que tinham para oferecer. “Todas as vezes que vinha um cliente novo pedir um saco diferente, era eu que fazia a amostra e depois fazíamos propostas. E mesmo a nível de matérias-primas, eles vinham com umas ideias, e acabavam por sair com outras”.

Avelina Duarte explica que atualmente os clientes tem encomendado “saquinhos para guardar os bikinis, fatos de banho, toalhas de banho/ praia, tudo, praticamente tudo o que seja sacos de tecido”. Relativamente à matéria-prima, os fornecedores tem sido praticamente os mesmos desde do início da empresa. “Outros, eu tento arranjar o fabricante mesmo na origem porque há produtos que eu compro em armazenistas porque são coisas que eu gasto pouco; os algodões eu vou procurar o fabricante tenho melhor preço”. A Insatec trabalha com cerca de três fabricantes, cada um com a sua tarefa. “Nós temos um fabricante de tecido, um cardador que faz as cargas das flanelas e temos o tintureiro que dá a cor ao tecido e acabam por ser os acabadores e os fabricantes, ou seja, quando o tecido chega aqui à fábrica já vem pronto a trabalhar. O tecido já foi escolhido no fornecedor e encaminhado para o tintureiro, a costura e o estampado é só no final quando o produto já está confecionado; isto tudo depende também do tipo de estampado que é pré-feito antes de confecionar”. Todo a matéria-prima utilizada pela Insatec tem origem portuguesa, mas os fabricantes vão buscar os materiais que eles precisam no estrangeiro. O efeito do bordado é a única coisa que não é feita na empresa, mas a impressão

Material de qualidade Para a empresa a matéria-prima é um fator muito importante, porque faz a diferença entre ter um bom produto ou mau produto. “A única coisa que não é tecido, é o vlieseline, também conhecido por TNT (tecido não tecido), que é muito utilizado para o porta-fatos, é também usado nas forras das botas mas a maioria do tecido que nós gastamos é o algodão”. 108 | PORTUGAL EM DESTAQUE


é toda na empresa que dispõem de maquinaria de configurações de impressão normal e em HD. O processo de criação dos produtos diferencia-se de acordo com aquilo que o cliente necessita. “A maioria das vezes é o cliente já tem uma ideia definida, enviam uma maquete ou vêm aqui e trazem a ideia ou um exemplar e fazem o pedido. Outras vezes vem aqui pelo estampado que há e escolhem ou a cor, o tipo de estampado ou o tipo de letra“. Os sacos de tecido são fabricados através de moldes, onde é tudo monofaturado e este procedimento está divido em três partes: costura, corte e estampagem. Todo o processo é feito por cerca de oito costureiras. O tempo de confeção dos produtos demora de acordo com dois fatores, a dificuldade do processo da costura e o volume da encomenda. Mercado Na área de mercado da bijuteria/artesanato, os comerciantes percebem cada vez mais que o embalamento dos seus produtos precisam de ser mais personalizados e daí estar a existir uma crescente procura na fabricação de pequenos sacos de tecidos. Muita da distribuição dos produtos da Insatec é local, abrangendo empresas na

área do calçado, lojas e vestuário. Apesar de trabalhar maioritariamente no mercado português, a empresa fornece a clientes que exporta o seu artigo e, consequentemente, da Insatec, tendo já exportado para países como a Suíça, França, Inglaterra, Dinamarca, Canadá, Espanha, Polonia, Angola e Estados Unidos da América. O tipo de cliente que procura os serviços da Insatec tem normalmente uma extensão económica média-alta, ou até mesmo alta. De acordo com Avelina Duarte, “há muitos clientes que nos escolhem por uma questão económica”. Alicerces da Insatec O facto de ser uma empresa familiar ajuda na coesão e no bom ambiente entre os seus funcionários e, daí, o sucesso da empresa.

“Começámos com uma máquina e crescemos bastante. De há dois anos atrás a esta parte, já admitimos quatro pessoas e compramos seis máquinas, por causa da divulgação via internet”. A criação do site foi um veículo de informação importante para começarem a avançar com a internacionalização. Apesar das dificuldades que foram surgindo ao longo de 26 anos, a Insatec sempre conseguiu vingar-se no mercado, mostrando um crescimento sucessivo sem nunca estagnar ou ter bruscos decréscimos. Em 2017, as perspetivas são as melhores, tendo em conta que o 2016 foi um ótimo ano, a nossa entrevistada espera que o ano 2017 seja ainda melhor.

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SÃO JOÃO DA MADEIRA, MERECE UM RESTAURANTE ASSIM A Harpa é um restaurante em São João da Madeira, uma das cidades mais desenvolvidas e com mais qualidade de vida em Portugal, que prima pela qualidade em todos os aspetos, seja nos produtos de excelência, no atendimento personalizado ou satisfação dos seus clientes. RESTAURANTE A HARPA

MANUEL PAULA 110 | PORTUGAL EM DESTAQUE

Manuel Paula é o ‘rosto’ do restaurante. Fez a sua formação na Escola de Hotelaria do Porto e, ao longo vários anos, trabalhou nos mais prestigiados restaurantes da região Norte. Após essa etapa da sua vida profissional, assumiu o desafio de gerir o restaurante A Harpa. A ele se dedica com empenho total. A sua sabedoria fez com que rapidamente o restaurante se elevasse a um patamar de topo a nível nacional e é detentor de uma visão humanista, focada na positividade e no amor e entrega ao próximo, cuidando dos que trabalham consigo, assim como dos seus clientes. Homem aventureiro que gosta de desafios, aceitou ficar com o restaurante. Mudou um pouco o conceito do anterior proprietário, investiu numa melhor carta de vinhos e procurou diversificar a carta, ‘receita’ que lhe permitiu criar uma cozinha tradicional, mas adaptada às novas exigências dos clientes. Tudo


isto aliado a um atendimento cuidado e adaptado as necessidades dos diferentes estilos de vida ou necessidades especificas de cada um. “Temos algumas receitas que são próprias para celíacos, não podemos descuidar estes nossos clientes. O mesmo acontece com os vegetarianos, já temos na nossa ementa esta possibilidade”, refere o chef. A Harpa baseia as suas ofertas na cozinha tradicional portuguesa, mas tem sempre presente uma enorme vontade de diversificar e inovar. O toque contemporâneo não deixa de estar bem presente na forma de colocar os alimentos no prato. “A minha vida tem sido uma permanente aprendizagem. Ainda hoje sei que não sei tudo mas ambiciono constantemente saber mais”, sublinha. Inspiração, entrega e profissionalismo são ainda as palavras que definem o trabalho diário no restaurante A Harpa. Outra preocupação é a saúde. Procura-se que a forma de confecionar seja o mais saudável possível, nunca descurando a frescura dos alimentos, tendo sempre em conta o sabor original das diferentes iguarias. Dentro deste conceito as ementas vão variando para não cansar os diferentes clientes, principalmente os que vem de forma regular e procuram variedade. “A seleção dos melhores produtos é deci-

siva numa cozinha”, acrescenta. A carta dos vinhos é uma das constantes formas de inovar o serviço, a constante atualização da garrafeira do restaurante é determinante para a satisfação dos clientes conhecedores e apreciadores de bons vinhos. O investimento é grande, mas necessário para manter um nível de excelência no serviço. Os novos projetos passam pela remodelação do espaço dedicado a esta área. A simplicidade do Chef Manuel Paula não deixa ninguém indiferente e o seu saber cativa todos os que visitam o restaurante e com ele aprendem porque o chef está sempre disponível para “dar uma lição” de como se confecionam os pratos que serve aos seus fiéis clientes.

São João da Madeira tem um passado de que se orgulha. Ao longo dos últimos 90 anos o concelho desenvolveu-se como nenhum outro na região. Ficaram as marcas de gentes laboriosas que, na indústria da chapelaria e do calçado, construíram uma terra onde se vive com gosto. Mas o futuro de São João da Madeira é já hoje. Erguem-se novas indústrias tecnologicamente avançadas que estão e estarão ainda mais daqui por diante - a dinamizar um tecido empresarial pujante que assegura remunerações acima da média e augura uma elevada qualidade de vida aos seus cidadãos. É, pois, essencial que a oferta da restauração tenha um restaurante com a mais elevada qualidade a nível do país e que ofereça um serviço de excelência aos muitos visitantes estrangeiros que visitam a cidade e também os que aqui se deslocam vindos dos industrializados concelhos vizinhos. A Harpa tem esse desígnio, essa ambição. Com uma confeção requintada, o colorido dos seus pratos oferece uma saborosa gastronomia tradicional genuinamente portuguesa. Num espaço acolhedor, com uma decoração de uma imensa beleza, A Harpa distingue-se. Um serviço de excelência completa este restaurante que tão bem recebe os seus mais exigentes clientes.

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PALMELA O concelho de Palmela, com 461 km2, é o mais extenso da Área Metropolitana de Lisboa. Localiza-se numa posição central da Península de Setúbal, entre três das mais importantes áreas protegidas nacionais – o Parque Natural da Arrábida (PNA), a Reserva Natural do Estuário do Sado (RNES) e a Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET) –, os dois estuários e a serra, abrangendo zonas do PNA e da RNES (respetivamente 15,28 km2 e 17,01 km2). As áreas que constituem a estrutura biofísica fundamental de proteção e valorização ambiental no Concelho de Palmela abrangem 212 km2 e incluem, além do PNA e RNES, a Reserva Ecológica Nacional, a Reserva Agrícola Nacional, os Espaços Florestais, e as zonas já classificadas como Sítio de interesse nacional, propostas para constituírem a Rede Natura 2000 – um conjunto de zonas destinadas a preservar a biodiversidade na Europa.

MODERNIDADE E TRADIÇÃO A freguesia de Quinta do Anjo tem 52 km2 e cerca de 12 mil habitantes e constitui uma das cinco freguesias do concelho de Palmela. FREGUESIA DE QUINTA DO ANJO

VALENTIM PINTO 112 | PORTUGAL EM DESTAQUE

A história de Quinta do Anjo remonta a tempos ancestrais como o demonstram a existência de Sepulcros Neolíticos Locais. A freguesia de Quinta do Anjo é constituída por vários núcleos urbanos, os mais importantes dos quais são a própria Aldeia de Quinta do Anjo, Cabanas, Bairro Alentejano, Bairro dos Marinheiros e Olhos de Água. Freguesia classificada como semi-urbana, aqui localiza-se um importante núcleo empresarial com tecnologias de ponta de que se destaca a Autoeuropa e toda a fileira de empresas ligadas à atividade de indústria automóvel. A Quinta do Anjo possui, igualmente, uma área agrícola onde se produzem vinhas e vinhos de grande qualidade como o comprova a existência de adegas que são referências nacionais e internacionais. Também a maioria do designado queijo de Azeitão, feito a partir do leite de ovelha, é produzido em Quinta do Anjo. Para além do seu núcleo histórico central, Quinta do Anjo tem acolhido novos moradores em urbanizações recentes e modernas, o que dá a esta freguesia uma

diversidade urbanística e social de inegável importância. Modernidade e tradição são duas componentes que coexistem e se complementam, fazendo da Quinta do Anjo uma ‘Terra Singular’ usando a expressão do Dr. António Matos Fortuna, grande historiador local. A cultura, o associativismo, o desporto e as atividades ligadas ao turismo são outros traços fundamentais de uma identidade cultural.

RUA JOÃO DE DEUS 2950-731 QUINTA DO ANJO TEL.: 212 880 232/0329 E-MAIL: JUNTA.ANJO@NETVISAO.PT WWW.JF-QUINTADOANJO.PT/


QUEM PROVA NÃO ESQUECE... Amanteigado, suave, mas ligeiramente ácido são as características que fazem do Queijo de Azeitão um produto único. A Portugal em Destaque foi à freguesia de Quinta do Anjo, conhecer a Queijaria Artesanal Simões e descobrir o verdadeiro sabor da tradição. QUEIJARIA ARTESANAL SIMÕES

A origem e o segredo do Queijo de Azeitão remonta a 1830, quando Gaspar Henriques de Paiva chegou a Azeitão. Juntamente com ele vieram ovelhas leiteiras e todos os anos chegavam queijeiros da sua terra natal para produzir o tão afamado Queijo da Serra da Estrela. Desta forma dava-se origem a um dos mais apreciados queijos de ovelha nacional, o Queijo de Azeitão. Vários anos passaram, o queijeiro foi partilhando os seus ensinamentos e a receita foi passando de geração em geração, até que em 1992 chegou às mãos de Rui Simões. Serralheiro civil de

profissão, Rui Simões sempre teve como passatempo o pastoreio de ovelhas, tendo nascido aqui o seu gosto pela arte de produzir o queijo. “Sempre vendi o leite do meu rebanho a outra queijaria”, mas quando a sua esposa, Leonor Simões ficou desempregada, o casal lançou-se na aventura da produção de queijos, após os sábios ensinamentos do mestre Mário Padanha sobre a arte da cura do queijo de Azeitão. “Volvidos 25 anos, de aprendiz virei mestre e não deixei morrer a tradição, procurando, até hoje, aperfeiçoar a receita ancestral”, desvenda Rui Simões. Em 1994, nasce a Queijaria Artesanal Simões, que com muita entrega, esforço e dedicação tem crescido, afirmando a sua posição no mercado. A qualidade e o sabor inconfundível do produto chamaram a atenção das grandes superfícies como o Continente, Jumbo, El Corte Inglés e Intermarché, mas também do mercado internacional, nomeadamente Espanha, França, Suíça, Holanda, Suécia, Inglaterra e Estados Unidos da América. “Os resultados obtidos ultrapassaram as expectativas”, revela Rui Simões, um homem com uma grande paixão pelo seu trabalho. Prémios e distinções A Queijaria Artesanal tem tido um grande reconhecimento traduzido em prémios, nomeadamente o Great Taste 2013 com 2 Estrelas; Bronze no World Cheese Awards 2013; Medalha de Ouro 2013 e Medalha de Ouro 2015 no Concurso Nacional de Queijos Tradicionais Portugueses; e uma estrela dourada “Superior Taste Award 2015” no International Taste & Quality Institute, referência mundial na avaliação e promoção de alimentos e bebidas de sabor superior. Sabor inconfundível Com uma produção média diária de cerca de 500 queijos, a Queijaria Artesanal tem vindo a ser procurada por muitos turistas, essencialmente, pela qualidade e pelo sabor inconfundível. “O nosso queijo é de fabrico artesanal, com leite fresco de ovelhas pastadas na Serra da Arrábida. Este queijo não tem ingredientes secretos, apenas leite de ovelha cru, cardo e sal. O segredo está na forma como os três ingredientes se conjugam”, desvenda. A Queijaria Artesanal oferece ao mercado quatro produtos diferenciados – Queijo de Azeitão DOP, Queijo Fresco de Ovelha, Requeijão e Manteiga de Azeitão. “O Queijo de Azeitão DOP é o produto ex-líbris, um queijo gourmet de elevada qualidade, intensidade média e ligeiramente ácido no final”, explica o nosso entrevistado. Novos horizontes Contando com a dedicação de 15 colaboradores, Rui Simões não esconde a satisfação pelo sucesso alcançado. Em termos de futuro, Rui e Leonor Simões gostariam de organizar visitas para que as pessoas conhecessem o processo de fabrico do Queijo de Azeitão, mas para tal, é necessária uma nova ampliação das instalações. Por outro lado, este casal empreendedor demonstrou ter algumas ‘surpresas na manga’, que poderão passar pelo lançamento de novos produtos.

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APOSTA NA INTERNACIONALIZAÇÃO E NO REFORÇO DA COMPETITIVIDADE A Adega de Palmela, situada na Região da Península de Setúbal, conta hoje com mais de 300 associados com uma área de 1000 hectares de vinha, assumindo a capacidade de produzir cerca de 10 milhões de litros do tão apreciado néctar. Após 60 anos de existência, a Adega de Palmela aposta agora na internacionalização e no reforço da competitividade. ADEGA COOPERATIVA DE PALMELA

JORGE DELGADINHO, JOSÉ COUTINHO E LUÍS SILVA Fundada em 1955, a Adega Cooperativa de Palmela dedicou-se durante grande parte da sua história à venda a granel, vendendo os seus néctares para grandes marcas que, por sua vez, granjeavam grande sucesso. Em 2009, com a alteração de órgãos sociais e com a entrada do enólogo Luís Silva, a Adega de Palmela iniciou a sua aposta nos engarrafados, começando a negociar com as grandes superfícies, a produzir bons vinhos 114 | PORTUGAL EM DESTAQUE

e receber inúmeras distinções, prémios e medalhas, como nos conta em entrevista o presidente da adega, José Coutinho. “Começámos por colocar no mercado a renovada gama Pedras Negras, a gama Adega Palmela e a gama Vale dos Barris, que se destaca nacional e internacionalmente pelo Vale de Barris Moscatel, bastante apreciado e procurado pelos consumidores”, revela. Em 2016, a Adega de Palmela decidiu apostar no lançamento de uma gama destinada ao canal HORECA. A marca Villa Palma foi apresentada através de uma gama de cinco vinhos – Villa Palma Tinto DO 2013, Villa Palma Tinto DO Colheita Selecionada 2013, Villa Palma Branco DO 2015, Villa Palma Branco DO Colheita Selecionada 2015, Villa Palma Rosé DO 2015. Já no final do ano, a adega lançou a aguardente velha Villa Palma, “com aromas inesquecíveis” e “com uma boa relação qualidade/preço”, disse o presidente, frisando que “a aguardente está à venda na loja da Adega e garrafeiras pelo valor de 30 euros”, lembrando que tiveram uma produção de 1500 garrafas, sendo que a primeira edição contemplou cerca de 700 garrafas. As novidades foram sempre surgindo e as últimas são o novo Vale dos Barris Syrah com o novo rótulo, Vale dos Barris Reserva Branco 2015, Vale dos Barris Reserva


VALE DOS BARRIS COM IMAGEM RENOVADA A PARTIR DE ABRIL Tinto 2013 e a Aguardente Velha Villa Palma, que estiveram em destaque no evento Festival Queijo, Pão e Vinho. Novos investimentos De acordo com José Coutinho, os atuais órgãos sociais, tiveram a coragem de colocar em marcha um investimento na ordem dos 2 milhões de euros. A primeira fase foi direcionada para a zona de receção das uvas e a vinificação, no sentido de melhorar a qualidade do produto. “Em 2017, continuamos com o investimento, na zona de engarrafamento e armazenagem do produto acabado”, revela, aproveitando para dar os parabéns a todos os Órgãos Sociais e associados pela coragem e astúcia. Com uma estratégia de comunicação assertiva, a Adega de Palmela quer conquistar o mercado internacional “com a sua relação qualidade/preço”. E reitera: “Somos a única adega do concelho que tem Palmela no nome, por isso faz sentido que a Adega de Palmela, com 62 anos, seja a embaixadora de Palmela, quer a nível nacional quer além-fronteiras”, afirma. Estratégia e renovação A Adega de Palmela, emblemática casa de vinhos da região, que está a completar 62 anos, entrou numa nova fase da sua história, com um processo de renovação de equipamento e instalações e uma aposta no relançamento da atividade, num impulso dado com a eleição de novos órgãos sociais. De acordo com o enólogo Luís Silva, a aposta da adega nos engarrafados impôs uma nova estratégia e forma de pensar a médio e longo prazo, bem como novas exigências e dinâmicas. “A organização associativa é muito importante e, nesse aspeto, a direção tem conseguido comunicar muito bem com os associados, incutindo-lhes um sentido de pertença e orgulho no percurso de crescimento da Adega de Palmela”, salienta o enólogo, destacando ainda a aposta na reestruturação das vinhas através de uma candidatura conjunta. A nova estratégia assumida “obriga-nos a apostar em infraestruturas e equipamentos mais capazes ao nível do desempenho, para que o produto final tenha cada vez maior qualidade”. Luís Silva destaca ainda a aposta da Adega Cooperativa de Palmela na estratégia de modernização da imagem com o lançamento de novo logotipo e vídeo promocional, AF Imprensa_185x42_HQ.pdf 1 30/03/17 16:23 sublinhando que no logotipo preserva-se a Espada da Ordem de Santiago cruzada com

o Castelo de Palmela, ícones que fazem parte da identidade da marca e contam a história da região e sua verdadeira origem das vinhas de Palmela. Nos rótulos, vai continuar a estratégia de enaltecer locais e monumentos da região, com a assinatura “vinhos que contam histórias”, estratégia que a AdP iniciou em 2016 que revela em cada lançamento dos seus novos vinhos. “A partir do mês de abril estará no mercado a nova gama de vinhos Vale dos Barris da Adega Cooperativa de Palmela com imagem renovada. Integrada na estratégia de modernização da adega, a mudança abrange toda a gama”, desvenda o enólogo. Por último, Luís Silva assume a aposta da Adega de Palmela na exportação, por isso, salienta a importância dos seus parceiros nesta estratégia que tem como mercados prioritários, o Brasil, China, Suíça, Alemanha e Estados Unidos. “A Adega de Palmela vai estar presente em feiras e certames nestes países, no âmbito do projeto OCM – Países Terceiros”, com o intuito de reforçar a sua competitividade, porque “temos quantidade, preço e qualidade para poder satisfazer os mercados internacionais”, assegurou o enólogo e gerente da Adega de Palmela.

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