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2º Encontro – Marcos 9.38-50

2º ENCONTRO

ESTUDO BÍBLICO: Marcos 9.38-50

1. Dirigente: (ou alguém da casa) Sejam bem-vindos e bem-vindas a esta celebração em tempos que lembramos a Reforma. Que possamos, através da presença do Santo

Espírito de Deus, nos animar na fé, na esperança e no amor. Alegramo-nos por Deus permitir este encontro e por ter dado a sua palavra, que é nova a cada dia.

2. Canto:

3. Dirigente: A bondade de Jesus, o amor de Deus e a comunhão do Espírito

Santo sejam com todos nós. Amém. 4. Leitor/a: Acendemos uma luz em nome de Deus, que viu, iluminou o mundo e nos soprou o alento da vida (acende a vela e põe sobre o altar). 5. Leitor/a: Acendemos uma luz em nome de Jesus, que caminhou ao encontro do ser humano e o salvou (acende a vela e põe sobre o altar). 6. Leitor/a: Acendemos uma luz em nome do Espírito Santo, que abraça o ser humano e permite experimentar o Deus que se faz presente em seu viver (acende a vela e põe sobre o altar). 7. Dirigente: Estamos reunidos como um grupo de pessoas pertencentes a uma comunidade. Não estamos isolados e nem fechados em nós mesmos. Afinal, são muitas as dores existentes no mundo e muitas delas atingem a nós mesmos.

Delas queremos lembrar (recortar manchetes de jornais que mostram fatos onde a vida criada por Deus é ferida pela sede de poder por parte de lideranças políticas e religiosas. Colocar estas manchetes sobre o altar. Podem ser feitos comentários. Após este momento, cantar): 8. Todos/as: Misericórdia, Senhor, misericórdia! Misericórdia! Senhor, escuta o lamento e tem de nós compaixão. Ao povo dá novo alento, a tua graça e perdão.

Misericórdia, Senhor, misericórdia! Misericórdia! 9. Dirigente: Deus vem a nós através da Palavra e dos Sacramentos. Ali, pessoas encontram ânimo e orientação para colocar sinais do Reino de Deus neste mundo (recortar manchetes de jornais - Jorev, Semeador, O Caminho e outros - que mostram espaços onde a dignidade da vida criada por Deus está sendo preservada/resgatada. Colocar sobre o altar. Após, cantar): 10. Todos/as: Onde reina amor, fraterno amor, onde reina amor, Deus aí está.

11. Dirigente: Oremos: Amado Deus. Concede-nos o teu olhar neste encontro.

Permite que bebamos na fonte da tua salvação. Livra-nos de toda angústia. Perdoa nosso pecado. Desvia nossos passos dos caminhos em que te ofendemos e ferimos nossos semelhantes. Liberta-nos da sede de poder. Preenche nossa vida com a alegria do trabalho que está ao teu serviço. Amém. 12. Canto: HPD 166

13. Leitor/a: Estamos no mês em que lembramos a Reforma. A palavra graça, para a Igreja Luterana, tem um peso muito forte para a sua identidade. Quando Lutero descobriu-se justificado por graça e não pelas obras, mudou radicalmente sua forma de viver. Essa descoberta não o tornou imóvel, mas o fez trabalhar de alegria, traduzir a Bíblia, compor hinos, enfim, o fez trabalhar a serviço do

Evangelho sem querer, por isso, recompensa ou reconhecimento. O mesmo fez o apóstolo Paulo, que não cruzou os braços, mas lançou-se de corpo e alma no serviço do apostolado. Considerou seus bens, sua reputação e seu nome como lixo diante da oportunidade de pregar o Evangelho da salvação (Fp 3.8). 14. Leitor/a: Infelizmente isso não se pode dizer da Igreja Luterana como um todo.

A garra dos reformadores não proliferou como se esperava. Ao invés de se apostar na alegria de sermos justificados por graça, novamente se pôs a carroça na frente dos bois, ou seja, acenou-se com a lei e com o terror do inferno. Ou, quando não se apelou ao terror, barateou-se a graça de Deus como se fosse possível ser cristão sem olhos, mãos e pés, ou seja, sem ação - sal sem gosto. 15. Leitor/a: Vejamos esta questão à luz de Mc 9.38-50 (leitura do texto). 16. Leitor/a: Os discípulos estão com Jesus rumo a Jerusalém. Enquanto Jesus fala de paixão, os discípulos sonham com poder, não entendem a proposta do mestre e discutem quem seria o maior (v. 33-37). O poder sempre ofuscou olhos e entendimento. Jesus, como grande pedagogo e político, traz uma criança para o centro. A criança era o símbolo vivo dos pequeninos insignificantes na sociedade de então, e de hoje também, para mostrar a serviço de quem está o Reino de

Deus.

17. Leitor/a: Mas a questão do poder ainda não se resolve. Os discípulos atribuem a si mesmos o direito de proibir alguém fazer o bem em nome de Jesus, só porque este não segue o seu grupo. Este homem poderia ser o samaritano que socorre o assaltado, que cumpre o grande mandamento do amor ao próximo (cf Lc 10.25ss). 18. Leitor/a: Jesus repreende os discípulos para não o proibirem. Alerta que não há quem faça o bem, para depois falar mal de Deus. O contrário, segundo Jesus, é possível: Fazer o mal e depois falar bem de Deus. Neste sentido, ele alerta: Nem

todo que me diz senhor, senhor, entrará no Reino dos Céus. E Jesus valoriza novamente a ação anônima daquele que em seu nome dá um copo de água aos que lutam pela causa da vida (Mt 25.31ss). 19. Leitor/a: Os olhos, os pés, as mãos de Jesus estão a serviço dos pequeninos.

Aqui estão incluídos as crianças, os doentes, as mulheres, os pobres e todos que estão à margem da sociedade. Nos dias de hoje, 70% da população não é contemplada no projeto neoliberal. São estes a menina dos olhos de Deus. É por estes que Jesus radicaliza, usando palavras de choque. 20. Leitor/a: A partir do jeito de Jesus, podemos entender que o projeto político que não levar a sério a inclusão dos pobres deve ser amarrado numa pedra de moinho e lançado no fundo mar. É exatamente no caminho em direção aos mais pobres, no caminho da inclusão que o neoliberalismo tropeça. 21. Leitor/a: Para o ouvinte da época, morrer afogado era algo horrível. Tão horripilante como morrer afogado é para Jesus fazer fracassar o projeto de vida plena para os pequeninos. Os projetos políticos e eclesiásticos fracassam exatamente quando faltam olhos, mãos e pés: olhos que vêem o sofrimento; pés que se aproximam; mãos que libertam, que cuidam, que conduzem (Ex 3.4-7, Jo 5.1-9, Lc 10.25-37). 22. Leitor/a:Os discípulos de Jesus estão diante da tentação de fazer fracassar o projeto do Reino por causa da ambição. É o mesmo que acontece com tantas lideranças quando se aproximam do poder. A causa, pela qual se discursou, perde-se ao subir no trono. Podemos lembrar do descaso na saúde pública, dos sanguessugas... 23. Leitor/a: Quando Jesus fala em arrancar olho, decepar mão e pé, ele novamente radicaliza contra tudo o que possa impedir que o projeto do Reino seja colocado em prática: “Quem põe a mão no arado e olha para trás, não está apto para o

Reino de Deus” (Lc 9.62). Olhar para trás é perder o rumo do projeto de vida plena. Se essa unidade de forças não funciona, o trabalho não pode ser realizado.

Então estes órgãos são como o sal que perde sua capacidade de salgar. 24. Leitor/a: O projeto de Jesus é um projeto de salvação coletivo. O sal que nos salga é a palavra de Deus, que nos preserva da tentação de esquecer a causa maior e provocar divisão. Conforme Paulo, somos membros do corpo de Cristo no mundo para cuidar uns dos outros, especialmente dos mais fracos (1 Co 12.25). A sua graça é que nos possibilita participar do seu Reino. Essa oportunidade não deve ser perdida por nada. 25. Leitor/a: Paulo, Lutero e tantas outras pessoas jogaram tudo para o alto por esta causa. E o fizeram não por medo de serem lançados no fundo do mar ou de irem

para o inferno, mas por verem em Jesus o Reino de Deus, o projeto de vida plena se concretizando. Reis e profetas quiseram ver o Reino de Deus acontecer (Lc 10.24). Em Jesus, o Reino acontece através dos pequeninos. Nada deve impedir essa alegria. Perder esse momento é como ser lançado no fundo do mar. 26. Dirigente: Queremos ter um momento de reflexão: • Jesus alerta os discípulos, dizendo: Não há quem faça o bem, para depois falar mal de Deus. O contrário é possível: Fazer o mal e depois falar bem de Deus.

Comente. • Somos cristãos luteranos. Como podemos viver nosso Batismo, sabendo que o projeto de Jesus é um projeto de salvação coletivo? • Que compromisso podemos firmar a partir deste encontro? 27. Canto: HPD 429

28. Dirigente: Oremos: Agradecemos-te, Senhor, nosso Deus, por nos amares como um bondoso pai e cuidares de nós como uma carinhosa mãe. Agradecemos-te porque tu tens olhos que enxergam o sofrimento do teu povo, pés que caminham ao seu encontro e mãos que libertam e afagam em meio ao sofrimento. Tu nos convidas e te alegras com a nossa presença em tua grande família. Tu nos fazes instrumentos de transformação e valorização da vida. Apesar de todas as nossas falhas e limitações, queremos colocar-nos a tua disposição. Anima-nos e fortalece-nos. Em tuas mãos queremos colocar pessoas que sofrem diariamente a exclusão promovida por esta sociedade neoliberal: crianças e idosos, jovens e casais, desempregados e desesperançados... Olha com carinho para todas as pessoas que nos são queridas, perto ou longe. Deus do amor, que agradável é sabermos que teus ouvidos se inclinam para a oração e à prece dos que te invocam e que estás atento ao que te pedimos. Sê conosco e nos guarda. Por Jesus Cristo: Pai Nosso... 29. Dirigente: (convidar para colocar a mão direita sobre o ombro de quem está à direita) Que todos e todas levem consigo a inspiração deste momento! Fica conosco, Senhor, e faze-nos instrumentos do teu Reino. 30. Todos/as: Que Deus nos ilumine com a sua graça e nos fortaleça para não perdermos a bem-aventurança de participar deste grande mutirão da vida para o qual Jesus nos convida. Amém.

P. Anivaldo Kuhn P. Fábio Staggemeier P. Décio Weber Pastoral Popular Luterana

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