3 minute read

REFLEXÃO

Porto seguro

O SENHOR É O MEU FORTE DEFENSOR; FOI ELE QUEM ME SALVOU.

Êxodo 15.2

por Tânia Cristina Weimer

“Eagora, quem poderá nos defender?”. A atriz Florinda Meza interpretava Dona Florinda, icônica personagem tanto da série “Chaves” como da série “Chapolin Colorado”. Em especial nessa última série, toda vez que ela se encontrava em apuros, soltava o bordão: “E agora, quem poderá nos defender?”. E o Chapolin Colorado logo aparecia para resolver os problemas no papel de grande defensor.

Não o bordão, mas a situação de alguém clamar por ajuda e ser prontamente atendido e seguramente amparado é alvo de nossos clamores. Poder contar com um defensor, com alguém que nos socorre e defende diante das agruras da vida é desejado por todos nós.

Também o povo de Deus em sua caminhada pelo deserto rumo à terra prometida, depois de cruzar o mar Vermelho, assim o desejou. Buscou em Deus o seu porto seguro. Depois que o povo de Israel viu o grande poder que Deus exercitou contra os egípcios, ele temeu o Senhor e ainda hoje ora fervorosamente rogando a Deus pelas necessidades de cada dia, ansiando pela erradicação do mal.

O versículo bíblico, lema do mês de junho, faz parte do cântico de Moisés. Esse cântico é totalmente voltado para o louvor a Deus, devido à sua presença salvadora, resgate e proteção.

Na história bíblica, a música aparece pela primeira vez como parte de um culto ou de um louvor ao Deus Criador logo depois da libertação do povo de Israel do cativeiro egípcio. Isso se deu logo depois do grande livramento que Deus realizou em favor de seu povo, ao fazê-lo passar a seco pelo meio do mar Vermelho, sepultando logo em seguida o exército do faraó no meio do mar.

Em gratidão e reconhecimento ao grande poder de Deus, Moisés compôs uma bela poesia em forma de cântico, que falava da experiência dele e do povo com o grande Deus libertador, forte e defensor. Podemos ver a alegria de Moisés e Miriã, que celebraram, cantaram e dançaram em agradecimento pela libertação do povo da escravidão.

Entre o povo de Israel, as festas tinham motivações muito especiais. Eles festejavam para agradecer e louvar a Deus por seu agir em favor do povo e para celebrar a glória e a majestade de Deus. Esse louvor e agradecimento nas festas tinham como objetivo recordar a presença e o agir de Deus e proporcionar o exercício da comunhão e da partilha. Era a oportunidade para estar juntos.

Não temos apenas o exemplo dos profetas e reis do Antigo Testamento que louvam a Deus cantando e tocando, com versos e toda espécie de música de corda, numa verdadeira festa, mas esse costume é conhecido pela cristandade desde o princípio. O cântico de Moisés representa o cântico daqueles que passaram por uma experiência de convivência e dependência total de Deus. É um canto de vitória, cujo conteúdo é a presença de Deus no meio do seu povo, dando-lhe salvação e liberdade.

“Moisés guia o povo de Israel através do mar Vermelho” – Hortus Deliciarum, Herrad von Landsberg (1180)

Agradecimento equivalente ao do apóstolo Paulo por Deus ter enviado Cristo para junto de nós. Cristo é a dádiva maior de Deus a nós. Jesus veio e morreu! Em Cristo Deus superou sua bondade porque em Cristo fomos libertados e salvos de uma vez por todas.

Em seguida, no final do capítulo 15, onde encontramos o cântico de Moisés, encontramos ainda o cântico de Miriã. Embora seja parte do mesmo cântico, esse último representa a alegria pela salvação e pela vitória do Senhor.

Assim, louvemos e festejemos junto com Moisés e Miriã por ter um Deus forte e defensor que nos salva e liberta de todos os males.

Então cantaram Moisés e os filhos de Israel ao Senhor: O Senhor é o meu forte defensor; foi ele quem me salvou. Ele é o meu Deus, e eu o louvarei. Ele é o Deus do meu pai, e eu cantarei a sua grandeza. O Senhor é um guerreiro; e seu nome é Senhor.

N

TÂNIA CRISTINA WEIMER é teóloga e pastora sinodal do Sínodo Nordeste Gaúcho da IECLB em Estância Velha (RS)