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CONSULTÓRIO DA FÉ

É IMPORTANTE QUE SEJAMOS LEMBRADOS DA MENTIRA E DE SEU PODER CORROSIVO SOBRE NOSSAS VIDAS. HAVERÁ TAMBÉM UM DIA DA VERDADE, EM QUE TUDO SERÁ REVELADO.

Divulgação Novolhar

a mentira das parteiras possibilitou que o povo escravizado não fosse dizimado. A mentira de Raabe (Josué 2.1-23, 6.22-27) permitiu que o povo avançasse na conquista da terra prometida. A mentira de Pedro (Lucas 22.54-62) não encerrou sua trajetória como apóstolo. Deus sabe que os caminhos de nossa existência são tortuosos. Ele não cessa de nos chamar para uma vida totalmente contemplada pela luz da verdade.

Sim, temos um dia consagrado à mentira na cultura popular mundial. É importante que sejamos lembradas e lembrados da mentira e de seu monstruoso poder corrosivo sobre nossas vidas. Haverá também um dia da verdade, e então tudo o que agora nos parece ofuscado pela sombra da mentira, da trapaça, do embuste, do engano, da ilusão será, enfim, revelado. N

VALÉRIO G. SCHAPER é teólogo e professor de Teologia na Faculdades EST em São Leopoldo (RS)

Por que festejar São João?

por Leonídio Gaede

João. Que Figura! Social ou alto esporte? Não, bermuda de camelo. Churrasco, caviar, veganismo? Não, gafanhoto com mel (Mateus 3.4). Estádio, arena, holofote? Não, deserto (João 1.23b). Sucesso, avante, pra frente é que se anda? Não – “Meia-volta volver!” Metanoia! – diriam os gregos (Marcos 1.4). Vai que é tua! A bola está picando! Não, “não mereço desatar as sandálias daquele que vem aí” (Mateus 3.11). – Mestre, tem concorrência do outro lado do rio! Não importa: “Ele tem que ficar cada vez mais importante, e eu, menos importante” (João 3.30). E na cadeia? Aí sim o bicho pega: “O tal Jesus é aquele que ia chegar ou devemos esperar outro?” (João 7.20). Resposta: Anda quem não caminha; vê quem não enxerga; escuta quem não ouve; tem saúde o incurável; vive o morto e o pobre é rico (João 7.22). Tem razão o velho pai, Zacarias. Esse menino João era mesmo um menino forte de espírito, que foi viver no deserto (Lucas 1.80). Só pode! Sábio pai.

No evangelho, João traz a boa notícia dos opostos: luz e trevas, verbo e carne. A palavra que existia desde o início virou gente e armou barraca. Capaz! Desde quando a palavra acampa? João anuncia que chegou o fim da era do bode expiatório: Agora o cordeiro é Jesus. Ele é de Deus e tira o pecado do mundo.

Olha, existem muitas razões para pular fogueira. Deve ser por essas e outras que hoje, dois milênios depois, damos uma de João-sem-braço ou somos Joãozinho, moleque travesso, aluno com respostas desconcertantes, sem papas na língua. Deve ser por isso que no mês de junho mergulhamos nas festas juninas, vestindo, comendo e representando o incomum ou o que já era: bigode de carvão, calça remendada e chapéu de palha, pipoca e quentão. E a grife, onde fica?

Viva o jeito diferente! A Mariazinha vai com todos só se estiver sem o Joãozinho. E se for presa, o João paga o resgate, pois o dinheiro vai mesmo para o caixa da excursão de fim de ano. O João é avesso às convenções. Não vai com qualquer um. Tem luz própria. Ops! Desculpem, não tem luz. A luz é de Cristo. N

LEONÍDIO GAEDE é teólogo, mestre em Teologia e ministro da IECLB em Itati (RS)