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As 95 teses hoje

por Leandro Hofstaetter

Estamos nos encaminhando para a comemoração dos 500 anos da Reforma Luterana em 2017. Nada mais justo do que voltarmos nossos olhos ao passado, ou seja, ao dia 31 de outubro de 1517, quando o monge Martim Lutero pregou na porta da igreja do Castelo de Wittenberg suas hoje famosas 95 teses. De fama Lutero não queria saber. Estava preocupadíssimo com o evangelho do papa e seus comparsas em contraposição ao EVANGELHO das Sagradas Escrituras, boa-nova de nosso Senhor Jesus Cristo.

Todos sabemos das pregações contra as indulgências. No entanto, se apenas conseguimos entender a vida olhando para o passado, somente podemos vivê-la para frente. Por isso a pergunta à queima-roupa: quais são as indulgências que hoje tentam suprimir a grande Boa-Nova do Evangelho? Façamos uma relação de crenças que hoje necessitam nossa reflexão e combate: Não precisamos da igreja para ser salvos, mas do evangelho que reúne o santo povo de

Deus. O culto e a forma de nos encontrarmos não salva, mas sim a palavra de Deus ouvida e tornada concreta na participação nos sacramentos, que nos conscientiza de nosso pecado e liberta-nos de nosso egoísmo ao nos conceder gratuitamente a graça de Deus. Em contrapartida, a forma do culto organiza nossa escuta, oração, lamento e louvor e nossa participação na Palavra encarnada dos sacramentos. Na bagunça e na gritaria ninguém ouve, ora, lamenta, louva e recebe os sacramentos. Não é por causa da escuta, da oração, do lamento, do louvor, da participação nos cultos e nos sacramentos que eu recebo a salvação, mas é por causa da salvação já nos dada em Jesus Cristo que eu ouço, oro, lamento, louvo e recebo os sacramentos. Digamos um estrondoso NÃO à espiritualidade da escada, que faz com que as pessoas pensem que é por mérito que se chega a Deus e esquecem que Deus já desceu. É por conta disso que existe o Natal! Digamos um estrondoso NÃO à teologia da glória, que estabelece critérios humanos para receber a salvação, como jeito de orar, jeito de cantar, jeito de dançar, jeito de se vestir, jeito de ser igreja,

Arte sobre fotos: Clovis Lindner