3 minute read

espiritualidade

O Batismo é um pilar da fé

o pilar do batismo eXpressa a Verdade de que somos aceitos por deus e JustiFicados pela obra de Jesus cristo realizada Na cruz. deus deiXa marcas VisÍVeis de redeNção em seu poVo.

por Werner Kiefer

Oprédio que abriga apartamentos e escritórios no centro da cidade desabou. Infelizmente, notícias como essa tornaram-se frequentes em nossos jornais. E, na verificação das causas do desabamento, ficou claro que não se consideraram os pilares de sustentação; as reformas feitas não respeitaram as orientações da engenharia civil. O caos se estabelece na medida em que ignoramos os pilares de sustentação por ocasião de reformas.

A vida tem pilares em que se apoia. Ainda que se tenha relativizado valores, prezando a secularização, não há como ignorar a importância de bases sólidas nas quais gerações sucessivas se abrigaram por séculos. Pilares sustentam a obra. Nesse propósito, Deus deixou e ordenou que a vida fosse edificada sobre o fundamento por ele constituído, sinal visível que deixou a seu povo: o sacramento do Santo Batismo.

Nesse fundamento, a fé, proveniente da Palavra, acolhe a promessa deixada por Jesus Cristo: eu estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos (Mateus 28.19-20). Pela importância desse pilar do Batismo se expressa a verdade de que somos aceitos por Deus, justificados pela obra de Jesus Cristo, realizada na cruz. Deus deixa marcas visíveis de redenção junto a seu povo.

Deus libertou, através das águas, o povo da escravidão no Egito, salvou a família de Noé da corrupção, afogando toda a maldade em sua criação. Deus continua sinalizando a sua presença em nossas vidas, chamando-nos pessoalmente pelo nome, unindo-nos numa só fé e numa só esperança (Efésios 4.3-6). No Batismo, somos já agora resgatados para ser novas criaturas, filhos e filhas de Deus.

Somos batizados! Essa é a verdade presente em nossas vidas. Somos agora desafiados a dialogar sobre esse feito/fundamento para que algo tão importante não fique isolado de nossa vida.

Padrinhos e madrinhas devem acompanhar a criança para uma educação cristã que esteja vinculada ao

Hildemar Kanitz

acontecimento do Batismo. Podem aguçar a curiosidade da criança e compartilhar de que em tal dia e em tal lugar aconteceu o seguinte: – Você foi apresentado(a) à comunidade, juntamente com o pai e a mãe... – Fomos perguntados(as) se desejávamos batizar você e respondemos que sim. – O ministro(a) perguntou se queríamos ensiná-lo a orar e contar as histórias sobre Jesus. Respondemos com um sim bem forte. – O ministro(a) apresentou você à comunidade e perguntou se ela ali reunida queria aceitar você. Todos responderam com um sim bem forte. – O ministro(a) dirigiu uma oração, lembrando que ali, na pia de Batismo, havia água, que protege e limpa.

batizar pressupõe que dialoguemos sobre o que cremos, em que coNFiamos e No que se preNde o Nosso coração. o desaFio é agregar a catequese.

– Depois, toda a comunidade foi convidada a confessar a sua fé em Deus. Então todos se uniram e juntos disseram, olhando para o altar, para os vizinhos ao lado: Creio em Deus Pai... (Credo Apostólico). – Depois, o ministro(a), por três vezes, derramou água em sua cabeça, batizando você... Ali ficou bem marcado para todos que Deus ama você e que Ele chamou pelo seu nome. (Nome da criança) – Você pertence a Deus, e Ele prometeu estar com você todos os dias da sua vida. A catequese acontece porque batizamos. A criança não pode ser órfã de seu Batismo.

No Batismo, a criança torna-se membro inscrito da igreja. Estar inscrito na comunidade com a certidão em mãos ainda não garante um vínculo afetivo de pertença. Construa com a criança o significado dessa ação primeira de Deus no Batismo, uma identidade do significado dessa oferta.

Padrinhos e madrinhas testemunham um acontecimento que expressa a salvação oferecida através de Jesus Cristo. Assim como Jesus diz aos apóstolos “... e sereis minhas testemunhas” (Atos 1.8) e “...não podemos deixar de falar daquilo que temos visto e ouvido” (Atos 4.19-20), esse pedido vale também hoje para os cristãos. Discípulos testemunham, falam aquilo que viram e ouviram da parte de Deus.

Batizar pressupõe que dialoguemos sobre o que cremos, em que confiamos e no que se prende o nosso coração. O desafio é agregar a catequese no Batismo, o nosso testemunho de fé como parte desse sacramento. Compreensão essa que sempre fez parte das primeiras comunidades cristãs. N

WERNER KIEFER é teólogo e ministro da IECLB na Paróquia Matriz da Comunidade Evangélica de Porto Alegre (RS)