O Ponte Velha | Março de 2016

Page 1

RESENDE E ITATIAIA - Março de 2016 Nº 239. ANO XXI - JORNAL MENSAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

contato@pontevelha.com www.pontevelha.com

Otium cum dignitate: A pena diamantina do jornalismo literário

Para ser tolerante, é preciso fixar os limites do intolerável Umberto Eco (1932-2016)

Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Resende. Óleo sobre tela de Eitel Cesar Fernandes (1916-1989) - 1950


2 - O Ponte Velha - Março de 2016

No Tempo do Fio do Bigode

Politicálya

Antônio Robson Dias

Todo político é ladrão

Robson Dias é um dos melhores quadros da política resendense. Em razão disto, está sendo procurado por vários grupos políticos, com vistas às eleições deste ano de 2016, embora não queira ser candidato. Formado em Filosofia e Pedagogia, habilitado para lecionar Filosofia, Psicologia e Sociologia. Sua grande formação humanística deriva de seu estudo para ser padre, tendo concluído o Seminário Maior. Deixou a batina em julho de 1980, acometido de uma crise vocacional. Produto de exportação de Bocaina de Minas, sua carreira política em Resende começou no Governo do Noel de Oliveira ( 1983 a 1988), quando foi Diretor do Departamento de Cultura e substituiu a Secretária de Educação e Cultura, em várias oportunidades. No primeiro governo de Eduardo Mehoas (1997 a 2000), este inovou na nomeação do Secretário de Educação, escolhido pelo voto dos professores municipais e dos demais servidores da Secretaria de Educação. Robson foi eleito com 78% dos votos. No segundo governo do Mehoas (2001 a 2004) foi Presidente da Casa da Cultura

Joel Pereira

Macedo Miranda (equivalente a Secretário de Cultura). Foi Diretor da Ciretran (Detran) de 2007 a 2010. No Governo Rechuan, exerceu algumas funções, a última de Administrador Regional da Serrinha, da qual saiu em novembro de 2014. No exercício dessa tarefa contou com o decisivo apoio de seu primo e amigo Miguelzinho Dias, o Barão de Arimateia, Secretário de Agricultura, Pecuária, Pesca, Tricô e Crochê de Resende. Seus trabalhos certamente

Manipulação Homeopatia Fitoterapia Cosméticos Rua Alfredo Whately 151 . Campos Elíseos Resende Tel.: (24) 3354.5111/22.42

Bombas -Fechadura -Motores Ferragens e Ferramentas Utensílios Domésticos

SEMPRE FACILITANDO A SUA VIDA

Calçadão Fone: 3355.2277

contribuíram para o excelente resultado que a candidata a Deputado Estadual do Prefeito (Dra. Ana Paula Rechuan) alcançou na Serrinha, na eleição de 2014, onde obteve 8 vezes os votos de seu principal concorrente (178 contra 22), na seção 0185, da 198ª Zona Eleitoral. O maior momento de fama de Robson – depois da eleição como Secretário de Educação em 1997– foi em janeiro de 2000. Uma violenta enchente em Engenheiro Passos alagou a Rodovia

Presidente Dutra, e também algumas ruas e uma escola daquele distrito de Resende. Robson era o Secretário de Educação de Resende e foi vistoriar a escola. O Presidente da República, Fernando Henrique Cardozo e o Governador do Estado do Rio, Antony Garotinho chegaram a Engenheiro Passos para verificar a situação. Na descida do helicóptero foram recepcionados pelo Prefeito de Resende, Eduardo Mehoas, e saíram para vistoriar o local. Robson adiantou-se para integrar a comitiva, quando foi abordado por seguranças do FHC, inquirindo-o sobre quem ele era. Ao ouvir que ele era o Secretário de Educação, FHC mandou liberá-lo para integrar o quarteto, sob o argumento de que “este é o Secretário mais importante de todos”. Assim, o jornal O Globo, de 05 de janeiro de 2000, estampou em sua primeira página, um belo trabalho do fotógrafo Custódio Coimbra, com o Eduardo Mehoas à esquerda do Presidente FHC; o Governador Garotinho, à direita do FHC; o Robson Dias, à direita do Governador. A foto histórica poderá ser acessada no endereço abaixo:

http://acervo.oglobo.globo. com/consulta-ao-acervo/?naveg acaoPorData=200020000105

Publicação do Instituto Campo Bello

Fernando António de Castro Maia

Todo político é ladrão. Quantas vezes a gente ouve essa frase por dia? Ainda mais agora que o partido que está no governo há 13 anos nos envergonha a cada escândalo. Todo político é ladrão? Nem todos, temos homens honrados no Congresso Nacional. Apenas para dar dois exemplos: o Senador Cristóvão Buarque e o Deputado Miro Teixeira. O Lula falou há priscas eras que na Câmara dos Deputados tinham 300 picaretas. Hoje a conta aumenta. Mas graças a sua gang. Se quando escrevo essa coluna, o deputado Eduardo Cunha, réu em dois processos, ainda se agarra na cadeira de presidente da Câmara, é por causa do STF nomeado pelo PT, em sua maioria. A Câmara Municipal está às vésperas de mais grandes emoções, e os federais, mesmo sem um japonês para nos glorificar, estão de olho na prefeitura e seus asseclas. Nefelibatas que não perdem por esperar. Mas nem todo politico é ladrão. E se for, você cidadão honrado, tem que entender que quem o colocou lá foi seu semelhante. Então se todo político é ladrão, se você se preocupa com isso, ainda dá tempo de se filiar a um partido, vir candidato a vereador, ou apoiar quem você acha que é honesto. Ou então vai pra porta do botequim e grite: “todo político é ladrão”. Aliás, e a propósito:

14673758/0001-03

Expediente

Jornalista responsável: Gustavo Praça de Carvalho Reg. 12 . 923 Concepção gráfica: Afonso Praça Edição eletrônica: Lila Almendra Edição: Marcos Cotrim 24-98828. 5997 24- 99301 . 5687 contato@pontevelha.com www.pontevelha.com

Não entendo servidor público, há anos, cargo comissionado, com salário líquido de menos de dez mil reais, passeando de carro importado. Tem prefeitura na região que o estacionamento parece concessionária de carro japonês. Alô! MP, e os tais sinais exteriores de riqueza?


Março de 2016 - O Ponte Velha -

O ano devia ser 1981 ou 82 e o Adelino Moreira me escutava sentado na beirada do fogão a lenha de sua pequena casa de pau a pique. A barba dele era imensa, acho que nunca cortou. Nos anos 60, quando eu era garoto e meus pais construiram uma casa para férias em Penedo, minha mãe passou uma noite aflita porque achava que o barulho no forro era aquele homem estranho que tinha subido lá. Era só um gambá, assim como o Moreira era só um caipira, um dos mais rudes da pequena comunidade de lavradores mineiros que na época habitavam a parte alta do Penedo. Eles moravam ali desde o fim dos anos 40, numa cultura de subsistência. Tinham roças, hortas, pequenos animais e até um gadinho, cada qual com sua propriedade (com o que lhe era próprio), embora trabalhassem em mutirão na hora de roçar, colher, rezar, cantar um calango que varava a noite em algum casamento, moer o milho num moinho na beira do rio das Pedras, construir a casa de alguém. E era sobre casa que eu falava com o Moreira naquele dia, no começo da noite. Eu precisava desenhar uma planta baixa da casa dele, um esboço que fosse, para juntar ao processo em que eles reivindicariam o usucapião da terra, uma vez que a companhia loteadora os estava expulsando. E me impressionou a tranquilidade com que o Moreira encarava a perda da casa. É trágico a gente perder a “casa própria”, mas acontece que ele sabia fazer uma casa com facilidade. Não pode aqui? Faz-se outra ali. O material está no mato mesmo; é o barro, são as pimenteiras de caule reto para as linhas e os eitões, são os palmitos abertos em ripões, é o bambú, é o sapé; e tem os amigos que ajudam. E bastava uma casita, que nessa altura o Moreira morava sozinho, a mulher falecera, os filhos tinham casado.

O Planeta antiquado

Gustavo Praça

Foto de Sandro de Castro

O que o Moreira não avaliava, me parece, era que se tratava não só do fim da casa, mas do fim de uma cultura, de uma casa comum, de um tradição da roça brasileira que já veio da roça portuguesa e aqui se misturou ao índio, predominando; um modo de pensar e de viver com traços medievais, e por isso, por ter tanto tempo de sedimentação, muito forte. Muito forte também por predominar num grande Brasil rural. Tempo e espaço como dois pilares de um modo de pensar e de viver. No Penedo daquela época os finlandeses vinham de um fracasso em sua tentativa de comunidade vegetariana, assim como também não foi longe o sonho comunitário agrícola da minha geração, que se deu nos anos 70\80 por essas fraldas da Mantiqueira, notadamente no Vale das Flores, em Mauá. Os jovens finlandeses do final dos anos 30 e os jovens brasileiros do começo dos 70 tinham muita ideologia na bagagem - muita coisa, inclusive, em comum: Thoreau, Tostoi, etc -, mas quase nenhuma tradição em suas gerações anteriores e quase nenhum amparo em seu entorno. Por isso, é triste a contínua destruição da tradição da roça. A destruição de algo forte é um processo

lento. É como jogar fora uma cômoda de jacarandá sem se dar conta do seu valor (imagem que tomo emprestada de uma conversa entre Karla e Marcos). A cômoda custa para apodrecer porque é madeira de lei. É uma cômoda trabalhada, entalhada, cheia de riqueza de detalhes, que começa pelo fato de qualquer homem saber fazer sua casa, como qualquer bicho sabe, e daí se estende para uma vida com mais paz, menos ansiedade a respeito de inserção social, apenas com a angústia comum de estar misteriosamente no mundo e a loucura nossa de cada dia. Sobre essa cômoda tão valiosa, herdada da antepassados de tantos séculos, é que, com todo o cuidado, deveríamos aplicar nossa ciência e técnica. A partir dela poderíamos usar nossos ipods, poderíamos ter liberação de costumes. Em que momento resolvemos jogá-la fora?, trocá-la por móveis de plástico? E passamos a acessar a cômoda como relíquia - às vezes até ridicularizando-a - nos nossos ipods, onde também podemos ver um sociólogo com um visual progressista enaltercer o agronegócio e abordar com certo desprezo as ideias de agricultura orgânica ou de agroecologia: utopias,

3

segundo ele, que chega a dizer que não se deve mais pensar em terra, mas sim em implementos. A agricultura não se daria mais na terra, mas sim nos adubos, fertilizantes, máquinas. Isso seria o certo no mundo moderno. A ser assim, no mundo moderno o planeta teria se tornado antiquado, orgânico demais; a terra seria uma coisa suja, não combinaria com os dedos finos que manipulam o último objeto eletrônico; a terra teria se tornado algo meio metafísico... (... que também pode ser acessado de um avião particular, onde, pela janela, algum alto executivo de Furnas avalia a quantidade de metafísica de sua fazenda no sul de Minas, ainda que com um certo medo de que o processo engavetado sobre desvios bilionários que teriam saído daquela estatal para o PSDB mineiro - a lista

de Furnas -, financiando Aécio Neves, entre outros, possa se ligar de alguma forma ao petrolão e vir a cair nas mãos da 13a vara de Curitiba, onde a justiça parece funcionar). Mas, caro leitor, voltemos ao Moreira. Depois que eu desenhei a planta da casa dele numa folha de caderno, ele começou a me falar sobre sua mulher, que morrera há pouco. Contou como a conheceu, disse da exaltação que a alma dele sentia ao namorar com ela, da saudade que ele sentia agora. Foi uma das expressões de amor mais fortes que eu já vi, embora eu não entendesse muitas das frases por ignorância minha sobre aquela gramática e aquela sintaxe do Moreira. A mulher dele tinha crise nervosa, talvez fosse epilética; às vezes olhava meio através da gente, com um sorriso que podia indicar deficiência mental ou iluminação. Eu a conheci ainda garoto, quando fui algumas vezes na casa deles para minha mãe comprar balaios e cestos que ela, Mariana, fazia. Minha mãe já havia perdido o medo do Moreira. Não lembro bem dos cestos, mas lembro da minha mãe dizer que eram lindos, e que a Mariana era uma artista. “Ela era ruim de uma banda mas muito boa de outra”, me resumiu o Moreira no dia do desenho da casa. Ele tinha a felicidade de perceber a beleza única da sua mulher. Teria a ver com alguma sabedoria que a Terra lhe trazia?

VENDO linda casa no Alto Penedo

Com 2.000 m2 de área de terreno, com dois braços de rio. Três quartos e mais duas suítes com entrada independente. Tel: 99301 5687 - gustavopraca.com.br/talitha


4 - O Ponte Velha - Março de 2016

ITATIAIA em Pauta

Adeus à Lagoa do Padre?

Centenário de Wanderbilt Duarte de Barros A iniciativa do Parque deve ser imensamente louvada, tendo-se em conta que Wanderbildt praticamente estruturou a Unidade de Conservação, soube cultivar as amizades e relações com a comunidade de Itatiaia, que seu predecessor, Paulo Campos Porto construiu e sedimentou.

O Parque Nacional do Itatiaia promoveu, no dia 25/2 próximo passado, uma palestra em homenagem aos 100 anos de nascimento do seu ex-diretor, Wanderbilt Duarte de Barros. O conferencista foi seu filho, Professor Antônio Alberto Alessandro de Barros, que falou no Centro de Visitantes que leva o nome de seu pai.

Damos a seguir um resumo de sua biografia, feitos e escritos, extraído dos artigos do Coordenador de Pesquisa do PNI, Léo Nascimento, e da jornalista Célia Borges.

Foto Fernando Lemos, 25/5/2014 Alimentadas por córregos e olhos dágua que nascem no pé do Morro dos Pecados, duas lagoas de Itatiaia estariam com os dias contados? A foto que ilustra esta matéria é da Lagoa do Padre, tradicional acidente geográfico que tirou seu nome por ali ter morado, no século XIX, o Padre Francisco Fernandes de Oliveira, segundo vigário da então Campo Bello. A imagem mostra a canalização das águas para aterramento da depressão, terreno que hoje pertence à Ibrame. O vereador Mantovani (Jabá) requereu ao executivo municipal solicitando esclarecimento quanto à legalidade da intervenção, disse ele ao Ponte Velha, após repercussão de sua fala noticiada pelo jornal Tribuna da Região de 01 a 07 de março. Mantovani foi seguido pelo vereador De Paula, na crítica ao Inea, que teria dois pesos e duas medidas ao tratar com as empresas ou com os moradores. Procuramos apurar o ocorrido junto ao consultor da Ibrame para o licenciamento ambiental, o engenheiro Paulo Martins, que disse estar tudo dentro da lei, e que o Inea autorizou os projetos desde a implantação com as seguintes condicionantes de contrapartida: a recuperação da Lagoa da Cabreúva, junto à Rua 1 que dá acesso ao Jardim Itatiaia; a construção de escola técnica em terreno já doado de 8 mil m2 junto à estação ferroviária; e a doação de 20 mil m2 para abertura de uma estrada ligando a rotatória do Jardim Itatiaia à Hyundai, passando pelo Graal. Desconhece-se o futuro também da Lagoa da Silvéria, situada entre as plantas industriais da Pátria e da Jaguar Land-Rover. Seu nome refere-se à personagem por cujo nome se conhecia o território do atual município de Itatiaia - Campos de Dona Silvéria - antes mesmo de se chamar Campo Bello. A nascente que alimenta esta última pode ter sido soterrada pela expansão da fábrica da Michelin. (MCB)

PASSO PONTO DE UM BISTRÔ EM PENEDO

Oportunidade de negócio (24) 98133. 8741

Wanderbilt Duarte de Barros nasceu no dia 25 de fevereiro de 1916, em Óbidos, estado do Pará. O curso secundário foi concluído em Passa Quatro (MG), onde também se formou engenheiro-agrônomo, na Escola Agrotécnica (1934-1937). Entrou no Serviço Público, através de concurso (1940), para exercer atividades técnicas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Em 1942 (setembro) foi nomeado diretor do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, onde permaneceu até maio de 1943. Reconhecido pelos bons resultados ali prestados, é indicado para assumir a administração do Parque Nacional do Itatiaia (setembro/1943), onde fica até fevereiro de 1957. Dotado de ampla visão administrativa e entusiasta por assuntos ligados à conservação da natureza, cria no PNI um núcleo que viria favorecer atividades científicas nessa porção da Serra da Mantiqueira. Dota a unidade com dezenas de construções (sede, residências para funcionários, almoxarifado, usina de força, serraria, carpintaria, oficina, lavanderia, posto telefônico, estábulo), favorece a abertura e sinalização de trilhas, implanta a fiscalização, etc. Cria o periódico “Boletim do Parque Nacional do Itatiaia” que se constituiria num importante elemento de divulgação das pesquisas realizadas por notáveis pesquisadores na área do Parque. Expande o acervo da biblioteca através de compras, permutas e doações. Possibilita a implantação do Museu de Fauna e Flora. Apaixonado pelo turismo compromissado com a conservação da natureza viabiliza áreas de acampamentos e implanta o Abrigo Rebouças (1955), iniciando posteriormente a construção de outros abrigos, como o Lamego e o Massena, que seriam inaugurados em 1957 e 1959, respectivamente, quando ele já havia se retirado da administração do PNI. Os convites e o apoio que fornecia aos pesquisadores das mais diversas áreas para que desenvolvessem estudos no interior do Parque contribuíram para a descoberta de uma infinidade de espécies novas e também para que o Parque do Itatiaia se tornasse mundialmente conhecido. O reconhecimento pelo seu trabalho no PNI levou-o a exercer inúmeros cargos na esfera do Serviço Público da União. Em 1990, aos 74 anos, voltou ao Jardim Botânico como Superintendente, e cheio de energia como sempre, promoveu uma grande campanha de revitalização daquela instituição, mobilizando a iniciativa privada e ampliando o intercâmbio com instituições internacionais, ao organizar no Rio de Janeiro um Congresso Internacional de Jardins Botânicos, com o apoio do Comitê Internacional dos Jardins Botânicos, sediado na Inglaterra. Deixou o JBRJ, em 1995. Wanderbilt faleceu em 30 de abril de 1997, aos 81 anos, 44 dias antes do Parque Nacional do Itatiaia completar 60 anos de criação. O seu dinamismo e a sua coragem fizeram dele um profissional de talento e um administrador respeitado, quase um mito, lembrado até hoje na comunidade científica, pelos antigos servidores e pessoas da região que tiveram a honra de conhecê-lo. Quando se aposentou, em 1975, após trinta e cinco anos de trabalho, nunca havia tirado férias. Depois disso atuou como professor de cursos de aperfeiçoamento da OEA, foi professor da UFRJ e também Superintendente de Recursos Naturais e Meio Ambiente do IBGE. Um dos primeiros brasileiros a levantar a bandeira da proteção ambiental, foi autor de diversos livros sobre o tema. Além do nome na avenida que dá acesso ao parque, tem seu nome inscrito também no Centro de Visitantes daquela unidade de conservação. A ele é dedicada também a cadeira 17 da Academia Itatiaiense de História. Wanderbilt publicou os luminares da entomologia - Zikán, da flora - Brade e Dúsen, da fauna - Barth, das aves - Olivério Pinto, e seguindo sua diretriz, o PNI digitalizou no seu site (www.icmbio.gov.br/parnaitatiaia) tais pesquisas e atualmente online publica a nova geração de pesquisadores que continuam contando a história deste Parna.

Dr. Rafael Procaci Cirurgião-Dentista CRO/RJ 20333 Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial

Clínica Santo Inácio - Rua Eng. Jacinto l. Filho 140, Bairro Barbosa Lima - Resende, RJ Tel: (24) 3355.8383 - 999484899


Em tempos de aletheia, não podemos esquecer dos fatos recentes de nossa política local. Fatos que vêm tomando contorno curioso, frente ao comportamento de nossos representantes. A comissão de sindicância da Câmara de vereadores de Resende concluiu seus trabalhos, que deverão ser (ou já são, dependendo da data de publicação deste artigo) de conhecimento público. Segundo os “vazamentos seletivos”, praticamente todos os contratos celebrados pela Câmara com fornecedores têm algum tipo de irregularidade, desde as administrativas até o bom e velho sobre preço. Parece que nem o fornecimento de água mineral escapa. É a sede de nossos nobres edis. Se fosse sede de justiça, ou simplesmente vontade de cumprir sua missão, mas não. Que ninguém se surpreenda se alguns dos vereadores afastados se reelejam, e que os vereadores não julguem ninguém como determina o regimento da casa. Os indícios de conivência são fortes e presentes nas atitudes. A poucas semanas um vereador subiu ao púlpito para falar sobre a qualidade da obra da sede nova da Câmara. Foi uma esculhambação, a destacar em sua fala “obra e projeto vagabundos”. Como na cena dos três patetas, a quem responsabilizar pelo vagabundo? Só deu para concluir que houve vagabundagem onde deveria haver fiscalização e controle. A quem da obra dar o tapa na cara, ou a torta da comédia pastelão? Pois é. … Há alguma dúvida de que alguém ali está disposto a julgar algum colega?

Março de 2016 - O Ponte Velha -

A verdade pastelão

ensaio sobre ela

Otanes Solon

por motivações muito mais pragmáticas: a defesa do seu próprio emprego. Iludidos, desconhecem os termos do ajustamento de conduta feito entre a Prefeitura e o MP. Esse poder, hoje ilimitado, da caneta do prefeito em prover empregos está com os dias contados. A ordem do rei já veio. É empurrar com a barriga os episódios da Câmara até as eleições. Os vereadores hoje não têm qualquer interesse de julgar seus pares, afinal estariam julgando a si mesmos e não teriam outro caminho senão a absolvição dos colegas. Ali, ou ninguém é responsável por atos lesivos ao patrimônio público, ou todos são. Vereadores há muito tempo se transformaram em despachantes do executivo, travestidos de legisladores. A grande maioria tem suas cotas de nomeados no executivo, que justifica estas nomeações como garantia de “governabilidade”. Eu vejo como o “mensalinho”, presente não só em Resende, mas nem todos os municípios brasileiros. Quanto aos afastados pela justiça, os demais vereadores e o governo, todos têm fé cega em Quanto à reeleição: Bem, existe vereador afastado que ninguém no fundo se importa. publicando feitos nas redes sociais como se estivesse A defesa do público jamais será em pleno exercício do mantato. Com auxílio do gocapaz de confrontar os interesses verno mantém seus feudos intactos, nomeados pela privados de quem está no poder. caneta maquiavélica do poder que tem como único Nossa complacência e nossa inapobjetivo sua sobrevivência e manutenção. Um deles, tidão para lutar em prol do coletiex-presidente da Câmara, é habitué nos corredores vo é real e sem precedentes. Sem e no gabinete do prefeito, demonstrando não só as dúvida as coisas estão mudando, relações promíscuas entre os poderes, mas também não na velocidade que muitos gosas pessoais. Fazem ainda reuniões nas comunidades tariam, mas estão mudando. Será auxiliados por seus “correligionários”, vomitando sua que avançaremos um pouco mais demagogia no ouvido dos incautos. Na verdade são nesta eleição? auxiliados por gente que, acima de ideologias, está lá

mariana biolchini de mello

hoje ela se mostra pros galácticos de plantão. sedutora, faz dançar seus mantos brancos flutuantes até surgir a poesia que escrevem seus rios no Brasil: eles têm neologismos lindos e galácticos adoram neologismos. mesmo ela, coitada cansada, tantos filhos que tem... ainda tem suas florzinhas que de tão pequenininhas galácticos não podem ver e a aurora boreal que é secreta também (a não ser aos que visitam a lua que pra lua ela mostra) @biolchinimari

Homeopatia Veterinária Gustavo Vernes - CRMV- RJ 5241 Tel.- (24) 992960661

Rei das Trutas (Direção Irineu N. Coelho)

Desde 1985

A mais saborosa da região Consulte o Guia 4 Rodas Agora com certificado de selo de qualidade concedido pela Fiperj

Av. das Mangueiras, 69 . Fone: 3351-1387

5

endas Encom té o is para H

Entrega e m domicili o

Pão integral com linhaça, Granola caseira, Arroz integral cateto, Açúcar demerara, Mascavo e outros produtos 24 . 3351-1131 / 99851 1164

florapenedo@yahoo.com.br


6- O Ponte Velha - Março de 2016

singela homenagem a Raul Bertel

Raul Bertel: a humilde felicidade - Os penedenses mais observadores devem estar sentindo falta daquele branquelo alto que quase todos os dias cuidava das flores no grande jardim em frente ao artesanato Eeva, sempre sorridente, irradiando uma espécie de humilde felicidade. Chamava-se Raul Bertel e morreu há alguns meses. Era filho de Godfried e Katri, finlandeses que fizeram parte do primeiro grupo de jovens idealistas a chegar a Penedo em 1929 idealizando uma vida naturista e comunitária. O Penedo se tornou um destino turístico, Raul trabalhou muito com sua esposa, Eeva Hohenthal, produzindo as geleias e chutneys caseiros oferecidos pelo artesanato Eeva, que continua hoje em funcionamento na entrada de Penedo, em frente à Casa de chocolate. O texto a seguir, de Lila Almendra, resume uma entrevista feita com ele para sua tese de mestrado sobre a colônia e é uma homenagem, ainda que um pouco tardia, que nosso Ponte Velha presta ao querido Raul. Penedo se empobreceu espiritualmente.(GP) Trechos transcritos de entrevista concedida por Raul Bertel em 2013 na ocasião de minha pesquisa de mestrado, tive o prazer de conversar com Raul Bertel, uma pessoa que transmitia serenidade e aceitação, ao cuidar do jardim. vivia de maneira simples em paz com o momento presente e com sua existência. uma atitude extremamente religiosa, digna dos iogues mais sublimes. foi essa a forte impressão que me marcou e grande foi a tristeza ao tomar conhecimento de seu falecimento, meses depois do ocorrido. seguem alguns dos trechos de sua entrevista em que fala sobre a vida, a colônia finlandesa e as impressões de uma época:

“Nasci no Marechal Jardim, onde vivi os

Aspecto da Pousado Bertel em seus primórdios

primeiros sete anos, os melhores da minha vida. Quando entrei pra escola nos mudamos pra Resende, no Alto dos Passos, e mais tarde fomos para Penedo. Com meu pai falava português e com minha mãe, finlandês. Ela tinha mais dificuldade em aprender o português, enquanto ele, de origem sueca, teve mais facilidade. Meu pai, Gottfrid, no Brasil virou Godofredo, e minha mãe, Katrin, virou Catarina. Ela ficou feliz quando em minhas primeiras redações escolares falei sobre os sete anos mais felizes da vida, quando morávamos no sítio. O ideal de meu pai era agricultura, mas era difícil. Mesma coisa aqui na colônia, isso não deu certo, então cada um teve que se virar como pôde. Meu pai acabou se mudando pro Rio quando uma médica lhe disse: “essas mãos foram feitas para fazer massagem nas pessoas”. Ele então fez um curso e se tornou massagista do presidente Getúlio Vargas. A gente aqui trabalhava na terra mas meu pai é que ganhava o dinheiro no Rio. Minha família era luterana na Finlândia mas se desligaram porque não gostavam muito dessa questão de normas, então continuaram religiosos mas independentes e livres. Tanto que meu avô, Max Bertell, a mesma coisa. Minha mãe disse que nunca viu alguém tão religioso como meu avô, mas não pertencia à igreja nenhuma. E eu sigo esta linha, estudei em escolas católicas, sempre apreciei muito a religião católica, talvez pela base, mas não frequento, só aprecio.

Estudei em Resende depois fui para o Rio, a família achou que eu teria no Rio mais condições de estudo, mais futuro, e fui morar com minhas tias em Copacana. Estudei na PUC, fiquei lá quatro anos esfregando aquelas carteiras mas aí cheguei à conclusão que aquilo não servia pra mim. Se eu tivesse ficado no sítio plantando banana teria sido melhor pra mim, mas a gente quando é adolescente fica atrapalhado com essas coisas. Eu acho que perdi tempo estudando lá no Rio. Engenharia mecânica é que não combinou comigo, mas o Rio era ótimo. Tinha a praia, era uma beleza. Gostávamos de fazer montanhismo, naquelas montanhas do Rio era muito especial. Naquela época o convívio com as pessoas era muito bom, não existia violência, andávamos pelos morros, era tudo tranquilo, gente amável. Voltei para Penedo, aproveitei alguma coisa da Engenharia como a topografia e comecei a fazer serviços de agrimensor. E valeu, porque lá pelas tantas a Eeva precisou medir o sítio dela, eu fui lá, gostei muito e mais ainda da Eeva, e fui ficando por lá. Gostava dela e também do que a gente fazia por lá, plantando e vendendo a produção do sítio diretamente em Resende. A Eeva cuidava mais da venda e eu ajudava bastante na produção. Juntou esses 15 anos com aqueles 7 da infância, os melhores da minha vida. Mas em 1984 acabou e voltamos para cá encostando no turismo, né? Foi bom sim, a família toda se engajou no artesanato. A Eeva tem jeito para a produção e para a comercialização. Eu nem tanto, para mim a loja não me

atrai, mas tem outras coisas que eu gosto de fazer, cuido do quintal, as tampas dos potes de geleia sou eu que fecho. Ela faz as geleias, coloca nos potes e eu que fecho, a família fica toda reunida. A saída do Penedo foi o turismo. Então quem se engajou em fazer hotel, pousada, naquele tempo era muito simples, teve resultado. Meu tio Harry e a esposa Siiri fizeram a Pousada Bertel e se deram bem. No final meu pai se cansou do trabalho no Rio, veio para Penedo e trabalhou com massagem no hotel. Minha mãe cuidava da sauna, que era a primeira sauna pública de Penedo. A família se uniu e cada um tinha sua área. Minha família saiu (da colônia finlandesa) antes por problemas da colônia. Toivo Uuskallio era um cara excepcional, estava muito adiante na época, então não era bem compreendido, o pessoal da colônia não se dava bem com ele. Os finlandeses têm essa dificuldade, são muito independentes, então para formar uma sociedade é difícil. A segunda guerra mundial foi uma causa, porque eles estavam avançados com as mudas de laranjeira, mas a guerra atrapalhou tudo, pararam as vendas. E como era uma produção em grande escala, ficou uma porção de mudas sem ter onde colocar, ficou inviável. Uma por falta de entrosamento e outra por problemas financeiros. O nome de Toivo Uuskallio foi bem apropriado para o que aconteceu aqui, significa “esperança novo penedo”, então o ideal dele combinava bem com o nome dele. Agora, o resultado hoje é bom, é o que está aí, Penedo cheio de gente, hotéis, restaurantes. Resta às novas gerações cuidarem bem disso aí. Eu estou por fora, cuido só desse jardim aqui, é só o que eu faço...” (risos) O clube finlandês veio da associação que era para a criação de galinhas, que não deu certo, o organizador aprendeu que: “quanto menos galinhas, menor o prejuízo”. Então como o lugar não serviu para cooperativa, começaram a se reunir, cantar, dançar, virou ponto de lazer. E isso começou a atrair os turistas, os cariocas principalmente. Funcionou bem. O ideal do Uuskallio se relacionava mais à natureza, vida saudável, e uma série de regras na alimentação que deviam ser seguidos. Não aceitavam álcool, carne nem o leite. E o clube deve ter ajudado nessa união, pois independente da religião, tinha a dança e a reunião que era importante para eles. Eu nunca gostei muito do clube mas ia muito porque era necessário, né? Os hóspedes adoravam, era um dos meus afazeres levar os hóspedes e trazer de volta, na ideia de ajudar a tia Siiri a oferecer um bem estar pros hóspedes. Embora eu não dançasse era impressionante a facilidade com que só observando as danças os brasileiros aprendiam. Existia uma simpatia especial entre os brasileiros e finlandeses. Acho que já falei demais, né?”


Março de 2016 - O Ponte Velha -

Centenário de Eitel Cesar Fernandes (1916-1989)

7

Eitel forma, ao lado de Tácito Viana Rodrigues, Francisco Fortes Filho e Alceu Villela Paiva, o grupo mais significativo de engenheiros que transformaram Resende no século passado. Distingue-os não só o fato de serem resendenses, mas o de atuarem em campos sociais e culturais de grande alcance histórico e político. Pensaram a cidade, seus rumos, sua evolução, suas condições materiais e morais de desenvolvimento. Realizaram ou colaboraram nos principais projetos de modernização local. De acordo com Solange Godoy (“Os riscos do eterno provisório – O Museu de Arte Moderna de Resende”, 2014), Eitel participou da criação do MAM - Resende em 1950, juntamente com o prefeito Geraldo Rodrigues e de alguns vereadores simpáticos à ideia, tais como Graciema Cotrim, Haroldo Rodrigues, além de pessoas da comunidade, lideradas por Macedo Miranda, Oswaldo Sampaio, Manoel Jardim (Mani) e Altamiro Pimenta. Sua maior ajuda, descrita em seu diário, foi na criação da Associação dos Amigos do Museu e no transporte das obras para as exposições; o que soa modesto em se tratando de um desenhista e pintor de talento. Damos a seguir uma biografia escrita por Francisco Fortes Filho e um depoimento do próprio Eitel, cedido por sua filha, Maria Cristina Godoy. Nasceu em 15 de fevereiro de 1916 no Lavapés, na então chamada Rua da Misericórdia, filho de Saint-Clair Cesar Fernandes que se casou com Maria Augusta Sampaio. Fez o curso primário no Grupo Escolar Dr. João Maia e o ginásio no colégio 28 de Setembro, no Rio de Janeiro. Formando-se em Engenharia Civil pela Universidade de Minas Gerais em 1945, volta para Resende após o término do curso e se casa com Solange Fernandino Costa. Começou a trabalhar na firma TVR, de Tácito Vianna Rodrigues, construindo pontes em diversos estados do Brasil. Em 1961, a convite do governador Roberto Silveira, dirigiu a construção da Usina Termoelétrica de Resende. Surge a construção da Hidrelétrica do Funil, sendo convidado pelos diretores Administrativo e Técnico para integrar a equipe, exercendo o cargo de Chefe de Divisão de Construção da Barragem e posteriormente Superintendente Geral das Obras da Companhia Hidrelétrica do Vale do Paraíba – CHEVAP.. Em 1964 foi demitido por Ato Institucional. Volta então a trabalhar nas Centrais Elétricas Fluminenses como Superintendente Regional. Em 1971, dedica-se ao magistério na Escola de Engenharia de Volta Redonda até 1989. Na comunidade de Resende ocupou os seguintes cargos: Vereador pela UDN e Presidente da Câmara no período de 1954 a 1958. Membro da mesa administrativa da Santa Casa de Misericórdia, sendo Vice-Provedor e Provedor. Membro do Conselho de Cultura do Município e do Conselho de Desenvolvimento da Prefeitura. 1º Presidente da Associação Resendense de Engenheiros, Arquitetos, Agrônomos e Agrimensores. Presidente dos Clubes: Agulhas Negras, CCRR e dirigente do Resende F.C. Membro do Grêmio Luiz Pistarini. Diretor da Radio Agulhas Negras. Presidente do Rotary Clube de Resende (1972/73). Em 1981 recebeu o título de Resendense do Ano pela Prefeitura da Resende. Em 1988 recebeu a Comenda Simão da Cunha Gago.

“Nasci no Lavapés, na casa nº 116, da então Rua da Misericórdia; por circunstâncias fui criado por meu tio Adolfo Augusto Sampaio, à sombra do qual forjei o meu caráter. Embora não me tenham ensinado a usá-lo no sobrenome, sou Sampaio integralmente. Freqüentei o João Maia, onde fiz o Curso Primário; aprendi a jogar bola no campinho entre a Santa Casa e a Estação do Trenzinho; aprendi a nadar na Porteira Preta, e, menino ainda nadava no Paraíba no braço direito do rio, junto à ilha do Manoel Pescador. Fui coroinha no tempo do Cônego César. Fui aprendiz de mecânico na oficina da Ford com o Augusto Bufacchi. Fui jogador infantil e juvenil do Resende F.C. Trabalhei no Estado de Minas quando estudante e lecionei Matemática e Desenho no Ginásio Tristão de Athayde, e, Geometria Descritiva como assistente da cadeira na própria Escola de Engenharia. Ao me formar, recebi diversas propostas de emprego, mas optei pela proposta do Dr. Tácito, e, voltei para Resende. Casei-me aqui, e aqui nasceram os filhos. Na firma do Dr. Tácito, iniciamos com a ponte sobre o Rio do Salto, hoje coberta pelo Reservatório do Funil, e, a última ponte com a minha participação foi a do Canal de São Simão, coberta hoje, também, pelo reservatório da Hidroelétrica de S. Simão. Deve ser a sina do signo de Aquarius. Em 1960 quando parecia que iria deixar Resende, pois me foi oferecido um lugar de destaque na construção de Brasília, recebi convite para dirigir as obras de solução do problema energético do Município de Resende no Governo Roberto Silveira. Aceitei o desafio porque acreditei na sinceridade do governador em solucionar o problema. Infelizmente ele veio a falecer. Daí a minha luta com todos os governos que se sucederam, procurando reativar Destas ligeiras notas percebe-se ter sido um profissional competente e um o programa; até que no governo Geremias Fontes [1967-71], conseguimos a verba de homem público com vários serviços prestados à terra que ele tanto amou. um milhão de dólares que proporcionou a Sua demissão pelo Ato Institucional ficou sem explicações. Nunca poconstrução da rede de distribuição, três subsderia ter sido por ser um político de esquerda, ou um visado comunista. tações e a linha de transmissão em 138kv. Eitel sempre foi um homem de “direita” e sua militância política foi sempre Após, fui convidado a fazer parte do dentro de um partido, a UDN, (insuspeitado partido de “direita”). Também, quadro de engenheiros da Chevap, onde jamais teria sido aceita qualquer versão desabonadora que pudesse ser assa- ocupei as funções de chefe da divisão de cada contra o homem público Eitel. Construção da Barragem [de Funil] e, posFaleceu no Rio de Janeiro em 1989. teriormente, superintendente geral das obras. É Patrono da Academia Resendense de História - Cadeira nº 18 Somente em 1970, a 27 de fevereiro, injetamos energia produzida no Funil no sistema de Francisco Fortes Filho, “Resende, Crônica dos 200 Anos: 1801-2001”. Ardhis, 2001 Resende, e o nosso município estava com o seu mais grave problema resolvido – o da energia elétrica.”


8 - O Ponte Velha - Março de 2016

Semana da Liberdade em Redenção da Serra

Foto de João Sabóia

Redenção da Serra é um município situado na Serra da Bocaina. Possui aproximadamente 3.873 mil habitantes (IBGE 2010) tendo sua economia voltada para agropecuária, mas com forte tendência para investimentos na área turística. A Semana Cultural de 10 a 14 de fevereiro (o “Potencial Socioambiental de Redenção da Serra”) reuniu a comunidade e especialistas para debater a recuperação de um dos bens tombados, a antiga igreja matriz de Santa Cruz, bastante deteriorada pelas enchentes do ano passado. A professora Katia Rico, do Instituto de Estudos Valeparaibanos (IEV), enviou-nos a matéria abaixo

INB tem projeto cultural

Liderado pela bióloga Flávia Pires e pelo economista José Carlos Peres, o Projeto de Educação Ambiental da INB abriu espaço para uma palestra do memorialista Claudionor Rosa (na foto, com Mário Gomes), do Arquivo Histórico Municipal, sobre Santana dos Tocos, distrito de Resende inundado pelo lago da represa de Funil em 1962. O evento, coberto por João Saboia, transcorreu no dia 3/3 último e foi dirigido ao público interno da INB. Na ocasião, o presidente da Academia Resendense de História, Marcos Cotrim, recordou a importância de Nhangapi para o desenvolvimento regional.

Sua história se inicia no século XIX quando aconteceu o esgotamento da exploração do ouro na região das Minas Gerais. O capitão-mor Francisco Ferraz de Araújo, sua esposa e grupo de escravos foram incumbidos pelo governador da Província de São Paulo para desbravar terras na região do Vale do Paraíba próximo ao rio Paraitinga. Durante este percurso 9 km próximo ao mesmo rio faleceu um escravo; no local foi construída uma cruz de madeira e mais tarde uma capela. Ao redor desta pequena igreja foi formando o povoado conhecido como “Paiolinho”, nome originado das plantações de linho na região. Essas fibras eram guardadas num

paiol dando assim o nome ao local Paiol+linho=Paiolinho. Não temos ao certo uma data correta do surgimento do povoado mas usamos o ano de 1850 com a criação da Paróquia chamada de “Santa Cruz do Paiolinho”. As idéias abolicionistas marcaram fortemente os fazendeiros e agricultores desta região dando origem a “Carta da Ponte Alta” que libertou todos seus escravos em 10 de fevereiro de 1888 documento assinado por Maria Augusta D’Almeida, Gabriel Ortiz Monteiro, Joaquim Camargo Ortiz, Antônio da Palma, Monsenhor José Alves Coelho Guimarães, José Lopes Leite de Abreu, Joaquim Antônio dos Santos e Lourenço Ottoni de Gouveia Castro. Além de libertarem todos seus escravos os

Dr. Maurício Diogo CRO 10689

Especialista em Implantodontia

Implantes: cônico, cone morse Prótese sobre implantes Enxerto ósseo: regeneração óssea guiada Resende Shopping Torre II Tel. 33851474

Sala 602

mesmos continuaram a trabalhar recebendo salário convencional. No mesmo documento solicitaram a mudança do nome do município para Redenção. Em 1944 passou a chamar-se Redenção da Serra (IBGE). Este marco fez com que esta região fosse pioneira na libertação dos escravos antes que a princesa Isabel oficializasse em 13 de maio de 1888 no Rio de Janeiro. Foi o primeiro município da Província de São Paulo a libertar todos os escravos. Redenção se orgulha destes feitos e marcos da História do Brasil e procura todo ano trazer eventos que relembrem a data ligada à libertação do escravos e sua própria origem. Katia Rico

Ô maiada, tanto bem tombado em Resende caindo, e as turma num tá nem aí...?

Hummmmmmmmmm mas dinheiro para asfaltar a rua do Rosário e construir a passarela da discórdia tem..

Vendemos pelo Construcard da CAIXA e pelo CDC do Banco do Brasil


Março de 2016 - O Ponte Velha -

Mais ainda, José percebeu que, ao longo de 2015, uma série de eventos aproprie de mais uma fatia da vida político-sociais causou transtorno dos contribuintes, controlando-a? em vários países. O governo alemão, Outra notícia chamou atenção de por exemplo, a despeito dos eleitores José. O Supremo Tribunal Federal e pagadores de impostos alemães, (STF) decidiu que é constitucional incentivou e foi favorável à entrada a Lei Complementar nº 105/2001 maciça de imigrantes provenientes de que autoriza a Receita Federal a países do Oriente Médio. Quando a acessar informações bancárias dos movimentação de imigrantes ganhou contribuintes sem autorização judi- fôlego devido não apenas ao incenticial. Se um indivíduo movimentar vo alemão, mas também às guerras, mais de R$ 2mil por mês ou se violência, pobreza e terrorismo que um bar, lanchonete, bazar ou pa- grassam por seus países, empurrando daria movimentar mais de R$ 6mil seus habitantes para as fronteiras, por mês, a Receita ficará de olho. a Hungria, que estava no caminho da massa que se movimentava em direção à Europa, viu-se sem condições de receber tantos de uma hora para outra e levantou cercas em suas fronteiras. Imediatamente, a ONU e vários governos europeus, como os da Alemanha e da Áustria, condenaram a iniciativa húngara. Menos de um mês depois, o governo da Áustria viu-se obrigado, para defender-se da invasão, a também levantar cercas. Seguiram-se os atentados, todos perpetrados por muçulmanos, na França e nos Estados Unidos e temores de outros atentados na Inglaterra, Suécia e Espanha. Com a aproximação do Verso da nota de 1 dólar inverno, os refugiados que se encontravam na Alemanha exigiram do Novas perguntas surgiram na governo local que fossem abrigados cabeça de José. Como fica o co- em hotéis, onde também deveriam mando constitucional que prevê receber dieta islâmica, tudo bancado o direito à privacidade, conforme pelos Josés da Silva locais, os eleitores reza o Inciso X, do Art. 5 da Cons- e pagadores de impostos de lá. Os tituição Federal/88? O Supremo contribuintes alemães não gostaram rasgou a Constituição ou torceu as dessa conversa, e em cidades como palavras para que ganhassem no- Hamburgo, Bonn e Berlin, as várias vos sentidos que nos escapam? É manifestações de cidadãos daquele isso mais um lance do avanço do país – e que eclodiam praticamente estado sobre a vida e a liberdade toda semana – foram recebidas com das pessoas? O STF é favorável ao jatos d’água dos carros blindados da controle estatal da vida privada dos polícia de choque alemã, que assim eleitores e pagadores de impostos? agia por estar cumprindo ordens do governo local. Enquanto isso, na Polônia, ouviam-se brados de megamanifestações contra a invasão islâmica incentivada pelos governos europeus. Veio o Natal, e as pessoas que participavam das cerimônias religiosas na Alemanha, Áustria, França e Suécia, por exemplo, foram atacadas por refugiados muçulmanos por estarem elas realizando cultos cristãos, o que foi tomado como uma afronta ao Islã. Finalmente, na noite de Ano Novo, ocorreu uma série enorme de estupros coletivos em que bandos de 10, 20, 30 indivíduos, todos muçulmanos, abordavam mulheres com idades variando de 9 a 30 anos (isso mesmo, nove a trinta anos de idade) e as violentavam em

Ê Caminho! Caminhão! Somavilla

Tulio Alcântara Valente

Representação do arcanjo S. Miguel

José da Silva, cidadão do mundo, eleitor e pagador de impostos, anda meio ressabiado. Ele vê as notícias dos jornais e as examina. Chega às conclusões inevitáveis e fica chocado com o fato de que, à sua volta, poucos sequer se dispõem a ouvi-lo e muito menos a querer entender o que ele tenta dizer. Mesmo os mais próximos o tem tratado com desconfiança e se distanciam. José leu, por exemplo, que um parlamentar socialista, representante do Estado de Minas Gerais, apresentou, sob forma de projeto de lei, a proposta de extinção do dinheiro em espécie e sua substituição por um cartão. Segundo a linha de argumentação do nobre deputado, isso diminuiria a sonegação de impostos. José entendeu o argumento do deputado, mas brotaram em sua cabeça algumas perguntas: como fariam os desempregados que, para arrumar algum sustento, se convertem em vendedores ambulantes? O que seria daqueles meninos e meninas, vestidos de farrapos, sem trabalho nem escola, que nas portas das lojas e dos supermercados abordam os transeuntes oferecendo-lhes pacotes de balas? Eles teriam todos de portar aquelas máquinas de cartão de crédito/débito? Eles teriam de ter licenças, alvarás e contratos para operar as máquinas? Que empresas celebrariam contratos com eles? Além disso, a humanidade levou gerações para desenvolver um mediador de trocas (o dinheiro) e com ele dinamizar a economia e, agora, um parlamentar mineiro pretende extingui-lo com uma canetada. O que dizem os economistas? Não será também essa proposta mais uma tentativa de fazer com que o estado se

Parabéns, eleitores!

9

Nossa Senhora cuida do tino, da razão e o demo fica inventando precipícios... Ê carrascal, ê caminho áspero! ê chão gretado, ê jegue ensimesmado vagando nos longes sem vivalma, miragem única na vastidão! Ê motor soberano indo em frente a oitenta na tarde ocre do sertão assustando miasmas ressequidos embaralhando tempos tão diversos, sal, areia, crepitante solidão. Ê manhã! ê ansiado refrigério! ê trapos coloridos drapejando no sitio sem dono dos confins como a festejar com pouco alarde o ansiado fim do dragão tempo que se agarrou ao para-brisa a vida inteira, mas se finou na lança do arcanjo! Ê Nossa Senhora, Virgem Maria, ê luz do dia! ê porteira encantada deixando passar o tempo bom que viajou sorrateiro na traseira comendo poeira do meu caminhão! guerra em conjunto pelo fato de usarem roupas com decotes, cabelos soltos, batom, perfume, etc., o que automaticamente, na visão deles, fazia de cada uma delas uma prostituta; as vítimas, algumas das quais foram mortas, eram cidadãs alemãs, austríacas, francesas, suecas e norte-americanas curiosamente originárias de países cujos governos vêm incentivando a imigração de muçulmanos. Para José da Silva não houve como não pensar o seguinte: “Este é o resultado da ação de políticos que, quando das eleições, nos prometem liberdade e prosperidade. Entretanto, uma vez eleitos, resolvem abrir suas caixinhas de bondades e o resultado é cada vez mais pobreza, exclusão, violência e mortes. Parabéns a esses nossos representantes! Mas, parabéns, também, a vocês eleitores e pagadores de impostos, pois vocês também têm participação nessa Nova Ordem”.


10 - O Ponte Velha - Março de 2016

Clima, cidades, compensações ambientais, industrialização e paisagem

Recente publicação do Observatório do Clima comenta um estudo publicado na última edição do periódico Nature Climate Change. Os cientistas que realizaram o estudo analisaram os gastos com obras de adaptação à mudança climática realizadas em dez grandes cidades: Nova York, Londres e Paris, no chamado mundo desenvolvido, e; Pequim, Cidade do México, São Paulo, Mumbai, Jacarta, Lagos e Adis Abeba no dito mundo em desenvolvimento, o nosso. Segundo o estudo tais investimentos vêm crescendo muito no mundo todo, inclusive gerando empregos e movimentando a economia. Em 2014/2015 foram aplicados 311 bilhões de dólares em várias áreas, desde “proteção e melhoria da infraestrutura de água e energia até agricultura, plantação de florestas, conservação de áreas naturais (como mangues e matas ciliares), infraestrutura de transportes, prédios, serviços e defesa civil”. O dado de alerta, no entanto, é a desigualdade do gasto. Enquanto Nova York gastou US$ 2,2 bilhões nesses dois anos, Adis Abeba, capital da Etiópia, despendeu US$ 21 milhões. Analisando os gastos por habitante, Paris gastou o dobro do

O retão de Porto Real, arborizado, antes de a CCR-Nova Dutra exterminar o arvoredo e “compensar” em outro lugar

que Nova York, oito vezes mais que São Paulo e 99 vezes mais que Adis Abeba. Um detalhe importante é o fato de Nova York ser extremamente vulnerável à elevação do nível do mar. Em 2012 a cidade sofreu um prejuízo de US$ 30 bilhões com o furacão Sandy. No outro extremo Adis Abeba, com grande parte dos seus 3,4 milhões de habitantes morando em favelas, sofre com secas e

problemas básicos de infraestrutura, como saneamento. Os números revelam uma incômoda realidade, embora óbvia: Ainda que a mudança do clima atinja a todo o planeta, as populações dos países mais pobres tendem a sofrer muito mais. Por outro lado, os investimentos feitos por Paris são impressionantes! O fato é que a intensificação de fenômenos extremos, como secas, ondas de calor e

de frio, tempestades etc exigirá dos gestores públicos, cada vez mais, planejar investimentos em duas frentes: Adaptação, para proteger a população com obras adequadas de infraestrutura, e Mitigação, para amenizar a própria mudança do clima e parte de seus efeitos. Neste caso, são ações que promovem, por exemplo, a redução das emissões de CO2, como reestruturação do sistema de transporte,

tratamento adequando do lixo e do esgoto ou mais captação (sequestro) do CO2 por meio do plantio de árvores e proteção das florestas. E depois de quase uma volta ao mundo é bom lembrar o intenso processo de transformação da paisagem da nossa região, causada pelos novos empreendimentos que vem sendo implantados. O destaque, sempre, será a fábrica da Nissan, cujo impacto acabou gerando a obrigação da empresa em apoiar o recém-criado Refúgio de Vida Silvestre da Lagoa da Turfeira. Mas infelizmente a Turfeira pode não ter sido a última e única lagoa protagonista desse embate. Outras notícias tristes podem chegar em breve. Enquanto isso é necessário aprimorar os sistemas de licenciamento ambiental, incluindo parâmetros que permitam que os impactos dos empreendimentos sejam amplamente compensados, na devida proporção, por medidas socioambientais. Isso passa também pela realização de condicionantes que possibilitem a recuperação florestal de áreas estratégicas, em especial margens de rios e nascentes, mas também sem cair na tentação simplória de trocar indústrias pelo plantio de árvores. Ainda que não faltem áreas para plantar, há muito mais em jogo. Luis Felipe César

Dis k

47 .10 1 5 )33 616 (24 351.1 3

En

Gás - Água - Ração Av. Brasil, 851 - Penedo - Itatiaia

treg

a

A Cerveja de Penedo!!! Tel: 3351-2072 Av. Casa das Pedras, 942


Reunião de colheita ou Poetas de entressafra Martha Carvalho Rocha

Março de 2016- O Ponte Velha -

11

Esta invocação é uma Prece Mundial Expressa verdades essenciais. Não pertence a nenhuma religião, seita ou grupo em especial. Pertence a toda humanidade como forma de ajudar a trazer a Luz Amor e a Boa Vontade para a Terra. Deve ser usada frequentemente de maneira altruísta, atitude dedicada, amor puro e pensamento concentrado.

A Grande Invocação Desde o ponto de Luz na Mente de Deus, que aflua Luz às mentes dos homens. Que a Luz desça à Terra.

Somavilla, a verdade é que nós nunca nos topamos de frente e, de frente, não nos toparemos jamais! Pressinto. A doçura da velhice não nos exige certas efervescências. Entretanto, estamos juntos nos nossos versos. Somos os salvados da poesia! Nossas palavras chegam-nos de viés, de perfil – que seja, mas o que querem elas, é serem companheiras de várzea, é fincar esteios, repartir o sal. O que estão tentando é uma reunião de colheita... Os seus escritos, poeta, se me mostram como uma boa mistura do clássico com planta fácil de pegar de galho. Você escreve com decoro e imponência, daí o silêncio e sublimidade. Escreve com frêmitos de ouro, mirra e incenso. Penso que nós somos poetas de entressafra! Somos de uma civilização desaparecida há milênios. Uma raça contemplativa. Não nos esqueçamos, porém, que denunciamos algumas vezes o mundo, como sendo frívolo, enfatuado e descortês. Arrematando com agradecimento pela sobrevida. Eu desapeei foi no ermo, frente à meia água que arranjei, bem arran-

jadinha, com ponto, dois pontos, travessão, vírgula, ponto e vírgula. Lá fiz meus trabalhos noite e dia – “era costura, agruras, linhas, dor, agulhas e aviamentos”. Era a vida sendo trançada numa mesma meada, com muitos fios: o fio grosso, o fio fino, o fio rompido... Sua crítica elogiosa a mim e aos meus escritos caiu-me como o sol batendo francamente nas fachadas das casas senhoriais. Caiu-me como o sol varando-me a vida, deixando-me entre o êxtase e o nó na garganta! E eu quis acreditar um pouco... acreditar chorando... Quem sabe, poeta, nós somos habitantes de um enigma? Aqueles que dançam no meio da noite, carregada de mariposas errantes, a dança dos que enxergam no escuro. A dança das infinitas distâncias, dos infinitos desencontros? Coloquemos, Somavilla, a mesa para os homens de boa vontade. Rendamo-nos a ela! Em nome de tudo ou em nome de nada. Entre na meia água que habito, inda que sem entrar, deveras. A mei’água é de adobe, mas ela se sente oriunda do mundo dos espelhos. Ao contrário, seu brilho

é fosco, mostrando ingenuidade. Entre! Usarei da minha cordialidade Desde o ponto de Amor no Coração de Deus, rural, com água já fervendo na chaleira, que aflua Amor aos corações dos homens. para passar um café no coador de pano, Que aquele que vem volte à Terra. com broa recém-saída do forno. Falaremos pouco, para não corrermos o risco Desde o Centro, onde a Vontade de Deus de cairmos numa contradição verbal. é conhecida, que o propósito guie Depois, vamos encontrar na estrada, as pequenas vontades dos homens. com sanfoneiro cantador – o menesO propósito que os Mestres conhecem trel. Dali sai a valsa de rodar, samba de pegar com jeito, sai tango de elegância e a que servem. e par. E meu pai pode até chegar com seu acordeom de cento e vinte baixos, Desde o centro a que chamamos como ele gostava de frisar, para cantar raça humana, que se cumpra e declamar. Ele tinha ânsia de asas, para o plano de Amor e Luz. melhor amar e acudir. Era alegre de algeria bendita. Levarei meu balaio pra E que se feche a porta onde mora o mal. carregar de ramas de várias espécies e tons. Serão tons sobre tons de verde. Que a Luz, o Amor e o Poder A verdade, poeta maior, é que restabeleçam o Plano Divino na Terra. já nos topamos de frente, do nosso modo e feitio. De légua em légua, neste destino a que viemos. Unidade de Serviço para Educação Integral Agora, é deixar esta história reAv. Nova Resende, 320 – sala 204 pousando na penumbra, qual mi- CEP: 27542-130 – Resende RJ – Brasil ragem que deslumbra viandantes. Tels(0xx24) 3351 1850 / 3354 6065 Obrigada.

Posto Avenida Bob`s CREDIBILIDADE

Seu carro agradece e seu paladar também


12 - O Ponte Velha - Março de 2016

Eu sei que dominicanos não vem do latim dono do cão, mas sim de um religioso chamado São Domingos, mas isso deixa o editor Marco Cotrim, o cônego da imprensa regional, explicar. Mas se assim o fosse, eu chamaria de dominicanos esses petistas que ainda defendem esse partido que tomou conta da república para enriquecer. Todos cães do seu dono, o ex-presidente que, socraticamente, nunca sabe de nada. Eu votei no Aécio, mas se ele roubou, ou se beneficiou de forma indireta, eu o quero na cadeia, e todo o pessoal do PSDB que rouba merenda ou superfatura trem em São Paulo. O que me deixa estarrecido é a cara de pau do Lula quando se defende. Acho que ele acha que todos são idiotas, começando pelos seus cães. Os “dominicanos” não. Dizem que os desvios da lava-jato foram doações regulares de campanha, todas registradas no TSE, que o sítio que ele visitou 11 vezes não é dele, que é uma mera coincidência a OAS ter comprado na mesma loja as cozinhas do sítio e do tríplex do Guarujá, que também não é dele. E que graças a ele pobre anda de avião. Isso enquanto as empresas não falirem, graças às benesses que quebraram a economia do país.

Fala, Zé Leon: Dominicanos

Acho que faz parte dos gostos do poder a pessoa ser badalada, receber agradinhos para mostrar poder. O Lula diz que ganhou licitamente para fazer palestras (ele declarou – “Todos querem me ouvir, por isso eu sou a palestra mais cara do mundo. Eu e o Bill Clinton), vamos imaginar que fosse verdade. Nem vou discutir as coincidências dos mesmos financiadores dessas palestras estarem atolados até o pescoço nos escândalos da lava-jato. Mas uma curiosidade. Nos tempos de youtube, alguém viu ou ouviu alguma dessas palestras do Lula?

Joel Pereira

Advogado - OAB.RJ - 141147 joelpereiraadvogado@joelpereira.adv.br Av. Ten. Cel. Adalberto Mendes, 21/201 CEP: 27520-300 - Resende - RJ Fones: (24) 3360.3156 / 3354.6379

CASA SARQUIS

Símbolo de distinção e confiança Brinquedos - Tecidos - Armarinhos Confecções - Cama e mesa

Telefones: 3354-2162 / 3354-7245

Então, com essas palestras ele amealhou R$ 30 milhões de reais. Meu Deus, com essa fortuna daria para comprar o sítio que quisesse, o tríplex que quisesse, e ninguém tinha nada com isso. Com cozinha planejada e pedalinho com o nome dos netos. Mas não. Isso não tem graça. Não faz parte do glamour do poder. Eu quero é ingresso de graça. Mesmo com dinheiro pra comprar a plateia toda. A OAS já gastou, na Granero (piada pronta?), mais de um milhão e trezentos na armazenagem das coisas do Lula que vieram de Brasília. Pagaram 550 mil em reformas no sítio e

770 mil no tríplex, ambos que não são dele. E o filho dele? Que ganha a vida no control C control V em consultorias milionárias para lobistas envolvidos na compra de medidas provisórias? Acho que o sentimento de impunidade era tão grande que ele não se deu ao trabalho de terceirizar uma consultoria. Ganhou dois milhões? Pega 50 mil e paga uma ONG pra fazer uma pesquisa séria. Fábio Luís, filho de Lula, é sócio de Fernando Bittar e de Jonas Suassuna na empresa G4. O sítio em Atibaia está em nome de Bittar e de Suassuna e foi comprado a dois meses do fim do mandato, em 2010. E, coincidência, o Instituto Lula repassou para a G4 R$ 1.349 milhão. O sítio foi comprado por R$ 1,539 milhão. “Dominicanos” me desculpem, mas vocês são cúmplices. Lugar de ladrão é na cadeia, mesmo o guerreiro do povo brasileiro. *********************** Mentindo a idade. Quando criamos o grupo de teatro Boca de Cena, em 1983, saíamos do ensaio e íamos matar nossa fome na Parada do Milho, uma pequena loja na Gustavo Jardim, uma portinha com um balcão que vendia suco de milho, curau, pamonha, alguns salgados naturais. Isso, se não fugi do colégio, tem 33 anos. Então porque diacho a Parada do Milho ainda comemora até hoje 25 anos de existência? Tudo bem que desde a reforma, ela tem um corpinho de 20, mas é pra se orgulhar de um empreendimento que está caminhando para 35 anos de sucesso. Nota de esclarecimento A decadência do homo sapiens desde a expulsão do Paraíso passou pela etapa do homo faber (reduzido a produtor/consumidor), depois pela da mulher sapiens, e recentemente chegamos à do cão sapiens.

Os bestiários medievais previram essa continuidade da Queda Original, e a próxima será do Morcego-sapiens, que nada vê e chupa sangue. El Canónico de Gusmán


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.