ReviraGita Literária
Entrevista Adriano Siqueira II EDIÇÃO JUNHO/JULHO 2021
ReviraGita Literária Edição 02 - Junho/Julho 2021
Editor: Thiago Guimarães | Contato: poetaltcoletaneas@yahoo.com Diagramação: Cleson Cruz | Contato: cleson@live.com Todos os textos são de inteira responsabilidade dos autores que os assinam. Contatos com o Poeta Alternativo Coletâneas: Email: poetaltcoletaneas@yahoo.com Instagram: instagram.com/poeta2976/
Sumário 04
Editorial
05
Mural
06
Poesias | Cris Lopuch
08
Poesias | Indy Sales
10
Cecília Fidelli
28
Fundadora da Reviragita
Poesias | Prisicla De Bom
Poesias | Mária Fátima
12
30
Poesias | Aline Peruzzo
Poesias | Rozz Messias
14
32
Poesias | Henrie S Reis
Poesias | Marvyn Castilho
16
34
Poesias | Leo Maran
Entrevisa | Adriano Siqueira
18
36
Poesias | Sigridi Borges
Contos & Crônicas | Fran Pigasso
20
38
Poesias | Raquel Lopes
Contos & Crônicas | Tauã Lima
22
40
Poesias | Inês Carolina
Contos & Crônicas | Lilly Anne
24
42
Poesias | Clayton Alexandre
26
Poesias | José M. M. Pedro
Artigo | Ultrarromantismo: Conceito e Características
44
Divulgação
Editorial
S
ejam bem vindos a segunda edição da nossa ReviraGita Literária continuamos com o propósito de divulgar a literatura para todos os cantos do Brasil e do mundo. Nesse número teremos poesia , artigos, contos, mini contos e crônicas também uma entrevista e a estréia do nosso mural com uma homenagem a uma saudosa amiga . Sem mais spoiler apreciem a leitura sem moderação.
Thiago Guimarães editor, contista poeta e antologista
4
Reviragita Literária
Mural
A
Elza Helena, além de uma autora maravilhosa com quem tive a honra de poder contar em minhas antologias, era uma amiga, por vezes confidente, com quem imaginei muitos projetos dentre eles o projeto de montar uma editora que hoje se realizou. Essa edição é dedicada a você .
Reviragita Literária
5
Poesias
Cris Lopuch Cristiane Lopuch é curitibana, casada, mãe de dois filhos, professora e poeta. Tem poemas publicados em antologias e periódicos, é uma das editoras do Garimpo, mensário de poesias e espiritualidade, ministra oficinas de poesia. Profissionalmente, escreve material pedagógico para uma rede se ensino.
| Magazine Literária 66 2014 Reviragita
Urgência
Cristiane Lopuch Anuncia-se um chamado
É urgente valorizar todo trabalho
Uma demanda urgente.
Respeitar quem transporta nosso alimento
Sim! Necessita de pressa E do trabalho de toda gente.
Como requisitos primordiais Dessa sublime incumbência São elementos fundamentais a boa vontade e a sua vivência.
Todos os interessados no oficio Serão aprovados sem sacrifício Nada de currículo ou ficha cadastral a atividade precisa ser algo natural
Tratar bem todos os trabalhadores Nisso, precisamos de engajamento.
Fazer o bem é urgente Ser honesto é urgente. Demonstrar afeto é urgente. Criar a paz, é urgente.
Se você está vivo Comece a praticar agora A vida é um sopro Não sabemos a próxima hora.
Acredite que você é apto Mesmo que esteja empregado De praticar em cada ato O que aqui está recomendado:
É urgente tratar todos com respeito Trazer a empatia dentro do peito É urgente ser amigo e não invejar Ao contrário, conversar e elogiar.
Magazine | 2014 Reviragita Literária
77
Poesias
Indy Sales Indy Sales é uma escritora da cidade de Ouro Preto, Minas Gerais. Tem 28 anos. É acadêmica de Letras, tem 9 livros publicados, além de participar em várias antologias e revistas literárias. Seus escritos são fortemente influenciados pelos autores ultrarromânticos, simbolistas e góticos.
| Magazine Literária 88 2014 Reviragita
Sabedorias Ocultas Indy Sales
Fenda Indy Sales
Ecoa na boca profana a canção ritualística
No breu profundo abre-se uma fenda,
Revelando o lúgubre e obscuro segredo.
E posso ver o cavaleiro negro que vem...
As sabedorias ocultas e cabalísticas
Ele sorri numa expressão horrenda
Escorrem feito sangue entre os dedos.
E me faz ter visões do além.
A nossa devoção eles chamam de ultraje, E os olhares cândidos julgam com fervor Os nossos corpos que dançam sem trajes Ao redor de uma fogueira, cheios de ardor.
E nada mais importa, nem a dor A vida escapa e empoça o chão. Apenas tenho lindas visões de horror Enquanto o cavaleiro me estende a mão.
E o convite se estende, queima no olhar:
“Dessa vez foste o bastante forte...”
“Sacie todos os prazeres teus...”.
Diz-me, sorrindo o cavaleiro da morte.
Se a liberdade é o que queres alcançar,
E cada vestígio de dor é de mim expulso
Faça de si mesmo o seu próprio deus.
Pela fenda aberta no meu pulso...
Magazine | 2014 Reviragita Literária
99
Poesias
Priscila De Bom Mineira amante das palavras. Graduada em Direito pela PUC/MG, pós-graduada em Língua Portuguesa e Direito Público. Servidora do TJMG. Carrega o Direito na alma e a Poesia no coração. Coautora em Antologias Poéticas. Acadêmica Vitalícia da Academia Internacional Mulheres das Letras. Desengavetando palavras que compartilha no Instagram @palavras_na_gaveta. Escrevendo palavras e vivendo histórias. De lutas e de glórias. Algumas para contar!
| Magazine Literária 10 10 2014 Reviragita
Toque de re(colher)
Sol Estático
Priscila De Bom
Priscila De Bom
O prefeito determinou
Minha vida se tornou um sol estático
Toque de re(colher)
E já não aquece, nem ilumina
Mas é que toda gente
Pois sem você, nada no mundo é mágico
Já se cansou
Eu perco minha alma de menina
De não ter o que colher Tá recolhido de aflição E colhido por coação O coração tá encolhido Dentro do peito
Horas inteiras e infinitas Estar só, com pensamentos Em que nem as lembranças são bonitas Ensurdecedores que são os sentimentos
Esmagadinho de tão suspeito De que o ser humano deixou De ser acolhido Tanto abraço e beijo recolhido E o vírus continua colhendo
E então, só o que me resta Ficar assim parada Esperando que me abra uma fresta
Dia após dia Mais corpos que não vão sobrevivendo Numa luta constante
Dessa sua alma iluminada Para esse meu coração linfático Eu assim...um sol estático.
Com pedido ao vírus de alforria Para que o lar não se torne prisão doentia Toda gente querendo correr E tendo que se re(colher) Pobre população Vai pouco colher De tanto se recolher Magazine | 2014 11 Reviragita Literária 11
Poesias
Aline Peruzzo Casada com Sidnei, mãe de Pedro e Julia, filhos amados, presentes de Deus em sua vida, pois mesmo diante do diagnóstico médico de não engravidar, nunca perdeu a esperança. Reside em Mauá, São Paulo. Pedagoga e bióloga por formação, pós-graduada em Educação, atuando como Educadora em diversos segmentos educacionais, sempre teve amor pela leitura e gosto por escrever textos. Vê na vida e na natureza fonte de inspiração para seus poemas. Participou da Bienal do Livro do Rio de Janeiro em 2019 como convidada, teve participação em vários concursos e eventos Literários, participou de varias Antologias e atua também como organizadora Membro da Academia Independente de Letras AIL /Ordem Scriptorium, cadeira nº 139 A Empatia. Publicou seu livro de poesias Essência, sob o pseudônimo Lina Adams. | Magazine Literária 12 12 2014 Reviragita
O Vento
Gratidão
Aline Peruzzo
Aline Peruzzo
Como amo o vento!!!
A gratidão serena e acalma
Ele é surpreendente,
Revela-se em plenitude da alma.
Não se pode ver
Concede leveza a cada amanhecer.
apenas sentir,
Entre as vicissitudes da vida, convém agradecer
Não se pode tocar, Mas se tem certeza que está aqui. De onde vem?
Despertando a consciência da alma, Para a oportunidade de aprender. A paz encontrada
Pra onde vai?
Anseia a partilha dos sentimentos
Delícia seria poder voar,
De amor e empatia,
Como um passáro a plainar.
Semeando a esperança
Através das montanhas,
Nos corações de todos
cruzando os mares. Se esvaindo na imensidão do universo.
aqueles que amamos.
Ressurgindo, sentindo na face a leveza do seu toque e o seu frescor como que alegria.
um
encanto
trazendo
Magazine | 2014 13 Reviragita Literária 13
Poesias
Henrie S Reis Escritor e poeta mineiro nascido em Belo Horizonte naturalizado Serrano; graduando do curso de Letras pela UFVJM autor em mais de uma dezena de antologias pela Psiu Editora, sendo elas poéticas e narrativas, acredita que a literatura pode mudar o mundo, se não o mundo todo o mundinho particular de alguém e isso já faz muita diferença.
| Magazine Literária 14 14 2014 Reviragita
Entende-se Henrie S Reis
Martírio Henrie S Reis
Emaranhado em seus cabelos
Eu poderia falar do amor que me assusta,
Embriagado em teus sonetos
Da paz que me machuca.
Agonizo suspiro e escrevo.
Mas esse meu corpo é arritmia,
Rimas, palavras que se amontoam
E tudo que sai de mim é poesia.
Poesia,
Eu poderia falar das notas trágicas que escrevi,
Acabam em união de maestria, És bela arte, lê-se: Nó e tinta. Enrolado em sua alma Amassado em sua palma Mergulho na paixão que me consome. Verdades, razões que se juntam Uma pintura,
Reviver a morte nostálgica que vivi. Mas as minhas mãos bailam alegria, E o meu universo é sintonia. Eu sou tudo aquilo que crio, Descanso pela fé que suspiro. Só pra dizer no fim do dia que vivo, E acordar imerso no belo que aspiro.
Será verdade ou conjectura? És baluarte entende-se: Arte, Nossa vida. Amamos, mordemos,sentimos e acabamos. Na morte e na sorte, Escritos amarrados e lidos: Poeta, musa Eterno conflito.
Magazine | 2014 15 Reviragita Literária 15
Poesias
Leo Maran Mineiro, nascido em Poços de Caldas - MG, em 01.03.1978. Educador Físico de profissão, pós-graduado em Personal Trainer, pós Graduado em Musculação e Personal Trainer. Fotógrafo nos momentos vagos amo Fotos Preto & Branco, compartilhando momentos, visões e posições @leo_maran_ . Escritor de paixão escrevendo poemas, caminhos e seus destinos @poemas_do_leo . Mochileiro, colecionador de países compartilhando desafios de sempre conhecer algo novo. Prazer esse sou EU....
| Magazine Literária 16 16 2014 Reviragita
Poema 01 Leo Maran
Ela se produziu e induziu; Ela encantou e propagou; Passou batom vermelho, porque o corpo é seu; Fez do seu eixo, todo o desfecho, de uma história contida toda reduzida. Decidida a viver, porém nada poderia ter. Não vai dar satisfação do que fez e o que sente, pois leva a vida sempre coerente. Sentiu vontade de ir embora, mas não se limitou, porém nunca se deixou. Hoje ela voa e se destoá, consigo e sorrindo. Metade de mim, aplaudiu, e a outra metade.....sorriu.
Magazine | 2014 17 Reviragita Literária 17
Poesias
Sigridi Borges Professora de Matemática e Escritora, nascida em São Paulo. Iniciou na escrita em 2013 quando descobriu que as letras eram mais que simples sementes plantadas nas folhas de papel: eram um sentimento. Autora do livro infantil “Algarismos em Sonetos” (Scortecci, 2016), participa de diversas antologias/coletâneas e revistas literárias no Brasil, Argentina e Portugal. Diagramadora e uma das produtoras da Revista SerEsta, literária, on-line e gratuita. Casada, duas filhas, ama orquídeas, cinema, teatro e viajar com a família. Coleciona dadinhos.
| Magazine Literária 18 18 2014 Reviragita
Insistência Sigridi Borges Palavras.
abreviam meus segundos em palpitações
Elas insistem roubam meu espaço aumentam meu cansaço sangram rasgam meu peito assaltam meus anseios penetram em pensamentos vibram ávidas inquietas sorrateiras faceiras insinuantes ofegantes apaixonantes atrevidas arrastam minhas mãos disparam meu coração buscam-me em lampejos soltas ao vento repletas de sentimentos me forçam a parar no tempo encontram brechas
descompassadas ofuscam minha visão transformam-me em frangalhos viro colcha de retalhos tiram-me do eixo matam meus desejos atordoam-me enlaçam-me não obedecem a ordens nada as detém não aceitam regras não se importam com minhas olheiras acordam-me na madrugada forçam-me a escrever procuram por símbolos remanescentes numa luta indecente bravura decadente encalço reluzente num espaço transcendente nada que me alimente destroem imagens constroem histórias.
arrancam suspiros cortam meus minutos Magazine | 2014 19 Reviragita Literária 19
Poesias
Raquel Lopes Pernambucana, brasileira, poetisa, escritora, é estudante de Língua Portuguesa, pianista, amante das Artes e autodidata pela Escola da Vida. É membro da UBE e de várias academias literárias, com livros de poesia publicados pela editora artesanal Costelas Felinas, no site Amazon e Clude dos Autores.
| Magazine Literária 20 202014 Reviragita
Caatinga Raquel Lopes
As lembranças do mato verde agora silenciam diante do que se perdeu o tempo só arrepia.
As dores do cacto obrigam a gemer neste caso estudado.
Seguiremos sozinhos pelos pastos. Os pés quentes e cansados.
frios embaciados.
Miram o que faz falta Miram os atentados do mundo árido.
O terreno a sofrer pelo clima escasso Averigua, gente valente que mesmo em cima do tacho produzem alimentos que valham um repente.
Os olhos
Magazine | 2014 21 Reviragita Literária 21
Poesias
Inês Carolina Rilho Brasileira (Recife/PE). Advogada e professora, escreve desde os 15 anos nos gêneros poesia e prosa (conto e romance). Publicou pela primeira vez em 2016, na Antologia Comemorativa do Encontro de Poetas da Língua Portuguesa (EPLP), do qual é coautora e integrante da equipe organizadora de Portugal, tendo sido sua revisora textual em 2019. Participa da equipe do Pura Poesia em Lisboa. Tem participação em mais de vinte Antologias poéticas e em vários concursos de poesia e prosa, com menções honrosas, 3º e 5º lugar. É membro da Academia Virtual de Poetas da Língua Portuguesa (AVPLP) – Secções Brasil e Portugal; Academia Mundial de Cultura e Literatura (AMCL); membro efetivo da União de Autores Virtuais Independentes (U.A.V.I.) e Imortal Fundadora da Confraria Internacional de Literatura e Artes (CILA). Publica periodicamente em Recanto das Letras, Facebook, Instagram e Jornal Tribuna Liberal (Sumaré/SP). | Magazine Literária 22 222014 Reviragita
Pressentimento Inês Carolina Rilho
Amor de Inverno Inês Carolina Rilho
Foram poucos os momentos ao seu lado,
A qui estamos neste gélido inverno
mas doces e em versos enleados.
M uito esperamos por esse momento
São muitas as lembranças da sua presença.
O ocaso lentamente se anuncia
E preenchem cada espaço da sua ausência.
R endidos estamos a este sentimento
Nossa vida caminhava para uma segura eternidade;
D eclaro-te meu infinito amor
quando você teve que partir.
E ntre rimas e versos incontidos
Mas voltei a sonhar com a felicidade, depois que as flores da primavera vi abrir.
I dealizamos nosso futuro N acarados estão nossos rostos
Não sei quando você para mim voltará,
V ivos das chamas que nos esquentam
mas a certeza aumenta, e quase sua voz ouço.
E nleados neste doce idílio
No meu coração, sinto que você retornará a cada alvorecer que vejo, a cada trinado que ouço.
R entes nossos corpos ficaram N ão sabemos hora nem dia O casião perfeita para nosso amor
Esse pressentimento não me angustia. Ele me alimenta e me faz reviver a cada novo dia.
Súbito, chega uma correspondência agora. Posso, desde já, sentir pela forte fragrância, que sua letra verei nesta hora. O coração, aos pulos, numa frenética ânsia, vai sentindo nosso antigo amor renascer. E, lendo o papel, essa certeza volto a ter. Magazine | 2014 23 Reviragita Literária 23
Poesias
Clayton Alexandre Possui graduação em Licenciatura em História pelo Centro Universitário Central Paulista (2005) - Unicep - São Carlos - SP com ênfase em Filosofia-Política e Formação e Consolidação de Governos Totalitários, graduação em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano (2016) - Ceuclar - Campus de São José do Rio Preto - SP, Especialista em Ensino de Filosofia, pela Universidade Federal de São Carlos (2015) - Ufscar - SP, Especialista em Psicopedagogia Institucional pela Fundepe Unesp, Marília - SP (2017) participou em 2006 á convite do Professor Doutor Sidney Jorge Barbosa como aluno ouvinte da disciplina sobre Romance-Burguês na Europa pela Unesp -Campus Araraquara -SP.
| Magazine Literária 24 242014 Reviragita
Instituindo e Resistindo... Clayton Alexandre
Vou instituir um sonho...
Vou inquirir... Vou aferir... Vou te seguir...
Para fazer da minha realidade...
Instituo minha tortura...
Um caminho, em busca do nada...
Busco o brilho das estrelas...
Sacramentando meu amor...
No céu cinzento...
Virando um suor...
O passado consome minha carne...
Que fez odor...
Degenera minha alma...
Em cada noite de vigília...
Olho para espelho...
Na busca por sua alegria...
Estou me deformando... Desmanchando... Chorando...
Que a vela como nossa testemunha... Matando a cunha...
Mas ainda , te amando...
De um nada... Que se tornou... Paixão sem medida... Na desmedida pesadelo...
localização
de
um
Virando um motivo... Em insistir, no seu resistir...
Magazine | 2014 25 Reviragita Literária 25
Poesias
José M. M. Pedro Português, nascido em Luanda-Angola. Vive em Lisboa-Portugal. É Representante da Seção-Portuguesa da AVPLP - Academia Virtual de Poetas de Língua Portuguesa, ocupando a cadeira especial de Luís de Camões é desde 01/01/2021 Secretário da diretoria da AVPLP para o triénio de 2021-2023. Membro efetivo da U.A.V.I. – União dos Autores Virtuais Independentes, membro fundador do EPLP – Encontro de Poetas de Língua Portuguesa, (Paises Da CPLP), académico da AMCL – Academia Mundial de Cultura e Literatura como o patrono João Gilberto ocupando a cadeira n. 50, da qual faço parte da comissão para as Relações Internacionais da AMCL. Sou ainda Imortal Fundador José M.M.Pedro da CILA - Confraria Internacional de Literatura e Artes com a Patronesse: Alda Lara, Cadeira 54. Faz parte da BJLA – Brigada Jovem da Literatura Angola, com a função de Secretário para Administração e Finança.
| Magazine Literária 26 262014 Reviragita
Soltas com o Vento José M. M. Pedro
Papel Que Rasgo? José M. M. Pedro
Ó Vento que sopras
Que rasgo para o vento
Não sopres com força,
Pedaços que voam do meu pensamento.
Em meu pensamento. Se não, eu não escrevo. Vão soltas com o Vento….
Ó Vento que sopras
Que nas folhas vão soltas, Vão soltas com o vento. E com as folhas que voam Que voam para o vento
Que sopras cá fora,
Vão nelas dispersos
Palavras que trazem
Os meus pensamentos.
Para meu pensamento. Que nas folhas vão soltas, Vão Soltas com o Vento….
Ó Vento em que escrevo Que escrevo o que sinto, Que sinto o que penso. Que nas folhas que escrevo, Vão soltas com o Vento…
Papel que rasgo? Que rasgo para o Vento. Pedaços que voam do meu pensamento. Que nas folhas vão soltas, Com as folhas que voam E voam para o Vento Nelas vão dispersos Os meus Pensamentos.
Magazine | 2014 27 Reviragita Literária 27
Poesias
Fátima Maria de Fátima de Sá Sarmento, professora, paraibana, do Sertão. Escreve desde tempos remotos, sem publicação. Resolveu mostrar as dúvidas, reflexões sobre a vida e o fazer poético. A “cura pela poesia”. Cursou Letras com Especialização em Literatura Brasileira pela -Universidade Federal da Paraíba-UFPBe Serviço Social pela Estácio. Costuma repetir que cada verso é uma confissão daquilo que recebe em instantes de êxtase poéticos. Divulgo textos pelo Facebook, Instagram e na página, do Recanto das Letras https:// prosapoesiasemestilo.net. Atualmente resido na capital da Paraíba- João Pessoa. Acaba de lançar o livro ROMPENDO A AURORA ENTRE VERSOS, RIMAS E PROSA, Recanto das Letras.
| Magazine Literária 28 282014 Reviragita
Poema
Beleza
Quero a Lua
Quando me vem um verso,
Quero tua
parece que no Olimpo estou.
Quero brilho
Sinto-me como uma deusa
Quero frio
que de beleza eternizou cada rima
Quero bem
que consigo são comparáveis aos elogios
Fátima
Quero palavra Quero fala Quero um mundo azul Quero o ar Quero o mar Quero a Terra saudável Cheia de gente admirável Quero um poema que tenha: Lua Mar
Fátima
que vêm da boca de Zeus, deus grego poderoso, como meus versos são, para cantar no refrão os sentimentos diversos, começando pela alegria, passando por todo um percurso, para se chegar ao cume desse monte, que tem nome, você é o meu complemento, também
Céu
meus lamentos. Se fico, sofro tormentos,
Com rosas
mas se saio, morro pela eternidade.
Ou prosa Ou tudo ou nada.
Magazine | 2014 29 Reviragita Literária 29
Poesias
Rozz Messias Contista, poeta e antologista. Responsável pela organização da trilogia Lendas pelo mundo, Poemas e contos extraordinários, Idílico Concílio, Gratidão, Alegria, Olhar Feminino e (IN)Sensíveis Sentimentos. Ao lado de Lu Evans organiza o Projeto Escritoras Fantásticas, responsável pela catalogação das escritoras brasileiras do gênero fantástico. Embaixadora da Paz pela OMDDH- Organização Mundial dos Defensores dos Direitos Humanos. Faz parte do coletivo poético Nua Palavra e de coletivos femininos como Mulherio das Letras.
| Magazine Literária 30 302014 Reviragita
Desordem Rozz Messias
Tudo tão organizado Mas você apareceu Bagunçou meu calendário Inverteu meus horários Minha agenda não tem mais espaço Você prendeu-me em um laço Virei uma desordem Tudo está fora do lugar O cabelo, os travesseiros E nós dois nessa bagunça De corpos enamorados Não sei o que ainda é meu Suas mãos em meu corpo Fazem tudo perder o sentido Aqui apenas eu Sem maquiagem Cobertas espalhadas E louça lá na pia Porque nada mais importa Só eu e você nessa bagunça Entre os lençóis!
Magazine | 2014 31 Reviragita Literária 31
Poesias
Marvyn Castilho Refugo alvitre de um lúrido homem, inumado no vetusto e lúbrico olhar da marafona do tempo. Integrante de algumas academias literárias no Brasil, membro da Academia de Letras y Artes de Valparaíso – Chile e do Núcleo de Letras e Artes de Buenos Aires – Argentina. Outrossim, idealizador e membro do projeto literomusical Vanitas e organizador das antologias “Ultrarromânticos, Góticos e Trágicos Poemas” e “Poetas Malditos Contemporâneos”, pela editora Dark books.
| Magazine Literária 32 322014 Reviragita
A poesia no mundo
Poeta Maldito
O mundo é uma atra poesia!
Bardo errante e maldito,
Em lúgubres trinos,
Com o crânio febril a esmaecer,
Ou no estrépito do adejo dos pássaros enlutados,
Sob a mortalha do fenecer...
Marvyn Castilho
Da feral melancolia.
O mundo é uma dorida poesia! Em versos esmaecidas,
Marvyn Castilho
Sua agrura levada ao silamento.
Seu estofo carnal olvidado, Em uma frígida e estéril sepultura,
No epílogo do fulgor dos olhos...
Lúridos bernes, dando epílogo a sua desventura,
Que o feminicídio silencia.
Sob o velário da morte, o cingir ledo.
O mundo é uma funesta poesia!
Seu halo no ósculo do ataúde,
Com estrofes a intumescer a fome,
Na campa... O findar do amor debalde,
E na rima olvidada no olhar da marafona, sem lume.
E do sonho do ulterior de ventura.
O mundo é uma atroz e nefasta poesia! Onde o feérico sonho pueril some, Na sanha voraz do capitalismo incólume.
Em XXII de abril de MMXXI. E. V. Dies iovis.
Em seus versos indeléveis, E no fulgor dos seus tomos afáveis, Seus ínferos sentimentos, a errar pela Terra.
Em V de março de MMXXI. E. V. Dies veneris.
Magazine | 2014 33 Reviragita Literária 33
Entrevista A RevistaGita literária tem a honra de entrevistar o escritor e ativista cultural ADRIANO SIQUEIRA que é colaborador em diversas antologias literárias. 1 – Quando você começou a escrever suas histórias? Foi nos anos de 1990. Uma década de m uita criatividade e inicio da internet. Eu par ticipava de BBS’s e entreva nos gr upos que funcionavam com pacotes de emails offlines. E os textos tinham que ser pequenos. Escrevi muitos textos pequenos mini-contos e quando consegui escrever uns 50 eu fui na platafor ma geocities e fiz o meu primeiro site em 1999 c hamado de contos de vampiros. E tive m uito sucesso. Fiz grupos e fanzines e palestras até que em 2007 apareceu a opor tunidade de participar do livro Amor Vampiro. Hoje tenho 37 livros como autor convidado. 2 – Seus livros f avoritos quais são? Gosto do estilo terror. O bebê de Rosemary. A Profecia. Histórias Extraordinárias do Edgar Allan Poe. Drácula. As Possuídas. A Hora do Lobisomem. Christine o carro assassino. O Exorcista. 3 - O que é mais impor tante na escrita, a espontaneidade ou o cuidado linguístico? A criatividade na história me c hama m uito a atenção. Uma boa
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Reviragita Literária
narrativa e dialogo deixam o livro mais fácil de ler. Não gosto de contos com palavras complicadas que precisa ler consultando dicionario. Sou muito rapido para ler e o humor me atrai. As histórias devem ser rapidas para contos pequenos e quando é para ser história para livro o bom mesmo é dar vida ao personagem. Editoras ajudam muito com suas revisões e nem sempre o escritor consegue revisar e escrever e criar tudo junto. Por isso editoras são para dar esse suporte. E cada escritor um tem seu estilo. 4 - Em que género literário se sente mais confor tável e porquê? Eu gosto do gênero terror, romance, humor, ficção científica e muitos outros. O meu preferido é de cria-
turas obscuras e monstr uosas. Sou fã do gênero romance gótico. Castelos, personagens melancólicos, magia, suspense e mistério. Isso inclui o gênero policial.
quadrinhos e mais cur tas metragens. Gosto do lado visual dos personagens e por isso sempre aprecio uma música para eles ou mesmo um filme ou minisérie.
5 - Que mensagens existem naquilo que escreve?
9 – Você acha que antologias literárias são impor tantes para o desenvolvimento dos autores, em que sentido?
Eu já tive minha fase de moral da história e realmente os personagens que faço são punidos de alguma forma. Existem personagem no entanto que gostam de aprontar o tempo todo e acabam se saibdo m uito bem pois o público leitor cur tem as suas malvadezas. 6 - Quais as suas inspirações? Nasci lendo quadrinhos de terror. Tenho muitos gibis que mostram de tudo sobre esse genero e aprendi a desenhar e a escrever lendo mais quadrinhos. Alguns contos meus tem muitos diálogos e isso envolve o leitor. 7 - O que acredita ser essencial na divulgação de obras e autores? O uso da transmídia ajuda demais qualquer autor e escritor. Não é só escrever e cr uzar os braços. Todos tem seus talentos. Incentivo m uitos a tirarem da gaveta as suas ar tes e a criatividade. Esses talentos acabam atraindo mais admiradores. Atualmente, eu e a Maria Dutra fazemos, artes, desenhos, videos narrados, banners e divulgação. Tudo isso atrai m uita gente.
Eu vejo como algo positivo. As antologias são o meio mais rápido de atrair leitores e ter um grupo de amigos para falar das obras que produz e são raizes que se fortalecem sempre. Tem que se começar de alguma forma. Tudo é uma escada e a cada degrau conhecemos mais oportunidades. 10 - Qual o seu conselho para os novos autores? Não tenham medo de escrever uma história. Existem leitores para todos os gêneros. Quanto mais se lê e escreve mais se aprende a criar o seu próprio estilo e o universo literário é sempre carregado de novidades.
8 - O que concretizou e o que ainda quer alcançar no universo da escrita? Eu ainda quero ter histórias em Reviragita Literária
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Contos & Crônicas
Fran Pigosso Fran Pigosso é professora e escritora, natural da cidade de Farroupilha – RS. Formada em Letras pela UCS, desde cedo sempre sentiu paixão e compulsão pela escrita, em especial contos com críticas sociais, mistérios, fantásticos e perturbadores. Por muitos anos, seus escritos ficaram restritos aos cadernos, arquivos digitais salvos no computador e participações no Concurso Regional de Contos, Crônicas e Poesias Oscar Bertholdo, até o ano de 2020, quando ela decidiu acreditar nos seus textos e divulgálos.
| Magazine Literária 36 362014 Reviragita
Recomeço Fran Pigosso
E
seu semblante ia sendo contornado de luz, conforme saía da pequena casa de sapé. A cada passo, Luiza se enchia de sol. Antoninho não se conformava, tentou segurar a moça esguia pelo braço e puxou-a contra seu peito: - Luizinha, você não vai partir! Você vai ficar aqui comigo! - A nossa hora acabou Antoninho. Agora eu vou pra esse mundão. - Aqui você tem tudo que precisa. Não tem nada além do que eu te dou que você necessite mais. O silêncio era cortante. Ele não se via no olhar dela. Ajeitou o cinto, deixou que o vento desabotoasse alguns botões da camisa e continuou:
- Se você for, nunca mais me procure. Essa terra não te pertence mais. Essa casa, esse chão, esse homem aqui também não lhe restará. Luiza nem acariciou o rosto que ardia. Com um sorriso que radiava sob suas olheiras, cuspiu na cara do antigo carrasco e virou-se, deixando cabelos e vestido esvoaçando-se no vento seco. Nem olhou para trás, só seguiu. A poeira de suas sandálias ia, pouco a pouco, escondendo toda uma história que ficava para trás. Antônio sentou-se no chão seco. Por um momento apertou seu rosto com as mãos e, como numa explosão em inúmeros cacos, gritou um urro indistinguível.
- Luizinha, você sabe que só tem a mim, eu sou a única pessoa ao seu lado. Vai querer se jogar no mundo atrás de macho? Por um acaso é isso? Tá escondendo uma vadia dentro de ti? Libertando-se de Antônio, ela continuava andando, como se nada mais fosse relevante, ou minimamente pertinente. Não o olhava, talvez nem o distinguisse mais entre tantas memórias amargas. Num impulso de repulsa, vendo sua morena segurando firmemente a mala de couro, o homem não conseguiu se controlar, correu, parando na frente dela, dando-lhe um tapa forte no rosto. Magazine | 2014 37 Reviragita Literária 37
Contos & Crônicas
Tauã Lima Doutor (2015-2018) e Mestre (2013-2015) em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal Fluminense. Coordenador do Grupo de Pesquisa “Faces e Interfaces do Direito: Sociedade, Cultura e Interdisciplinaridade no Direito” – FAMESC – Bom Jesus do Itabapoana-RJ. Professor Universitário, Pesquisador e Autor de artigos e ensaios na área do Direito.
| Magazine Literária 38 382014 Reviragita
Espanto Noturno Tauã Lima
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o meio da noite, acordo com a sensação de um toque frio sobre a minha face. Por alguns segundos, um arrepio gélido percorre o meu corpo e um mal-estar toma conta de mim. A respiração fica ofegante e a visão, aos poucos, embaça diante do breu do quarto. Suspiro com o corpo extenuado, pois sei que será mais uma longa noite que a insônia vem me fazer companhia. Com certeza, verei a madrugada se converter em manhã. Olho em direção ao criado-mudo, o relógio marca pouco mais de três horas da manhã. Em um sobressalto preguiçoso, caminho até o banheiro. Os dedos, de maneira instintiva, vão em direção ao interruptor. Fito-me diante do espelho e percebo que há uma marca do lado direito da face, parece-me um superficial arranhão. Novamente, uma sensação de pavor vai ganhando forma e uma gota gelada de suor, de maneira solitária, escorre pela minha fronte. Ouço o que parece ser um sussurro, bem baixinho.
Caminho em direção à porta, o sussurro torna-se um pouco mais audível. Alguém, de fato, está a me chamar no corredor da casa. Curiosamente, eu caminho em direção ao local. O meu corpo arrepiado me avisa para não continuar. É um instinto que me obriga a fugir, mas permaneço indiferente ao meu corpo e às sensações que ele apresenta. Toco no interruptor do corredor, as luzes não se acendem. Desta vez, o que era um sussurro, torna-se claro como uma conversa. Há uma figura que se move nas sombras. Há uma criatura diabólica com seu sorriso brilhante e olhos vermelhos a me convidar a provar da morte. Um espanto noturno de feições nefastas, com longos chifres e cheiro pútrido me chama para as trevas. Não consigo controlar a minha vontade. Dê-me este cálice de sangue, pois eu irei prova-lo!
Por um longo segundo, concentro-me naquele som. Salpico algumas gotas de água sobre o rosto. Penso que tudo não passa da minha imaginação me pregando outra peça. O coração se acelera e, por mais uma vez, o sussurro invade o meu ouvido. Não identifico de quem é a voz e chego a acreditar que alguém está acordado em casa. Os meus olhos, de repente, ficam vidrados diante do espelho, pois não há como ter alguém acordado. Afinal, não há ninguém em casa além de mim.
Magazine | 2014 39 Reviragita Literária 39
Contos & Crônicas
Lilly Anne Lopes Jovem cantora, 18 anos, recém formada no Ensino Médio, que grava covers, compõe, escreve textos e poesias nas horas vagas. Nascida em Mauá – SP, atualmente reside em Atibaia – SP, é amante de livros, da arte e da música.
| Magazine Literária 40 402014 Reviragita
Nostalgia Lilly Anne
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u escovava os dentes em frente ao espelho do banheiro, tirava minhas correntes e brincos, minha maquiagem, e encarei com muito esforço a foto do Mick Jagger na minha blusa dos Rolling Stones. Apesar de eu estar sem óculos, eu não precisava dele pra enxergar as nostalgias que não são minhas, para pensar em tempos passados que na verdade eu nunca vivi e que nunca vão voltar para ninguém, e eu olhava o Keith Richards na colagem da camiseta e pensava em como os Rockstars viviam loucamente nos anos 60, com sua música, suas garotas, a estrada, o velho ‘sexo, drogas e rock n’roll’, e em como isso tudo acabou para eles e com eles, e que as lembranças dos dias ensolarados podem estar guardadas ou registradas até hoje com cada um deles pensando “vivemos ótimos anos, mas está tudo acabado agora.” A minha linha de pensamento tomou vários rumos desde então. É inevitável chegar a conclusão de que quando você encontra um objeto antigo de valor sentimental, quando ouve aquelas do Led Zeppelin e do 4 Non Blondes e se lembra das viagens na estrada quando tudo era muito mais legal e significativo, apesar da lembrança boa e da nostalgia você se sente mal no final. Você se sente triste. Você cai na real porque as coisas não são mais assim e o passado não volta. Robert Plant não pode voltar a 1973 naquela noite em que ele cantou Stairway to Heaven na Madison Square Garden na vibe mais linda e melancólica que eu já ouvi. Janis e Hendrix não puderam voltar a Woodstock de 69’ pra relembrar os bons tempos, apreciar as cores e sentir de novo as emoções do Blues. Morrison não está mais aqui para performar Touch Me ou Love
Street. Bowie não está mais vivo pra continuar nos convencendo de que poderíamos ser heróis, mesmo que por um dia só. E eu? Bom, eu não posso voltar para aquela infância movida a pedaladas, dentes caindo e noites ouvindo What’s Up com papai e mamãe no carro, e com meus 4 aninhos chorando com My Immortal do Evanescence no rádio. E agora eu entendo tudo quando Roger Waters canta “A criança cresceu, o sonho se foi.” Ainda hoje, anos e anos depois, toca What’s Up no carro. Não mais no mesmo carro, não mais em CD, mas em pen drive, e agora parece que não é mais nada. A reação foi indiferente. Ninguém sorriu, ninguém cantou, ninguém lembrou. Já dizia Osbourne em Changes: “Agora todos os meus dias estão cheios de lágrimas, desejaria poder voltar e mudar todos esses anos.” E é sempre assim com todo mundo. A gente vive bastante, mas parece que o fim dos velhos tempos sempre estão lá, e a gente relembra tudo com lágrimas de alegria, de nostalgia, de gratidão ou de lamento. “Acerte um outro lance, recomece. Está tudo acabado agora, Baby Blue”. Bob Dylan
Magazine | 2014 41 Reviragita Literária 41
Artigo Ultrarromantismo: Conceito e Características Indy Salles
Introdução
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Romantismo foi um movimento cultural e literário que ocorreu entre os séculos XVIII e XIX, e foi marcado pela exaltação dos sentimentos, pessimismo, egocentrismo, individualidade e busca pela liberdade. O Romantismo, no Brasil, foi dividido em três fases: Primeira, Segunda e Terceira geração. Neste artigo, falaremos sobre a segunda geração: o Ultrarromantismo, que teve início com jovens acadêmicos de São Paulo e Rio de Janeiro, entre as décadas de 50 e 60 do século XIX.
A Geração Mal do Século Os autores do Ultrarromantismo levaram ao extremo algumas características do Romantismo, como o egocentrismo, melancolia e fuga da realidade. Muitos até mesmo consideram os escritos de tal geração como sendo grotescos e mórbidos. Os ultrarromânticos valorizavam muito suas experiências pessoais e forma de ver a vida, idealizavam os sentimentos. Além do mais, foram muito influenciados pelo autor inglês Lord Byron. Em razão disso, a segunda geração romântica também é chamada de Byroniana.. A geração ultrarromântica também é conhecida como “mal do século”, pelo fato de abordar, de forma recorrente, temas como idealização da morte, solidão, tédio, doença, promiscuidade e pessimismo extremo.
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Resumo das características do Ultrarromantismo: - Egocentrismo - Influências do poeta inglês Lord Byron - Gosto por ambientes soturnos - Escapismo - Descrença - Idealização da morte como meio de fuga dos problemas - Estilo de vida boêmio - Saudosismo - Temas macabros e, por vezes, satânicos - Apego a valores imorais ou decadentes
Principais autores brasileiros: - Álvares de Azevedo - Casimiro de Abreu - Junqueira Freire Tivemos também uma mulher de destaque: Auta de Souza. Considerada “a maior poetisa mística do Brasil”, segundo o historiador e jornalista Luís da Câmara Cascudo. Na época em que Horto, seu único livro foi escrito, predominava o Parnasianismo. Entretanto, Auta de Souza não tinha um estilo parnasiano. A poesia dela é considerada ultrarromântica, com Influências simbolistas, sendo marcada por características como natureza, individualismo, religiosidade, morte e misticismo.
Impacto na atualidade Ainda nos dias de hoje, os autores do Ultrarromantismo são uma grande influência para leitores e escritores que apreciam a literatura sombria e são capazes de apreciar toda a beleza advinda das trevas e da decadência.
Imagem de fundo: Lord Byron sulle sponde del mare ellenico di Giacomo Trecourt, 1850. Créditos da foto: artspecialday.com
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Divulgação
Cordel das Letras Organização Raquel Lopes
Fome de Poesia Organização Caique Silva
Poeta Alternativo Coletâneas tem os melhores editais de poesia
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REVISTA LITERÁRIA