Reviragita Literaria 03 - Agosto/Setembro 2021

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ReviraGita Literária

III EDIÇÃO AGOSTO/SETEMBRO 2021


ReviraGita Literária Edição 03 - Agosto/Setembro 2021

Editor: Thiago Guimarães | Contato: poetaltcoletaneas@yahoo.com Diagramação: Cleson Cruz | Contato: cleson@live.com Todos os textos são de inteira responsabilidade dos autores que os assinam. Contatos com o Poeta Alternativo Coletâneas: Email: poetaltcoletaneas@yahoo.com Instagram: instagram.com/poeta2976/


Sumário 04

Editorial

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Mural

06

Poesias | Brendda Neves

08

Poesias | Marvyn Castilho

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Poesias | Leonardo Botelho

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Cecília Fidelli

Fundadora da Reviragita

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Divulgação

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Contos & Crônicas | Robson Bezerra

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Poesias | Rosangela Calza

Contos & Crônicas | Clayton Alexandre

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Poesias | Sigridi Borges

Contos & Crônicas | Cristian Canto

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Poesias | Elísio Faria

Artigo | Introdução à Literatura

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34

Poesias | Clayton Alexandre

Artigo | Nostalgia Anos 80


Editorial Um amigo não se esquece Um amigo não se esquece Não se magoa , se admira Um amigo está no coração Um amigo não desaparece

Colegas vem e vão, mas um amigo Sempre em nós permanece vivo Na lembrança , nos momentos Traz a paz em seu verso seu sorriso

Sorte tive em ter sua amizade Mesmo que por breve momento Trago agora imensa saudade

Em breve estaremos juntos acredito Pois sei, sinto que é verdade Nunca te esquecerei meu amigo.

ReviraGita EDITORIAL Salve, Salve autores e autoras sejam bem vindos a terceira edição da nossa ReviraGita Literária. Nessa edição teremos poesia , artigos e uma bela homenagem aos anos 80. Espero que se divirtam e apreciem a leitura.

Thiago Guimarães (Soneto em homenagem a José Manuel Martins Pedro)

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Reviragita Literária

Thiago Guimarães editor, contista poeta e antologista


Poetas não deviam morrer Poetas não deviam morrer Deviam viver eternamente para espalhar ainda mais amor pela palavra escrita Poetas não deviam morrer Deviam ser imortais seres humanos que vencem as trevas da solidão e transformam sua dor em arte Sofrem calados mas são almas irrequietas e livres Poetas não deviam morrer Mas mesmo assim são imortais em nossos corações saindo da vida para nos guardarem feito anjos nossas inspirações poéticas. Um brinde a nós poetas.

Thiago Guimarães

Reviragita Literária

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Poesias

Brendda Neves É poeta e jornalista, natural de Linhares/ES (1979). Imortal da Academia Internacional de Literatura Brasileira (AILB), n°212; membro da Associação Capixaba de Escritores (ACE). Fez parte da Academia Jovem Espírito-santense de Letras (AJEL), cad.28. Autora dos livros ‘Gotas de Amor’ (2021), Wattpad; e ‘Versos Inversos’, Clube de Autores, (2020). Coautora em antologias internacional, nacional e estadual, dentre elas: ‘1° Concurso Literário de Viana’, 2020; coletâneas da Editora Jordem ‘Mulher Elas’ (05/2021), ‘Mulher Feminina’ (2020); e-book ‘Meu poemar atravessa fronteiras-Brasil/África’, MWG, 2020; antologias AJEL ‘2008’, org. Marcelo Netto e ‘Jovens Escritores Capixabas’, org. Leonardo Monjardim (2002).


Amor branco suave Brendda Neves

Chamas

Brendda Neves

As lâminas de sol refletem na pele nua

Em direção ao último voo

Anunciam a hora de partir

Não restou o nosso adeus

Entrelaçados em lençóis de linho

Nas asas da paixão pensamos ser deus

Despetalados no ardor do carinho

Chamas e vento... Voo e ventania

Seguimos caminhos diferentes

Ninho desfeito sem destino

O relógio tenta enganar o tempo

Porto em desatino

Espero que retornes amanha

Parto em tua direção

Troco de pele e renovo o querer

Chamas e sol... Sombras e sons

O adocicado aroma do vinho

Vinho sem rótulo e sem sabor

Confunde-se com o perfume

Não o ter aqui é dissabor

Que exala dos nossos corpos

Não sou de quem malmequer Sou de quem eu quiser

Repousar em ti e sentir o fulgor Dos desejos sem dedos e sem rumos A buscar-me no horizonte

Magazine | 2014 Reviragita Literária

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Poesias

Marvyn Castilho Integrante de algumas academias literárias no Brasil, membro da Academia de Letras y Artes de Valparaíso – Chile e do Núcleo de Letras e Artes de Buenos Aires – Argentina. Outrossim, idealizador e membro do projeto literomusical Vanitas, organizador das antologias “Ultrarromânticos, Góticos e Trágicos Poemas” e “Poetas Malditos Contemporâneos”, pela editora Dark books e autor do tomo de poesia e contos “Existência... Refugo da debalde esperança”, que será lançado pela editora Círculo Soturnos, em XXXI de outubro de MMXXI. E. V.


Liberdade

Fragmento da Morte

Um clamor deixado no silêncio,

Sinto seu ósculo tetérrimo...

Um lampejo, esquecido no olhar,

Eco esmaecido no meu ser.

O fenecer de um trinar,

Fanar do ar em meu roto ínfimo,

Em crasso desvario.

Minha existência... A fenecer.

Necrófaga ave inumada, em silamento,

Em XXV de abril de MMXIV. E. V.

No debalde refugo do horizonte.

Dies veneris.

Marvyn Castilho

Marvyn Castilho

Flébil rosa, em um infindável inverno silente, Solilóquio com a eternidade, em ínfero lamento.

Vesano estrépito no ensejo, em frialdade, Embalde alento de verdade, Gris carpir alhures...

Interpretar de uma sensação, Palavra a vicejar, em tumefação, Nesse sentir algures.

Em I de dezembro de MMXX. E. V. Dies martis.

Magazine | 2014 Reviragita Literária

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Poesias

Leonardo Botelho Leonardo Botelho, 26 anos, começou a escrever versos livres em 2016 despretensiosamente como válvula de escape e como uma forma de se expressar; Admite que a poesia age como um leque de oportunidades e tem ajudado a ampliar o modo como se sente.


Psicologia do NãoPertencimento (Alien) Leonardo Botelho Como se gostasse de quase tudo Um pouco mas, não gostasse

Garoto Mórbido Leonardo Botelho Eu te espero há um bom tempo Sim, você mesmo, seu garoto doentio Como câncer e avassalador como um tornado Eu exponho aqui o meu prazer esquizotípico

Verdadeiramente de tudo o suficiente Para pertencer a isso ou acolá.

Porque você tem em si o funcionamento Niilista que se encaixa na minha doença

Uma inércia toma conta da minha cabeça Ao passo que a liberdade transloucada

Eu suplico: Com você eu jamais me sentiria só

Viesse gritar e bater, berrar e empurrar

Pois seus lábios tem o sabor da morte

A porta de entrada, alertando

E me abraçaria me confortando

Que exigir tanto de si próprio

Esse hospício é a minha realidade

Não me levará a lugar nenhum;

E com o seu amor decadente tudo se

Porque essa angústia, fardo maior

Torna ainda mais bizarro

É o preço que se paga por nascer Eu anseio por toda essa auto-destruição Livre! Daquele que não deve nada E a nada teme, tendo motivo nenhum Para se queixar pois seu carisma

Muitos diriam que você é um garoto mórbido Muitos tentariam diabólico

coibir

esse

amor

É de conquistar o mundo, não-obstante Mas eu... Eu vou continuar aqui, à sua espera Temos o mal do século, essa burocracia Psicológica que assombra altas mentes

Para quem sabe um dia desfrutarmos desse prazer insano

Mundo a fora. O Brasil muda. Mas nada Na mente do brasileiro; se alterou!

Magazine | 2014 11 Reviragita Literária 11


Poesias

Rosangela Calza Escritora e poetisa, faz parte do Grupo de Poetas Livres de Florianópolis; da Academia de Letras de Fortaleza; do Núcleo de Letras e Artes de Buenos Aires; do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa; do Civil Society Europe of Phine Arts; é Acadêmico Correspondente da Academia de Letras, Músicas, Artes, de Salvador; recebeu o título de Imortal – cadeira 153 – como membro Correspondente da Academia de Letras do Brasil/Suíça; Academia de Letras do Brasil seccional Rio Grande do Sul; Academia de Letras e Artes de Florianópolis.


Dentro de mim

A dor do outro

Rosangela Calza

Rosangela Calza

Viajo... pro interior de mim.

Sei, sou parte disso tudo.

Um caminho sem fim.

Mas quantas vezes não me encaixo...

Escuridão.

Procuro-me, procuro-me e não me acho.

Desolação.

Sou parte disso tudo.

Um coração que bate.

Tenho de estar sempre em alguma parte.

Uma dor que em mil pedaços me parte.

Estrada vazia. Seca a terra que pisam meus pés. Um sertão desabitado. Assim que dentro de mim é.

É estranho essa capacidade de desamor que vejo por aí. O outro caiu e se machucou. ‘Bem feito!”... foi o que ouvi.

Acho que amo demasiado. Acho que amo além da conta. Por isso me espanta essa gente demente... que com a dor do outro fica contente.

Magazine | 2014 13 Reviragita Literária 13


Poesias

Sigridi Borges Professora de Matemática e Escritora, nascida em São Paulo. Iniciou na escrita em 2013 quando descobriu que as letras eram mais que simples sementes plantadas nas folhas de papel: eram um sentimento. Autora do livro infantil “Algarismos em Sonetos” (Scortecci, 2016), participa de diversas antologias/coletâneas e revistas literárias no Brasil, Argentina e Portugal. Diagramadora e uma das produtoras da Revista SerEsta, literária, on-line e gratuita. Casada, duas filhas, ama orquídeas, cinema, teatro e viajar com a família. Coleciona dadinhos.


Trilho Sigridi Borges Não me canso de observar

um tempo que não tem volta

o trem na linha

a uma vida tão remota

o som no trilho

que os olhos já não contemplam mais.

o caminho da trilha. Amanhece mais uma vez. Não tenho tanto tempo

Minha casa laranja

mas vejo o raiar do dia

aponta sempre o raiar do dia.

e começo a minha lida.

Parece amanhecer a todo instante.

Ouço o trem, novamente o trem.

Gosto do laranja.

O barulho que vem de longe

Gosto do trem.

é trem, não é bonde

Ainda ouço o estalar do trilho

e que me leva para onde

do extenso caminho

vou e não volto mais.

do trem indo embora

Apenas sigo observando o horizonte.

e me deixando sozinho. Devagarinho.

Acompanho os trilhos que me remetem ao passado,

Magazine | 2014 15 Reviragita Literária 15


Poesias

Elísio Faria Elísio Faria, licenciado em Letras, é especialista em Literaturas de Língua Portuguesa é admirador das palavras e das letras, apreciador das boas obras. Escreve contos, crônicas e poesias. Tem livros publicados pela Editora Iglu/SP. O autor também compartilha suas escritas em Antologias e Coletâneas, algumas delas produzidas no curso da pandemia causada pelo novo coronavírus. As obras No cárcere com o corona, Para Amar não precisa estar perto, Só depende de mim e Esperança em tempos de pandemia 1 e 2, testemunham a sua poética.


Tempo cinéreo Elísio Faria E o tão vasto mundo

Latejavam em lenta esperança

Rendido, encurralado,

Perguntas sem respostas!

Corcovou-se ao vírus coroado: Consternado, lôbrego, sombrio.

Dia-noite, noite-dia, inversões, A indesejada a si recolhia

Um cenário tétrico nele brotou:

Sem enternecimento, vidas perdidas,

Medo, horror, espanto.

Dez, mil, muito mais de quinhentos mil:

Amputaram-se os abraços,

Quantos, até quanto?

Emurcheceram-se os lábios beijados, Encolheu-se o riso, a força e o viço!

Estiolamento, perdas, privações, Partidas sem afagos nem adeuses,

Ruas desertas, morada da imprecisão,

Corpos entrouxados, vida apartada,

Desencontros de notas, fake news,

Choro calado, triste despedida,

Sequidão de significados,

Saldo em estatísticas impiedosas:

Vida encarcerada, sem rumo, nada!

Padecimentos e dores silenciadas.

Tudo sombrio, inatividade,

Magazine | 2014 17 Reviragita Literária 17


Poesias

Clayton Alexandre Possui graduação em Licenciatura em História pelo Centro Universitário Central Paulista (2005) - Unicep - São Carlos - SP com ênfase em Filosofia-Política e Formação e Consolidação de Governos Totalitários, graduação em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano (2016) - Ceuclar - Campus de São José do Rio Preto - SP, Especialista em Ensino de Filosofia, pela Universidade Federal de São Carlos (2015) - Ufscar - SP, Especialista em Psicopedagogia Institucional pela Fundepe Unesp, Marília - SP (2017) participou em 2006 á convite do Professor Doutor Sidney Jorge Barbosa como aluno ouvinte da disciplina sobre Romance-Burguês na Europa pela Unesp -Campus Araraquara -SP.


Lágrimas da Bruxa... Clayton Alexandre Ela estava vestida de preto...

Ultrapassadas e nefastas...

Pela noite...

Seu terror...

Gritos e Sussurros...

Virou um torpor...

Doentios e galantes...

Um imbróglio...

No caldeirão...

Nada espiritual...

O destino cozinhado e traçado...

Mas muito sentimental...

Por macabros sortilégios...

A bruxa se perdeu...

De uma vontade mágica...

Na floresta da solidão...

Em transcender e entender...

Queria sentir alguma atenção...

O que foi o querer?...

Ficou com exclusão...

Bacamartes esquartejando o brio...

Com alaridos do mato...

Em um sombrio esguio...

Não contendo nenhum agrado...

Lágrimas de sucções...

Do sagrado...

Em corações feitos de solidões...

Restaram lembranças amaldiçoadas...

Vassouras voando...

Esbravejadas por uma promiscuidade...

No sereno...

Repleta de estreitos sombrios...

Procuram rebentos...

Cintilando um canto...

Sebentos e lamurientos...

Torturante e extenuante...

Cheios de sentimentos...

Nas noites tristes...

Feitiços que tiram sorrisos...

Onde seu prato...

Risos virando atritos...

Se, tornou algo...

Nas noites de Lua...

De perturbação do acalanto...

Tua lágrima reclama...

Deixando o infante sem recanto...

Uma métrica de bela estética... O condão precisa de um cordão... Em parca razão... Desejava ser bela...

Produzindo medos... E receios... A cada balbuciar da sua dor...

Mas só a presença de velas... Em aquarelas... Magazine | 2014 19 Reviragita Literária 19


O Espaço da Bruxa... Clayton Alexandre Móveis velhos...

Em cálices de larvas...

Teias de aranhas...

Querendo decompor novas almas...

Nas paredes rachadas e amaldiçoadas...

Enriquecendo magias...

Acaboclando palavras...

Nas suas alegrias...

Louvando a noite horrenda...

Taciturnas e repletas...

Em luares...

De gosto pelo macabro...

Procurando lugares...

Que em posse de seus sortilégios..

Onde sua penumbra...

Conquista seu espaço por entre...

Ilumina todo e qualquer ser...

Escarlates e disparates...

Se despindo em busca...

Contendo chapéus negros pontiagudos elegantes...

De uma magia... Que submeta a sua alegria... Por entre vassouras e fórmulas... Lâminas sobre o necronomicon... Sangue exalado... Extasiado e jorrado... No frenético balançar... De sínodos revestidos em novas ataúdes... Testemunhando o canto da coruja...

Exaurindo risos fumegantes... Evocando espíritos... Com deleites... A enfeitar túmulos... Que já não tens, mais estímulos... Sepultado em terras malditas... Ditas de sussurros de dor... Gerando horrores e dissabores...

Com esqueletos caminhando em busca...

Na harmonia da escuridão da madrugada, um pano negro...

De algum corpo...

Um boneco dança o vudu ...

Na encruzilhada...

Andarilho precoce, ritmando tormentos...

Um novo grito de pesadelo...

Sugando energias vitais...

Degelo do amor...

Em torno de espirituais necrosados pelo pecado...

Feitiços e Encantos... A bruxa voa pelo sombrio... Cheio de brio da escuridão... Fazendo esguios...

| Magazine Literária 20 202014 Reviragita

A bruxa sonha... Na virtuosidade de sua imortalidade... Criando novas mortalidades...


Divulgação

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Contos & Crônicas

Robson Bezerra Robson Bezerra é apaixonado por cinema, livros e esportes. Gosta de escrever sobre casas assombradas e fantasmas.


As vozes Robson Bezerra

E

le se revirava na cama, tentava dormir mais não conseguia. Mais elas não deixavam. Ele estava há tanto tempo sem dormir, elas não deixavam.

Tapava os ouvidos mais não adiantava, elas gritavam mais alto. E ele só queria dormir. As vozes ecoavam na sua cabeça e gritavam sem parar: —Mate!Mate todos!Mate eles agora!Eles não gostam de você, mate eles. Elas já tinham o feito parar de tomar os seus remédios e a matar o gatinho da sua mãe. Ele não sabe como começou mais faz tempo que ele convive com elas. Os remédios até então as controlava, pelo menos ele conseguia dormir. Agora elas estão mais fortes e a única forma delas sumirem é fazer o que elas querem. Ele não aguentava mais. Ele só quer dormir. Ele sabia que era errado, não queria fazer aquilo. Não queria matá-los. Mais queria tanto dormir, descansar. Mais as vozes insistiam e ele queria calar aquelas vozes, não conseguiria viver assim. Então ele levantou da cama foi à cozinha pegou a faca e seguiu para o quarto dos seus pais. Ele sabia que a porta estava aberta abriu-a lentamente sem fazer barulho, ouvia a batida acelerada do seu coração e sua respiração ofegante. Foi entrando devagar e as vozes se manifestaram com mais insistência. —Desculpe pai, desculpe mãe. Mais não aguento mais. Tenho que fazê-las pararem. Quero dormir mãe. —Não faça isso filho! Ele pegou a faca e passou no seu pescoço e sentou na beira da cama. As vozes foram parando e o sangue escorrendo, os olhos se fechando até que as vozes sumiram e enfim ele dormiu.

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Contos & Crônicas

Clayton Alexandre Possui graduação em Licenciatura em História pelo Centro Universitário Central Paulista (2005) - Unicep - São Carlos - SP com ênfase em Filosofia-Política e Formação e Consolidação de Governos Totalitários, graduação em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano (2016) - Ceuclar - Campus de São José do Rio Preto - SP, Especialista em Ensino de Filosofia, pela Universidade Federal de São Carlos (2015) - Ufscar - SP, Especialista em Psicopedagogia Institucional pela Fundepe Unesp, Marília - SP (2017) participou em 2006 á convite do Professor Doutor Sidney Jorge Barbosa como aluno ouvinte da disciplina sobre Romance-Burguês na Europa pela Unesp -Campus Araraquara -SP.


Crônica da vida um Inseto... Clayton Alexandre

E

xceto, naquela tarde de calor sazonal, o “racional” da paciência, resolve tirar férias de sua cons-

ciência.

gar, de devorar a carne doente de todas as pessoas. Em um espírito racista, é um ultrajante voador, esboçador do pecado, é

Esse outro mundo faz um “small or-

bíblico, faz parte do enredo das 07 Pra-

ganism”, penetre em peles, húmidas

gas do Egito, é dístico não dionísiaco,

por uma transpiração infernal, fazen-

vive como um “bom vivant”, atrapa-

do a pulsação, germinar momentos de

lhando as sociabilidades em festas de

uma “loucura”, na sala de reuniões.

aromba.

Falar em educação é uma “parrhe-

Nos cemitérios, procura a putrefação

sia”, de atormentar o pavilhão, e tirar

como razão, para seu minúsculo cora-

as pessoas de seu sossego, o inseto in-

ção, recheado de carne podre.

comoda, voa, faz zunidos mais atormentadores, a uma ontologia de nunca ser esquecido, mesmo depois de terminado a reunião de pais. Voa, revoa, atravessa a sala, chega aos dormitórios de cima, passa por entre várias axilas, sente o azedo de um sêmen famigerado do desejo. Imoral! Atrapalha uma humanização, de suavizar seu esquecimento, o inseto faz parte da humanidade a milhões de anos, os sapiens são infantes, perto de sua jornada genealógica, mas que não tem lógica. No verão ele perturba, no inverno ele deturpa, admitindo um sentimento que ele próprio é parte de uma vida bandida, que não respeita todas as formas de vida, mas que não tem forma definida, e se deforma, no fórmico jul-

Não mais podre do que os desfiladeiros de peles, pelos e sentimentos que deve q desviar a cada momento para não ser esmagado. Procura um orifício em uma cama pecaminosa, para se esconder fim de não ser achatado, como qualquer outro ser-vivo. Passeia por entre gotículas do orvalho virginal, desaforado pelo sêmen puro de um tentação aos quais os homens e mulheres, se deleitam como um paradoxo de sentimento misturado com um falsificacionismo do “eu te amo”. “Amor”, os insetos também são seres da natureza, merecem serem respeitados! Diz a budista. Para os infernos! Brada o dedetizador do quarto de motel mais vagabundo.

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Some, por entre fileiras de quartos repletos de mofo nas paredes, e camas que testemunharam as misérias de um amor, que foi somente satisfeito por sexo, e que o inseto visitou hoje. O inseto entre por entre narinas cheia de pelos, tece um caminho de esguio para a compreensão de um oceano de falsos testemunhos, de que a vida, ama á todos...

que possa colocar em um grau de sintonia de compaixão todas as pessoas. O inseto procura uma carniça, fresca, para matar a fome. Encontra um, na esquina cheia de trabalhadores, dos mais diversificados calibres, voltando para suas casas, prontos para um jantar requentado, e para suas esposas, cheias de estrias, e dentes amarelados, já de prontidão,

Ele nunca sonhou em ter asas, mas

para descarregarem todo programa de

até os demônios tem asas, muitas ve-

reclamações de classe média baixa, e

zes disfarçados de anjos, visitando os

também seus “pupilos”, adiantados, em

muros grafitados por uma juventude

pedir alguma gorjeta pelos falsos sen-

paralela aos grandes acontecimentos

timentos de carinho, que vão serem

da humanidade, uma dor crônica, com

lançados em seus cangotes, assim que

fome para abarcar novos adereços de

colocarem seus pés nos seus lares, ba-

uma putrefação moral, que faz domi-

nhados pelo monóxido de carbono de

cílio na mente doentia, de que a vio-

indústrias e veículos.

lência é uma forma a atenção para um “sistema”, que não está nem um pouco interessada no parasitismo social que a cerca. O inseto visita lares de parasitas, que pensam que são humanos. Pobres diabos! Na crônica de buscar o amor, quase nunca o realizam, estando com um gosto do azedume do pecado, para considerar algum alento para o existencialismo barato de se divertirem perante um televisor de bai-

A carcaça é de um gato, que resolveu usar seus dotes de velocista olímpico, justo no momento em um ma moto resolveu acelerar e cruzar seu caminho. Cabeça e corpo agora são dialógicos, em sua constituição material. O inseto pousa, suga um pouco do sangue quente, passeia por entre suas tripas, se lambuza, enquanto as pessoas passam e deixam um olhar de repugnância perante o infeliz animal.

xa qualidade de canais, ou na tela do

Só que o inseto, se esqueceu que os

celular em imaginar, estar no mesmo

odores do “novo cardápio”, vai atrair

espaço de equiparação com a imagem

mais companheiros distintos de sua

de pessoas, com perfis falsos, e promo-

vida em breve, e que o bichano vai

vendo uma interação cheia de golpes

virar um parque de diversões para um

baratos e interesses corporais, que es-

piquenique das mais múltiplas tipolo-

condem a decadência de uma política,

gias de voadores pestilentos.

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Reviragita Literária


Não podemos é claro nos esquecermos das larvas rastejantes, que também como boas samaritanas dentro do universo da cadeia alimentar, também merecem acabar com sua fome.

torpe. Ele não se dá por satisfeito, e agora caminha para seu novo bombardeio de agitação “insetuosa” para a coclear, e se conseguir passar pelas áreas carti-

O Inseto se satisfez, agora resolveu

laginosas pode até sacudir o martelo,

depois do jantar perturbar o sono de

mas o barulho irá, enfurecer um vul-

uma velhinha, que mal consegue fazer

cão de 77 anos, que ainda tem, muitas

suas necessidades diárias, e vive na

lavas para jorrar para aquele que re-

solidão sepulcral do abandono familiar.

solver atormentar o efeito de sua me-

Também! Não seria por menos... Foi uma mãe com apetite de “auto-

latonina, quase sufocante, enobrecida por algumas doses de fármacos.

ridade stalinista”, e de disciplina “na-

O inseto está ficando depressivo.

poleônica”, não demonstrando empatia,

O pobre e minúsculo “corpúsculo

pela obrigação de um casamento por

pluricelular”, não sabe por onde mais

interesse em deixar herdeiros, para

estacionar suas asas, já

suas pequenas posses, arranjado por

nor movimento, seu natural senso de

ambas as famílias.

perigo é despertado, tirando do seu

que no me-

O marido fazia pouco tempo que ha-

sossego, com receio de sofrer um es-

via se ajuntado aos enxames metafísi-

magamento tão brutal, quanto à de

cos cristãos.

uma avalanche gelada em cima de um

Uma boa diversão para o inseto, que

grupo de alpinistas.

passeia pelo corpo enrijecido e decaído

Vida de inseto não é fácil, mesmo

da anciã, passando por entre suas vi-

sendo sua espécie um dos habitantes

rilhas, irritando sua pelo.

pioneiros na existência da vida terres-

Depois alça vôo, e aterrissa breve-

tre, nunca foi compreendido, sofren-

mente em seus lábios, a boca é contraí-

do a estereotipia de uma conservação

da como um aviso de que não é bem

como símbolo de todas as piores mal-

vindo nessa região.

dades que a natureza divina pode jogar

Como um sinal de fúria, o inseto passa por as camadas mais finas de

nos homens. Ele passa pelo canal

auditivo da

suas sobrancelhas até chegar à fissura

“velha”, automaticamente ela coça o

que faz a divisão da pálpebra ocular

ouvido.

com o cristalino.

Enfia suas unhas quebrantes, e ar-

A velha ergue sua mão com dificul-

ranca um pouco de cera, e o pequenino

dade, e tenta espantar o nada agradá-

invasor fica encurralado, se misturan-

vel visitante, a testemunhar seu sonho

do entre o material gosmento cor de

Reviragita Literária

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ouro e o dedo indicador da senhora. Bate as asas de maneira desesperada, contrai todo seu corpo, solta um grito pequenino, de quem percebe que a morte que se aproxima. Sua ambição por diversão foi longe demais, agora está ai, prestes a padecer da solidão do último suspiro, é um “pirronismo” de ingratidão de uma vida, que resolve fazer piada com sua platéia, nos momentos mais inimagináveis.

cura um alarido de felicidade nas coisas mais simples, mesmo contendo uma complexidade enorme da inferioridade de sua condição mental e intelectual do tamanho de um minúsculo projeto de vida, na patogênese de procurar uma gênese para existir. Novos insetos irão insistirem, procurando novas aventuras, afinal na vida, não basta comer somente a carcaça, e sim fazer uma couraça de peles, emaranhadas por hipocrisias de se proteger, contra se sabe lá o que, “a coisa em si, em si a coisa, o inseto é uma coisa, o humano em si se faz coisa”.

O inseto quer voar, mas não sabe aonde ir, sua vida é feito da putrefa-

A cada novo vôo, novos mundos, a cada descompasso, um marasmo de sarcasmos...

ção, com ação, que fez que degustasse o sentido, dos licores mais azedos, do sangue que jorra, nos corpos que são arrastados pelo deserto da solidão.

E os insetos continuam cantando, e os bípedes cerebrais irracionais cantando... e pouco se lixando...

O seu coração corre para parar de zombar, o sono que incomodou toda noite, de anciãos, por esse pequeno momento será, louvando ao menos que alguém pelo menos se lembrou deles, mesmo de forma brutal O inseto não é reto, é um turvo, de retalhos de uma existência, que se diz que é a moral, mas que não tem nada espiritual, pois ocupa um tempo, sonha no pesadelo daquele que perturba, mas nesse evento nojento virando um minúsculo cadáver sendo jogado no ralo mais próximo, faz momentos de profunda raiva tornarem se , espetáculos de um casamento da incompreensão humana em se aceitar. Afinal, todos nós temos um pouco de “metamorfo insetal”, habitando nossa mente e coração, que sem razão pro-

| Magazine Literária 28 282014 Reviragita


Contos & Crônicas

Cristian Canto Cristian Canto Feijó, empresário como profissão e escritor nas horas vagas. Nasceu em 26 de fevereiro de 1983 em Hulha Negra RS, hoje reside em Porto Alegre, capital. Descobriu desde muito jovem o que as palavras que formavam histórias poderiam lhe contar. Começou escrevendo letras de músicas e pequenas histórias, porém, suas escritas ficavam “engavetadas”, não havia muitas maneiras de expô-las. A divulgação de seus textos começou em 2017, nesse momento, resolveu mostrar para quem quisesse ler, o que estava tentando escrever. Os contos sempre foram a sua preferência e após a busca por abrir os horizontes, resolveu aventurar-se em outros temas, percebendo então que poderia tentar a área da poesia. Se está dando certo, ainda não sabe, mas ainda busca aprender mais sobre o que cria. Escrever deixou de ser um passatempo e virou uma necessidade, sua melhor forma de expressão, pelo menos no seu ponto de vista.


Chamados pela canção Cristian Canto

P

ode parecer, em filmes que vemos e livros que lemos que o inferno é o lugar mais quente e animado para se viver. O céu é tranquilo e a terra… A terra anda tão bagunçada que o diabo ficou com ciúmes… Um homem estranho circulou pela pequena cidade, dirigindo um carro moderno, vermelho, de modelo importado, algo raro ali entre os moradores. O som potente que saía de dentro do veículo, fazia com que as pessoas tapassem os ouvidos com as mãos, mas isso até ele começar a falar. Os vidros escuros escondiam a figura do locutor de voz rouca e estrondosa, que convidava os moradores para a estreia de uma banda misteriosa e que seria às 6 horas da tarde do dia 6 de junho no estádio Municipal. Os ingressos seriam distribuídos no dia da apresentação. Aquela cidade pacata virou um burburinho generalizado, o show seria em dois dias e ninguém iria querer ficar de fora. O mais intrigante é que ninguém sabia qual estilo e nem sequer, quem se apresentaria. Mesmo assim, o único assunto era esse. O dia chegou, o estádio tinha capacidade para 6 mil pessoas, porém, a população inteira rodeava o local. Todos cochichavam e se aglomeravam tentando conseguir o ingresso, até porquê, não teria para todos. O ambiente era escuro e sombrio, e a dúvida pairava no ar: “Que banda era essa?”. Quando o ambiente já estava lotado, os portões fecharam-se, quem não conseguiu en-

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trar, apenas virou as costas e voltou para sua vida comum. Faltando seis minutos para começar o show, eis que surge um telão no meio do estádio, nele surgem três homens com seus instrumentos musicais emitindo sons de um puro e suave “Rock and Roll”. A gritaria então começou e as bocas não fecharam mais, aquela cidade nunca foi tão agitada e feliz. O som parou e o vocalista falou: — Nós somos os “THE LUCIFERS!” Agora os músicos estavam em cima do palco prontos para animar ainda mais aquele público que já ficava impaciente, todos queriam ver em pele e osso os misteriosos artistas. Assim deu-se início ao grande evento, a música começou a ser tocada e, mesmo desconhecida, todos cantavam como se já houvessem escutado. Aquele coral macabro gerava uma energia extremamente negativa, a ponto das poucas lâmpadas que ainda estavam acesas, estourarem, causando chuva de cacos de vidro. Algumas pessoas foram atingidas, mas o vermelho do sangue misturava-se com o breu do ambiente e a dor era superada pela adrenalina causada pela melodia vinda do palco. “Eu te falei que eu ia te levar Eu te avisei que não aceito não, Te levarei pra onde eu quiser, Pegue em minha mão e ande na mesma direção.”


Após o fim da música, o vocalista gritou: — Vocês querem mais, querem vir conosco? — Sim! — a resposta foi imediata. Um solo de contrabaixo estremeceu a estrutura do estádio e no interior dos corpos das pessoas que se apertavam umas nas outras. A plateia que conseguiu entrar, nesse momento ria descontroladamente. A música foi a única ouvida a noite toda, cinco horas da mesma canção, algo que parecia não incomodar ninguém, a empolgação continuou. O vocalista perguntou mais uma vez: — Vocês querem mais, querem vir conosco? — Sim! — Todos respondiam em coro, a pergunta do vocalista estranho. Ele então esticou o braço direito na altura do ombro e com a mão no mesmo sentido, apontou em direção a plateia deixando a mão esquerda segurando a guitarra, gritou: — Pegue em minha mão e ande na mesma direção! Uma luz forte saiu das cordas da guitarra e foi ao encontro da lua, deixando-a completamente vermelha e voltou como tivesse se chocado com um espelho refletindo aquele feixe de um vermelhidão nunca visto antes. Assim que encostou no solo em frente ao palco, uma cratera foi aberta. A música permanecia tocando, as bocas ainda estavam abertas e cantando a mesma melodia, ninguém parecia notar as pessoas desaparecendo em meio ao calor que saía de dentro e, nesse momento as pessoas esticaram suas mãos e caminharam em direção ao bu-

raco. Caiam uma a uma. O tão temido e sem medos, Lúcifer, estava realmente com ciúmes do que acontece por aqui, ora, como pode algo estar mais bagunçado que o inferno? Precisava de reforços e de uma plateia animada que não cansava de cantar a mesma música, isso poderia ser a solução para os problemas do temido chifrudo. Aqui na terra qualquer motivo se torna fácil para juntar pessoas, mesmo que não seja permitido, é chamar e elas vem, simples assim. Ele percebeu que um carro bonito, uma mensagem sem explicação e um convite de alguém nunca visto, facilitaria sua vida, ou sua morte. Invejoso como sempre, encontrou o momento e a melhor forma para recrutar espíritos alegres. Assim foram, todos, caíram num lugar obscuro, onde a vaidade impera e a “felicidade é falsa”. Dessa forma, continuam caindo em buracos pelos quatro cantos da terra. Quem já ouviu a chamada do carro e da voz impiedosa? O próximo show está perto… Pegue minha mão e ande na Mesma direção… Mesmo que seja para baixo.

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Artigo

Introdução à Literatura ⁣⁣⁣ Indy Salles

O que são as Escolas Literárias?⁣⁣⁣⁣⁣

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scolas Literárias são as formas como a literatura está dividida, levando em consideração as características e momentos históricos. Também podem ser chamadas de movimentos literários.⁣⁣⁣⁣ Ao todo existem 14 escolas literárias: Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Quinhentismo, Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo, Modernismo e Pós-modernismo. As escolas literárias tiveram início na Europa, em meados do século XI. No Brasil, tiveram início apenas no século XVI.⁣⁣⁣⁣ Literatura Brasileira⁣⁣⁣⁣⁣ Com pouco mais de quinhentos anos, a literatura brasileira é dividida em dois momentos: a Era Colonial e a Era Nacional.⁣⁣⁣⁣⁣ A Era Colonial (1500-1808) é dividida em Quinhentismo, Barroco e Arcadismo. Nesse período houve influência direta de Portugal. A literatura da Era

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Colonial tinha como objetivo informar e relatar tudo que se passava no Brasil Colônia, bem como descrever a terra recém-descoberta. Na realidade, havia pouco valor literário e muito valor histórico e documental. - Quinhentismo (de 1500 a 1601); - Barroco (de 1601 a 1768); - Arcadismo (de 1768 a 1808); - Período de Transição (de 1808 a 1836). A Era Nacional teve início em 1836 e abrange todas as outras escolas literárias pós-período de transição (1808 a 1836). Esse período aconteceu após a Independência do Brasil, começando então pelo Romantismo e durando até os dias atuais. A partir daí foi-se criada uma literatura brasileira pura, e livre das influências europeias. Nesse momento alcançamos autonomia cultural e artística.⁣ - Romantismo (de 1836 a 1881); - Realismo (de 1881 a 1893); - Simbolismo (de 1893 a 1922); - Modernismo (de 1922 a 1945); - Pós-Modernismo e Tendências Contemporâneas.

Imagem de fundo: Desembarque de Cabral em Porto Seguro. Oscar Pereira da Silva, Museu Paulista.

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Artigo

Nostalgia Anos 80 Josi Santos

Anos 80

, ah, que época mágica! Todas as músicas, filmes, penteados, maquiagens e roupas fizeram desta uma década inesquecível, tanto para quem viveu, até para quem não. Porque até nos dias de hoje, vemos obras inspiradas na época, além das músicas e artistas imortais que tocam até hoje! Toda aquela estética está voltando junto com os filmes e séries. Cabelos esvoaçantes, maquiagens fortes, calças cintura alta e muito mais, eram tendência naquela década e algumas dessas modas estão de volta. Muitas pessoas são apaixonadas pelos anos 80, precisamente! Ela tem um charme ímpar e único que gera nostalgia em diversas gerações. Stranger Things (2016 – Atual) foi um dos responsáveis por trazer isso de volta pra gente, junto com toda aquelas referências de arrebentar a boca do balão! E é tão bom ver os personagens sem essas tecnologias de agora, usando enciclopédias para fazerem pesquisas. Aquele grupinho de amigos passeando pelos subúrbios de bicicleta nas férias de verão, toca discos, VHS, Walkmans que tocavam as mais icônicas músicas dos anos 80, com sintetizadores que era uma das marcas registradas das canções daquele tempo. Quem não se lembra de “Don’t You (Forget About Me)” do filme “Clube dos Cinco”? Ou “Take My Breath Away” de “TOP GUN”? Pensando nisso, eu separei algumas listinhas. Prepare-se para uma overdose de nostalgia! Filmes Populares nos Anos 80: - Clube dos Cinco (1980) - De Volta Para O Futuro (1985) - Dirty Dancing (1987)

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- A Hora Do Pesadelo (1984) - E.T O Extraterrestre (1982) - Indiona Jones E Os Caçadores Da Arca Perdida (1981) - Sexta-Feira 13 (1980) - A Mosca (1986) - Gremlins (1984) - Curtindo A Vida Adoidado (1986) - TOP GUN – Ases Indomáveis (1986) - Os Caça- Fantasmas (1984) - Brinquedo Assassino (1988) - O Iluminado (1980) Músicas Mais Tocadas no Mundo Nos Anos 80: - Livin’ On Prayer - Bon Jovi – Sweet Child O’ Mine – Guns N’ Roses - Girls Just Wanna Have Fun – Cindy Lauper - Back In Black – AC/DC - Billie Jean – Michael Jackson – Still Loving You – Scorpions - With Or Without You - U2 – Heaven – Bryan Adams - Like A Virgin – Madonna – Total Eclipse Of The Heart – Bonnie Tyler – I Want To Break Free – Queen – Take On Me - A-HA Reviragita Literária

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– Jump – Van Halen. – Take My Breath Away - Berlin – Here I Go Again – Whitesnake. – Eye Of The Tiger – Survivor Indicações De Filmes e Séries Que Não São Dos Anos 80, mas Se Passam Lá: - Stranger Things (série) (2016 – Atual) (Netflix) - Verão de 84 (filme) (2017) (Amazon Prime Vídeo) - Todo Mundo Odeia o Chris (série) (2017 – 2020) - Dark (série) (2017 – 2020) (Netflix) - IT – A Coisa (2017) (Netflix) - American Horror Story: 1984 (série) (9°temporada) (2019) (Globoplay) - Black Mirror: San Junipero (série) (3° temporada, episódio 4) (Netflix) - GLOW (série) (2017 – 2019) (Netflix) Ufa! Acabamos! Já fica várias indicações se caso você ainda não conhecia esses nomes que citei, ainda queria deixar um extra, pra quem é apaixonado pelas músicas oitentistas o cantor canadense The Weeknd fez um excelente trabalho em seu último álbum “After Hours”, com destaque para as músicas “Blinding Ligths”, “Save Your Tears” e “In Your Eyes”. Ouçam, vocês vão amar! E você sabia que o disco de estréia mais vendido no mundo, está lá nos anos 80? É isso mesmo! O disco “Appetit For Destrucion” do “Guns N’ Roses” de 1987, que já é um clássico absoluto do Rock! Para finalizar, queria deixar um convite para você que chegou até aqui, eu (Josi Santos) e o autor L.D Souza, assumidos apaixonados pelos anos 80, estamos com uma antologia de contos de terror que se passam na década, em parceria com a Dark Books. O livro vai ter playlist e outras coisas surpresas que revelaremos perto do lançamento. O título? 1987! Coincidência? Acho que não! Contudo, o que todos nós sabemos é que os anos 80 nunca morrerão, sempre estará vivo em nossos corações! Beijos! 36

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