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Olhando para o carnaval atual, é notória a expectativa que se coloca sobre a comissão de frente. Não somente em relação aos 40 pontos que ela pode representar, mas, sobretudo, pela quase obrigação de trazer sempre algo “extraordinário” para a avenida. um efeito, uma surpresa, algo novo e diferente. Assim, a comissão de frente tornou-se sinônimo de inovação e impacto, pondo em segundo plano os demais elementos que compõem uma boa apresentação (bailarinos e atores profissionais, coreografia apurada, encenação competente, figurino adequado).

Há tempos que a dança vem sendo carro-chefe das comissões, seguida de muito perto pelo teatro, daí serem julgadas pela sincronia e pela beleza plástica dos movimentos, além da interpretação dos personagens. mas, de uns tempos para cá, os próprios coreógrafos foram acrescentando elementos de outras linguagens, como truques ilusionistas, trocas de roupas ultrarrápidas, luzes em forma de raios, elementos pirotécnicos e até voos por cima do público. esta criatividade desenvolveu-se de maneira tão rápida que agora parece voltar-se contra si mesma, exigindo dos criadores uma inovação constante em uma velocidade difícil de acompanhar. e agora coreógrafos? Como ser extraordinário sempre?

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O campo da criatividade humana é infinito, no entanto, não podemos aprisioná-la no universo da técnica, ou seja, a criatividade é talento, mas também fruto de uma conjugação de fatores como ambiência, inteligência, oportunidade e coragem de assumir riscos. e tudo isso já vem fazendo parte do quesito.

Quando percebemos que chegamos ao “topo” e, no entanto, precisamos avançar, podemos nos perguntar: Para onde ir?

Por qual caminho? voltar? estas e outras perguntas devem estar circulando nas mentes criativas e criadoras do carnaval. talvez a resposta esteja em outra questão: Quais os caminhos que as Comissões de Frente ainda não percorreram para que possam continuar a ser extraordinárias?

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