REVISTA APM #29

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ANO 05 N°29 AGOSTO/SETEMBRO DE 2023

Diretoria APM-Mogi (Triênio 2020/2023)

Presidente: Carlos Eduardo Godoi Marins

Vice - Presidente: Alex Sander José Miguel

1º Tesoureiro: Zeno Morrone Junior

2º Tesoureiro: Thiago Veras Pinto Pires

1º Secretário: José Shiro Higashi

2º Secretário: André Luiz Pupo

Diretora da Sede Associativa: Pwa Tjioe K. Tjim

Diretor Científico: Antonio dos Santos

Taveira Filho

Diretor Cultural: José Carlos Melo Novaes

Diretor de Comunicação: Guilherme Augusto Rodrigues do Prado

Diretor Associativo: Pwa Kiong Ping

Diretor Defesa Profissional: Carlos Eduardo Amaral Gennari

Delegado: Abdul Kader El Hayek

Delegado: Péricles Ramalho Bauab

Conselho Fiscal

1º Conselheiro: Julio Batista Cota Pacheco

2º Conselheiro: Alexandre Netto

3º Conselheiro: Anderson Wei Y Pwa

Suplentes: Flávio Isaías Rodrigues, Fabricio Issamu Mochiduky e Carlos Alberto Gallo

Todo conteúdo opinativo da revista Plantão é de responsabilidade de seus autores, devidamente identificados nos artigos.

AGOSTO/SETEMBRO DE 2023

APM APRESENTA PROJETOS SOCIAIS DO HOTEL FAZENDA A EMPRESAS PARCEIRAS

PROJETOS SOCIAIS

As empresas interessadas em participar deverão acessar o site da Receita Estadual, cadastrar o CNPJ como doadoras e verificar se estão aptas ou não. Em caso positivo, o Governo Estadual fará a liberação da inscrição e do valor a ser doado.

HIPISMO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

NA ÚLTIMA TERÇA-FEIRA, 25 DE JULHO, A ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA SEDIOU, DE FORMA HÍBRIDA, ENCONTRO COM EMPRESAS PARCEIRAS PARA APRESENTAR OS DOIS PROJETOS SOCIAIS QUE PODERÃO SER REALIZADOS EM SEU HOTEL FAZENDA EM 2024 – POR MEIO DA LEI PAULISTA DE INCENTIVO AO ESPORTE. SÃO ELES: HIPISMO PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E TÊNIS.

Na última terça-feira, 25 de julho, a Associação Paulista de Medicina sediou, de forma híbrida, encontro com empresas parceiras para apresentar os dois projetos sociais que poderão ser realizados em seu Hotel Fazenda em 2024 – por meio da Lei Paulista de Incentivo ao Esporte. São eles: hipismo para pessoas com deficiência e tênis.

Antes de detalhar as iniciativas, o superintendente de Estratégia e Marketing da APM, Jorge Assumpção, agradeceu a participação dos presentes e fez uma breve apresentação sobre a história e a estrutura da APM – que em novembro completa 93 anos. Explicou, também, como se deu a transição do Clube de Campo para Hotel Fazenda APM, em 2022, e todas as atividades realizadas no local. “A Associação Paulista de Medicina tem a missão de trazer e desenvolver ações para os médicos e outras que impactem a vida das pessoas”, destacou.

O diretor Administrativo da APM, Florisval Meinão, também agradeceu a presença das empresas parceiras e falou da importância da entidade ao longo de nove décadas. “A APM tem grande tradição na representação dos

médicos no estado de São Paulo. Ao longo de sua história, esteve à frente de inúmeros projetos sociais. Se vocês toparem participar com a gente, serei muito grato. Além da iniciativa social, reforçarão o posicionamento perante o mercado.”

A primeira modalidade aprovada pela Lei Paulista de Incentivo ao Esporte é o tênis, que prevê atividades esportivas-educacionais para crianças de 7 a 15 anos. Poderão ser captados recursos no montante de R$ 762.809,00 junto a empresas privadas, para suprir as despesas para execução dos projetos, a exemplo de material esportivo, transporte, alimentação, uniforme, manutenção das quadras, entre outros.

O outro projeto aprovado prevê atividades na hípica para crianças com deficiência, também de 7 a 15 anos. As despesas com locação de animais, material esportivo, transporte, alimentação e uniforme para os beneficiados poderão ser subsidiadas por meio da captação de recursos, totalizando R$ 897.419,00. A partir do momento que forem captados ao menos 30% do valor de cada projeto, eles poderão ter início no mês seguinte, e o número de pessoas beneficiadas pode ser adaptado conforme a obtenção de recursos.

É um método terapêutico e educacional, que utiliza cavalo dentro uma abordagem multidisciplinar e interdisciplinar nas áreas de Saúde, Educação e Equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial das pessoas com deficiência. É também considerada uma forma de reabilitação baseada na Neurofisiologia, tendo como base os movimentos rítmicos e repetitivos da marcha do cavalo. Emprega o cavalo como agente promotor de ganhos físicos e psíquicos. Exige a participação do corpo inteiro, contribuindo para o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio. Para esta modalidade, podem participar as comunidades de Caieiras e região, pessoas com síndromes genéticas, deficiência intelectual e Esclerose Múltipla, entre outros. “Tornar possível o acesso da hípica às pessoas com menos condições é uma questão de responsabilidade social. Por isso, gostaríamos muito de poder contar com a participação de empresas parceiras”, reforçou Assumpção.

TÊNIS

Oportunidade para desenvolver o esporte de base com crianças e adolescentes, melhorar a saúde, aumentar a coordenação motora e respiratória, promover ação preventiva de doenças, integração para o desenvolvimento social, melhoria de aprendizado na educação, formação de bons cidadãos, além de possibilidades de encontrar potenciais campeões de tênis no futuro. Para esta modalidade, podem participar estudantes de escolas públicas e comunidades de Caieiras e região.

O Hotel Fazenda APM está localizado na Serra da Cantareira, a poucos minutos do centro de São Paulo, com 80% de sua área sendo de preservação ambiental. Lá, há dezenas de opções de lazer, como parque aquático completo, quadras de tênis e de futebol, hípica, espaço para churrasco, trilhas, entre outros.

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O ALERTA DO ASPARTAME

HOUVE UM TEMPO EM QUE MÉDICOS, CIENTISTAS E ÓRGÃOS DE SAÚDE ATESTAVAM A SEGURANÇA NO USO DO TABACO

Pode soar impensável para as gerações atuais, mas alguns leitores mais antigos certamente vão se lembrar: houve um tempo em que médicos, cientistas e órgãos de saúde atestavam a segurança no uso do tabaco.

Sim, o hábito de fumar, hoje obviamente nocivo e um dos principais causadores de câncer nas pessoas, era considerado perfeitamente seguro até para grávidas. Pois é possível que, em breve, um dos costumes mais regulares dos dias de hoje, o de consumir alimentos com adoçantes que substituem o açúcar, seja visto pelas gerações futuras também como impensável.

O motivo é o anúncio de que um dos adoçantes artificiais mais populares e comuns do mundo, o aspartame, está prestes a ser classificado como “possivelmente cancerígeno para humanos” pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), um órgão vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS). A expectativa é de que a definição oficial da substância seja anunciada no próximo dia 14, após uma abrangente revisão de 1,3 mil estudos científicos sobre o adoçante. O Comitê Conjunto de Especialistas em

Aditivos Alimentares da OMS e da Organização para Agricultura e Alimentação (JECFA) também emitirá um documento sobre o uso de aditivos alimentares na mesma data, que deverá complementar o anúncio da IARC.

Facilmente encontrado em produtos das gôndolas do supermercado, como os refrigerantes com zero caloria, e consumido por uma enorme parcela da população, o aspartame vem sendo classificado como seguro desde a década de 1980. A confirmação de que ele provavelmente é cancerígeno levanta uma série de preocupações legítimas e acende diversos alertas para governos e autoridades de saúde.

O principal problema é que faltam informações seguras sobre os produtos que consumimos e seus potenciais impactos em nosso organismo. O aspartame é apenas um exemplo de substância que pode estar sendo ingerida de maneira constante sem que tenhamos conhecimento adequado dos riscos envolvidos. Por isso, esta situação, apesar de preocupante, também pode ser uma oportunidade para uma revisão minuciosa de nossas políticas de segurança alimentar.

Antes de tudo, é fundamental que a indústria de alimentos e bebidas assuma a responsabilidade de informar adequadamente os consumidores sobre os ingredientes utilizados em seus produtos.

As embalagens devem fornecer informações claras e precisas sobre os possíveis perigos associados ao consumo de aspartame e outros aditivos alimentares, já sob a nova determinação a ser anunciada, permitindo assim que cada indivíduo tome decisões informadas sobre sua alimentação.

Em paralelo, o Ministério da Saúde precisa liderar uma grande ação de conscientização sobre os riscos potenciais do aspartame. Também é necessário que a comunidade médica, pesquisadores e entidades como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) façam uma ampla reavaliação das classificações de todas as outras substâncias adoçantes de uso regular, e de outros aditivos alimentares usados comumente na indústria e nos chamados alimentos ultraprocessados.

A população precisa ter o direito de saber o que está colocando em seus corpos e quais são os possíveis efeitos dessas substâncias a longo prazo. O risco de possíveis danos à saúde não pode mais ser ignorado, e a hora de ação é agora.

5 AGOSTO/SETEMBRO DE 2023

ESTUDO MOSTRA COMO É O PROCESSO

Um estudo recente revela um novo mecanismo de uma proteínachave para o processo do câncer se espalhar, conhecido como metástase. A descoberta foi registrada em 8 de junho na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Segundo a pesquisa, a análise da proteína-78 regulada pela glicose (GRP78), que ajuda a regular o dobramento de outras proteínas dentro das células, pode ajudar a desenvolver novas abordagens terapêuticas para impedir a propagação do câncer.

Estudos anteriores da mesma equipe, liderados por Amy S. Lee, professora de bioquímica da Universidade do Sul da Califórnia (EUA), mostra -

ram que, quando as células estão sob estresse — seja devido ao câncer ou até Covid-19 —, a GRP78 é sequestrada. Isso permite que os invasores virais se repliquem e que os cânceres cresçam e resistam ao tratamento.

Mas Lee e seus colegas descobriram agora que, nessas situações de estresse, a proteína deixa sua residência – o retículo endoplasmático – e migra para o núcleo celular. Lá, a GRP78 altera as atividades dos genes e muda o comportamento da célula, permitindo que as células cancerígenas se tornem mais móveis e invasivas.

“Ver o GRP78 no núcleo controlando a expressão do gene é uma surpresa total”, afirma Lee, autora sênior do estudo, em co -

municado. “No que diz respeito aos mecanismos básicos das células cancerígenas, isso é algo novo que, que eu saiba, ninguém observou antes.

Os pesquisadores chegaram a esse achado por acidente. Ze Liu, pesquisador de pós-doutorado no laboratório de Lee e primeiro autor do estudo, estava analisando como a GRP78 regula um gene conhecido como EGFR, há muito tempo ligado ao câncer. Foi então que ele notou algo surpreendente: como a proteína controla a atividade do gene, era possível que ela tivesse entrado no núcleo e assumido um novo papel.

Para confirmar esta hipótese, os cientistas

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PROCESSO DE METÁSTASE DO CÂNCER

usaram microscopia confocal, que oferece imagens 2D e 3D de alta resolução, juntamente com uma técnica avançada para captar imagens de células vivas. Esta última permitiu observar diretamente a GRP78 no núcleo de células de câncer de pulmão, bem como células normais sob estresse.

Após utilizarem várias outras técnicas, os pesquisadores identificaram o sinal dentro da proteína que a permite entrar no núcleo, confirmando sua presença por lá estimulando a atividade do gene EGFR.

Depois disso, os cientistas usaram uma forma sofisticada de sequenciamento de RNA para comparar dois tipos de células: as do câncer de

pulmão, projetadas para superexpressar a GRP78 no núcleo; e células sem GRP78 no núcleo.

“Para nossa grande surpresa, descobrimos que os principais genes regulados pela GRP78 no núcleo estão envolvidos principalmente na migração e invasão celular”, disse Lee. Para a cientista, as descobertas podem representar uma mudança de paradigma para a biologia celular.

Segundo a equipe, a proteína-chave se liga à ID2, outra proteína celular, que normalmente suprime genes (incluindo EGFR). Porém, quando vinculada à GRP78, a ID2 não pode mais fazer seu trabalho e as células cancerígenas tornam-se mais invasivas.

Apesar do estudo ter analisado apenas células de câncer pulmonar, a GRP78 desempenha um papel semelhante em vários tipos de câncer, incluindo câncer de pâncreas, mama e cólon. “A proteína em si é o soldado que faz o trabalho; mas agora estamos pensando que não é apenas sobre o soldado, mas também onde o soldado é implantado”, observa a cientista.

Lee e sua equipe estão estudando drogas para inibir a expressão ou a atividade de GRP78. Uma pesquisa em andamento sugere que uma possível resposta contra o câncer está nas pequenas moléculas que inibem a proteína, como a YUM70 , as quais podem até bloquear sua atividade no núcleo.

7 AGOSTO/SETEMBRO DE 2023

APM DEFINE NOVA DIRETORIA EM PLEITO DIA 16

O ATUAL PRESIDENTE, MÉDICO UROLOGISTA CARLOS EDUARDO GODOI MARINS

As eleições para preenchimento dos cargos de diretoria da Associação Paulista de MedicinaRegional Mogi das Cruzes, triênio 2023-2026, estão se aproximando e ocorrerão no dia 16 de agosto, unicamente de forma presencial, na sede da entidade, localizada na Rua Dr. Luiz de Azevedo Rosa, 129 - Alto Ipiranga, entre 8 e 20 horas. A chapa “Novos Desafios”, liderada pelo atual presidente, o médico urologista Carlos Eduardo Godoi Marins, que concorre à reeleição, é a única em disputa (veja quadro completo de participantes).

Poderão votar os associados efetivos filiados à APM até o dia 30 de março de 2023, e que estejam em dia com os seis primeiros meses do ano da contribuição associativa até a data das eleições. Desta forma, os sócios que estejam com alguma contribuição associativa em aberto podem contatar a secretaria da APM Mogi pelo telefone (11) 96849-2678 para regularizar a situação.

A chapa “Novos Desafios” tem, além de Marins como presidente, mais 18 membros, entre diretores, tesoureiros, secretários, conselheiros e delegados. A vice-presidência está

a cargo do médico neurologista Antonio dos Santos Taveira Filho e a primeira tesouraria com o ginecologista Zeno Morrone Junior, que atualmente já ocupa a mesma posição na diretoria.

“Nesse primeiro período de gestão, focamos em divulgar mais a APM Mogi. Criamos nosso site. Mantemos uma revista bimestral. Estamos buscando novos associados e inclusive, no dia 20 de outubro, faremos uma grande festa em comemoração ao Dia do Médico. Já nesse novo mandato, nosso foco será em finalizar as obras da

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NA REGIONAL DE MOGI DAS CRUZES, A CHAPA “NOVOS DESAFIOS” É ÚNICA E DEVE REELEGER
CAPA

sede aqui do Alto do Ipiranga, mesmo porque é um prédio bem localizado que pode servir para abrigar workshops, congressos e locação externa até para festas, ampliando, assim, nossa renda mensal”, explica Marins.

ELEIÇÃO ESTADUAL

Os associados de todo o estado de São Paulo poderão votar, das 8h às 20h, em 59 postos de votação – incluindo a sede social da APM em São Paulo, os hospitais das Clínicas e São Paulo e as Regionais da entidade, para eleger a nova diretoria da APM

Estadual. Todas as informações do pleito estão disponíveis no site apm. org.br/eleicoes.

Os associados da APM que estejam em dia com suas obrigações associativas também poderão votar nas eleições para preenchimento dos cargos eletivos da Associação Médica Brasileira – que incluem, além da Diretoria e Conselho Fiscal, os delegados de cada estado para a entidade nacional. O pleito ocorrerá de forma on-line, entre às 9 horas do dia 9 de agosto e às 17 horas do dia 16 de agosto. Acesse: eleicoesamb.webvoto.com.br para saiba mais.

ELEIÇÃO TRIÊNIO 2023/2026 - NOVOS DESAFIOS

PRESIDENTE

VICE - PRESIDENTE

1º TESOUREIRO

2º TESOUREIRO

1º SECRETÁRIO

2º SECRETÁRIO

DIRETORA DA SEDE ASSOCIATIVA

DIRETOR CIENTÍFICO

DIRETOR CULTURAL

DIRETOR DE COMUNICAÇÃO

DIRETOR ASSOCIATIVO

DIRETOR DEFESA PROFISSIONAL

DELEGADO

DR. CARLOS EDUARDO GODOI MARINS

DR. ANTONIO DOS SANTOS TAVEIRA FILHO

DR. ZENO MORRONE JUNIOR

DR. THIAGO VERAS PINTO PIRES

DR. ANDRÉ LUIZ PUPO

DR. JOSÉ CARLOS MELO NOVAES

DRA. PWA TJIOE KOK TJIM

DRA. DEBORA BARROS ABDALA

DRA. MARGARETE DE OLIVEIRA LIMA

DR. GUILHERME AUGUSTO RODRIGUES DO PRADO

DR. PWA KIONG PING

DR. CARLOS EDUARDO AMARAL GENNARI

DR. ALEX-SANDER JOSÉ MIGUEL

DR. JULIO BATISTA COTA PACHECO

DR. ABDUL KADER EL HAYEK

DR. PÉRICLES RAMALHO BAUAB

DR. JOSÉ SHIRO HIGASHI

DR. FABRICIO ISSAMU MOCHIDUKY

DR. CARLOS ALBERTO GALLO

9 AGOSTO/SETEMBRO DE 2023

COLESTEROL ALTO: ANVISA APROVA NOVO

MEDICAMENTO INJETÁVEL COM APENAS DUAS

APLICAÇÕES AO ANO; ENTENDA:

com colesterol alto que precisam do remédio. Ainda assim, a incilsirana apresenta uma nova opção para tratar o problema, que pode inclusive ser combinada com as estatinas. Como funciona a incilsirana?

A AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA)

APROVOU

Aqualidade da formação, o número exponencial de profissionais no Brasil e a criação desenfreada de escolas médicas vêm sendo foco de atenção e de muita preocupação entre os médicos brasileiros. No intuito de pontuar as iniciativas que devem ser tomadas diante desta grave situação, o vice-presidente da Associação Paulista de Medicina e secretário geral da Associação Médica Brasileira, Antônio José Gonçalves, participou de uma audiência pública da Comissão Mista da Medida Provisória 1.165/23, do Mais Médicos, no último dia 16 de maio, realizada no Senado Federal.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo medicamento para o controle do colesterol considerado ruim, o LDL. Desenvolvida pela farmacêutica Novartis, a incilsirana demanda apenas duas injeções no abdômen ao ano e consegue reduzir em 50% os níveis do composto gorduroso. O fármaco é vendido sob o nome comercial de Sybrava. Um dos riscos do colesterol elevado é a aterosclerose, quando o acúmulo da gordura forma placas nas artérias e obstrui o fluxo sanguíneo. Como consequência, pode levar a eventos cardio-

vasculares como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC). É importante que especialmente aqueles que já passaram pelos problemas mantenham o colesterol sob controle.

“Manter o colesterol ruim (LDL) controlado é essencial para que um paciente não volte a ter novos eventos cardiovasculares graves como esses, que têm mais chances de acontecerem depois de um primeiro caso”, diz Raul Santos, cardiologista do InCor-HCMFUSP, professor associado da Faculdade de Medicina da USP e ex-presidente da Sociedade Internacional de Aterosclerose (IAS), em comunicado. Hoje, o tratamento do colesterol alto é feito em grande parte dos casos com mudanças alimentares, prática de atividades físicas e o uso das estatinas, que são comprimidos tomados diariamente para reduzir o composto no sangue. Porém, além de ter uma adesão mais difícil, essa diminuição é por volta de 30% nos estudos.

Os fármacos são essenciais e o tratamento consegue reduzir substancialmente o risco de morte de pacientes

A incilsirana funciona no organismo limitando a produção da proteína hepática PCSK9. Essa proteína atua promovendo a degradação do receptor de LDL no interior da célula, o que leva ao maior acúmulo da gordura nas artérias. Já com a menor liberação da PCSK9 por meio da ação do remédio, o LDL foi melhor absorvido, e seu nível na corrente sanguínea foi reduzido. Os principais estudos que embasam a eficácia da incilsirana são chamados de ORION-10 trial e ORION-11 trial e envolveram mais de três mil participantes. Em ambos, os pacientes tinham um quadro de aterosclerose, mas no segundo estudo os voluntários já faziam uso da dose máxima tolerada de estatinas.

Durante aproximadamente um ano e meio, os participantes dos dois testes foram divididos em dois grupos, em que um recebeu o medicamento, e o outro, um placebo. Os resultados mostraram uma redução de 52,3% no LDL entre os pacientes que não faziam uso das estatinas, e de 49,9% no segundo estudo. Os trabalhos foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine.

“Mesmo mudando o estilo de vida e tomando as medicações mais comuns para o controle do colesterol, muitos desses pacientes que já tiveram um ataque cardíaco ou um derrame não conseguem manter o colesterol ruim (LDL) dentro da meta. Nesse sentido, a inclisirana entra em cena como um avanço para controlarmos o colesterol ruim (LDL) nesses pacientes”, acrescenta Santos.

O medicamento já havia recebido um aval de órgãos reguladores dos Estados Unidos e da União Europeia. Não há ainda previsão para a comercialização no Brasil ou uma possível incorporação no SUS.

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UM NOVO MEDICAMENTO PARA O CONTROLE DO COLESTEROL CONSIDERADO RUIM, O LDL
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