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n tícias


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ClÍniCAS dr. pEdrO ChOY prOmOVEm ClÍniCA AbErtA

mÉtOdO dE EmAGrECimEntO AprESEntAdO dE fOrmA GrAtuitA TEXTO rita EstÊvão ritaestevao@gmail.com » FOTOs d.r.

As Clínicas dr. Pedro Choy vão iniciar uma série de Clínicas Abertas, nos meses de Março e Abril, dedicadas ao tema do Emagrecimento e Perda de Gorduras Localizadas. Os interessados em conhecer as metodologias e experimentar a Medicina Chinesa poderão fazê-lo de forma gratuita, sendo cada caso avaliado segundo os prismas da Medicina Chinesa e explicado como e até que ponto poderemos ajudar. O Método de Emagrecimento dr. Pedro Choy propõe solucionar todos os casos de excesso de peso; desde os simples casos de gordura localizada e celulite até aos casos de obesidade mórbida, em que emagrecer se traduz em saúde para o paciente. Baseado nos princípios da Medicina Chinesa e na experiência de milhares casos de sucesso, o dr. Pedro Choy concluiu que a melhor forma de conduzir a uma perda de peso, gorduras localizadas e celulite eficaz, seria através da conjugação de várias técnicas. Assim, o Método de Emagrecimento dr. Pedro Choy integra a Acupunctura (que actua a nível do reforço psicológico e de preparação do corpo para a libertação do excesso de peso), a Fitoterapia (plantas medicinais chinesas que vão moderar o apetite e eliminar os excessos de gordura), o regime Alimentar (fácil de realizar e que permite durante a fase de tratamento absorver dos alimentos a energia para ser gradualmente libertada pelo processo de emagrecimento). No caso de gorduras localizadas e/ou de celulite, utiliza-se a Método Adelgaçante - exclusivo nas clínicas dr. Pedro Choy - que consiste na inserção de agulhas de Acupunctura nas zonas a adelgaçar, uma estimulação eléctrica que vai queimar as gorduras acumuladas localmente.

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opinião

...linha directa A Natural reserva este espaço para si. Coloque as suas dúvidas sobre saúde e alimentação ao naturólogo Carlos Campos Ventura*, e envie as suas questões, até ao dia 20 de Março para revistabeijaflor@yahoo.com, juntamente com o seu nome e localidade. Desde há meia dúzia de anos que tenho gazes. Já mudei de alimentação mas não melhorei. João Mardel (Chaves)

A aerofagia produz-se normalmente durante as refeições. Isto acontece com mais frequência nomeadamente quando se come ou bebe de forma demasiada rápida ou com bebidas gasosas. É frequente que estes gases se devam a um excesso de quantidade de alimentos ricos em proteínas, gorduras e hidratos de carbono na mesma refeição. Isto dificulta a digestão e pode dar azo a fermentações indesejáveis, que produzem gases. Pode dever-se também a má combinação entre estes ou outros alimentos. Neste caso, será conveniente não misturar muitos alimentos, comendo refeições mais simples. É frequente as leguminosas provocarem gases, mas estes podem ser reduzidos ou até eliminados se as leguminosas forem cozinhadas correctamente, com alga kombu e até ficarem bem macias. Outros alimentos que podem provocar gazes são o leite, as batatas e as couves (todas elas, nomeadamente de Bruxelas, repolho, flor e também brócolos). A fruta não deveria ser ingerida após a refeição mas antes ou longe da refeição. Em qualquer caso, a mastigação apropriada é sempre útil em casos de gases. Plantas úteis para combater os gases são: anis, funcho, louro, zimbro (como condimentos ou em chá). Clisteres (1 litro água morna com 1 colher de sal integral) podem ajudar. O excesso de gases pode fazer sentir palpitações, que podem ser confundidas com problemas cardíacos. Mas é só a pressão dos gases (acumulados no cólon) sobre o diafragma esquerdo.

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A PIA E A SANITA Ao longo do século XX, a humanidade e o planeta Terra sofreram muitíssimas mais transformações do que em toda a História. É verdade que estas transformações profundas e globais se cristalizaram na mais essencial das dimensões: a alimentação - que nutre, mantém a saúde, provoca a doença e constrói o bem-estar dos seres humanos. Mas também a habitação se transformou, com a vitória da privacidade, do conforto e da higiene. Ainda há poucas dezenas de anos, as habitações tinham meios reduzidos de escoamento dos detritos domésticos. Mas o saneamento básico, primeiro inexistente e depois incipiente, está felizmente hoje ao alcance de todos. Como já escrevi na revista Natural Beija-Flor em Julho de 2009, a cozinha, que sempre tinha sido o centro da casa, deixou nas últimas décadas do século XX de o ser. Na cozinha cozinhava-se e vivia-se; comia-se e convivia-se. Houve a lareira e desde certa altura o fogão. Dantes cozinhava-se – em todas as casas. E hoje em muitíssimas casas não se cozinha, e onde se cozinha são usados produtos que integram pré-cozinhados, pré-lavados, pré-cortados,… reduzindo os passos dos cozinhados. E havia também a pia. Esta era essencial à higiene da casa. Por ela se escoavam as águas sujas e os dejectos. Os despejos das águas das várias limpezas da casa – roupa, louça, móveis, chão, paredes, etc. – eram feitos através da pia. A sopa estragada e todos os líquidos eram despejados na pia. É preciso não esquecer que as casas de banho eram raras. Não havia portanto (na maior parte das casas) banheiras, duches, ou sanitas. Os banhos eram tomados em grandes tinas onde se punha água aquecida em grandes panelas. E depois a água utilizada era descarregada – também - pela pia. As necessidades fisiológicas eram realizadas num bacio, e depois estas fezes e urinas eram despejadas, é claro, na pia. É claro que estes procedimentos já nos são hoje em dia completamente estranhos. Em resumo, enquanto ainda há poucas dezenas de anos as águas sujas eram escoadas a partir do espaço da cozinha (onde normalmente se localizava a pia), actualmente as águas sujas produzidas têm principalmente a ver com a higiene (pessoal) e são escoadas a partir da casa de banho. Para todos os efeitos, não será incorrecto dizer que o centro da casa se deslocou da cozinha para a sala de banho – quer dizer, da saúde e limpeza interiores para as exteriores. É indubitável que a Europa viveu mais de mil de enorme sujidade e aversão à água para uso pessoal. Isso levou a doenças, nomeadamente nas cidades, onde a aglomeração de grande número de habitantes e inexistência de água nas casas, de esgotos e recolha de lixos criou situações explosivas de epidemias e doenças da mais diversa ordem. Actualmente, porém, a higiene tornou-se num mito em muitos casos prejudicial, com o uso de produtos tóxicos para o seu humano e para o ambiente, gastos inúteis de demasiada água e banhos diários com produtos de higiene e cosmética que muitas vezes fazem mais mal do que bem. Por tudo isto a pia e a sanita podem ser identificadas como os símbolos desta mudança da atitude.

* Director do Instituto Hipócrates de Ensino e Ciência | www.institutohipocrates.pt



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Planeta

Comer saudável para proteger o

Cada vez mais estudos científicos mostram que é possível preservar melhor o ambiente sendo mais vigilante acerca das escolhas alimentares Texto Rachel Mulot, Sylvie Riou-Milliot, Loïc Chauveau e Sylvie Buy » Fotos D.R

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uma destas tendências que são no início partilhadas pelos chamados círculos de vanguarda – outros diriam militantes - e que acabam por emergir à luz, junto de um público muito largo. Não somente é melhor “ comer saudável”, mas convém também “preservar o planeta”. Com vista a não esgotar os seus recursos nem atentar aos seus grandes equilíbrios. Há algum tempo, Jean-Marie Pelt, apaixonado pelas plantas, lembrava-nos com incisão o quanto a criação massiva de bovinos é prejudicial, quando conduz quase mecanicamente a uma desflorestação acelerada. É melhor consumir proteínas vegetais do que animais, conclui ele. É claro que a demonstração, por causa dos meandros dos circuitos de distribuição, nem sempre é fácil de passar como mensagem. É porque o bovino em questão é alimentado por exemplo com rações de soja, que por sua vez é plantada no Brasil em terras recuperadas após corte de árvores da floresta amazónica, que em

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» capa última analise o bife no prato fica tão caro. Não somente para a carteira mas para tudo o que está implicado na sua produção e que pode ser seguido ponto por ponto. Desflorestação inicial, e portanto perda de uma parte do “Pulmão do planeta” – que absorve CO2, o famoso gás com efeito de estufa que seria bom não mandar para a atmosfera, e provocar um aquecimento climático incontrolável. Pior ainda, as árvores abatidas e geralmente queimadas acarretam uma libertação imediata do dito gás carbónico. E já nem se fala, em termos de custo humano desta vez, dos problemas locais das populações pobres e vulneráveis… Nem, mais classicamente, do custo – com frequência calculado como negligenciável… - do transporte da alimentação necessária para os próprios animais. Um longo caminho de barco, camião… até ao outro lado da Terra ou quase. Como repetem hoje os observadores atentos da mundialização, se o resto da população mundial adopta-se um modo de vida “Ocidental”, seriam necessários 3 a 4 planetas… É esta tomada de consciência que, hoje, faz pouco a pouco o seu caminho. E particularmente naqueles que se baptizam com novos vocábulos: “consumidores”, “eco-cidadãos”… A evolução pode mesmo ser espectacular, como indicam certos sociólogos. Aos que se preocupam essencialmente com a sua saúde e bem-estar – preocupação de “bem alimentados”, dir-se-á rindo – vêm juntar-se novos aderentes (mas será isto tão novo na história?). A sua palavra de ordem mais nova é frugalidade. O exacto oposto da engorda mortal da Grande Bouffe de um Marco Ferreri marcado pelos anos 1970… Os cientistas pensam já ter apresentado a prova, no campo estrito da nutrição, de que comer menos permite aos organismos viver mais tempo. Comer menos faria mais: teria também a vantagem de reduzir o nosso impacto sobre um planeta do qual não se encontrou ainda um gémeo ao pé. É também o espírito de que comer menos faz melhor.

Quando a alimentação duradoura conquista um largo público O discurso dos especialistas junta-se agora ao dos ecologistas e encontra cada vez mais eco junto da população. Sim, pode comer-se saudável por si e pelo planeta. Este credo já não é limitado a alguns militantes, sendo apoiado por estudos científicos que ligam hoje a saúde alimentar à salvaguarda do ambiente. Ser gordo não é ecológico! É a conclusão de um estudo da London School of Hygiene and Tropical Medicine, que calculou, em Abril do ano passado, as consequências do excesso de peso das populações nas mudanças climáticas.

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“Alimentar e transportar uma população de mil milhões de pessoas comportando 40% de obesos - ou seja, a percentagem calculada em 2010 na Grã-Bretanha e nos EUA – requer mais energia, calculam Phil Edwards e Ian Roberts. Isto produz entre 400 milhões e mil milhões de toneladas de equivalência a carbono a mais que uma população similar com um índice de massa corporal normal.” De passagem, os investigadores esqueceram-se de lembrar que a obesidade é uma doença mal conhecida, dificilmente tratável e que não será suficiente que alguns se privem de batatas fritas para salvar o planeta! “Nós não queremos estigmatizar ninguém, defende-se Phil Edwards. Mas o crescimento da obesidade e do excesso de peso não é só uma questão de saúde pública, é também uma questão ambiental. Esperamos que ela seja levada em conta como tal pelos governos.” Culpabilizante, este estudo também traduz uma preocupação crescente: o que é mau para a nossa saúde pode ser perigoso para o planeta (ou o inverso - boa comida, bom para o planeta). A ideia ganha desde há algum tempo crédito científico. Em 2006 e 2007, os investigadores

também demonstraram que limitar o consumo de carne era o meio mais simples para os habitantes dos países ricos limitarem cancros e doenças coronárias, poluição dos solos e das águas e até emissões de gás com efeitos de estufa. Outros estudos apontam para o facto de que os peixes predadores que são pescados em excesso (como o atum vermelho) são também os que acumulam mais poluentes. Em Junho passado, um relatório do Inserm estabeleceu que a exposição aos pesticidas, fonte de poluição dos solos e da água, duplica o risco de contrair a doença de Parkinson nos agricultores. Comer frutos e legumes BIO – ou com poucos pesticidas – não seria pois só bom para o planeta e para o consumidor como também para o trabalhador agrícola. A fileira agro-alimentar, enfim, é objecto de relatórios científicos regulares, tanto quanto aos antibióticos dos quais abusa na pecuária, as gorduras que usa nos pratos cozinhados e a poluição que gera. “A temática da má comida e do ambiente não é nova, lembra o sociólogo Jean-Pierre Poulain, professor de sociologia na universidade de Toulouse-II. No fim dos anos 1970, Le


Sauvage, uma revista ecologista editada pelo grupo Nouvel Observateur tinha títulos como “Preparemo-nos para nos tornarmos vegetarianos”. Mas não convenceu ninguém para além de círculos marginais. Os dados mudaram, admite o sociólogo: “O discurso dos especialistas aproximou-se do dos militantes: ONG, associações, militantes. Por outro lado os media adoptam-no mais generosamente. “A sensibilidade ecológica converge com as preocupações de saúde mais egoístas, nota a psicosocióloga da alimentação Estelle Masson, da universidade da Bretanha ocidental. As condições estão portanto reunidas para que a preocupação por uma alimentação durável ganhe um público cada vez maior e se instale.” Ela sente esta preocupação crescer nos consumidores, para lá das classes médias e de círculos urbanos com mais recursos e informados. “Na província, as pessoas recorrem a pequenos produtores, à horta de um vizinho, para ter acesso a alimentos mais sãos e naturais.” Outros, consumidores interessados, recorrem em França às Amap, as Associações para manter uma agricultura camponesa,

enquanto que o boicote ou o seu contrário, o buycott, ou seja a compra militante de produtos éticos ou que preservam o ambiente, ganham terreno. A notoriedade destas acções – escrutinada pelos especialistas de marketing e os industriais – ultrapassa largamente os círculos militantes. É verdade que o consumo durável não é ainda um fenómeno de massas: segundo um estudo do gabinete Ethicity publicado em Abril último em conjunto com a Ademe, 66% dos franceses declaram fazer compras responsáveis mas só 20% o fazem regularmente, principalmente os mais velhos e os com mais recursos. Para 30% dos interrogados, um produto de consumo responsável deve ser prioritariamente fabricado localmente. Mas também há 70% que reclamam preços mais atractivos e sobretudo informações mais claras para os produtos duráveis. Não é fácil actualmente de se perceber e calcular o que é bom tanto para o clima, para a saúde e quanto aos custos. Para ajudar o consumidor, uma nova geração de rótulos apareceu nos anos 1990, a partir de parcerias entre interesses privados das

indústrias, distribuidores e militantes. “Estes rótulos são actualmente considerados tanto pela comunidade científica como pelos governos como respostas essenciais para as problemáticas ambientais, precisamente porque eles procedem de uma responsabilização dos consumidores”, explica o sociólogo do CNRS, Sophie Dubuisson-Quellier. Não que todas as diligências sejam garantes de eficiência ou isentas de problemas… A bióloga Gennifer Jacquet analisou em 2007 o impacto dos rótulos como o do Marine Stewardship Council (NSC) nos produtos do mar. “Esta iniciativa tem um certo sucesso junto dos consumidores norteamericanos e europeus, nota ela, mas o reverso da medalha é que pretensos rótulos ecológicos se multiplicaram paralelamente em produtos da América do Sul ou da Ásia. Alguns casos de fraudes estão provadas, mas a despistagem destes produtos é muito difícil. Ao ponto de outras ONG, desencorajadas, considerarem em vez disso recorrer ao boicote puro e simples, com o slogan: “Salvem o oceano. Comam frango!”” A questão de uma alimentação durável começa de qualquer maneira a ter lugar na agenda polí-

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tica. O governo francês acaba assim de lançar um plano para uma oferta alimentar segura, diversificada e de qualidade, “proveniente de modos de produção que respeitam o ambiente” e que garantam o acesso a frutos e legumes pelas populações desfavorecidas. Cumprirá ele estas promessas? A restauração colectiva pública (100 milhões de refeições por ano) deveria já integrar 20% de alimentos bio até 2012. O município de Paris considera instaurar uma jornada semanal sem carne, seguindo o modelo da cidade de Gand, na Bélgica. Lançado em 13 de Maio passado, o Donderdag Veggiedag (1) é a continuação de uma conferência, não de militantes pela causa animal, mas de Ragendra Pachauri, presidente do Giec, o Grupo de especialistas intergovernamental sobre a evolução do clima (1) www.donderdagveggiedag.be/ A ler: Population adiposity and climate change, Abril 2009, International Journal of Epidemiology, a consultar no site http://ije. oxfordjournals.org/cgi/content/full/dyp172v1 Para saber mais: Le Guide de l´écofood, saber tudo para se alimentar bem respeitando o planeta, Alexis Botaya, Minerva, 2009, 15€. Les 100 Meilleurs aliments pour votre santé et la planète, Dr. L. chevalier, Fayard, 2009, 19€. DVD: Notre Pain quotidien, filme de Nikolaus Geyrhalter, 92 min, 2007. @ L`Agence de l´environement et de la maîtrise de l´enrgie et l´agence Graines de changement propõem neste sítio numerosos conselhos, soluções (alimentares, habitação, tempos livres…), para reduzir o impacto sobre o planeta: www. mescoursespourlaplanete.com

Consumir menos carne preserva a camada de ozono Pode aliviar-se a pressão da pecuária sobre os recursos naturais e reduzir assim a segunda causa mundial de gás com efeito de estufa. Já se sabia que a produção de proteínas animais esgota 45% da água mundial, 33% da terra disponível e 70% das terras agrícolas, segundo a FAO, organização das Nações Unidas para a alimentação e agricultura. Mas uma série de estudos esmagadores vieram detalhar a responsabilidade da carne no aquecimento do planeta. O consumidor ignora-o, mas a indústria da carne representa a segunda causa de gás de feito estufa, a seguir à produção de energia! O último estudo publicado no final de 2008, apresenta números chocantes: a produção de 1 kg de carne bovina produz o equivalente a 14,8 k de CO2 (o que equivale a 121 km de percurso automóvel, calculou Nathan Fiala, economista americana consultor do Banco mundial! Ele demonstra também que nem todas

as carnes contribuem de igual maneira para o aquecimento global, sendo que o frango é o que produz menos gás de efeito estufa (GEE). Este trabalho confirma um estudo muito documentado da Universidade de Chicago que em 2006 fez escaparates no EUA, que são os maiores consumidores de carne no mundo, com 124 kg por pessoa ao ano (88,4 em França). Pamela Martin e Gidon Eshel (geofísicas) compararam o consumo de energia e as emissões de GEE resultantes de cinco regimes: o regime americano médio (30% de produtos animais diversos e 70% de produtos vegetais mais ou menos transformados, das batatas ao ketchup), o regime à base de carne vermelha, o de à base de peixe, o de à base de carne de aves e o regime vegetariano (que inclui ovos e lacticínios). Cada um destes fornecia 3 774 kilocalorias por dia, ou seja, a ração média nos EUA. Conclusão? O regime de carne vermelha produz 2 toneladas de equivalente a teCO2, o americano 1,5 teCO2, o regime à base de peixe 1,1 teCO2 pelo menos, o lacto-ovo. . . . . . . . . ......................................................

O discurso dos especialistas junta-se agora ao dos ecologistas e encontra cada vez mais eco junto da população. Sim, pode comer-se saudável por si e pelo planeta

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vegetariano 1 teCO2, e o regime de carne de aves 0,8 teCO2. “O regime americano médio produz o equivalente a um terço das emissões médias de GEE dos transportes individuais do país, calcula Pamela Martin. Note-se que um americano em média se desloca 13 390 km por ano produzindo entre 1.9 e 4,7 toneladas de CO2, segundo o veículo que utiliza.” Aliviar o consumo de carne é portanto tão importante como escolher um carro que consuma pouco. “Não se trata de um julgamento de valor, diz Gidon Eshel. Não é necessário tornar-se vegetariano, mas comer alguns hambúrgueres a menos por semana é um modo fácil de reduzir as emissões de gás com efeito de estufa.” “A indústria da carne gera só por si 18% do GEE mundial, ou seja, mais que todos os transportes combinados (14%)”, calculou a FAO em 2006. Os seus peritos foram os primeiros a considerar toda a cadeia de um bife desde o animal até ao prato… Adicionaram portanto

as emissões de GEE do cultivo das rações (que inclui o fabrico de adubos químicos, a desflorestação para criar os pastos, etc) até à produção animal (que inclui a fermentação abdominal de metano e as emissões de protóxido de azoto de estrume). Adicionaram as emissões de dióxido de carbono durante a “transformação” (o abate, o corte. etc) e o transporte. “A criação é responsável pela emissão de 9% do CO2 mundial, de 37% do metano (CH4), e de 65% do protóxido de azoto (N2O), um gás com poder de aquecimento 275 vezes mais elevado do que o CO2, produzido pelos adubos e primeiro responsável pela destruição da camada de ozono”, resume um dos autores, Henning Steinfield. Nesta pesada factura, os “arrotos” da vaca e dos carneiros nem contam. A emissão de metano (gás com efeito de estufa 25 vezes mais forte que o CO2) do gado é 95% por eructação – e muito pouco por flatulência. A duração de vida do metano na atmosfera “só” sendo de 12 anos (contra 120 anos do CO2), os investigadores trabalham agora para reduzir os gases digestivos dos ruminantes, alterando o seu regime alimentar ou descobrindo vacinas que reduzam as bactérias digestivas. É uma pista interessante mas insuficiente porque a pecuária polui gravemente os solos e as águas. Na Bretanha, na Tailândia, na China, no Vietname, os dejectos dos porcos são levados pelas chuvas até ao mar, onde fazem eclodir marés de algas tóxicas. O volume mundial de dejectos animais é assim 140 vezes superior aos dejectos da população humana, segundo o organismo independente americano Worldwatch Institute (2003). Perto de três quartos da carne de aves, metade da de porco e quase metade da carne de bovino são produzidos em pecuária intensiva, que não somente favorecem as zoonoses e requerem o emprego maciço de antibióticos, como também produzem excedentes concentrados em materiais tóxicos (resíduos de azoto e de fósforo dos estrumes e dos dejectos). E tudo isto para um benefício nutricional muito discutível, já que as carnes só parcialmente devolvem as proteínas que os animais ingeriram. “Para fabricar um kg de carne bovina, é preciso entre 7 a 10 kg de cereais, de 15 000 a 18 000 litros de água e de 5 a 10 vezes mais área que a necessária para obter a mesma quantidade de proteínas vegetais”, calcula a FAO. Só a produção de forragem requer 33% das terras aráveis mundiais e 75% das terras aráveis europeias. Na Amazónia, a criação de gado em manada é, de resto, a primeira causa de desflorestação. Perto de 79% das terras com florestas desta região servem para pastos e os cultivos para forragens cobrem uma grande parte do resto, segundo a

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» capa WWF (Organização Mundial de Protecção do Ambiente). A superfície dedicada à pecuária intensiva terá mesmo aumentado 186% entre 1961 e 2001, a maior parte das vezes em prejuízo da floresta virgem amazónica, e também da floresta de transição e da savana. “A pecuária está a transformar a Amazónia em carne picada”, denunciou em 2004 David Kaimovitz, director do Cifor (Center for Internacional Forestry Research) que denunciou também a “máfia do hambúrguer”. “Actualmente são principalmente as cadeias de comida rápida europeias, e até o mercado russo – cujas exigências se multiplicaram por 5 entre 2001 e 2005, além do Egipto - que seria preciso acusar”, corrige o geógrafo Guillaume Marchand, do Instituto de Altos Estudos da América Latina, que prefere falar de “máfia do goulash e do kebab” (comidas étnicas)- ele lembra também que é pela União Europeia que a fileira de exportação brasileira se construiu na década de 1990, na esteira da crise das vacas loucas, com os pedidos pelas comidas de soja a aumentar na razão da proibição das farinhas animais. Actualmente metade da soja importada pela Europa para alimentar o seu gado provém do Mato Grosso, Estado brasileiro onde 90% das suas culturas (essencialmente OGM) se fazem à custa das florestas. “Nós consumimos portanto também a floresta amazónica, na medida em que compramos carne bovina, suína e de aves europeias”, explica Stephanie Cabantous, do Comité catholique contre la faim et pour le dévelopement (CCFD). Contudo, a pecuária sustenta 1,3 mil milhões de pessoas e constitui um contributo primordial de proteínas para as populações mal nutridas. O seu impacto poderia ser fortemente diminuído se o consumo excessivo de produtos animais baixasse… nos países ricos. Ora a produção de carne, leite e ovos deverá duplicar até 2050, passando de 229 a 465 milhões de toneladas, calcula a FAO. John Powles, perito em saúde pública da universidade britânica de Cambridge, autor de um outro relatório impiedoso acerca da carne na prestigiada revista médica The Lancet (2007) lembra: “O consumo médio de carne é actualmente de 224 g por dia nos países desenvolvidos contra 31 g em África.” Em 2008 um francês consumia 242 g por dia, segundo o Departamento da pecuária francês (cálculos em bruto, à saída do matadouro – carne e ossos). “A redução do consumo de carne em pelo menos 10% é a única verdadeira opção, insurge-se o investigador britânico. O poder não pode continuar a ignorar a questão da pecuária nas estratégias do aquecimento global. A carne não poderia deixar de ter sido colocada na agenda de Copenhaga!”

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Os nossos conselhos • Preserve a sua saúde optando por carnes magras. Elas são também as menos industrializadas, segundo La Santé vient en mangeant, Guide du Programme national nutrition et santé (2009) – França. Pode dar-se preferência – por esta ordem – a pato, frango, bovinos criados ao ar livre, alimentados com erva dentro do possível. Um bovino de agricultura biológica teria três vezes menos gordura que outro convencional, segundo a Associação de coordenação técnica agrícola francesa (www.acta.asso.fr). O rótulo vermelho garante uma certa qualidade natural (aves criadas ao ar livre, antibióticos limitados ao mínimo). Para os ovos, prefira os biológicos (código 0 na casca) ou os de ar livre (código 1). • Escolha a carne de bovino biológica, que emite 30% de CO2 a menos que a convencional, segundo o engenheiro Jean-Marc Jancovici (www.manicore.com). • Substitua as proteínas animais pelas vegetais. Por ordem decrescente de teor de proteínas em cada categoria: as leguminosas (lentilhas, favas, ervilha seca, feijão branco, grão); os cereais (quinoa, trigo, arroz, centeio, trigo sarraceno, . . . . . . .........................................................

A produção de 1 kg de carne bovina produz o equivalente a 14,8 k de CO2 (o que equivale a 121 km de percurso automóvel

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milho, pão integral…); os frutos secos e os oleaginosos (caju, avelãs, pinhões, pistácios e nozes); a soja (não confundir com os rebentos de soja ou feijão mung) sob a forma de tofu ou de feijão e o seitan (um derivado do trigo mais rico em proteínas que a carne de vaca). • Prefira a proximidade ao produtor verificando a origem da carne no matadouro ou abastecendo-se numa associação/cooperativa para a manutenção da criação extensiva, que fornece carne directamente do produtor biológica.

O risco de cancro e de obesidade cresceu Conhecerão as gerações futuras o prazer de comer costeletas? Nada é menos certo, se acreditarmos que atacam a carne vermelha como causadora dos piores males: cancro e obesidade. O primeiro ataque remonta a 2005, com o estudo Epic. Este estudo seguiu 500 000 homens e mulheres de dez países europeus, foi coordenado pelo Professor Elio Riboli, que era epidemiologista no Centro Internacional de Investigação do Cancro em Lyon, e demonstrou que o risco de cancro colo-rectal

é três vezes mais elevado nos que consumem duas porções diárias (200 g por dia) de carne vermelha e de charcutaria em comparação com os que comem uma porção ou menos por semana. No rol dos acusados estão a carne vermelha e os produtos transformados (charcutaria). Em compensação, as aves e os peixes saem incólumes desta investigação. Cinco anos mais tarde, o cientista, hoje responsável pela unidade de saúde pública no Imperial College de Londres insiste e assume a mesma linha. “A maior parte dos estudos encetados a seguir nos EUA e na Europa mostraram que, no plano das doenças cardiovasculares, da diabetes ou ainda da obesidade não há nenhum benefício no consumo de carne vermelha”. Mas então, se comer carne demais é um suicídio, como organizar um consumo diário “razoável”? Para o Instituto Nacional de Cancro francês, o conselho é limitar os consumos diários de carne vermelha e evitar as charcutarias”. Porque o risco de cancro colo-rectal aumenta 29% por porção de 100 g de carne vermelha consumida por dia e 21% se a opção for 50g/dia de produtos de charcutaria. Ora, em França calcula-se que 25% da população consuma no mínimo 500 g de carne vermelha por semana e mais de 25% da população do mundo 50 g de charcutaria por dia! Pelo seu lado, em 2007, o World Council of Reseach Fund escolheu recomendar um máximo de 500 g por semana de carne vermelha. E sublinhou que isso corresponde a 700-750 g de carne crua. “Com menos de 300 g por semana não há risco, segundo Elio Riboli. E àqueles que não conseguem passar sem carne, pode recomendar-se um consumo semanal de 300 a 500 g. Porque a carne de muito boa qualidade, quer dizer magra, conserva um interesse nutricional incontestável pela sua riqueza em ferro e em proteínas.” Sublinhe-se que trabalhos recentes demonstram que a forma de cozinhar não importa muito. Porque é um constituinte da carne, o núcleo de hemaglobina e do ferro, que agiria como catalisador da formação de nitrosaminas, implicadas na formação de cancro das mucosas. Lembremos por fim que se os vegetarianos têm menos riscos de desenvolver cancro, é mais por causa de uma alimentação equilibrada e sobretudo por uma higiene de vida. “Além de tudo, não é em cinco minutos que se improvisa o vegetarianismo, sublinha Elio Ribori. Há estudos que mostram que os vegetarianos nos EUA compensam com excessos em açúcares e gorduras!”. Tudo isto é para meditar, nomeadamente no dia 20 de Março, dia internacional sem carne. Fonte: Sciences et Avenir



Aloé Vera » saúde

planta da beleza e da saúde São de destacar as suas propriedades curativas, regeneradoras e nutritivas. Embora existam mais de 200 espécies de Aloé Vera, provavelmente apenas quatro ou cinco possuem propriedades medicinais. TEXTO rita EstÊvão ritaestevao@gmail.com » FOTOs d.r.

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oi Georges Ebers, em 1862, quem fez a primeira descoberta em relação à antiguidade do Aloé Vera num antigo papiro egípcio datado de 3500 a.C. desde então, outros investigadores descobriram a sua utilização pelos antepassados na cultura chinesa e indiana. Esta planta é semelhante a um cacto suculento, mas de facto é um membro da família das liláceas, relacionado com as cebolas, alhos e espargos. Quando amadurecido o conteúdo das folhas, uma mistura do gel interior e da seiva exterior, pode ser recolhido, preservado e engarrafado, produzindo um produto igual ao sumo da planta natural.

os seus componentes O Aloé Vera contém pelo menos 75 componentes conhecidos que podem ser divididos nos seguintes grupos: vitaminas - Contém uma grande variedade, mas as mais importantes são as Vitaminas antioxidantes C e E, e o Betacaroteno, o percursor da Vitamina A. É também uma das poucas plantas no mundo que contém Vitamina B12. Minerais - Inclui magnésio, manganês, zinco, cobre, crómio, cálcio, sódio, potássio e ferro. Amino Ácidos - O corpo humano necessita de 22 aminoácidos, a estrutura base das proteinas e o Aloé Vera fornece 20 deles. Mais importante, fornece sete dos oito aminoácidos essenciais, que não podem ser produzidos pelo organismo e que têm que ser consumidos como alimento. açúcares - Inclui os polissacáridos de cadeia longa que actuam no sistema imunitário, estimulando os seus efeitos. Enzimas - Possui lipases e proteases que dividem os alimentos e ajudam na digestão, bem

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como ascarboxipe-ptidase que está envolvida nos processos inflamatórios. Esteróides vegetais - Os três principais tipos actuam como poderosos agentes antiinflamatórios. saponinas - são substâncias que exercem um potente efeito anti-microbiano contra bactérias, vírus, fungos e leveduras. lenhina - Esta substância da madeira confere ao Aloe Vera a sua capacidade de penetração nas camadas profundas da pele. antraquinonas - As mais importantes são a aloína e o emódio, mas em conjunto são poderosos no alívio da dor e são também conhecidas as suas propriedades anti-bacterianas e anti-virais. Na sua forma pura são potentes laxativos. Ácido salicílico - Este composto semelhante à aspirina é um anti-inflamatório e usado topicamente ajuda na eliminação dos tecidos mortos.

onde actua O Aloé Vera actua fornecendo um cocktail rico em elementos nutritivos, cuja acção e equilíbrio produzem um efeito superior ao que seria esperado pela adição dos componentes individuais. Possui igualmente propriedades de adaptação, ou seja é uma substância que aumenta a resistência não específica de um organismo às influências adversas, tais como infecções ou stress. Pelas suas qualidades nutritivas e propriedades antioxidantes esta planta ajuda, em primeiro lugar, a prevenir as agressões à pele e quando este está danificado, promove a sua cura. Os antioxidantes combatem os “radicais livres” destrutivos, compostos instáveis produzidos pelo nosso metabolismo e encontrados nos poluentes ambientais. A sua natural acção anti-inflamatória e antimicrobiana combinadas com os seus componentes nutritivos, promovem o crescimento celular e portanto a cura.


Segredos dos benefícios da romã

próStAtA e COrAÇÃO

s

egundo as estatísticas, qualquer homem com mais de 50 anos sofre de algum tipo de doença da próstata.A dificuldade em urinar, associada com estes problemas, provoca muita dor.A doença mais temida é o cancro da próstata. Estudos clínicos conduzidos em várias infra-estruturas científicas de todo o mundo indicam que as essências da romã fermentadas podem melhorar a saúde e bem-estar geral e o conforto de vida. Um traço característico do funcionamento inadequado da próstata é um desejo persistente de urinar. Pode ser um sintoma de hipertrofia da próstata. Quando a próstata aumenta, aperta-se em torno do trato urinário, causando dificuldades em urinar. Um teste urológico básico realizado em tais situações, é a análise do nível de PSA - antígeno específico da próstata. Quando o cancro da próstata se desenvolve, o nível de PsA excede 4 ng/mL. Os urologistas são hoje muito cuidadosos em decidir operar de imediato em casos de aumento da próstata.A razão para isto é a impotência, que atinge cerca de 80% dos homens após uma cirurgia da próstata, bem como a incontinência urinária.

trava o avanço do cancro da prÓstata A fim de evitar a impotência e urina descontrolada, os médicos recomendam a chamada terapia adicional, que inclui um tratamento de sumo

fermentado de romã. Muito divulgados são os resultados positivos de pesquisas clínicas com a participação de pacientes com cancro da próstata, os quais despertaram uma nova esperança. O primeiro a descobrir o efeito único da romã no cancro da próstata foi o médico e cientista israelita dr. Efraim Lansky. Em cooperação com várias equipas internacionais de cientistas, provou-se que as essências fermentadas da romã diminuem a proliferação do cancro da próstata em 50 a 90%. Os efeitos mais surpreendentes foram observados numa pesquisa americana realizada em 48 pacientes com cancro da próstata; essa bebida, consumida diariamente, prorrogou em 39 meses o período durante o qual o valor de PsA duplica - quatro vezes mais do que no grupo de controle. Os cientistas também revelaram que o sumo fermentado e concentrado da romã, congelado e seco sob vácuo (também disponível em cápsulas, GranaProstan) suprime o crescimento das altamente agressivas células de cancro da próstata. Na Alemanha, o jornal médico da Associação de Urologistas da Alemanha, reporta os efeitos de contenção dos polifenóis da romã no desenvolvimento do cancro da próstata. O Elixir de romã fermentado contém 30.000 mg/L de polifenóis – as chamadas vitaminas do século 21 – que têm efeitos de contenção do desenvolvimento do cancro da próstata.

saudável para o coração, vasos sanguÍneos e sistema imunitário Os polifenóis da romã actuam como um antioxidante e um anti-inflamatório, e interrompem a progressão do cancro. Num dos estudos recentes (Seeram et al. 2008), verificou-se que o sumo de romã é muito mais eficaz como antioxidante do que o vinho tinto, sumo de baga de sabugueiro, sumo de airela, anteriormente considerados os mais fortes antioxidantes. O sumo de romã tem um poder antioxidante 3 a 4 vezes superior ao do vinho tinto ou chá verde (Gil et al 2000), e o Elixir de romã contendo polifenóis fermentados com microrganismos vivos é 50 a 70 vezes superior. Um estudo descrito no prestigioso ‘Journal of Cardiology’dos EUA também confirma que, após

3 meses do consumo de extrato de romã, o fornecimento de oxigénio ao músculo cardíaco melhorou em 17%. Esta pode ser a chave para melhorar a nossa saúde global.A romã melhora o bem-estar geral, aumenta a vitalidade e potência, tem efeitos positivos sobre as constipações e a nova gripe A/H1N1 (dupla acção antiviral e anti-inflamatória), é bom para a aterosclerose, artrite, diabetes, síndrome pré-menstrual e menopausa relacionadas com ‘alterações de humor’.

testemunhos Martinho M., do Porto, comprou a sua primeira garrafa de Elixir de romã em Agosto, agora, depois de alguns meses de tratamento, sente-se muito bem, sem depressões.Anteriormente, nesta altura do ano, já teria uma gripe, mas, o que é mais importante, os testes indicaram menores níveis de PsA.‘sinto-me com genica’- diz Martinho. Para Rosa T. de Coimbra, o elixir reduziu a fibrilação cardíaca com a qual se tem debatido nos últimos 15 anos. Um livro traduzido do alemão e intitulado ‘romã - o fruto da vida’, de dr. Ludwig M. Jacob, estará brevemente disponível no mercado. Querendo saber mais sobre os efeitos da romã e, querendo comprar o Elixir de romã para mim e meu marido, visitei várias farmácias e ervanárias. Contudo, nem todas ouviram falar acerca da romã. Nisto, um pensamento me ocorreu: O que acontecerá se eu investir o meu dinheiro, mas não ajudar o meu marido? Então, encontrei o Elixir de romã numa farmácia bem fornecida. O farmacêutico explicou que quando a fruta romã é submetida a um processo de fermentação especial adicional, o nível dos seus antioxidantes e efeitos supressores do cancro aumentam, bem como a capacidade de absorção dos ingredientes activos, os polifenóis.Além disso, a romã torna os vasos sanguíneos mais flexíveis e regula a pressão arterial. O Elixir de romã possui um grande poder antioxidante:TEAC 450 mmol/L, que contraria o processo de envelhecimento, por isso é chamado de elixir da juventude.Tem a minha recomendação por causa de todos os depoimentos positivos de pacientes que o utilizam. CATArINA LEMOs

O Elixir de romã 500ml (50 doses) possui 21-vezes mais ingredientes activos que o sumo fresco de romã e corresponde ao sumo e polpa de cerca 50 romãs, sujeitas a fermentação probiótica através de microrganismos vivos, o que aumenta a biodisponibilidade: Polifenóis: 30.000 mg/L = 10 Litros de sumo de romã - Elixir de romã, GranaProstan (cápsulas) e GranaCor (cápsulas) são distribuídos por AsEPsIs, LdA. saúde sem Contra-Indicação Caminho da Lombada, 28-A 9050-284 Funchal | Tel. 927795828 / 964984488 | loja@elixirderoma.com | www.elixirderoma.com PEÇA ENCOMENdA AO sEU FArMACÊUTICO OU EM ErVANÁrIAs


Biológ ico Escolha bio em 3 áreas » saúde

do supermercado

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Um produto com logótipo biológico indica-lhe que, pelo menos 95% dos ingredientes, foram produzidos segundo o modo de produção biológica e que obedece às regras de agricultura biológica. TEXTO d.r. » FOTOs d.r.

C

ErEais Os cereais BIO estão isentos de adubos químicos, substâncias que prejudicam a saúde dos consumidores e o meio ambiente.

Frutas, Frutos secos e legumes Em dezembro de 2007, a deco Proteste detectou aflatoxina B1 (a micotoxina mais tóxica, sendo cancerígena) em algumas das 10 amostras de pistácio analisadas, embora dentro dos limites impostos pela lei. Em Janeiro do mesmo ano, a mesma revista publicou ter encontrado nos

morangos “resíduos de um pesticida com o dobro do respectivo limite máximo permitido por lei”. . . . . . . . . .......................................................

Estudo recente da universidade inglesa de newcastle, os frutos e legumes da Agricultura biológica contêm mais 40% de antioxidantes do que os de agricultura convencional . . . . . . . . .......................................................

Por outro lado, no que respeita aos produtos de agricultura biológica, são muitos os estudos que apontam serem mais ricos em

antioxidantes (importantes na prevenção de doenças, como o cancro). segundo um estudo recente da Universidade inglesa de Newcastle, os frutos e legumes da Agricultura Biológica contêm mais 40% de antioxidantes do que os de agricultura convencional. Para além de vitaminas e minerais: investigadores da Universidade de rutgers, EUA, concluíram que a quantidade de ferro nos espinafres biológicos era 97% superior que nos convencionais.

cosmÉticos Muitos dos cosméticos e produtos de higiene corporal que compramos têm parabenos e ftalatos (perturbadores endócrinos), perfumes sintéticos (alergénios) e derivados de formaldeído (cancerígenos). A alternativa é…biológica.


» saúde

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Resverat rol melhor! Quanto mais

O resveratrol é um polifenol que se encontra no vinho. O especialista norteamericano Jose Antonio* acredita que, para além de mais alegres, contribui para que sejamos mais saudáveis.

TEXTO d.r. » FOTOs d.r.

O

chamado “paradoxo francês” refere-se ao facto de as pessoas em França terem baixos índices de doenças do coração, apesar de exagerarem nas gorduras ou fumarem como chaminés. Acredite ou não, o fenómeno foi pela primeira vez notado em 1819 pelo médico irlandês samuel Black. Por exemplo, o francês médio consome 108 gramas por dia de gordura animal em 2002, enquanto o americano consome 72. Os franceses comem quatro vezes mais manteiga, 60 % mais queijo e quase três vezes mais carne de porco.

o segredo está… no vinho! Então o que explica este bizarro paradoxo de comer muita gordura e ter uma boa saúde cardiovascular, e talvez até melhores índices globais de saúde? Meus amigos… é o vinho. Especificamente, o ingrediente activo no vinho tinto chamado resveratrol. Este impressionante ingrediente encontrase nas uvas. Aliás, o vinho tinto é bem conhecido pelos seus efeitos na longevidade das bactérias, dos vermes, das moscas. É um princípio: os cientistas estão sempre a estudar estes organismos “simples” antes de avançar para a espécie hominídea mais complicada (isto é, nós).

anti-cancro O vinho tinto também tem revela do efeitos anticancerígenos e anti-inflamatórios. Mais importante ainda, este ingrediente pode . . . . . . . . . ......................................................

resveratrol e transresveratrol são fitoestrogénios potentes, presentes na pele das uvas, de outros alimentos à base de plantas e no vinho. Como deve saber, os fitoestrogénios são componentes nãoesteróides, de origem vegetal, que são funcional e estruturalmente semelhantes aos estrogénios esteróides, como o estradiol, produzido pela mulher . . . . . . . . . ......................................................

ter efeitos significativos na saúde feminina. resveratrol e transresveratrol (a versão ‘trans’ tem uma estrutura molecular diferente) são

fitoestrogénios potentes, presentes na pele das uvas, de outros alimentos à base de plantas e no vinho. Como deve saber, os fitoestrogénios são componentes não-esteróides, de origem vegetal, que são funcional e estruturalmente semelhantes aos estrogénios esteróides, como o estradiol, produzido pela mulher. As hormonas geralmente usadas na terapia hormonal de substituição podem causar efeitos adversos graves, incluindo AVC, problemas na vesícula biliar e outras complicações como cancro do útero, endométrio e da mama.

um copo por dia recomenda-se um copo de vinho tinto por dia para todos aqueles que querem melhorar saúde e bem-estar.

resveratrol o QuE É? Quimicamente, é um fitoalecino polifenólico. Encontra-se na pele das uvas pretas e no vinho tinto. coMo actua? O resveratrol mostrou ter inúmeros benefícios. É anticancerígeno, antienvelhecimento, antiinflamatório e protege a saúde cardiovascular. *Autor norte-americano com 13 livros publicados, especialista em Metabolismo e Endocrinologia, Fisiologia do Exercício; CEO da International Society of Sports Nutrition

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» saúde

preparar legumes

A mElhOr mAnEirA dE Tão importante como a quantidade dos legumes que comemos é a forma como os cozinhamos, porque disso depende muitas vezes que nos forneçam muito ou pouco alimento. TEXTO laura Kohan » FOTOs d.r.

Q

uando chega o Verão, a muitos de nós apetece-nos incluir mais alimentos crus na dieta, por isso os pesados guisados transformam-se em frescas saladas, algo perfeito para esses meses de calor, quando as digestões se fazem mais lentamente e perdemos mais

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micro nutrientes através do suor que no resto do ano. Mas para recuperarmos desta perda de vitaminas e de minerais, nem sempre é necessário aumentar o número de porções de fruta e legumes, na realidade trata-se de aprender a cozinhá-los de forma a que multipliquem os seus benefícios e a assimilação dos seus componentes através do nosso organismo. Contrariamente ao que muitos pensam,

não é certo que qualquer legume cru seja sempre melhor. Um exemplo está nos tomates vermelhos, um dos alimentos com maiores fontes de licopeno. se os fritarmos ligeiramente, multiplicamos por 10 a presença deste pigmento saudável vegetal. Isto deve-se ao licopeno ser solúvel em gordura e o organismo assimilá-lo melhor quando lhe aplicamos um pouco de calor e óleo. Apesar de ser verdade que ao processá-lo,


perdemos grande parte do seu conteúdo em vitamina C. Por esta razão, para compensar a perda de vitaminas hidrosolúveis, é preciso consumir alguma variedade de frutas por dia. Também é muito importante saber como cozinhar cada um dos legumes da estação. Assim, não nos servirá de muito que nos preocupemos por chegar às cinco porções diárias de fruta e legumes recomendadas se um cozinhado errado destruir grande parte dos benefícios.

a manipulação correcta Para começar deve evitar-se deixar os legumes muito tempo de molho, sobretudo se já os descascámos e cortámos. Para os lavar, o melhor é um recipiente com água fria e esfregá-los bem para eliminar qualquer resto de produto químico. Como recomendação geral, deveríamos acostumar-nos a cozinhar os legumes ........... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

deve evitar-se deixar os legumes muito tempo de molho, sobretudo se já os descascámos e cortámos. para os lavar, o melhor é um recipiente com água fria e esfregá-los bem para eliminar qualquer resto de produto químico

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sem os descascar e cortando-os o menos possível, já que quanto menos superfície estiver em contacto com o ar ou a água, menos perda de vitaminas e minerais sofre. Também é importante que nas preparações que o permitam, tapemos bem o tacho para evitar que escapem pelo vapor parte dos valiosos nutrientes. E, logicamente, devemos sempre cozinhar os legumes o mais próximo possível da hora da refeição, pois o calor residual da cozedura ou aquecê-los outra vez actuam como um tempo extra do cozinhado, o que não lhes faz bem. Um dos legumes que melhor fica cozinhado é a cenoura, já que o nosso organismo assimila melhor o seu valioso caroteno quando a cozemos um pouco. E se temos problemas de tiróide, há algumas crucíferas como os brócolos que também ganham em ser cozinhadas, pois desse modo neutraliza-se um seu anti-nutriente chamado “goitrogeno” que reduz os níveis da hormona tiroideia.

Puré gelado de courgete na grelha Quando cozinhamos rapidamente as courgetes, preservamos o seu grande teor de vitamina C e potenciamos o seu sabor. PARA 4 PESSOAS • 2 courgetes médias • 1,5 l de caldo de legumes suave • 20 g de quinoa • 125 ml de iogurte natural bio • Sumo de meio limão • Uma pitada de noz-moscada • Meia colher de café de pimenta negra moída • 2 colheres de menta fresca picada • 2 colheres de pevides de abóbora peladas e tostadas • 4 colheres de azeite • 16 folhas de alface PREPARAÇÃO Coze-se a quinoa no caldo dos legumes até que fique macia e deixamos arrefecer. Cortamos a courgete em rodelas longitudinais grossas sem pelar, salgamola e passamo-la meio minuto pela grelha muito quente. Quando a courgete ficar fria juntamos ao caldo com o sumo de limão, o iogurte, a noz-moscada, a pimenta e o cominho. Batemos tudo e decoramos com uma mistura de menta fresca picada e pevides tostadas de abóbora picadas. Servimos sobre a alface com um pouco de óleo.

Salada de espinafres com tomate Com esta salada aproveitamos o potencial do tomate cozinhando-o e também dos espinafres e pimentos porque são mais nutritivos crus. PARA 4 PESSOAS • 500 g de folhas macias de espinafre • 5 tomates maduros • 1 pimento verde • 50 g de rebentos de rábano • Uma cebola pequena • Um limão • Uma folha de louro • 2 colheres de gomásio • 2 colheres de vinagre balsâmico • 2 colheres de suco de agave • Azeite virgem PREPARAÇÃO Picamos a cebola muito fina e o tomate em pequenos cubos. Juntamos a cebola e juntamos o tomate, o agave, o vinagre e o louro. Deixamos em lume alto mexendo e quando começar a caramelizar retiramos do fogo. Misturamos os espinafres com o sumo de limão e o gomásio e pomos nos pratos. Pomos à volta os rebentos de rábano e salpicamos com o pimento verde cortado fino. Fazemos um buraco no centro do prato e pomos o tomate.

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» saúde

um mÉtodo para cada ingrediente Os legumes são dos alimentos com maior valor nutritivo, mas isto pode manter-se ou perder-se dependendo de como são preparados. Papillote: Ocupa o primeiro lugar entre as cinco melhores formas de preparar os legumes já que por não juntar água aos legumes e deixá-los cozinhar nos seus próprios sucos quase não perdem propriedades. Além disso, este sistema permite-nos cortar os legumes em pedaços pequenos e vai concentrar de forma única todos os sabores. A chave é meter estas bolsinhas de legumes num forno já muito quente e não as deixar mais de 10 a 15 minutos. Cozinha ao vapor: É o método mais rápido e um dos mais saudáveis, mas para o fazer há que usar correctamente a água, não deixar os legumes mais de 10 minutos ao lume e não destapar até servir. É sempre melhor cozinhar pedaços grandes, excepto quando se trata de legumes mais duros como a batata, o nabo ou a abóbora. Wok: Este sistema oriental é melhor do que a grelha porque além do que cozinhar muito rapidamente os legumes numa superfície muito quente, o facto de os mexer sem parar faz com que lhes fechemos os poros, o que evita a perda de nutrientes. É particularmente adaptado à curgete e à beringela, porque pela sua textura esponjosa, quando os cozinhamos ou fritamos muito perdem o sabor ou absorvem demasiadas gorduras. Cozedura no forno: É um bom método para os tubérculos. E os bolbos comestíveis como a cebola, o alho francês ou o alho, e também para os legumes mais secos como a cenoura. Uma das vantagens deste método é que, especialmente nas verduras mais ricas em açúcar, conseguimos um caramelizado suave que potencia o sabor. Contudo, costuma secar muito os alimentos e facilitar a perda de micro nutrientes. Fervura: depois do frito, é o método de cozedura mais agressivo. Para minimizar a perda de propriedades, devemos pôr só a água necessária. Também é recomendável reservar esta água tão rica em nutrientes para fazer sopas, molhos ou guisados. Em geral, deveríamos evitar ferver crucíferas como o repolho ou a couve-flor, os brócolos ou as couves de Bruxelas, já que se sabe que a perda de flavonóides e substâncias anti-cancerígenas pode chegar

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Papillote estival de pequenos legumes e lentilhas verdes PARA 4 PESSOAS • 20 feijões verdes • 2 cenouras • 1 beterraba • 200 g de lentilhas • 1 colher de sultanas • 2 colheres de salsa picada • Meia colher de chá de gengibre ralado • Shoyu • 4 colheres de óleo de sésamo PREPARAÇÃO Cozemos as lentilhas até ficarem macias e escorremo-las. Uma vez frias, temperamo-las com shoyu e gengibre fresco. Descascamos a beterraba e as cenouras e cortamos em palitos, assim como os feijões verdes e misturamo-las com os outros legumes, a salsa, as passas e o óleo de sésamo. Cortamos 4 quadrados grandes de papel vegetal e pomos no centro de cada um as lentilhas e em cima a mistura de legumes. Dobramos as margens do papel até abaixo, metemos no forno pré-aquecido ao máximo durante 10 minutos, retiramos e deixamos repousar 5 minutos.

até aos 90%. Em geral, a água, a não ser que a bebamos depois, não é a melhor amiga dos legumes quanto a manter as propriedades deles.

o Que nos diz a ciência O Journal of Food science publicou em Abril de 2009 um estudo do Institute of Food Technologists sobre os melhores . . . . . . .........................................................

um dos legumes que melhor fica cozinhado é a cenoura, já que o nosso organismo assimila melhor o seu valioso caroteno quando a cozemos um pouco

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métodos para cozinhar mantendo os níveis de antioxidantes dos ingredientes. Os resultados foram surpreendentes, porque se descobriu, por exemplo, que muitos legumes retêm melhor as suas qualidades quando são cozinhados 2 minutos no microondas ou quando passados rapida-

mente por uma chapa de metal sem óleo. A conclusões parecidas chegaram investigações da Universidade Complutence de Madrid e da Universidade de Múrcia. Para o estudo submeteram 20 legumes às seis formas básicas de cozinhar. Entre outras curiosidades, observou-se que a alcachofra é o único vegetal que contém todas as suas propriedades intactas seja qual for o método usado. Também o feijão verde, a beterraba ou o alho não foram muito afectados. Os que perderam grande quantidade de nutrientes ao serem fervidos foram a couve-flor as ervilhas e as courgetes. Estes últimos também foram muito prejudicados com a fritura. Pelo contrário, cozinhando o feijão verde, o aipo ou as cenouras, aumentou-se-lhes significativamente os níveis de antioxidantes. Por fim, outra investigação publicada no British Journal of Nutrition também confirma que para conservar as vitaminas hidrosolúveis de certos legumes, como os brócolos, nada melhor do que o polémico microondas, já que com este sistema preservamos 90% de vitamina C, relativamente aos 60% da cozedura ao vapor. Fonte: Integral



» saúde

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Cont ra a flacidez,

hidratar, hidratar Texto carlos durana » Fotos D.R.

A

ntes de pensarmos em combater a flacidez da pele, deveríamos preveni-la, tanto com cuidados externos, como internos. Comece por fazer uma alimentação cuidada, bebendo bastantes líquidos não alcoólicos (para hidratar), comendo fruta (quivi, cenoura, maracujá e citrinos) e legumes variados.

Tenha cuidado com o tabaco, pois afecta a oxigenação da pele (a nicotina é um potente vasoconstritor), diminui a produção de fibroblastos, que por sua vez, produzem colagénio e elastina, elementos fundamentais para a manutenção da textura da pele. O fotoenvelhecimento da pele é provocado pelo sol, vento, água e poluição. Cuidado com os solários. Quanto aos cuidados internos, para além dos conselhos alimentares, devemos tomar antioxidantes.

No que respeita a plantas benéficas no combate à flacidez, recomendo a gilbardeira (tonifica os tecidos), a bétula (limpa as impurezas da pele) e a bodelha (ajuda a reduzir o volume do tecido adiposo). Faça ainda exercício regularmente.

Carlos Durana Médico de clínica geral, especialista em fitoterapia, homeopatia e mesoterapia.


Calatonia » saúde

para viver mais plenamente Tocar o paciente com a leveza de uma borboleta, ou como se os dedos do terapeuta quisessem segurar uma bolha de sabão. Assim é o toque na Calatonia®, uma técnica de trabalho corporal e um método em psicoterapia que usa uma sutileza que nenhuma outra técnica utilizou até hoje. Por seus resultados, esse método tem atraído a atenção de médicos, fisioterapeutas, massagistas, fonoaudiólogos e educadores.

TEXTO anita riBEiro-Blanchard » FOTOs d.r.

E

ssa leveza tem várias razões específicas, entre elas a intenção de impressionar apenas a pele, e não os músculos ou ossos subjacentes à superfície do corpo. dr Petho sándor, médico húngaro criador desse método, entendia que a pele poderia ser considerada como “um sistema nervoso virado para fora”, já que na sua estrutura a epiderme e o sistema nervoso fazem parte do ectoderma na fase embrionária do desenvolvimento humano. E na sua função, a pele provem informação sobre o mundo que nos rodeia, como um radar, para nos orientar no constante ajuste às mudanças no ambiente. Assim, através da pele “apreendemos” o mundo, desde o nascimento até a velhice, quando sentimos frio, calor, peso, contacto, aconchego, arrepios, atrito, secura, humidade, cócegas, etc. Esses primeiros contactos e sensações da pele (a audição, paladar e visão desenvolvem-se mais lentamente no bebé) estabelecem relações de prazer, dor, separação, acolhida e uma vasta mémoria sensorial que tem um estado emocional ligado a ela. O toque da mãe que nutre o seu bebé estabelece uma memória que vincula o contacto físico, amor e nutrição, cujo resultado é uma saciedade física e emocional – um equilíbrio fisio-psíquico. Portanto, um toque suave que actua primariamente através da superfície da pele induz não somente a um contacto imediato com o sistema

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nervoso, mas propicia também um delicado acolhimento que estimula a nossa experiência sensorial, emocional e avaliativa com o mundo e com os relacionamentos. Esse método diminui a possibilidade de uma resposta defensiva por parte do paciente, pois o toque é pacífico, não invade o corpo, e não causa pressão ou desconforto físicos. Ao ser tocada com delicadeza e respeito, a pessoa sente-se bastante amparada e a sua capacidade de criar vinculos saudáveis ganha um novo referencial a partir desse contacto bi-pessoal com o terapeuta. E ao falar em pressão, essa é outra razão para usarmos leveza no toque. A nossa condição humana é limitada pela existência dentro de um espaço condicionado pela lei da gravidade. A gravidade mantém-nos situados neste mundo, porém, ela torna-nos “pesados” e distantes da nossa “leveza original”, incapazes de “vivenciar” no quotidiano a leveza do ser na sua dimensão mais espiritual. Por outro lado, a escolha dos pés para a sequência do toques da Calatonia honra o momento presente, a realidade do caminho, e a história de nossas vidas. Nas palavras de uma participante do curso básico de Calatonia, “A Calatonia é um trabalho delicado, porém muito profundo. Eu tive mudanças radicais nas primeiras vezes que me submeti às sessões desse trabalho. Passei por uma reestruturação na minha maneira de ver e estar no mundo, a qual foi substanciada por uma série de sonhos no espaço de cinco dias. Numa sequência de sonhos, primeiro eu estava em uma casa feia e velha, em outro, já aparecia a limpar a minha casa, depois a remodelar a minha

casa, em seguida fazendo um jardim lindo para a minha casa e finalmente a mudar de casa. Para mim os toques subtis permitem o luminoso entrar na minha vida” Esse método foi idealizado por Pethö sándor (1916-1992), que chegou ao Brasil em 1949, onde se registrou como psicólogo especializado em psicodinâmica e Jung. durante a segunda Guerra Mundial, ele desenvolveu uma forma simples de apaziguar as dores dos feridos e amputados que atendia como médico nos campos de refugiados na Europa. Para proporcionar esse relaxamento, sándor aplicava toques suaves em pontos do corpo do paciente. A sequência mais conhecida é a Calatonia, uma série de nove toques que o profissional realiza na área dos pés (ou alternativamente nas mãos): em cada um dos artelhos, em dois pontos da sola, calcanhares, tornozelos e no início da panturrilha, sendo finalizada com um toque na nuca. A duração é de três minutos em cada um dos pontos citados. Posteriormente, sándor criou sequências variadas para outras áreas do corpo, como coluna vertebral, articulações, tórax, rosto e cabeça, e chamou essas sequências de “Toques subtis”. As sequências dos toques dão-se em pontos do corpo que são ricos em terminações nervosas, que interrompem com suavidade o estado de stress ou tensão em que o sistema nervoso do paciente se encontra, permitindo que o organismo encontre um novo equilíbrio, mais harmonioso, a partir desse estímulo


inusitado. O sistema nervoso não tem registo de toques tão suaves, por isso é sofre um impacto profundo devido a essa “novidade”, que “abre” o sistema nervoso para um novo ajuste existencial. Os toques da Calatonia não têm nada a ver com reflexologia, em que cada ponto reflexo está associado a um órgão do corpo. Tão pouco, se assemelha à acupuntura ou ao shiatsu: a primeira trabalha com agulhas e o segundo faz uma espécie de compressão dos dedos com o objetivo de distencionar. A bilateralidade e a monotonia dos toques subtis parecem ter sido ainda os aspectos mais inovadores nesse método pioneiro criado por Sándor. Actualmente, existem muitos estudos feitos sobre o poder da estimulação bilateral do corpo, como foi proposto no EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing), pois o toque bilateral acciona o funcionamento dos dois hemisférios cerebrais simultaneamente. A importância da activação dos dois hemisférios simultaneamente já era mencionada por Sándor, que nos alertava para o reprocessamento de eventos traumáticos que ocorria durante a Calatonia. Segundo ele, a Calatonia permitia um fluxo mais desimpedido de estímulos através do corpo caloso, a estrutura cerebral que liga os dois hemisférios do cérebro, levando o indivíduo a um melhor entrosamento entre suas funções intuitiva-artísticas e lógico-conceituais. A Calatonia é feita em silêncio, para prover um espaço e um tempo internos para a autoobservação e contemplação. Os estímulos

tácteis são feitos em silêncio, de maneira simples e suave. Sándor costumava alertar-nos com muito bom humor contra o excesso de estimulação durante a Calatonia. Ele assim dizia, “Por favor, não misturem a Calatonia com incenso e arroz integral”, com o que queria enfatizar a importância de respeitar a experiência única de cada indivíduo, que deve acontecer internamente e induzida apenas pelo toque. Portanto, é . . . . . . . . . ......................................................

Calatonia e Toques Sutis produzem resultados muito positivos para as mais variadas condições, tais como depressão, ansiedade, fibromialgia, compulsões, insônia, etc

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importante que o ambiente oferecido seja neutro para permitir que esse processo emerja sem obstáculos. O relato de uma ex-aluna, que recebe e pratica Calatonia há mais de três anos, ilustra esse facto: “A Calatonia é um momento íntimo com o meu ser. No silêncio dela, eu encontro-me.” O método criado por Sándor é ensinado no núcleo “O corpo na Psicologia”, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, no curso de graduação em psicologia clínica, e como curso

de pós-graduação no Sedes Sapientiae em São Paulo, aberto para profissionais de várias áreas da saúde e educação, e ainda também como parte integrante do curso de especialização em “Jung e Corpo”. Um grupo de ex-alunos que continua a divulgar o trabalho de Sándor, deu continuidade ao “Centro de Integração e Desenvolvimento” em São Paulo, para o estudo e ensino desse método que integra o corpo com a psicologia de Jung. Existe uma extensa bibliografia no Brasil sobre a Calatonia, e dois boletins publicados regularmente, “Hermes”, e “Jung e Corpo”. Apesar de não prometer resultados, ao serem usados como parte de um processo de reorganização em longo termo, a Calatonia e Toques Subtis produzem resultados muito positivos para as mais variadas condições, tais como depressão, ansiedade, fibromialgia, compulsões, insónia, dores, etc. Além de proporcionar alívio e bem-estar, o maior objectivo da Calatonia é o de permitir que o indivíduo aprofunde o conhecimento sobre si mesmo. Isso possibilita expressar as suas potencialidades individuais e, assim, melhorar a sua qualidade de vida e o relacionamento consigo e com o mundo. A Associação Luso-Brasileira de Ayurvédica vai promover uma formação em Calatonia em Lisboa de 5 a 7 de Junho. Para mais informações: www.ayurvedica.org, 212 467 740 e 960 448 999

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Sistema imunitário » saúde

Esteja sempre preparado para o combate

Texto Carlos Durana* » Fotos D.R.

N

o que respeita à prevenção do nosso organismo, é fundamental manter um sistema imunitário forte. A par dos cuidados de higiene, uma alimentação variada, suplementos adequados, exercício físico regular, um meio ambiente saudável e uma atitude mental positiva, são fundamentais para que o sistema o sistema imunitário seja competente. No que respeita à alimentação, é importante o consumo diário de frutas e hortaliças frescas, nozes, leguminosas e alimentos ricos em fibra. Devem evitar-se produtos de origem animal, nomeadamente carne, açúcares e refrigerantes. Existem vários nutrientes (vitaminas, minerais, enzimas, oligoelementos) essenciais ao bom funcionamento do sistema imunológico humano: - Vitamina A é uma vitamina anti-infecção - nos alimentos, têm destaque os beta-carotenos, como por exemplo a cenoura; - Vitamina C com bioflavonóides: essencial para a formação dos linfócitos, com efeito directo sobre as bactérias e vírus; - Vitamina E: antioxidante básico que actua sobre os radicais livres, faz parte integrante do sistema de defesas do organismo; - KELP: alga que possui substâncias específicas para a integridade do sistema imunitário; - Acidophilus: probióticos que repõem as bactérias a nível intestinal; - Coenzima Q-10: aumenta a resistência do organismo às infecções; L-lisina, L-cisteína, L-metionina, L-ornitina: combatem os radicais-livres e vírus; Complexo B e ácido fólico: potenciam os aminoácidos; - Selénio: poderoso anti-radicais livres; - Zinco quelado e cobre: fortalecem o sistema imunitário. Não esquecer: é muito importante a supervisão médica! * Médico de clínica geral, especialista em fitoterapia, homeopatia e mesoterapia.

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» puBLiRepoRTaGem

ASSOCiAÇÃO EurOpEiA

A associação é uma entidade sem fins lucrativos, com registo no diário da república, e dedica-se á divulgação das terapias e filosofias orientais em Portugal e interage com diversas entidades, publicas ou privadas nas áreas do seu objecto social (Yoga, Yogaterapia, Meditação, Medicina Ayurveda, Medicina Chinesa e outras terapias ou correntes filosóficas do Oriente que contribuam para a paz e o bem estar físico, mental, espiritual). A associação conta com diversos terapeutas, professores e formadores, cada um ensinando na sua área de especialização (alguns exemplos: curso de yogaterapeuta e professor de yoga, curso de ayurveda, filosofia do oriente, anatomia, massagem tailandesa, reiki e muitos outros). Em alguns cursos, devido á comple-

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xidade das matérias envolvidas, participam vários formadores, como por exemplo o curso de Professores de Yoga e Yogaterapeuta, em que participam seis professores. recentemente a associação mudou de sede, para a rua António Pedro em Lisboa, junto ao metro dos Anjos. O espaço é composto por duas salas grandes de aulas com pavimento adequado à prática e portas de madeira e vidro duplo, ar condicionado, 2 balneários com cacifos individuais e banhos quentes, um gabinete para consultas e terapias individuais, estacionamento subterrâneo. È um espaço novo com 170m2 para proporcionar à população de Lisboa o melhor do yoga, meditação e das diversas terapias.

Introduzimos recentemente em Portugal o hot yoga (sala aquecida a 34 graus) e o yoga facial. Estamos a concluir o projecto para a apresentação de novo método de tratamento de algumas patologias, único em Portugal juntando a yogaterapia á medicina chinesa. Estas duas técnicas milenares permitem resultados mais rápidos em certas doenças. realizamos anualmente cursos de meditação em Lisboa, Portimão e Funchal. O nosso objectivo, tal qual o nosso objecto social, é também formar terapeutas e professores de elevada qualidade técnica e deontológica. Entre as diversas actividades oferecidas aos associados temos as de grupo: yoga( hot, hatha, sivananda, anusara, vinyasa), meditação omkar dhyana, dança oriental. As sessões individuais


dE tErApiAS OriEntAiS

consistem em yogaterapia, medicina Indiana e medicina Chinesa. Mais de duzentos alunos já estudaram yoga e meditação com a associação. de 2 a 27 de Agosto de 2010 organizamos uma formação única em Portugal, o curso intensivo de Instrutores de Yoga, com 4 professores (dr. Paulo Hayes – Mestre em Yoga , drª Maria Fernandes – docente universitária de filosofia oriental, Mestre M.Morgado – docente de anatomia humana, drªJoana Gomes – Professora de Yoga e drª Isabel Janela – Professora de Yoga). O curso é em regime residencial e inclui refeições, estadia, formação, manual e certificado, para os alunos que concluírem o exame final com sucesso. No final deste curso os formandos estão aptos a desempenhar a profissão de embaixadores da Paz: dar aulas para grupos, ou individuais, a adultos, crianças, grávidas, idosos. O programa do curso está disponível via email e serão formados apenas 40 formandos em 2010. Para mais informações: info@terapiasorientais.org.pt ou 213 149 681

www.terapiasorientais.org.pt NATURAL 37


Equinácea » saúde

Anti-inflamatória e anti-bacteriana. Senhoras e senhoras, apresentamos-lhe a equinácea. Texto Carlos Durana* » Fotos D.R.

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sta planta distingue-se pela cor púrpura e pelas suas pétalas em tons cor-de-rosa. A parte mais utilizada é a raiz, apesar de também se poder utilizar toda a planta. Tem propriedades anti-virais e estimulantes do sistema imunitário. Sem efeitos secundários, o seu extracto tornou-se indicado na profilaxia e tratamento complementar de infecções respiratórias, gripes e resfriados. É anti-inflamatória e ajuda a impedir a progressão das infecções. Constipações e gripes - A equinácea é extremamente eficaz no início da constipação. Usada já depois do aparecimento dos sintomas perde eficácia. Infecções uterinas - Faz com que as células doentes regressem ao normal. Estreptococos da garganta - O contacto directo com o tecido da garganta, através de uma tintura de equinácea pode ser remédio para infecções, irritações ou inchaços na garganta. Em muitos casos funciona em apenas 24 horas; bastam 30 gotas e deixar escorrer pela área afectada. Ferimentos externos e úlceras varicosas Útil para acne juvenil e herpes labial. Picadas e mordeduras venenosas Quando aplicada em picadas e mordeduras venenosas, desde abelhas a escorpiões, a equinácea regenera e desinfecta os tecidos.

CONTRA-INDICAÇÕES A equinácea está contra-indicada em algumas doenças auto-imunes, , já que a sua acção pode estimular os sintomas destas afecções.

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» saúde

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dores nas cost as! Acabe com as

Jovens e não tão jovens, desportistas ou não, as dores nas costas podem atingir qualquer um. Estas dores, que são na maior parte das vezes difíceis de suportar, merecem sem dúvida ser tratadas. TEXTO paulinE rosiEr » FOTOs d.r.

U

ma boa alimentação é precisa para não ter carências, que sensibilizam o dorso, e beber bastante água é também um bom meio de conservar a saúde. Conserve-se em boa forma física mantendo-se activo. Agir de forma a não provocar dores nas costas é a solução!

Qual É a posição para dormir? dormir de barriga para baixo não é bom para as costas. É essencial ter uma almofada suficientemente alta para respeitar, quando se está de costas, a curvatura cervical, e quando se está de lado a curva formada pelo ombro. O mais importante é conservar a coluna vertebral bem direita! dormir de barriga para baixo, nem pensar! A melhor posição continua a ser de costas, a cabeça direita, os braços ao longo do corpo com as pernas ligeiramente afastadas.

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» saúde Algumas posições ideais para a vida diária… Trabalhar em pé: quando tem que efectuar tarefas em pé (lavar a loiça, cozinhar…), assegure-se de que o plano em que trabalha está à altura das ancas. Para evitar curvar as costas, faça um passo à frente e dobre a perna. Levantar um peso do chão: dobre os joelhos, aproxime o objecto o mais possível do seu corpo e levante-se desdobrando as pernas. Faça com que o peso esteja igualmente repartido e levante-o com as duas mãos. No carro: Mova o assento e aproxime-o suficientemente do volante. Os joelhos e os cotovelos devem estar ligeiramente dobrados. Se está encostado ou pelo contrário demasiado longe do volante, com certeza que as costas vão sofrer. ...............................................................

O colchão está na base da boa saúde das costas. Passa-se em média 7 horas a dormir por noite, quase sem se mexer. O colchão deve ser adaptado à morfologia de cada um e responder às suas necessidades ............................................................... Piscar de olho: A posturologia dirige-se às pessoas que apresentam defeitos na sua postura. Uma vez que a posição sentada é observada, as anomalias ao nível das curvaturas lombares, dorsais e cervicais da coluna vertebral são corrigidas.

Que tipo de artigos de cama devem ser privilegiados? O colchão está na base da boa saúde das costas. Passa-se em média 7 horas a dormir por noite, quase sem se mexer. O colchão deve ser adaptado à morfologia de cada um e responder às suas necessidades. Em mau estado ou se está mal adaptado, o colchão pode piorar as dores dorsais. Peça conselho ao profissional de saúde se já tem problemas de costas. Ele lhe indicará o tipo de colchão que lhe convém. Os principais critérios de selecção: Uma boa associação artigos de cama – colchão, combinações para aproveitar ao máximo os benefícios que pode retirar da cama. Por exemplo, para obter uma manutenção suave das costas, prefira um

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colchão e artigos de cama de molas. Para uma manutenção mais firme, um colchão de espuma associado a um estrado de faixas, seria o ideal. A firmeza do colchão não depende dos seus gostos, mas em muito do gosto das suas costas. Ergonómico, mole, firme, muito firme, a escolha é grande, mas as desvantagens são também muitas. Um colchão demasiado mole não é bom para as costas, o corpo afunda-se no colchão e a coluna vertebral não fica alinhada. Um colchão demasiado duro força a uma posição não natural, provocando sobrecarga e pontos de compressão. O ideal é testar o seu colchão! O tipo de artigos de cama está na base do seu bem-estar nocturno, devendo portanto assegurar-se que o seu estrado apoia firmemente os ombros, o tórax, a bacia e as nádegas, enquanto a cabeça e as lombares devem estar apoiadas mais suavemente. Debruce-se sobre os materiais e tecnologias disponíveis quando tiver que escolher, todas sendo fiáveis mas tudo dependendo das vossas expectativas! Aconselha-se a troca de colchão em cada 10 anos, experimente os artigos antes da compra, isso vai evitar com certeza más surpresas. Repouse sobre as costas dandolhes uma cama de qualidade!

Para quais medicinas não convencionais se virar contra as dores nas costas? A osteopatia usa técnicas manuais que incluem manipulações rotativas da coluna vertebral e dos tecidos moles que a envolvem. Basta por exemplo uma sessão para resolver dores nos rins mas várias sessões para males dorsais crónicos. A Quiroprática permite antes do mais encontrar a origem das dores de costas. Se a causa é mecânica, o quiroprático efectua manipulações para restabelecer a mobilidade e o bom funcionamento das articulações intervertebrais. A Acupunctura é usada muito frequentemente como primeira opção quando a dor nas costas é muito forte. Trata eficazmente as tensões, contracções musculares, e assim a manipulação vertebral é menos penosa. O termalismo trata as dores nas costas com cura termal. Numerosas estações termais propõem curas adaptadas às necessidades de saúde do paciente. Pode tratar as suas dores graças aos benefícios das águas termais. Fonte: Santé Naturelle


» sociedade

maitreyi Amma,

uma Grande Alma visita lisboa Muitos de nós podem sentir a preocupação em relação ao estado do Planeta e ao mesmo tempo ter uma aspiração por uma vida mais bela, por mais fraternidade e amor. FOTOs d.r.

E

ssa aspiração, diz Maitreyi Amma, vem da vossa alma. É ela que vos empurra para a procura espiritual. Esta busca vai conduzirvos a muitas descobertas e uma maior compreensão.Talvez a uma nova forma de se cuidarem, de se alimentarem, praticar yoga ou diferentes meios que vos farão progredir. E depois, a determinado momento, sentem que a vossa alma deseja ainda mais, que ela deseja o encontro com um ser que vos poderá dar uma ajuda decisiva no caminho de uma consciência mais elevada e de uma vida verdadeiramente cheia de luz. Essa grande alma existe, e se tiverem uma verdadeira aspiração, os vossos caminhos vão cruzar-se. Ao vê-la vão sentir qualquer coisa de especial, a que podemos chamar o grito da alma: uma clareza, um élan, um amor, um entusiasmo…». Maitreyi Amma, que estará em Lisboa, no dia 19 de Março, faz parte de um desses seres que irradiam amor e alegria divina. O simples contacto com ela permite a muitos terem uma compreensão decisiva, um maior discernimento, ou ainda sentirem a plenitude da energia divina que os fará despertar e crescer. Maitreyi Amma é uma mestre e uma professora. Ela tem também a particularidade de ser a mensageira de um ser divino encarnado na Índia, sri Tathata. desta forma, Maitreyi Amma é uma ponte entre o Ocidente e o Oriente. Ela irradia ao mesmo tempo a energia da Mãe divina, energia de amor, de coragem, de força, que ela transmite de uma forma intensa, durante os seus darshans, e toda a sabedoria infinita de sri Tathata e da tradição indiana. Com essa sabedoria e a sua grande experiência, Maitreyi Amma, torna claro nos seus ensinamentos a vida concreta do Ocidente.

maitreYi amma, uma grande alma encarnada Maitreyi Amma nasceu na Normandia, em França. Quando nasceu, as pessoas viram uma

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luz dourada que emanava do corpo do bebé. Nascida cega, Maitreyi Amma, tem naturalmente acesso a mundos superiores. Frequentemente, Cristo e a Virgem Maria aparecem-lhe para a guiarem. É uma criança cheia de alegria. Aos 6 anos e meio de idade ela recupera miraculosamente a visão. A conexão com os mundos divinos continua, e a criança tem grandes experiências espirituais. Aos 17 anos, Maitreyi Amma deseja partir para a Índia. Com efeito durante a sua adolescência a sua alma é alimentada, não somente pelo Cristo e a Virgem, mas também por um yogui que a instrui. Maitreyi Amma tem desde sempre a certeza interior

lhe e ajuda-a a compreender que o tempo da sua missão ainda não tinha chegado e que ela precisava de fazer a experiência da vida familiar no Ocidente. Ela casa-se e tem duas filhas. As provas não lhe são dispensadas; ela ultrapassa-as sem se desencorajar. A sua vida espiritual intensa continua em paralelo com a sua vida activa de mãe de família.

de que uma missão elevada a espera, da qual a primeira etapa é a de encontrar um grande sábio na Índia. Mas, a maioridade era naquela altura aos 21 anos e a sua família opunha-se à sua partida. A Virgem aparece-

sri tathata

Índia , terra de sábios Em 1996, as suas filhas tornam-se adultas, Maitreyi Amma pode, por fim, dedicar-se completamente à sua procura e parte para a Índia. Em deli, ela tem uma grande experiência: o divino aparece-lhe na forma de luz, guia-a e pede-lhe para que ela o sirva em Benares. Ela cumpre a sua tarefa durante um ano reconfortando e tomando conta das crianças das margens do Gange. Ela começa a ser reconhecida como uma Mãe em Benares. depois, ela continua a sua procura em várias peregrinações pela Índia e Himalaias, com períodos de retiro numa gruta em rishikes e regresso a França marcados por grandes experiências. simultaneamente, ela encontra muitos grandes mestres indianos. A sua sede de verdade permanece: ela implora então ao divino para que encontre o ser com o qual ela deve realizar a sua missão verdadeira. Um dia, estando cheia de sede, ela entra “ por acaso” numa casa. sri Tathata oferece-lhe então água. Ao primeiro olhar, ela reconhece-o como o ser divino mais puro que existe e também como o yogui que a acompanhou e instruiu durante a sua infância. Este encontro é decisivo. Maitreyi Amma, rapidamente iniciada, torna-se a mensageira de sri Tathata para o mundo.

sri Tathata é um grande sábio de Kerala, no sul da Índia. desde o seu nascimento, na manifestação de diversos sinais, as pessoas mais próximas


reconheceram-no com um ser divino encarnado. A criança interessa-se antes de tudo pelas práticas devocionais, e frequentemente a sua consciência é absorvida pelo divino. Muito jovem, ele começa a praticar exercícios espirituais o que fez durante longos anos. As práticas de yoga conduzem sri Tathata a experiências muito elevadas. depois, chegou o momento no qual a Mãe divina, que sempre o guiou, lhe pede para deixar de fazer esses exercícios. O tempo da sua missão já tinha chegado: revelar aos seres humanos o dharma de um tempo novo para os ajudar a alcançar a sua divindade e restabelecer a harmonia sobre a Terra. sri Tathata dá os seus ensinamentos e inicia todos os que procuram a espiritualidade e que vêem ter com ele, seja atraídos pela vida de yogui, a via do conhecimento, ou da devoção. Ele oferece à humanidade uma prática de pranayana ( respiração) única, que acelera a transformação de todos os constituintes do ser, os dharma sutras, versículos sagrados que renovam a compreensão do dharma, a forma justa de viver, e o dharma Pitha, templo dedicado ao silêncio, onde se manifesta poderosamente a pura energia divina. Maitreyi Amma, desde 2002, não cessa de percorrer o mundo para ensinar, dar o seu darshan e falar de sri Tathata. Por sua graça centenas de Ocidentais foram à Índia receber os ensinamentos e iniciações de sri Tathata. Uma nova etapa foi alcançada em 2007, quando sri Tathata aceitou o convite de Maitreyi Amma de vir à Europa. desde esse ano ele vem todos os verões a diferentes

países europeus, atraindo milhares de pessoas; a sua etapa mais importante é, ano após ano, visitar o centro « Le Jardin de safran » (Lot, sudoeste de França) que Maitreyi Amma fundou em 2007 para o acolher. Em Fevereiro de 2009, sri Tathata conduziu em Kerala, na Índia, um ritual Védico de uma amplitude excepcional. O dharmasuya Mahayoga. Cerca de 500 Ocidentais assistiram e centenas de milhares de Indianos vieram saudar o fogo sagrado. O terceiro dia, um acontecimento espiritual único aconteceu: a descida da energia da supra consciência, que vai elevar a consciência da humanidade e de todos os reinos do planeta. sri Tathata conduzirá outro Mahayaga de grande dimensão, desta vez na Europa, em Abril de 2011. Uma Graça imensa fará descer uma compreensão adequada do caminho de vida a nível individual e a nível colectivo; durante esse acontecimento único, numerosas personalidades de muitos países assistirão.

prÓximos encontros com maitreYi amma e sri tathata. Maitreyi Amma estará em Lisboa no próximo dia 19 de Março, às 19h15 no Prama, para uma conferência intitulada: “do Amor Humano ao Amor divino”, seguida de darshan. A entrada é por donativo. Inscrições e Informações: Prama- Espaço Equilíbrio rua Visconde de santarém,73,3º, Elevador nº1 213 523 113 / 960 135 278 / geral@prama.pt www.prama.pt

Toda a sua tornée europeia se encontra em www.maitreyiamma.org sri Tathata estará no centro Jardin de safron (Lot, França) de 6 a 8 de Agosto de 2010 e em Paris dia 11 e 12 de setembro de 2010. Outras informações podem ser encontrada em www. namaskaram.org O Mahayaga no Ocidente terá lugar no centro Jardin de safran (Lot, França) em Abril de 2011.

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sexo tânt rico » vivências

Mergulhar no

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Graças a um conjunto de técnicas podemos conseguir que a nossa parceira se transforme na porta que nos projecta directamente em fusão com o universo. TEXTO Mait doMÉnEch » FOTOs d.r.

O

Tantra nasceu numa sociedade matriarcal no vale do Indo há 5000 anos. depois, viajou até à região de Caxemira e a muitos outros lugares da Ásia como a Índia Central ou o Nepal, até alcançar o Tibete, onde deu lugar ao budismo tântrico. O primeiro texto escrito, Vigyan Bhairav Tantra contém uma conversa que shiva manteve com a sua mulher shakti enquanto permaneciam unidos na postura tântrica por excelência, o Yab-Yum, também chamado “o nu”. shakti permanece sentada com as pernas por cima das de shiva, unindo assim os seus genitais e os seus corações, e pergunta-lhe: “Meu amor, o que é o amor?” e shiva, em vez de responder directamente, oferece-lhe as técnicas para alcançar a experiência de cada pergunta que shakti lhe faz sobre a morte, sobre a consciência, sobre o amor… Pretende assim que ela experimente o que é cada coisa e que não intelectualize através da mente. Esta é a origem do Vigyan Bhairav Tantra ou O livro dos segredos, que contém 112 meditações para chegar à iluminação, à transcendência da mente e da morte; 112 meditações para se converter em amor. A palavra vigyan significa “consciência”; bhairav faz referência ao “estado para lá da consciência” e tantra quer dizer “método” ou “técnica”. É interessante sublinhar que só seis destas meditações fazem referência directa ao acto sexual. Este facto indica-nos que o Tantra é algo muito mais amplo do que a maior parte das pessoas no Ocidente crê, onde geralmente se considera que é só uma técnica mística para alargar o prazer sexual.

chegar ao êxtase O Tantra é um método que tem o objectivo de nos fazer experimentar o êxtase, entendendo como tal a ausência da mente. Quando somos capazes de sentir totalmente; quando não há pensamentos e todos os sentidos estão abertos e sentindo ao mesmo tempo, chegamos ao êxtase. Esta é uma experiência maravilhosa, pois a sensação que se gera dentro de nós é a de completa felicidade. É o desaparecimento do ego, de juízos do passado e do futuro, já que só existe esse momento de plenitude. É justamente nesse instante que pode fluir o

amor que existe dentro de nós; quando as máscaras caem e aparece o nosso verdadeiro ser. E é o que o Tantra nos ensina a viver na totalidade, sem fissuras nem divisões internas. Liberta-nos de tudo isso que não somos e leva-mos para a essência: o amor mais puro. É importante entender que o Tantra é experiência pura e que, para o integrar, há que experimentá-lo. somente desse modo podemos captar a sua natureza e nutrirmo-nos da sua sabedoria. Não pode deixar-se que nada se entreponha entre nós e o momento. Temos que sentir o que acontece dentro de nós; pôr todos os nossos sentidos no que o nosso corpo está a sentir. Assim desapareceremos imediatamente e só existirá a experiência. Com o tantra aprendemos a sair da nossa mente e a sentir com todo o nosso corpo. A percepção da vida muda, tudo se torna mais intenso e autêntico. dentro de nós expande-se um universo antes desconhecido.

guia do tÂntriKa se queremos experimentar todas estas emoções, deveremos observar como se comporta o Tântrika, que é como se denomina o praticante de Tantra: • Vive conscientemente através dos sentidos. deixa que a vida o trespasse através deles e deleita-se com os néctares que lhe oferece a existência, seja qual for o canal pelo qual lhe chegam. • Está conectado com o seu corpo, escuta-o, respeita-o e honra-o. reconhece a sua sacralidade, pois está consciente de que é o veículo com o qual transita pelo caminho do êxtase e alcança a libertação. • Vive em totalidade, pois não há divisão dentro dele. Em definitivo, vive na autenticidade, sem duplicidades. • Está consciente de que a vida tem que ser experimentada até ao último alento e aposta na coragem de cruzar até à outra margem dos próprios limites sem saber o que há por trás. Confia que ali se encontrará cara a cara com outra parte de si mesmo e se experimentará de novo. • É capaz de derrubar as suas couraças e viver na vulnerabilidade. sabe que esse é o único caminho para deixar que o amor que habita dentro dele emane e o penetre até ao mais fundo de si. • É amigo do momento presente, por isso não foge do aqui nem do agora. Está

relaxado e aceita qualquer circunstância que habite o tempo em que vive, pois sabe que é a única porta de entrada para a consciência absoluta. • É um valente, pois o Tantra não lhe diz até onde tem que ir para alcançar a luz. só lhe diz: “experimenta, caminha seguindo o rumo do teu coração e confia em que ele te levará até à verdade.” • Celebra a vida, agradece cada instante. É capaz de se ligar com a alegria que habita o mais profundo do seu ser. • Uma das suas palavras preferidas é “sim”. sim à vida, sim a tudo o que acontece na sua existência. recebe o negrume e a luz de igual maneira, sem juízos nem rótulos. Está consciente de que não sabe qual é o propósito da existência, e humildemente confia nela. • Permite que a sua energia sexual irrigue todo o seu ser sem a reprimir. Entende que a sua essência mais profunda é sexual, porque foi criado através de 2 células sexuais e é fruto de um acto sexual. Compreende qual é a natureza da sua energia e deixa que esta flua livremente pelo seu corpo, o que o converte numa pessoa vital e plena de intensidade.

sexo sagrado Uma das técnicas mais poderosas que nos oferece o Tantra para chegar ao êxtase é o chamado “sexo sagrado”, uma prática que a maior parte das pessoas vê como algo de muito longínquo, só ao alcance de alguns eruditos. Contudo, qualquer pessoa pode pô-lo em prática, basta um pouco de consciência, paciência e interesse na própria evolução. depois já nunca mais se quererá voltar atrás e tudo o que não seja este tipo de união não nos chegará, pois a sensação de plenitude que se abre com o sexo tântrico é realmente pletórica. O primeiro que temos que fazer é esquecer-nos completamente do sexo comum que praticámos até então. É como se até então estivéssemos a jogar à bisca e passássemos a jogar poker. Em ambos se joga com cartas mas um jogo não tem nada a ver com o outro. Para entender isto, só há que prestar atenção às características básicas do sexo tântrico: 1. Criação do espaço sagrado. É importante criar um espaço de consciência. No momento em que nos dedicamos a criar um espaço belo para celebrar a união com a nossa parceira, estamos a pôr atenção e portanto energia para nutrir a meditação sexual.

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» vivências

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2. Presença. Se queremos sentir plenamente o prazer, devemos aprender a estar presentes dentro do nosso corpo. Também é imprescindível para que o outro confie em nós e se solte. Sobretudo a mulher, porque quando ela não sente que o parceiro está presente no acto sexual, não é capaz de se entregar. 3. Movimento espontâneo. No sexo comum é costume o movimento ser a partir da mente, programando o próximo movimento. Normalmente há muitas expectativas e é costume iniciar o acto sexual com o objectivo de conseguir um orgasmo. No sexo tântrico, em contrapartida, deixa-se que seja o corpo a decidir o que lhe apetece. É a energia que manda. Por esta razão, respeita-se sempre o movimento que surja no momento presente e que permitirá desfrutar de cada instante sem outro objectivo que não o de se recriar sentindo o que sucede no seu interior. Então será a energia sexual a decidir o próximo movimento. 4. Respiração. É absolutamente necessária se queremos amplificar o prazer porque nos ajuda a potenciar as sensações. Ela é a encarregada de fazer com que a nossa energia saia dos genitais e se eleve até ao coração para que dessa maneira transformemos o acto sexual numa experiência sublime. Esta simples acção proporciona uma grande dose de vitalidade e através dela cria-se um círculo energético com a parceira. A fusão das duas energias cria um campo energético único. O ritmo e a actividade que se têm que seguir para conseguir esta respiração consciente são os seguintes: a expiração produz-se de maneira relaxada sem nenhuma resistência e mesmo antes de se ficar sem ar voltamos a inspirar profundamente e amplamente. Pouco a pouco sentiremos que no nosso interior há cada vez mais espaço. Não há pausa entre a inspiração e a expiração, o que faz com que se gere uma respiração circular e, como

consequência, que a nossa energia flua pelo nosso corpo e se expanda por ele. 5. Lentidão. Os movimentos devem ser lentos para poder saborear cada momento. É importante permitir-nos sentir. 6. Relaxação. Num corpo tenso a energia fica bloqueada e o prazer reduz-se notavelmente. Quanto mais aberto está o nosso corpo melhor poderá circular a energia que se gera durante o acto sexual. Isso levarnos-á a sentir intensas ondas de prazer, o que não aconteceria num corpo tenso. . . . . . . . . . ......................................................

O Tantra é um método que tem o objectivo de nos fazer experimentar o êxtase, entendendo como tal a ausência da mente

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Sem ejaculação É importante que o homem aprenda a diferenciar o orgasmo da ejaculação. Não podemos esquecer que, em cada ejaculação, o homem perde grande quantidade de energia e vitalidade, por isso é muito recomendável que aprenda a não ejacular. Para facilitar esta prática, o Tantra fornece muitas ferramentas ou técnicas mediante as quais poderá obter orgasmos e obter o êxtase, mas sem ejacular. Este conceito cria confusão ao princípio, porque sempre se subentendeu que orgasmo é igual a ejaculação. Mas o Tantra mostra-nos que aplicando umas técnicas simples de respiração e uma atitude relaxada, podemos desfrutar de orgasmos plenos sem que se produza o desgaste energético da ejaculação, mas até o seu contrário, já que o nosso corpo se mantém vitalizado. Este tipo de orgasmos são muito mais duradouros, intensos e profundos que os

tradicionais. Por outro lado, têm a capacidade de fazer vibrar o nosso coração e de o abrir para a vida. Outro gesto que nos vai ajudar no acto sexual é manter o olhar relaxado. Se os nossos olhos estão tensos e olham para todos os lados, vão activar os nossos pensamentos, por isso devemos permanecer com o olhar suave e desfocado. E tem que ser amoroso, doce e delicado como os movimentos. Normalmente, à medida que nos excitamos, a tensão nos olhos aumenta, por isso temos que estar atentos e relaxar esta zona para que a energia possa circular livremente. Quando se pratica o sexo utilizando todos estes ingredientes, sentimo-nos unidos através do companheiro ou da companheira a tudo o que é vivo. Pode sentir que é parte do grande baile da existência e fundir-se com ela. Sente que a sua energia pode expandir-se para lá do corpo e fundir-se com a vida. Até aqui explicámos a teoria, mas repetimos que o Tantra precisa de ser experimentado para que se receba toda a sua essência. O sexo deixa de ser sexo para se converter numa meditação. Contudo, isto não significa que não provoque prazer ou não seja espontâneo, antes pelo contrário. O sexo transforma-se numa das experiências mais maravilhosas e com mais prazer que a existência pode oferecer-nos. A prova está em que uma vez que se experimentou, nada volta a ser como antes.

Recuperar o amor Na antiga Índia, uma mulher vivia atormentada porque já não amava o seu marido e sabia bem que a única coisa que poderia libertá-la dessa escravidão era a morte dele. Por seu lado, o marido também não a apreciava nada e ameaçava-a com frases destas: “Vais continuar comigo até ao fim dos teus dias, queiras ou não!”


» vivências Tantas vezes o disse, que a mulher decidiu visitar um sábio tântrico que vivia nas montanhas e, com lágrimas nos olhos, pediu-lhe que lhe ensinasse como matar a pouco e pouco o seu marido sem despertar suspeitas, pois já não via outra solução. O tântrico respondeu-lhe que conhecia a forma perfeita de ela conseguir os seus objectivos e começou a ensinar-lhe certa massagem através da qual poderia acabar gradualmente com o seu odiado esposo. “Pratica-o todos os dias e volta cá daqui a um mês. Com certeza que o teu problema estará resolvido. “ Poucas semanas depois, a mulher voltou, muito agitada, ao tantrika. O sábio começou a perguntar-lhe se o método estava a funcionar, mas a mulher, soluçando, só repetia uma coisa, que a ensinasse imediatamente a desfazer o mal que estivesse a infligir ao marido. Ao que o sábio retorquiu “Mas já não queres matar o teu marido? O que te fez mudar de opinião?” A mulher contou-lhe então o que tinha ocorrido: “Ao princípio, dediquei-me com empenho a dar as massagens ao meu marido. Com cada uma, via-o mais perto da tumba, mas ao fim de alguns dias, notei que me descontraía e em pouco tempo comecei a ficar carinhosa com ele e creio que ele comigo. Já não quero separarme dele.” O tantrika, sorrindo, explicou-lhe que nunca tinha tido a intenção de a ensinar a fazer mal a ninguém, antes pelo contrário. Tinha-lhe ensinado uma massagem tântrica para se unir ao seu marido, para que assim encontrasse a harmonia na sua relação com o seu parceiro. Como com a mulher da história, mas com as melhores intenções, nós também podemos começar a desfrutar plenamente com a/o nossa/o parceira/o.

Massagem para libertar a mente Uma boa massagem é o primeiro passo para elevar a energia sexual, eliminar tabus e ligar-se ao outro a um nível profundo. 1. Preparação A pessoa que vai ser o massagista deve descontrair-se e ligar-se à sua parte mais amorosa. Não precisa de ser um especialista, basta boa vontade e atenção. Primeiro, há que preparar o ambiente; pôr luzes indirectas ou velas, aromatizar a casa, pôr boa temperatura, música subtil… Os dois devem respirar de forma continuada e suave pela boca procurando que não haja pausa entre inspiração e expiração. Desta forma, os sentidos ampliar-se-ão.

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2. Primeiro contacto Quem vai receber a massagem fica despido deitado num colchão ou numa manta e o massagista fica ao seu lado, de joelhos. Este deve ficar numa posição cómoda. Em primeiro lugar, tem que pôr as mãos, uma em cima da outra e sobre o sacro. Então, inicia um movimento ascendente e descendente por essa zona, deslizando as mãos 20 centímetros. A pressão deve ser suave, mas profunda. 3. Massajar em círculos Ainda com as mãos uma sobre a outra, fazer movimentos circulares na zona do sacro. Aqui pode usar algum óleo. 4.Toques suaves Com as mãos em forma de concha, dá golpes suaves mas decididos por toda a zona do sacro. Deve deixar os pulsos frouxos para que o movimento seja mais ágil e flexível. . . . . . . .........................................................

É importante entender que o Tantra é experiência pura e que, para o integrar, há que experimentá-lo. Somente desse modo podemos captar a sua natureza e nutrirmo-nos da sua sabedoria

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5. Zona lombar Situa-se atrás do par com as mãos na região lombar e, quando ele solta o ar, pressiona a sua zona lombar. Deixa que todo o peso se apoie nessa zona e permanece atento à sua respiração. Quando volta a inspirar, alivia suavemente a pressão. 6. As nádegas Volte a ajoelhar-se ao seu lado e comece a massajar as nádegas. Também neste ponto se pode usar um pouco de óleo. 7. Estiramento em diagonal De joelhos a um lado e do outro das coxas de quem é massajado, quem massaja inclinase para a frente e põe uma mão no ombro esquerdo e a outra, na zona lombar direita do massajado. Deixa cair todo o peso do seu corpo enquanto faz um estiramento das costas do par em diagonal. Deve pressionar quando expira e afrouxar quando inspira. Realize o mesmo exercício mudando de ombro e de lado lombar. 8.Balanço do corpo A seguir, quem massaja segura os pés do

massajado pelos peitos dos pés e levanta-os do chão até que o coxis deste se levanta do chão. A seguir inicia um suave balancear da direita para esquerda. 9. A zona púbica A pessoa que recebe a massagem deita-se com a boca para cima, enquanto quem massaja se senta ao seu lado e acaricia a sua zona púbica de forma circular sem tocar os genitais. 10. As pernas O receptor dobra as pernas e põe os pés juntos, enquanto quem massaja se coloca em frente dele com uma mão em cada um dos joelhos dele. Ao princípio, a abertura é pequena, mas à medida que a massagem avança, ampliase, apesar de não forçar. Tem que haver muita atenção para notar até que ponto podem chegar as resistências do par e respeitar o seu ritmo durante todo o exercício. 11. Tacto suave As pernas de quem é massajado estão agora estiradas e ligeiramente entreabertas. Quem massaja inicia um movimento ascendente e lento desde o pé esquerdo até à púbis e, uma vez aí, torna a descer pela perna direita. A massagem é feita com a mão de forma muito subtil refazendo círculos várias vezes. 12. Encerramento energético Quem massaja põe as mãos em forma de “t” sobre os genitais de quem é massajado. Ambos se olham nos olhos e respiram profundamente durante alguns minutos. Uma vez mais, deixam-se transportar pelas suas sensações sejam elas quais forem.

A voz da experiência Há pessoas que asseguram que a experiência tântrica lhes mudou a vida. É o caso de Muunesh, um terapeuta de som que nos explica detalhadamente as sensações que viveu graças a esta técnica: O OBJECTIVO NÃO É O ORGASMO. “A experiência tântrica tem sido uma revelação para mim. Supõe um reconhecimento desse ser que temos dentro de nós e do qual não somos conscientes. Levou-me a não esperar a recompensa do orgasmo porque não há lugar onde chegar e, ao não projectar, vivese no presente, na pura consciência.” A VIDA TRANSFORMADA. “Seguramente que muitas pessoas entram neste tipo de sexo com a ideia de prolongar os seus orgasmos e aumentar a sua potência sexual. Porém, quando praticam de uma maneira total, encontram no seu interior um mundo aberto cheio de sensações e de uma profundidade inimaginável. Portanto, não importa o motivo que te levou a entrar


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» vivências

em contacto com o Tantra, o que é certo é que se o fazes com totalidade, isso vai transformar a tua vida.” PENsAr NO OUTrO. “Quando comecei a relacionar-me com esta técnica, deixei de preocupar-me só comigo no acto sexual. dava-me conta de que, de repente, o outro adquiria uma grande presença. A minha companheira convertia-se em minha mestra, em quem cuidava de mim, desde a entrada até ao mais profundo do meu ser. O prazer de sentir-se unido a essa outra alma e, através dela, a tudo que nos rodeia, é algo infinitamente bonito.” MAIs COMUNICATIVO. “A descoberta do Tantra ajudou-me no meu caminho evolutivo. Tornou-me mais aberto e comunicativo nas minhas relações, porque me levou a entender a importância que tem a comunicação com os meus semelhantes. somos seres plurais que necessitamos uns dos outros para viver e aprender, e isto implicou a perda gradual do meu egocentrismo.” ...............................................................

O tantra é um caminho de desenvolvimento interior que, sendo praticado com consciência, me ajudou a ir mais além da simples prática sexual

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MEDITAÇÃO TÂNTRICA Esta técnica para despertar o corpo para os sentidos consta de cinco partes de dez minutos cada uma. • Durante dez minutos senta-te frente a frente com a tua parceira e deixando que os vossos corpos se mantenham relaxados, olhando-se nos olhos, mas de forma não focados e suave. A este tipo de olhar também se chama “olhar tântrico” ou “olhar do amor”, porque através dele se pode ver para alem do físico e conectar com a verdadeira essência de quem está à nossa frente. É uma maneira de sentir o outro no nosso coração. • Fechar os olhos e tocá-lo muito lentamente com as mãos, os braços, a cara… sentindo cada sensação. Durante esses momentos, manter sempre a respiração profunda e lenta. • Centrado em si mesmo, com os olhos fechados, escutar os sons que há à volta sem os julgar nem os rotular. A actividade é de escuta absoluta. • A mulher senta-se em posição yab-yum com as pernas por cima das do homem, genitais com genitais e coração com coração. Permanecem abraçados sentindo o bater dos corações e deixando que o corpo dance suavemente ao ritmo que os corações desejem.

UMA EXPErIÊNCIA MÍsTICA. O Tantra é um caminho de desenvolvimento interior que, sendo praticado com consciência, me ajudou a ir mais além da simples prática sexual. Muitas vezes me permitiu tocar o céu. sem dúvida, é uma experiência mística, um caminho para uma iniciação à meditação – para estar no presente -, algo tão difícil e tão fácil ao mesmo tempo.” Esta prática fez que com cada experiência o meu verdadeiro ser se manifeste. Permitiu e continua a permitir-me descobrir a minha autêntica essência. descobri que dentro de mim existe um espaço pleno de quietude e de profundo amor com o qual viajo pelo mundo.” rEENCONTrAr-sE A sI PrÓPrIO. “dizem os cientistas que só 1% do que somos se pode ver e tocar. O Tantra fez com que eu me tenha encontrado com esse 99% do meu ser.” Fonte: Integral

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» mundo

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Colocar em pé

“Através da Lente”

A Associação Pé no Mundo começou por 30 fotografias integradas num projecto de angariação de fundos e da vontade de uma bióloga em ajudar comunidades africanas. Texto helena Paulino

» foto Ana Catarina

santos

A

penas três meses junto da comunidade Abrafo, quando fazia a tese de final de curso sobre elefantes da floresta, foram suficientes para que Ana Catarina Santos mudasse a sua filosofia de vida e se dedicasse a ajudar os povos africanos mais necessitados. Partiu do sul do Gana com vontade de voltar e apoiar aquela comunidade, e com umas fotografias na algibeira. E assim nascia o projecto “Através da Lente”, composto por trinta fotografias em exposições periódicas com o objectivo de angariar fundos para a construção de um poço de água potável na comunidade Agrafo, diminuindo as doenças e a elevada mortalidade infantil. A exposição denominada “Sorrir, Brincar e Acreditar”, tem tido “uma receptividade muito boa por parte dos portugueses porque eles interessam-se por realidades muito diferentes que lhes despertam a realidade”, descreve Ana Catarina Santos.

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» mundo Desde Julho de 2007 já foram realizadas quatro exposições em território nacional e outras três já estão na agenda para 2008: na Estónia, em França e em Lisboa. A Associação Pé no Mundo surgiu através deste projecto, “Através da Lente” e do facto de ser mais fácil angariar fundos através do mecenato. É uma associação humanitária dos países africanos que relaciona a biologia/ ambiente, cultura/arte e a parte da ajuda humanitária. Ana Catarina Santos explica: “o objectivo é trazer a realidade e cultura de lá para cá para os poder apoiar.” Para ajudar este projecto pode fazer doações ou comprar os postais e fotografias na página da internet em www.penomundo.org.

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