CADERNO Teórico TCC 24.2_PEDRO NUNES

Page 1


PROJETO PARA ESCOLA INCLUSIVA

01 02 03

Caderno Teórico

Pedro Pinto Machado Nunes

Orientador: Roberto Lucas Junior

ARQ1110 Projeto Final

Aluno: Pedro Nunes

Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Rio

Rio de Janeiro

2024

Caderno Teórico

01. INTRODUÇÃO

TEMA

JUSTIFICATIVA

SÍNTESE

METODOLOGIA

OBJETIVOS

02. REFERENCIAL TEÓRICO

ESPECTRO AUTISTA

EDUCAÇÃO ESPECIAL

ARQUITETURA E AUTISMO

CONEXÃO COM A NATUREZA

03. PARTIDO

DIRETRIZES

PROGRAMA DE NECESSIDADES

NOVOS AMBIENTES

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Caderno de Projeto

ESTUDO PRELIMINAR

LOCALIZAÇÃO

ANÁLISE DO ENTORNO TERRENO

IMPLANTAÇÃO

.05

PROJETO ARQUITETÔNICO

PARTIDO ESTRUTURAL

PLANTA BAIXA GERAL INFRAESTRUTURA E SUSTENTABILIDADE

AMPLIAÇÕES

SALAS DE AULA E TERAPIA

ESTRATÉGIAS E CONSIDERAÇÕES CIRCULAÇÃO E FLUXOGRAMA SETORIZAÇÃO E

.06

1.1. Tema

O projeto arquitetônico aqui proposto foca na inclusão de crianças do espectro autista, oferecendo um ambiente escolar adaptado para atender às suas necessidades específicas, ao mesmo tempo que promove a integração com crianças neurotípicas. Este projeto visa criar um espaço inclusivo, onde todas as crianças possam se beneficiar de um ensino de qualidade, favorecendo o desenvolvimento acadêmico, social e emocional. Além disso, o projeto incorpora práticas sustentáveis para promover a conexão com a natureza e educar os alunos sobre sustentabilidade.

A inclusão de áreas verdes e práticas sustentáveis não só contribuirá para o bem-estar dos alunos, mas também servirá como uma ferramenta educacional para ensinar a importância da preservação ambiental.

1.2. Justificativa

A proposta de uma escola inclusiva parte da lacuna existente na cidade do Rio de Janeiro em relação a instituições de ensino preparadas para atender crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O tema aborda essa necessidade ao propor um modelo escolar que une ambientes de aprendizagem, convivência e terapia, respondendo às demandas por um espaço inclusivo que favoreça tanto crianças com TEA quanto as neurotípicas.

Para mais, a inclusão de práticas sustentáveis no projeto reforça o compromisso com o futuro. Não só reduz o impacto ambiental da escola, mas também serve como um exemplo de sustentabilidade para os alunos e a comunidade. A abordagem sustentável educa as crianças sobre a importância da conservação dos recursos naturais, ao mesmo tempo em que cria um ambiente saudável e eficiente.

Censo Escolar 2023

A criação de um ambiente inclusivo e comunitário oferece um espaço que estimula o crescimento intelectual e pessoal, e também condições propícias para o aprendizado e a integração social, beneficiando diretamente a taxa de permanência escolar e o desenvolvimento acadêmico das crianças com TEA. Foram registradas 1.771.430 matrículas na educação especial (62,90% no Ensino Fundamental), esse número representa um aumento de 41,6% nos últimos cinco anos, comparado a 2019. A inclusão de estudantes com necessidades especiais em classes comuns aumentou de 94,2% em 2022 para 95% em 2023. Este aumento demonstra maior confiança das famílias na educação inclusiva e a continuidade do esforço em integrar esses alunos no ensino regular.

Matrícula

Ensino Infantil 284.847

Ensino Fundamental (anos iniciais) 616.394

Ensino Fundamental (anos finais) 497.836

Ensino Médio 223.258

Deste total de matrículas, 53,7% são de estudantes com deficiência intelectual (952.904). Em seguida, estão os estudantes com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), com 35,9% (636.202) delas. Na sequência, estão pessoas com deficiência física (163.790), baixa visão, deficiência auditiva, altas habilidades, surdez, cegueira e surdocegueira. Além disso, 88.885 estudantes possuem duas ou mais deficiências combinadas.

1.3. Síntese

O QUÊ?

Escola de ensino fundamental com foco em promover a inclusão de crianças neurotípicas e neurodivergentes na sociedade. Para isso, deve garantir a acessibilidade física dos espaços, promover a integração entre os alunos e criar uma atmosfera acolhedora, visando criar um ambiente onde todos se sintam confortáveis e bem-vindos. Logo, é mais do que apenas construir uma instituição educacional; é criar um espaço que promova uma cultura de inclusão, respeito e aprendizado para toda a comunidade escolar.

ONDE?

O Recreio dos Bandeirantes é um bairro em crescimento no Rio de Janeiro, e assim como muitas áreas urbanas, enfrenta desafios ambientais; poluição, gestão de resíduos e conservação da biodiversidade. Um projeto de escola aliada à sustentabilidade pode abordar diretamente essas questões, capacitando as crianças a se tornarem agentes de mudança em suas comunidades e a contribuir para a construção de um ambiente mais saudável e sustentável.

POR QUE?

A educação inclusiva promove a igualdade social ao garantir que todos os alunos, independentemente de suas capacidades ou condições, tenham acesso equitativo à educação. Isso contribui para o desenvolvimento integral de cada indivíduo, prepara-os para uma convivência harmoniosa na sociedade.

COMO?

Para o desenvolvimento de uma escola sustentável e inclusiva, é essencial construir instalações adaptadas e seguras. A importância reside em oferecer um ambiente educacional que valorize a diversidade e reconheça as habilidades únicas de cada criança, isso não apenas fortalece a autoestima e a confiança dos alunos, como também ajudará a construir uma cultura de respeito, empatia e aceitação entre todos os membros da comunidade escolar.

Paralelamente, ao adotar medidas sustentáveis (eficiência energética e reaproveitamento de resíduos), assim como ao utilizar elementos naturais no ambiente escolar, promovemos não só uma educação ambiental na prática, mas também estimulamos a criatividade, o bem-estar emocional e a conexão dos alunos com o meio ambiente. Esses pilares não apenas fortalecem a experiência educacional, mas também contribuem para a formação de uma sociedade mais inclusiva, responsável e sustentável.

1.4. Metodologia

1

Estudo sobre o TEA

Para compreender melhor o Transtorno do Espectro Autista, foram realizadas conversas com psicólogas e psicopedagogas, revisões de literatura, analisando artigos, dissertações, monografias e documentos de organizações especializadas.

2

A segunda etapa envolveu a análise de como a arquitetura pode influenciar o desenvolvimento e o bem-estar de crianças com TEA. Foram estudados casos práticos que exploram a criação de espaços inclusivos, identifi cando elementos arquitetônicos que podem melhorar a experiência sensorial, social e educacional das crianças autistas. Esse estudo abrangeu tópicos como design sensorial, ambientes estruturados e o uso de cores e materiais.

3

Programas de Escolas

Foi realizado um estudo dos programas de necessidades para escolas, incluindo a análise do organograma da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE). Esse estudo ajudou a definir os espaços necessários, suas funções, dimensões e relações; garantindo que o projeto atenda às normas e padrões educacionais.

Conceituação

A última etapa consistiu no início das defi nições do projeto arquitetônico, iniciando com as diretrizes projetuais e o programa de necessidades, seguido pelo desenvolvimento de estudos volumétricos e croquis preliminares. O objetivo foi desenvolver um partido arquitetônico que integrasse funcionalidade, estética e inclusão, atendendo às necessidades específicas das crianças com TEA.

Referências e Ideias

Foram selecionados e analisados projetos arquitetônicos que servirão como inspiração e orientação para o desenvolvimento da escola inclusiva. Estes exemplos ajudaram a definir diretrizes projetuais, considerando a adaptação de soluções eficazes e inovadoras aplicadas em outros contextos semelhantes.

Análise do local

Para fundamentar as escolhas ao longo do projeto, foi preciso uma pesquisa do local. Foram realizadas visitas ao terreno e ao entorno para entender as relações, usos e ambiência que existe ali. Houveram também pesquisas para entender o desenvolvimento do bairro e sua infraestrutura. Além disso foram realizados estudos climáticos e sonoros para iniciar os estudos de implantação.

1.5. Objetivos

• Induzir a Colaboração entre Alunos:

A interação social é crucial para o desenvolvimento de habilidades interpessoais. A integração de crianças autistas com seus colegas pode proporcionar benefícios mútuos, promovendo uma comunidade escolar mais unida e empática.

• Facilitar a Comunicação e os Acessos:

Espaços bem projetados e acessíveis garantem que todos os alunos possam se comunicar e se deslocar pela escola com facilidade, promovendo um ambiente mais inclusivo e eficiente.

• Ambientes integrados:

Melhoram a funcionalidade da escola, e também incentivam a colaboração e a socialização entre os alunos.

• Garantir a Segurança e o Bem-Estar:

Espaços seguros, tanto física quanto emocionalmente, são fundamentais para que os alunos se sintam protegidos e livres.

• Implementar Práticas Sustentáveis:

Ensina aos alunos a importância de cuidar do meio ambiente e promove uma cultura de responsabilidade ecológica desde cedo.

• Conforto Físico e Emocional:

Incentiva a permanência e a participação ativa dos alunos, promovendo um ambiente de aprendizagem positivo e produtivo.

• Espaços Flexíveis:

Crucial para atender às diversas necessidades dos alunos, especialmente no contexto do TEA.

• Orientabilidade e Independência:

Importante especialmente para alunos com TEA que podem se sentir facilmente desorientados em ambientes complexos.

Projetar espaços que sejam intuitivos e fáceis de navegar ajuda a reduzir a ansiedade e aumenta a independência dos alunos.

“A escola é o primeiro espaço de vivência pública da criança e é onde se constrói a condição de cidadão de cada indivíduo.” (DISCHINGER et al, 2004, p. 11)

REFERENCIAL TEÓRICO

O ESPECTRO AUTISTA EDUCAÇÃO ESPECIAL

ARQUITETURA E AUTISMO

CONEXÃO COM A NATUREZA

2.1. Espectro Autista

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica complexa que afeta o desenvolvimento humano de maneira diversificada e única em cada indivíduo. Definido por psicólogos e profissionais da saúde, o autismo engloba uma ampla gama de características, desafios e habilidades, manifestando-se de formas variadas e individuais em cada pessoa.

Mais do que uma simples condição médica, o autismo é uma parte intrínseca da identidade de muitos indivíduos, influenciando profundamente sua forma de interagir com o mundo ao seu redor. Desde desafios na comunicação e interação social até interesses intensos e padrões de comportamento repetitivos, o espectro autista abrange uma vasta diversidade de experiências humanas.

O entendimento do autismo vai além de uma perspectiva clínica, buscando incorporar visões mais humanas e empáticas. Reconhecendo a singularidade de cada pessoa autista e valorizando suas habilidades únicas, esta abordagem promove a inclusão, o respeito e a aceitação da diversidade neurocognitiva em nossa sociedade.

Fonte: STJ; Secretaria de Comunicação Social de 2023

Uma característica comum do autismo é a sensibilidade sensorial. Crianças no espectro podem ser hipersensíveis ou hipossensíveis a estímulos como luz, som, toque, cheiro e sabor; resultando em reações intensas, comportamentos de evitação, ansiedade ou desconforto.

Lucy Jane Miller, terapeuta ocupacional e pesquisadora, fundou o STAR Institute for Sensory Processing Disorder, uma organização líder em pesquisa, educação e tratamento de distúrbios de processamento sensorial. Miller (2006) subdivide os transtornos de processamento sensorial em três grupos:

• Transtornos de Modulação Sensorial (TMS): se caracterizam pela dificuldade em regular a intensidade, a duração e a frequência das respostas aos estímulos sensoriais. São subdivididos em três subtipos: a hiper-resposta, a hiporresposta e a procura sensorial.

• Transtornos Motores de Base Sensorial (TMBS): são as dificuldades em utilizar o próprio corpo de maneira eficaz no ambiente, divididos em transtorno postural e dispraxia.

• Transtornos de Discriminação Sensorial (TDS): são as dificuldades em perceber e interpretar estímulos sensoriais diversos, como visuais, táteis, auditivos, vestibulares, proprioceptivos, gustativos e/ou olfativos.

2.1. Espectro Autista

Prevalência e Números

Nos últimos anos, houve um aumento notável nos diagnósticos de TEA, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. Estudos epidemiológicos desde 1966 indicavam uma prevalência de 1 criança autista para cada 2.500. Hoje, estima-se que aproximadamente 1 em cada 36 crianças seja diagnosticada com TEA nos EUA. Esse aumento deve-se à mais informação, maior conscientização, melhores métodos diagnósticos e mudanças nos critérios de definição.

Distribuição do Diagnóstico

A cada 40 recém-nascidos, 1 é autista

Genética

População

Mundial

Porcentagem estimada pelo DSM-5, indicando o número de pessoas com TEA

Frequência

A cada 5 pessoas com autismo, 4 são homens

A cada 42 homens, 1 é autista

A cada 189 mulheres, 1 tem autismo 1%

Fontes: Portal do Espectro Autista e Motivação Autismo

Deve-se reconhecer que cada criança diagnosticada com autismo é única, e os desafios que enfrentam podem variar amplamente.

Algumas características incluem:

• Dificuldade de contato visual

• Não responder adequadamente às saudações

• Dificuldade em iniciar e manter conversas com outras pessoas

• Não responder adequadamente aos gestos e expressões faciais dos outros

• Dificuldade em usar gestos e expressões faciais adequadamente

• Parecer não estar ciente dos sentimentos dos outros

• Perder habilidades adquiridas anteriormente

• Não participar de brincadeiras de faz de conta

• Preferir brincar sozinho

• Repetir sons, palavras ou frases fora de contexto

• Ficar perturbado com mudanças mínimas na rotina

• Realizar movimentos repetitivos, como bater palmas ou balançar

• Brincar com brinquedos de maneiras incomuns, como girá-los ou alinhá-los

• Ter apegos incomumente fortes a objetos específicos

• Limitar conversas a tópicos muito específicos

• Apresentar hipersensibilidade a sons ou texturas

• Parecer indiferente à dor

• Experimentar atrasos ou platôs no desenvolvimento de habilidades

2.1. Espectro Autista

No Brasil

Fonte: Estimativa da OMS, 2020

A partir de órgãos estadunidenses e internacionais (CDC E OMS) é possível estimar a população autista no Brasil em 2 milhões. Este número é apenas uma suposição da quantidade real pois o suporte para TEA no Brasil ainda é limitado. A maioria dos estudos conhecidos utilizou amostras em pequenas escalas, ocasionando a generalização dos resultados.

Há uma demanda urgente por estudos epidemiológicos de base populacional e validação de instrumentos diagnósticos no Brasil. Esses estudos são cruciais para a elaboração de políticas públicas e programas de intervenção eficazes. A produção científica brasileira sobre TEA envolve diversas áreas da saúde e educação, mas ainda carece de maior visibilidade e qualidade metodológica.

Em 2019, o apresentador Marcos Mion foi à Brasília para discutir a inclusão do autismo no Censo 2020. Atrasos por causa da pandemia e falta de verba fizeram com que Censo mudasse para 2022; este incluiu perguntas sobre deficiências e autismo, mas apenas no questionário de amostra (em torno de 11% da população). Esses resultados só devem ser divulgados no último trimestre de 2024, conforme informado pelo IBGE, que ainda não definiu uma data específica.

Aspectos Legais

A Lei nº 12.764/2012, considerada um marco na luta pelos direitos dos autistas, institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA, assegurando e protegendo seus direitos legais, e incluindo o autismo no Estatuto da Pessoa com Deficiência. A lei garante direitos como vida digna, integridade física e moral, proteção contra abuso e exploração, acesso a serviços de saúde, educação, moradia, mercado de trabalho e previdência social.

A Lei nº 13.146/2015 também ampara pessoas com deficiência, incluindo TEA, assegurando acessibilidade e desenho universal para suas necessidades. No entanto, não foram encontradas normas específicas para acessibilidade aos autistas no Brasil, e a NBR 9050 não inclui as necessidades de pessoas com TEA.

A Lei Romeo Mion (Lei nº 13.977/2020) complementa essas garantias ao criar a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA). Essa carteira facilita a identificação e assegura prioridade no atendimento em serviços públicos e privados, promovendo mais inclusão e respeito aos direitos das pessoas com TEA.

O Plano Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) é uma política pública brasileira voltada para a inclusão de estudantes com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino. Este plano, lançado pelo MEC, busca garantir que todos os alunos, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais ou culturais, tenham acesso a uma educação de qualidade, que respeite suas diferenças e potencialize suas capacidades.

2.2. Educação Especial

RESUMO TÉCNICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENSO ESCOLAR DA EDUCAÇÃO BÁSICA 2021

A educação especial apresentou um aumento significativo de matrículas, passando de 60.536 em 2017 para 83.769 em 2021, um crescimento de 38,4%. A maior concentração está nos anos iniciais do ensino fundamental, com 43,4% das matrículas. O ensino médio também viu um crescimento notável de 130,9% nesse período, conforme ilustrado no Gráfico 28.

O Plano Nacional de Educação (PNE) estipula metas para a inclusão de alunos com necessidades especiais em classes comuns, e os dados mostram um aumento constante na inclusão desses alunos entre 2017 e 2021.

2.2.1. Linhas de Ensino

ABA - A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é baseada em princípios científicos da aprendizagem e comportamento. Focado em modificar comportamentos indesejáveis e desenvolver habilidades adaptativas: o processo inclui uma avaliação inicial e planos personalizados.

TEACCH - O Modelo TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Deficiências Relacionadas à Comunicação) foca em promover a independência e a qualidade de vida de pessoas com autismo. Ele se destaca pela organização física e visual do ambiente, criando estruturas que ajudam na compreensão e navegação do espaço.

DIR/Floortime - O Modelo DIR (Desenvolvimento, Interação e Relação), também conhecido como Floortime, foca no desenvolvimento social, emocional e cognitivo das crianças por meio de interações significativas. Ao contrário de abordagens estruturadas e rígidas, o DIR permite que a criança guie as interações, fortalecendo sua autoconfiança e habilidades sociais.

Projeto de ClínicaDabus Arquitetura

Integração Sensorial (IS) - O Método de Integração Sensorial (IS) ajuda crianças com TEA a processar e responder aos estímulos sensoriais do ambiente por meio de atividades sensoriais estruturadas. Essas atividades incluem brincadeiras sensoriais, exercícios de movimento e técnicas de relaxamento, adaptadas às necessidades da criança.

CAA - A Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA) oferece formas alternativas de comunicação para indivíduos com TEA e dificuldades de comunicação verbal. Usando símbolos, dispositivos eletrônicos e gestos, a CAA ajuda as crianças a expressarem suas ideias e necessidades, reduzindo frustração e comportamentos desafiadores.

Método Denver - O Método Denver, ou Intervenção Precoce Denver (PDI), é voltado para crianças com TEA e foi desenvolvido nos anos 1980. Embora baseado na ABA, ele se diferencia por ser um protocolo estruturado para intervenções específicas. Divide-se em cinco eixos: orientação social, desenvolvimento da linguagem, estímulo a jogos sociais, promoção do brincar simbólico e redução de deficiências iniciais.

Centro de Estímulo ao Desenvolvimento no TEA, Rio de Janeiro.

2.3. Arquitetura e Autismo

Ao projetar uma escola tendo como foco a inclusão de crianças do espectro autista, é essencial considerar uma série de aspectos arquitetônicos que promovam um ambiente propício ao desenvolvimento e bem-estar desses alunos.

Primeiramente, a questão da acessibilidade é fundamental. Corredores amplos e sem obstáculos facilitam a locomoção de crianças que possam ter difi culdades motoras ou sensoriais. Além disso, rampas de acesso, corrimãos e sinalização visual adequada garantem que todos os alunos possam circular livremente e com segurança pela escola.

Ilustrações: Flaticon

Outro ponto crucial é a questão da iluminação e acústica. Ambientes bem iluminados, com luz natural sempre que possível, ajudam a criar um ambiente mais acolhedor e estimulante para as crianças autistas. No entanto, é importante evitar luzes muito intensas ou piscantes, que podem causar desconforto sensorial. Da mesma forma, é essencial controlar os níveis de ruído, utilizando materiais que absorvam o som e evitando ambientes excessivamente barulhentos, o que pode causar distração e ansiedade para esses alunos.

A distribuição dos espaços também merece atenção especial. Salas de aula espaçosas e bem organizadas permitem que as crianças tenham espaço para se movimentar e explorar sem se sentirem confinadas. Ao mesmo tempo, é importante criar áreas de recuo ou refúgio, onde os alunos possam se retirar temporariamente caso se sintam sobrecarregados ou precisem de um momento de tranquilidade. Esses espaços devem ser projetados de forma a oferecer conforto e segurança, com materiais acolhedores e cores suaves.

Fonte: Escola Eleva - Recife

Além disso, a escola deve contar com espaços de lazer e recreação adequados, que estimulem a interação social e o desenvolvimento de habilidades sociais. Áreas externas arborizadas e equipadas com brinquedos sensoriais são ideais para proporcionar estímulos sensoriais positivos e promover o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças autistas.

2.3. Arquitetura e Autismo

É importante destacar a importância da flexibilidade e adaptabilidade do espaço. As necessidades e características dos alunos do espectro autista podem variar amplamente, e o ambiente escolar deve ser capaz de se adaptar a essas diferenças. Isso significa projetar espaços versáteis que possam ser facilmente reconfigurados conforme necessário, para atender às necessidades individuais de cada aluno. Porém, devem ser locais mais individuais e isolados, pois uma mudança drástica também pode servir de gatilho emocional para a criança, fugindo do seu conforto do dia a dia.

Em suma, ao projetar uma escola com foco na inclusão de crianças do espectro autista, é essencial considerar uma abordagem que leve em conta não apenas as necessidades educacionais, mas também as necessidades sensoriais, emocionais e sociais desses alunos. Um ambiente arquitetônico bem planejado e adaptado pode desempenhar um papel fundamental em proporcionar uma experiência educacional positiva e enriquecedora para todos os alunos, independentemente de suas habilidades ou desafios.

Ilustração: Freepik

Magda Mostafa

Arquiteta e pesquisadora conhecida por seu trabalho pioneiro na área de design inclusivo, especialmente no que se refere a ambientes educacionais para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Magda desenvolveu o Autism ASPECTSS Design Index, uma série de diretrizes projetuais específicas para criar ambientes mais inclusivos para pessoas com autismo. Este índice é baseado em anos de pesquisa e prática, e é amplamente reconhecido e aplicado em projetos educacionais e terapêuticos.

7 Requisitos fundamentais para ambientes voltados a pessoas com TEA, listados no Autism ASPECTSS:

• Acústica: Controle de ruídos para evitar sobrecarga

• Sequenciamento: Organização clara e lógica

• Escape: Espaços ou zonas de calma

• Previsibilidade: Consistência no layout e elementos visuais, incluindo sinalização clara e usos previsíveis

• Transições: Espaços para facilitar a orientação e transição suave entre ambientes

• Sensibilidade Sensorial: Design consciente para evitar estímulos excessivos ou insuficientes

• Segurança: Critério importante pois crianças com TEA podem ter um senso alterado do ambiente

2.4.

Conexão com a Natureza

Primeiramente, é crucial reconhecer o potencial terapêutico da natureza no contexto escolar. A presença de áreas verdes e espaços ao ar livre proporciona um ambiente mais sereno e acolhedor, contribuindo para a redução do estresse e da ansiedade, comuns entre crianças autistas. A conexão com elementos naturais, como árvores, plantas e água, oferece estímulos sensoriais positivos, que podem auxiliar na regulação emocional e na melhoria do estado de ânimo dos alunos.

Além disso, a natureza oferece oportunidades ricas para exploração e aprendizado experiencial. Ambientes ao ar livre estimulam a curiosidade, a criatividade e o interesse pela descoberta, proporcionando um cenário ideal para atividades educativas e recreativas. A interação com o meio ambiente natural promove uma conexão mais profunda com o mundo ao redor, favorecendo o desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças.

Bem-Estar e Calma

Estimula os Sentidos Melhora a Qualidade do Ar

Criatividade e Aprendizado Leveza e Conforto Conscientização Ambiental

“Pais e cuidadores precisam colocar as crianças no mundo, porque elas não vão se interessar por coisas com as quais não tem contato... Seus pais os deixaram cair numa rotina que nunca varia e não traz experiências novas...Até os autistas com questões mais graves precisam ver o mundo... serve estar perto de casa. Não em casa, mas perto de casa. É essencial que a criança saia de casa...” (GRANDIN, 2016, p. 194)

No que diz respeito às práticas sustentáveis, sua implementação em projetos arquitetônicos de escolas inclusivas não apenas contribui para a preservação do meio ambiente, mas também promove uma cultura de responsabilidade ambiental e consciência ecológica entre os alunos.

Em síntese, a integração da natureza e práticas sustentáveis em projetos arquitetônicos de escolas inclusivas é uma abordagem holística que visa promover o bem-estar, aprendizado e desenvolvimento integral de todos os alunos. Ao criar ambientes propícios à conexão com a natureza e à conscientização ambiental, o projeto contribui não apenas para a qualidade de vida dos alunos, mas também para a construção de um futuro mais sustentável e consciente para toda a comunidade escolar.

Beacon School, Alto de Pinheiros, São Paulo.

PARTIDO DIRETRIZES

PROGRAMA DE NECESSIDADES

NOVOS AMBIENTES

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Diretrizes Sociais:

• Brinquedos e atividades sensoriais 1 2 3 4

• Impactar positivamente no desenvolvimento acadêmico e emocional

• Oferecer incentivo à socialização e convivência

• Incentivar atividades coletivas

5

• Apoio psicossocial

6 7

• Apoio e orientação familiar

• Espaços para programas individualizados

8

• Educação ambiental

Playground de desenvolvimento cognitivo e sensorial. Maple Bear, São Paulo.

Sinalização e espaços disciplinares interativos. Cairnsfoot Special Needs School, Austrália.

Diretrizes Sustentáveis:

• Reutilização de água cinza 1 2 3 4 5

• Promover ventilação e iluminação natural eficientes

• Proteger de maior incidência solar com brises e vegetação

• Propor canteiros e vegetação visando o bem-estar

• Uso eficiente de recursos

• Uso de madeira certificada 7 8 9 6 10

• Captação de água da chuva

• Captação de energia solar

• Tecnologias Verdes

• Reciclagem e compostagem

Benefícios da Madeira Aparente

Qualidade do Ar Interno:

• Regulação da umidade

• Redução de poluentes internos (hipoalergênica)

Conforto Acústico:

• Atenuação e absorção do som

Bem-Estar Psicológico:

• Ambiente acolhedor

• Redução do estresse

Sustentabilidade:

• Sequestro de carbono

• Processo de extração menos impactante

• Mais leve e mais rápido de montar

• Redução de resíduos

• Possibilidade de reciclagem

Jardim de Infância e Creche KM - Osaka, Japão.

Diretrizes Arquitetônicas:

• Desenvolver espaços humanos e convidativos

• Criar espaços coletivos em locais estratégicos

• Circulação Intuitiva

• Volumetria aconchegante em escala mais humana 1 2 3 4 5

• Desenvolver diferentes tipologias de ambientes de aprendizagem

• Garantir a segurança e o bem-estar 6 7 8 9 10

• Permitir permeabilidade visual e espacial, ambientes integrados

• Conexão entre espaço interno e externo/ Integração com a natureza

• Trabalhar o uso e função da cor nos ambientes

• Sinalizações visuais para facilitar o reconhecimento dos ambientes

Pátio interno do Jardim de Infância e Creche KM - Osaka, Japão.
Sala de aula externa “Orange 1“. Arizona, Estados Unidos.

3.2. Programa de Necessidades

O programa foi desenvolvido para garantir que a escola atenda não apenas às exigências pedagógicas e administrativas, mas também às necessidades específicas dos alunos neurotípicos e com transtornos no desenvolvimento. O objetivo é proporcionar um ambiente de aprendizagem acolhedor, acessível e funcional para todos. A escola terá capacidade para comportar até 600 alunos por turno, com três turmas de 20 alunos por ano escolar.

Pedagógico

• Salas de Aula

• Sala de Leitura/ Biblioteca

• Sala de Informática

• Laboratórios

• Espaço para Debates e Simulações

• Salas para Atividades Extracurriculares (Esportes, artes, habilidades e cultura)

Terapêutico

• Sala de Terapia Individual e Refúgio Sensorial

• Sala de Integração Sensorial

• Sala de Fisioterapia

Vivência

• Auditório

• Pátios e Parques

• Áreas de Recreação e Esporte

• Quadras

• Depósito de Material de Educação Física

• Conjunto Sanitário dos Alunos

• Conjunto de Vestiários para Alunos

Direção/Administração

• Direção

• Secretaria

• Administração e Arquivos

• Coordenação Pedagógica

• Sala dos Professores

• Copa dos Professores

• Conjunto Sanitário Administrativo

• Almoxarifado

Serviços

• Depósito de Material de Limpeza

• Conjunto Sanitário dos Funcionários

• Enfermaria

• Carga/Descarga

Alimentação

• Cozinha

• Despensa

• Sala de Culinária

• Refeitório

• Cantina

Com a inclusão do setor terapêutico, é possível oferecer um suporte especializado dentro do ambiente escolar. Isso não só facilita o acesso ao tratamento, mas também integra as intervenções terapêuticas ao cotidiano dos alunos. A presença de profissionais de psicologia na escola ajuda a identificar e tratar problemas de forma precoce, prevenindo o agravamento de dificuldades emocionais e comportamentais, promovendo um ambiente educacional mais saudável e produtivo para todos os estudantes.

3.2.1 Novos ambientes

Sala de Terapia Individual/ Refúgio Sensorial

As salas de refúgio sensorial são espaços especialmente projetados para proporcionar um ambiente tranquilo e seguro onde crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou outras condições sensoriais podem se retirar quando se sentem sobrecarregadas ou superestimuladas. Esses espaços são essenciais para ajudar a regular os estímulos sensoriais, promovendo um ambiente de calma e segurança.

Essas salas são projetadas com um layout fixo e elementos específicos para minimizar a estimulação sensorial e proporcionar um refúgio consistente e previsível. São mais reservadas e utilizadas para ajudar as crianças a recuperarem o equilíbrio sensorial.

Fonte: MIYASHIRO, 2021

Características:

• Elementos suaves e macios: poltronas, almofadas,sofás, cobertores, tapetes e/ou carpete para promover o relaxamento e amortecimento do som.

• Iluminação suave: lâmpadas de baixa intensidade ou iluminação natural controlada para evitar o brilho intenso e luzes piscando.

• Cores suaves e neutras: cores como azul claro, verde suave, bege e cinza são usadas para criar um ambiente relaxante e calmante.

• Salas individuais, para isolamento ou terapias.

Fonte: Cleverson Nunes/CMSJC

3.2.1 Novos ambientes

Sala de Terapias Diversas

As salas para terapias diversas são ambientes projetados para oferecer uma variedade de terapias sensoriais e pedagógicas, atendendo às necessidades específicas de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Essas salas são versáteis e podem acomodar terapias individuais ou em grupo. Devem proporcionar um ambiente confortável, seguro e lúdico, promovendo o desenvolvimento sensorial e pedagógico de cada criança.

Fonte: Joel Haas; Unimed VTRP

“Organizar o espaço em áreas e cantos temáticos é uma alternativa que possibilitará a interação das crianças com diferentes materiais, permitindo-lhes um entendimento de uso coletivo do espaço, onde ao mesmo tempo são possíveis escolhas individuais e grupais que certamente favorecem também a construção de sua autonomia.” (REDIN, MULLER, REDIN, 2007, p. 104)

Características:

• Áreas abertas para brincadeiras no chão e interação social.

• Atividades sensoriais: balanços, escorregadores e tábuas de equilíbrio.

• Jogos sensoriais: jogos táteis, auditivos e visuais.

• Flexibilidade: permitindo se adaptar a diferentes tipos de terapia e tamanhos de grupos.

• Espaço Lúdico: Elementos coloridos e temáticos que tornam o ambiente atraente e estimulante para as crianças.

• Espaços claramente definidos para diferentes atividades terapêuticas, como brincadeiras sensoriais, atividades motoras e sessões de relaxamento.

Fonte: Genial Care

3.2.1

Novos ambientes

Sala de Fisioterapia

A criação de uma sala de fisioterapia voltada para as crianças com necessidades especiais oferece uma abordagem prática e eficaz para apoiar o desenvolvimento físico e motor dentro do ambiente escolar. Ao incorporar a fisioterapia diretamente na rotina da criança, o projeto promove um cuidado integrado e constante, facilitando o dia a dia tanto dos alunos quanto de suas famílias.

A presença de uma sala de fisioterapia na escola reduz a necessidade de deslocamentos externos, tornando os tratamentos mais acessíveis e frequentes. Isso favorece uma melhor adaptação e evolução da criança, permitindo que os pais possam conciliar os tratamentos com as atividades escolares.

Fonte: Reab Kids - Clínica de Reabilitação Infantil

Características:

• Espaço Adaptado: Equipado com materiais terapêuticos adequados para exercícios físicos e tratamentos específicos para crianças com limitações motoras.

• Apoio Profissional: Fisioterapeutas especializados no atendimento infantil, garantindo que as intervenções sejam direcionadas às necessidades de cada criança.

• Equipamentos de Fisioterapia: Aparelhos como bolas de fisioterapia, esteiras, rampas e outros dispositivos que facilitam o fortalecimento muscular e o desenvolvimento da coordenação motora.

• Facilidade de Acesso: Garantindo que as crianças possam participar das sessões de fisioterapia sem interferir em suas atividades escolares diárias.

• Interação com os Pais: Para que os pais acompanhem o progresso das crianças e aprendam como apoiar o desenvolvimento motor em casa, fortalecendo a parceria entre família e escola.

3.3. Referências Projetuais

Beacon School - Escola em Alto de Pinheiros

Base Urbana + Pessoa Arquitetos

Localização: São Paulo, Brasil

Área: 796 m²

Ano: 2015

Fotografias: Pedro Vannucchi (Archdaily)

A Escola em Alto de Pinheiros, projetada pelos escritórios Base Urbana e Pessoa Arquitetos, é um exemplo de como a arquitetura escolar pode ser inovadora e acolhedora. Localizada em um bairro residencial de São Paulo, essa escola foi pensada para atender tanto as necessidades pedagógicas quanto sociais dos alunos, criando um ambiente que é ao mesmo tempo convidativo e estimulante.

A integração de espaços internos e externos pode ser adaptada para criar áreas sensoriais ao ar livre, essenciais para o desenvolvimento sensorial de crianças com TEA. Grandes aberturas e janelas não apenas melhoram a iluminação e ventilação naturais, mas também ajudam na redução do estresse, promovendo um ambiente mais tranquilo. Além disso, brises coloridos controlam a luz e podem ser usados como elementos visuais calmantes e estimulantes.

3.3. Referências Projetuais

Cairnsfoot Special Needs School

NBRSARCHITECTURE

Localização: Brighton-le-Sands, Austrália

Área: não especificada

Ano: 2018

Fotografias: Alexander Mayes Photography

A visão do projeto foi criar um ambiente que forneça abrigo e ao mesmo tempo desafie os estudantes. O conceito de abrigo está relacionado à segurança, enquanto os desafios são essenciais para o desenvolvimento infantil. Integrando essas ideias ao ambiente de brincadeiras, os alunos desenvolvem a confiança e as habilidades necessárias para atingir seu pleno potencial.

Um dos espaços mais populares da escola é a colina gramada, onde as encostas íngremes dessa colina artifi cial incentivam o jogo de subir e descer, e os alunos podem se sentar para descansar. Além disso, um túnel atravessa a colina e oferece um abrigo adicional.

Ao incorporar faixas de pedestres e sinalização na escola, a arquitetura vai além da simples funcionalidade do espaço e considera a preparação dos alunos para interações seguras no mundo exterior. Esses elementos não só proporcionam segurança física ao facilitar a travessia de vias e a movimentação pelo campus, mas também desempenham um papel educativo.

3.3. Referências Projetuais

Escola Eleva Recife

Miguel Pinto Guimarães

Localização: Recife, Brasil

Área: 9600 m²

Ano: 2022

Fotografias: Escola Eleva

A arquitetura do edifício foi pensada para integrar a sustentabilidade em todos os aspectos, desde a escolha dos materiais até o uso eficiente da água, gestão de resíduos e a incorporação de espaços verdes. Além disso, a valorização da luz natural e a flexibilidade dos ambientes de aprendizagem são características centrais do projeto.

A incorporação de espaços verdes e gestão eficiente de recursos promove a consciência ambiental. Para mais, o uso de madeira nos ambientes internos adiciona sensação de acolhimento, criando um espaço agradável e sustentável. A madeira enriquece o design estético e funcional, refletindo o compromisso da escola com práticas ambientais e promovendo o bem-estar dos alunos.

3.3. Referências Projetuais

Damin Special Education School

REAL Architects

Localização: Ning Bo Shi, China

Área: 1500 m²

Ano: 2023

Fotografias: XIRU

A escola em Ningbo, China, passou por uma transformação significativa para atender às necessidades específicas de crianças com deficiências intelectuais moderadas e graves, incluindo aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O foco da reforma foi em dois ambientes: o ‘Jardim do Amor’ e o ‘Desafio Térreo’. O ‘Jardim do Amor’ foi concebido como um espaço sensorial natural, com curvas suaves e uma variedade de elementos naturais projetados para encorajar a exploração e a interação com a natureza. Enquanto isso, o ‘Desafi o Ground’ foi cuidadosamente projetado para oferecer oportunidades educacionais e de exercício físico, com estruturas de escalada e outras atividades destinadas a promover o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças.

Além disso, considerações sensoriais foram incorporadas em todo o projeto, desde texturas táteis nas paredes até o uso estratégico de plantas com fragrâncias calmantes nos espaços externos. Essas escolhas visam criar um ambiente que maximize o conforto e o desenvolvimento das crianças, proporcionando estímulos sensoriais específicos em diferentes áreas da escola.

A partir daqui, você encontrará exclusivamente as Referências Bibliográficas.

Caso deseje continuar para a etapa projetual, siga para o Caderno 02 – Projetos, onde estão desenvolvidos os aspectos práticos do tema abordado.

6.6. Referências Bibliográficas

• ALBUQUERQUE, Ciro. Neuroarquitetura e autismo: diretrizes para projetos saudáveis e acolhedores. ArchDaily Brasil, 2023. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/1005513/neuroarquitetura-e-autismo-diretrizes-para-projetos-saudaveis-e-acolhedores.

• ALMEIDA, M. O Papel da Madeira na Construção Civil Sustentável. Investimento Florestal Radix, 2022. Disponível em: https://radixflorestal.com.br/a-madeira-na-construcao-civil-sustentavel/.

• ANON. Sala de Aula do Futuro: o que é e como preparar a sua escola. Disponível em: https://www.clipescola.com/sala-de-aula-do-futuro/.

• APPARECIDO, M.M.; ZANATTO, R. Arquitetura de interiores em ambientes voltados para o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Revista Terra & Cultura: Cadernos de Ensino e Pesquisa, 2022. ISSN 0104-8112. Disponível em: http://publicacoes.unifil.br/index.php/Revistateste/article/view/2465/2340.

• ARCHDAILY. Escola em Alto de Pinheiros / Base Urbana + Pessoa Arquitetos. ArchDaily Brasil, 2016. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/797184/ escola-em-alto-de-pinheiros-base-urbana-plus-pessoa-arquitetos.

• ARCHDAILY. Jardim de Infância e Creche KM / HIBINOSEKKEI + Youji no Shiro. ArchDaily Brasil, 2017. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/867453/ jardim-de-infancia-e-creche-km-hibinosekkei-plus-youji-no-shiro .

• ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO INEP. Matrículas na educação especial chegam a mais de 1,7 milhão. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira | Inep, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/assuntos/noticias/censo-escolar/ matriculas-na-educacao-especial-chegam-a-mais-de-1-7-milhao.

• ATELIÊ URBANO. Criação de um espaço sensorial para crianças autistas no Centro Lumi. Disponível em: https://www.atelieurbano.com.br/portfolio/criacao-de-um-espaco-sensorial-para-criancas-autistas-no-centro-lumi/.

• AVANCINI, Marta. Censo Escolar 2023: país mantém crescimento de matrículas em escolas inclusivas. DIVERSA, 2024. Disponível em: https://diversa.org.br/noticias/censo-escolar-2023-pais-mantem-crescimento-de-matriculas-em-escolas-inclusivas/.

• BANDEIRA, Gabriela. Autismo: sintomas, graus, testes, tratamentos e muito mais! Genial Care, 2021. Disponível em: https://genialcare.com.br/blog/autismo/.

• BANDEIRA, Gabriela. Método Denver: o modelo de intervenção precoce no TEA. Genial Care, 2021. Disponível em: https://genialcare.com.br/blog/metodo-denver-autismo/.

• BANDEIRA, Gabriela. Prática baseada em evidências para o autismo. Genial Care, 2021. Disponível em: https://genialcare.com.br/blog/pratica-baseada-em-evidencias-autismo/.

• BANDEIRA, Gabriela. Terapia ABA no autismo: entenda tudo sobre essa ciência. Genial Care, 2023. Disponível em: https://genialcare.com.br/blog/terapia-aba-autismo/.

• BLUMBERG, Stephen; BRAMLETT, Matthew; KOGAN, Michael; et al. Changes in Prevalence of Parent-reported Autism Spectrum Disorder in School-aged U.S. [s.l.: s.n.], 2013. Disponível em: https://www.cdc.gov/nchs/data/nhsr/nhsr065.pdf.

• CILENTO, Karen. A New Take on Play / David Rockwell / Imagination Playground. ArchDaily, 2010. Disponível em: https://www.archdaily. com/70593/a-new-take-on-play-david-rockwell-imagination-playground.

• CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION NATIONAL CENTER FOR HEALTH STATISTICS. Changes in Prevalence of Parent-reported Autism Spectrum Disorder in Schoolaged U.S. Children: 2007 to 2011–2012. U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES Centers for Disease Control and Prevention National Center for Health Statistics, 2013. Disponível em: https://www.cdc.gov/nchs/data/nhsr/nhsr065.pdf.

• DA SILVA CARNEIRO, L. Instituto Ensinar Brasil Faculdades Unificadas de Teófilo Otoni Laiz da Silva Carneiro Arquitetura Escolar Inclusiva: moldando o espaço físico para a educação Teófilo Otoni. 2019. Disponível em: https://dspace.doctum. edu.br/bitstream/123456789/3716/1/laizdasilvacarneiroarqu.pdf.

• DABUS ARQUITETURA. Clínica de Terapia - Autismo. 2019. Disponível em: https://www.dabusarquitetura.com.br/site/arquitetura-clinicas/clinica-de-terapia--autismo-130420100413.html.

• DENHARDT, T. Autism-aware design. Architecture Now, 2017. Disponível em: https://architecturenow.co.nz/articles/autism-aware-design/.

• ESCOLA ELEVA. Escola Bilíngue em Recife. Disponível em: https://www.escolaeleva.com.br/colegios/escola-recife.

• ESCOLA ELEVA. Escola Bilíngue na Barra da Tijuca. Disponível em: https://www.escolaeleva.com.br/colegios/escola-barra-da-tijuca.

• ESTADÃO. Resultado do Censo 2022 sobre pessoas com deficiência só deve sair no último trimestre de 2024. Disponível em: https://www. estadao.com.br/brasil/vencer-limites/resultado-do-censo-2022-sobre-pessoas-com-deficiencia-so-deve-sair-no-ultimo-trimestre-de-2024/.

• GONZÁLEZ, María Francisca. Cairnsfoot Special Needs School / The Landscape Studio of NBRSARCHITECTURE. ArchDaily, 2020. Disponível em: https://www.archdaily.com/944141/cairnsfoot-special-needs-school-the-landscape-studio-of-nbrsarchitecture .

• GOSAVI, Ritu. Architecture for Autism: Overview and Analysis. RTF | Rethinking The Future, 2021. Disponível em: https://www.re-thinkingthefuture.com/ case-studies/a5732-architecture-for-autism-overview-and-analysis/.

• JR, F.P. Por que o Brasil pode ter 6 milhões de autistas? Canal Autismo, 2023. Disponível em: https://www.canalautismo.com. br/artigos/por-que-o-brasil-pode-ter-6-milhoes-de-autistas/.

• LINDOVAL DE OLIVEIRA, Francisco. Revista Educação Pública - Autismo e inclusão escolar: os desafios da inclusão do aluno autista. Revista Educação Pública, 2020. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/20/34/ autismo-e-inclusao-escolar-os-desafios-da-inclusao-do-aluno-autista.

• MARQUES, Isabela. Inclusão escolar da criança autista. Genial Care, 2023. Disponível em: https://genialcare.com.br/blog/inclusao-escolar-da-crianca-autista/

• MARQUES, Isabela. Terapia ABA no autismo: existem outros tipos? Genial Care, 2024. Disponível em: https://genialcare.com.br/blog/terapia-aba-no-autismo-e-outros-tipos/.

• MENDES, Thiago Monteiro; BARCELLOS, Christovam. A dimensão territorial do esgotamento sanitário: o caso do Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ csc/a/kXp5qNRpFPpBJJYRZjQmjNz/?format=pdf&lang=pt.

• Ministério da Educação. MEC atua para inclusão dos estudantes autistas em todo o País. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/assuntos/noticias/2024/abril/ mec-atua-para-inclusao-dos-estudantes-autistas-em-todo-o-pais.

• N. HENRY, Christopher. Designing for Autism: Spatial Considerations. ArchDaily, 2011. Disponível em: https://www.archdaily.com/179359/designing-for-autism-spatial-considerations?ad_source=search&ad_medium=projects_tab&ad_source=search&ad_medium=search_result_all.

• NIOAC DE SALLES, Mariana. “Nada sobre nós, sem nós” - Design, um caminho para diminuir a fragmentação no processo de inclusão da criança com Transtorno do Espectro Autista no ambiente de ensino-aprendizagem. [s.l.: s.n.], 2019. Disponível em: https://www.dbd. puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/1712445_2019_completo.pdf.

• OLIVEIRA MACHADO, Anthony. RECREIO DOS BANDEIRANTES: reflexões em torno da sua configuração socioespacial. [s.l.: s.n.], 2022. Disponível em: https:// pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/19560/1/AOMachado.pdf.

• PAULA, Anthony de; LEITÃO, Camila Tasca; CARDELES, Vicenzo Castro. Uma abordagem sobre a dimensão territorial do esgotamento sanitário na Região do Recreio dos Bandeirantes (RJ).

SIMPÓSIO NACIONAL DE GESTÃO E

ENGENHARIA URBANA, v. 3, p. 471–479, 2021. Disponível em: https://eventos.antac.org.br/index.php/singeurb/article/view/86 5.

• Pereira, M. Projeto de escolas: a arquitetura como ferramenta educacional. ArchDaily Brasil, 2020. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/900627/ projeto-de-escolas-a-arquitetura-como-ferramenta-educacional.

• PEREIRA, Matheus. Biblioteca da Escola Umbrella / Savana Lazaretti Arquitetura e Design Sensorial. ArchDaily Brasil, 2021. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/940703/biblioteca-da-escola-umbrella-savana-lazaretti-arquitetura-e-design-sensorial.

• PINTOS, Paula. Damin School Renovation: Special Education School Campus Renewal / REAL Architects. ArchDaily, 2023. Disponível em: https://www.archdaily.com/1010454/damin-school-renovation-special-education-school-campus-renewal-real-architects.

• REIS, Juliana. Marcos Mion vai a Brasília discutir a inclusão do autismo no Censo 2020. Portal Acesse, 2019. Disponível em: https://www.portalacesse.com.br/marcos-mion-vai-a-brasilia-discutir-a-inclusao-do-autismo-no-censo-2020/#google_vignette.

• RISSATO, H. DIR/Floortime usado no desenvolvimento de crianças com autismo. Genial Care, 2022. Disponível em: https://genialcare.com.br/blog/dir-floortime/.

• RISSATO, H. Método TEACCH para desenvolvimento da criança com autismo. Genial Care, 2022. Disponível em: https://genialcare.com.br/ blog/metodo-teacch-para-o-desenvolvimento-da-crianca-com-autismo/.

• SILVA, Renata. Augusto Manzato Arquitetura transforma o playground da Maple Bear Mogiana em um espaço cognitivo e sensorial – Revista USE. Revista USE, 2024. Disponível em: https:// revistause.com.br/augusto-manzato-arquitetura-transforma-o-playground-da-maple-bear-mogiana-em-um-espaco-cognitivo-e-sensorial/.

• Souza, E. Por que a madeira é um material interessante para a construção de escolas. ArchDaily Brasil, 2020. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/946547/por-que-a-madeira-e-um-material-interessante-para-a-construcao-de-escolas.

• SPECIALISTERNE. Abordagens e benefícios da inclusão escolar de crianças autistas. Canal Autismo, 2023. Disponível em: https://www.canalautismo.com.br/artigos/abordagens-e-beneficios-da-inclusao-escolar-de-criancas-autistas/#:~:text=A%20 inclus%C3%A3o%20de%20crian%C3%A7as%20autistas.

• STUDIOTECHNE ARCHITECTS. Considerations When Designing Spaces for those with Autism, 2022. Disponível em: https://www.technearchitects.com/blogs/considerations-when-designing-spaces-for-those-with-autism?format=amp.

• TISMOO. Os diferentes aspectos da comunicação da pessoa com TEA. Tismoo, 2018. Disponível em: https://tismoo.us/comunidade/ os-diferentes-aspectos-da-comunicacao-da-pessoa-com-tea/.

• Triguero Veloz Teixeira, M.C. Literatura científica brasileira sobre transtornos do espectro autista. [Artigo], 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-42302010000500026.

• Urbem. Madeira engenheirada solucionando as dores da construção civil. Disponível em: https://urbembr. com/#:~:text=O%20Cross%20Laminated%20Timber%20.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.