O pan nos media agosto 2015

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"Comer é um acto político. Um acto progressista e revolucionário"

Tipo Meio:

Internet

Data Publicação:

03-08-2015

Meio:

Público Online

Autores:

Maria João Lopes

URL:http://www.pt.cision.com/s/?l=eb554f35

Por Maria João Lopes 03/08/2015 - 08:35 André Silva é o cabeça-de-lista do PAN por Lisboa às eleições legislativas. Utópico assumido, acredita que vai chegar ao Parlamento porque os portugueses se revêem nas causas que defende. André Silva é o cabeça-de-lista do PAN por Lisboa às eleições legislativas Enric Vives-Rubio PAN Partidos políticos Tem memórias fortes dos meses de férias em casa dos avós, que eram agricultores, no concelho de Tondela. De cozer broa, apanhar batata. Dos dias grandes. De ir, no fim de jantar, ao campo de milho, tirar uma espiga e assá-la. Mas também se lembra das matanças do porco e de outras formas de tratamento dos animais que lhe despertaram a consciência e que o fizeram, mais tarde, chegar ao Pessoas-Animais-Natureza (PAN). André Silva, 39 anos, é formado em Engenharia Civil, especialização em recuperação do património arquitectónico e artístico. Pratica mergulho e biodanza. Vive em Lisboa, numa casa com uma horta de 50 metros quadrados, onde faz compostagem. É vegetariano e tem um cão chamado Nilo. É militante do PAN desde 2012, por que razão decidiu abraçar a política? O PAN é um partido que propõe uma visão holística e integrada dos diferentes ecossistemas, sejam eles sociais, culturais, ecológicos ou económicos. Só é possível pensar e propor medidas alternativas tendo presente esta matriz organizadora: pessoas-animais-natureza. Revejo-me bastante nisso, tal como muitos portugueses. Esta defesa das três causas maiores responde aos anseios de uma parte muito significativa da sociedade. Eu assumo que sou um sonhador, um utópico. Dizemos que a utopia é inalcançável. Ainda bem, porque para mim é um motor e a forma de continuar a caminhar e a procurar um mundo melhor. No que se refere aos animais, é abolicionista? Há quem tenha uma perspectiva bem-estarista dos animais, isto é, permite a sua utilização, mesmo que eles tenham de alguma forma garantido o seu bem-estar. A perspectiva abolicionista, aquela em que mais me revejo, rejeita a exploração dos animais seja ela qual for. Quando falamos de espectáculos com animais, como circos, ou da tauromaquia, somos absolutamente abolicionistas. Temos de valorizar uma cultura ética e de compaixão e não podemos permitir que haja um divertimento humano à custa do sofrimento. E em relação ao uso de animais na investigação e na ciência? O PAN defende a sua abolição e que há alternativas viáveis e éticas, muitas vezes mais baratas e fiáveis. Porquê usar os animais? Não faz sentido. A meta do PAN para estas legislativas é eleger dois deputados. Acreditam que vão conseguir? Não somos um partido muito mediatizado, mas sentimos um apoio que cresce nas redes sociais e entre amigos e conhecidos. Sentimos que vamos ter um bom resultado, vamos ser a surpresa positiva das eleições. Entende que a hierarquização e a concentração de poder são hoje em dia anacrónicas. A que se refere? Temos sociedades baseadas em organizações piramidais. Praticamente todos os partidos têm estruturas piramidais, assim como a própria Assembleia da República. Defendemos uma maior horizontalização de todas as estruturas e uma participação mais activa dos cidadãos na política. No programa eleitoral, que deverá estar pronto agora, no início de Agosto, queremos incluir propostas de cidadania para participação na vida política. Defendem mesmo a criação de um novo sistema político, social e económico e, dentro dele, propõem medidas como a redução do número de horas de trabalho para 30 ou um IVA da distância sobre produtos, tendo em conta o seu gasto da origem até à distribuição. Mas a ideia de um novo sistema político, social e económico é um pouco vaga. Quer concretizar? Sejam quais forem as ideologias, de esquerda ou de direita, o que existe é um modelo económico-financeiro produtivista-consumista que gera problemas de vária ordem. O novo modelo de economia terá obrigatoriamente de atender às características finitas dos recursos. Temos várias

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