Parques Naturais dos Açores nº. 2 | Janeiro 2017

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Propriedade e Conceção: Sociedade de Gestão Ambiental e Conservação da Natureza – AZORINA, S.A. Conteúdos: Direção Regional do Ambiente | Sociedade de Gestão Ambiental e Conservação da Natureza – AZORINA, S.A. | Parques Naturais dos Açores | Geoparque Açores | Universidade dos Açores Fotografia: [1, 2, 4, 6, 7, 8, 9, 12, 13, 14, 15, 17, 19, 20, 24, 26 e 27] ©PHSilva // siaram.azores.gov.pt | [3 e 5] Nuno Sá | [10 e 11] Ana Vasconcelos | [16] João Melo | [18] Geoparque Açores | [21, 22 e 23] Isabel Areosa | [25] Universidade dos Açores Design e Ilustrações: Sociedade de Gestão Ambiental e Conservação da Natureza – AZORINA, S.A. Iniciativa: Governo Regional dos Açores Todos os direitos reservados © 2017


ÍNDICE Parque Natural do Corvo

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Jazidas Fósseis de Santa Maria

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Uma Flor pelo Turismo Sustentável

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Centro de Interpretação da Cultura do Ananás

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Comemoração dos 45 anos da Classificação das Reservas

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Naturais da Caldeira do Faial e da Montanha do Pico Geoparque Açores

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Economia Circular no Sector dos Resíduos

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Laboratório de Paisagem

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Campanha SOS Cagarro

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Ano Internacional do Turismo Sustentável

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Caraterização Ambiental dos Solos

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da Bacia Hidrográfica das Furnas Natal nos Parques

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Parque Aberto

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Nunca é demais salientar a importância da água, quer como base da atividade biológica, fundamental no desenvolvimento e equilíbrio dos ecossistemas, quer como elemento essencial ao desenvolvimento social e económico, quer ainda enquanto bem imprescindível à vida humana. Os recursos hídricos são, por isso, um bem natural de importância estratégica, reclamando uma gestão sustentável, assente em regras e procedimentos que promovam a boa utilização, a sua preservação qualitativa e quantitativa, e a preservação do ambiente. As lagoas são elementos marcantes da paisagem dos Açores, com valores naturais e estéticos assinaláveis, apesar de algumas delas terem sido sujeitas, durantes décadas, a pressões que redundaram em processos de profunda degradação da qualidade das massas de água. O Plano de Gestão da Região Hidrográfica dos Açores e os Planos de Ordenamento das Bacias Hidrográficas das Lagoas de São Miguel, Pico e Flores são instrumentos essenciais para assegurar a qualidade das massas de água das nossas lagoas e os Parques Naturais de Ilha têm estado na primeira linha da sua implementação. É, pois, fundamental que se prossiga com a monitorização e ação sobre a origem dos nutrientes que afluem às lagoas e com o controle da biomassa de plantas aquáticas, acrescendo, nas situações mais graves, a necessidade de medidas curativas com incidência direta na massa de água. A este propósito, contamos nesta edição com a colaboração do professor Jorge Pinheiro, da Universidade dos Açores, que, no âmbito do projeto de caraterização e monitorização ambiental dos solos da bacia hidrográfica da Lagoa das Furnas, conclui que as concentrações elevadas de nutrientes nos solos resultam necessariamente de um processo continuado de adição a partir de adubações e da carga animal, e que, apesar de estarem a ser reduzidas ou mesmo anuladas em diversas áreas da bacia hidrográfica, o seu efeito ambiental pode perdurar ainda por vários anos. Decididamente, não existem soluções milagrosas e, muito menos, instantâneas para o problema da eutrofização, mas, depois de termos sido, ainda que por ignorância ou omissão, cúmplices dos ataques perpetrados nas nossas lagoas, exigisse-nos, a todos, um empenho redobrado na sua efetiva recuperação.

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Diretor Regional do Ambiente

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e u q r a P o d l a r Natu

o v r o c

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Os corvinos aprenderam desde cedo que vivem num local especial e que para sobreviver têm de manter os seus labores em equilíbrio com a natureza. Em 1989 uma importante parte da ilha - Costa e Caldeirão - foi classificada como zona fundamental para a conservação das aves selvagens, de acordo com a Diretiva Aves. Anos depois, é criada a Reserva Voluntária do Caneiro dos Meros - por iniciativa de um grupo de jovens corvinos e que, desde 1998, é respeitada através da conciliação de boas vontades da comunidade de pescadores, caçadores e agentes turísticos. A grande atração do local é o mergulho e os meros que, de forma amistosa, se aproximam dos mergulhadores. Durante dezoito anos, a preservação da vida marinha desta zona, por parte da comunidade piscatória, levou não só à proteção dos meros, mas de todo um ecossistema, sendo este um autêntico aquário repleto de espécies típicas do fundo do mar dos

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Açores. Mergulhar aqui, assemelha-se a uma viagem no tempo, que nos recorda como foram os nossos mares antes da pesca intensiva e como podem ser, quando são tomadas as medidas certas para salvaguardar o património natural.

Nesse mesmo ano, graças à importância do seu ecossistema, o Caldeirão do Corvo foi classificado como Sítio Ramsar, passando a integrar o grupo das 31 Zonas Húmidas de Importância Internacional existentes em Portugal.

Em 2002, uma parte considerável da ilha é declarada como Sítio de Interesse Comunitário e, em 2007, a UNESCO reconheceu toda a ilha como Reserva da Biosfera, aprovando a candidatura apresentada pela Região.

O Parque Natural integra duas áreas protegidas – a Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies da Costa e Caldeira do Corvo e a Área Protegida de Gestão de Recursos da Costa do Corvo, que englobam uma parte significativa da ilha.

Assim, com o intuito de proteger tão significativa riqueza natural, foi criado em 2008, o Parque Natural do Corvo, através do Decreto Legislativo Regional nº44/2008/A, o qual pretende, não só estabelecer mecanismos de conservação, preservação e gestão dos ecossistemas, da biodiversidade e dos valores e recursos naturais presentes, como contribuir para a constituição de uma rede fundamental de conservação da natureza na Região Autónoma dos Açores.

A sua diversidade é alvo de admiração e contemplação por quem o ousou conhecer, sendo considerado um local privilegiado para a observação de aves. A localização geográfica da ilha – situada quase à mesma distância da Península Ibérica e da Terra Nova – coloca-a numa das principais rotas migratórias entre a América do Norte e a Europa, reunindo assim características únicas que a leva a estar incluída no circuito do Birdwatching internacional. 5|


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A ilha é, assim, um espaço de acolhimento natural de diversas espécies, que aqui encontram condições para descansar e se alimentar, podendo fazê-lo por algumas horas, durante semanas ou até meses. Aliada à boa localização, juntam-se as potencialidades naturais do Corvo (que para além das duas áreas protegidas, integra Áreas Importantes para as Aves – Important Bird Area (IBA)) e o crescimento que a observação de aves tem vindo a registar, representando, uma mais-valia para o sector turístico local. O Corvo é um laboratório mundial, quer pelas suas caraterísticas geológicas, quer pela sua biodiversidade única, contando com quatro geossítios de assinalável geodiversidade. Em relação à flora, alberga por quilómetro quadrado, a maior quantidade de espécies endémicas dos Açores, registando 95 endemismos, dos quais 59 são endemismos do arquipélago, 19 da Macaronésia e 17 da Europa. Registam-se também 8 |6

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espécies de briófitos da Europa. Uma delas, Echinodium renauldii, é presentemente considerada um dos briófitos mais ameaçados do mundo. Para o grupo dos invertebrados terrestres estão registados 29 endemismos dos Açores e 7 da Macaronésia. De salientar a presença da rara borboleta endémica dos Açores, a borboleta-castanha (Hipparchia azorina occidentalis), cuja distribuição se restringe às ilhas do Corvo e Flores. Fernando Ferreira Diretor do Parque Natural do Corvo


parquesnaturais.azores.gov.pt

TORNE-SE PARCEIRO DOS PARQUES NATURAIS DOS AÇORES E CONTRIBUA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA REGIÃO

Aplicável a instituições públicas ou privadas, singulares ou coletivas, com ou sem fins lucrativos, que desenvolvam atividade dentro dos limites geográficos dos Parques Naturais. 7|


JAZIDAS FÓSSEIS DE SANTA MARIA

Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo // Casa dos Fósseis 01 outubro – 31 maio: terça a sexta: 10h00 - 17h00 | sábados: 14h00 - 17h30 | encerrado: domingos, segundas, feriados*, terça de Carnaval, 24 e 31 de dezembro *Abre nos feriados: sexta-feira Santa, 25 abril e 1 de maio das 14h00 às 17h30, exceto se coincidem com domingos ou segundas. 01 junho – 30 setembro: todos os dias: 10h00 - 18h00 Contactos: (+351) 296 206 798 pnstmaria.dalbertopombo@azores.gov.pt

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A ilha de Santa Maria, a mais oriental dos Açores, possui particularidades geológicas e paleontológicas únicas no contexto de ilhas oceânicas. Os fósseis marinhos e as praias elevadas contam uma história geológica que nos transporta para climas tropicais, para variações do nível das águas do mar atual e para vulcanismos subaquáticos que originaram magníficos afloramentos de lava em almofadas.

de animais na areia, com mais de cinco milhões de anos.

As jazidas fósseis possuem dois momentos distintos de criação, associados a diferentes períodos de formação sedimentar da ilha – 5 a 7 milhões de anos e 130 000 a 117 000 anos – formação sedimentar responsável pela existência de rocha clara e calcária em Santa Maria, em que a sua erosão origina praias de areia branca, únicas no arquipélago.

O espaço proporciona uma viagem 3D pela formação geológica da ilha, do passado ao presente, focando a sua importância no contexto internacional. A audição e o tato são outros dos sentidos despertos na visita à Casa dos Fósseis, onde os visitantes poderão sentir os fósseis de Santa Maria e ouvir o som das jazidas fossilíferas, onde o mar se encontra com as rochas.

Ao visitar as jazidas fossilíferas de Santa Maria, é possível a observação de conchas de grandes dimensões, de ouriços-do-mar, de ossos de cetáceos, ou mesmo vestígios de comportamentos

Para que o conhecimento desta riqueza geológica ficasse ao alcance de todos, foi inaugurada a Casa dos Fósseis que, para além de ser uma infraestrutura de divulgação científica, permite dar continuidade ao Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo.

Joana Tavares Parque Natural de Santa Maria


Mais informações em: azores.gov.pt/gra/sraa-miosotis

UMA FLOR PELO TURISMO SUSTENTÁVEL Não-me-esqueças (Myosotis maritima) é uma planta presente no arquipélago dos Açores, detentora de um estatuto especial: o de endemismo. O nome desta espécie foi também escolhido para representar o Galardão de Alojamento de Turismo Sustentável na Região. Nos últimos anos, os Açores têm ganho relevância no que toca ao turismo sustentável, tendo sido declarados como um dos destinos turísticos mais sustentáveis do mundo. Este reconhecimento tem levado ao aumento do número de visitantes, incrementando igualmente a necessidade de manutenção e atualização dos padrões considerados sustentáveis no sector do turismo. Com uma aposta cada vez maior no turismo sustentável, o Governo dos Açores

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criou o Galardão Miosótis com o objetivo de promover e valorizar os alojamentos regionais que prezam o ambiente e utilizam os recursos da natureza de forma responsável. O galardão atribui um reconhecimento distinto aos estabelecimentos turísticos pelas suas práticas ambientais exemplares, nomeadamente no que respeita à correta gestão de recursos como os dos sectores hídrico e energético. Assim, os principais objetivos deste galardão traduzem-se na(o): a) criação de uma marca ambiental credível e rigorosa a atribuir aos alojamentos, de acordo com as características regionais onde estes se inserem; b) reconhecimento das boas práticas exercidas pelos estabelecimentos regionais;

c) sensibilização dos funcionários e clientes dos empreendimentos turísticos para o uso de boas práticas ambientais. O galardão destina-se a todos os alojamentos locais, estabelecimentos hoteleiros, aldeamentos turísticos, apartamentos turísticos, conjuntos turísticos – resorts, empreendimentos de turismo de habitação e empreendimentos de turismo em espaço rural. A ostentação deste galardão traz vantagens aos alojamentos sendo distinguidos internacionalmente dos restantes, para além de que a atribuição é totalmente gratuita.

Isabel Areosa e Mafalda Sousa Departamento de Educação Ambiental e Conservação da Natureza AZORINA, S.A.

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“Esta terra abençoada produz tudo (...) o café, o amendoim, o ananás. Este fruto delicioso, cujas folhas parecem de zinco, é colhido em verde para o transporte, mas se esperam que amadureça na estufa exala um aroma que faz crescer água na boca. Com calor persistente e constante humidade, com fumo quando vai deitar flor, obtém-se, de toco negro e mirrado que é a raiz, um enorme e delicioso morango. (...) No caminho das Furnas (...) em todos os quintais, vidros brancos de estufas. Reina o ananás.” Raul

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Brandão, em “As ilhas desconhecidas”, 1926


Centro de Interpretação da Cultura do Ananás A 23 de agosto de 2016, foi inaugurado o Centro de Interpretação da Cultura do Ananás, a mais recente estrutura que integra a rede de Centros Ambientais da Região Autónoma dos Açores e que conta já com 18 espaços visitáveis. Mais do que articular a promoção entre o sector turístico e o da indústria, o ananás é um fruto emblemático que integra, desde sempre, a vida económica, social, cultural e política dos açorianos. Ex-libris do arquipélago, graças à excelência da sua qualidade, sabor e aroma inigualáveis, é ainda representativo da identidade açoriana sendo, desde cedo e atualmente, um produto reconhecido além-fronteiras. Paralelamente à denominada “Economia do Ananás” que muito impulsionou a exportação nos Açores, nos finais do século XIX e início do século XX, assistiu-se no último século ao desenvolvimento de uma “Cultura do Ananás”, caracterizada pelo avanço nas práticas tradicionais de cultivo, assentes em mão-de-obra local e conhecedora de práticas de maneio, que tornaram evidente a necessidade de associar à divulgação e promoção desta cultura, o estudo e sistematização do seu conhecimento. O edifício situa-se no berço desta conhecida prática, em pleno centro da freguesia da Fajã de Baixo, concelho de Ponta Delgada, onde se iniciaram as primeiras plantações de ananases, que se estenderam posteriormente aos municípios de Lagoa e Vila Franca do Campo, e que sempre representou o maior centro produtor de ananás de São Miguel. 11 |


Esta importantíssima localização do Centro ganha nova projeção ao situar-se no Largo da Igreja, em diálogo com dois edifícios emblemáticos e de valor patrimonial reconhecido, a Igreja de Nossa Senhora dos Anjos e o Solar de Fonte Bela, acrescido do mais recente Centro de Estudos Natália Correia, em plena rota de diversas plantações localizadas na freguesia, integrando um roteiro turístico de excelência. O Centro de Interpretação da Cultura do Ananás pretende deste modo e como objetivo primordial, divulgar e promover uma atividade de características únicas, que se mantém desde a primeira exportação de ananases, em 1864, feita para Inglaterra pelo industrial José Bensaúde, e que desde então caracteriza a paisagem da ilha, nas suas imensas estufas de vidro, descritas por Raul Brandão, ainda no primeiro quarto do século XX. O visitante tem a oportunidade de efetuar uma viagem na história do ananás, transversal aos momentos que marcaram a história do mundo, mostrando-a e explicando-a ao público em geral, de turistas a residentes, público em idade escolar, investigadores e/ ou simplesmente curiosos sobre esta temática, resultando num ponto de encontro e partilha de saberes e memórias. Para o efeito encontram-se evidenciados temas concretos sobre o fruto como o “Ciclo Produtivo do Ananás”, as “Operações de Cultivo”, “Características e Propriedades do Ananás dos Açores”, a “Botânica e Características Morfológicas”, o “Papel do Ananás na Gastronomia Local”, bem como outros de enquadramento, como a “Introdução e Comercialização do Ananás dos Açores”, “Caracterização da Paisagem e das Estufas” e o “Papel do Ananás nos Roteiros Turísticos da Região”. O edifício integra uma área de receção ao visitante com uma loja, sala de exposição, sala multiusos, área de trabalho e consulta, bem como áreas diversas de serviço. Como forma de reconhecer a importância dos génios empreendedores que foram José Bensaúde e António Borges – que, em 1853, instalou a primeira estufa de ananás – foram atribuídos os seus nomes às salas que compõem o Centro de Interpretação. Mais do que encerrar conhecimento acerca desta prática, pretende-se ainda que este seja um local aberto à população, propício ao encontro e partilha de um tema que lhes é tão familiar, focalizando os principais aspetos que tornaram esta prática tão enriquecedora e cativante. Ana Vasconcelos Azorina S.A. 10

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Centro de Interpretação da Cultura do Ananás 01 outubro - 31 maio terça a sábado > 10h00 - 17h00 encerrado > domingos | segundas | feriados* | terça de Carnaval | 24 e 31 dezembro 01 junho - 30 setembro todos os dias > 10h00 - 18h00 Contactos: (+351) 296 383 026 pnsmiguel.centroananas@azores.gov.pt 11

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As Reservas Naturais da Caldeira do Faial e da Montanha do Pico constituem duas das mais antigas áreas protegidas de Portugal. São dois locais únicos no mundo, onde a biodiversidade e a geodiversidade vivem em harmonia com o Homem, sendo um motivo de orgulho para todos os açorianos.

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A Reserva Integral da Caldeira foi criada a 7 de março de 1972, através do Decreto n.º 78/72 e foi reclassificada em 1982 como Reserva Natural, através do Decreto Regional n.º 14/82/A, de 8 de julho, com o objetivo de conservar e proteger um conjunto de valores naturais através do controlo dos acessos e da manutenção de regras de comportamento compatíveis com os objetivos que justificaram a classificação daquele território. Trata-se de uma monumental caldeira resultante do colapso do único estrato-vulcão da ilha, coberta por fauna e flora natural dos Açores e com uma pequena lagoa no fundo. Esta depressão, de formato circular, possui um diâmetro de cerca de 2 km e uma profundidade média de 400 m.


COMEMORAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DAS RESERVAS NATURAIS DA CALDEIRA DO FAIAL E DA MONTANHA DO PICO

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ANOS

A floresta Laurissilva presente é similar à que revestia a ilha no período anterior ao povoamento, sendo possível encontrar a maioria das espécies mais emblemáticas dos Açores. A Reserva Natural da Caldeira é considerada um dos principais santuários da biodiversidade do arquipélago. A importância deste espaço, sob ponto de vista conservacionista, remonta à década de 40 do século passado. No dia 5 de junho de 1948, em reunião ordinária da Câmara Municipal da Horta, e tendo por base a importância da preservação desta área, a Caldeira é declarada como “Zona de Proteção à Natureza”, tendo sido proibido o corte de lenhas no interior desta cratera, mantendo-se a possibilidade de pastoreio ao gado ovino. A sua importância está ainda bem patente pelos vários estatutos de proteção que a abrangem, como é o caso da sua inclusão na Rede Natura 2000.

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“a Montanha do Pico é o ponto mais alto de Portugal e o terceiro maior vulcão ativo do Oceano Atlântico” 15

Esta é uma rede de áreas designadas para conservar os habitats e as espécies selvagens raras, ameaçadas ou vulneráveis na União Europeia e que resulta da implementação das diretivas comunitárias Aves (relativa à conservação de aves selvagens) e Habitats (relativa à conservação dos habitats e da fauna e flora selvagens). Encontra-se também classificada como Zona Húmida de Importância Internacional desde junho de 2008, e está designada como Sítio Ramsar, o único no Faial, o que reforça os estatutos de proteção e políticas de uso racional e sustentável deste habitat. É ainda considerada um geossítio prioritário pelo Geoparque Açores, Geoparque Mundial da UNESCO.

vulcão, muito semelhante ao Vulcão do Fogo em Cabo Verde, ao Teide nas Canárias, ao Monte Fuji no Japão e ao Mayon nas Filipinas, sendo a Montanha do Pico o ponto mais alto de Portugal e o terceiro maior vulcão ativo do Oceano Atlântico. Para além da imponente beleza estética que condiciona toda a paisagem da ilha do Pico, bem como a paisagem das ilhas vizinhas, encerra valores naturais muito relevantes.

Em 2008, com a criação do Parque Natural do Faial, passou a integrar esta estrutura de gestão, como Reserva Natural.

Na década de 70, surgiu uma preocupação para preservar este ecossistema único, com a criação do Decreto n.º 79/72, de 8 de março. Neste Decreto, a Montanha do Pico é considerada como “um grandioso cone vulcânico, no cimo do qual se regista a maior altitude de Portugal europeu, e cujo interesse geológico e condições ecológicas particulares justificam plenamente as medidas de defesa preconizadas, de modo a garantir a sua conservação.”

A Montanha do Pico, considerado um ex-libris dos Açores e de Portugal, constitui um edifício vulcânico com uma altura de 2351 metros acima do nível do mar e cerca de 3500 metros acima da plataforma oceânica dos Açores, o qual se designa por estrato-

Foram assim instituídas algumas medidas de conservação, ainda que primárias, bem como estabelecidos os limites da então designada Reserva Integral da Montanha do Pico. Mais tarde foi reclassificada através do Decreto Regional n.º 15/82/A, de 9 de

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julho, como Reserva Natural e desde 2008 encontra-se inserida no Parque Natural do Pico com a mesma categoria.

à Caldeira do Faial e em outubro efetuou-se a segunda edição da prova “Azores Triangle Adventure”.

A Montanha do Pico encontra-se classificada como Zona Especial de Conservação da Rede Natura 2000 – “ZEC Montanha do Pico, Prainha e Caveiro” e é um geossítio prioritário de relevância internacional do Geoparque Açores. Recentemente obteve também reconhecimento nacional, vencendo o concurso ”7 Maravilhas Naturais de Portugal” na categoria de Grandes Relevos, integrada na Paisagem Vulcânica do Pico.

A 24 de novembro, no Jardim Botânico do Faial, foi lançada a brochura “Da Caldeira do Faial à Montanha do Pico” e no dia 11 de dezembro foram lançados os selos comemorativos e apresentado o novo merchandise da Casa da Montanha.

Ciente da importância destas duas áreas protegidas, a Direção Regional do Ambiente, através dos Parques Naturais do Faial e do Pico, apresentou a 28 de julho (Dia Internacional da Conservação da Natureza) um programa com diversas atividades, de forma a assinalar os 45 anos de classificação destas duas reservas naturais. Em agosto realizou-se um baile de chamarritas em simultâneo nas duas reservas naturais, sendo que no mês de setembro foram organizadas visitas guiadas à Montanha do Pico e

Em janeiro de 2017 vai decorrer o “Festival da Montanha” promovido pela MiratecArts, a 2 de fevereiro será comemorado o Dia Internacional das Zonas Húmidas, com a atividade “A Caldeira do Faial como Zona Ramsar” e nos dias 7 e 8 de março haverá um colóquio intitulado de “As Áreas Protegidas nos Açores” que decorrerá nas duas ilhas.

Parque Natural do Pico e Parque Natural do Faial

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GEOPARQUE AÇORES 14ª CONFERÊNCIA EUROPEIA DE GEOPARQUES 2017 O Arquipélago dos Açores, localizado no Oceano Atlântico Norte, apresenta uma rica e vasta geodiversidade e um importante património geológico, assente numa rede de 121 geossítios dispersos pelas nove ilhas e zona marinha envolvente, com relevante valor científico, educacional e turístico. Vulcões, caldeiras, lagoas, campos lávicos, fumarolas, águas termais, grutas e algares vulcânicos, fajãs, escarpas de falha e depósitos fossilíferos marinhos, entre tantos outros, são elementos caracterizadores do património geológico do Geoparque Açores - Geoparque Mundial da UNESCO. Comprometido com o turismo sustentável para melhorar a qualidade de vida no território e torná-lo num lugar melhor para as gerações futuras, o Geoparque Açores oferece experiências únicas em

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contacto com a natureza e cultura locais, firmando uma reputação internacional de autenticidade, responsabilidade e gestão exemplar do turismo, sendo estes alguns dos fatores que permitiram que o Arquipélago dos Açores fosse considerado um dos “100 Destinos Mais Sustentáveis” de 2016. Neste contexto, o Geoparque Açores, recebe a 14º Conferência Europeia de Geoparques, que será realizada em Ponta Delgada em setembro de 2017. O tema da conferência “Geoparques: Caminhos do turismo sustentável para o desenvolvimento”, vai de encontro às declarações da 70ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que anuncia 2017 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento.

A organização, equipa e patrocinadores pretendem incentivar os participantes a implementar políticas de sustentabilidade ambiental, medidas eficientes de uso e qualidade da água, iniciativas de redução e reciclagem de resíduos, entre outros, como uma forma adequada de antever a implementação de verdadeiras estratégias de turismo sustentável. Estas medidas devem ser reforçadas em territórios como os Açores - insulares, pequenos, distantes e dispersos - e com um relevante património natural e cultural. Convidamos todos a participar nesta conferência, para conhecer o povo e os vulcões dos Açores e desfrutar de uma erupção... de sabores, aromas e experiências!


Geoparque Açores Geoparque Mundial da UNESCO 14ª Conferência Europeia de Geoparques

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7 a 9 de setembro de 2017 Ponta Delgada, S. Miguel | Visitas pós-congresso (opcionais): 10 a 12 de setembro de 2017 | Mais informações em: www.egnazores2017.com info.egnazores2017@azoresgeopark.com

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Econ omi

- Um objetivo comum europeu de reciclar 65% dos resíduos urbanos até 2030; - Um objetivo comum europeu de reciclar 75% dos resíduos de embalagens até 2030; - Um objetivo vinculativo de redução da deposição em aterro a um máximo de 10% de todos os resíduos até 2030.

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O Plano Estratégico de Prevenção e Gestão de Resíduos dos Açores (PEPGRA) cria o Programa de Prevenção Regional

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O novo pacote legislativo, criado pela União Europeia, fixa objetivos claros de redução e define uma via ambiciosa e credível de longo prazo para a gestão e a reciclagem, tais como:

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Outros benefícios da Economia Circular traduzem-se na promoção da eco-inova-

ção, criação de novas oportunidades de negócio, produtos e serviços, poupança de recursos financeiros, diminuição das emissões de carbono e contribuição para o combate às alterações climáticas.

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A escassez de recursos naturais, os elevados preços das matérias-primas e o aumento estimado da população mundial, fazem com que a Europa repense o modelo económico adotado para a gestão de resíduos. A Economia Circular é uma mudança transformacional ao nível das políticas públicas, dos modelos de negócio, das tecnologias e das escolhas dos consumidores. A sua transição assume, de forma objetiva, que todos os produtos e serviços têm origem em fatores da natureza e que no final de vida útil retomam à mesma, através de resíduos ou através de outras formas com menor impacte ambiental. Isto é, o valor dos produtos e materiais é mantido durante o maior tempo possível, a produção de resíduos e a utilização de recursos reduzem-se ao mínimo e, quando os produtos atingem o final da sua vida útil, os recursos mantêm-se na economia para serem reutilizados e voltarem a gerar valor.

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através de uma metodologia dinâmica de recolha, análise e disseminação da informação, pelas entidades competentes na execução das medidas aprovadas e respetiva fonte de verificação. Todos nós, nas nossas casas, nas empresas e serviços, temos responsabilidade de contribuir diariamente para a melhoria continua da otimização dos sistemas, da competência dos recursos humanos, da empregabilidade e da gestão adequada dos nossos resíduos.

A ação de cada um de nós faz a diferença!

A implementação do PEPGRA e do programa de prevenção é da responsabilidade das várias partes interessadas do sector dos resíduos como a administração regional e local, operadores regionais de gestão de resíduos, indústria, municípios, entidades gestoras nacionais de sistemas integrados, associações e consumidores.

No decorrer do ano 2017, a Direção Regional do Ambiente irá promover a primeira avaliação intercalar do PEPGRA,

Divisão de Resíduos Direção Regional do Ambiente

AÇ OR

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Residuos

de Prevenção de Resíduos, que aprova medidas e ações específicas no sentido de promover a prevenção de resíduos, infraestruturas e preparação de uma sólida sociedade de reciclagem nas nove ilhas dos Açores.

ABOR

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LABORATÓRIO DE PAISAGEM PROJETO DE RECUPERAÇÃO ECOLÓGICA E PAISAGÍSTICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DA LAGOA DAS FURNAS A Área de Paisagem Protegida das Furnas (APPF) foi criada com o Parque Natural de São Miguel. A sua classificação teve por base a singularidade geomorfológica e hidrológica da Caldeira das Furnas, onde se destacam a lagoa, os campos fumarólicos e as nascentes termais. A combinação de valores naturais e culturais torna as Furnas um lugar de excelência, visitada por turistas e residentes. Com a degradação da paisagem em termos ecológicos e estéticos na envolvente da Lagoa das Furnas, e devido ao seu estado de eutrofização, surgiu a necessidade de criar uma legislação rigorosa para o efeito. Neste sentido entrou em vigor, em 2005, o Plano de Ordenamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Furnas (POBHLF), publicado através do Decreto Regulamentar Regional nº 2/2005/A, de 15 de fevereiro, tendo como objetivo principal a recuperação da qualidade da água. Com a implementação do POBHLF e a aquisição de terrenos na bacia hidrográfica com vista à alteração do uso do solo, iniciou-se esse processo.

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As ações implementadas na bacia hidrográfica da Lagoa das Furnas têm permitido atingir objetivos de gestão de acordo com a regulamentação da APPF: preservar uma interação harmoniosa, natural e cultural, através da proteção da paisagem, usos tradicionais, práticas de edificação e manifestações sociais e culturais; apoiar o desenvolvimento de modos de vida e de atividades económicas em harmonia com a natureza e com a preservação das tradições da comunidade local; manter e preservar a diversidade paisagística, bem como das espécies de flora e fauna, habitats e dos ecossistemas; regular usos e atividades, minimizando as ameaças à estabilidade da paisagem; incentivar as atividades turísticas e recreativas, segundo tipologias e escalas apropriadas às características biofísicas da área; promover atividades científicas e educacionais que contribuam para o bem-estar da população e desenvolvam um suporte público de proteção ambiental. Desde 2007, foram adquiridos cerca de 300 hectares de terrenos agrícolas e florestais que, devido à sua localização, constituíam um grande risco de escorrência de nutrientes para a Lagoa das Furnas. Os nutrientes eram provenientes das adubações e dos excrementos dos animais, fatores determinantes para a deterioração da qualidade da água. Assim nasceu o Laboratório de Paisagem das Furnas, que cumpre as diretrizes do POBHLF e da APPF. A qualidade da paisagem e a sustentabilidade nos seus aspetos ecológicos, económicos, sociais, culturais e estéticos, são o seu padrão de referência. Ações já desenvolvidas: despoluição da paisagem; combate à flora invasora; prevenção do assoreamento, com intervenção nas linhas de água e respetiva plantação de flora arbustiva nativa, criação de dissipadores de energia com o objetivo de dispersar a água e reduzir a sua capacidade de erosão, criação de bacias de retenção de caudal sólido e criação de charcos para uma redução do regime hídrico torrencial; diversificação da economia florestal, com plantação de floresta nativa para a proteção das linhas de água e taludes adjacentes, pomares

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produtores de sementes, MIT GRENN ISLANDS (ensaio para produção de biomassa), Arboreto Reinfforce - um projeto que tem como objetivo o estudo das alterações climáticas na Costa Atlântica Europeia, projeto Mais Endémicas que contempla a produção de plantas herbáceas no Pomar das Caldeiras das Furnas; restabelecimento dos característicos pomares das Furnas, incluindo a recuperação de um antigo pomar junto à lagoa, novos pomares em altitude, coleção de vimes e criação de peças de land art; rede de trilhos multiusos; recuperação das margens degradadas da lagoa; promoção da biodiversidade; parcerias com o objetivo de envolver a comunidade local, empresarial, científica e associativa, a par dos diversos serviços da administração pública, SATA FOREST - plantação com os colaboradores da SATA em 12 hectares, Fundação PT, PT Logo em regime de team building (visível no Google Earth), Valor Pneu CO2 Off Set, Euroscut-Açores - Plano de Gestão Florestal constituído por 10 hectares, Universidade dos Açores, projeto ZEPHYR, Zero-impact innovative tecnology in forest plant production, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), The Basketmaker’s Association que contribui para a dinamização do Festival de Vimes e Fibras Naturais das Furnas, Centro Regional de Apoio ao Artesanato (CRAA) - parceiro no Festival de Vimes e Fibras Naturais, Associação de Jovens da Ribeira Chã com plantação de Serpentina e realização do Festival de Papas de Serpentina nas Furnas, Agência para a qualificação e Emprego de Ponta Delgada com a ocupação de trabalhadores desempregados, Zona Militar dos Açores (ZMA), uma das primeiras parcerias e das mais cruciais, entre outras. O Laboratório já conquistou dois prémios: Prémio de Defesa Nacional e Ambiente 2009 e o Prémio Nacional da Paisagem 2012, atribuído pelo Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, através da Direção-Geral do Território. Ambos refletem o carácter inovador das ações desenvolvidas, numa região inicialmente caracterizada pela monocultura da criptoméria, e que agora representa uma área significativa de floresta diversificada, multifuncional e com grande capacidade de promoção da biodiversidade.

Sílvia Jorge e José Simas Parque Natural de São Miguel

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Há aproximadamente 20 anos que a campanha SOS Cagarro salva centenas de cagarros em todo o arquipélago. É visível a sua influência, não só pelo número de salvamentos, mas também pela manifesta sensibilização da população geral para esta problemática. Os meses de outubro e novembro já se tornaram num ritual para muitas famílias que se juntam às brigadas na expectativa de salvar um cagarro que se encontre desorientado. Tornou-se assim numa campanha de sucesso, onde os cidadãos participam ativamente na conservação e na proteção desta espécie.

Em 2016, a campanha destacou-se pelas parcerias com as rent-a-car e com os alojamentos turísticos rurais, o que permitiu uma participação significativa dos turistas. Foi também implementada uma nova metodologia de recolha de dados, resultando na obtenção de informação mais objetiva e cientificamente credível. Esta informação é crucial, uma vez que “o número de animais recolhidos, vivos ou mortos, nos diferentes anos, está muito dependente do esforço e da metodologia de amostragem, isto é, do número

31.034 Pessoas envolvidas de 2009 a 2016

44.628 Açores

SOS CAGARRO CAGARROS SALVOS ENTRE 2006 E 2016 | 26


Graciosa

Flores

1.826

2.074 Sao Jorge

10.282 Corvo

3.159 Pico

Faial

6.335

Sao Miguel

9.762

7.540

Terceira

2.457 de campanhas organizadas, do número de pessoas que nelas participam, da área percorrida e do tempo real gasto nas ações de campo. Devido a estes constrangimentos metodológicos, torna-se muito difícil tirar ilações científicas robustas sobre a variabilidade ecológica interanual e/ou sobre o efeito da pressão humana (por exemplo, luminosidade noturna) nestas aves, que, no seu conjunto, determinam o sucesso reprodutor e a sobrevivência dos juvenis da espécie em cada ano.” – segundo Filipe Porteiro, Diretor da Direção Regional dos Assuntos do Mar. A infografia acima resulta do aumento do número de cagarros salvos ao longo de 10 anos de campanha. No entanto,

Santa Maria

1.368

não podemos afirmar que este aumento está proporcionalmente ligado aos pares reprodutores, ou à diminuição das pressões antropogénicas. Através destes dados, e sabendo que o número de parcerias e entidades envolvidas tem vindo a aumentar, podemos concluir que a campanha está a cumprir o seu papel no que toca à sensibilização e educação ambiental da população açoriana, aumentando gradualmente o número de participantes bem como o esforço de atuação, o que resulta num acréscimo no número de cagarros salvos até à data. Isabel Areosa Departamento de Educação Ambiental e Conservação da Natureza AZORINA, S.A.

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l a n o i c a n r e t n I Ano l e v á t n e t s u S o m s i r u T do o t n e m i v l o v n e s e D o a r pa A Organização das Nações Unidas (ONU) assinalou 2017 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento. A Resolução, de 4 de dezembro de 2015, reconhece a importância do turismo internacional e do impacto positivo na existência de um ano internacional dedicado a este tema. A escolha reforça a importância relativamente ao papel do turismo na contribuição de uma melhor compreensão entre os diferentes povos do mundo inteiro, bem como da importância e consciência da herança das várias civilizações. Desta forma, o Ano Internacional tem um papel crucial para uma melhor apreciação dos valores inerentes às diferentes culturas, contribuindo assim, para o fortalecimento das relações internacionais e, consequentemente, para a paz no mundo. Segundo o Secretário-Geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), o Ano Internacional do Turismo Sustentável é uma excelente oportunidade para “promover a contribuição do sector do turismo para os três pilares da sustentabilidade – económico, social e ambiental.” A escolha do tema está igualmente em sinergia com a conferência para o Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), que defende que “o turismo bem gerido e bem desenvolvido pode contribuir para as três dimensões do desenvolvimento sustentável, para a criação de mais empregos e para o mercado.” 21

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Na aprovação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU, o turismo ficou envolvido no Objetivo 8 (Promover o crescimento económico sustentável e inclusivo, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos), Objetivo 12 (Consumo e produção sustentável) e Objetivo 14 (Conservação e uso sustentável dos oceanos, mares e fontes marinhas para o desenvolvimento sustentável). Ouvimos cada vez mais falar em turismo sustentável e da sua importância ambiental no presente e no futuro. Mas em que consiste este tipo de turismo e qual a sua distinção em relação ao turismo convencional? A OMT define o turismo sustentável como aquele que garante um crescimento económico da atividade e, ao mesmo tempo, respeita o bem-estar do ambiente bem como dos Recursos Naturais, satisfazendo as necessidades das gerações atuais e futuras. Qualquer projeto, dito sustentável, deve garantir a economia dos Recursos Naturais, como a água e a energia, e minimizar os impactos da sua utilização.

O turismo sustentável deve compatibilizar as expectativas dos turistas com o bem-estar do meio económico, social e ambiental em que se insere. Assim, o turismo sustentável deve ser socialmente justo e viável económica e ecologicamente. Distingue-se ainda pela alternativa ao turismo em massa, objetivando na qualidade e sustentabilidade do serviço, visando também, a minimização dos impactos da atividade e a integração social e economicamente justa dos moradores locais. É importante tomarmos consciência das condições naturais do ambiente, das tradições culturais e sociais bem como o contexto das populações nativas do país que visitamos. Sermos cientes do nosso papel torna-se crucial, não só como empreendedores, mas também como turistas e cidadãos em qualquer parte do mundo. Isabel Areosa Departamento de Educação Ambiental e Conservação da Natureza AZORINA, S.A.

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A manutenção do equilíbrio paisagístico e ambiental da bacia hidrográfica das Furnas na ilha de São Miguel passa pela harmonização de uma atividade agrícola de carácter extensivo, seletiva e sustentável que permita a conservação ecológica deste espaço o qual faz parte integrante do Parque Natural da Ilha de São Miguel, estando definida como zona vulnerável. Apesar dos diversos estudos e medidas legislativas até agora implementados, subsistem lacunas de conhecimento sobre a natureza e dinâmica dos processos que têm conduzido à eutrofização das lagoas dos Açores, cujo aprofundamento poderá contribuir para a implementação de medidas de gestão com vista a uma reversão mais efetiva dos fenómenos de degradação em curso.

1:26.000 LEGENDA Linhas de Água Lagoa Limite da Bacia

ÍNDICE P Baixo IP < 1 Médio IP 1 - 2 25

Alto IP 2 - 4 Muito Alto IP < 4

A eutrofização afeta a qualidade da água, limitando ou impedindo o seu uso não apenas para o consumo, mas igualmente para atividades de pesca, recreativas e turísticas, devido ao crescimento indesejável de algas e plantas aquáticas e ao défice de oxigénio causado pela sua morte e decomposição. O fósforo é o nutriente mais significativo na deterioração da qualidade das massas de água em bacias hidrográficas, na medida em que funciona como o fator limitante da produtividade biológica, sendo, pois, o seu controlo de importância primordial. A contaminação difusa de uma lagoa por efeito do transporte do fósforo (P) de origem agrícola no escoamento superficial do solo é de difícil quantificação. O risco ambiental de eutrofização da massa de água está intimamente associado ao uso de fertilizantes e de estrumes em sistemas de produção animal, podendo ainda ser agravado em resultado de processos erosivos. Em pastagens permanentes, os fertilizantes são aplicados à superfície sem incorporação no solo, promovendo, portanto, a acumulação dos fosfatos na camada superficial os quais podem ser facilmente solubilizados pelas águas pluviais e transferidos para a lagoa. Está atualmente bem estabelecido, com base em diversos estudos internacionais, que a maior parte do fósforo que é mobilizado para a massa de água numa bacia hidrográfica, tem origem no escoamento gerado a partir de uma pequena proporção

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da superfície total da bacia. Estas áreas, onde ocorrem níveis altos de fósforo no solo e que estão simultaneamente sujeitas a mecanismos de transporte hidrológico particularmente ativos, são definidas como áreas críticas às quais está associado um risco elevado de transferência de P para as águas. Deste modo, uma estratégia baseada na identificação das áreas críticas de uma bacia hidrográfica poderá permitir uma gestão agroambiental mais eficaz, tornando as medidas de remediação mais económicas e efetivas uma vez direcionadas para essas áreas específicas. Neste estudo, promovido pela Direção Regional do Ambiente, procedeu-se à definição das áreas críticas da bacia hidrográfica das Furnas, as quais suscitam um maior risco ambiental associado ao processo de eutrofização e que resultam predominantemente da ação combinada da carga de fósforo no solo com os aspetos fisiográficos da paisagem que mais influenciam o escoamento superficial. No essencial, foi considerado o teor de P existente no solo com base em cerca de 200 amostras das áreas de pastagem, combinado com o declive e a distância à linha de água mais próxima, em relação a cada um dos pontos onde foi recolhida a amostra de solo. Sendo estes solos naturalmente pobres em fósforo, as concentrações elevadas encontradas em muitas | 32

das amostras analisadas resultam necessariamente de um processo continuado de adição a partir de adubações e da carga animal, as quais têm vindo a ser reduzidas ou mesmo anuladas em diversas áreas da bacia hidrográfica, mas cujo efeito ambiental pode perdurar ainda por vários anos após a sua interrupção. Com base na parametrização desenvolvida, foi então criada a cartografia digital que se apresenta na figura, onde estão definidas as áreas de pastagem da bacia hidrográfica em função do risco de transporte do fósforo, classificadas em níveis de intensidade crescente (baixo, médio, alto e muito alto) e referidos estes a intervalos numéricos, conforme indicado na legenda.

Jorge Pinheiro Universidade dos Açores



NATAL NOS PARQUES Os Parques Naturais dos Açores promovem regularmente atividades de educação ambiental que têm como objetivo educar e sensibilizar as gerações presentes e futuras, procurando melhorar o trabalho desenvolvido pela sociedade, em prol da sustentabilidade do ambiente que nos rodeia. Consideramos que incutir atitudes responsáveis à população, no que toca a ações quotidianas, é prioritário. Estas iniciativas pretendem ainda fomentar hábitos de participação nas tomadas de decisão da comunidade, criando uma consciência da importância do bem-estar ambiental, social e económico. O que se aprende numa atividade promovida pelo Parque pode ser repercutido no dia-a-dia e a mensagem propaga-se. No âmbito do programa Parque Aberto, anualmente são promovidas

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diversas atividades como oficinas, feiras, produção de artesanato, tardes de música, geocaching, entre outras, destacando a sustentabilidade nas épocas comemorativas, como o Natal. Difundir a cidadania ambiental na época natalícia tem sido uma das

preocupações dos Parques Naturais. No último ano, todas as ilhas dinamizaram oficinas onde os participantes tiveram a oportunidade de aprender a fazer decorações, postais ou presentes alusivos à época a partir de materiais recicláveis.

Colocar em prática os princípios da redução, reutilização e reciclagem dos materiais, bem como relembrar os modos de vida e tradições locais, e ainda estimular a criatividade e proporcionar momentos de diversão, são pontos-chave destas ações. Está nas nossas mãos promover um Natal sustentável e mais amigo do ambiente. Pequenas ações fazem a diferença.

Mafalda Sousa Departamento de Educação Ambiental e Conservação da Natureza AZORINA, S.A.


Parque Aberto O Parque Aberto disponibiliza, de janeiro a abril, um conjunto diversificado de atividades*, em todas as ilhas e para os mais variados públicos-alvo. Neste quadrimestre comemoramos duas datas relevantes a nível ambiental: o Dia Mundial das Zonas Húmidas, a 2 de fevereiro, e o Dia Mundial da Terra, a 22 de abril. No âmbito destas efemérides, os Parques Naturais dos Açores promovem percursos pedestres em áreas classificadas como Zonas Húmidas e em locais onde o património geológico relevante predomina, tais como os geossítios. Participar num raid fotográfico, numa prova de BTT ou numa noite no Centro, são outras das ações disponíveis. Todas as atividades realizadas têm como principal objetivo promover o património natural dos Parques Naturais dos Açores por toda a população e permitir um contacto direto entre os participantes com os recursos naturais da Região, procurando sensibilizar a comunidade local para a sua preservação e conservação. Convidamos todos os leitores a consultar a nossa proposta de atividades e a participar nesta missão de tornar o ambiente dos Açores cada vez mais sustentável. O Parque Aberto oferece ainda um conjunto de atividades direcionadas para grupos fechados e organizados, disponíveis de setembro a agosto, mediante marcação prévia. Para solicitar uma destas atividades deverá contactar o Parque Natural da respetiva ilha. * Atividades sujeitas a alterações.

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janeiro flores MENOS RESÍDUOS, MAIS REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM

Sessão de informação sobre a importância da redução e separação de resíduos e correto encaminhamento para o processo de reciclagem. Esclarecimento dos principais mitos e dúvidas sobre este tema. Visita guiada ao Centro de Processamento de Resíduos. DIAS: 19, 20, 23, 25, 27, 30 e 31// 18h30 LOCAIS: 19 - Fajãzinha | 20 - Fajã Grande | 23 - Mosteiro | 25 - Lajedo | 27 - Lajes |30 - Fazenda | 31 - Lomba ORGANIZAÇÃO: Câmara Municipal das Lajes das Flores

faial FOTOGRAFIA DE NATUREZA

Ação de formação, composta por sessão teórica e saída de campo, orientada por Paulo Henrique Silva, Valter Medeiros e Bruno Pereira, onde serão explicadas técnicas de fotografia de natureza, para promoção e preservação da biodiversidade local. Os participantes devem levar a sua máquina fotográfica. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 13 jan. DIAS: 20: 18h00-20h00 | 21 e 22: 10h00-12h30 e 14h00-16h30 LOCAL: Casa dos Dabney CONTATO: parque.natural.faial@ azores.gov.pt

corvo RECORDAR O CORVO DE OUTROS TEMPOS

Visita guiada à última atafona do Corvo, património edificado que faz parte história da ilha, onde se produzia a farinha para consumo local. DIA: 15 // 15h00 LOCAL: Centro de Interpretação Ambiental e Cultural do Corvo ORGANIZAÇÃO: Parque Natural de Corvo | Direção Regional da Cultura PARCERIA: CNE

terceira AÇÃO DE VOLUNTARIADO: COMBATE A ESPÉCIES INVASORAS

Ação de remoção de espécies infestantes e limpeza de resíduos em áreas do Parque Natural, com explicação das suas consequências para o ambiente. DIA: 28 //10h00 LOCAL: Serreta (ponto de encontro na Ponta do Queimado - Canada do Farol)

CHÁ NA MONTANHA

Realização de diversas atividades e degustação de chás, no âmbito do “Montanha Pico Festival”, para promoção da Reserva Natural da Montanha do Pico. DIAS: 8, 15, 22 e 29 // 15h00 LOCAL: Casa da Montanha ORGANIZAÇÃO: MiratecArts

EXPOSIÇÃO: “O SENTIR DE UM FILANTROPO” Exposição de pintura em rocha basáltica, com recurso a uma técnica particular, da autoria do professor João Baptista Cabral de Oliveira, onde são valorizados recursos naturais. DIAS: 10 a 31 // 9h00 - 16h00 LOCAL: Loja do Parque da Lagoa das Sete Cidades PARCERIA: Professor João Baptista Cabral de Oliveira

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sao miguel OFICINA DE ECO-UTILIDADES

pico

fevereiro

Oficina de reaproveitamento de materiais, nomeadamente pacotes de café e de leite, frascos de shampoo, e outras embalagens, através de diversas técnicas simples de reutilização, para promover a redução de resíduos. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 13 jan. DIAS: 20 // 09h30 LOCAL: Casa do Povo de Água de Pau PARCERIA: Casa do Povo de Água de Pau CONTATO: parque.natural.smiguel@ azores.gov.pt

flores

faial

A HUMANIDADE E A BIOSFERA: SUBIDA AO PICO DA SÉ

RAID FOTOGRÁFICO NO PARQUE NATURAL

Percurso pedestre, no âmbito do Dia Mundial das Zonas Húmidas, para promoção da prática do pedestrianismo e explicação da importância e funções ecológicas das zonas húmidas. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 2 fev. DIA: 5 // 10h30 LOCAL: Pico da Sé (ponto de encontro no Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão) ORGANIZAÇÃO: Parque Natural das Flores | Serviço de Desporto das Flores CONTATO: parque.natural.flores@

Raid fotográfico pelas zonas húmidas da freguesia de Pedro Miguel, para promoção da biodiversidade local. Atividade realizada no âmbito do Dia Mundial das Zonas Húmidas. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 27 jan. DIA: 4 // 14h30 LOCAIS: Jardim Botânico e Charcos de Pedro Miguel (ponto de encontro no Jardim Botânico de Pedro Miguel) PARCERIA: Clickfaial CONTATO: parque.natural.faial@ azores.gov.pt

azores.gov.pt

santa maria RESOLUÇÃO DE ANO NOVO: VISITA A CASA DOS FÓSSEIS! Visita interativa à Casa dos Fósseis para dar a conhecer a riqueza paleontológica da ilha. O espaço proporciona uma viagem pela formação geológica local, do passado ao presente. DIA: 14 // 14h00 LOCAL: Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo Casa dos Fósseis PARCERIA: Geoparque Açores

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corvo GEOCACHING EM SÍTIO RAMSAR

Prática de geocaching no sítio Ramsar do Caldeirão, com a colocação de uma nova cache. Atividade realizada no âmbito do Dia Mundial das Zonas Húmidas. DIA: 5 // 15h00 LOCAL: Lagoas artificiais (ponto de encontro no Largo do Ribeirão) PARCERIAS: CNE

CANYONING NO PARQUE

Descida de canyons em desfiladeiros seguindo o curso de uma ribeira, para promoção da prática de atividade física na natureza e da bio e geodiversidade locais. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 10 fev. DIA: 18 // 08h45 LOCAL: Ribeira (ponto de encontro no Largo Jaime Melo, em frente à Ermida de S. João) ORGANIZAÇÃO: Tobogã Azores CONTATO: parque.natural.faial@ azores.gov.pt 3

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MÁSCARAS ENDÉMICAS

Elaboração de máscaras de Carnaval, com elementos naturais do Jardim. Identificação das plantas utilizadas. Atividade para famílias com crianças a partir dos 4 anos. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 19 fev. DIA: 25 // 14h30 LOCAL: Jardim Botânico do Faial CONTATO: parque.natural.faial@

são jorge

terceira

MÁSCARAS DA NATUREZA

PLANTAS ENDÉMICAS DOS AÇORES

Elaboração de máscaras de Carnaval alusivas à biodiversidade, através da reutilização de materiais, para promover a fauna e flora locais e a redução de resíduos. DIA: 25 // 10h00 -13h00 | 14h00 -17h00 LOCAL: Casa do Parque de São Jorge

azores.gov.pt

1h30

pico VISITA AO INTERIOR DE UM VULCÃO

graciosa DESAFIO NA TORRE II

Visita ao interior do tubo lávico Furna Nova II, onde serão dadas a conhecer as características da bio e geodiversidade deste tipo de ecossistema. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 15 fev. DIA: 18 // 10h00 LOCAL: Bandeiras (ponto de encontro no estacionamento do Aeroporto) PARCERIAS: Os Montanheiros | Geoparque Açores CONTATO: parque.natural.pico@

Prova de corrida na torre de acesso à Furna do Enxofre, para dar a conhecer as áreas do Parque Natural e promover a prática desportiva na natureza. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 24 fev. DIA: 25 // 14h30 LOCAL: Centro de Visitantes da Furna do Enxofre PARCERIAS: Serviço de Desporto da Graciosa | Clube Desportivo Escolar Ilha Branca CONTATO: parque.natural.graciosa@

azores.gov.pt

azores.gov.pt

4

fevereiro

Sessão de informação sobre as propriedades das plantas endémicas e explicação das suas funcionalidades ao longo dos anos. Degustação de chás confecionados com estas espécies. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 16 fev. DIA: 18 // 14h00 LOCAL: Centro de Interpretação da Serra de Santa Bárbara CONTATO: parque.natural.terceira@ azores.gov.pt

1h30

sao miguel

CARNAVAL NA LOJA DO PARQUE

Roteiro interpretativo por pontos de interesse ambiental e cultural da freguesia das Sete Cidades. Visita guiada à Loja do Parque com abordagem às plantas aromáticas cultivadas na área envolvente. Convívio de Carnaval com degustação de chá e malassadas. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 21 fev. DIA: 23 // 09h00 LOCAL: Loja do Parque da Lagoa das Sete Cidades PARCERIA: Câmara Municipal de Lagoa CONTATO: pnsmiguel.setecidades@

azores.gov.pt

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DO CAI´ÁGUA AO POÇO DA PEDREIRA

Percurso pedestre, realizado no âmbito do Dia Mundial das Zonas Húmidas, com visita à cascata do Cai’água e ao Poço da Pedreira, para observação da flora e fauna locais. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 2 fev. DIA: 4 // 09h00 LOCAL: Salto - Cai´Água - Poço da Pedreira (ponto encontro na sede do Parque Natural) CONTATO: parque.natural.stmaria@ azores.gov.pt

azores.gov.pt

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NA VIGILÂNCIA DA LAGOA DO FOGO

Percurso pedestre e ação de limpeza. Atividade de monitorização e fiscalização aberta ao público, realizada no âmbito do Dia Nacional do Vigilante da Natureza e Dia Mundial das Zonas Húmidas. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 30 jan. DIA: 2 // 09h30 LOCAL: Reserva Natural da Lagoa do Fogo (ponto de encontro na sede do Parque Natural) CONTATO: parque.natural.smiguel@

santa maria

TAÇA DH 2017

Prova de Downhill no Trilho dos 16 Segundos. Atividade de desporto na natureza para promover a modalidade e sensibilizar a conservação das áreas protegidas. DIAS: 25: 13h00 - 17h00 | 26: 09h30 - 14h00 LOCAL: Área de Paisagem Protegida das Furnas - Trilho dos 16 Segundos ORGANIZAÇÃO: Associação de Ciclismo dos Açores PARCERIAS: Parque Natural de São Miguel | Câmara Municipal de Povoação | Junta de Freguesia das Furnas | Monbike | Azevedo Competições

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FORMAÇÃO “RECURSOS NATURAIS DE SANTA MARIA”

Formação sobre áreas protegidas, trilhos pedestres e restantes atividades possíveis de dinamizar no Parque Natural. Ação dirigida a parceiros do Parque, técnicos de turismo e empresas de animação turística para aquisição e/ou atualização de conhecimentos. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 9 fev. DIA: 11// 09h00 LOCAL: Auditório do Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo CONTATO: parque.natural.stmaria@ azores.gov.pt

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DE CAIXAS A MÁSCARAS

Elaboração de máscaras de Carnaval com materiais reutilizáveis, dirigido a crianças dos seis aos dez anos, para estimular a criatividade e sensibilizar à redução de resíduos. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 21 fev. DIA: 24 // 15h30 LOCAL: Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo CONTATO: parque.natural.stmaria@ azores.gov.pt 2


flores HORA DO CONTO NO CIAB

Leitura do conto infantil “A aventura do Delfim”, da autoria de Mafalda Sousa, para crianças a partir dos cinco anos. Elaboração de fantoches das personagens da história, com recurso a materiais recicláveis. Reconto do livro com os fantoches criados. DIA: 1 // 14h30 LOCAL: Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão

corvo VISITAR ENDÉMICAS

Visita guiada ao Estufim do Pós Projeto LIFE e plantação de endémicas, para sensibilizar a preservação da biodiversidade local. Ação realizada no âmbito do Dia Mundial da Árvore e da Floresta. DIA: 19 // 15h00 LOCAL: Estufim na Escola Básica e Secundária Mouzinho da Silveira (ponto de encontro no Largo do Ribeirão) ORGANIZAÇÃO: Parque Natural do Corvo | SPEA PARCERIA: CNE 1h30

PANO PARA SACOS

Elaboração de sacos de pano, com roupas ou tecidos usados, para promover a sua utilização em troca dos sacos de plásticos, e reduzir a produção de resíduos. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 15 mar. DIAS: 17 - 19h30 | 18 - 14h00 LOCAL: Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão CONTATO: parque.natural.flores@ azores.gov.pt

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Março

faial TRAIL NOTURNO DO MONTE DA GUIA - 3ª EDIÇÃO

Prova de corrida para atletas, com o objetivo de promover a Paisagem Protegida do Monte da Guia e a prática de exercício físico na natureza. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 23 fev. DIA: 3 // 18h00 LOCAL: Monte da Guia (ponto de encontro na Escola Secundária Manuel de Arriaga) ORGANIZAÇÃO: CIAIA - Clube Independente de Atletismo Ilha Azul CONTATO: parque.natural.faial@ azores.gov.pt 12€

pico

sao miguel

UM PASSEIO A GALOPE

INVASORAS, UMA AMEAÇA SILENCIOSA

Passeio a cavalo para promoção da bio e geodiversidade locais, com passagem por trilhos antigos. Idade mínima recomendada: 12 anos. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 14 mar. DIA: 18 // 10h00 LOCAL: Turispico PARCERIA: Turispico CONTATO: parque.natural.pico@ azores.gov.pt 15€

30 min

25€

terceira MÚSICA TRADICIONAL NO CENTRO

Concerto de música tradicional, com João Mendes, Francisco Loureiro, Manuel Franco e Helder Xavier, sobre temas que refletem as vivências açorianas e o uso sustentável dos recursos naturais. Atividade realizada no âmbito do Dia Mundial da Água. DIA: 25 // 14h00 LOCAL: Centro de Interpretação da Serra de Santa Bárbara

Sessão de sensibilização sobre espécies infestantes, com explicação do papel da SPEA na área protegida da Tronqueira e Planalto dos Graminhais. Saída de campo na Serra Devassa para identificação e remoção das espécies invasoras encontradas no local. Ação dirigida a colaboradores de Juntas de Freguesia, da Direção Regional das Obras Públicas, Cresaçor, empresas de Animação Turística e Associação Alternativa. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 7 mar. DIA: 10 // 09h30 LOCAL: Área de Paisagem Protegida das Sete Cidades (ponto de encontro na sede do Parque Natural) PARCERIAS: SPEA | Direção de Serviços dos Recursos Hídricos CONTATO: parque.natural.smiguel@ azores.gov.pt

abril flores

PICO DO FERRO COM ENDÉMICAS

Plantação de espécies endémicas, para envolver a população local no projeto de conservação do Plano de Ordenamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Furnas. Ação realizada no âmbito do Dia Mundial da Árvore e da Floresta. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 17 mar. DIA: 18 // 09h30 LOCAL: Área de Paisagem Protegida das Furnas - Miradouro do Pico do Ferro CONTATO: parque.natural.smiguel@ azores.gov.pt

CHÁ NO BOQUEIRÃO

Entradas gratuitas no Centro. Degustação de chás de ervas aromáticas com explicação das suas propriedades. Sugere-se que os participantes levem a sua caneca, como forma de participação sustentável. DIA: 22 // 14h00 LOCAL: Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão

PRIMAVERA NO PARQUE

4h30

santa maria TÉRMITAS EM SANTA MARIA: IDENTIFICAÇÃO E PREVENÇÃO

Sessão informativa sobre o caso das térmitas em Santa Maria. Apresentação de exemplos de presença desta espécie, explicação dos sinais a procurar aquando da existência de infestações e possíveis soluções para tratamento. DIA: 10 // 20h30 LOCAL: Auditório do Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo

Atividades experimentais alusivas à primavera e sobre temas como água, germinação de sementes, plantas endémicas e os principais fatores que influenciam o seu desenvolvimento. Trabalhos de expressão plástica sobre os temas abordados. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 1 abr. DIAS: 4 a 8 // 14h00 LOCAL: Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão CONTATO: parque.natural.flores@ azores.gov.pt


abril

corvo UMA AVENTURA NO VULCÃO III

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Palestra realizada no âmbito do Dia Mundial da Saúde, dirigida pela nutricionista Dra. Teresa Santos, que pretende sensibilizar a comunidade local para a prática de uma alimentação saudável, através do consumo de produtos naturais, e promover a agricultura biológica. Abordagem à campanha de Prevenção e Redução do Desperdício Alimentar nos Açores. DIA: 9 // 15h00 LOCAL: Centro de Convívio da Santa Casa da Misericórdia do Corvo ORGANIZAÇÃO: Parque Natural do Corvo | Unidade de Saúde da Ilha do Corvo PARCERIA: Santa Casa da Misericórdia do Corvo

faial OVOS COM HISTÓRIA

Peddy paper para famílias, que pretende dar a conhecer a história e vivências da família Dabney no Monte da Guia. Os participantes terão que cumprir diversas tarefas para encontrar os ovos da Páscoa. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 1 abr. DIA: 8 // 15h00 LOCAL: Casa dos Dabney CONTATO: parque.natural.faial@ azores.gov.pt

Noite no Centro para jovens dos 10 aos 14 anos, composta por diversas atividades lúdicas, para divulgação do património geológico. Atividade realizada no âmbito do Dia Mundial da Terra e Dia Nacional do Património Geológico. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 7 abr. DIAS: 21 e 22 // das 20h00 às 10h00 LOCAL: Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos PARCERIA: Geoparque Açores CONTATO : pnfaial.vulcaodoscapelinhos@ azores.gov.pt 2,5€

14h

sao jorge BTT NO PARQUE NATURAL

Realização de um percurso de BTT, no âmbito do Dia Mundial da Terra, com interpretação da paisagem geológica local. Os participantes deverão levar as suas bicicletas e capacetes de segurança. DIA: 23 // 10h00 LOCAL: Planalto Central (ponto de encontro na Casa do Parque) PARCERIA: Geoparque Açores

CAÇA AO OVO

Jogo de pistas, para crianças a partir dos quatro anos, sobre diversas curiosidades do Parque Natural. Os participantes terão que cumprir várias tarefas para encontrar o ovo da Páscoa. DIAS: 10 a 13 // 14h00 LOCAL: Casa do Parque de São Jorge

graciosa CENTRO DE PORTAS ABERTAS

Comemoração do 7º aniversário do Centro com entradas gratuitas. Realização de atividades experimentais sobre geologia, com enfâse na formação do Vulcão da Caldeira. DIA: 5 // 14h00 LOCAL: Centro de Visitantes da Furna do Enxofre

RALLY PAPER DO PATRIMÓNIO GEOLÓGICO

Rally paper sobre a geodiversidade da ilha para dar a conhecer os detalhes mais emblemáticos do ponto de vista geológico. Atividade realizada no âmbito do Dia Mundial da Terra. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 21 abr. DIA: 22 // 14h00 LOCAL: Geossítios da ilha (ponto de encontro na Praça Fontes Perreira de Melo) PARCERIAS: Serviço de Desporto da Graciosa | Clube Desportivo Escolar Ilha Branca | Geoparque Açores CONTATO: parque.natural.graciosa@ azores.gov.pt

sao miguel

santa maria

EM BUSCA DOS OVOS DA PÁSCOA

ETAPA III DA GRANDE ROTA DE SANTA MARIA

Peddy paper para crianças dos seis aos oito anos, na área envolvente da Loja do Parque, onde os participantes terão que descobrir ovos da Páscoa, feitos a partir de materiais reutilizados. Em cada etapa serão abordados conteúdos relacionados com os valores naturais presentes no local. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 31 mar. DIA: 3 // 09h00 LOCAL: Loja do Parque da Lagoa das Sete Cidades PARCERIA: EB1/JI Padre José Cabral Lindo - Sete Cidades CONTATO: pnsmiguel.setecidades@

Percurso pedestre por diversas áreas protegidas do Parque Natural e geossítios, com explicação das suas características biológicas e geológicas. Atividade realizada no âmbito do Dia Mundial da Terra e do Dia Nacional do Património Geológico. Idade mínima recomendada: 18 anos. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 19 abr. DIA: 22 // 08h00 LOCAL: Norte - Bananeiras (ponto de encontro na sede do Parque Natural) PARCERIA: Grande Trilho | Geoparque Açores CONTATO: parque.natural.stmaria@

azores.gov.pt

azores.gov.pt

7

terceira RETRATA O TEU PARQUE

Comemoração do 6º aniversário do Parque Natural da Terceira com a realização de um concurso fotográfico, para incentivar a população a descobrir as áreas protegidas da ilha. O regulamento estará disponível em parquesnaturais.azores.gov.pt. DIA: 20

ENTRE DOMOS E CALDEIRAS

Percurso interpretativo do Pico do Ferro - Grená, realizado no âmbito do Dia Mundial da Terra e Dia Nacional do Património Geológico, para promoção e valorização do património geológico local. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 19 abr. DIA: 22 // 10h00 LOCAL: Área de Paisagem Protegida das Furnas (ponto de encontro no Miradouro do Pico do Ferro) PARCERIA: Geoparque Açores CONTATO: parque.natural.smiguel@ azores.gov.pt

16,5 km

9h

PLANTAR O PARQUE

Plantação de endémicas, dirigida a crianças dos oito aos doze anos, para proporcionar um contato direto com a biodiversidade local e dar a conhecer a sua importância no equilíbrio dos ecossistemas. DATA LIMITE DE INSCRIÇÕES: 30 mar. DIA: 3 // 14h00 LOCAL: Sede do Parque Natural CONTATO: parque.natural.stmaria@ azores.gov.pt

6

6


anual

flores DO VELHO SE FAZ NOVO

Oficina de reutilização de materiais. Elaboração de cestas feitas de jornais e caixas forradas com materiais diversos, para incentivar a prática da reutilização. LOCAL: Centro de Interpretação Ambiental do Boqueirão

são jorge EXPLORAR A RESERVA DA BIOSFERA

Palestra sobre as Reserva da Biosfera das Fajãs de São Jorge que inclui divulgação das particularidades da ilha, nomeadamente sobre a fauna e flora terrrestre e marinha, geologia e estatuto de conservação/classificação. Esta ação poderá ser complementada com um percurso pedestre.

*

terceira

PARQUE NATURAL DE SÃO JORGE - DE A a Z

Dinamização de um jogo de tabuleiro didático que aborda de forma divertida o Parque Natural de São Jorge com palavras de A a Z.

CHÁS E INFUSÕES DAS ILHAS

Apresentação e degustação de infusões de plantas autóctones e/ou endémicas. Explicação das suas propriedades e benefícios. LOCAL: Centro de Interpretação da Serra de Santa Bárbara

TESOUROS DO PARQUE

Visita guiada à Casa do Parque de São Jorge. Ação complementada com atividade prática de acordo com a faixa etária. LOCAL: Casa do Parque de São Jorge

VEM ENCONTRAR UM TESOURO NA NATUREZA

Realização de um peddy paper, com tarefas, sobre a história natural da ilha Terceira. LOCAL: Centro de Interpretação da Serra de Santa Bárbara

TECER A MANTA

Oficina de reutilização de materiais, onde são utilizadas técnicas tradicionais de tecelagem da Ilha de São Jorge. LOCAL: Casa do Parque de São Jorge

* por marcação

VEM CONHECER E PLANTAR UMA ENDÉMICA NO CENTRO

Sessão de sensibilização sobre a flora endémica dos Açores e plantação de algumas das espécies abordadas. LOCAL: Centro de Interpretação da Serra de Santa Bárbara PARCERIA: Serviço Florestal da Terceira

sao miguel VASOS E FLOREIRAS ECOLÓGICOS

Visita ao Pomar. Oficina de elaboração e decoração de vasos e floreiras com utilização de materias reciclados. Apanha e plantação de aromáticas produzidas em regime de agricultura biológica. O material concebido será pertença dos participantes. LOCAL: Pomar (ponto de encontro no parque de estacionamento das Caldeiras da Lagoa das Furnas)

JOGOS TRADICIONAIS NA NATUREZA

À DESCOBERTA DAS TARTARUGAS DOS AÇORES

Palestra que pretende sensibilizar e dar a conhecer as diversas espécies de tartarugas que passam pelos mares dos Açores, dando especial atenção às ameaças a que estas estão sujeitas nas suas grandes rotas de migração.

Realização de jogos tradicionais na natureza. LOCAL: Centro de Interpretação da Serra de Santa Bárbara

MICROSCOPIA PARA TODAS AS IDADES

Sessão informativa e atividade prática de microscopia. Recolha e observação de amostras de água da Lagoa das Furnas. LOCAL: Área de Paisagem Protegida das Furnas - Centro de Monitorização e Investigação das Furnas

PEDDY PAPER NA MATA JARDIM JOSÉ DO CANTO

Peddy-paper na Mata Jardim José do Canto e visita guiada ao Centro de Monitorização e Investigação das Furnas. LOCAL: Área de Paisagem Protegida das Furnas - Centro de Monitorização e Investigação das Furnas ORGANIZAÇÃO: Parque Natural de São Miguel

UM PASSEIO NO VALE ENCANTADO DAS FURNAS

VISITA AO ANTIGO POMAR DAS CALDEIRAS DAS FURNAS

Visita guiada ao Pomar das Caldeiras das Furnas. Degustação de infusões de ervas aromáticas e sumos de fruta. LOCAL: Pomar (ponto de encontro no parque de estacionamento da caldeiras da lagoa das Furnas)

Percurso pedestre interpretativo pelo Vale das Furnas. Reconhecimento da bio e geodiversidade da Área de Paisagem Protegida das Furnas. Visita guiada ao Centro de Monitorização e Investigação das Furnas. LOCAL: Área de Paisagem Protegida das Furnas - Centro de Monitorização e Investigação das Furnas




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