Diagnóstico Leonardo Ramos
AINDA MAIS LONGE
Já não bastasse ficar do outro lado do mundo, a Austrália agora está mais distante do Brasil. Do Turismo brasileiro. Desde o primeiro dia de julho, o órgão de representação Tourism Australia deixou o País, onde esteve por quase sete anos, cinco com a Interamerican Network e, desde agosto de 2016, com Craig Bavinton, ex-proprietário da operadora Kangaroo. É o segundo grande destino a fechar as portas no Brasil em um curto período de tempo. O Canadá encerrou suas atividades em dezembro do ano passado, seis meses antes da decisão da Austrália de seguir o mesmo caminho. Em comum, o fato de ambos desistirem do País logo após apresentarem crescimento: na comparação com o mesmo período de 2016, o número de brasileiros em terras canadenses subiu quase 19% de janeiro a novembro de 2017, enquanto na Austrália a alta foi de mais de 18% no ano inteiro, quando 56 mil cruzaram o planeta para visitar o país da Oceania. Acontece que, em termos práticos, o Brasil disputa com outros gigantes do cenário global, e por mais que seja uma potência no emissivo na América do Sul, não é páreo para outros mercados. “Ainda somos considerados ‘pequenos’ se comparar com China, com 1,3 milhão de visitantes anuais, Índia, com um milhão, e Estados Unidos, com 800 mil”, desabafou Bavinton. “Foi uma decisão estratégica, e não pela falta de um retorno de investimento, que vinha alto na América do Sul, mas para migrar a verba para esses países com maior emissão de turistas, uma priorização por tamanho de mercado. Não estavam vendo o Brasil como um desses locais, então, nos cortaram”, resumiu o agora ex-diretor da Tourism Australia para o continente sul-americano, que está à procura de novos desafios no trade brasileiro.
Craig Bavinton, ex-diretor da Tourism Australia para América do Sul
34 34 a 36.indd 34
E AGORA? O problema é o vácuo que fica. A Austrália é carro-chefe para al-
PANROTAS — 4 a 10 de julho de 2018
28/06/18 19:31