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Psicologia

Bettina Schrader Psicóloga CRP-06/128569

contato@bettinaschrader.psc.br

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“É só uma gripezinha”

Algumas considerações acerca da negação da pandemia

No Brasil, até o fechamento desta edição, tínhamos no país mais de 2 milhões de pessoas infectadas e quase 80 mil mortes causadas pelo Coronavírus (COVID-19). Até o momento, segundo a Organização Mundial de Saúde, o isolamento, o distanciamento social, o uso de máscaras e a higienização frequente das mãos são as possíveis medidas para inibição da proliferação deste vírus altamente contagioso. Contudo, podemos observar uma postura de indiferença e até revolta frente às medidas protetivas por grande parte da população.

Negação

O vírus devastador, as flexibilizações da quarentena e a redução da carga horária de trabalho em muitos estabelecimentos, contribuem significativamente para a negação da gravidade da pandemia. Do ponto de vista psicológico, a negação é um mecanismo de defesa inconsciente, que visa a autopreservação frente a situações ameaçadoras. Considerando o aumento do número diário de doentes e mortos, as flexibilizações têm por objetivo única e exclusivamente a manutenção econômica. Além disso, a redução da jornada de trabalho resulta para muitos em finais de semana prolongados, transmitindo a sensação de feriados, que são culturalmente associados a

passeios, viagens e festas, que por sua vez costumam acontecer em grupos, permitindo deliberadamente a propagação dos vírus existentes.

Egoísmo criminoso

Algumas das facetas mais traiçoeiras da Covid-19 é o fato dela ser especialmente contagiosa logo no início da contaminação, antes que seu portador saiba que é um transmissor da doença. Outro ponto de suma importância é que o mesmo vírus pode resultar em nenhum sintoma ou desconforto brando para uns e letalidade para outros. No entanto, aquelas pessoas que sabem que são portadoras do vírus e sem empatia e respeito, circulam livremente por aí, podem ser responsáveis pela morte de muita gente.

Uma questão de fé?

A fé é apontada como uma coadjuvante de grande valia em diversos estudos sobre o binômio saúde-doença. No entanto, para que haja fé, faz se necessário acreditar na existência de uma força soberana, que nos ajuda a atravessar os momentos de adversidades. E será que não é essa mesma força maravilhosa que também nos dotou com a capacidade consciente de nos cuidarmos e adotarmos as medidas protetivas já desenvolvidas no combate ao Coronavírus?