Edição 74

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FISIO

Editorial|

DESDE 1996

Caros leitores, Como todos vocês sabem, neste ano, o mês de junho é especial e de emoção garantida para nós brasileiros. Ano de Copa do Mundo e de festividade. É um momento de convidar os amigos e parentes para torcer em grande estilo pela nossa seleção! Toda equipe de profissionais da NovaFisio engrossa a torcida pela nossa seleção em busca pelo Hexa. Daí nossa homenagem na capa desta edição nº 74, que nesse número traz, após cinco anos, uma reveladora entrevista com o cantor Marcus Menna, da banda LS Jack. O músico explica como vem se desenvolvendo o seu tratamento ao longo dos anos e como retomou a carreira musical com os membros originais da banda. Imperdível! Nesta edição, também apresentamos artigos especiais sobre a postura sentada, a Síndrome de Guyon e muito mais. Vire as páginas para conferir! Oston de Lacerda Mendes Fisioterapeuta - Editor

Índice| 04 Cartas. 12 Frases. 14 Entrevista com o cantor Marcus Menna. 16 Efeito da microdermoabrasão nos sinais de envelhecimento facial. 18 Coluna do Dr. Geraldo Barbosa. 20 Coluna do Dr. André Luiz Rivas. 22 Postura sentada: articulando a educação e a saúde na busca pela saúde do educando. 28 Efeitos da laserterapia de baixa intensidade no tto fisioterapêutico da lesão nervosa periférica. 30 Abordagem Fisioterapêutica na Síndrome do Canal de Guyon: estudo de revisão. 33 Classifisio. 34 Agenda de eventos. 36 Tininha. 38 FisioPerfil com Sérgio Nemer.

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EDITORES: OSTON MENDES oston@novafisio.com.br & LUCIENE LOPES luciene@novafisio.com.br SECRETÁRIA: NINA LOPES MENDES nina@novafisio.com.br

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Cartas|Escreva sua carta também. Escreva para: revista@novafisio.com.br O SALÁRIO DO FISIOTERAPEUTA Caros colegas. Temos nos salários pagos aos fisioterapeutas um dos maiores problemas para o crescimento da profissão. Digo crescimento no sentido de estímulo, satisfação e realização profissionais. Vários aspectos devem ser analisados para que uma ação efetiva seja levada a cabo. Esse problema não é recente, mas vem se agravando na medida proporcional em que a competitividade e a aparente falta de mercado aumentam. É fundamental entendermos o que acontecia no passado e que é uma prática efetivada no Brasil até hoje, se buscarmos quaisquer fontes de pesquisas do IBGE. O salário pago às mulheres é mais baixo do que aqueles pagos ao homem. A categoria da fisioterapia é formada, em sua maioria, por mulheres. Quando citei o que ocorria no passado era um fato bastante comum termos fisioterapeutas do sexo feminino que exerciam a profissão como um “hobbie” para sua satisfação pessoal, durante meio período do dia e sem nenhum estímulo de crescimento profissional. Como estava era bom; é desagradável citar isso, mas ocorria muito. Um outro ponto importante mencionarmos na raiz desse problema é a formação antiga do fisioterapeuta. Nem todos sabem, mas a fisioterapia no Rio de Janeiro cresceu e se firmou a partir da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR). Um grupo de médicos ortopedistas, reumatologistas e neurologistas importaram a idéia da medicina física e reabilitação dos Estados Unidos e Europa e passaram a aplicá-la aqui. Surgiu um grande problema: quem iria “executar” as técnicas de tratamento fisioterápico? Foi, então, criado um curso técnico voltado essencialmente para a prática e os alunos possuíam nível médio de formação, usando calça jeans, tênis e camiseta branca como uniforme. Essa lagartixa se transformou em um jacaré que se voltou contra esse grupo e a fisioterapia cresceu; passou a nível superior na década de 1960 e, quando ocorreu a regulamentação da profissão em 1969 pela junta militar que governava o país, todos aqueles de nível médio foram agraciados com o título de nível superior. Foram sem dúvida, grandes heróis esses profissionais, mas a base da profissão era puída. A noção que se tinha e a que se tem ainda hoje da fisioterapia é de uma coisa menor. A principal categoria de nossos pacientes de hoje é formada por idosos, jovens àquela época e com essa visão distorcida ao longo das décadas. Tudo isso contribuiu para que a fisioterapia fosse distorcida e aviltada, pois parece uma coisa que todo mundo aplica, que todo mundo conhece. Observem uma distorção que todos nós usamos no dia a dia e que contribui para essa desvalorização: quando alguém relata 4 • NovaFisio.com.br

para você algum problema orgânico, qual é a pergunta? Você está fazendo tratamento médico? Se o problema citado é odontológico, qual é a pergunta? Você está fazendo tratamento dentário? E com relação à fisioterapia? Você ESTÁ FAZENDO fisioterapia? Quem faz fisioterapia é o acadêmico da graduação, os pacientes fazem tratamento fisioterápico. Na prática quem valoriza dessa maneira? Um outro problema crônico e que voltou a aumentar na última década está relacionado aos fisioterapeutas. De forma crescente, vemos ex-alunos cursando medicina, enfermagem, nutrição, farmácia, além de educação física. Alguns buscam outras categorias por apresentarem melhores salários, mais vagas em concursos públicos, maior estabilidade; outros buscam porque queriam ser médicos e /ou odontólogos e, não conseguindo, iniciaram pela fisioterapia como um trampolim. Ora, se essas pessoas buscaram o curso de fisioterapia frustrados porque queriam outra formação, que vínculo, que engajamento, que comprometimento vão ter com a fisioterapia e suas lutas? Basicamente nada vão fazer para ajudar a trazer de volta com maior ênfase a credibilidade e a respeitabilidade da fisioterapia junto aos profissionais da equipe de saúde. Eu costumo chamar isso de cultura fisioterapêutica. Outras categorias mais antigas e mais sedimentadas possuem essa cultura. A fisioterapia como é mais recente, com vários problemas estruturais e com várias deformações, não a possui e isso interfere bastante. Os cursos pré-vestibular continuam enaltecendo medicina, engenharia e direito. Será que só existem essas profissões? Será que somente essas profissões são respeitáveis? Será que as pessoas só serão felizes e realizadas nessas três opções? Os pais ficam muito satisfeitos e orgulhosos com essas escolhas; olham com desconfiança outras alternativas – fisioterapia então, ... O aluno de medicina, direito, educação física, engenharia etc., já incorporam o profissional quando o curso começa. E o fisioterapeuta? A grande maioria dos alunos não sabe o que é fisioterapia ao iniciar o curso e, o que causa mais preocupação, continua sem saber ao terminar o curso. Felizmente, temos alunos que percebem isso claramente e serão fisioterapeutas de forma visceral como eu sou e muitos colegas espalhados pelo país também o são; mas somos poucos ainda para atender as necessidades da população brasileira. A criação dessa consciência, vai gerar um profissional lutador, participante ativo do processo de crescimento que queremos, vai correr na frente e não atrás como é costume para que perdeu a oportunidade. Esses problemas estruturais que citei nesta

edição estão longe de serem os únicos, mas ajudam a entender evolutivamente alguns aspectos. No próximo número continuarei a abordar esse tema, voltado agora para o profissional em si. Essa discussão é ampla e urgente. Se engajem nesta luta que é de todos nós. Filiem-se a sindicatos, órgãos acadêmicocientíficos, estudem sempre, mas não desistam. Mande sua opinião, ajude a construir os alicerces necessários à boa formação. Vamos organizar grupos permanentes de trabalho no Brasil todo; os pacientes não podem esperar. Até a próxima. Dr. José da Rocha Cunha Crefito 769F contato:ze.rocha@oi.com.br

O QUE É QUALIS? Qualis é o conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para estratificação da qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. Tal processo foi concebido para atender as necessidades específicas do sistema de avaliação e é baseado nas informações fornecidas por meio do aplicativo Coleta de Dados. Como resultado, disponibiliza uma lista com a classificação dos veículos utilizados pelos programas de pós-graduação para a divulgação da sua produção. A estratificação da qualidade dessa produção é realizada de forma indireta. Dessa forma, o Qualis afere a qualidade dos artigos e de outros tipos de produção, a partir da análise da qualidade dos veículos de divulgação, ou seja, periódicos científicos. A classificação de periódicos é realizada pelas áreas de avaliação e passa por processo anual de atualização. Esses veículos são enquadrados em estratos indicativos da qualidade - A1, o mais elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5; C - com peso zero. Note-se que o mesmo periódico, ao ser classificado em duas ou mais áreas distintas, pode receber diferentes avaliações. Isto não constitui inconsistência, mas expressa o valor atribuído, em cada área, à pertinência do conteúdo veiculado. Por isso, não se pretende com esta classificação que é específica para o processo de avaliação de cada área, definir qualidade de periódicos de forma absoluta. O aplicativo que permite a classificação e consulta ao Qualis das áreas, bem como a divulgação dos critérios utilizados para a classificação de periódicos é o WebQualis. Fonte: WebQualis


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Cartas|Escreva sua carta também. Escreva para: revista@novafisio.com.br A IMPORTÂNCIA DE NOS RECONHECERMOS FISIOTERAPEUTAS: DESAFIOS NA FORMAÇÃO É com alegria que ao longo do tempo, temse observado o evoluir de nossa profissão, constatamos inegavelmente a maturação profissional que vivenciamos em nosso tempo. Acreditamos que, com o evoluir de nossas experiências profissionais, não somente no campo da conduta fisioterapêutica, mas nas diversas esferas de atuação social às quais estamos inseridos cotidianamente, temos elevado a nossa ciência que nasceu simples à condição de arte. Ao nascer, a fisioterapia amargou por longos anos o conceito de ser uma das técnicas da arte da medicina. Fato que encoraja ações descabidas, despropositadas e principalmente infundadas como o Projeto Lei: Ato Médico. Dessa forma, erram os segmentos médicos quando afirmam que o projeto em debate garante a eles o direito de ditar o que todos os profissionais da área de saúde podem ou não fazer. Após a regulamentação da nossa profissão temos que nos unir e defendermos os direitos de todos os profissionais ao exercício pleno de seus atos privativos. Ao fisioterapeuta, cabe o direito individual, constitucionalmente assegurado, da liberdade de escolha de sua profissão. Por força dessa liberdade, ao Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional é assegurado o exercício de sua profissão impostas pela lei. Os conselhos fiscalizadores dessa profissão são as únicas limitações ao pleno exercício profissional. Contudo, passado o século que a criou, a fisioterapia, atualmente, desponta como atividades de fim aonde não se limitam os fisioterapeutas a serem meros executores de uma técnica, e sim os responsáveis pela realização do Diagnóstico Cinesiológico Funcional. Assim como somos também os únicos que podemos com responsabilidade, competência e prudência prescrever o tratamento fisioterapêutico, bem como executar as técnicas envolvidas e que são necessárias para o sucesso da intervenção. Não tenho a menor dúvida de que essa luta é inglória e que os perdedores seremos nós, os profissionais da saúde e os usuários. Os únicos vencedores serão os setores do governo que incentivam a criação de profissionais genéricos. Para conquistarmos nossa dignidade precisamos da união de todos os profissionais da saúde. E que venham outras provações! Temos que definitivamente compreender e fazer valer os nossos direitos como profissionais preparados. Os cinco anos (ou quatro em algumas instituições) de graduação nos permitem essa condição, então porque o medo do combate? Para tanto, há de se ter competência para que a profissão ocupe o lugar que lhe é de direito. Resgatar a história da fisioterapia e do próprio campo da saúde significa refletir sobre o momento presente. A fisioterapia antes destinada ao atendimento terciário passa atualmente, por transformações expansivas principalmente no aperfeiçoamento da atenção primária, atuando na equipe saúde da família através do Sistema Único de Saúde. Entendo ser especialmente importante, ao fisioterapeuta aprofundar-se com dedicação aos estudos relacionados com a Ética, com 6 • NovaFisio.com.br

vistas à melhoria da consciência de suas condições profissionais. Fica claro que o conteúdo dispensado aos acadêmicos é ainda, falho no sentido de haver pouca exploração e real conhecimento dessa postura crítica filosófica. Corroborando com esses fatos é que aceitamos supostas “verdades” facilmente, sem questioná-las. Devemos sim, implacavelmente questionar as verdades dadas e não aceitá-las tão facilmente. Aguçarmos a nossa natureza contestadora, questionarmos e insistirmos, como se cada minuto na vida fosse estranho e merecesse a nossa maior curiosidade. A educação extrai o máximo das potencialidades do sujeito e o que capacita à aquisição de novas habilidades. Por isso, deve consistir em um processo continuo. Através desse processo é que o homem poderá constituir sua própria identidade e interagir com a sociedade. Essa interação exige um comportamento ético que de fato, decorre sim, de um processo educacional eficiente.

Por: Valdicéia Pereira Rocha Acadêmica do 7° período de Fisioterapia das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (FIP-MOC). ENTREVISTA COM A PROFESSORA FABIANA MENEZES DE MIRANDA. Como é o trabalho/ estágio desenvolvido na área de saúde coletiva? Visamos o trabalho preventivo em primeiro lugar, não dispensando a clínica é claro. No primeiro momento da escola de postura fazemos um bate-papo com base na educação em saúde, no qual a prioridade é levar informação de forma clara e objetiva, tirando dúvidas e demonstrando a importância de temas atuais como obesidade, hipertensão, causa da dor nas costas, benefícios da atividade física entre outros. Além da exposição oral (palestra) eles recebem uma cartilha informativa sobre o tema para multiplicarem as informações. No segundo momento fazemos atividades de aquecimento articular e global seguido de fortalecimento, alongamento e relaxamento; Todos de forma específica. No terceiro e último momento, realizamos atendimento individual apenas para os

pacientes com comprometimentos mais graves e os que apresentam quadro álgico durante as atividades, os outros recebem orientações sobre exercícios para realizarem em casa até o próximo encontro. Qual o objetivo da escola de postura? Atuar na prevenção de doenças da coluna através de exercícios específicos além de ensinar as posturas corretas para as atividades de vida diária e profissional. Também temos grupos voltados para pessoas com doenças crônicas afim de proporcionar uma vida mais agradável e promover socialização entre os participantes. Quem pode participar da Escola de postura? Qual a principal faixa etária? Não temos limite de idade, pois um dos nossos objetivos é justamente a troca de experiência entre os participantes. Com relação à triagem do grupo, fazemos avaliação prévia de todos os interessados que nos procuram por demanda espontânea ou por indicação médica e dividimos os grupos de doentes crônicos e pessoas saudáveis. No momento temos dois grupos de doentes crônicos. Quais as principais doenças dessas pessoas? Temos pessoas com osteoartrite do joelho, tendinite de ombro e cotovelo, fibromialgia, hipertensos com alguma algia, artrose da coluna cervico-toraco-lombar, cervicobraquialgia, lombociatalgia, hérnia de disco entre outros. Então vocês tratam de pessoas com outros problemas que não seja a coluna? Sim, a priori o objetivo era só para pessoas com alguma alteração na coluna, mais como para mantermos uma boa postura temos que estar em harmonia com as outras partes do corpo, abrimos grupos para pessoas com doenças crônicas. Você cita que a socialização é um dos objetivos da escola de postura? Por que? Porque pessoas que sofrem de doenças crônicas tem tendência a auto-reclusão, ou seja, evitam sair de casa pois sentem dor geralmente todos os dias e preferem ficar em no seu lar para não atrapalhar os familiares e não aumentar o desgaste físico que acarretará na piora da dor. Como acontece essa socialização? Quais os resultados? Os participantes realizam as atividades em grupo e às vezes até em dupla contanto com ajuda de outra pessoa com problema similar ou não. Eles fazem troca de experiência e até mesmo de tratamentos já realizados, contam as angústias, ansiedades e expectativas para o outro. Alcançamos resultados surpreendentes que vão além da socialização como melhora da autoestima. Os pacientes demonstram felicidade, tornam-se mais bem humorados, brincam com outros, melhora do aspecto físico como apresentação de roupas novas, maquiagem etc. Fazem amigo secreto, troca de lembrança nos dias nacionais festivos (dia do trabalhador, dia das mães, páscoa etc.) O único problema que enfrentamos é que não querem receber alta!!! Onde é realizado esse trabalho? No centro de reabilitação física do Espírito Santo (CREFES) e nas UBS (Unidade básica de saúde) conveniadas a FESV (Faculdade Estácio de Sá). Quais os profissionais fazem parte da equipe? O professor (vinculado a FESV) e os alunos do 7º período de fisioterapia.


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Cartas|Escreva sua carta também. Escreva para: revista@novafisio.com.br SAIU NA REVISTA EMPREENDEDOR Um Novo Conceito de Fisioterapia A exemplo de outras profissões, a Fisioterapia teve uma grande expansão nos últimos anos, com o surgimento de muitos novos cursos de graduação, com o maior reconhecimento e veiculação das ações realizadas e avanços nos conhecimentos e pesquisas. Essas questões também levaram, no que se refere ao mercado, a uma maior concentração de profissionais onde o mercado é mais potente. Ao longo da faculdade de Fisioterapia, fomos percebendo que fazer aquilo que todos faziam após a Colação de Grau, poderia acabar contribuindo para o aumento de um índice bastante elevado e preocupante: frustração e desistência da área de trabalho escolhida. Os alunos se formam e abrem a sua tão sonhada clínica de Fisioterapia. Investem muito dinheiro, porém, na maioria das vezes não avaliam todas as variáveis importantes para este tipo de ação, como: necessidades do mercado de trabalho, localização, concorrências, perfil da população-alvo, entre outras coisas que são determinantes. Com o passar do tempo e o retorno financeiro demorando, os profissionais vão se desestimulando e acreditando que o problema está na profissão, e não em sua qualificação ou no planejamento de suas ações, e acabam desistindo de atuar como fisioterapeuta. Para evitar este tipo de situação, começamos a nos questionar e tentar encontrar alguma forma para que isto não ocorresse também conosco. Percebemos que o passo inicial e fundamental é a qualificação profissional, ou seja, se não estudar muito e se diferenciar dos demais, qualquer ação fica dificultada, pois o número de profissionais é amplo. A partir desse pensamento, surge o segundo: “Empreender”. Então juntamente com mais dois colegas de faculdade (na época), começamos a pensar em algo inovador, algo que não fosse “o que todo mundo faz depois da formatura”. Após diversas conversas, estudos, análises, e também de ouvir opiniões de pessoas mais experientes na área; iniciamos um projeto de organização de Cursos e Eventos para Fisioterapeutas. Isso, pois percebíamos que, a cada vez que sentíamos a necessidade de buscar algo a mais, um curso de aperfeiçoamento em alguma área específica da fisioterapia, por mais que existissem cursos em 8 • NovaFisio.com.br

nossa região, ainda precisávamos viajar para outros estados, gerando diversos incômodos e custos extras. E ainda, contando que a fisioterapia é uma profissão que necessita de aprimoramentos constantes, formações diferenciadas, novas técnicas; o mercado seria amplo. Isso porque todos os profissionais desta área precisam de qualificação profissional e reciclagem, para que tenham cada vez mais a oferecer a seus pacientes. Essa idéia de oferta de cursos de aprimoramento profissional veio acompanhada de algo que visasse à prestação de serviços fisioterapêuticos de qualidade, de forma diferenciada, de acordo com as necessidades do mercado. Foi então, que surgiu a FisioWorkRS, a empresa que montamos em maio do ano de 2008 (mesmo antes de formados), tendo a atenção em saúde, gestão e empreendedorismo como conceitos que devem permear a atuação; realmente visando “um novo conceito em fisioterapia”. Hoje em dia, neste curto período de existência, a FisioWork-RS já aprimorou mais de 400 fisioterapeutas em seus cursos de aprimoramento profissional, conta com mais de 30 cursos nesses moldes, contemplando as diversas áreas de atuação da fisioterapia, com uma grade de ministrantes renomada e qualificada. Presta serviços em Fisioterapia do Trabalho para empresas da região, em Fisioterapia Geriátrica para Instituições privadas de longa permanência e em Atenção em Saúde Postural dos Escolares. Logicamente que para o crescimento, é necessário questões

como liderança, gestão, administração e uma equipe afinada, qualificada e com especialidades e perfis diversificados. Com o passar do tempo, e por uma questão de perfil, um líder foi surgindo naturalmente, por necessidade de tomada de certas decisões necessárias para o crescimento deste projeto. Muitas vezes, aquela pessoa que exerce a função de líder, se depara com atividades as quais não domina, como por exemplo, em nossa empresa, um fisioterapeuta exerce também uma função burocrática, como “gestor/administrador”. Isso requer esforço e o obriga a buscar sempre mais, realizar cursos, participar de encontros que promovam um maior entendimento sobre outras áreas, pois tudo precisa ser feito da melhor maneira. E tudo isso é possível sem perder a sua qualidade assistencial como fisioterapeuta. Percebemos que, para que as coisas começassem a “andar” como gostaríamos, precisávamos de assistência de diversos profissionais para que nossos objetivos pudessem ser alcançados com qualidade. Além disso, uma ação essencial para o sucesso da empresa é o desenvolvimento de parcerias. Parcerias dizem respeito à relação com o seu grupo de trabalho e também com outras partes dentro e fora da empresa, visando sempre o crescimento de ambas as partes, priorizando uma relação ética, honesta e equilibrada. Traçar objetivos, planejar, é sem dúvida, a forma mais segura de se obter sucesso profissional. Se você não traçar objetivos, não saberá quando os alcançou. O planejamento agiliza decisões. É necessário analisar as necessidades do mercado, saber do que as pessoas estão precisando, para que se possa planejar a melhor forma para oferecer isso a elas. Por fim, objetivando o sucesso e crescimento, é necessário muito trabalho; muitas vezes sem retorno visível no início, é verdade, mas a paciência e perseverança também fazem parte. É preciso ver oportunidades onde ainda ninguém enxergou, é vencer desafios a cada dia, é não desistir frente ao primeiro obstáculo. Por: Luciano Hoefling S Fisioterapeuta - CREFITO 5 - 121.414 - F Diretor Geral - FisioWorkRS Cristina Taffarel Fisioterapeuta - CREFITO 5 - 121.404 - F Coordenadora de Eventos FisioWork-RS Evandro Fortino Fisioterapeuta - CREFITO 5 – 5694 - LTT/F Coordenador de Serviços FisioWork-RS


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Cartas|Escreva sua carta também. Escreva para: revista@novafisio.com.br LANÇAMENTO

É com muita felicidade que venho divulgar o lançamento de minha obra publicada pela Editora Águia Dourada com o nome: Manual de Prescrição em Órteses e Próteses. O que posso dizer a respeito do livro é que ele retrata todas as informações colhidas ao longo de 17 anos como professor universitário da disciplina de Órteses e Próteses, com fotos do primeiro ao último paciente de forma abrangente com uma metodologia fácil e objetiva sem perder a

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cientificidade necessária para a realização de um bom trabalho. O livro consta de cerca de mil fotos de pacientes e das imagens cedidas pelas firmas de órteses e próteses, será um livro necessário para todas as disciplinas de órteses e próteses e traumato-ortopedia. A comunidade científica necessitava de um livro completo que constasse órteses e próteses e que respaldasse os fisioterapeutas na prescrição destes materiais. Durante toda a minha formação acadêmica, meus estudos sempre foram voltados para o assunto, desde a minha monografia de acadêmico bolsista no Hospital Estadual Carlos Chagas, a monografia de TCC da UCB, na Pós Graduação, no Mestrado, e por último na Formação Superior em Órteses e Próteses – Pestalozzi- RJ Durante todos esses anos, sempre atuei nas clinicas escolas das Faculdades e consultório na área, prescrevendo, treinando e adaptando, algumas vezes também confeccionando algumas órteses em tela de viveiro. Pude perceber que muitos profissionais têm dificuldades de como prescrever órteses e próteses, e a idéia é de facilitar o conhecimento através do material adequado, seus objetivos e suas indicações.

Atualmente sou fisioterapeuta

do Serviço de Ortopedia do Hospital Municipal Salgado Filho –RJ, onde temos convívio diário com paciente de várias lesões traumáticas, inclusive amputações de membros superiores e inferiores. Sou professor de duas faculdades de fisioterapia, o Centro Universitário Celso Lisboa e a Faculdade São José na Disciplina de órteses e próteses e TraumatoOrtopedia, Diretor do Centro Educacional de Formação e Aperfeiçoamento Vital Sampol – CEFAVS (www.cefavs.com.br), onde são realizados vários cursos referente a educação continuada, entre eles os de órteses e próteses, e finalmente sou um dos Diretores do Laboratório de Órteses e Próteses (LOP) Materiais Ortopédicos e Hospitalares em Cascadura–RJ, onde criamos e confeccionamos todo tipo de órtese ou próteses para a necessidade de cada paciente. Finalizo consciente de estar fazendo um trabalho digno, com muita seriedade e profissionalismo e que este livro servirá para abrir portas e para ampliar os horizontes dos fisioterapeutas permitindolhes a solidificação do conhecimento, autonomia e maior desenvoltura no campo. Posso ser encontrado através do email:

cursocefavs@yahoo.com.br e nos telefones (21) 9688-1168 – 8830-8067 – 7864-9817 id 10*7539 Dr. Antonio Vital Sampol


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Frases|Mande a sua frase: revista@novafisio.com.br “Não ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde outros já foram”

[Dr. Luciano Hoefling]

“É necessário acreditar nas pessoas, elas são nossa fonte de conhecimento, crescimento e investimento” [Mayra Gabriela Fachini]

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“Ser fisioterapeuta é ser restaurador das obras mais complexas de Deus, o ser humano!” [Dr. Sandro Lisboa Bass]

Coluna Social|Solenidade para entrega de título ao Dr. Carlos Azeredo

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Entrevista da capa

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Marcus Menna

Eles estão de volta!

A

interrupção no auge da carreira. Uma parada cardíaca com lesões neurológicas e dois meses em coma num hospital no Rio de Janeiro, devido a complicações decorrentes de uma lipoaspiração mal-sucedida. O ano de 2010, mais precisamente o dia 1ª de maio, marcou um novo começo de vida para Marcus Menna. Bem diferente daquele de 2004, quando teve que reaprender a falar e a se movimentar. O trabalho intenso e disciplinado baseado em anos de fisioterapia devolveu ao cantor aquilo que ele certamente não se conformaria em perder, a carreira musical e o convívio na estrada com seus companheiros da banda LS Jack, que ajudou a formar e estourou no final dos anos 90. Seis anos após a fatalidade, o grupo subiu ao palco para delírio de milhares de fãs que se aglomeraram na Festa da Cerveja de Divinópolis, Minas Gerais. Hoje, com 33 anos, vivendo seu segundo casamento e com uma filha de oito meses (o vocalista tem outra filha de seis anos do primeiro), Marcus Menna é adepto da musculação, do Pilates, além de praticar corridas na praia. Há cinco anos, no mês de novembro, a edição nº49 da NovaFisio já havia publicado uma marcante matéria sobre os avanços com o tratamento de Marcus Menna. Agora, neste número da revista, o vocalista recorda os difíceis momentos que passou, como foi sua recuperação e como está sendo a retomada da carreira musical.

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Por

| Eduardo Tavares

| Glaucio Ayala

Foto

E

m novembro de 2005, a revista NovaFisio publicou uma reportagem sobre seu tratamento. De lá para cá, passaram-se quase cinco anos. Como é sua rotina de tratamento hoje? - Hoje em dia faço Pilates duas vezes por semana, fono, aulas de canto e corro na esteira. Você segue a fisioterapia com disciplina? - Faz dois anos que recebi alta na fisioterapia, a minha rotina atualmente está bem mais leve. Você ainda toma medicamentos em grande quantidade? - Não. No momento só estou tomando o Eranz, medicamento que serve para a memória. Com relação a sua memória, ela ficou plenamente restabelecida após todos os anos de tratamento? - Ainda não, mas melhorou bastante. Antes eu não me lembrava de quase nada. Atualmente me recordo de quase tudo. Após a complicação oriunda da lipoaspiração, nos primeiros segundos, quando você recobrou os sentidos, qual a primeira lembrança que veio na sua cabeça? - Ihhh! Isso eu não me lembro. Não consigo me lembrar desse momento de recuperação pós-cirurgia. A paixão pela música tem um papel importante na sua reabilitação. Em que sentido? - Com certeza tem. A música sempre foi o meu maior prazer, a melhor forma de expressar meus sentimentos. Você se arrepende de ter optado por fazer uma lipoaspiração que lhe trouxe complicações? - Claro que sim, mas não tinha como prever o que viria a acontecer comigo. Com certeza se a cirurgia fosse bem sucedida eu não me arrependeria. Após quase seis anos de tratamento, qual a maior lição que você tirou de tudo que passou neste período? - Aprendi que a vaidade pode ter um preço muito alto, mas também

aprendi a ser mais forte, a encarar todos os problemas de frente, a ter garra, a ser determinado. Sempre fui, mas hoje tenho a certeza de que sou muito mais.

Estar dividindo o palco com seus antigos companheiros foi um sonho realizado? - Sem dúvida. Eles são meus brothers além de grandes profissionais.

Como você lida com a religião? - Sou espírita kardecista. Frequento o Frei Luiz. Eu acredito que o maior motivo de eu estar aqui hoje, vivo, com saúde e voltando aos palcos é Deus!

O que você sentiu exatamente nos primeiros segundos que pisou novamente no palco com o LS Jack? - Não existem palavras para descrever. Parecia que eu estava pisando no palco pela primeira vez na vida. Uma emoção que não cabia no peito e nem numa só canção.

Passar pela situação que você passou vivendo o auge da carreira, você desenvolveu algum sentimento de revolta pelo que aconteceu? - No início sim, mas hoje em dia, não. No início de sua recuperação, existiu alguma reunião e acordo entre você e os demais integrantes da banda traçando o futuro ou um possível retorno do LS Jack? - Não me lembro, mas posso afirmar que independente do lado profissional, sempre tive amigos e eles sempre foram muito presentes nesses momentos. Eles colocarem outro vocalista e mudarem o nome da banda te deixou alguma mágoa na época? - Não. Pois eu estava focado na minha recuperação. Eu não tinha condições de encarar o palco naquele momento. Como está sua relação com os outros membros do LS Jack? - Melhor do que nunca. Estamos de volta! Quais foram suas influências musicais? O que você escuta atualmente? - Iron Maiden, Rush, Beatles, Lenny Kravitz e muitos outros. Continuo ouvindo boas músicas. Além da música, qual sua outra paixão? - Minha família, minha mulher e minhas filhas. Você já se sente preparado para encarar novamente uma rotina de apresentações, viagens e grandes shows com locais lotados? - Com certeza. Era isso que faltava para eu me sentir melhor.

A velha química estava de volta? - Ela sempre existiu, só reacendemos.

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Qual são seus objetivos profissionais para este ano (shows e gravações)? - Muitos e muitos shows. Gravações também, mas sem pressa, curtindo cada momento. Na sua visão, no cenário musical atual, com a proliferação de bandas teens sem músicos com uma técnica apurada, ainda existe espaço na mídia para bandas com o estilo do LS Jack? - Claro, acho que existe espaço para todo mundo no meio musical. Você mudou muito em seis anos? Prefere hoje tocar em locais menores, mais intimistas, ou em grandes arenas com platéias enlouquecidas? - Não mudei nada. Eu gosto de lugares com pessoas com vibrações positivas. Lógico que, quanto mais gente melhor. O problema que você viveu te deu mais inspiração para suas composições mais recentes? - Inspiração sim, mas ainda não consigo compor, tá tudo aqui dentro, mas na hora certa vai sair. Que mensagem você daria agora para os fãs e fisioterapeutas que sempre estiveram do seu lado? - Muito obrigado pela força, pelas orações, pela torcida, vocês são essenciais, acreditem nisso! É isso aê! LS Jack de volta! Valeu! Forte Abraço! NovaFisio.com.br • 15


Artigo

|Envelhecimento, peeling, pele.

Efeito da microdermoabrasão nos sinais de envelhecimento facial Por|Juliana Santana Monteiro Cores, Marina Caniato Lucas, Fernanda Aparecida de Ornelas Massuia

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processo de envelhecimento ocorre durante toda a vida do ser humano acarretando as modificações biológicas, psicológicas e sociais. Como forma de se atenuar os sinais físicos de envelhecimento pode se utilizar o peeling mecânico, microdermoabrasão. Este trabalho foi proposto com a finalidade de se verificar a satisfação do paciente com os resultados, aspecto de hidratação e textura da pele e as marcas de expressão e aspecto das rugas, após protocolo de microdermoabrasão. A amostra foi composta por 10 voluntárias do sexo feminino, entre 45 e 55 anos, submetidas a 10 sessões de microdermoabrasão, a cada quinze dias, totalizando 5 meses. No Questionário de satisfação, 50% relataram estarem satisfeitas com o resultado final, 40% melhora razoável e apenas 10% melhora mínima. Na inspeção 100% apresentaram melhora no aspecto de hidratação e textura da pele, porém nas marcas de expressão e aspecto das rugas, sugere-se um período maior de intervenção. INTRODUÇÃO Segundo a organização mundial da saúde, entre 1950 e 2025, a população brasileira acima de 60 anos irá crescer 16 vezes, enquanto a população geral sofrerá aumento em 5 vezes. O aumento da expectativa de vida tem estimulado o estudo do processo de envelhecimento[3]. Diversas teorias tentam explicar os fenômenos biológicos responsáveis pelo envelhecimento humano, porem nenhuma delas é completa para serem aceitas, mesmo aquelas baseadas na genética, embora haja grandes evidências que o tempo de vida da espécie humana é geneticamente determinado[4]. Os sinais mais evidentes do envelhecimento cutâneo é a atrofia da pele, causando rugas finas e profundas, a pele se torna espessa e com pouca luminosidade [1]. Por esta razão a valorização da face está em evidência, já que é a parte do corpo mais representativa e exposta. Atualmente há tendência em se conservar a beleza, procurando alternativas com o objetivo de manter-se jovem, bela e com grande autoestima. Atualmente existem inúmeras abordagens terapêuticas com a finalidade de eliminar ou atenuar essas alterações. Entre os tratamentos encontram-se os diversos tipos de peeling; fisiológico, químico e o físico (microdermoabrasão). Para a aplicação de peeling é necessário 16 • NovaFisio.com.br

a avaliação do tipo de pele da paciente, utilizando a classificação de Fitzpatrick. A microdermoabrasão é uma técnica de esfoliação não cirúrgica, executada de forma não invasiva, sendo inúmeras suas indicações, que têm por base o incremento da mitose celular fisiológica, clareamento das camadas mais superficiais da epiderme, foliculite, prevenção de estrias e afinamento do tecido epitelial preparando-o para tratamentos de revitalização e proporcionando uma textura fina e saudável através do crescimento de proteínas de colágeno, elastina e reticulina[9,5]. A microdermoabrasão, uma das mais populares formas de desgaste da superfície da pele, foi desenvolvida pela primeira vez na Itália em 1985 onde posteriormente tornou-se disponível em toda Europa[10]. Um dos tipos de equipamento utilizado na prática da microdermoabrasão é o peeling de diamante. O procedimento é realizado através de uma caneta de ponteira diamantada conectada a um aparelho a vácuo que desliza sobre a pele promovendo uma esfoliação superficial da pele[11,6]. Seu principal objetivo é refazer a superfície da pele, removendo células mortas, reduzindo rugas finas, diminuindo a oleosidade e os poros dilatados. O tratamento age de maneira suave e progressiva e é indicado para todos os tipos de pele [12,9]. Cada sessão de microdermoabrasão tem duração de aproximadamente 30 minutos. A quantidade e o intervalo das sessões poderão variar, dependendo da queixa e sinais a ser tratado. A manutenção deverá ser mensal, posteriormente bimensal e o fator de proteção solar torna-se indispensável [9,8]. A popularidade da microdermoabrasão deve-se a segurança da técnica. Portanto, este trabalho foi proposto com a finalidade de se verificar a satisfação do paciente com os resultados, aspecto de hidratação e textura da pele e as marcas de expressão e aspecto das rugas, após protocolo de microdermoabrasão.

MATERIAIS E MÉTODOS Este trabalho consiste em um estudo de caso, de 10 voluntárias do sexo feminino entre 45 e 55 anos, moradoras da cidade de Santos, estado de São Paulo, raça branca, multíparas, não fumantes, que não estavam fazendo nenhum tipo de tratamento paralelo facial. Não faziam uso de anticoncepcional nem reposição hormonal, se expunham ao sol e usavam fator de proteção solar entre 15 e 30. Para fazer a coleta de dados utilizou-se: um aparelho a vácuo que possui uma ponteira diamantada chamada de peeling de diamante, Endosux da marca DGM, termo de consentimento, ficha de avaliação, questionário sobre qualidade de vida e registro fotográfico utilizando a câmera fotográfica digital Sony a uma distância de 1 metro com o objetivo de verificar os efeitos no local a ser tratado. Depois de selecionadas, conforme critérios já citados foram aplicados às mesmas um termo de consentimento livre e esclarecido e repassadas às orientações sobre o procedimento. Na avaliação foi composta por um questionário para avaliação de satisfação da intervenção e avaliação observacional pelo fisioterapeuta (inspeção) quanto à classificação do tipo de pele (normal, seca, oleosa e mista), fototipo pela classificação de Fitzpatrick (Tabela 1), sensibilidade (normal, sensível e pouco sensível) e observações como coloração, textura, luminosidade da pele e presença de rugas superficiais e profundas. O protocolo utilizado foi limpeza de pele realizada antes de iniciar o tratamento, higienização da pele com leite de limpeza, esfoliante de leve abrasão e tônico adstringente para regular o pH da pele, aplicação do peeling de diamante com duração de 30 minutos bilateralmente, aplicação de alta freqüência com duração de 15 minutos com o benefício de ser bactericida e anti-séptico, hidratação da pele com argila rosa com duração de 20 minutos e finalização com protetor solar fator 30.


As sessões de peeling de diamante foram realizadas quinzenalmente devido à sensibilidade das pacientes, intercaladas com sessões de hidratações faciais realizadas semanalmente. O período de tratamento teve duração de 5 meses entre Outubro de 2009 à Janeiro de 2010. As participantes foram orientadas a utilizar o filtro solar diariamente e quando expostas ao sol reaplicar o protetor solar de 2 em 2 horas.

amarelada principalmente nas regiões da testa, queixo e maça do rosto (Figura 4).

RESULTADOS Na avaliação do fototipo de pele (classificação de Fitzpatrick), 25% das participantes apresentaram fototipo I, 20% fototipo II, 30% fototipo III e 25% fototipo IV (Figura 1).

Figura 4. Gráfico representativo do aspecto de pele. Fonte: Dados agregados pelas autoras No ponto de vista clínico e segundo relatos das pacientes pode-se observar uma grande melhora na qualidade da pele, principalmente na textura, uniformidade da cor e luminosidade da pele. Na textura da pele 100% relatou ter a pele mais macia, fina e luminosa. Apenas 30% perceberam diferença nas rugas finas relatando estarem menos evidentes, 20% que apresentavam pele oleosa relataram a diminuição da oleosidade (Figura 5).

Figura 1. Gráfico representativo da classificação do tipo de pele segundo Fitzpatrick. Fonte: Dados agregados pelas autoras Na classificação do tipo de pele 20% apresentaram pele normal, 30% oleosa, 10% seca e 40% mista (Figura 2). Figura 5. Gráfico representativo da textura da pele. Fonte: Dados agregados pelas autoras

Figura 2. Gráfico representativo da classificação do tipo de pele. Fonte: Dados agregados pelas autoras

No Questionário de satisfação, 50% relataram satisfação com o resultado final, 40% relatou melhora razoável e 10% melhora mínima opinando por um tratamento mais prolongado para melhor eficácia. Cerca de 80% das pacientes relataram melhora da aparência observada por terceiros (Figura 6).

De acordo com a sensibilidade, 70% apresentaram sensibilidade normal, 20% pouco sensível e 10% muito sensível (Figura 3).

Figura 3. Gráfico representativo da avaliação de sensibilidade. Fonte: Dados agregados pelas autoras No aspecto da pele, 100% apresentaram rugas finas (superficiais), 60% rugas profundas, 80% pele desidratada com leve descamação, textura áspera, coloração

As pacientes obtiveram um aumento de 50% em média na escala de satisfação pessoal e como conseqüência o aumento da autoestima devido a melhora da aparência estética. Figura 6. Gráfico representativo dos resultados obtidos com o Questionário de satisfação. Fonte: Dados agregados pelas autoras DISCUSSÃO Nos dias de hoje o conceito ideal de beleza é a denominada pele jovem, ou seja, sem

rugas, manchas, marcas de expressão, devido ao passar do tempo com o avanço da idade a pele sofre modificações o que caracteriza o envelhecimento cutâneo. Existem várias teorias que explicam essas modificações como, por exemplo, o desgaste natural causado pelo nosso organismo, que seria o envelhecimento intrínseco e o efeito da radiação ultravioleta causada pela exposição solar durante toda nossa vida que seria o envelhecimento extrínseco mais conhecido como foto envelhecimento[ 1,3]. A busca pela eterna juventude nunca acaba, pelo contrário é cada vez mais intensa [14]. A pele, como maior órgão do corpo humano, apresenta sinais de envelhecimento, como a perda da elasticidade, causando o surgimento de rugas finais e profundas, pele com textura áspera, ressecada em sem brilho[13,15]. O envelhecimento cutâneo é um processo de grande frustração para os indivíduos, principalmente para as mulheres, onde se pode observar uma grande procura por ajuda especializada em minimizar ou até eliminar efeitos indesejáveis ocorridos pelo envelhecimento. Existem vários recursos que podem ser utilizados para amenizar esses efeitos, entre eles os peelings como o peeling de diamante também chamado de microdermoabrasão, que promove uma esfoliação cutânea, renovando as células. Uma das grandes vantagens desta técnica é que o procedimento é praticamente indolor e a recuperação rápida, não interferindo na vida social e profissional do paciente[2]. Apesar de poucos estudos e materiais metodológicos mostrarem a eficácia e segurança desse tratamento, podese observar benefícios relatados por pacientes após o tratamento com a microdermoabrasão. Esse aumento na escala de satisfação pessoal é de suma relevância já que as marcas de expressão são de grande importância, principalmente no sexo feminino como sinal de desaparecimento da juventude [16]. “Freedman et al investigaram mudanças associadas na epiderme e derme com a microdermoabrasão, em 10 pacientes com intervalo de 7 a 10 dia [10]. As pacientes relataram melhora na textura da pele, maior luminosidade, uniformidade da cor e algumas relataram atenuação das rugas finas, conforme alguns efeitos da microdermoabrasão concordando com Borges[9]. CONCLUSÃO Sugere-se o protocolo de microdermoabrasão na satisfação do paciente, melhora no aspecto de hidratação e textura da pele, porém nas marcas de expressão e aspecto das rugas, sugere-se um período maior de intervenção. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS As referências bibliográficas deste artigo estão disponíveis em nosso site. www.novafisio.com.br NovaFisio.com.br • 17


Colunas | Coluna do Dr. Geraldo Barbosa - Leia todas as outras no site. Herdeiros de Esculápio – Parte IV

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egundo afirmou Galeno em seus escritos sobre o deus da medicina, “É do próprio Esculápio a prescrição da equitação como meio de tratamento” dando assim origem a Equoterapia ou Equitação Terapêutica como alguns preferem, ou seja, uma especialidade da Fisioterapia. Desse modo o cavalo tornou-se um instrumento cinesioterapêutico, com resultados práticos obtidos já no primeiro atendimento, pela interação paciente/animal, produzida pela marcha do quadrúpede, fonte de estímulo ao tônus muscular e a dissociação da cintura pélvica e escapular. Foi utilizada nos tempos de Hipócrates para a recuperação de guerreiros acidentados nos campos de batalha. No século XVI a equoterapia voltou a fazer parte do arsenal terapêutico disponível, caindo depois no esquecimento, até que, após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), reapareceu na Europa, não parando mais de se expandir a partir da década de 50, contando atualmente, com muitos especialistas no Brasil. Ressalte-se o enfoque dos últimos anos na equipe multiprofissional; um procedimento de base cinesiológica que migrou da Fisioterapia para outras especialidades. A fim de que se tornem mais claras e objetivas as observações a seguir, cabe entre parênteses ressaltar a contribuição de outras culturas, além da greco-romana - pilar do pensamento ocidental - para a consolidação de conhecimentos, em caráter universal na área de Fisioterapia. O uso da hipérbole - universal - é verdadeiro; o legado do conhecimento acumulado desde a mitologia greco-romana, no ocidente, e a partir das culturas chinesa e hindu no oriente, é inquestionável para os herdeiros contemporâneos de Esculápio que, no processo histórico formam uma ponte para a Fisioterapia do futuro. Poderíamos chamá-los de epígonos. Concretamente, por conseguinte, dois exemplos facilitam a tarefa. Na China de mais de dois mil anos antes de Cristo, sacerdotes praticavam e ensinavam exercícios terapêuticos, inclusive os respiratórios. Os Brâmanes - que existiam desde tempos imemoriais e eram procurados por sábios de outras nações na tentativa de aprender aquilo que se chamava sabedoria - em seus templos na Índia, recomendavam o uso de exercícios e massagens como tratamento do Reumatismo. Os exercícios terapêuticos praticados na antiguidade, aperfeiçoados e conhecidos posteriormente sob a forma genérica de “ginástica médica” somados às massagens, aos exercícios respiratórios e aquáticos, fundamentaram tanto a medicina quanto a Fisioterapia, constituindo desse modo um conhecimento científico unificado, comum às duas disciplinas, propiciando assim o aparecimento da Medicina Física, sinônimo de Fisioterapia, até prova em contrário. (continua na próxima edição)

Dr. Geraldo Barbosa E-mail: geraldobarbosa43@yahoo.com.br Blog14-F http://geraldobarbosa43.blogspot.com Adquira o livro Herdeiros de Esculápio – História e organização profissional da Fisioterapia, na livraria Saraiva Mega Store do Shopping Center Recife pelo Tel: (81) 3464-9393 Fax (81) 3464-9399 ou pelo e-mail. 18 • NovaFisio.com.br


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Colunas | Coluna do Dr. André Luiz de Mendonça - Leia todas as outras no site. É nós na fita e na Copa mano!!!!

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h!! Que saudade de ouvir: “ -Goooooooooooool- l” !!! Do engasgo de 1994, quem não lembra? -”É teeeeeeeeeeeee........traaaaaaaaaaaaaaaaa-”!!!! Neste ano “engolimos” mesmo o Zagallo.Que bom não? E do famoso grito: “RRRRRRRRRRRRRRRRRRRonaldinho”!!!! no ano de 2002? Tínhamos logo dois Ronaldos. Agora tenho que me contentar com a “calorosidade” de Franz Beckenbauer e Jürgen Klinsmann. Precisam ver, ou melhor ouvir, a animação dos comentários. Aguentar os Alemães cantarem que já são tetra ninguém merece; e é a mesma coisa com os imigrantes espanhóis, italianos e portugueses. Todos eles por isto ou por aquilo, acham que suas seleções são as melhores. “VAI DAR É BRASIL NA FITA!!!”- Digo sempre. Claro que estar fora do Brasil durante a copa não é só desvantagem. Como bom brasileiro que sou, a festa depois dos jogos do Brasil está garantida. Brasuca que é brasuca no estrangeiro faz batucada, sai pela rua buzinando quando vence, e claro, durante a copa dá aquela caprichada no enfeite da fachada da casa ou apartamento. Mas caso levemos em conta a possibilidade de 0,000000000000000000000000001% , que é a possibilidade de não ganharmos esta copa, sobra sempre um plano B. Pois sempre tem aquele amigo que com certeza vai te convidar pra festa dele caso o time dele vença, para mim caso sejam os Alemães ou Portugueses que cheguem lá... a festa estará garantida. Este clima de Copa traz à tona uma rivalidade gostosa, um sentimento de patriotismo, e um orgulho escondido lá dentro do peito, orgulho este que infelizmente só mostramos ao mundo a cada quatro anos. Uma pena!!! Pois temos um país lindo, um povo maravilhoso, famoso mundialmente pela simpatia e hospitalidade, temos comida boa, temos mulheres lindas (ok apesar de eu não gostar temos uns homens até mais ou menos também, prezadas leitoras) e além é claro da nossa música que levanta até defunto. Acreditem amigo(a)s, por tudo que somos, por tudo que temos, temos que nos orgulhar trezentos e sessenta e cinco dias por ano, pois país mais lindo que o nosso e povo mais maravilhoso está pra nascer. Mas já que falei de orgulho, nesta Copa, nós Fisioterapeutas devemos nos orgulhar mais ainda. Já viram como estamos badalados? Todos só falam em nós. Em várias seleções estamos influenciando até mesmo na escalação de muitos treinadores. Liberamos ou não os “bichados” para jogar. E vos digo que nunca vi uma Copa do Mundo com tanto craque “ferido” como esta. Soltaram a bruxa foi? Seja o nosso carismático Júlio César ou nosso menino de ouro Kaká pelo time canarinho, ou mundo a fora: como Owen e Beckham, que desfalcam os ingleses, Nani que desfalca Portugal e Pepe que os preocupa, René Adler e Michael Balack que faltam ao time alemão, Iniesta e Senna que preocupam a Espanha, e Didier Drogba que anda tirando o sono dos marfinenses caso não seja liberado pra jogar depois de uma fratura no cotovelo. Estes são alguns exemplos fora além de muitos outros, do que acontece no futebol mundo à for a. A mídia mundial repete a palavra fisioterapia duzentas vezes por dia. Destes citados, alguns tiveram ou terão a sorte de se recuperar para jogar a copa, outros infelizmente não. Mas desta vez, nesta copa nosso trabalho e competência chegaram para serem titulares. É nós na fita mano!!! Brasil rumo ao HEXA!!!!

Dr. André Luiz Relvas de Mendonça Fisioterapeuta. Mestrando em Motricidade Humana pela Universidade de Porto. Reside atualmente na cidade Alemã de Mainz contato:andremendonca@hotmail.de 20 • NovaFisio.com.br


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|Postura sentada, educação, saúde, ergonomia Postura sentada: articulando a educação e a saúde na busca pela saúde do educando Por|PICCININI, Aline Martinelli; MELLO, Pâmela Billig; MORAES, Marielly de; NEDEL, Sheila Spohr; FUNK, Artigo

Karine Taís.; ROCHA, Vera M.; CARVALHO, Themis Goretti Moreira Leal

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ercebendo a escola como um espaço de encontro e construção social, vemos nela um rico campo para se trabalhar a educação em saúde. Considerando que crianças e adolescentes permanecem por um período de quatro a seis horas por dia nas instituições escolares, torna-se importante discutir e alertar para alguns dos problemas encontrados neste ambiente. Nosso objetivo, através de um programa de educação em saúde com estudantes da 4º série do ensino fundamental, das escolas estaduais e municipais de Tupanciretã-RS foi verificar o conhecimento relacionado à postura sentada e, a partir do conhecimento prévio dos estudantes, construir práticas diárias que favorecessem hábitos posturais corretos. Em nosso estudo seguimos uma trajetória metodológica proposta por Goldim (2000) com características observacionais, exploratórias e descritivas. A população foi composta por 328 alunos que freqüentam a 4ª. série do ensino fundamental das escolas públicas de Tupanciretã: 8 escolas municipais e 5 escolas estaduais, totalizando 13 escolas. Os dados foram coletados através da aplicação de um questionário aos alunos e seus pais com o objetivo de verificar o conhecimento sobre anatomia básica da coluna vertebral e membros, a maneira correta de sentar e a prevenção de desvios posturais. A observação participante permeou todas as atividades realizadas. Analisando os resultados foi possível chegar às seguintes conclusões: os educandos apresentam pouco conhecimento sobre anatomia da coluna vertebral e membros, sobre desvios posturais e suas possíveis causas; adotam no dia-adia posições que podem gerar alterações significativas em sua postura; os pais e/ou responsáveis têm maior conhecimento mas admitem que não conseguem modificar seus hábitos posturais incorretos nem os de seus filhos. Executamos um plano de educação para a saúde com o objetivo de instalar e/ou modificar comportamentos pessoais em relação aos movimentos e posturas corporais inadequadas, capacitando os alunos a realizar medidas de promoção e proteção de sua saúde. Este plano constou de palestras, atividades lúdicas, vídeo com discussão, teatros, jogos educativos, oficinas pedagógicas, orientações individuais e em grupo com os educandos e com a comunidade escolar. Já é momento do profissional fisioterapeuta se ocupar da saúde do escolar e assumir o compromisso de que é possível promover a saúde na escola através da articulação entre os setores da educação e saúde. Diante do intenso envolvimento e interesse dos jovens nas atividades, acreditamos que a educação em saúde na escola é um importante campo para o seu 22 • NovaFisio.com.br

processo educativo de auto-cuidado e a formação de multiplicadores de saúde. INTRODUÇÃO A escola é o espaço responsável pela formatização da educação e pelo processo ensino-aprendizagem. É nos primeiros anos de vida escolar, quando a criança ainda se encontra em fase de crescimento, o melhor momento para iniciar um trabalho de prevenção de problemas músculoesqueléticos, pois um estudante permanece sentado na sala de aula durante longas horas, o que se calculam mil horas por ano (ZAPATER 2004). Além disso, o aluno também estuda em casa, faz exercícios e prepara-se para os exames, tudo em posição sentada (VIEL & ESNAULT, 2000). Considerando que crianças e adolescentes permanecem por um período de quatro a seis horas por dia nas instituições escolares, torna-se importante discutir e alertar para alguns dos problemas encontrados neste ambiente. Ao relacionar ambiente escolar e postura percebe-se que os problemas são diversos, dentre eles estão: dificuldades ergonômicas (como as encontradas no transporte do material escolar), arquitetura desfavorável do imóvel e, disposição e proporções inadequadas do mobiliário, as quais, provavelmente, serão responsáveis pela manutenção, aquisição ou agravamento de hábitos posturais inapropriados (BRACCIALLI & VILARTA, 2000). O objetivo deste estudo foi verificar o conhecimento relacionado à postura sentada de estudantes da 4º série do ensino fundamental, das escolas estaduais e municipais de Tupanciretã-RS e, a partir do conhecimento prévio dos estudantes, construir práticas diárias que favoreçam hábitos posturais corretos. Os objetivos específicos foram: verificar e aprimorar o conhecimento dos alunos sobre anatomia básica da coluna vertebral e membros, a maneira correta de sentar e as medidas preventivas que devem ser adotadas na prevenção de desvios posturais; refletir e construir práticas educativas para a melhoria de hábitos posturais adequados e necessários; e proporcionar orientações individuais e em grupo para os educandos a fim de transformá-los em multiplicadores de saúde dentro da comunidade escolar (diretores, professores, funcionários das escolas e pais). JUSTIFICATIVA Poucas pessoas têm conhecimento de que a postura sentada causa maior carga à coluna vertebral do que em relação à posição em pé. A postura sentada gera várias alterações nas estruturas músculo-esqueléticas da

coluna lombar. Hábitos posturais incorretos, adotados pelos estudantes desde o ensino fundamental, são motivos de preocupação, pois o esqueleto está em fase de formação, sendo que um dos fatores que predispõem as condições degenerativas da coluna no adulto são as alterações posturais na infância. Em função da elevada prevalência de lombalgias e má postura (Zapater, 2004) e diante dos poucos estudos nacionais, e da possibilidade da educação ser uma forma de intervir nos fatores de risco do ambiente escolar, propusemos esta pesquisa. Buscamos desenvolver ações de promoção e proteção à saúde da criança e do adolescente, seguindo as recomendações preconizadas pelo Ministério da Saúde (2005). Pretendemos, desta forma, demonstrar que é possível promover a saúde do escolar através da articulação entre os setores da educação e saúde. MATERIAIS E MÉTODOS CARACTERÍSTICA DA PESQUISA Este estudo tem características de uma pesquisa quantitativa (com a realização de pré-teste) e qualitativa (com características observacionais, exploratórias e de intervenção). POPULAÇÃO E AMOSTRA A população deste estudo foi composta de estudantes que freqüentam a 4º série do ensino fundamental das escolas públicas de Tupanciretã (8 escolas municipais e 5 escolas estaduais, totalizando 13 escolas). Fizeram parte do estudo 230 alunos com idade entre 10 e 16 anos, estudantes da 4° série de escolas públicas do ensino fundamental de Tupanciretã-RS. PROCEDIMENTOS O estudo é dividido em 2 fases: 1ª.)Avaliação do conhecimento dos educandos sobre a postura sentada (pré-teste): foi utilizado como instrumento para a coleta dos dados a aplicação de um questionário com questões abertas e fechadas, que foi preenchido pelo próprio estudante. Nele buscamos o conhecimento dos alunos sobre anatomia básica da coluna vertebral e membros, a maneira correta de sentar e pegar um objeto do chão e a prevenção de desvios posturais. Também submetemos o questionário aos pais dos alunos, que responderam sobre sua percepção acerca da postura sentada de seu filho e de sua postura ao pegar um objeto no chão. 2ª.) Elaboração e aplicação de um plano de educação para a saúde: tem o objetivo de instalar e/ou modificar comportamentos pessoais em relação aos movimentos e posturas corporais inadequadas, capacitando


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Artigo

|Postura sentada, educação, saúde, ergonomia

os alunos a executar medidas de promoção e proteção de sua saúde. Este plano constou de palestras, atividades lúdicas, vídeo com discussão, teatros, jogos educativos, oficinas pedagógicas, orientações individuais e em grupo com os educandos e com a comunidade escolar (diretores, professores, funcionários das escolas e pais). Durante todo o nosso trabalho utilizaremos também a observação participante descrita por Minayo (1996) através do nosso contato direto com os educandos visando obter informações sobre a realidade deles em seu próprio contexto – relação face a face com os observados. A importância desta técnica reside no fato de podermos captar uma variedade de situações ou fenômenos que não são obtidos por meio de perguntas, uma vez que, observados diretamente na própria realidade, transmitem o que há de mais imponderável e evasivo da vida real. RESULTADOS, DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS QUESTIONÁRIO DOS ALUNOS: O questionário aplicado aos estudantes abordou questões acerca da idade dos alunos, do peso de suas mochilas, da anatomia básica da coluna vertebral e membros, da maneira correta de sentar e pegar um objeto do chão (solo) e da prevenção de desvios posturais. Fizeram parte da pesquisa 230 alunos com idade entre 10 e 16 anos. 36,3% dos alunos tinham 11 anos; 25,2% 12 anos; 22,5% 10 anos; 12% 13 anos; 2,2% 14 anos; 1,3% 15 anos; e, 0,4% 16 anos. Todos estes eram alunos da quarta série. Para estimar o peso que os alunos transportam diariamente até a escola suas mochilas foram pesadas com uma balança digital. No momento da pesagem estavam presentes 223 alunos. O peso das mochilas variou entre 1 e 5 Kg. 40,8% das mochilas pesaram 2 Kg; 17,6% 3 Kg; 14,8% 1Kg e 14,8% 2,5 Kg; 6,7% 1,5Kg; 3,6% 3,5Kg; 2,2% 4 Kg e 0,4% 5Kg. Os valores foram arredondados. Quando questionamos aos alunos quem dá sustentação para que o corpo permaneça ereto, dos 226 que responderam à pergunta, 57,5% referiram a coluna vertebral, 17,7% os ossos do corpo, 11,5% referiram não saber e 7,5% dos alunos referiu as costelas. O restante das respostas esteve centrado em pescoço, pernas, ombros e alimentos. Em relação ao número de vértebras da coluna cervical, dos 227 estudantes que responderam à pergunta, apenas 8,8% dos alunos respondeu corretamente sete vértebras. 10,6% referiram não saber o número de vértebras cervicais e 80,6% responderam incorretamente, o que variou de uma a trinta vértebras. Na questão que envolvia o conhecimento do número de vértebras da coluna dorsal, em um total de 229 alunos que responderam somente 1,7% referiu corretamente doze vértebras. 12,2% admitiram não saber a resposta e 86,1% responderam de forma errônea valores que variaram entre três e 100 vértebras. A coluna lombar é composta por cinco vértebras. Ao serem interrogadas acerca de 24 • NovaFisio.com.br

quantas vértebras a coluna lombar possui responderam a questão 230 alunos. Destes, 18,3% mencionaram o número correto, 12,1% refeririam não saber a resposta e o restante (69,6%) referiram valores entre duas e trinta vértebras. Ao serem questionados sobre quais os movimentos que a coluna realiza os alunos fragmentaram as respostas em: para cima e para baixo (27%), para os lados (28,4%), para frente e para trás (25,3%), para frente (2,2%) e não sabiam (17%). Sendo assim, nenhum estudante referiu todos os movimentos possíveis de serem realizados pela coluna (para os lados, para frente e para trás). Baseado nos achados observados nas respostas do questionário fica nítido o pouco conhecimento dos jovens estudados em relação à função da coluna vertebral e às estruturas que a compõem. A carência dessas informações sustenta a importância de iniciarmos um trabalho educativo voltado ao conhecimento da anatomia e da biomecânica aliadas às orientações posturais. A escola postural tem o objetivo de tornar o jovem reflexivo através de práticas cotidianas e, assim, aliadas às vivências e valores de cada um, favorecer uma aprendizagem mais significativa, desta forma estaremos contribuindo na formação de multiplicadores de saúde no que se refere às questões voltadas à postura. Conforme estudo realizado com adolescentes conduzido por Mendéz e Gómez-Conesa (2001) que avaliou os efeitos de uma programa postural sobre um grupo de escolares de 9 anos de idade, os resultados observados foram significativos tanto para a melhora do conhecimento, como na performance das atividades realizadas na escola. Estes resultados foram mantidos após 6 e 12 meses ao término do programa. Muito ouvimos falar sobre a importância de manter uma boa postura sentada. Mas o que significa uma boa postura sentada para os estudantes entrevistados? Respondendo a essa pergunta 84,6% dos entrevistados referiram questões relacionadas a sentar corretamente e alguns descreveram a forma correta de sentar-se, como, por exemplo, com as costas encostadas na cadeira e os dois pés no chão. 14% dos alunos referiram não saber o que é boa postura sentada e 1,31% referiram que postura correta é “sentar torto”. Na questão para que servem os músculos do nosso corpo as respostas foram categorizadas em: relacionadas ao movimento (“mexerse, caminhar, correr, brincar, dançar”...), 35,6%; relacionadas mais diretamente à força (“erguer peso, ter força”...), 42,2%; e relacionadas à força e ao movimento (fazer força e caminhar, erguer peso e correr...), 7,4%. 14,8% referiram não saber a resposta da questão. Conhecer a quantidade de tempo que ficamos expostos a uma mesma postura é muito importante para determinar possíveis causas e tipos de lesões ao sistema músculoesquelético e para elaborar medidas de prevenção. Para tanto, os alunos foram questionados acerca da quantidade de tempo por dia que permanecem nas posturas mais lesivas à coluna vertebral e ao sistema

músculo-esquelético. Dos 229 alunos que responderam 30,5% disseram permanecer sentados 5 horas; 21,8% 4 horas; 19,6% 6 horas; 15,3% 3 horas; 6,5%; 2,2% 8 horas; 1,7% 10 horas; 1,3% 7 horas; 0,87% 2 horas e 6,5% responderam que não sabiam. Na pergunta relacionada ao tempo em que as crianças permanecem deitadas por dia, as respostas dos 223 alunos que responderam foram as seguintes: 26% 8 horas; 23,3% 10 horas; 13,4% 9 horas; 9,4 % 7 horas; 9 % 12 horas; 5,8% 6 horas; 4,5 % 11 horas; 1,8 % 5 horas e 6,7% referiram não saber. Em relação ao tempo em que os alunos permanecem na postura em pé no período de um dia, 28,8% referiram 10 horas; 24% 12 horas; 13% 8 horas; 7% 7 horas; 6,1% 6 horas; 6% 9 horas; 4,8% 15 horas; 1,3% 20 horas; 1,3% 3 horas; 0,9% 24 horas e 6,5% responderam não saber. Responderam à pergunta qual atividade física traz maior benefício para a sua coluna vertebral 225 crianças. Dentre elas, 60,4% mencionaram atividades físicas esportivas, tais como jogar futebol, vôlei, basquete, nadar... Outra parcela dos alunos (33,8%) referiu atividades mais relacionadas ao lazer, como dançar, andar de bicicleta, pular, correr... 5,8% dos jovens referiram não saber responder. QUESTIONÁRIO OBJETIVO DOS PAIS Os pais dos alunos da 4° série do ensino fundamental das escolas municipais de Tupanciretã-RS foram indagados com quatro questões objetivas sobre seus filhos. Na primeira questão sobre como os pais vêem seus filhos sentar em uma cadeira normalmente, 35,3% dos pais responderam que vêem seus filhos sentar de maneira incorreta (com o corpo totalmente relaxado); 34,6% dos pais acreditam que seus filhos sentam em casa de maneira correta; 16% dos pais vêem seus filhos sentar com as pernas cruzadas e 14% com as pernas sob a cadeira. Na questão seguinte quando perguntamos aos pais dos alunos a forma como eles normalmente os vêem sentar para escrever. 28,9% dos pais responderam que vêem seus filhos sentados com seus pés sobre o chão, as coxas sobre o assento da cadeira e a coluna levemente flexionada para frente sem apoiar no encosto da cadeira; 27% dos pais vêem seus filhos sentar para escrever apoiados sobre a classe e aumento da cifose torácica; 20,4% dos pais vêem seus filhos sentados formando um ângulo de 90° dos joelhos, com as costas apoiadas no encosto da cadeira; 19% dos pais vêem seus filhos com o corpo totalmente relaxado, sem formar um ângulo de 90° nos joelhos; Quando perguntamos aos pais dos alunos sobre como eles vêem seus filhos pegar um objeto pesado no chão, 33,7% , a maioria dos pais, vê seus filhos pegar um objeto pesado do chão com as peras retas (estendidas) e a coluna flexionada, em seguida com 28,5% observamos q os pais vêem seus filhos pegar um objeto pesado do chão com as pernas semi-fletidas e com o tronco curvado para frente, na seqüência, com 20%, observados que os filhos são vistos pegando um objeto pesado do chão com as


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Artigo

|Postura sentada, educação, saúde, ergonomia

pernas fletidas e com o objeto longe dos joelhos e longe do corpo; e por último, com 17,5% dos pais vêem seus filhos pegando um objeto pesado do chão com as pernas fletidas e o objeto na altura dos joelhos (próximo ao tronco). Na última questão perguntada aos pais dos alunos sobre como eles vêem seus filhos pegar um objetos leve do chão podemos observar que 34%, a maioria dos pais vê seu filho pegar um objeto leve do chão com os joelhos fletidos e os calcanhares não tocam no solo, em seguida com 32,6% dos pais vêem seus filhos pegar um objeto leve do chão com as pernas retas (estendidas) e o tronco flexionado, na seqüência com 18% dos pais vêem seus filhos pegar um objeto leve do solo com um dos joelhos fletidos, formando um ângulo de 90% e por últimos com 15,3 % dos pais vêem seus filhos pegar um objeto leve do chão com ambos os joelhos semifletidos e com uma mão na coluna e o tronco rodado. A imagem corporal, que é a representação mental do corpo, é altamente influenciada pelas experiências subjetivas da percepção, assim como pelos seus julgamentos morais. Nesse sentido, a percepção do corpo e da postura é uma construção cultural e está substancialmente ligada à forma como o sujeito é percebido pelos seus pares (TAMAYO et al., 2001). QUESTIONÁRIO OBJETIVO PARA OS ALUNOS Quando perguntamos aos 224 alunos qual figura representava melhor a forma como eles normalmente se sentam, observamos que a maioria com 53,6% refere que senta com as costas retas e apoiadas, joelhos formando um ângulo de 90° e braços ao longo do corpo; 17,8% senta com as pernas cruzadas, costas retas e apoiadas e braços ao longo do corpo; na seqüência com 14,7% dos alunos responderam que sentam com as pernas cruzadas sob a cadeira, as costas retas e apoiadas no encosto da cadeira e braços soltos ao longo do corpo; e por último com 13, 8% referem que sentam sobre o sacro, totalmente relaxados na cadeira. Na questão seguinte quando perguntamos aos 253 alunos a forma como eles normalmente sentam para escrever. 42,7% dos alunos sentam para escrever formando um ângulo de 90° dos joelhos, com as costas apoiadas no encosto da cadeira e os pés apoiados no solo; 25,3%% dos alunos responderam que se sentam com seus pés sobre o chão, as coxas sobre o assento da cadeira e a coluna levemente flexionada para frente sem apoiar no encosto da cadeira; 18,2% dos alunos sentam para escrever com o corpo totalmente relaxado, sem formar um ângulo de 90° nos joelhos; e por fim 13,8% dos alunos se sentam para escrever com os braços apoiados sobre a classe, pés apoiados no chão e com aumento da cifose torácica. Quando perguntamos aos 224 alunos sobre como eles pegam um objeto pesado no chão, 39,7% , a maioria dos alunos, pega um objeto pesado do chão com as peras retas (estendidas), os braços esticados e a coluna flexionada, em seguida com 21,5%% dos alunos pegam um objeto pesado do chão com 26 • NovaFisio.com.br

as pernas semi-fletidas, braços estendidos, com o objeto longe do troco e com a coluna fletida, na seqüência, com 20,5%, dos alunos intrevistados pegam um objeto pesado do chão com as pernas semi- fletidas, com a coluna levemente curvada, acentuando a cifose torácica; e por último, com 18,3% dos alunos pegam um objeto pesado do chão com as pernas semi-fletidas, coluna reta e com o objeto na altura dos joelhos (próximo ao tronco). Esta primeira parte deste estudo teve por objetivo verificar o conhecimento dos educando da 4° série das escolas públicas de Tupanciretã-RS sobre anatomia básica da coluna vertebral e membros, a maneira correta de sentar e pegar um objeto do chão e a prevenção de desvios posturais. Também submetemos os pais dos alunos a responderem um questionário sobre sua percepção acerca da postura sentada de seu filho e de sua postura ao pegar um objeto no chão. Também foi realizado a pesagem das mochilas dos educandos, segundo Negrine Carabalona (2002) em um estudo realizado na Itália foi observado que o tempo gasto transportando a mochila (forma predominante de transporte) é determinante no surgimento da dor nas costas. Tal resultado indica que, apesar de os escolares utilizarem um material apropriado para transportar seus objetos, eles podem estar sendo prejudicados por não saberem utilizá-lo satisfatoriamente. Podemos observar na análise dos resultados que a maioria dos pais vê seus filhos sentar numa cadeira de forma incorreta, ou seja, com o corpo totalmente relaxado. E quando perguntamos como eles vêem seus filhos sentar para escrever novamente percebemos que a maioria dos pais vê seus filhos sentar de maneira incorreta para escrever, com o tronco flexionado para frente e sem apoio do encosto na cadeira. Moro, Ávila e Nunes (1999), ao analisarem o ato de permanecer sentado, concluíram que o mobiliário utilizado pelos participantes de seu estudo dificultava a adoção de uma postura sentada que preservasse as curvas fisiológicas da coluna. Eles observaram que os escolares flexionavam o tronco em demasia com o intuito de se aproximarem da classe. Tal condição pode provocar sobrecarga dos músculos e ligamentos da coluna, ocasionando dor. Além disso, Nachemson e Morris (1964) afirmam que tal ação é responsável pelo aumento de 30% da pressão discal, podendo, ao longo do tempo vir a degenerar essa estrutura. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE Na primeira fase do trabalho podemos observar que a maioria dos alunos da 4° série do ensino fundamental não possui o conhecimento correto sobre como melhor desenvolver várias das atividades desempenhas no dia a dia escolar, e consequentemente não as realizam corretamente; observamos também que os escolares não possuem o conhecimento sobre a anatomia do seu corpo, em especial sobre a coluna. Ficou claro para nós que a maioria dos alunos não pega um objeto do solo de forma correta, ou seja, de forma não

prejudicial a sua coluna. Portanto podemos concluir que nem os pais nem os alunos da 4° série têm o conhecimento necessário para cuidar de sua coluna e trabalhar a prevenção. Tendo em vista que é nessa fase escolar que se deve iniciar a prevenção, pois, o surgimento de síndromes dolorosas na coluna pode estar associado à maturação do adolescente. Essa foi uma das conclusões a qual chegou o estudo realizado por Grimmer e Willimas (2000) onde o percentual médio de ocorrência de dores aumentou em cada ano escolar analisado. Tal resposta pode estar associada ao aumento das demandas escolares, ou seja, a necessidade de transportar mais material de e para casa, bem como, ao maior tempo despendido sentado na realização das tarefas em casa. Hábitos posturais incorretos, adotados pelos estudantes desde o ensino fundamental, são motivos de preocupação, pois o esqueleto está em fase de formação, sendo que um dos fatores que predispõem as condições degenerativas da coluna no adulto são as alterações posturais na infância. Desta forma torna-se estritamente necessário trabalharmos com esses estudantes das escolas públicas de Tupãnciretã-RS, elaborando e aplicando um plano de educação em saúde, com o objetivo principal de instalar e/ou modificar comportamentos pessoais em relação aos movimentos e posturas corporais inadequadas, capacitando os alunos a executar medidas de promoção e proteção de sua saúde. Este plano constitui-se de palestras seguidas de debate, atividades lúdicas, vídeo com discussão, teatros, jogos educativos, oficinas pedagógicas, orientações individuais e em grupo com os educandos e com a comunidade escolar (diretores, professores, funcionários das escolas e pais). Pretendíamos, desta forma, demonstrar que é possível promover a saúde do escolar através da articulação entre os setores da educação e saúde. CONCLUSÃO Diante do envolvimento e da participação maciça da comunidade escolar como um todo, se pôde perceber que a escola realmente é o espaço ideal para esse tipo de intervenção. Na escola estão reunidos crianças e adolescentes abertos à construção de novos conhecimentos. É hora dos profissionais da saúde, em especial dos fisioterapeutas, se utilizarem deste espaço para promover prevenção em saúde. Verificamos ainda que a educação em saúde do escolar deve ser um processo contínuo e permanente, sendo este um importante campo para o aprendizado e prática do autocuidado em saúde nos mais diversos níveis, considerando ainda que, atuando dentro da escola estaremos colaborando para a formação de multiplicadores de saúde. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS As referências bibliográficas deste artigo estão disponíveis em nosso site. www.novafisio.com.br


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|laserterapia, lesões, nervos periféricos, regeneração Efeitos da laserterapia de baixa intensidade no tratamento fisioterapêutico da lesão nervosa periférica Por|SANTOS, Eloise Adriana de Moura e FENIMAN, Cristiane Mengue Artigo

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studos sobre a ação exercida pelo laser em processos regenerativos de lesões nervosas periféricas encontraram geralmente resultados controversos, tanto de estimulação quanto de nenhuma alteração na estrutura nervosa. No entanto, nas pesquisas em que são encontrados resultados positivos observa-se que uma aplicação imediata e com o tempo de tratamento prolongado, além da combinação de diferentes fontes emissoras, favorece a aceleração de regeneração. Embora esses resultados sejam promissores, evidencia-se a necessidade de aprimorar as pesquisas científicas sobre a eficácia da laserterapia aplicada como tratamento fisioterapêutico em lesões nervosas diretamente em humanos. 1-INTRODUÇÃO Atualmente existem muitas pesquisas a respeito do Sistema Nervoso Central (SNC) devido a sua complexidade. No entanto, pesquisas e publicações científicas sobre o Sistema Nervoso Periférico (SNP) são mais escassas, principalmente no que se refere a lesões e tratamentos. Os nervos periféricos são alvos constantes de lesões de origem traumática, como esmagamento e secções totais, que resultam em perda ou diminuição de sensibilidade e motricidade no território inervado ou até mesmo do membro como um todo. O comprometimento das atividades diárias dos pacientes lesados é um fator determinante para o estabelecimento de metas de recuperação precoce do mesmo (ENDO, 2002), pois as conseqüências da lesão nas fibras nervosas dependem da sua natureza, intensidade e do local da lesão (FERREIRA; MARTINEZ, 2000). O uso de instrumentos terapêuticos com finalidade regenerativa é prática comum na Fisioterapia. Para lesões nervosas periféricas têm sido utilizados os métodos de estimulação elétrica, ultra-som, laser de baixa potência com intuito de acelerar os processos regenerativos, buscando um retorno precoce da funcionalidade do paciente.

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A laserterapia de baixa intensidade tem tido amplo uso nas condições de processos cicatriciais, visando obter cicatrização mais rápida de feridas, bem como proporcionar melhores condições durante esse processo. Seu êxito deve se às particularidades de respostas que induz nos tecidos, como redução de edema, diminuição do processo inflamatório, aumento da fagocitose, da síntese de colágeno e da epitelização (PARIZOTTO, 1998). Isso mostra que o laser tende a acelerar o reparo do processo inflamatório e da cicatrização tecidual, fenômenos inerentes a uma lesão nervosa, auxiliando assim em um tratamento completo. Diante do exposto o presente estudo teve como objetivo comparar o mecanismo de ação e os efeitos obtidos entre os tratamentos convencionais e a

A laserterapia de baixa intensidade tem tido amplo uso nas condições de processos cicatriciais, visando obter cicatrização mais rápida de feridas, bem como proporcionar melhores condições durante esse processo. laserterapia para as lesões periféricas. 2 – CONTEÚDO Este trabalho constituiu de revisão bibliográfica em bases de dados eletrônicas, acesso a periódicos científicos,

literatura impressa e eletrônica. A busca de utilizou as palavraschave relacionadas ao tema proposto, sendo posteriormente realizada a busca de outros materiais bibliográficos citados nos primeiros itens encontrados com as palavras-chave. A origem da regeneração neural é aquela porção do axônio próximo ao local da lesão e que se encontra situada em um tubo endoneural não lesado. As condições do tubo endoneural são críticas na determinação e consequências da regeneração. Quando a parede do tubo endoneural está intacta (axonotmese), o axônio que está crescendo é confinado ao tubo que originalmente a continha durante sua regeneração. Neste tipo de lesão o retardo inicial do princípio da reinervação é curto e o axônio que está regenerando passa através do tubo antes que alterações adversas decorrentes de uma desnervação prolongada possam ocorrer. Os axônios atingem o órgão terminal originalmente por ele inervado de maneira que o padrão de reinervação seja exatamente o mesmo do padrão original e a função é completamente recuperada. Essa é a situação que ocorre nas neuropatias axonais não-traumáticas (FERREIRA; MARTINEZ, 2000; STAINKI et al., 1998). As alterações axonais precedem as da mielina, porém algumas fibras já apresentam alterações 24 horas póslesão. Cerca de 18 horas após o início da desintegração do citoesqueleto (3o dia pós-lesão), as células de Schwann entram em divisão celular (fase proliferativa) e atingem o máximo em 4 dias. O processo de regeneração inicia-se 6 horas após a lesão, surgindo em cada axônio sobrevivente dois ou mais ramos ou brotos. Em seguida, ocorre a absorção destes brotamentos axonais múltiplos e a formação de um único axônio dominante. Após 24 horas, os terminais axonais continuam avançando e estendem-se para a área lesada por três a oito dias. A expansão distal da extremidade do axônio é o cone de crescimento que forma várias extensões chamadas de filopodias ou neuritos. O crescimento do axônio e da regeneração é acompanhado por um tipo de movimento amebóide da


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|laserterapia, lesões, nervos periféricos, regeneração

filopodia. Na lesão em que não ocorre secção do tubo endoneural, observam-se axônios abaixo dessa quatro a dez dias após a lesão. No quinto dia as células de Schwann penetram na região da lesão e tornam a passagem dos ramos axonais mais fácil. O tecido fibroblástico também auxilia a passagem dos ramos axonais por meio de pontes por ele formado. Os axônios normais em crescimento levam de oito a quinze dias para atingir os tubos endoneurais. A velocidade de crescimento axonal é proporcional à distância do cone de crescimento ao corpo celular (neuronal). Quanto mais próximo da lesão encontra se o corpo celular, mais rápido será o crescimento axonal. Quando os axônios finalmente atingem o aspecto distal dos tubos endoneurais contendo as células de Schwann, surge um alinhamento dessas ao longo do axônio e a seguir essas células começam a rotar-se em torno do axônio para formar a bainha de mielina. Com a mielinização do nervo em crescimento há uma peculiaridade, que é a existência de maior número de nódulos de Ranvier sobre este uma vez que os segmentos internodais são mais curtos (FERREIRA; MARTINEZ, 2000). Para Cruañes (1995) apud Stainki et al (1998), a radiação laser aumenta a velocidade do crescimento nos nervos periféricos. O laser de baixa intensidade gera efeitos fotoquímicos, fotofísicos e fotobiológicos, afetando não só a área de aplicação como também as regiões circundantes. Os efeitos fotobiológicos podem convencionalmente ser divididos em curto prazo ou diretos e longo prazo ou respostas indiretas à radiação. As respostas em curto prazo são aquelas em que o efeito pode ser observado por poucos segundos ou minutos depois da irradiação. Os efeitos em longo prazo são observados horas ou ainda dias depois do final da irradiação e usualmente envolvem nova biossíntese (PARIZOTTO, 1998). Quanto ao resultado da aplicação intercalada de laser, ou seja, com intervalos de no mínimo um dia para a próxima aplicação, uma hipótese para esse desfecho seria a ocorrência de sincinesia, que é uma troca entre os cotos neuronais

proximais quando da reconexão com os distais, resultando em ativação errônea da musculatura e uma pegada defeituosa. Outra hipótese refere-se à ocorrência por alguma razão de ativação de musculatura precoce, como o estresse por exemplo, que diminui o brotamento regenerativo de seus respectivos axônios (BUERGER et al, 2004). Sobre a frequência ótima de tratamento não há um consenso, mas Karu e Mester citados por Parizotto (1998), consideram que com o tratamento a cada dois dias ou duas vezes por semana obtém se respostas mais positivas. Doses de irradiação baixa repetidas com um intervalo semanal induzem melhores resultados comparados com altas doses de energia aplicadas em curto espaço de tempo. 3 - CONCLUSÕES As pesquisas científicas mostram contradições em relação à efetividade da laserterapia no tratamento das lesões nervosas. Apesar de alguns trabalhos demonstrarem que não há diferença significativa entre grupos, principalmente em ratos, com grupos tratados e controle, a maioria das pesquisas mostra que a laserterapia de baixa intensidade aplicada logo após a lesão, intercalada e com período mínimo de 30 dias age de forma positiva na regeneração nervosa. Dessa forma, a restauração funcional nos casos de lesões nervosas é favorecida pela aplicação imediata e tendo o tempo de tratamento prolongado. Além disso, deve-se considerar que a combinação de diferentes fontes emissoras também favorece a aceleração de regeneração. Ainda são poucos os dados sobre a eficácia da laserterapia aplicada como tratamento fisioterapêutico em lesões nervosas diretamente em humanos. Assim, evidencia-se a necessidade de aprimorar as pesquisas científicas com esse foco. 4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS As referências bibliográficas deste artigo estão disponíveis em nosso site. www.novafisio.com.br NovaFisio.com.br • 29


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|Canal de Guyon, neuropatias periféricas, nervo ulnar, fisioterapia.

Abordagem Fisioterapêutica na Síndrome do Canal de Guyon: estudo de revisão Por|COELHO, Tito Luca da Silva; AGUIAR, Michel; ATAÍDE, Ana Carolina; BARRIL, Lívia Lima; GUSMÃO, Maria Luiza; GARZEDIN, Daniela Dias da Silva.

O

punho pode ser acometido por algumas neuropatias periféricas, entre elas a síndrome do canal de Guyon, que consiste em uma compressão do nervo ulnar dentro do canal de guyon ou túnel ulnar acarretando sintomas parestésicos, onde a musculatura da região hipotenar pode evoluir com uma hipotrofia e impotência funcional. Dentre os fatores que podem desencadear a afecção estão os traumas diretos e cistos sinoviais como principais fatores causadores da doença. Metodologia: trata-se de um estudo de revisão de literatura no qual utilizamos como fonte de pesquisa as bases de dados Medline, Lilacs, Scielo. Resultados: a síndrome do canal de Guyon é tratada inicialmente de forma conservadora baseado em condutas fisioterapêuticas. Entretanto, se o quadro não for solucionado o indivíduo terá indicação cirúrgica. Objetivo: esta revisão bibliográfica consiste em abordar técnicas e recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento da síndrome do canal de Guyon. A síndrome do canal de guyon é caracterizada pelo comprometimento do nervo ulnar no território de sua passagem no canal de guyon ou túnel ulnar, que é o compartimento neural em torno do osso psiforme, onde quaisquer alterações podem levar a um estreitamento do espaço ocupado pelo nervo e como conseqüência irá gerar um quadro que pode ser desde parestesia até perda permanente da sensibilidade, paralisia motora e atrofia muscular. 1, 2, 3, 4 Em função da escassez de publicações em relação ao tema, nos propomos a estudar sobre a síndrome do canal de Guyon e para que tal estudo possa contribuir para uma melhor compreensão sobre a doença por parte dos profissionais que lidam com tal condição e ao mesmo tempo incentivar novos estudos. O objetivo deste artigo é buscar na literatura e dentro das mais diversas referências as possíveis técnicas e recursos fisioterapêuticos utilizados no tratamento da síndrome do canal de Guyon. METODOLOGIA A metodologia utilizada foi a revisão de literatura tendo como fonte a Bireme, na qual as bases de dados consultadas foram Medline, Lilacs, Scielo. Foram selecionados 9 artigos no período 30 • NovaFisio.com.br

de 1996 a 2004, apenas 1 artigo de 1984 foi incluído devido sua relevân-cia em relação ao tema e 8 obras literárias de 1999 á 2005. Os comandos de palavra chave utilizados foram: Canal de Guyon, Neuropatia Periférica, Nervo Ulnar e Fisioterapia. SINDROME DO CANAL DE GUYON O canal fibrósseo triangular, localizado na face palmar e ulnar da região do punho é chamado de canal de Guyon. Possui de 4 a 4,5 cm de comprimento, iniciando-se na borda proximal do ligamento carpal e terminando no arco fibroso dos músculos hipotênares. É formado medialmente pelo osso psiforme, lateralmente pelo hámulo do hamato, seu teto pelo ligamento piso-hamato e músculo palmar curto. Seu conteúdo são os nervos, as veias e as arté-rias ulnar. 5

O nervo ulnar no interior do canal se bifurca em ramo superficial sensitivo e ramo profundo motor. O ramo motor inerva a musculatura intrínseca da mão, inclusive a porção profunda do flexor curto do polegar, com exceção dos músculos tênares e dois lumbricais radicais. O território sensitivo corresponde ao V dedo e a borda ulnar do IV dedo, podendo ocorrer variações anatômicas nas distribuições sensitivas. 6 A compressão do nervo ulnar ocorre, ao nível do punho, quando ele passa através do túnel ulnar ou canal de

Guyon, em torno do osso psiforme. (Fig 1) Esse tipo de compressão é 5 vezes me-nos comum do que na região de cotovelo, onde se conhece como sindrome do Canal Cubital. Existe concordância entre autores que a compressão nervosa no canal de Guyon é de ocorrência rara, porém de importância clínica pelos distúrbios funcionais e sensitivos que provoca. 7, 8 As causas mais comuns que afetam o nervo ulnar são compressões por cisto sinovial, traumas ocupacionais e diretos, presença de lesões músculo tendíneas e lesões na artéria ulnar. Alguns autores têm descrito que a presença de anomalias de músculos que atravessam o canal de Guyon e variações anatômicas do nervo ulnar, raramente pode conduzir a uma neuropatia compressiva. 7, 9 Outras etiologias estão relacionadas como fraturas do hámulo do hamato e do piramidal ou da base do IV e V metacarpos, artrite inflamatória, bandas fibrosas, deformidades congênitas e os ciclistas também estão sujeitos à compressão neste nível, devido à posição de extensão mantida do punho associado à compressão na região hipotênar da mão. 6 A deformidade típica dessa lesão é a mão em garra com predomínio do IV e V dedos (Fig.2). A primeira falange está em hiperextensão e as outras em flexão. Ocorre uma atrofia da eminência hipotênar e dos interósseos. O paciente apresenta uma clara dificuldade para fazer a pinça entre o polegar e o indicador. A sensibilidade está alterada. 10 Os sintomas são dor e perda da força do dedo mínimo e metade do dedo anular, com fraqueza muscular ao se tentar abrir os dedos. 9 As manifestações podem variar conforme o nível da compressão, podendo ser mistas, puramente sensitivas ou puramente motoras. No comprometimento misto ou completo, o paciente apresenta alterações sensitivas na distribuição do nervo ulnar e a presença da atrofia muscular que leva à garra e à dificuldade de realizar pinça. 6 O exame físico para o diagnóstico é dado através da presença do sinal de Fromemt e do sinal de Wartemberg. Quando apenas o ramo sensitivo estiver comprometido, o sinal de Tinel é positivo na região do canal. A alteração da sensibilidade na região dorsal ulnar da


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|Canal de Guyon, neuropatias periféricas, nervo ulnar, fisioterapia.

mão pode ser um diagnóstico diferencial das compressões mais altas, já que o ramo cutâneo dorsal bifurca-se proximamente ao canal de guyon e não passa através dele; desse modo, a sensibilidade nessa região fica preservada nas compressões baixas. 6 O exame de escolha para o diagnóstico das neuropatias ulnares é a eletroneuromiografia (ENMG). Ela é capaz de localizar a lesão na maioria dos casos, além de definir a severidade. 11 A ENMG é um exame complementar que pode ser útil na determinação diagnóstica tanto na sindrome do canal cubital como na síndrome do canal de Guyon. Existindo assim uma contradição por parte dos autores relacionados aos exames diag-nósticos. 6 O diagnóstico pode ser complementado por ultra-sonografia ou ressonância magnética. 7 A síndrome do canal de guyon pode ser confundida com outras afecções como a neuropatia ulnar na axila, no braço, no sulco ulnar, no túnel cubital, no antebraço, radiculopatia C8 e T1, síndrome do desfiladeiro, doença do neurônio motor inferior. Para tanto faz-se necessário diagnóstico diferencial com estas doenças através dos exames complementares já citados. 11 ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA SÍNDROME DO CANAL DE GUYON

NA

A atuação da fisioterapia é de extrema relevância, pois através do diagnóstico cinético-funcional é possível identificar as alterações sensório motoras, prevenindo ou impedindo a evolução de quadros como hipotrofia muscular e paralisia sensitivo-motora. Considerando a síndrome do canal de Guyon como uma afecção rara, seu tratamento pode ser tanto conservador quanto cirúrgica, a depender do agente causador. Os parâmetros que norteiam o tratamento da síndrome do canal de Guyon estão relacionados à etiologia da compressão. Se a síndrome do canal de Guyon resultar apenas por trauma mecânico repetido a conduta preconizada é evitar compressão na porção hipotênar. Uma experimentação

inicial da terapia conservadora pela imobilização, pela interrupção dos hábitos traumáticos e pela injeção local de cortisona pode ser uma tentativa de descompressão. 13,14 A indicação de órtese na síndrome do canal de Guyon é uma conduta defendida por todos que deve ser posicionada de maneira a manter o punho em discreta extensão, com flexão da metacarpofalangiana e polegar em oposição. Os dedos estarão suspensos em redes para evitar a flexão incontrolável das falanges, porém a quem defenda a utilização de órtese com o punho em posição neutra em casos de compressão secundária a traumatismo de repetição. 6,10 O uso do gelo é um componente essencial do tratamento, o gelo promove analgesia, bem como redução da inflamação. Ele geralmente deve ser colocado várias vezes ao dia, durante 10-20 minutos por sessão, no período agudo. Um efeito colateral do gelo pode ser a rigidez articular até que a temperatura volte ao normal. 13 O calor tem sido apontado na literatura como um excelente método terapêutico, pois melhora o metabolismo e a circulação local, aumenta a elas-ticidade do tecido conectivo, relaxa à musculatura e causa analgesia. 15 O ultra-som aplicado à intensidade de 0,75 a 1,0 W/cm² promove aquecimento profundo, analgesia, melhora a circulação, aumenta a elasticidade, extensibilidade tecidual e reduz a rigidez osteo-músculoligamentar. 15 Inicialmente, os exercícios isométricos suaves são os únicos exercí-cios resistidos a serem feitos. Acrescentar exercícios de fortalecimento dinâmico e resistência à fadiga quando os sintomas não piorarem com exercícios isométricos. 12 O tratamento que melhor se adequa a patologia, se tratada de forma conservadora, é a imobilização, seguida de repouso das atividades desencadeantes da dor, associadas às medidas eletrotermoterapêuticas, mobilizações articulares, deslizamentos tendíneos que são unanimemente defendidos pelos diversos autores. Porém se a abordagem for cirúrgica tendo em vista o fator etiológico como fator de escolha, a fisioterapia atuará no pós-operatório escolhendo como recursos fisioterapêuticos órteses protetoras. O tratamento da cicatriz com massagem também deve ser uma preo-cupação da fisioterapia bem como a re-dução da dor e do edema residual, e a cinesioterapia para ganho de ADM do punho. 6, 17 Caso o tratamento conservador que deve ser de aproximadamente três meses falhe, a cirurgia para descomprimir o nervo traz bons resultados. 9 Nessa situação o objetivo do tratamento é explorar o nervo ulnar em todo o seu trajeto, desde a região do ante-braço ate

a palma da mão. Foi visto também que quando se detecta uma causa física da compressão também há indicação cirúrgica para descompressão do nervo ulnar. 6,15, 16 Em se tratando de tratamento cirúrgico, pós na liberação do túnel ulnar, o punho fica imobilizado de 3 à 5 dias a imobilização é realizada através de uma órtese palmar que mantém o punho em 20º de extensão. Após esse período o tratamento fisioterapêutico começa com ADM suave. Esta fase é a de proteção máxima, onde englobam repouso e controle de edema, realização de exercícios ativos de deslizamento de tendão e nervo, movimentos ativos de dedos e punhos. Na fase de proteção moderada as intervenções fisioterapêuticas sugeridas incluem: mobilização do tecido cicatricial, alongamento progressivo e mobilização articular do tecido restrito, exercícios de fortalecimento, exercícios de destreza, estimulação sensorial e reeducação sensorial discriminativa. 6,7,12 Existe contradição entre os autores com relação ao tempo de imobilização no pós-operatório, onde o tempo de imobilização variou de 3 a 5 dias até duas semanas de pós- operatório. Em virtude da escassez de publicações científicas acerca do tema em que nos propomos a estudar, com base nos achados literários, procuramos identificar as possíveis causas da síndrome do canal de Guyon e consequentemente uma abordagem fisioterapêutica que promovesse, não a-penas o alívio da condição álgica, mas que tivesse ação direta na etiologia da doença. CONCLUSÃO A síndrome do canal de guyon é uma enfermidade de caráter limitante, pois gera incapacidade físico-funcional, onde os indivíduos podem apresentar dificuldade de executar atividades laborais e do cotidiano. O tratamento requer a avaliação do fator etiológico que irá definir se o procedimento será conservador ou cirúrgico. Portanto, faz-se necessário a intervenção fisioterapêutica conservadora ou pós-operatória, a fim de levar a melhora da funcionalidade da mão, promovendo uma melhor qualidade de vida para o paciente. No entanto, novos estudos sobre o tratamento fisioterapêutico são necessários para melhor abordar o tema, relevante, entretanto pouco relatado na literatura. REFERÊNCIAS As referências bibliográficas deste artigo estão disponíveis em nosso site. www.novafisio.com.br


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DESC DATA CURSO JUNHO 10% 19 Integração Craniossacral Aquática (Básico 1) 19 WorkShop Pilates para Crianças / PHYSIO PILATES – POLESTAR 19 Workshop Coluna Viva I / PHYSIO PILATES – POLESTAR 19 Therapy Taping 19 e 20 Curso de Pilates no Wall Exercise Sistem TM – Contrologia 10% 20 e 21 Curso de Pilates Aparelhos Avançado – Teresa Camarão 10% 22 Treinamento Proprioceptivo Sensório-Motor Inib de Reflexos Primitivos 24 Pilates na Conduta Cinesioterapeutica – D&D Pilates 24 Pilates na Conduta Cinesioterapeutica – D&D Pilates 10% 24 a 27 Curso de Mat Pilates, Bola, Rolo de Feldenkrais, Flexi Band e Magic 10% 25 e 26 Fisioterapia em Terapia Intensiva – FisioWork-RS 25 a 27 Pilates Avançado na Lombar – D&D Pilates 10% 26 Curso Facial de Fisioterapia Dermato-Funcional e Cosmetologia Aplicada 10% 26 Treinamento Proprioceptivo Sensório-Motor Inib de Reflexos Primitivos 26 e 27 VII Congresso Uruguaio de Fisioterapia 10% 26 e 27 Mat Pilates e Acessórios – FisioWork-RS 30% 26 e 27 Curso Técnicas de Osteopatia da Coluna Vertebral 10% 26 e 27 Curso Internacional de Pontos Gatilhos, Liberação Miofascial e Treinam 10% 26 e 27 Curso de Capacitação – Plataforma Vibratória 10% 26 e 27 Curso Pilates na Gravidez 10% 27 Pilates Australia Control (Certificação Internacional) JULHO 10% 01 Estabilização Segmentar Vertebral 10% 01 kung Fu e Chi kun para Profissionais da Saúde/Estilo Wing chug 02 Formação Internacional em Pilates / PHYSIO PILATES – POLESTAR 02 Formação Internacional em Pilates / PHYSIO PILATES – POLESTAR 02 Curso de Atualização UPDATE / PHYSIO PILATES – POLESTAR 02 e 03 Abordagem Funcional na Doença de Alzheimer- FisioWork-RS 10% 03 Workshop Coluna Viva II/ PHYSIO PILATES – POLESTAR 03 Crochetagem Autêntico Turma 86ª 10% 04 Pilates Australia Control (Certificação Internacional) 05 XVII Curso Neuroevolutivo BOBATH 07 e 08 Curso de Acupuntura e Estética 09 Formação Internacional em Pilates / PHYSIO PILATES – POLESTAR 10% 09 a 18 Método Pilates com a visão Australiana 10 Bandagem Funcional Fisioterapeutica 10 Estabilização Dinâmica da Unid Inf. O Joelho 10% 10 e 11 Resitência Elástica Progressiva 14 a 17 I Congresso Internacional de Fisioterapia da Amazônia 15 a 17 12º Rio Sports Show / 1ª FisioReab 16 Formação Internacional em Pilates / PHYSIO PILATES – POLESTAR 16 I Curso de Bandagem Terapêutica Aplica à Neurologia 16 a 18 II Congresso Internacional de Osteopatia 17 Workshop Pilates para Crianças / PHYSIO PILATES – POLESTAR 10% 17 a 26 Método Pilates com a visão Australiana 10% 19 a 23 Estabilização Dinâmica da Unid Inf. O Joelho 10% 23 Reabilitação Vestibular 10% 23 a 25 Aperfeiçoamento em Fisioterapia Dermatofuncional-FisioWork-RS 10% 23 a 25 Auriculoterapia 30 Curso Avançado ADVANCED ASSESSMENT I / PILATES – POLESTAR 30 Formação Internacional em Pilates / PHYSIO PILATES – POLESTAR 10% 30 Ginástica Laboral – FisioWork-RS 31 Crochetagem Autêntico Turma 87ª 10% 31 Neuropilates 31 Curso de Plataforma Vibratória AGOSTO 10% 05 Estabilização Segmentar Vertebral 30% 06 a 08 Inicio do Curso de Pilates 07 SATI – Suporte Avançado em Terapia Intensiva 10% 07 e 08 Imagiologia Músculo-Esquelética para Fisioterapeutas

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São Paulo-SP 11 3052-1924 São Paulo-SP 71 2361-8000 / 0800 606 8008 Florianópolis-SC 71 2361-8000 / 0800 606 8008 Rio de Janeiro-RJ 21 2530-8294 / 9984-2190 Belo Horizonte-MG 48 3228-9898 Fortaleza-CE 85 3086-3463 Belo Horizonte-MG 21 4063-7914 Brasília-DF 61 4063-6046 Vitória-ES 27 3026-6381 Brasília-DF 48 3228-9898 Novo Hamburgo-RS 51 3587-4671 Rio de Janeiro-RJ 21 2565-7690 Fortaleza-CE 85 3081-8270 Teresina-PI 21 4063-7914 Montevideo/Uruguai - fisioterafu@adinet.com.uy Novo Hamburgo-RS 51 3587-4671 Rio de Janeiro-RJ 21 2269-5963 São Paulo-SP 11 5581-5331 Florianópolis-SC 48 3228-9898 Florianópólis-SC 48 3228-9898 Belo Horizonte-MG 21 4063-7914 São Paulo-SP S.B. do Campo-SP João Pessoa-PB Natal-RN SÃO PAULO-SP Porto Alegre-RS São Paulo-SP São Paulo-SP Teresina-PI Porto Alegre-RS Nova Friburgo-RJ São Paulo-SP Brasília-DF Rio de Janeiro-RJ Rio de Janeiro-RJ Rio de Janeiro-RJ Manaus-AM Rio de Janeiro-RJ Rio de Janeiro-RJ Porto Alegre-RS Buenos Aires Belo Horizonte-MG Bauru-SP Rio de Janeiro-RJ Fortaleza-CE Porto Alegre-RS Araçatuba-SP Salvador-BA Brasília-DF Porto Alegre-RS Florianópolis-SC Teresina-PI Vitória-ES

21 4063-7914 11 3996-3205 71 2361-8000 / 0800 606 8008 71 2361-8000 / 0800 606 8008 71 3261-8000 / 0800 606 8008 51 3587-4671 71 2361-8000 / 0800 606 8008 21 2530-8294 / 9984-2190 21 4063-7914 51 3024-2906 22 2523-8863 71 3261-8000/ 0800 606 8008 61 9698-9534 21 2530-8294 / 9984-2190 21 2224-7744 21 2224-7744 92 3228-2681 / 9148-1709 21 3478-1999 71 2361-8000 / 0800 606 8008 51 3024-2906 19 3241-2761 71 2361-8000 / 0800 606 8008 14 3313-8582 21 2224-7744 85 3081-8270 51 3587-4671 18 9151-6847 71 3261-8000 / 0800 606 8008 71 3261-8000 / 0800 606 8008 51 3587-4671 48 4814-1612 21 4063-7914 27 9961-9061

Belo Horizonte-MG Rio de Janeiro-RJ Goiânia-GO Rio de Janeiro-RJ

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DESC DATA CURSO AGOSTO 07 a 15 Curso de Drenagem Linfática 11 Fisioterapia Empresarial Ergonômica Básica 10% 12 Estabilização Segmentar Vertebral 30% 13 a 15 Inicio do Curso de Pilates 10% 14 Integração Craniossacral Aquática (Básico 2) 14 Workshop Pilates para Crianças / PHYSIO PILATES – POLESTAR 14 Workshop Coluna Viva II/ PHYSIO PILATES – POLESTAR 19 a 30 Curso de Formação em Pilates – Uma abordagem clínica 20 Formação Busquet – Cadeias Fisiológicas 10% 20 Estabilização Segmentar das Articulações Periféricas e Tape Funcional 30% 20 a 22 Inicio do Curso de Pilates 21 Manipulação Articular 21 Eletroterapia Facial e Corporal 10% 21 e 22 Reeducação Vestibular Funcional 10% 26 Mobilização Neural (Neurodinâmica) 10% 27 Curso Avançado 3 de Terapia Integração Craniossacral® 10% 27 Estabilização Segmentar das Articulações Periféricas e Tape Funcional 10% 27 a 29 Curso de Drenagem Linfática Manual Medical Corporal e Facial 30% 28 e 29 Curso: Como Prescrever os Aparelhos Ortopédicos e suas Indicações 28 a 30 Curso de Pilates na Bola SETEMBRO 30% 03 a 05 Segundo Módulo Pilates 10% 04 Curso Nível 3 de Terapia Integração Craniossacral® 10% 09 Curso Avançado 3 de Terapia Integração Craniossacral® 10% 09 Estabilização Segmentar Vertebral 10 Curso de Pilates MAT / PHYSIO PILATES – POLESTAR

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Nova Friburgo-RJ Rio de Janeiro-RJ Rio de Janeiro-RJ Rio de Janeiro-RJ São Paulo-SP João Pessoa-PB Natal-RN Nova Friburgo-RJ Recife-PE Salvador-BA Rio de Janeiro-RJ Rio de Janeiro-RJ Rio de Janeiro-RJ Rio de Janeiro-RJ Rio de Janeiro-RJ São Paulo-SP Belém-PA Niterói-RJ Rio de Janeiro-RJ Nova Friburgo-RJ

22 2523-8863 21 2530-8294 / 9984-2190 21 4063-7914 21 2269-5963 11 3052-1924 71 2361-8000 / 0800 606 8008 71 2361-8000 / 0800 606 8008 22 2523-8863 21 3717-3763 21 4063-7914 21 2269-5963 21 2530-8294 / 9984-2190 21 2530-8294 / 9984-2190 21 2224-7744 21 4063-7914 11 3052-1924 21 4063-7914 21 9995-5317 21 2269-5963 22 2523-8863

Rio de Janeiro-RJ São Paulo-SP São Paulo-SP Salvador-BA São Paulo-SP

21 2269-5963 11 3052-1924 11 3052-1924 21 4063-7914 71 2361-8000/0800606 8008

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Tininha | Humor - passa-tempo - game - novidades - música - cinema - moda - TV - DVD TININHA Olá! Vamos torcer juntos com vibrações positivas e sem exageros, ok? Eu sei que a Copa do Mundo está aí, mas não esqueçam que minha coluna também está aqui. Por isso, aguardo o recebimento de sugestões, informações e, por que não, de reclamações também. Basta enviar para: tininha@novafisio.com.br Como diz o prof. Luis Guilherme, “mantenha o bom humor”.

SINCERIDADE.

Um homem estava em coma há algum tempo. Sua esposa ficava a sua cabeceira dia e noite. Até que um dia o homem acorda, ele pede para que a fisioterapeuta se retire, depois faz um sinal para a sua mulher se aproximar e sussurralhe: - Durante todos estes anos você sempre esteve ao meu lado. - Quando me licenciei, você ficou comigo. - Quando a minha empresa faliu, você ficou lá e me apoiou. - Quando perdemos a casa, você ficou perto de mim. - Quando perdemos o carro, você também estava comigo. - E desde que fiquei com todos esses problemas de saúde, você nunca me abandonou. - Sabe de uma coisa? Os olhos da mulher encheram-se de lágrimas: - Diz amor... - Acho que você me dá azar!!!

A IMPORTÂNCIA DA RECEITA NA FARMÁCIA. Numa pequena cidade do interior, uma mulher entra em uma farmácia e fala ao farmacêutico: - Por favor, quero comprar arsênico. - Mas... não posso vender isso ASSIM! Qual é a finalidade? - Matar meu marido!! - Pra este fim, piorou... não posso vender!!! A mulher abre a bolsa e tira uma fotografia do marido, a traíndo, com a mulher do farmacêutico. - Ah, bom!... com receita é outra coisa!

E-MAIL ERRADO. Quando o homem chegou e foi para seu quarto no hotel, viu que havia um computador com acesso à internet, então decidiu enviar um e-mail à sua mulher, mas errou uma letra, sem se dar conta, e o enviou a outro endereço (outra pessoa)... O e-mail foi recebido por uma viúva que acabara de chegar do enterro do seu marido e que, ao conferir seus e-mails, desmaiou instantaneamente. O filho, ao entrar em casa, encontrou sua mãe desmaiada, perto do computador, em que na tela se poderia ler: Querida esposa: Cheguei bem. Provavelmente se surpreenda em receber noticias minha por e-mail, mas agora tem computador aqui e podem-se enviar mensagens às pessoas queridas. Acabo de chegar e já me certifiquei que já está tudo preparado para quando você chegar na sexta que vem. Tenho muita vontade de te ver e espero que sua viagem seja tão tranqüila como está sendo a minha. PS: Não traga muita roupa, porque aqui faz um calor infernal!!

BODAS Dois amigos conversam sobre as maravilhas do Oriente.. Um deles diz: - Quando completei 25 anos de casado, levei minha mulher ao Japão.

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- Não diga? E o que pensa fazer quando completarem 50 ? - Volto lá para buscá-la...

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- tendências - automóvel - compras - economia - turismo - esporte...

REVANCHE DA MULHERADA! Depois de tantos e-mails machistas... Eis a revanche das mulheres: CORAÇÃO DE MULHER É IGUAL CIRCO: Sempre tem lugar para mais um palhaço... O QUE SE DEVE DAR A UM HOMEM QUE PENSA QUE TEM TUDO? Uma mulher para ensiná-lo como funciona! POR QUE OS HOMENS QUEREM CASAR COM VIRGENS ? Porque eles não suportam críticas! (ótima) COMO SE CHAMA UM HOMEM INTERESSANTE NO BRASIL? Turista. POR QUE APENAS 10% DOS HOMENS VÃO PARA O CÉU? Porque se todos fossem, seria o inferno! QUAL O NOME DA DOENÇA QUE PARALISA AS MULHERES DA CINTURA PRA BAIXO? Casamento O QUE ACONTECEU À MULHER QUE CONSEGUIU ENTENDER OS HOMENS? Ela morreu de tanto rir e não teve tempo de contar a ninguém. POR QUE É QUE OS HOMENS TÊM A CONSCIÊNCIA LIMPA? Porque nunca a usam.... (perfeito) POR QUE DEUS CRIOU PRIMEIRO O HOMEM, E DEPOIS A MULHER? Porque as experiências são feitas primeiro com animais e depois com humanos!!! POR QUE OS HOMENS GOSTAM DE MULHERES INTELIGENTES? Porque os opostos se atraem! QUAL A DIFERENÇA ENTRE OS HOMENS E AS FRUTAS? Um dia, as frutas amadurecem... POR QUE AS PILHAS SÃO MELHORES QUE OS HOMENS? Porque elas têm pelo menos um lado positivo.. QUAL A SEMELHANÇA ENTRE O HOMEM E O CARACOL? Ambos se arrastam, tem chifres, e acreditam que a casa é deles!!! POR QUE SÃO NECESSÁRIOS MILHÕES DE ESPERMATOZÓIDES PARA FERTILIZAR UM ÚNICO ÓVULO ? Porque os espermatozóides são masculinos e se negam a perguntar o caminho!!! (hahaha é isso aí) QUANDO É QUE UM HOMEM PERDE 90% DE SUA INTELIGÊNCIA? Quando fica viúvo! (rsrsrs)

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Com parceria com a Atlântica Educacional e a Universidade Católica de Petrópolis, O colega Gleisson Dutra, oferece agora Curso de Pós-Graduação em Aracajú. Aos interessados os contatos podem ser feitos através dos telefones (79) 9950-9526 e 9199-3532.

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Dr. Edivaldo Fisioterapeuta, está representando o Nucrin 6, junto com o crefito 2 e vem lutando por nossa autonomia e valorização. email: fisiocampos.clinica@hotmail.com (22) 99585166

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Um pulmão gigante inflável de 190 metros quadrados que reproduz o humano foi ser exposto no Rio e em São Paulo. A exposição, da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tsiologia (SBPT) faz parte do projeto Ano do Pulmão 2010 e permite que o público conheça o funcionamento do órgão e os principais problemas que o atingem. Os visitantes serão divididos em grupos para entrar no pulmão em visitações monitoradas por médicos e fisioterapeutas, que comentarão os vídeos em seu interior e também as particularidades de cada uma das sete sessões. A Exposição ainda passará por diversas capitais até novembro, fique ligado!

SOBE...

No dia 25 de junho de 2010 ás

18:00 horas será o lançamento do livro “Manual de prescrição em órteses e próteses” do prof. Ms Antonio Vital Sampol

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Sérgio Nogueira Nemer

Sempre uma breve entrevista com quem tem uma longa história.

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Quem é |

Sérgio Nogueira Nemer - Niterói, Rio de Janeiro. Publica artigos em revistas nacionais e internacionais. Faz a coordenação científica da fisioterapia do Hospital de Clínicas de Niterói e coordena aulas em Cursos. Coordenação de equipe de Fisioterapia Hospitalar Aulas em Pós-Graduações Apresentação de Trabalhos e Palestras em Congressos Nacionais e Internacionais Revisão de artigos em revistas de Terapia Intensiva, etc. Elaboração de provas para Concursos Públicos

Qual ano e em qual faculdade que se formou? Formado em 1992 Faculdade Pestalozzi. Pós-Graduação em Neurofisiologia em 1994 e Doutorado em Pneumologia pela USP em 2007. Qual foi a melhor coisa que fez na vida? Não consigo escolher a melhor, portanto cito duas: Apresentação de trabalhos nos quatro últimos Congressos Mundiais de Terapia Intensiva (Canadá – 1997; Austrália – 2001; Argentina – 2005 e Itália – 2009). Publicações em revistas Internacionais, sobretudo a que saiu na Critical Care (sobre o Índice Integrativo de Desmame), a qual ficou entre as mais acessadas durante dois meses. Qual foi a pior coisa que fez na vida? Não me lembro. O que você mais gosta na profissão? Ver um paciente feliz com a sua recuperação. O que você odeia na profissão? A baixa remuneração. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? O interesse no crescimento profissional e na busca por conhecimento. Que qualidade você mais detesta nos profissionais que te cercam? A falta de interesse na constante atualização. 38 • NovaFisio.com.br

Qual sua maior virtude? Perseverança. Qual seu pior defeito? Deixar muita coisa para a última hora. Se pudesse mudar algo, o que seria? O salário do Fisioterapeuta. Qual maior mentira já contou? Não me lembro. (mentira) Qual fato foi mais inusitado em sua carreira? Ter que ventilar minha mãe (que estava entubada) com um ambú dentro de uma ambulância porque o ventilador de transporte não funcionou. Qual fato foi o mais cômico? Ter apanhado de uma paciente com Alzheimer. Qual seu maior arrependimento? Não ter feito um curso de Inglês na adolescência. Qual dica daria aos colegas? Tratem seus pacientes como se fossem seu pai ou sua mãe. Qual objeto de desejo? Um avião. Qual sua aquisição mais recente? O curso de extensão que tenho com meu amigo Jefferson Caldeira. Qual seu maior sonho? Conseguir dar aulas em vários idiomas

Qual seu maior pesadelo? A morte de um paciente viável. Nem quero dizer! Vai que acontece... Que talento mais gostaria de ter? Saber tocar guitarra. Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o que? Piloto de Aviação. E qual profissão jamais queria ter? Bancário. Diga um desafio? Digo dois: Recuperar a marcha independente e funcional após lesão cerebral. Recuperar a respiração espontânea de pacientes que desenvolvem SARA após TCE. Um livro? Principles and Practices of Mechanical Ventilation – Martin Tobin Quer fazer alguma divulgação? 7o Curso de Ventilação Mecânica e Fisioterapia do Hospital de Clínicas de Niterói – 2011


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