Edição 66

Page 1

CAPA

NovaFisio.com.br • 1


2 • NovaFisio.com.br


NovaFisio.com.br • 3


Editorial| Amigos leitores, Você está recebendo mais um exemplar da revista Nova Fisio. Seguindo nossa filosofia de renovar e apresentar para nossos leitores um veículo cada vez melhor, entramos o ano de 2009 com mais novidades. Modernizamos e reestruturamos o projeto gráfico da revista. As mudanças também chegarão, em breve, ao nosso site que será redesenhado. Quanto ao conteúdo, apresentamos os artigos dando sempre espaço para que os famosos revelem ao público sua relação com o mundo da fisioterapia. Para esta edição, a escolhida foi a ex-salva vidas do Caldeirão do Huck, Ana De Biase.

Índice| 05 Cartas. 06 Clipping de Notícias. 08 Colunas / Blogs. 10 Entrevista com a Ana De Biase. 12 Turismo em Búzios. 17 Coluna Prof. Luis Guilherme. 18 Obesidade: abordagens da Medicina Ocidentale da Medicina Tradicional Chinesa. 26 Utilização do CPAP no tratamento da Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono. 30 Efeitos da terapia física nos indivíduos imunodeprimidos: 32 Agenda de eventos 36 Tininha 38 FisioPerfil OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Você está recebendo a revista de janeiro/fevereiro agora em março porque todos os anos, soltamos o primeiro exemplar apenas depois do carnaval. O exemplar de março/abril já está em produção e chegará até você no prazo correto. Boa leitura em 2009.

Equipe| EDITORES: LUCIENE LOPES & OSTON MENDES SECRETÁRIA: NINA LOPES MENDES ASSINATURAS DIOGO TRAJANO REDATOR: EDUARDO TAVARES DESIGN GRÁFICO E WEB DESIGN: MARCIO AMARAL FOTÓGRAFO: RICARDO “RICK” RIBAS

4 • NovaFisio.com.br

66

#

VEJA QUEM FAZ A REVISTA QUE VOCÊ ESTÁ LENDO. COMO CONTATAR A NOVAFISIO PARA ENVIAR COMENTÁRIOS, SUGESTÕES, CRÍTICAS E INFORMAÇÕES SOBRE QUALQUER SEÇÃO OU SOBRE O SITE DA REVISTA. ENDEREÇO: R. JOSÉ LINHARES, 134 LEBLON - RIO DE JANEIRO - RJ CEP: 22430-220 TEL: (21) 3521-6783 / 2294-9385 (fax) E-MAIL: REVISTA@NOVAFISIO.COM.BR (de 2ª a 6ª das 12h às 18h)

ASSINATURAS FEITAS EXCLUSIVAMENTE PELO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR PREENCHA O CADASTRO E ESCOLHA UMA FORMA DE PAGAMENTO. SEJA BEM VINDO. RENOVAÇÃO PARA RENOVAR SUA ASSINATURA, COMUNICAR MUDANÇA DE ENDEREÇO OU TIRAR DÚVIDAS SOBRE PAGAMENTO E ENTREGA DA REVISTA assinatura@novafisio.com.br

ANUNCIAR PARA ANUNCIAR NA REVISTA OU FAZER MAILLINGS (e-mail marketing) luciene@novafisio.com.br (21) 3521-6783 / 2294-9385 (fax) (de 2ª a 6ª das 12h às 18h) SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR Leia esta e todas as outras edições em versões eletrônica no site. Além dos classificados, agenda de eventos, fotos, artigos, blogs etc.

A REVISTA NOVAFISIO NÃO SE RESPONSABILIZA POR CARTAS E ARTIGOS ASSINADOS.


Cartas|Escreva também: revista@novafisio.com.br Microcorrentes

Corrimento Vaginal

Delta Medical traz ao Brasil equipamento que utiliza microcorrentes para tratar a dor. Criado com base em estudos médicos o equipamento obteve resposta positiva em 97% dos testes

A saúde da mulher é um tema amplo, que dá a oportunidade de abordar os mais variados assuntos, ajudando na educação e prevenção de doenças. Dessa vez, conversamos com a ginecologista Dra. Rosa Maria Neme, diretora do Centro de Endometriose São Paulo, que nos respondeu algumas questões sobre corrimento vaginal.

Delta Medical, empresa especializada na importação de produtos tecnológicos relacionados à saúde, detém distribuição exclusiva, no Brasil, do aparelho criado pela Newmark Inc para tratar a dor e acelerar a regeneração tecidual através de microcorrentes. O MCT Patch consiste em uma bateria acoplada a um adesivo desenvolvido para conduzir a corrente liberada pelo dispositivo. Segundo o fisioterapeuta e empresário Luciano Gonzáles, responsável pela Delta Medical, a cicatrização e a regeneração são mediadas por um fluxo de corrente elétrica. Em tecidos lesados, entretanto, uma “interrupção elétrica” toma lugar, gerando resistência ao fluxo, o que impede a resolução de problemas crônicos e da dor. O MCT Patch foi desenvolvido para restabelecer o transito desta corrente, o aparelho libera correntes de 10 µA, é registrado na ANVISA (Agencia nacional de vigilância sanitária) e teve sua eficácia comprovada em testes de laboratório. Os testes avaliaram a diminuição da dor entre pacientes que relatavam dor nas costas, dores de cabeça, musculares e dores no joelho. Em um dos testes um grupo de pacientes que relatava dor nas costas, dores de cabeça, musculares e dores no joelho resultou nos seguinte relato: 51% dos pacientes disseram sentir ótima melhora da sensação de desconforto, 11% boa melhora, 11% melhora parcial, 24% relatam pequena melhora e apenas 2% não identificou melhora alguma. Outros testes avaliaram o aparelho e atestaram sua eficácia no tratamento de Fibromialgia, Torcicolo, artrites, TPM, inflamação na estrutura de sustentação da sola dos pés, luxações, estiramentos e contusões, Osteoartríte, Cotovelo de tenista, Síndrome do túnel do carpo (STC), Fraturas – Calcificação óssea e Cicatrização de feridas – Úlceras isquêmicas O MCT Patch gera estimulação por microcorrentes ajudando na comunicação das correntes elétricas dos tecidos lesados, contornando a “quebra de circuito” resultante da lesão. O equipamento auxilia no tratamento de problemas crônicos e dores agudas. Colocado na região lesionada, ele proporciona alivio e relaxamento muscular podendo ser administrado com qualquer medicamento, pois não interfere nos tratamentos e prescrições médicas. A bateria tem duração de 500 horas de uso, adere à pele através de um adesivo desenvolvido para transmitir ao corpo a corrente gerada pela bateria, o aparelho pode ser usado continuamente. Por trarar-se de um aparelho que libera uma descarga elétrica, ainda que leve e imperceptível, o MCT Patch é contra indicado para grávida, usuários de marca-passo, sobre feridas infectadas, tumores, sobre o sino carotídeo e na ocorrência de infecção nos ossos. MCT PATCH - Telefone: (11) 2203-4568 e no site: www.tratandoador.com.br

1. O que é corrimento? Corrimento é uma secreção que aparece na vagina e que pode ter vários aspectos em relação à cor e ao odor. Em geral, o corrimento contém fungos e bactérias, que estimulam as células da vagina e do colo do útero a produzirem esta secreção como uma forma de defesa do organismo. 2. Quando o corrimento é normal? Como identificá-lo em casa? Que época que ele aparece mais? O corrimento normal é aquele sem cheiro, que não coça e que pode ter uma colocação parecida com a de uma clara de ovo ou um pouco mais branco. O corrimento aparece, preferencialmente, na época da ovulação, que corresponde ao meio do ciclo menstrual e pode se intensificar no período antes da menstruação. Algumas mulheres podem apresentar mais secreção em relação às outras, principalmente se estiverem fazendo uso de algumas medicações, como anticoncepcionais. 3. Quando o corrimento pode ser considerado anormal? O corrimento anormal é aquele que tem uma coloração mais amareloesverdeada ou acinzentada e que pode provocar coceira e ardor na vagina. Nestes casos, deve-se procurar um ginecologista para avaliar qual a causa do corrimento e assim tratá-lo adequadamente. 4. O que fazer no dia-a-dia para evitar o corrimento? Tudo que aumenta o calor e a umidade dentro da vagina pode predispor a um aumento do corrimento. Portanto, algumas medidas podem evitar que ele aconteça são: -Dormir sem calcinha, pois diminui o calor na vagina; -Usar calcinhas de algodão (o algodão tende a esquentar menos que os tecidos sintéticos e, por isso, o fungo ou bactéria têm menor tendência de se proliferar); -Utilizar sabonetes íntimos diariamente no banho (eles ajudam a manter a flora vaginal normal equilibrada); -Não usar roupas apertadas, pois elas aumentam o calor e tornam a vagina um bom meio de proliferação dos fungos e bactérias; -Não deixar a calcinha pendurada no banheiro (isso pode estimular a proliferação dos fungos e bactérias na calcinha); -Secar bem os pelos da vulva, pois isso ajuda a diminuir a umidade desta região. 5. A alimentação tem algum papel importante? O papel da alimentação equilibrada é manter a produção constante dos lactobacilos vaginais (que são as células de defesa da vagina) e manter o pH (grau de acidez) vaginal equilibrado, evitando a colonização de bactérias estranhas ao corpo feminino. Sobre a Dra. Rosa Maria Neme A Dra. Rosa Maria Neme é graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1996) e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo (2004). Além de dirigir o Centro de Endometriose São Paulo, ela integra a equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein, Samaritano, São Luiz e Sírio Libanês. É também responsável pelo setor de endometriose da Clínica de Reprodução Humana Roger Abdelmassih. O Centro de Endometriose São Paulo conta com serviços voltados à assistência global da saúde da mulher e valorização da beleza feminina. A iniciativa deste projeto pioneiro é da Dra. Rosa Maria Neme, que lidera uma equipe clínica formada por médicos e profissionais nas áreas de ginecologia, radiologia, cirurgia do aparelho digestivo, urologia, clínica geral, anestesia especializada no tratamento de dor, dermatologia, fisioterapia, nutrição e psicologia. NovaFisio.com.br • 5


Clipping de Notícias|Escreva também: revista@novafisio.com.br Fisioterapia e a atenção do SUS O Ministério da Saúde assume, desde a Constituição de 1988, o compromisso de reestruturar o modelo de atenção no Brasil partindo de um referencial de saúde como direito do cidadão e dever do estado. Em 1994 surge o PSF, com a proposta de reorientar o modelo assistencial, mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. A Fisioterapia é parte importante desta equipe multidisciplinar e vem atuando na atenção básica à população em geral. Na metade do século XX, houve a necessidade de expansão e melhoramento nos atendimentos oferecidos à população, no sentido de transformar o modelo hospitalcêntrico, curativo e reabilitador, para um modelo assistencial promotor da saúde, preventivo, e, principalmente, incluindo a participação popular e a interdisplinaridade dos diferentes profissionais de saúde. O fisioterapeuta, como os demais profissionais de saúde, tem sólida formação acadêmica, para atuar no desenvolvimento de programas de promoção de saúde e freqüentemente tem suas atividades profissionais reconhecidas na reabilitação e na recuperação de pessoas fisicamente lesadas com atuação, portanto, em níveis de atenção secundária e terciária à saúde. A inserção da fisioterapia na rede pública de saúde segue a influência do seu surgimento, pois apresenta sua origem e evolução marcada pela reabilitação. A própria origem da fisioterapia enfatizou e dirigiu as definições do campo profissional para atividades recuperativas, reabilitadoras e atenuadoras de um organismo que se encontra em más condições de saúde. É certo afirmar, que o atendimento básico se torna necessário não somente no sentido de redução de gastos públicos, mas principalmente na melhora significativa da qualidade de vida da população. A proposta de atuação da fisioterapia, na atenção primária, apresentase com o objetivo de desenvolver ações voltadas à manutenção da saúde ou, então, em última instância, à prevenção de seqüelas e não apenas à reabilitação.

“Ele já começou a andar”. “Em um rápido bate-papo com a Revista QUEM, Regina Casé emocionou-se ao falar sobre o estado de saúde do marido, Estevão Ciavatta, que se acidentou ao cair de um cavalo em novembro do ano passado. Ele passou por uma cirurgia de descompressão da medula. Como está seu marido? -...Ele está melhor... O acidente do Estevão foi dia 10 de novembro. Fiquei 23 dias no hospital, trancada com ele. Eu saía na rua e até estranhava, mas, aos poucos, fui retornando à vida. Ele já está começando a andar, faz fisioterapia cinco horas por dia. Ele é guerreiro. Foi para as trevas, para o fundo do poço, e agora está conseguindo voltar e se recuperar. Como deve ser o processo de recuperação a partir de agora? Agora é paciência e fisioterapia. Ele já começou a andar, é como um bebê, está começando tudo do zero, mas com muita garra”. FONTE: Revista QUEM nº 440 de 13/02/09

6 • NovaFisio.com.br

É dentro desta nova perspectiva de atuação profissional que se insere o fisioterapeuta preventivo, agindo em programas de promoção de saúde e proteção específica, desenvolvendo ações no modelo de atenção integral à saúde proposto pelo SUS, participando ativamente de sua construção para desenvolvimento, crescimento e aplicação das suas diretrizes. A participação intensa do fisioterapeuta nos programas propostos pelo SUS, principalmente na atenção primária é condição fundamental para a concretização dessas diretrizes para uma assistência à saúde. Em várias cidades do Brasil, este modelo de atenção básica já é uma realidade ativa. Todo atendimento fisioterapêutico no âmbito de SUS pode ser conseguido através de uma avaliação médica/fisioterapêutica, e o paciente é assistido dentro de um programa que pode ser ambulatorial ou domiciliar de acordo com sua necessidade e baseado nesta avaliação. Para isto, basta dirigir-se ao posto de saúde mais próximo de sua residência, ou ainda, comunicar-se com o agente de saúde de sua rua ou bairro. Sendo assim, cada vez mais conseguimos chegar perto do objetivo final da atenção proposta pelo SUS e instituído pela Constituição Federal de 1988 sob o lema “Saúde é direito do cidadão e dever do Estado”. Gleisson Ribeiro Dutra gleissondutra@yahoo.com.br Fisioterapeuta Especialista em Traumatologia e Ortopedia pela Universidade Castelo Branco RJ Especialista em Fisioterapia respiratória e Terapia Intensiva pela Santa Casa de Misericórdia MG Clinica GH Fisioterapia e Fonoaudiologia Praça Orlando Gomes n° 10 - Jardim Velho Tel.: (79) 3522-7777 / (79) 9950-4931 / (79) 9950-9526 Estância - SE


Clipping de Notícias|Escreva também: revista@novafisio.com.br Terapia Manual evolui e se consolida como importante

tratamento para as dores de coluna.

O fisioterapeuta Roberto Serafim explica porque técnica e pesquisas prevalecem ante os modismos sazonais na área da saúde Há um número cada vez maior de terapias alternativas que aparecem, formam especialistas “disso” e “daquilo” e confundem quem procura ou é encaminhado por um médico para seções de fisioterapia. Por isso é preciso atenção: todos os especialistas da área alertam para que profissionais e pacientes exijam a prática de uma terapia baseada em evidências clínicas. É a partir desta premissa que a Terapia Manual vem recebendo atenção cada vez maior de pesquisadores e profissionais de saúde e sendo aplicada com sucesso em tratamentos dedicados ao sistema músculo-esquelético (sistemas muscular, articular e neural). Roberto Serafim, fisioterapeuta e professor universitário, pós-graduado em Aparelho Locomotor no Esporte pela Escola Paulista de Medicina, especialista na restauração de funções articulares através da Terapia Manual, explica que a terapia foi e é extensivamente pesquisada e pode agir diretamente em problemas comuns da população brasileira como dores na coluna cervical e coluna lombar. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 80% da população mundial terá, pelo menos, duas crises de dor na coluna durante a vida. Nestes casos, tanto para a coluna cervical quanto para a coluna lombar, os efeitos analgésicos cumulativos da terapia manual foram estudados e comprovados, reduzindo a dor e os espasmos póslesão, acelerando a recuperação. “A terapia manual inclui um impulso manipulativo de alta-velocidade e baixa amplitude e mobilizações oscilatórias, se mostrado capaz de diminuir a dor e melhorar a função do paciente”, explica Serafim, que recebe, em média, 60% dos pacientes em sua clínica em Campinas (SP) com sintomas de dores nas costas. A incidência deste tipo de dor é tanta que em 1994, a Agência em Política e Pesquisa em Saúde nos USA desenvolveu o Guia para Dor Lombar Aguda. Em 1997 a Nova Zelândia também criou um guia oficial que recomenda a terapia manual nas primeiras quatro a seis semanas de dor lombar. O Royal College of General Practitioners, do mesmo país, afirmou que existem fortes evidências para apoiar o uso da manipulação na dor lombar, provendo maior rapidez na melhora da dor e no nível de atividade do paciente.

Estudo divulga mais um avanço no tratamento da artrite reumatóide Medicamento biológico pode ajudar no controle da doença que atinge cerca de 1,5 milhão de pessoas no Brasil Um estudo internacional realizado com 755 pacientes de 27 países (estudo IMAGE) mostrou que o medicamento rituximabe (MabThera®) é capaz de inibir significativamente os danos nas articulações em pacientes com artrite reumatóide, doença auto-imune que provoca deformações nas juntas e incapacidade física se não diagnosticada e tratada precocemente. O estudo foi realizado com dois grupos de pacientes que nunca haviam recebido nenhum tipo de tratamento. Um grupo recebeu apenas metotrexato, medicamento considerado como primeira linha de tratamento. O outro grupo recebeu rituximabe combinado a metotrexato. “Os resultados do IMAGE foram muito positivos. Após um ano de tratamento, houve redução significativa da progressão do dano articular nos pacientes que receberam a combinação de rituximabe com metotrexato”, afirmou o Dr Morton Scheinberg, reumatologista do Hospital Albert Einstein. Além da melhora no desempenho físico, houve também melhora dos sinais e sintomas da doença. O rituximabe é a primeira e única terapia seletiva contra as células B, que desempenham um importante papel na inflamação associada à artrite reumatóide. O medicamento representa uma alternativa terapêutica com mecanismo de ação diferenciado, cujos benefícios clínicos e radiográficos já foram constatados em pacientes do mundo todo. Estudos anteriores apontam que o rituximabe tem potencial, inclusive, para ser usado como primeira opção de tratamento após falha ao metotrexato, ou seja, em estágios mais precoces da doença

“Mãos na massa” A fisioterapia manual consiste em utilizar as mãos para recompor a capacidade de reparo do organismo. Assim, a manipulação afeta propriedades mecânicas dos tecidos como elasticidade, força e alongamento. Ela trata as deficiências neuromusculares decorrentes de doenças e lesões musculoesqueléticas como perda de equilíbrio e movimento, permite a correção postural, além de causar reações psicológicas que apresentam uma resposta somática traduzida pelo relaxamento e sensação de bem estar. Na Terapia Manual somam-se às técnicas difundidas (métodos Mulligan, Maitland, Osteopatia, Kabat, Mobilização Neuromeníngea, Massagem Transversa Profunda) outros procedimentos como a massagem de tecidos moles, facilitação neuromuscular proprioceptiva, eletro, análise ergonômica, exercícios para força, coordenação, endurance, flexibilidade, estabilização segmentar, manipulação de alta velocidade, mobilização articular e mobilização neural. Experiência é aplicada em diversos tipos de contusão Em sua clínica, Serafim aponta uma porcentagem de pelo menos 90% de pacientes que relatam diminuição ou ausência de dor e recuperação de problemas articulares com o uso da Terapia Manual também em outras partes do sistema músculo-esquelético. Com duas seções iniciais, o publicitário Tiago Petreka, que sofreu uma séria lesão no tornozelo direito praticando futebol, já sente os benefícios da terapia e do programa de recuperação da clínica. “As seções de manipulação ajudaram muito no combate às dores e ganho de movimento, me devolvendo mais rápido ao meu cotidiano”, afirma o publicitário. “Costumo passar aos alunos e novos profissionais que a Terapia Manual oferece aos fisioterapeutas habilidades de raciocínio clínico que permitem identificar mais rapidamente os problemas do paciente, nível de gravidade e necessidade de tratamento”, ressalta o fisioterapeuta Roberto Serafim. Ele explica que ao estudar e exercer a Terapia Manual, o fisioterapeuta aprende a avaliar como um todo o paciente, utilizando as habilidades de avaliação e conhecimentos de anatomia, biomecânica, fisiologia e ergonomia, percebendo a importância de cada componente na causa de cada tipo de lesão. Informações Clínica Roberto Serafim Telefone: (19) 3241-5233 A artrite reumatóide é uma doença auto-imune inflamatória, crônica e progressiva que frequentemente evolui com destruição das juntas, principalmente das mãos e dos pés. O problema atinge cerca de 1% da população mundial, na maioria mulheres em idade economicamente ativa. Só no Brasil, cerca de 1,5 milhão de pessoas são afetadas pela doença. A doença ainda não tem cura, mas o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para manter uma boa qualidade de vida aos pacientes. Sobre o papel da Roche na artrite reumatóide Um dos principais determinantes do crescimento da Roche nos próximos anos será a atuação da empresa na área das doenças auto-imunes, sendo a artrite reumatóide a primeira área de interesse. Após o lançamento de MabThera® (rituximabe), muitos projetos estão em desenvolvimento, abrindo novas oportunidades de desenvolvimento para a Roche. MabThera® (rituximabe) é a primeira e única terapia seletiva em artrite reumatóide que proporciona uma abordagem terapêutica fundamentalmente diferente, atuando diretamente contra as células B, um dos elementos chave na patogênese da artrite reumatóide. Actemra® (tolicizumabe) é o segundo medicamento inovador da Roche nessa área - um anticorpo monoclonal humanizado contra o receptor de interleucina 6 (IL-6), que impede a atividade dessa substância, uma proteína com importante papel no processo inflamatório da artrite reumatóide. Outros projetos que integram o rico pipeline da empresa incluem compostos que estão sendo investigados em estudos clínicos de Fases I, II e III. Entre estes, destaca-se o ocrelizumabe, um anticorpo humanizado anti-CD20, que entrou na Fase III de desenvolvimento, na indicação artrite reumatóide. Outras informações estão disponíveis na Internet, no endereço www.roche.com.

NovaFisio.com.br • 7


Cartas|Escreva também: revista@novafisio.com.br Pode ser mais que dor

Incômodos que chegam a impedir movimentos e locomoção indicam que algo não vai bem com os ossos Dores crônicas na coluna podem ser muito mais do que problemas de má-postura. O dolorido incômodo, que chega a levar os pacientes para os prontos-socorros, pode significar que o osso já está multifraturado, conseqüência de uma osteoporose instalada. A doença é caracterizada pela redução da quantidade e da qualidade da massa óssea, e pode não apresentar nenhum sinal antes de provocar as primeiras micro fraturas, por isso é chamada de silenciosa. O perigo está instalado justamente aí: estudos apontam que fraturas oriundas da osteoporose podem aumentar em até oito vezes a taxa de mortalidade. De acordo com o endocrinologista e membro do Departamento de Metabolismo Ósseo e Mineral da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dr. João Lindolfo Borges, é muito comum pacientes em primeira consulta já apresentarem sinais avançados da doença. “Infelizmente as pessoas não imaginam que é possível já estar com os ossos fraturados, sem sentir nenhum sinal antes”, afirma. Para se ter uma idéia, o recente estudo BRAZOS realizado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da USP, apontou que aproximadamente 70% das mulheres e 85% dos homens que já haviam apresentado uma fratura por fragilidade óssea desconheciam que a mesma tinha sido causada pela osteoporose. Segundo o especialista, é importante que os fatores de risco para

Tratamento Cirúrgico da Obesidade e Diabetes.

Quando e como operar.

A evolução da medicina traz avanços nunca imaginados no tratamento de algumas doenças. Entre estas estão duas, crônicas, incuráveis e consideradas epidêmicas: a obesidade e a diabetes mellitus. Ambas doenças de crescimento epidêmico no mundo, responsáveis por grande número de incapacidades e mortes passaram, recentemente a ter a opção de tratamento operatório. Para homogeneizar as condutas é necessário criar algumas definições. Na obesidade devemos classificar os obesos conforme relação entre peso e altura. Universalmente aceita-se que o Índice de Massa Corpórea (IMC), apesar de sujeito a falhas, é indicador válido para classificar as pessoas. O IMC é calculado dividindo-se o peso (em kg) pela altura (em metro) s ao quadrado, classifica as pessoas em : IMC <18 abaixo do normal IMC entre 18 e 25 normal Entre 25 e 30 sobrepeso 30-35 - Obesidade grau 1 35-40 Obesidade grau 2 >40 Obesidade grau 3 ou obesidade mórbida. O tratamento operatório é indicado para aqueles que tenham obesidade mórbida há mais de 2 anos, ou em igual período quem tenha obesidade grau 2 associada a alguma doença relacionada a obesidade, como Diabetes, hipertensão arterial, problemas motores, doença do refluxo gastroesofageano, etc. É essencial que o paciente já tenha feito tentativas com tratamentos clínicos bem conduzidos. O tratamento cirúrgico nestas condições é regido por algumas normas que no Brasil foram publicadas pelo Ministério da Saúde, Conselho Federal de Medicina e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Estas normas coincidem com as emanadas pelas entidades internacionais da especialidade. Estas resoluções não só orientam quando se indica a operação, mas também preveem a necessidade da participação de equipe multidisciplinar composta de psicoterapeuta, nutricionista, fisioterapeuta e médico clínico atuando junto com o cirurgião. O paciente quando bem preparado, pode ser operado por via aberta ou vídeo-laparoscópica por três técnicas operatórias: - Técnicas restritivas – Banda Gástrica Ajustável - Técnicas mistas com maior componente restritivo – Derivação gástrica em Y de Roux, também chamada de Gastroplastia, Cirurgia de Capella ou Fobi, Bypass gástrico. 8 • NovaFisio.com.br

desenvolver a osteoporose sejam melhor divulgados para que as pessoas fiquem mais atentas. “Além da idade avançada, pessoas com baixo peso, de raça branca e com histórico de doença na família são mais suscetíveis a desenvolver o problema. Um estilo de vida pouco saudável, caracterizado pelo consumo de fumo, ingestão regular de bebidas alcoólicas, falta de atividade física, dieta pobre em cálcio e pouca exposição à luz solar também contribuem para o maior risco”, afirma o médico. O médico aconselha as pessoas com tais características a realizar exames periódicos, como a densitometria óssea, um exame simples e indolor que pode ser descrito como uma “radiografia” do corpo. As mulheres são maioria no grupo de risco. “No Brasil, cerca de 30% das pessoas do sexo feminino são acometidas pela osteoporose no período pós-menopausa. Nesta fase os níveis de estrógenos, hormônio produzido no ovário e responsável pela fixação do cálcio, ficam bastante baixos e essa deficiência hormonal contribui para a evolução da doença”, explica Dr. João Lindolfo. Ter uma dieta rica em cálcio, manter atividade física regular, evitar o uso de álcool e fumo são algumas atitudes que podem ajudar na prevenção da doença. Além disso, os tratamentos para a osteoporose evoluíram muito nos últimos anos, trazendo mais conforto para o paciente até na freqüência da administração. Na terapia à base de remédios, comprimidos antigamente ingeridos com freqüência diária hoje já podem ser tomados semanal e até mensalmente, caso do ibandronato de sódio.

-Técnicas mistas com maior componente disabsortivo – Derivação biliodigestiva conhecida como Cirurgia de Scopinaro ou Switch Duodenal. Cada uma destas operações tem suas vantagens e desvantagens. A decisão de qual escolher deve partir de conversa do paciente com o especialista. Diz a Resolução do Conselho Federal de Medicina, respaldado nas outras publicações citadas que qualquer outra técnica operatória é considerada experimental e deverá ser submetida à Camara Técnica do Conselho Federal de Medicina para ser aprovada. Conforme a regulamentação Brasileira para emprego de técnicas experimentais, estas devem ser usadas em ambiente de pesquisa, com aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa do Hospital ou Universidade em grupos fechados de pacientes e sob financiamento de entidades patrocinadoras de pesquisa, não devendo gerar ônus de qualquer espécie para o paciente, Seguradora ou Convênio médico. O emprego destas operações em obesos portadores de Diabetes Mellitus tipo 2 (DMT2) trouxe uma surpresa. A Diabetes tinha seu controle adequado mesmo antes do emagrecimento. Diferente do que se pensava anteriormente, o controle da diabetes não era dependente da perda de peso, mas sim de algum outro fator. Estes estudos, ainda em fase inicial, motivaram uma reunião internacional em Roma em 2007 e, muito recentemente (out de 2008) em Nova Yorque. Destas reuniões saíram as orientações para o tratamento cirúrgico da DMT2. Transcervemos abaixo as resoluções destas duas reuniões. - Pacientes obesos mórbidos ou com IMC >35 (ie obesos grau 2) são beneficiados pelas operações acima descritas, com controle de 60 a 98% dependendo do tipo de operação. Pacientes com IMC entre 30 e 35 ( obesidade grau 1), provavelmente se beneficiem destas mesmas operações. Pessoas diabéticas com sobrepeso ou com peso normal, não devem ser submetidas a operações para tratamento da Diabetes. As operações descritas para o tratamento da obesidade são comprovadas no controle da DMT2 em proporção variada. Entre elas, a opção técnica deve ser avaliada individualmente. Da mesma maneira como na obesidade, outras técnicas são consideradas experimentais e devem, seguindo a legislação vigente, ser submetidas a avaliação científica em ambiente de pesquisa clínica, antes de ser aplicadas na prática clínica. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica vem acompanhando de perto os avanços científicos Nacionais e Internacionais colocando-se à disposição de todos para tirar qualquer dúvida. www.sbcbm.org.br


NovaFisio.com.br • 9


Entrevista

|

Com a “ex salva-vidas” Ana De Biase Por|Eduardo Tavares Fotos|André Borges

A

carioca Ana De Biase, 27 anos, ficou conhecida do público quando se transformou na salva-vidas do programa Caldeirão do Huck. Com apenas 18 anos, Ana foi morar sozinha em Niterói com o objetivo de cursar a Faculdade de Direito, e, para pagar seus estudos, trabalhou durante dois anos em um banco. Dona de um corpo escultural moldado pelo esporte, não demorou a ser chamada para participar de vários concursos de beleza e surgir o convite para integrar o casting da Agência Mega. Ana aceitou o desafio e foi morar em São Paulo, onde permaneceu por seis meses, fazendo vários comerciais. De volta ao Rio, ela foi convidada pelo próprio Luciano Huck para um teste como a personagem “Salva-vidas”. Três dias depois, Ana De Biase estava salvando os marmanjos que participavam do Caldeirão, conquistando todo o Brasil com sua sensualidade. Pelo segundo ano consecutivo, Ana De Biase ficou entre as mulheres mais sexies do mundo em eleição da Revista VIP 2007. A ex-salva vidas conta aos leitores da Nova Fisio um pouco de sua trajetória profissional e como foi sua relação com a fisioterapia decorrente de uma lesão no punho.

Quando, como e onde ocorreu sua contusão no punho? Ocorreu em agosto de 2007, quando eu estava praticando Snowboard em Valle Nevado, Chile. Que tipo de lesão foi? Ocorreu uma forte luxação decorrente de um deslocamento de um ossinho chamado rádio, e por isso, precisei ficar um mês e meio usando gesso no pulso esquerdo (detalhe: a mão que escrevo).

10 • NovaFisio.com.br

Quando, como e onde ocorreu sua contusão no punho? Ocorreu em agosto de 2007, quando eu estava praticando Snowboard em Valle Nevado, Chile. Que tipo de lesão foi? Ocorreu uma forte luxação decorrente de um deslocamento de um ossinho chamado rádio, e por isso, precisei ficar um mês e meio usando gesso no pulso esquerdo (detalhe: a mão que escrevo).

Você foi atendida imediatamente ou tentou se auto medicar? Imediatamente procurei o socorro médico no qual o hotel fornecia. Depois de realizado o raio-x e detectada a lesão, imobilizaram o meu pulso estendendo até o cotovelo com uma tala. Em seguida, o enfaixaram e me deram uma tipóia para que o meu braço esquerdo ficasse totalmente imobilizado. Quando cheguei ao Rio, fiz outra radiografia e troquei a tala pelo gesso. Como foi a fisioterapia? Foram sessões bem rápidas e tranquilas. Até hoje, faço uma leve fisioterapia em casa mesmo, nas horas vagas, faço o que o fisioterapeuta ensinou usando o recurso de apertar uma bolinha durante algum tempo. No máximo, meia hora.


Você seguiu o tratamento de forma regrada? Na verdade, não. Era necessário que eu fizesse as sessões de fisioterapia por três meses, mas só fiz durante um mês, devido a falta de tempo. Por isso, compensava apertando a bolinha em casa. Como foi sua recuperação? Foi ótima. No início, sentia algumas dores quando fazia exercícios físicos e escrevia muito, mas com o passar do tempo, a dor foi sumindo gradativamente. Hoje, eu me sinto totalmente recuperada. Inclusive, já fui fazer novamente o Snowboard e não tive nenhum problema, embora eu estivesse usando uma munhequeira para me proteger. Acredita que a fisioterapia realmente ajudou a curar sua lesão? Com certeza. Se não fosse a fisioterapia, eu não teria me recuperado 100% e ainda sentiria dores aleatórias. Como você modela seu corpo? Adoro malhar e principalmente, fazer esportes ligados à natureza. Faço musculação na academia A Body Tech, spinning, corrida na areia fofa, capoeira, wakeboard, entre outros. O que mais gosta e o que menos gosta em seu corpo? Gosto do conjunto em si, e na verdade, não tem o que menos gosto, mas gostaria de ter as costas um pouco mais definidas. Verdade reito? o Tranquando além de gado um anos no aceitar o lhar como São Paulo. Você abandoadvocacia? Hoje, estudo me formo ano. Me profissão e parando sentadora de esportivo.

que cursou diFinalizou curso? quei o curso estava na metade também ter laremprego de dois Banco Real para desafio de traba modelo em nou de vez a jornalismo e no final do encontrei na estou me prepara ser apreum programa

Como surgiu a idéia do perso nagem (salvavidas no Caldeirão do Huck)? A personagem foi idéia do Luciano Huck juntamente com a produção do Caldeirão. Eles estavam procurando meninas no perfil há um mês. Eu só fiquei sabendo do teste em cima da hora. Por eles não estarem totalmente satisfeitos com as candidatas me acharam em um site sensual e entraram em contato com a minha agência. Você aceitou de primeira ou relutou antes de representá-lo? Costumo dizer que cheguei de pára-quedas e três dias depois já estávamos gravando. Fiz o teste como qualquer outro nesta área de modelo sem nem sonhar que seria a esco lhida. Fui aprovada na hora pela equipe do Caldeirão e foi tudo muito rápido. Não tinha noção da dimensão que seria, mas graças a Deus, a personagem que ficaria apenas um verão se prolongou por mais três. Qual foi o fato mais curioso que ocorreu com você durante os salvamentos no programa? Sinceramente, todos foram especiais. Mas o que mais me marcou foi quando um menino recitou um poema muito engraçado fazendo todos chorarem de rir e foi tão hilário que depois o Luciano foi na cidade dele e gravou uma matéria com ele sobre o poema, fazendo-o cantar depois no palco do programa. Foi naturalmente inesquecível!!! Encarnando um personagem sensual e com pouca roupa, rolava muito assédio durante as gravações? Não porque eu estava sempre rodeada pela produção e pelos seguranças. Apesar da pouca roupa, a personagem era vista com muito respeito e também super admirada pelas crianças e adolescentes. Então, não tinha muita maldade. Foi difícil posar para revistas masculinas? Faria novamente? Foi difícil porque sou tímida para essas coisas. Tanto que até para entrar no palco com aquele micro maiô era terrível para mim. Morria de vergonha! Fiz as fotos após dois anos de muitos convites e aceitei no momento certo da minha vida. Realizei o sonho de comprar uma casa para minha mãe e tirá-la do aluguel e foi um trabalho que achei muito bacana. Hoje, não faria novamente porque estou em uma fase de estudos e preparação para realizar outro sonho: apresentar um programa esportivo.


Turismo|Armação de Búzios

12 • NovaFisio.com.br


Turismo|Armação de Búzios

|Eduardo Tavares

Por

|Ricardo “Rick” Ribas

Fotos

Búzios A cidade que de uma vila de pescadores se transformou em point do turismo internacional

C

idade distante cerca de 180 km do Rio de Janeiro, Búzios apresenta hoje um padrão internacional de turismo. Quem já teve a oportunidade de passar pelo menos um fim de semana nesta cidade paradisíaca, com certeza encontrou a paz de espírito e, por que não dizer, com o mundo. Talvez isso tudo explique a enorme quantidade de estrangeiros que, chegaram como turistas e, impressionados com a beleza natural do local, fixaram residência definitiva. São 26 praias de península, muita gente bonita e estabelecimentos requintados. Restaurantes variados, butiques de grifes famosas espalhados pela tradicional Rua das Pedras. Aqui, destacamos alguns pontos turísticos de uma Cidade Maravilhosa localizada dentro de outra Cidade Maravilhosa.

NovaFisio.com.br • 13


Rua das Pedras Onde tudo acontece e todos se encontram. Rua mais badalada de Búzios, onde se encontram os principais restaurantes e lojas de grifes famosas. Principal point para ver gente bonita e escutar música ao vivo.

Orla Bardot Construída em 1999, a Orla oferece conforto em decks de madeira, bancos, chão em pedra e paisagismo com vegetação nativa. Caminhar por ela proporciona ao visitante um passeio deslumbrante, acompanhado pelo mar da Praia da Armação. Beiram o trajeto prédios históricos, casarões coloniais, comunidade de pescadores artesanais e marcos culturais, como as estátuas de Brigitte Bardot e dos Pescadores. Ao final da Orla, fica a Igreja de Sant’Anna, padroeira de Búzios. Um píer de madeira também garante o desembarque na praia do centro, local ideal para apreciar o pôr-do-sol.

Estátua Brigitte Bardot Em tamanho natural, a escultura da artista plástica Christina Motta, retrata Brigitte da forma despojada como ela costumava andar por Búzios na década de 60.

Praia de Geribá É a praia da galera local. Dois quilômetros de extensão e uma larga faixa de areia fina. Geribá, sem dúvida, é um dos points mais badalados da península e dos mais concorridos no reveillon. Neste point, se reúnem todos. Casinhas de pescadores dão charme ao lugar, ao lado de mansões, que tornam Geribá chique.

Praia da Ferradura A praia tem o formato de uma ferradura, e é a que mais oferece opções para a prática de esportes náuticos. Existe a possibilidade do visitante alugar pranchas de windsurf, caiaque, pedalinho, laser, pode andar de banana boat, jet ski e tudo o que for a última moda em termos de água e esporte. É a praia preferida das celebridades que freqüentam Búzios. O convite Com tantos encantos, você não deve deixar a oportunidade de conhecer Búzios. Por isso, assim que tiver um motivo, um convite para ir a Búzios, não pense duas vezes. E preste atenção, o convite pode estar bem mais perto que você imagina.

14 • NovaFisio.com.br


NovaFisio.com.br • 15


16 • NovaFisio.com.br


Blog |

Coluna do Prof. Luis Guilherme - Leia todas as outras no site.

2009 O Ano da Crise Como sobreviver?

C

chegou 2009! Pipocar de fogos à parte vem aí uma baita crise financeira. Os caras gastaram o que puderam e não podiam, mentiram para uma parte do mundo, enganaram a outra parte e levaram todos para o buraco de sua ganância. Quem tem não põe e quem não tem nem consegue tirar. E isso que dá trabalhar com virtualidade, ou seja, aquele dinheiro no papel, a famosa aplicação. É claro que falamos do dinheiro sem lastro de produção, o dinheiro que circula nos saldos, mas não existe nos cofres. Não se chamaria isso de Falácia?! E como todo bom sofredor que se preza já tem muito fisioterapeuta entrando em pânico. Pois é, dentre as diversas coisas que aprendi na PETROBRAS, uma das mais importantes foi que nos momentos de crise os heróis verdadeiros têm sua chance. Nas adversidades só sobreviverão os que realmente têm substrato. Agora ficará claro que tem somente dinheiro no saldo e quem tem dinheiro no cofre, ou produção de verdade. Nessa hora o medicamento paliativo custa o dobro, ficando valendo mais as mãos dos profissionais de eficiência comprovada. E o apavoramento não se restringe aos profissionais não, há muitos Cursos de Fisioterapia fechando ou com planos de fechar! É claro que vão fechar: não têm alunos! Passaram esse tempo todo jogando para a platéia, reduziram custos após a aprovação do MEC com substituições de professores importantes, colocando esses caras que dão aula de tudo e fazem da docência um bico! Fecharam Clínicas-Escola porque não tinha faturamento e distribuíram seus alunos por “trambiclínicas”, naturalmente, estas sem o menor compromisso com a profissão ou com o paciente! Reduziram a carga horária ao “osso”, fundiram disciplinas, fundiram cursos, queriam fundir tudo!!! E, então, ficaram sem lastro, ficaram sem dinheiro no cofre, mas possuíam dinheiro no saldo porque os sites sempre maravilhosos com cursos premiados, aprovações em concursos, apresentações em congressos, etc, etc e mais etc. Tudo filigrana, a tal falácia, blábláblá! E a crise parece que se assemelha à foice da morte na noite de caça as bruxa, onde só escapa quem tem vassoura para voar (HA, HA, HA!). Tenham certeza de que aquelas Universidades que investiram na tradição serão respeitadas e, ainda que haja uma diminuição no número de alunos a procura por elas será mantida. Isso porque marca da qualidade sempre fica e se você conhece um bom serviço dificilmente você irá mudar por mudar. Professores que não se preocupavam com o aluno, apenas tratavam-no como mais um deverão rever conceitos e posturas profissionais e pessoais. Os próprios alunos deverão rever seus conceitos, porque não dá mais para ficar com esse pensamento idiota de “pagou passou” e de ficar fazendo abaixo-assinado sem ser para pedir melhorias de ensino e de estrutura. Muitas mudanças virão por aí. Naturalmente não desejamos que as empresas erradas acabem, até porque são empregos que existem, mas desejamos que elas aprendam e mudem suas posturas para podermos ter um mundo acadêmico melhor. Retomando a velha PETROBRAS (saudade), experiência de um passado nem tão distante: crise é sinônimo de oportunidade! Pois então, que venha a crise, vamos enfrentá-la de frente, olho no olho e com muito trabalho. Que nos diga o Prof. Marcus Vinícius, do Mestrado de Ciências da Reabilitação da UNEC, onde nem se abriu o processo seletivo e já se tem um bom número e candidatos. Como diz o Ricardo Boechat: - e toca o barco! Um forte abraço para os Mestres em Ciências da Reabilitação Renato Campos Freire – vida nova faz bem a vida: sucesso irmão e a Cristiane Martins da Silva – guerra é guerra e para estar na guerra tem de ser guerreira: sucesso irmã. Sucesso também desejamos ao Fabiano Moreira da Silva, que defende sua dissertação na Estácio, no Programa de Mestrado em Saúde da Família – perseverança é correr na frente, ao lado, ou atrás, mas nunca correr prá trás. Um desejo de sucesso também para a Virgínia, que ta chegando para botar fogo na Armação de Búzios – manda ver querida que o pessoal ta precisando é disso mesmo!!!! Mande seu e-mail. Contribua: críticas, discussões, opiniões e até elogios são bem vindos. Vale repetir a citação!

Prof. DSc. Luís Guilherme Barbosa Fisioterapeuta. Doutor em Engenharia de Produção (COPPE/UFRJ). Sócio-gerente da GESTO Soluções em Fisioterapia e Ergonomia Ltda. Vasta experiência em Fisioterapia, Ergonomia, Palestras e Cursos. Temas para Empresas: Os Prejuízos de Viver Sentado; Anti-estresse; Qualidade de Vida no Trabalho; Ergonomia, Fisioterapia e Saúde no Trabalho. Temas para Universidades/Congressos: Fisioterapia Ontem, Hoje e Amanhã, O Fisioterapeuta Empreendedor; Marketing em Fisioterapia; Fisioterapia – Amor, Prazer e Dor. Cursos: Estratégias em Fisioterapia e Ergonomia nas Empresas; NR -17 Aplicada; Formação de Comitê de Ergonomia. Faça contato: (24) 8123-5424; (21) 9954-4150. gesto@globo.com / www.gestosolucoes.com.br

Muito estudar não basta para nos ensinar a compreender. Heráclito

NovaFisio.com.br • 17


Palavras chave | obesidade, etiologia, tratamento, medicina tradicional chinesa

Obesidade: abordagens da Medicina Ocidental e da Medicina Tradicional Chinesa Por| Ludmila Bonelli Cruz1 Mario Bernardo-Filho2, Raquel Terra3, Elaine Maria da Silva4, Sebastião David dos Santos-Filho5 e Patrícia Fróes Meyer6

A

obesidade é provavelmente o mais antigo distúrbio metabólico, havendo relatos da ocorrência desta desordem em múmias egípcias e em esculturas gregas [1]. A obesidade tem sido considerada uma epidemia mundial, presente tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento [2] e sua prevalência está crescendo de forma alarmante [3]. O aumento de sua incidência está distribuído em quase todas as raças e sexos, e atinge principalmente a população de 25 a 44 anos [1]. Os procedimentos fisioterapeuticos podem ter grande importância nas ações que envolvem a obesidade [4]. Guyton e Hall [5] descrevem que o ritmo da alimentação é, normalmente, regulado em proporção às reservas de energia do organismo. Quando essas reservas ultrapassam o nível ótimo de uma pessoa normal, a alimentação é automaticamente reduzida para evitar qualquer armazenamento em excesso. Entretanto, em muitos indivíduos obesos isso não ocorre, uma vez que a alimentação nesses indivíduos não diminui até que o peso corporal esteja bem acima do normal. Assim, a obesidade é frequentemente causada por alguma anormalidade no mecanismo regulador da alimentação. A obesidade é considerada uma doença integrante do grupo de Doenças Crônicas NãoTransmissíveis (DCNT) [6] e pode acarretar importantes prejuízos à saúde dos indivíduos obesos como indicado na Figura 1 [1, 7, 8, 9]. Figura 1: Possíveis comprometimentos da saúde em indivíduos obesos

18 • NovaFisio.com.br

A obesidade também favorece o surgimento de enfermidades com potencial de morbidade como (a) dislipidemias, (b) doenças cardiovasculares, (c) Diabetes Não-InsulinoDependente (Diabetes Tipo II) e (c) certos tipos de câncer [1, 6]. De particular interesse para a Fisioterapia Dermato-funcional, além das conseqüências dermatológicas, a alteração da imagem corporal pode levar a condições que comprometem a estética e consequentemente a qualidade de vida da pessoa [4]. A obesidade refere-se à disposição de gordura em excesso no organismo. De modo geral, a obesidade seria causada pela ingestão de alimentos em maior quantidade do que a que pode ser utilizada pelo organismo para obtenção de energia. O excesso de alimento, seja na forma de gorduras, carboidratos ou proteínas, é, então armazenado, quase que inteiramente, como gordura para ser usado posteriormente como fonte de energia [5, 10]. Desse modo, a obesidade pode ser causada por excesso de suprimento de energia em relação ao seu consumo [5] e poderia ser definida de uma maneira simplificada como o acúmulo excessivo de gordura corporal, sendo que a extensão desse excesso de gordura, sua distribuição corpórea e as conseqüências para a saúde apresentam variação entre os obesos [2]. Em estudos de populações, o Índice de Massa Corporal (IMC) (definido pela relação entre o peso em kg do indivíduo dividido pela sua altura em metro elevado ao quadrado) tornase medida útil para avaliar a quantidade de gordura corporal, sendo consensual admitir

que, independentemente de sexo e idade, adultos com IMC igual ou superior a 30kg/m2 devem ser classificados como obesos [2]. O objetivo desse trabalho é apresentar uma pequena revisão sobre a obesidade com abordagens da medicina ocidental e da medicina tradicional chinesa (MTC). A obesidade no mundo e no Brasil A obesidade está sendo considerada a mais importante desordem nutricional nos países desenvolvidos, devido ao aumento de sua incidência. De acordo com Francischi et al [1] é possível que atinja 10% da população destes países e que mais de um terço da população norte-americana esteja acima do peso desejável. A obesidade é ainda relativamente incomum nos países da África e da Ásia. Em regiões economicamente avançadas, os padrões de prevalência podem ser tão altos quanto em países industrializados [11]. No Brasil, a obesidade como problema de Saúde Pública é um evento relativamente recente, sendo que a prevalência de obesidade nunca se apresentou em grau epidêmico como na atualidade [11]. O aumento da vida média e o envelhecimento populacional aumentam a probabilidade de acometimento de DCNT, normalmente associadas com idades mais avançadas [12]. Dados do Ministério da Saúde-Brasil informam que a população adulta vem apresentando prevalência de excesso de peso. De acordo com os dados do inquérito nacional mais recente (Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição, 1989), cerca de 32% dos adultos brasileiros têm algum grau de excesso de peso. Destes, 6,8 milhões de indivíduos (8%) apresentam obesidade, com predomínio entre as mulheres (70%). A prevalência ainda se acentua com a idade, atingindo um valor maior na faixa etária de 45-54 anos (37% entre homens e 55% entre mulheres). Quando comparados com o Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF) 1974/75, uma situação preocupante é revelada: no período compreendido entre os dois inquéritos nacionais (1975-1989), houve um aumento de 100% na prevalência de obesidade entre os homens e de 70% entre as mulheres, abrangendo todas as faixas etárias [13]. A obesidade e a medicina ocidental A obesidade corresponde a um grupo heterogêneo de condições com múltiplas causas que em última análise resultam no fenótipo de obesidade. A influência genética na etiologia dessa condição clínica pode ser atenuada ou exacerbada por fatores não-genéticos, como o ambiente externo e interações psicossociais que atuam sobre mediadores


fisiológicos de gasto e consumo energético [14]. Dentre os fatores alimentares, pode-se destacar o excesso de energia e, principalmente, de lipídeos, favorecendo o aumento da adiposidade [15, 16]. Quanto à prática de exercícios físicos, já é bem aceito que à medida que a sociedade se torna mais desenvolvida e mecanizada, a demanda por atividade física é reduzida, diminuindo o gasto energético diário favorecendo o surgimento da obesidade [15, 17]. Há evidências sugerindo forte influência genética no desenvolvimento da obesidade, mas seus mecanismos ainda não estão esclarecidos. Acredita-se que esses fatores possam estar relacionados ao consumo e gasto energético. O controle do apetite e o comportamento alimentar também sofre influência genética. Há indícios de que o componente genético atua sobre o gasto energético, em especial sobre a taxa metabólica basal (TMB) [17], a qual é, determinada principalmente pela quantidade de massa magra [14, 18]. Além disso, deve-se considerar que há diferenças individuais na suscetibilidade à obesidade [1]. Grundy [17] destaca que o envelhecimento também está ligado ao ganho de peso, por estar associado a fatores como declínio na TMB em conseqüência da perda de massa muscular, diminuição na prática de atividades físicas e aumento no consumo alimentar. Jebb [14] descreve que comprometimentos endócrinos também parecem conduzir à

obesidade, como no caso do hipotireoidismo e problemas no hipotálamo, mas estas causas representam menos de 1% dos casos de excesso de peso. Outros problemas dessa mesma origem incluem alterações no metabolismo de corticoesteróides, hipogonadismo em homens e ovariectomia em mulheres, e a síndrome do ovário policístico, a qual pode estar relacionada a mudanças na função ovariana ou à hipersensibilidade no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Tem sido descrito que problemas psicológicos (estresse, ansiedade e depressão) também estão associados ao ganho de peso [14], condições que influenciariam principalmente o comportamento alimentar [19]. Segundo Jebb [14], provavelmente a etiologia da obesidade é uma das mais complexas. De fato, o seu desenvolvimento parece possui múltiplas causas e é o resultado de complexas interações entre os fatores indicados na Figura 2. [1]. A obesidade, particularmente aquela localizada na região abdomi-

nal, pode elevar o risco da ocorrência de Diabetes Mellitus não-dependente de insulina (DMNDI) em dez vezes [1]. Jung [20] descreve que cerca de 75% dos pacientes com DMNDI estão acima do peso desejável e Francischi et al [1] mostra que para um aumento de 10% no peso corporal, há aumento de 2 mg/dl na glicemia em jejum. Jung [20] ao considerar a distribuição da gordura corporal, revela que a circunferência da cintura maior do que 100 cm pode isoladamente elevar o risco do desenvolvimento de diabetes em 3,5 vezes, mesmo após um controle do IMC. Figura 2: Possíveis fatores relacionados com a etiologia da obesidade

Organizações de cursos no Brasil Organização de São Paulo Tel: (11) 5044-9605 / (11) 5044-0675 Fax: (11) 5531-4442 organizacao@rpgsouchard-sp.com.br Site: www.rpgsouchard-sp.com.br

Fortaleza Associação Beneficente Virgilio Cruz Filho ABVCF - Tel: (85) 3252-4090 / (85) 8852-4090 E-mail: abvcf@abvcf.com.br Site: www.abvcf.com.br

Brasília NPC – Núcleo Permanente de Cursos Tel: (27) 3329-8307 / (27) 8823-3390 (27) 9316-4744 E-mail: rpg.bsb@gmail.com E-mail: npcelisabeth@gmail.com

Representantes da RPG

Rio de Janeiro AXIS Tel: (21) 2266-4421 E-mail: organizacaorpgrio@gmail.com Site: www.rpgrio.com.br Salvador IRPOS Tel / Fax: (71) 3331-8905 (71) 3331-6272 E-mail: irpos@irpos.com.br Site: www.irpos.com.br

FRANÇA - Saint Moint Tel: 05 62 69 63 18 – Fax: 05 62 69 61 93 E-mail: rpg.souchard@wanadoo.fr Site: www.rpg-souchard.com BRASIL - São Paulo Instituto Philippe Souchard Te: (11) 3266-9133 E-mail: ipsrpg@gmail.com Site: www.rpgsouchardinst.com.br Sociedade Brasileira de RPG Tel: (11) 5542-6374 / (11) 5044-0940 E-mail: sbrpg@sbrpg.com.br Site: www.sbrpg.com.br

Belém Clínica Articularis Tel: (91) 3241-5256 / (91) 8141-5344 E-mail: clinica@articularis.com.br Site: www.articularis.com.br NovaFisio.com.br • 19


Palavras chave | obesidade, etiologia, tratamento, medicina tradicional chinesa No desenvolvimento de diabetes, o tecido adiposo atua aumentando a demanda por insulina e, em pacientes obesos, criando resistência a esta, o que ocasiona aumento na glicemia e conseqüente hiperinsulinemia. Contudo, a sensibilidade do tecido adiposo à insulina pode permanecer alta, o que sugere que a lipogênese possa estar favorecida.[1, 10]. Há um conjunto de desordens metabólicas e de complicações vasculares que incluem a obesidade, denominado Síndrome Metabólica ou Síndrome X [17, 21]. Hauner [22] descreve que os componentes dessa síndrome são caracterizados pela hiperinsulinemia e por várias formas e graus de resistência à insulina, que explicam a relação entre várias disfunções e obesidade. Krotkiewski [23] mostra que o aumento da resistência à insulina e a conseqüente hiperinsulinemia em mulheres obesas estão associados ao aumento do tecido adiposo abdominal e as alterações hormonais. A hiperinsulinemia promove inibição da síntese de proteínas específicas transportadoras de testosterona. Conseqüentemente, há aumento da concentração de testosterona livre, o que induz características andrógenas em mulheres, como o acúmulo de gordura na região abdominal. Nessa condição clínica, a DMNDI é agravada, uma vez que a resistência a insulina e a hiperinsulinemia são fatores predisponentes para o acúmulo de gordura abdominal e para várias outras doenças, como a hipertensão, as doenças cardiovasculares [24] e as neoplasias [25]. Francischi et al [1] descreve que em jovens adultos de 20 a 45 anos, a prevalência da hipertensão é seis vezes maior em obesos do que em não obesos e Jung [20] mostra que para cada aumento de 10% na gordura corporal, há elevação na pressão arterial sistólica de aproximadamente 6,0 mmHg e na diastólica de 4,0 mmHg. Para cada 10% de aumento no peso corporal, há aumento na incidência de doenças coronarianas em aproximadamente 20%, além da elevação no colesterol plasmático em torno de 12 mg/dl [1]. Isso está relacionado com a dislipidemia na obesidade, representada pela elevação do colesterol total, da lipoproteína de baixa densidade (Low Density Lipoprotein – LDLcolesterol) e dos triglicerídeos circulantes, e diminuição na lipoproteína de alta densidade (Hight Density Lipoprotein – HDL-colesterol). Esse risco pode se tornar mais acentuado quando o ganho de peso está acompanhado por redução na atividade física e alta ingestão de ácidos graxos saturados [17, 20]. Segundo Defronzo & Ferrannini [24], as doenças cardiovasculares têm origem também com a hiperinsulinemia, a qual aumenta a síntese de lipoproteína de muito baixa densidade (Very Low Density Lipoprotein – VLDL-colesterol), conduzindo a hipertrigliceridemia. Ocorre aumento na síntese de colágeno nas células da parede vascular e na formação de placas de lipídeos nas artérias associada a diminu20 • NovaFisio.com.br

ição de sua remoção. Assim, haverá predisposição à formação do ateroma, elevando a probabilidade de ocorrência de problemas cardiovasculares. A localização do tecido adiposo na região abdominal também predispõe a problemas cardiovasculares. Francischi et al [1] descreve que homens com sobrepeso têm mortalidade maior por câncer colorectal e de próstata e aqueles, cujo peso é cerca de 130% maior do que o peso médio para o seu biótipo, tem 2,5 mais chances de morrer por câncer de próstata que indivíduos normais. Francischi et al [1] and Jung [20] mostram que mulheres acima do peso também têm maiores chances de desenvolverem câncer de colo uterino, ovário e mama. Stoll [25] descreve que além da contribuição do excesso de peso para o aumento na ocorrência de neoplasias, a concentração do tecido adiposo na região abdominal aliada à síndrome de resistência a insulina em obesas, elevam o risco de câncer de mama. Mulheres obesas, em especial as que apresentam obesidade abdominal, desenvolvem irregularidades no ciclo menstrual e amenorréias e apresentam mais problemas durante a gravidez, como a síndrome hipertensiva e a toxemia [1, 26]. Garotas obesas geralmente possuem a menarca em idades mais novas do que jovens com peso normal, já que a menstruação é provavelmente iniciada quando o peso corporal atinge certa massa corporal crítica [1]. A ocorrência de disfunções associadas ao assoalho pélvico como incontinência urinária e prolapsos também é maior nos pacientes obesos [7, 8] assim como a incontinência anal [27]. Há uma série de disfunções pulmonares em indivíduos obesos, como a síndrome Pickwickian ou síndrome da obesidade-hipoventilação, caracterizada por sonolência e redução da ventilação. Há queda uniforme no volume de reserva expiratório e na capacidade vital [28]. O aumento na quantidade de gordura acumulada na região peitoral e abdominal limita os movimentos respiratórios e diminui o volume pulmonar [20]. Na medida em que o indivíduo se torna mais obeso, ocorre sobrecarga muscular para a ventilação, resultando em disfunção da musculatura respiratória [1]. A relação entre artrite e obesidade consiste em problema mecânico e não metabólico [1]. O excesso de peso facilita a ocorrência de traumas, principalmente nas articulações, como a osteoartrite no joelho [29, 30]. A obesidade ainda pode ser associada a uma série de desordens, como problemas no trato digestivo (problemas no fígado, esôfago e vesícula biliar). A formação de cálculo na vesícula biliar é a forma mais comum de doença do trato digestivo em obesos. Mulheres obesas entre 20 e 30 anos apresentam um risco seis vezes maior no desenvolvimento de disfunção na vesícula biliar do que mulheres com o peso normal. [1; 20].

Tratamentos para a redução da obesidade O tratamento da obesidade depende da redução do suprimento de energia abaixo de seu consumo [5], associado com procedimentos envolvendo em conjunto ou personalizado para cada indívíduo, medicamentos, acompanhamento psicológico, orientação e uso de técnicas fisioterapeuticas, cirurgia, mudanças comportamentais e procedimentos da medicina tradicional chinesa (MTC). Cowburn et al.[31] descreve que a literatura é extensa quanto aos diferentes tratamentos para a obesidade, porém ainda não foi possível alcançar uma conclusão definitiva. Muitos tratamentos para a obesidade envolvem a restrição da ingestão energética total, uma das formas de alcançar o déficit energético e reduzir o peso corporal. Rössner [29] descreve que a quantidade adequada de fibras alimentares tem importante função na dieta para redução de obesidade, tais como: redução na ingestão energética; aumento no tempo de esvaziamento gástrico; diminuição na secreção de insulina; aumento na sensação de saciedade; redução na digestibilidade; redução no gasto energético e aumento na excreção fecal de energia. Guyton e Hall [5] descrevem a importância das dietas redutoras planejadas para conter grande quantidade de “alimentos volumosos”, os quais em geral, são constituídos pro substâncias ricas em celulose, porém, não nutritivas. O’Dea [32]; Truswell & Beynen [33] descrevem que dietas ricas em fibras também contribuem para a minimização dos problemas de doenças cardiovasculares, devido à redução do colesterol plasmático e da LDL. Guirro e Guirro [4] salientam que as possíveis complicações de uma rápida perda de peso, como hipotensão postural, cetose, acidose metabólica, hiperucemia, estão sempre associadas a restrições calóricas graves e prolongadas, ocorrendo com frequência nos pacientes obesos. O exercício físico regular resulta benefícios para o organismo, como melhora na capacidade cardiovascular e respiratória, diminuição na pressão arterial em hipertensos, melhora na tolerância à glicose e na ação da insulina [34]. O exercício regular está associado com diminuição da mortalidade em geral e a longo prazo [1]. Guyton e Hall [5] descrevem que a atividade física é, sem dúvida, a maneira mais importante pela qual o organismo consome energia, o aumento da atividade física constitui, frequentemente, uma maneira eficaz de reduzir as reservas de gordura. Blair [35] descreve que indivíduos fisicamente ativos e com excesso de peso apresentam menor morbidade e mortalidade que aqueles sedentários, pelo aumento na sensibilidade à insulina e melhora na tolerância à glicose, e no metabolismo lipídico [36]. Sabe-se que um dos transportadores de glicose nas células musculares e adipócitos (Glut 4) é regulado pela atividade contráctil dos músculos, e insulina. Esses dois estímulos


translocam essa proteína dos compartimentos intracelulares para a membrana plasmática, para receber e transportar a glicose para dentro da célula [5, 37]. Guirro e Guirro [4] descrevem que o exercício físico é extremamente útil para o programa de redução ponderal, uma vez que não somente eleva a taxa de consumo calórico como também, qualitativamente, reduz o ganho gorduroso localizado em certas regiões do corpo, melhora a circulação periférica e induz maior eliminação de água e sal. Além disso é sugerido que o estágio inicial de um programa de exercícios para um indivíduo obeso previamente sedentário dever ser de natureza progressiva e não deve incluir um alto dispêndio de energia. Segundo Guyton e Hall [5] quanto mais exercício, maior é o consumo diário de energia e mais rapidamente desaparece a obesidade. Sugerem que o exercício forçado, frequentemente, deveria constituir parte essencial do tratamento da obesidade. Guirro e Guirro [4] descrevem que a atividade física executada em meio líquido (hidroterapia) pode trazer inúmeros benefícios para o paciente obeso. A imersão por si só pode proporcionar alterações saudáveis tanto para o sistema cardiovascular quanto para o muscoesquelético. Em decorrência da diminuição do esforço para a sustentação do peso dos membros inferiores e da maior resistência apresentada pela água, os programas executados em ambiente aquático têm vantagens sobre os realizados no solo. Nicklas et al. [38]) demonstraram que o exercício aeróbio combinado à dieta previne o declínio na resposta lipolítica e na oxidação de gorduras que ocorre em obesos submetidos apenas à dieta. Outro aspecto positivo da combinação de dieta com o exercício é quanto à manutenção do peso perdido. Racette et al. [39] referem a maior adesão à dieta entre aqueles que associam a atividade física. Miller et al [40] descrevem uma intensa perda de peso devido a uma dieta com deficit de energia e associada a exercícios que melhoram a função física de adultos obesos com osteoartrite de joelho, sendo que isso foi mais intenso em pacientes com maior perda de peso. Guirro e Guirro [4] descrevem que o uso do forno de Bier, que emite radiações infravermelhas compreendidas no espectro eletromagnético entre 800 e 15 000 nm, não promover alterações já camada adiposa, pois produz ação superficial. Isso faria com que, no máximo, se produza uma perda de água, ocasionada pela intensa sudorese que acompanha o tratamento. Assim, o efeito fisiológico atribuído a essas radiações, como o aumento do metabolismo, de fato acontece, porém superficialmente. Vários fármacos que reduzem a intensidade da fome têm sido utilizados no tratamento da redução da obesidade [5]. Esse tratamento medicamentoso utiliza drogas como, anfetaminas, sibutramina, fenfluraminas, fenterminas, dietilpropriona, mazindol, pemolina, fenilpropanolamina e os anti-depressivos, fluoxitena e sertralina. Há muitas controvérsias sobre a utilização desses devido aos

poucos estudos sobre os efeitos desses medicamentos a longo prazo. Os medicamentos criam uma expectativa de cura para a obesidade e as pessoas comumente voltam a engordar com a suspensão do medicamento. Os efeitos colaterais normalmente observados incluem sonolência, nervosismo, cefaléia, hipertensão, tonturas e distúrbios no trato gastrintestinal [1, 4, 5]. Guyton e Hall [5] citam o fármaco orlistat, inibidor da lipase, que reduz a digestão intestinal de gorduaras. Em consequência dessa ação, parte da gordura ingerida seria eliminada nas fezes, o que reduz a absorção de energia. Entretanto, a perda fecal de gorduras poder gerar efeitos colaterais gastrintestinais, bem como a perda de vitaminas lipossolúveis. Guirro e Guirro [4] relatam que hormônio tireidiano tem sido usado indiscriminadamente, sendo que a maioria dos indivíduos obesos apresenta a função tireoidiana normal e o excesso desses hormônios representa um risco à saúde do paciente devido aos efeitos colaterais promovidos. Guirro e Guirro [4] relatam que a crioterapia, que foi usado no passado, hoje é considerado ultrapassado nas intervenções relacionadas com o tratamento da obesidade. Herbert [10] relata que pacientes com obesidade clinicamente grave, com sobrepeso acima de 45 kg, para os quais uma acentuada restrição calórica não teve sucesso, podem ser candidatos À cirurgia para reduzir o tamanho do estômago. Em geral, esses pacientes perdem de 40 a 50% do sobrepeso durante o primeiro ano após a cirurgia gástrica, entretanto, alguns consomem líquidos densamente calóricos e readquirem peso. A segurança e a eficácia dessa cirurgia a longo prazo não são garantidas. Tendo em vista fatores cognitivos e emocionais associados ao aumento do consumo de alimentos, a mudança comportamental tem sido usada no tratamento da obesidade [41]. Maciocia [42], Ross [43] e Yamamura [44], descrevem que o desequilíbrio emocional pode contribuir para o surgimento de desarmonias energéticas e as técnicas usadas na MTC podem auxiliar nesses tratamentos. Cabioglu et al [45] sugerem que a eletroacupunctura pode ser uma terapia efetiva para pacientes obesos, incluindo aqueles com sinais e sintomas psicológicos. A obesidade e a medicina tradicional chinesa A MTC emprega técnicas variadas no tratamento das desarmonias energéticas que se manifestam como doenças na medicina ocidental A acupuntura é realizada com agulhas de forma manual ou com auxílio de um mandril que auxilia no direcionamento e aplicação da agulha. Também pode ser associada a eletroterapia, a eletroacupuntura, que combina o uso de agulhas associado à estímulos elétricos definidos [45]. Quando a agulha é aplicada corretamente no ponto de acupuntura (acuponto), de modo geral, o paciente relata alguma sensação característica para cada um de nós, e de modo geral passageira, que é denominada de De-Qi [42,

NovaFisio.com.br • 21


Palavras chave | obesidade, etiologia, tratamento, medicina tradicional chinesa Quadro 1: Zang com suas respectivas funções e os Fu acoplados (*). Zang (órgão)

Funções

Coração

Governa o sangue, controla os vasos sangüíneos, manifesta-se na Tez (face, compleição), abriga a mente (Shen), abre-se na língua, relaciona-se com a sudorese, governa os Sonhos, acoplado do Intestino Delgado (Fu)

Fígado

Armazena o sangue, promove a livre circulação do Qi (mantém o fluxo suave do Qi), controla os tendões, manifesta-se nas unhas, abre-se nos olhos, abriga a Alma Etérea, controla o fluxo menstrual, acoplado da Vesícula Biliar (Fu)

Pulmão

Governa o Qi e a respiração (forma o Qi torácico, dispersa o Qi na forma de líquido orgânico), controla os canais e os vasos sanguíneos, harmoniza a descida e a dispersão, regula a passagem das águas, controla a pele e os cabelos, se abre no nariz, abriga a Alma Corpórea, mantém a Umidade da pele, acoplado do Intestino Grosso (Fu)

Baço

Governa a transformação dos alimentos e líquidos e o transporte do Qi dos alimentos, harmoniza o sangue, controla os músculos e os membros, se abre na boca e se manifesta nos lábios, regula a ascenção do Qi, abriga o pensamento, acoplado do Estômago (Fu)

Rim

Armazena a essência, governa o nascimento, crescimento, reprodução e desenvolvimento, produz a medula, ontrola os ossos, governa a Água, regula a recepção de Qi, se abre nos ouvidos, se manifesta nos cabelos, Controla os dois orifícios inferiores, Abriga a força de vontade, acoplado da Bexiga (Fu).

Coração-Sexualidade

Mestre do coração, envoltório do coração, pericárdio (outras denominações), acoplado do San Jiao (Triplo Aquecedor Fu) (*) adaptado de Maciocia [42] e Carvalho [47]

22 • NovaFisio.com.br

44]. Vários métodos relacionados com a acupuntura são empregados, como a moxabustão (aplicação de calor) e a ventosa e a acupressão que são pressões negativa e positiva, respectivamente, aplicadas em regiões definidas do corpo. Pressões realizadas com auxílio de sementes aplicadas no pavilhão auricular são utilizadas nas técnicas de auriculoterapia ou acupuntura auricular [46]. A justificativa para o uso das técnicas de acupuntura está relacionada com o fato desses acupontos corresponderem a regiões de acesso no trajeto externo dos canais energéticos dos órgãos e vísceras, conhecidos como Zang Fu, localizados internamente. Existem doze meridianos relacionados a cada Zang (seis) Fu (seis) e oito meridianos chamados de maravilhosos, sendo que desses últimos, o Governador e o da Concepção apresentam seus próprios acupontos [42, 44, 47]. No Quadro 1 estão indicados os Zang com suas respectivas funções e os Fu acoplados. Segundo a MTC, a energia responsável pela fisiologia e o metabolismo celular é denominada Qi que percorre esses canais ao longo do dia e da noite. O Qi pode se manifestar de várias formas e cada Zang e Fu também têm seu Qi próprio. Agentes externos, referidos como fatores patogênicos externos, como Frio, Vento, Calor (Fogo), Secura e Umidade (Fleuma) podem causar desarmonias energéticas e comprometer as funções de um Zang ou Fu, desequilibrando o Qi e contribuindo para o surgimento de uma desarmonia energética. Da mesma forma, fatores internos como as emoções em desequilíbrio (medo, alegria, tristeza, raiva, ansiedade), seja em excesso, seja em falta, podem acarretar uma desarmonia energética que poderá se manifestar em um determinado Zang ou Fu [42, 43, 44, 47]. Os Zang e Fu têm associação com movimentos ou elementos e se relacionam com nossos sentidos e se manifestam em tecidos específicos. Os procedimentos de acupuntura, moxabustão ou ventosa poderão ser úteis em todas as condições que visem re-estabelecer o equilíbrio energético do paciente [42, 43, 44]. Segundo Ken e Yongqiang [48] a obesidade aconteceria principalmente pela deficiência do Qi do Baço e pela disfunção do Baço em transformar adequadamente os alimentos, causando acúmulo de Umidade e Fleuma no organismo. Ross [43] sugere que os obesos com excesso de peso devido ao processo metabólico poderiam ter

síndromes associadas ao Baço ou ao Rim que estão indicadas no Quadro 2. No caso da obesidade por excesso de alimentação teriam síndromes associadas ao Coração, Fígado, Baço como indicado no Quadro 3. Nos Quadro 2 e 3 também estão indicados sinais e sintomas de cada uma das citadas desarmonias. Um outro procedimento da MTC seria a fitoterapia, que é um recurso terapêutico caracterizado pelo uso de substâncias de três origens (animal, vegetal e mineral) isoladamente ou combinadas em fórmulas com a finalidade de harmonizar energeticamente um indivíduo. Essas substâncias são selecionadas também em relação da ação das mesmas em determinados canais energéticos. Isso permitiria a harmonização desejada do Qi de um Zang ou Fu desejado [49, 50]. Como visto no Quadro 3, Ross [43] cita a pressão por estar acima do peso, a pressão por comer demais, a falta de amor, a depressão, a insegurança, a fome pela vida e a tensão nervosa são condições que favorecem o aumento do peso corporal do indivíduo. A pessoa pode estar escondendo por trás de sua gordura e usa o fato de estar acima do peso como uma proteção contras ameaças percebidas na vida. Quanto maior a insegurança de uma pessoa, mais medo ela terá da vida e maior a necessidade de sua gordura protetora. Quanto mais segura se sentir, menos necessidade terá dela. A pessoa pode sentir mais confortável estando mais gordinha, considerando o excesso de peso tranqüilizador e agradável. Pode achar que o peso extra lhe capacita a ser levado mais a sério, propiciando às suas opiniões um maior peso e consistência. O peso corporal extra, talvez a Umidade e Fleuma Extras no cérebro, podem propiciar a ilusão tranqüilizadora de que o mundo é lento, sólido e estável, quando na verdade o mundo externo muda rapidamente. Essas sensações estão relacionadas com as emoções do medo, insegurança e preocupações associadas com Rins e Baço debilitados e instáveis, podem ser tratados fortalecendo e estabilizando o Qi do Rim e do Baço. Ross [43] também destaca que o comer demais é basicamente uma compensação pela perda do contato com o entusiasmo e com o amor internos, de forma que não conseguem sentir amor por si e se tornam limitados em compartilhar o amor nos relacionamentos. De fato, podem se sentir desgostosos e se odiar, nutrirem um auto desprezo por se considerarem fracos e ba-


sicamente sem qualquer capacidade de despertar amor nos outros. Essa identidade que constroem de si lhes dá uma desculpa para evitar relacionamentos ou evitar o sexo e a sexualidade. O tratamento é centralizado no fortalecimento do Fogo do Coração e no Qi do Coração e do Baço. Além da Deficiência do Fogo do Coração, a depressão resultante em comer demais pode estar associada com a Estagnação do Qi do Fígado, Coração ou Pulmão. O tratamento implica em mover o Qi órgãos Estagnados. A insegurança emocional, talvez ligada a problemas de alimentação inadequada na infância, pode levar ao sentimento de nunca ter tido o suficiente, ou ao medo de que não vai haver o suficiente no futuro. Este sentimento pode estar relacionado a alimento, amor ou segurança material. O fato pode se agravar sob condições de estresse na vida, que faz aumentar a ingestão de alimentos, especialmente de coisas doces e assim aumentar o peso. Esta situação está especialmente ligada a problemas com a mãe e com o elemento Terra. Pode haver um exagero no prazer sensual normal em comer, resultando em gula e aumento do apetite. A tonificação do Baço e do Rim pode ajudar neste caso. O Espírito do Coração se manifesta por meio do corpo físico em excitação, interesse e prazer durante as experiências da vida, pelas quais, há crescimento e expansão da consciência. E como se fosse um tipo de fome pela vida. Mas a pessoa, por medo e insegurança, se fecha para as experiências da vida, então essa fome pode se manifestar como a neces-

sidade por alimentos físicos. É como se fosse uma necessidade física, a pessoa se expande em tamanho ao invés de crescer em caráter. O tratamento consiste em acalmar a pressão emocional e a desobustrução dos blocos de energia, de forma que a energia possa se expressar externamente, participando da vida e dos relacionamentos. A simples tensão nervosa pode encontrar uma válvula de escape na comida, o tratamento consiste em tonifica o Yin e dispersar o Fogo dos Rins, Fígado, Estômago ou Coração. A somatotopia fetal e a somatotopia do feto invertido representado por pontos ou regiões no pavilhão auricular tem sido usada em auriculoterapia [44, 46, 48]. Os pontos utilizados na auriculoterapia têm sido caracterizados como locais anatômicos discretos medindo aproximadamente de 1 a 5 mm de diâmetro no pavilhão auricular. Esses pontos permitiriam (i) atuar em determinados Zang e Fu, (ii) acessando os meridianos energéticos que se estendem até determinada região (iii), estimulando terminações nervosas do sistema neurovegetativo [46]. Segundo Garcia 2003 [46], a auriculoterapia seria eficaz no tratamento da obesidade. A colocação de sementes nos pontos auriculares, Tálamo, Fome, Abdome e Endócrino seria o sugerido. Shiraishi et al [51] estimularam pontos da concha cava sem defini-los claramente e observou redução de peso de pacientes levemente obesos. Na Concha cava são encontrados diversos pontos como o do Coração, Pulmão, Baço e San Jiao [46] com

importantes ações relacionadas com a geração de energia no corpo. No Quadro 4 estão indicadas funções propostas para os pontos do pavilhão auricular propostos pelos autores [44, 46] e usados no tratamento de pacientes obesos. Discussão e Conclusão Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ocorrência da obesidade nos indivíduos reflete a interação entre fatores dietéticos e ambientais com uma predisposição genética. Contudo, existem poucas evidências de que algumas populações são mais suscetíveis à obesidade por motivos genéticos, o que reforça serem os fatores alimentares, em especial a dieta e a atividade física responsáveis pela diferença na prevalência da obesidade em diferentes grupos populacionais [15]. Ao estudar a obesidade e sua evolução constata-se que o seu aumento determina definição de prioridades e estratégias de ação de Saúde Pública, em especial à prevenção, destacando ações de educação em alimentação e nutrição e as práticas de atividades físicas que alcancem de forma eficaz todas as camadas sociais da população [52]. A importância da redução da obesidade, o interesse social e os investimentos econômicos em alimentação e na qualidade de vida de pessoas obesas indicam que, estudos rigorosos sobre a prevenção e o tratamento da obesidade são essenciais [53]. Gill [54] cita algumas medidas nesse sentido que também envolveriam (i) a legislação e a regulação dos

CU RS O S 2 0 0 9 BANDAGEM FUNCIONAL GINÁSTICA LABORAL ERGONOMIA CONCEITO MAITLAND MOBILIZAÇÃO NEURAL ESTABILIZAÇÃO SEGMENTAR TERAPÊUTICA “Conhecimento prático e científico” “Descontos especiais” “Parcelamento prolongado e sem juros” “Os melhores professores, com as melhores formações” Informações / Inscrições: Grupo Terapia Manual www.terapiamanual.com.br (19) 3203-1620 Cursos: Campinas Promind - eventos na área de saúde www.e-promind.com.br (41) 3206-6886 Cursos: Curitiba / Porto Alegre / Goiânia

sos: Cur nas pi Cam iba t Curi ia n Goiâ egre o Al Port NovaFisio.com.br • 23


Palavras chave | obesidade, etiologia, tratamento, medicina tradicional chinesa rótulos dos produtos alimentícios; (ii) subsídios para produtores de alimentos com pouca densidade calórica (em especial, frutas e vegetais); (iii) incentivos fiscais para empresas que incentivem a prática de atividades físicas dos empregados; (iv) consultoria nutricional para refeições escolares e empresariais. De fato, intervir de maneira preventiva sobre a obesidade tende a ser mais fácil, menos caro e potencialmente mais efetivo. Raccete et al.[39] citam que muitos estudos demonstram que a redução da quantidade de massa corporal, em especial de gordura, melhora a qualidade de vida e diminui a morbidade e a mortalidade de pacientes obesos. Atckinson et al .[55] descrevem que os componentes de um programa de mudança comportamental para tratamento da obesidade as ações indicadas na Figura 3. Quadro 2 - Síndromes e respectivos sinais e sintomas relaciondas com a obesidade.

Concluindo, em decorrência de todas as complicações possíveis devido à obesidade, a limitação da eficácia das diversas formas de tratamento; a criação de protocolos e condutas relacionadas à prevenção e controle da obesidade é um grande desafio aos diversos profissionais envolvidos diretamente com esses pacientes, como o médico, fisioterapeuta, educador físico, psicólogo, nutricionista e outros, assim como ações governamentais em diferentes níveis. Um aspecto importante é a necessidade da integração e da interdisciplinaridade nessas ações. Embora os procedimentos da Fisioterapia também não tenham um resultado tão satisfatório, as técnicas fisioterapeuticas em geral, e de forma mais particular, os procedimentos da MTC (acupuntura, moxabustão, auriculoterapia) podem ser uma opção para acompanhar pacientes obesos, devido às mesmas, em geral, serem inócuas. (*) Adaptado de Ross [43]

Síndrome

Sinais e sintomas

Deficiência do Qi e do Yang do Baço

Excesso de peso, catarro no trato respiratório, preguiça, sensação de peso nos membros

Deficiência do Qi e do Yang dos Rins

Excesso de peso, retenção de fluidos, sensação de frio nas costas, pernas e baixo abdome

Quadro 3- Síndromes e respectivos sinais e sintomas relacionados com a obesidade devido ao excesso de peso pelo excesso de alimentação (*) Adaptado de Ross [43]. Síndrome

Sinais e sintomas

Fogo por deficiência do Coração (falta de amor)

Come em excesso por falta de amor por si mesmo, sente solidão e considera-se incapaz de despertar amor, desgosto consigo mesmo

Estagnação do Qi do Fígado (depressão)

Come em excesso por depressão e frustração

Deficiência do Qi do Baço (insegurança)

Come em excesso por medo, preocupação e insegurança, precisa de gordura como uma forma de escudo de proteção para sentir-se protegido

Supressão do Espírito do Coração (da fome pela vida)

Come demais por excitação suprimida, come ao invés de participar da vida

Deficiência do Yin e Fogo (tensão nervosa)

Come demais por tensão nervosa com inquietação e hiperatividade

Figura 3 - Ações de um programa comportamental para prevenção e acompanhamento de pacientes obesos

24 • NovaFisio.com.br

Referências [1] Francischi RPD, Pereira LO, Freitas CS, Klopfer M, Santos RC, Vieira P, Lancha Júnior AH. Obesidade: atualização sobre sua etiologia, morbidade e tratamento. Rev Nutr 2000; 13: 17-28. [2] Popkin BM, Doak CM. The obesity epidemic is a worldwide phenomenon. Nutr Rev 1998; 56: 106-114. [3] Fabricatore AN, Wadden TA. Obesity. Annu Rev Clin Psychol 2006; 2: 357-377. [4] Guirro E, Guirro R. Fisioterapia Dermato-funcional. Manole; 2002 [5] Guyton AC, Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. [6] Lessa I. O adulto brasileiro e as doenças da modernidade: epidemiologia das doenças crônicas não transmissíveis. São Paulo: Hucitec; 1998. [7] Grosse D, Sengler J. Reeducação perineal. Barueri: Manole; 2002. [8] Pinheiro ARO, Freitas SFT, Corso ACT. Uma abordagem epidemiológica da obesidade. Rev Nutr 2004; 17: 523533. [9] Jelovsek JE, Maher C, Barber MD. Pelvic organ prolapse. Lancet 2007; 369: 1027-38. [10] Herbert PN. Distúrbios Alimentares. In Cecil Medicina Interna Básica, Andreoli TE, Carpenter CCJ, Griggs RC, Loscalzo J (Editores). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. [11] World Health Organization. Obesity: Preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation on Obesity. Geneva; 1998. In (http://whqlibdoc. who.int/hq/1998/WHO_NUT_NCD_98.1_(p159-276).pdf), accessed on January 10th 2008. [12] Laurenti R. Transição demográfica e transição epidemiológica. Anais do I Congresso Brasileiro de Epidemiologia. Rio de Janeiro: Abrasco; 1990; 143-65. [13] Coitinho DC, Leão MM, Recine E, Sichieri R. Condições nutricionais da população Brasileira: adultos e idosos. Brasília: Ministério da Saúde; 1991. 39p. [14] Jebb SA. Aetiology of obesity. Br Med Bull 1997; 53: 264-285. [15] WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Draft report march 26 2002. In (http://www.who.int/dietphysicalactivity/media/en/gsfao_cmo_005.pdf) accessed on January 10th 2008. [16] Rolls BJ, Shide DJ. The influence of dietary fat on food intake and body weight. Nutr Rev 1992; 50: 283-290. [17] Grundy SM. Multifactorial causation of obesity: implications for prevention. Am J Clin Nutr 1998; 67: 563S572S. [18] Hill JO, Drougas H, Peters JC. Obesity treatment: can diet composition play a role? Ann Intern Med 1993; 119: 694-697. [19] Stunkard AJ, Wadden TA. Psychological aspects of human obesity. In: Björntorp P, Brodoff BN. Obesity. Philadelphia: JB Lippincott 1992; 352-360. [20] Jung R. Obesity as a disease. Br Med Bull 1997; 53: 307-321. [21] Ivkovic-Lazar T, Lepsanovic L, Babic L, Stokic E, Tesic D, Medic-Stojanoska M. The metabolic X syndrome: 4 case reports. Med Pregl 1992; 45: 210-214. [22] Hauner H. Abdominal obesity and coronary heart disease: pathophisiology and clinical significance. Herz 1995; 20: 47-55. [23] Krotkiewski M. Role of muscle morphology in the development of insulin resistance and metabolic syndrome. Presse Méd 1994; 23: 1393-1399. [24] Defronzo RA, Ferrannini E. Insulin resistance: a multifaceted syndrome responsible for NIDDM, obesity, hypertension, dyslipidemia, and atherosclerotic cardiovascular disease. Diabetes Care 1991; 14: 173-194. [25] Stoll BA. Timing of weight gain in relation to breast cancer risk. Ann Oncol 1995; 6: 245-248. [26] Givens JR. Reproductive and hormonal alterations in obesity. In: Björntorp P, Brodoff BN. Obesity. Philadelphia: JB Lippincott, 1992; 540-549. [27] Chatoor DR, Taylor SJ, Cohen CRG, Emmanuel AV. Faecal incontinence. Br J Surg 2007; 94: 134–144. [28] Kopelman PG. Altered respiratory function in obesity: sleep-disordered breathing and the Pickwickian syndrome. In: Björntorp P, Brodoff BN. Obesity. Philadelphia: JB Lippincott, 1992; 568-575. [29] Rössner S. Dietary fibre in the prevention and treatment of obesity. In: Schweizer TF, Edwards CA. Dietary fibre: a component of food. London: Springer-Verlag, 1992; 295-332.


NovaFisio.com.br • 25


Palavras chave | CPAP, Sono, Pressão Contínua Positiva, Apnéia do Sono.

Utilização do CPAP no tratamento da Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono Por| Leonardo Sapucaia Tosta Santos

O

sono é um processo neural absolutamente necessário à homeostase. Por esse motivo torna-se necessário o estudo dos distúrbios do sono, sobretudo da Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS), que entre outras complicações leva a hipersonolência diurna, alterações cardio-respiratórias e neuropsicológicas, além de implicar ao indivíduo portador da síndrome grande comprometimento sócioeconômico. Por essas razões a SAOS exige uma atenção médica especial. Uma das alternativas não-cirúrgicas para o tratamento da SAOS é o uso da Pressão Positiva Contínua na Vias Aéreas (CPAP), que vai ser responsável por manter as vias aéreas abertas, evitando os episódios de apnéia e hipopnéia noturna que caracterizam a síndrome. INTRODUÇÃO Desde a década de 50, o sono vem sendo vem sendo reconhecido como um processo neural ativo absolutamente necessário a homeostase (1). Partindo desse pressuposto, fazse necessário um estudo mais aprofundado da Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS), que pode ser definido como “episódios repetitivos de apnéia e hipopnéia que ocorrem durante o sono, levando a hipersonolência diurna e alterações cardio-respiratórias” (1), bem como as suas formas de tratamento existentes. No intuito de preencher esta lacuna é apresentado esse artigo de revisão bibliográfica sobre a utilização da pressão positiva contínua no tratamento da referida síndrome, analisando suas formas de aplicação, benefícios e possíveis efeitos adversos. A prevalência da SAOS na população é variável e depende da idade da amostra, sexo, país, metodologia e critérios empregados para o diagnóstico. É encontrada em toda população, desde os recém-nascidos aos idosos e em pessoas de todos os biótipos. É sabido que o sexo masculino é de 8 a 10 vezes mais acometido que o feminino (1), talvez pelos hormônios masculinos causarem alterações estruturais nas vias aéreas superiores. Nos Estados Unidos, estima-se que 4% dos homens e 2% das mulheres adultas têm SAOS sintomática. Martinez et AL (2) avaliaram 1027 trabalhadores industriais no Rio Grande do Sul, através de um questionário e encontraram prevalência média de 0,9% de SAOS, sendo 1,2% em homens e 0,4% em mulheres. Uma pesquisa americana avaliou 4925 adultos, dos quais 1090 foram submetidos a polissonografia demonstrando que 80% a 90% das pessoas com SAOS ainda não haviam sido di-

26 • NovaFisio.com.br

agnosticadas (2). A SAOS pode causar no paciente, a longo prazo, uma série de alterações cardiovasculares e neuropsicológicas, com repercussões importantes e graves implicações sócioeconômicas, que acabam por exigir uma atenção médica especial. Sullivan et al foram os primeiros a descrever a terapia por Pressão Positiva Contínua em Vias Aéreas (CPAP) para o tratamento da SAOS, no ano de 1981. A terapia por pressão positiva nas vias aéreas incluem o uso do CPAP, BiPAP e AUTO-CPAP(3). Essa terapêutica gera uma pressão positiva contínua que vai ser responsável por manter as vias aéreas abertas durante o sono, alcançando resultados satisfatórios durante o tratamento. MÉTODOS Para esta revisão foi realizado um levantamento teórico de 1997 a 2003, utilizando o sistema SCIELO, LILACS E MEDLINE, além de outras fontes de referência consideradas importantes para a realização deste trabalho. As palavras utilizadas nessa revisão foram: Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono, Pressão Aérea Positiva e Sono para o SCIELO e o LILACS e Síndrome de Apnea, CPAP Nasal, Sleep e Continous Positive Airway Pressure para o MEDLINE. SÍNDROME DA APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO A Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) é caracterizada pela obstrução completa ou parcial recorrente das Vias Aéreas Superiores (VAS) durante o sono, resultando em períodos de apnéia, dessaturação de oxihemoglobina e despertares freqüentes com conseqüente sonolência diurna(2). A apnéia pode ser entendida como uma interrupção do fluxo aéreo por dez segundos ou mais, enquanto a hipopnéia é a redução do fluxo de ar no mínimo em 50% por 10 segundos ou mais. A SAOS pode ser classificada em três tipos distintos: a apnéia central, na qual ocorre uma diminuição do impulso neural pelo Sistema Nervoso Central aos músculos respiratórios, geralmente refletindo em anormalidades estruturais e/ ou fisiológicas do Centro de Controle Respiratório, atingindo de 5% a 10% da população; a apnéia obstrutiva causada pela obstrução completa ou parcial das Vias Aéreas Superiores (VAS), mantendo-se o esforço respiratório; e apnéia mista que ocorre quando existe um componente inicial central, seguido por um componente obstrutivo, resultando na interrupção da respiração (3). Durante o período de sono normal, ocorre

uma redução acentuada do metabolismo e da produção de CO2 levando a um quadro de hipoventilação alveolar. Além disso, é observado um quadro de alteração mecânica na respiração devido ao colabamento parcial da faringe cursando para um aumento da resistência nas Vias Aéreas Superiores durante a inspiração. A diminuição dos impulsos nervosos na musculatura respiratória ou obstrução das VAS leva a um quadro de hipoxemia e hipercapnia, acarretando um aumento do trabalho respiratório. Como conseqüência ocorre micro-despertares durante os quais, verificamse as contrações musculares que abrem a via aérea seguindo-se de um período de hiperventilação. O sono retorna e com ele o colabamento da via aérea reiniciando o ciclo. Alguns fatores para o desenvolvimento da SAOS incluem: obesidade, que leva a um acúmulo de gordura na parede da faringe estreitando o diâmetro da mesma, anormalidades anatômicas, incluindo alterações do esqueleto facial, uso de álcool e drogas sedativas relaxando a musculatura das vias aéreas e o tabagismo porque causa inflamação, edema e estreitamento das vias aéreas. A sintomatologia da SAOS é bastante ampla, podendo seus portadores apresentar sonolência diurna excessiva, sono noturno não restaurador, alterações na personalidade, diminuição da memória e concentração, depressão/ irritabilidade, diminuição da libido, cefaléias matinais, noctúria, roncos altos associados com episódios apnéicos testemunhados, respiração irregular, sudorese, hipertensão (pode estar associada), dentre outros (3). O diagnóstico da SAOS baseia-se em três fatores principais: índice da Apnéias/ Hipopnéias (IAH), dessaturação de O2 e sonolência diurna excessiva. Estes fatores determinam o curso do tratamento. Os clínicos deveram diagnosticar e prescrever o tratamento de acordo com os sintomas apresentados e com o estudo da polissonografia (exame que estuda o sono noturno), apresentando esta uma sensibilidade e especificidade perto dos 95%. O tratamento da SAOS é multifatorial, sendo composto por um agressivo programa para a perda de peso, terapia posicional (evitandose o decúbito dorsal), suspensão definitiva do álcool, controle da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), tratamento endocrinológico em caso de hipotireoidismo, terapia cirúrgica específica (lesão das VAS e retrognatia), úvulofaringopalatoplastia e terapia por pressão positiva (CPAP, BiPAP e AUTO-CPAP) (4).


NovaFisio.com.br • 27


Palavras chave | CPAP, Sono, Pressão Contínua Positiva, Apnéia do Sono. CPAP O Suporte Ventilatório com Pressão Positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) é descrito como um aparelho que dentre outras aplicações é utilizado na terapia domiciliar para o tratamento da Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono, sendo constituído por um gerador de fluxo ou motor refrigerado a ar, uma válvula unidirecional, uma máscara nasofacial e uma válvula de pressão positiva. O uso do CPAP nasofacial com máscara melhora a pressão de fluxo inspiratório, devido a elevação da pressão na região nasofaríngea, e a PEEP aumenta a CRF por meio de reexpansão de alvéolos colapsados ou hipoinsuflados, melhorando a ventilação em aéreas de baixa V/Q. Isto leva a uma diminuição da hipoxemia por redução do shunt. O aumento da CRF promove um ganho da complacência pulmonar e, portanto, diminuição do trabalho respiratório (5). A maioria dos aparelhos permite o ajuste manual de 2,5 a 30 cmH2O, sendo que os mais novos possuem característica de rampa aumentando progressivamente a pressão até o nível desejado: isto auxilia os pacientes a adormecerem elevando a adesão a terapia. O tratamento com o uso do CPAP pode provocar alguns problemas associados, como a obstrução reversível das VAS geralmente devido a uma epiglote flácida; irritação cutânea decorrente de máscaras muito apertadas ou sujas tendo como sinal hiperemia; conjuntivite resultante de um provável escape da máscara envolta no nariz; epistaxe e/ ou desconforto nasal relacionados com o ressecamento da mucosa nasal, principalmente em climas secos e frios. Com o intuito de reverter esses ressecamentos pode-se utilizar umidificadores in line, vaporizadores de quarto, trocadores de calor e umidade e sprays nasais de solução salina, se não houver contra-indicação (5). DISCUSSÃO Balbani et al. (apud YAN) (6) afirmam que entre os vários dispositivos existentes para a manutenção da via aérea patente, está a mascara para pressão positiva aérea contínua na via aérea (CPAP) introduzida em 1981, tornando-se, desde então, um dos tratamentos mais utilizados para o tratamento da Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono. Através de uma máscara nasal de Silicone se aplica ar a pressão contínua até alcançar os níveis necessários para restabelecer o predomínio normal das forças dilatadoras sobre a pressão negativa intraluminal (6). Wiegand et al. (apud YAN) (6) descrevem que as pressões normalmente usadas no CPAP variam entre 5 a 15 cm H2O e devem ser ajustadas individualmente. As pressões variam de paciente para paciente em diferentes estágios do sono, por esse motivo, o CPAP deve ser calibrado para cada caso baseando-se em estudos polissonográficos. Boudewyns et al (7) relatam melhora na oxi28 • NovaFisio.com.br

genação de pacientes com SAOS após o uso do CPAP. O objetivo principal é alcançar a mínima pressão que faça desaparecer as apnéias e hipopnéias normalizando o esforço respiratório, a oxigenação e a estrutura do sono.

Deve-se alertar ao paciente que são necessárias algumas semanas de uso do CPAP para que se obtenha o resultado final na reversão da hipersonolência diurna. Um fator importante é a adesão do paciente ao tratamento com CPAP. Oliver (8) relata que dentre os efeitos positivos da utilização do CPAP incluem-se: uma melhora na realização das funções diárias, como o ciclo sono/ vigília e qualidade de vida; induz a regulagem dos quimioceptores em um período de três meses, melhorando, desta forma, a taxa de gases sanguíneos e os despertares relacionados a apnéia; estabiliza ou melhora os níveis de HAS em alguns pacientes; além de melhorar a função cardiovascular em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC). HUI et al. (9) afirmam que alguns pacientes toleram melhor o aparelho com ajuste independente de pressão positiva inspiratória e expiratória (nasal bilevel positive airway pressure device – BiPAP), contudo, é um aparelho de tecnologia mais cara e, portanto, não deve ser utilizado como primeira escolha. Recentemente, tem-se proposto o uso do AUTO-CPAP, dispositivo informatizado capaz de auto-ajustes para adequar as pressões positivas às necessidades dos pacientes durante o sono. Estudos mais atualizados mostraram que o uso de dispositivos inta-orais tem-se constituído em uma boa alternativa ao uso do CPAP para os casos de apnéia leve (10). CONCLUSÃO Apesar do crescente número de estudos e pesquisas relativos aos distúrbios do sono, a SAOS ainda é sub-diagnosticada em alguns casos, devido a pouca importância dada ao estudo desses distúrbios durante a graduação e a pós-graduação. O não reconhecimento da SAOS é preocupante, devido à co-morbidade associada e ao risco de morte súbita nos pacientes com a síndrome. O suporte ventilatório com pressão positiva contínua (CPAP) ainda é o tratamento de escolha na maioria dos casos em pacientes portadores da SAOS. Apesar disso, novos estudos começam a apresentar alternativas para o tratamento desta síndrome como, por exemplo, a utilização do BiPAP e do AUTO-CPAP. Outra técnica que se constitui em uma boa

alternativa para o tratamento da SAOS é a introdução de dispositivos intra-orais como aparelhos para sucção da língua, impedindo seu deslocamento posterior e aparelhos ortodônticos para portadores de retrognatia. Apesar de mais acessíveis esses aparelhos possuem uma tolerabilidade bastante variável por parte dos pacientes. Desta forma este trabalho sugere o desenvolvimento de novos estudos que comprovem os benefícios do CPAP no tratamento da SAOS e também visem viabilizar novas modalidades terapêuticas igualmente eficazes, contribuindo para uma melhor recuperação dos pacientes portadores dessa síndrome. REFERÊNCIAS 1. BALBANI, A. P. S.; FORMIGONI, G. G. S. Ronco e Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono. Revista da Associação Médica Brasileira 1999; V. 45(3); págs. 273-278. 2. MARTINEZ, Luciano Ferreira, LADEIRA, Renata Teixeira, BRANDÃO, Rodrigo Antônio Neto, LORENZI, Geraldo Filho, BENSEÑOR, Isabela Martins. Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono e sua relação com a Hipertensão Arterial Sistêmica. Evidências Atuais. Arquivo Brasileiro de Cardiologia 2002; V. 78(5); págs 531-536. 3. MIRABET, Ângela M. Distúrbios respiratórios relacionados ao sono. In Press 1998. 4. SCARPINELLA, M. A. Bueno, LLARGES, C. M. ISOLA, A. M. HOLANDA, M. A., ROCHA, R. T.,AFONSO, J. E. Uso do Suporte Ventilatório com Pressão Positiva Contínua em Vias Aéreas (CPAP) por meio de Máscara Nasofacial no Tratamento da Insuficiência Respiratória Aguda. Revista da Associação Médica Brasileira 1997; V. 43(3); págs 180-184. 5. TURIENZO, Juan M. Figueroa. Tratamiento Del Síndrome de Apnea Obstructiva Del Sueño mediante CPAP Nasal. ARCH ARG PEDIATR 1998; V. 96; págs 204-207. 6. YAN, Andrew T. , BRADLEY, Douglas, LIU, Peter P. The Role of Continous Positive Airway Pressure in the Treatment of Congestive Heart Failure. Nov. 2001; V. 120; págs 16751685. 7. BOUDEWYNS, An et al. Abbreviated Method for Assessing Upper Airway Function in Obstructive Sleep Apnea. Chest, Oct 2000; V. 118; págs. 1031-1041. 8. OLIVER, Zoe, HOFFSTEIN, Victor. Predicting Effective Continous Positive Airway Pressure. In Press 1999. 9. HUI, Davis S. C. et al. Prevalence of SleepDisordered Breathing and Continous Positive Airway Pressure Compliance: Results in Chinese Patients with First-Ever Ischenic Stroke. Chest; Sept. 2002; V. 122; págs. 852-860. 10. MARRONE, Oreste et al. Sleep Structure Correlates of Continous Positive Airway Pressure Variations During Application of an Autotitrating Continous Positive Airway Pressure Machine in Patients with Obstructive Sleep Apnea Syndrome. Chest; Mar 2002; V. 121; págs 759-767.


NovaFisio.com.br • 29


Palavras chave|AIDS, Imunudepressão, afecções respiratórias, HIV.

Efeitos da terapia física nos indivíduos imunodeprimidos. Por|Sarah Souza Pontes A AIDS é considerada um problema de saúde pública no Brasil, o crescimento desta epidemia vem em ascendente na população feminina¹, estes dados são semelhantes em outros países. Entre 1991 a 2000 foram notificados no Ministério da Saúde 197.924 casos de AIDS². As afecções respiratórias são as mais freqüentes na AIDS. Em necropsias foi constatado que 90% desses pacientes apresentam algum tipo de envolvimento pulmonar³. Cerca de 70% referem pelo menos um episódio de doença respiratória na evolução da doença, 65% têm infecção respiratória e aproximadamente 30% tem os comprometimentos respiratórios como causa do óbito. As infecções pulmonares causadas pelo Pneumocystis Carinii, representam atualmente cerca de 25% das pneumonias em pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e são responsáveis por 15% das mortes. O pneumotórax ocorre em 1 a 2% dos pacientes HIV positivos hospitalizados, associado a 34% de mortalidade. São taxas relativamente altas se considerado o já comprometido sistema imunológico. O pneumotórax espontâneo é uma complicação relativamente mais freqüente em indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), o risco do surgimento de um pneumotórax espontâneo no paciente soropositivo é, aproximadamente, 450 vezes maior que em outros pacientes não infectados pelo HIV. MÉTODO O presente artigo é uma revisão de literatura nacional e internacional, de bases de dados eletrônica como: LILACS, BIREME MEDLINE, SCIELO, PUBMED e revistas indexadas, monografias e livros texto referente ao ano de 1991 a 2008, exceto um estudo por sua relevância, os artigos revisados tendo como temática treinamento muscular, exercício, imunossupressão, HIV/AIDS. Foram excluídos artigos que não estavam dentro do período estipulado ou pesquisas que não possuíam o tema especificado. RESULTADOS E DISCUSSÃO A AIDS é considerada um problema de saúde pública no Brasil, o crescimento desta epidemia vem em ascendente na população feminina¹, estes dados são semelhantes em outros países. Entre 1991 a 2000 foram notificados no Ministério da Saúde 197.924 casos de AIDS². Foi realizado um estudo com a temática o efeito crônico do exercício na função imune em indivíduos soro-negativo. Alguns estudos mostram que, em repouso, indivíduos treinados e soro-negativos para o HIV, tem atividade aumentada das células 30 • NovaFisio.com.br

natural killer, resposta mitogênica de linfócitos T e imunoglobulinas no soro quando comparados com um grupo controle, desta forma o exercício moderado melhora a função do sistema imune. Alguns estudos divergem deste, demonstrando que maratonistas após treinamento de alta intensidade podem ficarem susceptível a imunossupressão temporária com aumento do risco de infecções no trato superior respiratório. Os fatores nos quais pode ser explicado essa controvérsia nos estudos é a variedade de protocolos de exercício, as diversas técnicas possíveis de ser experimentadas, populações heterogêneas entre estudos e a interpretação de resultados, como a falta de controle da intensidade de treinamento ou ausência de grupo controle. Além disso, o sistema imune é complexo e sofre e exerce relação com outros sistemas como o neuroendócrino. O estudo realizado sobre o efeito crônico do exercício em pessoas com HIV mostrou aumentos significativos na capacidade funcional e nos níveis de linfócitos T auxiliares/indutores (TCD4+), assim como redução nos escores de ansiedade e depressão de um grupo de homossexuais homens, que tinham sido notificados sobre seu estado sorológico, durante o período da pesquisa. Um ensaio clínico, que mostrou que pacientes com HIV podiam se exercitar tanto a intensidade moderada (60% da freqüência cardíaca máxima) como alta (85% da freqüência cardíaca máxima) sem modificação significativa do número nem percentual das células. Esse estudo, em concordância com outros publicados na mesma época, mostrou também que pessoas com HIV melhoravam significativamente sua capacidade funcional, como resultado do treinamento de exercício aeróbio de intensidade moderada ou alta. Desde o começo da epidemia, as modificações na composição corporal tem sido uma característica central da infecção pelo HIV e AIDS. O fato de que o treinamento de resistência muscular proporciona uma proteção contra a perda de tecido muscular magro na população geral, motivou a realização de estudos que visaram avaliar as adaptações ao treinamento de resistência muscular de pacientes com AIDS e com perda de massa magra. Um ensaio clínico controlado recrutou 24 homens que tinham um episódio com recuperação de pneumonia por Pneumocystis Carinii, porém, sem outra infecção oportunista para a definição de AIDS. Três variáveis da função muscular foram estudadas: força ou torque máximo, potência máxima e trabalho total, em 12 regiões musculares, mais três variáveis antropométricas (peso corporal, três dobras cutâneas e dois

perímetros corporais). O grupo que foi submetido ao exercício foi realizado por três vezes semanais durante seis semanas, aumentou significativamente 13 das 15 variáveis em estudo, enquanto o grupo controle teve redução de oito variáveis das 15 estudadas. Os autores concluíram que, durante o estágio de AIDS não agudo, acontece adaptação fisiológica ao exercício com melhora da função muscular e aumento da massa e dimensões corporais. Em um estudo foram avaliados 30 homens com HIV e sedentários que participaram de um programa combinado de treinamento aeróbio (60-80% da freqüência cardíaca máxima) e resistência muscular durante 12 semanas. No grupo que foi submetido ao programa de exercícios foi constatado aumento significativo da capacidade funcional e aumento de 30% da força. No entanto, os parâmetros imunológicos permaneceram inalterados em ambos os grupos. Um estudo que teve como objetivo investigar o efeito independente da terapia com testosterona e exercício de resistência muscular em pacientes com AIDS avaliaram o efeito de 12 semanas de treinamento em três grupos, um intervindo com testosterona e treinamento de resistência muscular, outro com placebo e treinamento de resistência muscular e um terceiro grupo controle. Os autores relataram aumentos significativos da massa muscular, tanto no grupo que foi administrado a testosterona como no grupo placebo, quando comparados com o grupo controle. Em um estudo com a temática os efeitos do exercício físico em indivídos imunodeprimidos, foram realizados exercícios durante um período de três meses por três vezes semanais os resultados demonstraram que a maioria dos pacientes (75%) dobra a quantidade de linfócitos CD4 e estabiliza a infecção, além de terem apresentado completa reversão do estresse oxidativo sistêmico, típico de pacientes HIV/AIDS. Desta forma todos os artigos revisados demonstram benefícios da terapia física para indivíduos com imunossupressão decorrente do HIV. O protocolo de exercício deve ser realizado de forma criteriosa e visando as alterações possíveis e mais freqüentes para que possa ser realizado uma prevenção das afecções oportunistas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através desta revisão de literatura podemos verificar a importância da terapia física em indivíduos imunodeprimidos decorrente do HIV, o protocolo e os parâmetros ideais de terapia física ainda não estão bem elucidados. É necessário novos estudos na área de atuação.


NovaFisio.com.br • 31


Agenda|Divulgue seus eventos de graça em nossa agenda. Visite o site. DESC DATA MARÇO 17 a 19 10% 19 a 22 10% 19 a 22 19 a 22 19 a 26 19 a 26 20 10% 20 a 21 20 a 22 20 a 22 20 a 22 20 a 22 21 21 e 22 21 e 22 21 e 22 21 e 22 21 a 24 21 a 24 22 a 29 23 e 24 25 e 26 10% 25 a 29 26 a 29 27 e 28 27 27 a 29 27 a 29 10% 28 28 28 28 28 28 e 29 28 e 29 28 e 29 28 a 30 28 a 31 28 a 04 29 e 30 31 e 01 ABRIL 02 a 05 03 a 05 03 a 05 10% 04 e 05 04 e 05 04 a 05 04 a 07 06 e 07 09 a 12 09 a 12 10 a 12 11 10% 14 a 19 17 10% 18 a 19 18 a 19 18 a 20 18 a 20 18 a 21 24

CURSO

CIDADE

UF CONTATO

Fisioterapia Dermato Funcional Facial Reabilitação Vestibular Reabilitação Vestibular Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 3 Aprimoramento Profissional em RPG/RPM Aprimoramento Profissional em RPG/RPM Curso de Formação Physio Pilates - Polestar Massagem Turninada e Bambuterapia Isostretching Curso de Pilates Aplicado as Lesões Osteomusculares Curso de Estética Facial e Peelings Químicos e Mecânicos I Cong. Int. de Osteopatia / III Cong. Ibero Americano de Osteopatia Pós-Graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional Mobilização Neural Introdução à TCS Auriculoterapia Primeiros Socorros nas Emergências Clinicas Estabilização Segmentar Vertebral Estabilização Segmentar Vertebral Imaginologia para Terapeutas Manuais e Osteopatas - Mód. 2 Técnicas Osteopáticas Mobilização Neural Reprogramação Postural no Pilates (1º Modulo) Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 3 Mobilização Neural Pós Graduação em Fisioterapia do Trabalho (UNICAPITAL) Ergonomia nas Empresas Curso Imaginologia Músculo- Esquelética para Fisioterapeuta Manipulação Articular Fisioterapêutica Pós-Graduação UGF - Fisioterapia Terapia Postural na Bola Fundamentos e Práticas Fisioterapêuticas no Câncer de Mama Pós-Graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional Curso Int. Estabilização da Coluna Vertebral / Lesões Ortopédicas ABC da Fisioterapia Respiratória Introdução à TCS (à confirmar) Curso Intensivo Teórico e Prático em Fisioterapia Dermato-Funcional Estabilização Segmentar Vertebral Fundamentos e Práticas Fisioterapêuticas no Câncer de Mama Mobilização Neural Técnicas Osteopáticas

Rio de Janeiro RJ Salvador BA Fortaleza CE Juiz de Fora MG Rio de Janeiro RJ São Paulo SP São Paulo SP Fortaleza CE Salvador BA Salvador BA itaim SP Campinas SP Curitiba PR Campinas SP Uberlândia MG São J. Campos SP Rio de Janeiro RJ Maceió AL Ribeirão Preto SP Rio de Janeiro RJ Campinas SP Ribeirão Preto SP Teresina PI Rio de Janeiro RJ S.J. do Rio Preto SP São Paulo SP Búzios RJ Fortaleza CE Rio de Janeiro RJ São Paulo SP Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Londrina PR São Paulo SP Rio de Janeiro RJ Londrina PR Rio de Janeiro RJ Brasília DF Rio de Janeiro RJ São Paulo SP São Paulo SP

(11) 5586-7000 (85) 3281-8270 / 3067-7072 (85) 3281-8270 / 3067-7072 (32) 3214-6798 (11) 5586-7000 (11) 5586-7000 (71) 3261-8000 (85) 3281-8270 / 3067-7072 0800 7242800 (71) 3358-2318 / 3354-4543 (11) 3079-0925 / 8141-6719 (19) 3241-2761 (41) 3225-1844 / 3232-3345 0800 400 7008 www.upledgerbrasil.com (12) 3943-3611 / 3943-2921 (21) 2224-7744 (21) 3521-9680 / 7832-8296 (21) 3521-9680 / 7832-8296 (21) 4063-7914 0800 400 7008 0800 400 7008 (85) 3281-8270 / 3067-7072 (21) 9505-0804 0800 400 7008 (11) 4997-6916 (21) 3521-5091 / 8417-4062 (85) 3491-1352 / 9982-1495 (21) 9984-2190 (11) 2714-5656 (21) 2224-7744 / 3970-3715 (21) 3289-4722 (41) 3225-1844 / 3232-3345 0800 179 977 (21) 2224-7744 / 3970-3715 (43) 3375-4704 (21) 2484-2568 (21) 3521-9680 / 7832-8296 (21) 3289-4722 0800 400 7008 0800 400 7008

Disfunção Temporomandibular (ATM) Oclusão e Dores Orofaciais Aperfeiçoamento em Dermato Funcional - Mód. 1 Fisioterapia em Mastologia Oncológica Fisioterapia Respiratória “Da Clínica a Unidade de Terapia Intensiva” Mobilização Neural RMA ( Modulo II ) Estabilização Segmentar Vertebral Técnicas Osteopáticas Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 3 Terapia CranioSacral 2 Isostretching Curso de Diagnóstico da Medicina Chinesa Formação em Shiatsu Curso de Formação Physio Pilates - Polestar Fisioterapia Respiratória “Da Clínica a Unidade de Terapia Intensiva” Curso de Imagiologia Músculo-Esquelética para Fisioterapeutas Imaginologia para Terapeutas Manuais e Osteopatas (2º Módulo) Atualização em Dermato-Funcional ENAF Curso de Formação Physio Pilates - Polestar

Rio de Janeiro RJ Porto Alegre RS Rio de Janeiro RJ Fortaleza CE Porto Alegre RS São J. Campos SP Rio de Janeiro RJ Porto Alegre RS João Pessoa PB Guapimirim RJ Piracicaba SP Rio de Janeiro RJ Fortaleza CE Salvador BA Fortaleza CE Blumenal SC Rio de Janeiro RJ Porto Alegre RS Poços de CaldasMG Rio de Janeiro RJ

(11) 5586-7000 (11) 3079-0925 / 8141-6719 (21) 2224-7744 / 3970-3715 (85) 3281-8270 / 3067-7072 0800 400 7008 (12) 3943-3611 / 3943-2921 (21) 3521-9680 / 7832-8296 0800 400 7008 (83) 3422-1973 / 9941-8682 www.upledgerbrasil.com 0800 724 2800 (21) 2549-4087 (85) 3281-8270 / 3067-7072 (71) 3261-8000 (85) 3281-8270 / 3067-7072 (41) 3019-2828 (21) 4063-7914 (11) 3079-0925 / 8141-6719 (35) 3222-23 (71) 3261-8000

DIVULGUE SEU CURSO GRATUITAMENTE AQUI! VEJA NOSSA AGENDA COMPLETA NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR 32 • NovaFisio.com.br


Agenda|Divulgue seus eventos de graça em nossa agenda. Visite o site. DESC DATA CURSO CIDADE UF CONTATO ABRIL 24 a 26 Administração e informática aplicada a clínica de fisioterapia Búzios RJ (21) 3521-5091 / 8417-4062 24 a 26 Curso de Pilates Aplicado as Lesões Osteomusculares Salvador BA (71) 3358-2318 / 3354-4543 25 e 26 Resistência Elástica Progressiva - Balance, Bolas e Bandas Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 / 3970-3715 25 e 26 Introdução à Terapia CranioSacral (à confirmar) Montevideo - Uruguay www.upledgerbrasil.com 30 a 02 14º Congresso Brasileiro de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé Florianópolis SC www.congpe2009.com.br 30 a 03 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 3 São Paulo SP (11) 5084-2411 / 9273-7636 MAIO 01 a 03 Aperfeiçoamento em Dermato Funcional - Mod II Porto Alegre RS (11) 3079-0925 / 8141-6719 02 e 03 Reeducação Vestibular Funcional Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 / 3970-3715 04 (Pós) Fisioterapia Dermato-Funcional e Cosmetologia - Modular Curitiba PR (41) 3019-2828 10% 06 a 10 Reprogramação Postural no Pilates (2º Modulo) Teresina PI (85) 3281-8270 / 3067-7072 08 a 11 Conceito Mulligan São Paulo SP 0800 400 7008 09 Curso de Diagnóstico da Medicina Chinesa Rio de Janeiro RJ (21) 2549-4087 09 a 10 Principios da Ventilação Mecânica Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 / 3970-3715 09 a 10 Ventilação Mecânica - Metodos Avançados Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 / 3970-3715 12 e 13 Movimento Combinado São Paulo SP 0800 400 7008 13 a 16 II CIRNE - Cong. Int. Reabilitação Neuromusculoesquelética e Esportiva Belo Horizonte MG www.cirne20009.com.br 13 a 17 Curso de Formação em Cadeias Musculares - Mód. 4 Juiz de Fora MG (32) 3214-6798 13 a 17 II Congresso Brasileiro de Acupuntura da AFA Brasil Recife PE cejemeventos@cejem.com.br 10% 14 a 17 Curso de Spiral Taping Fortaleza CE (85) 3281-8270 / 3067-7072 14 a 19 RPG e Pilates - Mód. I São Paulo SP 0800 400 7008 15 Curso de Formação Physio Pilates - Polestar Recife PE (71) 3261-8000 15 a 21 Curso de RPG/RNP (2º Módulo) Campinas SP 0800 702 3140 16 Pós-Graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional Presid. PrudentePR (41) 3225-1844 / 3232-3345 16 e 17 Introdução à TCS (à confirmar) Curitiba PR www.upledgerbrasil.com 16 e 17 RMA ( Modulo III ) São J. Campos SP (12) 3943-3611 / 3943-2921 DIVULGUE SEU CURSO GRATUITAMENTE AQUI! VEJA NOSSA AGENDA COMPLETA NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR

NovaFisio.com.br • 33


34 • NovaFisio.com.br


Agenda|Cadastre seu e-mail em nosso site e receba informativos dos cursos.

NovaFisio.com.br • 35


Tininha |

Humor - passa-tempo - tv - novidades - música - cinema - automóvel

10 Tininha Oi pessoal, ano novo, revista nova. Desejo para vocês um 2009 ano repleto de alegria e realizações como estamos conseguindo ao longo dos anos com a nossa publicação. Modernizamos nossa revista e continuamos com este espaço dedicado para que vocês enviem suas sugestões. Mantenha sempre o bom humor em dia e não deixem de nos enviar seus comentários: tininha@ novafisio.com.br

10 Piadinhas rápidinhas da Tininha 10º LUGAR - Como é que se chama um traficante armado até os dentes? - É melhor chamar, no mínimo, de senhor... 9º LUGAR - Como é que se faz um monte de velhinhas gritar ‘Merda’? - É só gritar ‘Bingo’!!! 8º LUGAR Dois pães de queijo foram brincar de esconde-esconde. Um deles se escondeu no forno. - O que ele disse quando foi descoberto pelo outro? - Assou! 7º LUGAR O baiano deitado na rede pergunta pra mãe: - O maínha... Tem aí remédio pra mordida de cobra? - Tem não meu rei. Por que? Você foi picado? - Ainda não, mas ela está vindo na minha direção... 6º LUGAR - Um advogado e sua sogra estão em um edifício em chamas. - Você só tem tempo pra salvar um dos dois. - O que você faz? Vai almoçar ou vai ao cinema?

36 • NovaFisio.com.br

5º LUGAR - O que é preciso para reunir os Beatl es? - Mais duas balas. 4º LUGAR A mulher comenta com o marido: - Querido, o relógio caiu da parede e quase acertou a cabeça da mamãe ... - Maldito relógio! Sempre atrasado. 3º LUGAR - Onde você estava? - pergunta a mãe à menininha. - No quarto, brincando de médico com o Joãozinho. - De médico!?! - a mãe dá um grito e um salto da cadeira. - Medico do SUS, mãe..., ele nem olhou na minha cara! 2º LUGAR A titia pergunta pro Joãozinho: - O que vai fazer quando for grande como a titia? O Joãozinho responde... - Um regime! A GRANDE VENCEDORA Conversa de casados: - Querido, o que você prefere? Uma mulher bonita ou uma mulher inteligente? - Nem uma, nem outra. Você sabe que eu só gosto de você!!!

Pequenas Diferenças entre Homens e Mulheres NOS APELIDOS - Se Adriana, Silvana, Débora e Luciana vão almoçar juntas, elas chamarão umas às outras de Dri, Sil, Dé e Lu. - Se Leandro, Carlos, Roberto e João saem juntos, eles afetuosamente se referirão uns aos outros como Gordo, Cabeção, Rato e Negão. COMENDO FORA - Quando a conta chega, Paulo, Carlos, Roberto e João jogam na mesa R$ 20,00 cada um, mesmo sendo a conta apenas R$ 32,50. Nenhum deles terá trocado e nenhum vai ao menos admitir que quer troco - logo o troco será convertido em saideiras. - Quando as garotas recebem sua conta, aparecem as calculadoras de bolso e todas procuram pelas moedinhas exatas dentro da bolsa. FILMES - A idéia que uma mulher faz de um bom filme é aquele em que uma só pessoa morre bem devagarzinho, de preferência por amor. - Um homem considera um bom filme aquele em que muita gente morre bem depressa, se possível com balas de

metralhadora ou em grandes explosões. DINHEIRO - Um homem pagará R$ 20,00 por um item que vale R$ 10,00, mas que ele realmente precisa. - Uma mulher pagará R$ 10,00 por um item que vale R$ 20,00, mas que ela não precisa. BANHEIROS - Um homem tem seis itens em seu banheiro: escova de dentes, pente, espuma de barbear, barbeador, sabonete e uma toalha. - A quantidade média de itens em um banheiro feminino é de 756. E um homem não consegue identificar a maioria deles. DISCUSSÕES - Uma mulher tem a última palavra em qualquer discussão. Por definição, qualquer coisa que um homem disser depois disso, já é o começo de uma outra discussão. FUTURO - Uma mulher se preocupa com o futuro até conseguir um marido. - Um homem nunca se preocupa com o futuro até que consiga uma esposa. MUDANÇAS - Uma mulher casase com um homem esperando que ele

mude, mas ele não muda. - Um homem casase com uma mulher esperando que ela não mude, mas ela muda. DIVIDINDO - Uma mulher dividirá seus pensamentos e sentimentos mais profundos com um completo estranho que lhe dê atenção. - Um homem só dividirá seus pensamentos e sentimentos mais profundos quando questionado por um advogado artimanhoso, sob juramento, e mesmo assim, apenas quando isso puder diminuir a sua pena. AMIZADE - A mulher encontra com outra na rua: ‘Nossa como você tá linda!!!’. Quando viram as costas vem o comentário : ‘Nossa como ela tá gorda!’ - Um homem encontra com outro na rua: ‘Fala seu gordo-careca-bichona!!!’ Quando viram as costas vem o comentário: ‘pô esse cara é gente fina pra caramba!’


compras -

moda - economia - turismo - esporte...

R Mias umas rapidíssimas: - Dr. eu to com sérios problemas de memória! - É? E quais seriam estes problemas? - Que problemas doutor? Marido chega preocupado em casa e diz à esposa: -Tenho um problema no serviço. Esposa:- Não diga tenho um problema, diga temos um problema, porque os teus problemas são meus também. Marido:- Tá bem, temos um problema no serviço, a nossa secretária vai ter um filho nosso. A mulher entra num restaurante e encontra o marido com outra: - Pode me explicar o que é isto? E ele responde: - Só pode ser azar!!! Antigamente, quando uma moça conhecia um rapaz gentil e educado perguntava logo se era solteiro... Hoje, pergunta se é viado. - Carmen, você está doente? Te pergunto porque eu vi sair um médico da sua casa, esta manhã... - Olha, minha querida, ontem eu vi sair um militar da sua e nem por isso você está em guerra, não

SOBE...

é verdade? - Diga-me, por que motivo você quer divorciar-se de seu esposo? - Meu marido me trata como se eu fosse um cão! - A maltrata? Bate? - Não, quer que eu seja fiel! Um ladrão grita ao outro, em meio a um roubo: - A polícia está aí! - E agora, que fazemos? - Vamos pular pela janela! - Mas, nós estamos no 13º andar! - Agora não é hora para superstições!!! Em Londres, marido e mulher se acomodam na mesa de um restaurante. O garçom pergunta: - O que os senhores desejam? - Eu quero um filé mal passado! - responde o homem. - Senhor.... tem certeza? E a vaca lo uca? - Sei lá, pergunta aí pra ela... Uma senhora vaidosa pergunta a um senhor sincero: - Que idade o senhor me dá? - Bem... pelos cabelos, dou-lhe vinte anos, pelo olhar, dezenove, pela sua pele, dezoito, e pelo seu corpo, dezessete anos! - Hummm, mas como o senhor é lisonjeador!

- Nada disso, sou sincero... Agora espere que vou fazer a soma. Num dia de muito calor, o marido sai do banho pelado, chega pra esposa e fala: - Meu bem, está muito quente... o que você acha que os vizinhos vão dizer se eu for cortar a grama assim, completamente nú? A mulher olha pra ele e responde: - Provavelmente, que eu casei com você só por dinheiro...

O CREFITO-06 lança campanha para abaixo -assinado contra Projeto de lei Nº 4199/01. Quiropraxia é uma especialidade da fisioterapia! Visite o site do crefito 6 e faça sua parte.

SOBE...

Foi bonita a homenagem do COFFITO para o dia do fisioterapeuta no intervalo do programa Fantástico da TV Globo.

SOBE...

Foi exibido no dia 02, na TV Câmara canal 6 (NET) às 21hs a entrevista concedida pelo Dr. Ricardo Lotif Araújo o Presidente do CREFITO 6 enaltecendo a profissão.

DESCE...

Vocês tem um espaço na revista que se chama sobe e desce. Gostaria de relatar um concurso para o estado de Bom Jardim de Goias-GO que apareceu para a Fisioterapia com a carga horária de 40hs e o salário de 700,00 reais. É um absurdo que possamos aceitar um valor deste para a nossa profissão. Abraços Tais-BH - Obrigado por Participar Tais

DESCE...

Nenhum dos candidatos colegas fisioterapeutas a diversos cargos no ceará foram eleitos, perdemos todos com esta situação.

OBS:

Participe do elevador você também. Envie para nosso e-mail o fato que você achou que subiu ou desceu sobre nossa profissão e publicaremos aqui!

NovaFisio.com.br • 37


|Fisio Perfil

FP

André Luis dos Santos Silva

Sempre uma breve entrevista com quem tem uma longa história

Quem é | Dr. André Luis dos Santos Silva reabilitacaovestibular@gmail.com Sempre atuou na fisioterapia clínica (hospitalar, ambulatorial), consultório particular. Atualmente, mantem essas atividades associadas à pesquisa e à docência, porém voltada para a área de Reabilitação Vestibular e do equilíbrio (pessoas com vertigem, labirintite, etc). “O que farei na fisioterapia?!” A busca pela excelência científica e humanística inerentes a esta linda profissão.

Qual ano e em qual faculdade que se formou? FRASCE, em 1993 no Rio de Janeiro-RJ Qual foi a melhor coisa que fez na vida? Entre tantas alegrias que tive na profissão, foi descobrir novos caminhos, no caso a abordagem diagnóstica e terapêutica aos pacientes com disfunçoes labirínticas. Qual foi a pior coisa que fez na vida? Como recém-formado, achar que o plano terapêutico era o mais importante. Hoje, sem sombra de dúvida, a avaliação funcional completa do nosso paciente é nosso maior bem. Ouví-lo, ouvílo e ouví-lo sempre!

profissionais que te cercam? Felizmente, procuro me cercar de pessoas que amam o que fazem e praticam o estado da arte da fisioterapia. Que qualidade mais detesta nos profissionais que te cercam? Não detesto nada nem ninguém, mas de maneira geral me incomoda a resistência que alguns colegas apresentam para agregar mais informações sociais, culturais e científicas. Tanto do mundo que os cerca, como da própria profissão. Qual sua maior virtude? Procurar sempre exercer a tolerância. Qual seu pior defeito? Dormir muito tarde.

O que você mais gosta na profissão? Sua capacidade de lidar com desafios clínicos e, o melhor, sem medicação...

Se pudesse mudar algo, o que seria? Influenciar na possibilidade de termos um profissional com melhor remuneração.

O que você odeia na profissão? Na profissão? Nada! Mas, entristece ver aqueles que tentam transformá-la em sua atividade secundária, como se fosse um “biscate”.

Qual maior mentira já contou? Não existe mentira, há omissões por vezes necessárias à vida e ao coletivo....rsrsrsr!

Que qualidade mais admira nos 38 • NovaFisio.com.br

Qual fato foi mais inusitado em sua carreira? No início de carreira, empolga

do, explicava tudo em detalhes sobre o caso e o tratamento. Foi até quando uma pacientegeriátrica falou bem baixinho no meu ouvido: “- Doutor, uma observação, fale, fale, fale, fale, mas...fale pouco.” Aprendi a lição: seja verdadeiro e profissional, mas objetivo! Qual fato foi o mais cômico? Uma paciente no CTI que estava com a boca aberta e com fácies típico de dispnéia. Além de seu grave quadro neurológico, parecia uma insuficiência respiratória se instalando. Todos da equipe estavam prontos para ajudá-la (inclusive entubá-la!!). Foi aí que um colega atento percebeu: tratava-se de uma luxação bilateral da ATM responsivo à manobra...felizmente, tudo terminou bem. Qual seu maior arrependimento? Não ter concluído alguns cursos de pós Lato sensu no passado. Qual dica daria aos colegas? Começou alguma coisa, vá até o fim e sempre fazendo o melhor possível. Qual objeto de desejo? Participar de um imenso fórum mundial com especialistas sobre Reabilitação Vestibular. Qual sua aquisição mais recente? Um equipamento chamado Sistema de Videonistagmoscopia Computadorizada para avaliação de pacientes com vertigem.

Qual seu maior sonho? Presenciar melhor distribuição de renda, educação e cultura em nosso País. Qual seu maior pesadelo? Ainda estarmos distantes do meu (e nosso) sonho. Que talento mais gostaria de ter? Sou grato pelos presentes divinos que recebi. Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o que? Professor de Filosofia e escritor. E qual profissão jamais queria ter? Com sinceridade, não importa. Ficar sem trabalho honesto é muito pior... Diga um desafio. Transformar em realidade, de direito e de fato, e em cada recanto desse País, o acesso direto do paciente (sem necessidade de indicação) ao fisioterapeuta. Ainda é uma realidade de poucos. Um livro? Vidas Secas, do ótimo Graciliano Ramos. Quer fazer alguma divulgação? Sim, convocar a todos os Fisioterapeutas do Rio de Janeiro, do Brasil e do exterior para que venham até o Rio de Janeiro em outubro (14-17) para confratenizarmos juntos no XVIII Congresso Brasileiro de Fisioterapia (http://www.jz.com.br/ congressos/2009/cobraf/pt/).


NovaFisio.com.br • 39


40 • NovaFisio.com.br


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.