Edição 62

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ISSN 1678-0817

| editorial Caros leitores, você tem nas mãos mais uma edição da Revista Nova Fisio. Neste número apresentamos à vocês as curiosidades e revelações da gatíssima Roberta Foster, a atriz que representava o personagem Eva, no quadro humorístico do Programa Zorra Total, da Rede Globo. Aqui, a atriz conta um pouco de seu sofrimento após tantas lesões nos joelhos e como foi sua relação com a fisioterapia. Também produzimos uma reportagem interessante sobre novos tratamentos de estética utilizando máscaras com pedras e diamantes. Como não podia deixar de ser, a importância do currículo de graduação em nossa profissão também está em destaque nesta nova edição. Bom, agora, basta você começar a folhear as páginas e fazer uma viagem ao mundo da fisioterapia e da beleza!

| protocolo

Dr. Oston Mendes Fisioterapeuta e editor

05 Cartas 06 Clipping de notícias 08 Coluna do Prof. Luis Guilherme 10 Entrevista com a atriz Roberta Foster 12 Análise da postura corporal em indivíduos com disfunção Temporomandibular 16 A natureza a serviço da beleza 17 Caderno de Estética 19 Tratamento facial com eletrodermoporação 20 Análise histológica 26 A eficácia do currículo de graduação em Fisioterapia na formação profissional 30 Mantendo e captando novos clientes! 32 Tininha 34 Agenda de eventos 38 FisioPerfil com Dr. Fábio Pérrisé

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| Equipe EQUIPE - VEJA QUEM FAZ A REVISTA QUE VOCÊ LÊ EDITORES: OSTON MENDES & LUCIENE LOPES SECRETÁRIA: NINA LOPES MENDES REDATOR: EDUARDO TAVARES DESIGN GRÁFICO E WEB DESIGN: MARCIO AMARAL FOTÓGRAFO: RICARDO “RICK” RIBAS CONSULTORES DO CADERNO ESTÉTICA: ANTÔNIO CARLOS TRUBIANI & VILMA NATIVIDADE COMO CONTATAR A NOVAFISIO PARA ENVIAR COMENTÁRIOS, SUGESTÕES, CRÍTICAS E INFORMAÇÕES SOBRE QUALQUER SEÇÃO OU SOBRE O SITE DA REVISTA. ENDEREÇO: R. JOSÉ LINHARES, 134 LEBLON - RIO DE JANEIRO - RJ CEP: 22430-220 TEL: (21) 3521-6783 / 2294-9385 (fax) E-MAIL: REVISTA@NOVAFISIO.COM.BR (de 2ª a 6ª das 9h às 19h) PARA FAZER SUA ASSINATURA, ENTRE NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR E PREENCHA O CADASTROM ESCOLHA UMA FORMA DE PAGAMENTO E SEJA BEM VINDO. PARA RENOVAR SUA ASSINATURA, COMUNICAR MUDANÇA DE ENDEREÇO OU TIRAR DÚVIDAS SOBRE PAGAMENTO E ENTREGA DA REVISTA revista@novafisio.com.br (21) 3521-6783 / 2294-9385 (fax) (de 2ª a 6ª das 9h às 19h) PARA ANUNCIAR NA REVISTA, NO SITE OU FAZER MAILLINGS (e-mail marketing) luciene@novafisio.com.br (21) 3521-6783 / 2294-9385 (fax) (de 2ª a 6ª das 9h às 19h) SITE NOVAFISIO Leia esta e outras edições no site, e também, um classificados, agenda de eventos atualizada diariamente, fotos, e mais de 200 artigos inéditos. www.novafisio.com.br A REVISTA NOVAFISIO NÃO SE RESPONSABILIZA POR CARTAS E ARTIGOS ASSINADOS.


Turbilhão | Cartas - Escreva também Fisio Poesia Alimentação e Exercícios Saudáveis Saúde boa tem, Quem se alimenta bem. Em doses certas e constantes, Gorduras, açúcares e sal também. Para se obter uma boa alimentação, Devemos tomar certa precaução. É só você se antenar, Em certa orientação. Os profissionais de saúde, Sabem e estão sempre a relatar. Que em doses certas as gorduras, Devemos sempre observar. Nunca devemos, porém, Do sal e do açúcar abusar. Somente 5g do sal, Por dia saborear. E o que dizer dos açúcares, Grandes fontes de energia a dar. Encontramos nas frutas e mel, Ou em certas doses granular. O que vemos em nosso país, Uma população a reclamar. Com um estilo de vida, Onde a atividade física é elementar. Outra categoria de pessoas, Que praticam esportes intensos. Sabem do que elas mais precisam? Orientação alimentar e física. Não fiquem assustados não, Que muita gente quer ajudar. Os profissionais de saúde, Que para isso vieram a se formar. Mas de nada ainda adianta, Se você não concordar. Em ter sempre a atenção, E do seu corpo cuidar. Fique atento com sua vontade, Na hora de se exercitar. Procure sempre um especialista, Para não vir a se debilitar. Todos devem contribuir, Para o Brasil melhorar. Em todas as áreas possíveis, A Fisioterapia veio para ajudar! Por: Dra. Flávia Miquetichuc Nogueira Dra. Dirce Miquetichuc Nogueira Escreva sua poesia também! revista@novafisio.com.br Revolução Muscular Inteligência Há vinte anos no mercado internacional, a Compex líder mundial no segmento de eletroestimulação

muscular, traz ao Brasil inovações para àqueles atletas que desejam superar seus limites alcançando melhores resultados, para quem deseja turbinar o treino e estar em forma ou simplesmente sentir-se bem. Entre os mais importantes itens responsáveis pelo sentimento de plenitude na vida cotidiana estão: permanecer em forma e ser saudável. Para quem procura esse bem-estar e principalmente um melhor desempenho muscular, o aparelho da Compex é a melhor solução. O Compex é um aparelho portátil, de tecnologia única, que usa a eletroestimulação para a reprodução do processo natural de contração muscular, tudo isso graças a um estimulo elétrico otimizado. O segredo da eficiência do aparelho está muito além do estimulo elétrico em si. A eletricidade desperta o processo natural de estimulação do nervo, pelos quais as fibras musculares respondem, contudo, o desafio está em fazer trabalhar de uma só vez o maior número de fibras musculares possíveis. A partir dessa idéia, isso só seria possível através de uma aparelhagem potente e de forte intensidade. A busca por procedimentos técnicos de alta intensidade elétrica, resultou em aventuras eletrônicas que hoje encontramos facilmente no mercado. A Compex por sua vez, inovou em tecnologia e faz uso de impulsos elétricos perfeitos que oferecem o máximo de eficácia, segurança e conforto para o usuário. Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, o Compex está longe de ser um aparelho de ginástica passiva. Ele é um grande aliado na busca de força, recuperação e desenvolvimento muscular. Atualmente, esportistas de todos os estilos, desde tenistas, jogadores de futebol, nadadores e até velejadores, fazem o uso do aparelho como complemento aos treinos. A linha de aparelhos Compex está em constante aprimoramento em busca de atender diversas vertentes: assessorando o esportista, acompanhando os amantes de fitness ou assistindo aos profissionais de estética e saúde. Os modelos Body e Vitality, entre outros da linha, foram desenvolvidos como ferramenta de trabalho para os profissionais de saúde com programas de exercícios que ajudam a manter a forma e capacitam a recuperação de atividades físicas, explorando as sensações de bem-estar. Ativa 95% das fibras musculares, 25% a mais do que em qualquer outra atividade sem o uso do aparelho.

Há mais de 20 anos no mercado, a Compex é líder mundial quando o assunto é eletroestimulação e leva para mais de 30 países (entre França, Itália, Espanha e Alemanha), uma gama de produtos com tecnologia suíça exclusiva. No Brasil, os aparelhos Compex, são excepcionalmente importados pela empresa Arkipelago, presente há 12 anos no mercado, teve sua linha expandida a partir dos trabalhos desenvolvidos pelo empresário Filippo Dutto. Há quatro anos ele vem apostando no mercado brasileiro e ofertando para o Brasil variedade em modelos do que há de mais inovador e moderno no ramo de eletroestimulação. Por: Luana Quintas luana@arkipelago.com.br Emprendedorismo e Qualidade de serviços: Rumo a sustentabilidade O desejo de abrir empresa e a escolha do tipo de atividade não são apenas itens necessários para o sucesso do seu negócio. Antes de se lançar no mercado como empresário é necessário que você conheça o perfil do empreendedor. Então saiba quais as características são necessárias para que suas chances de sucesso sejam aumentadas . . Capacidade de assumir riscosnão ter medo de desafios, arriscar conscientemente, calcular detalhadamente as chances do empreendimento ser bem sucedido; . Senso de oportunidade – enxergar oportunidades onde os outros não só vêem ameaças. Prestar atenção nos “furos” que outros empresários não viram e nos quais você pode atuar de forma eficaz, rápida e lucrativa; . Conhecimento do ramo – conhecer bem o ramo empresarial escolhido ou, melhor ainda, trabalhar no setor; . Organização – ter senso de organização, definir metas, executar ações de acordo com o planejamento e corrigir os erros rapidamente; . Iniciativa e garra - gostar de inovações. Apresentar propostas sem se intimidar; . Liderança – ter habilidade em definir tarefas, orientar, delegar responsabilidades, valorizar os funcionários. Ser alguém em que todos confiam; . Manter-se atualizado – buscar sempre novas informações e aprender tudo o que for relacionado com seu negócio; . Ser otimista e saber motivar-se. Segundo Clarck (1998), Quali-

dade é o grau no qual os serviços prestados ao cliente aumentam a probabilidade de resultados favoráveis que, em conseqüência, reduzem os desfavoráveis dados o presente estado da arte. A qualidade é, freqüentemente, considerada como um dos pontos determinantes do sucesso da empresa e prestadores de serviços. Oferecer produtos e serviços com qualidade passou a ser condições de preexistência no mercado, não mais configurada como estratégia de diferenciação. Organizações pouco atentas à qualidade de seus serviços correm o risco de perder competitividade e, em conseqüência, a sua fatia de mercado. Pode-se afirmar que toda prestação de serviço em saúde tem dois componentes de qualidade: operacional, que é o processo propriamente dito, e outro de percepção, ou como os clientes percebem o tipo de serviço oferecido. Estas dimensões são descritas por Grönroos (2003), como qualidade técnica que diz respeito ao que é oferecido ao cliente a fim de satisfazê-lo, e a qualidade funcional refere-se como o serviço é prestado. Ao fazer um julgamento sobre a qualidade na prestação de serviços de saúde, os clientes baseiam suas percepções nos pontos em que se sentem mais qualificados para julgar. Quando não se encontra em posição para julgar produtos ou serviços tecnicamente complexos, opta por utilizar outras dimensões que não sejam a qualidade técnica. Por isso, perceber a visão dos clientes em relação à qualidade funcional dos serviços de saúde pode constituir-se num diferencial importante para a satisfação e fidelização dos mesmos. Segundo Deming (1990) e Paladiini (1995) “conhecer as expectativas da clientela” constituem no princípio fundamental da qualidade. Portanto se você se identificou com as questões discutidas neste texto, terá grandes chances de sua empresa ser sustentável. www.sebraema.com.br Por: Professor Sergio Paulo J. de Souza Fisioterapeuta Especialista em administração hospitalar Mestre em educação Mba em gestão empresarial Coordenador do curso de fisioterapia e terapia ocupacional da unimonte Docente da universidade Anhembi Morumbi www.novafisio.com.br • ed. 62|2008 • 5


Turbilhão | Clipping de notícias Pesquisa Datafolha revela que brasileiros querem proibição total do fumo em ambientes fechados 88% da população brasileira são contrários ao fumo em locais fechados O Instituto Datafolha acaba de fazer uma pesquisa nacional a pedido da Aliança de Controle do Tabagismo – ACT. Entre os dias 26 e 27 de março de 2008, foram entrevistadas 1.992 pessoas acima de 18 anos, sendo 77% não fumantes e 23% fumantes, em 120 municípios nas regiões sul, sudeste, norte, nordeste e centro-oeste do país. O objetivo foi conhecer a opinião da população brasileira a respeito da proibição do fumo em ambientes fechados. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A grande maioria da população brasileira, 88%, é contrária ao fumo em locais fechados, e 82% são totalmente contra. É interessante observar que 80% dos fumantes são contrários ao fumo em locais fechados, sendo que 69% são totalmente contra. A rejeição ao fumo é mais forte em restaurantes (89%) e lanchonetes (86%). Casas noturnas e bares apresentam um pouco mais de tolerância que os dois primeiros (72% e 71%, respectivamente), mas mesmo assim o índice é alto. A pesquisa mostra que a população brasileira tem conhecimento sobre os problemas que o fumo causa à saúde, tanto de fumantes quanto de não fumantes. Quase a totalidade dos entrevistados acredita que o fumo em locais fechados causa muitos prejuízos à saúde, mesmo em quem não é fumante (83%). A pesquisa Datafolha também perguntou sobre a mudança da lei 9294/96, que propõe a proibição total do fumo em ambientes fechados: dois terços (68%) são favoráveis ao projeto de lei.. A indústria do tabaco tenta barrar modificações na lei e dissemina o mito segundo o qual a freqüência a estes locais vai cair e gerar perdas econômicas. Mas esta tese é derrubada pelos dados encontrados na pesquisa. Perguntados sobre a possibilidade de proibição do fumo nos quatro ambientes pesquisados (bares, restaurantes, lanchonetes e casas noturnas), 88,5% dos entrevistados disseram que sua freqüência a estes locais não mudará (63,5%) ou será maior (25%). “A pesquisa reforça os resultados que já tínhamos encontrado em 2006 e 2007 em São Paulo, também através do Datafolha. Ela só confirma o que estamos vendo no dia a dia: a população brasileira quer ambientes fechados 100% livres de fumo há muito tempo. As autoridades responsáveis pelas políticas públicas devem estar atentas aos anseios da população. O projeto que modifica a lei 9292/96 já foi entregue pelo Ministério da Saúde e aguarda apenas a assinatura do presidente da República para virar lei, não entendemos como isso ainda não aconteceu”, diz Paula Johns, diretora-executiva da ACT, e acrescenta: “Proibir o fumo em ambientes fechados protege a saúde não só dos freqüentadores desses locais, mas especialmente dos que aí trabalham, já que passam mais de oito horas expostos à poluição tabagística ambiental”. PERFIL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA ENTREVISTADA Segundo a pesquisa Datafolha, o perfil dos entrevistados é: Distribuído homogeneamente por sexo: 49% são homens e 52% são mulheres. A maioria: - tem entre 26 e 40 anos (36%) ou 41 anos ou mais (42%), com

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média de idade igual a 40 anos; - possui escolaridade fundamental (50%) ou média (38%); - é casada (48%) e 36% são solteiros; - tem filhos (70%), em média 3. E os dados econômicos apontam que a maior parcela: Tem renda familiar mensal de até 3 salários mínimos (66%); Pertence à classe C (53%); Faz parte da população economicamente ativa (70%), principalmente como assalariado (com registro - 21%, ou sem registro - 10%) e freelance (16%). A ACT já sabia do apoio da população paulistana. Em novembro de 2007, o Instituto Datafolha fez uma pesquisa em São Paulo que verificou que 88% dos paulistanos são contrários ao fumo em locais fechados. Entre os próprios fumantes, 85% apóiam ambientes fechados livres de fumo. No que se refere à alteração da lei 9294/96, proibindo totalmente o fumo em ambientes fechados, o apoio dos entrevistados também se mostrou elevado: 73% deles são favoráveis à eliminação dos fumódromos em locais fechados, o que corresponde a sete em cada dez paulistanos. ESTRATÉGIAS DA INDÚSTRIA DO TABACO As empresas de tabaco têm desenvolvido uma variedade de estratégias para impedir ou atrasar políticas de controle do tabagismo. Elas contestam provas científicas dos perigos do fumo, promovem a idéia que as políticas de controle teriam conseqüências econômicas negativas, promovem programas de “acomodação” entre fumantes e não fumantes, etc. Aqui no Brasil, um dos exemplos dessas táticas é o programa Convivência em Harmonia – desenvolvido pela Souza Cruz, empresa líder no mercado brasileiro de cigarros –, que consiste em um trabalho de assessoria técnica para elaboração de projetos de separação de ambiente e ventilação , envolvimento e treinamento do pessoal dos estabelecimentos. O programa prega uma separação idealizada do local de acordo com a pressão: área para fumantes na zona de baixa pressão, área para nãofumantes na zona de alta pressão. Estabelecimentos de entretenimento, como bares e boates, porém, têm grande interação entre os clientes e a separação não é respeitada. A VENTILAÇÃO NÃO ELIMINA OS COMPONENTES TÓXICOS Embora contribua para reduzir a toxicidade da fumaça, a ventilação não elimina os diversos componentes tóxicos da poluição tabagística ambiental (PTA). É bom ressaltar que a fumaça ambiental do tabaco possui 60 substâncias cancerígenas e seis substâncias capazes de provocar mutação genética, sendo por isso classificada como carcinógeno humano do grupo 1, não havendo, portanto níveis seguros de exposição. As implicações da PTA para com a saúde costumam ser subestimadas e a ventilação é vendida como a solução para o problema. Segundo a Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Condicionamento de Ar (ASHRAE), o órgão de referência dessa área da engenharia nos Estados Unidos, “nenhuma tecnologia de engenharia de ventilação atual demonstrou controlar os riscos impostos pela exposição à PTA, apenas reduzi-los e controlar questões de conforto relacionadas ao odor e à irritação sensorial”. Fonte: Acontece Comunicação e Notícias


Turbilhão | Frases, coluna social “É lindo o trabalho do fisioterapeuta. Parabéns! Um grande beijo no coração de todos vocês!” [Dany Bananinha, entrevistada na edição 61 da Revista NovaFisio]

“Mas vale tratar o paciente que tem a doença que a doença que o paciente tem.” [William Osler]

“Vale mais a prática do que a teoria”

[Sei lá quem escreveu isso, mas achei maneiro, Pedro Augusto]

Coluna social | ECAF e III Congresso de Fisioterapia Manual - Fortaleza - CE

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Crônica | Coluna Prof. Luis - luisguilherme@novafisio.com.br

Organizando a Luta por

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Prof. Dr. Luís Guilherme Barbosa

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Prof. Luís Guilherme Barbosa Fisioterapeuta do Trabalho, Ergonomista, Professor Universitário, Diretor da GESTO-Ergonomia e Saúde no Trabalho Ltda.

ois é pessoal, esse ano está passando tão rápido, que sou um outro grupo, que, na maioria das vezes compõe também o capaz de dizer que daqui a pouco chega o Natal e eu nem grupo anterior, que parece estar em um congresso de sexo, pois brinquei o São João. E por falar nisso, São João “bão” é no todos transam com todos, como se ali, e somente ali, fosse pos“Maió e Mio” de Caratinga. Quem puder deve conferir. sível manter relações sexuais (então, corre porque está igual ao Mas voltando à passagem rápida do ano, me lembra quando eu carnaval, só dura quatro dias!). Outro grupo demonstra estar em trabalhava embarcado em plataformas de perfuração na PETRO- um congresso turístico/gastronômico, pois só aparece para peBRAS, onde o tempo parecia não passar, ou mesmo se arrastar. gar o material do congresso no primeiro dia e o certificado no Hoje parece engraçado, mas naquela época era doloroso, pois último. O que é isso: TÃO DE SACANAGEM COMIGO!? É preciso estava eu com vinte e um anos e me sentia um pássaro na gaiola. participar, fazer-se presente, ouvir as pessoas que desenvolvem. Ia pensando em voltar. Para piorar as coisas, no meu primeiro Você precisa conhecer o pensamento de profissionais como Niembarque como efetivo, havia passado o curso de formação, valdo Parizotto, Oston Mendes, Helenice Cury, Amélia Pasquale, meu embarque ocorreu no dia 23 de Dezembro! Tipo assim (fa- José Roberto Prado Jr, Nilton Petroni, Odir Carmo, Rinaldo Guirro, zendo aquela voz de narrador de rodeio): - maltrata o peão! Mas Tânia Salvini, Dirceu Costa, Antônio Baraúna, André Luís Silva, eu não quero falar disso não! Minha fala nesse número vai passar Marcus Vinícius Pinto e tantos outros (me perdoem o mundo pela dificuldade de conseguir trabalho que muitas pessoas têm de gente que não citei, porque senão eu teria que ocupar a me comentado. Já disse aqui, que enquanto os médico/ortoperevista toda), que estão por aí batalhando de frente distas continuarem sendo donos de serviços de fisioterapia para poder formar uma opinião coerente com a vere os planos de saúde não respeitarem o fisioterdade. Você acha que vai encontrar esse pessoal na apeuta e abrirem mão desse corporativismo esquina? Não, esse pessoal está ocupado demais faE imobilizador, as coisas vão se arrastar, como zendo as coisas acontecerem, mas eles precisam da D TÃO vem acontecendo. Bem, você vai pensar então famigerada “massa crítica” para perceberem o eco M que minha sugestão é sentar e esperar os caras da sua fala (lembra do Tim Maia que vivia pedindo E G A N abrirem o coração (e o bolso, porque fisioterapia o retorno), pois como podemos falar sem saber o A SAC O!? dá muito dinheiro) para atingirmos o nosso nirvaque está sendo entendido lá na frente? Somente G I na profissional!? Claro que não! “Pé tensão”, falava os descompromissados não se preocupam com M CO minha filha Lahna, quando tinha dois aninhos! Nem o eco de sua fala e, certamente, esse não é o o sertanejo espera tempo bom mais, vai você ficar aí caso do pessoal que citei. Assim sendo, “tire esse esperando o céu jogar a solução (só virá chuva, avião seu traseiro da cadeira” e participe mais ativamente dos e, em alguns lugares, bala perdida). É preciso organimovimentos. Busque seus pares, mobilize-se, discuta os temas, zação para vencer! Eu pergunto ao povo: de quantas organi- contribua com as decisões, dê sua “cara a bater” também. Aprenzações oficiais você participa? De quantos congressos você já dam nosso idioma, pensem como nós, pois quando você estiver participou? Você está a par das lutas do COFFITO/CREFFITO? Se em seu consultório, ou seja lá onde for, você deve ser um reprea sua resposta foi não, eu sugiro que você olhe para cima, pois sentante, não só de uma classe, mas de um modo diferente de cairá em sua cabecinha desmiolada um mundo de “sacanagens contribuir com a saúde das pessoas. Participem de Sociedades, e rasteiras de toda a sorte”. E olha que tem muita coisa! Gente da Associações, Grupos, compareçam aos congressos, fóruns e simiterra é preciso buscar a organização minimamente para poder lares. Devemos estar unidos, coesos, representando o mesmo fazer frente a alguma coisa! Você é especialista em quê? Onde pensamento, mesmo aqueles que ainda se encontram subjuestá a Sociedade, ou Associação, que representa essa especiali- gados pelo poder, pois os poderosos podem estar dominando dade, ou mesmo essa área de interesse? Inscreva-se nela, faça o seu trabalho (se trabalharmos juntos, por pouco tempo), mas parte do volume, procure participar das reuniões, torne-se ativo nunca devem dominar seu pensamento. nas reuniões. Não tenha medo de participar, de perguntar, de dis- Parabéns ao Prof. Dr. André Luís dos Santos Silva, pela validação cordar, de incomodar porque nós precisamos disso. Precisamos do seu título no Brasil, eu acompanhei de perto esta luta. Parade gente que queiram fazer a diferença. Uma ex-aluna minha re- béns ao Dr. José Roberto Prado Jr pela iniciativa de mais uma cebeu o registro definitivo com número, em torno de, 95000. É entidade de Fisioterapia Desportiva, Comitê de Fisioterapia Esmuita gente! Imaginemos dois terços desse grupo atuando, dá portiva do Estado do Rio de Janeiro - COFEERJ, regional ligada para fazer a diferença em qualquer situação (eleição, congresso, a SONAFE vamos em frente. A Revista Brasileira de Fisioterapia é fórum, etc). Mas o que vemos é a imobilidade quase total. Quan- B Internacional, parabéns ao professores Sergio Teixeira e Tânia do vou aos congressos fico observando o comportamento dos Salvini. Eu ainda me lembro dos tempos da profa. Helenice. Isso profissionais e acadêmicos e acho, “interessantíssimo”, a postura é que é luta! Mandem seus comentários, critiquem, não se preode alguns grupos. Tem gente que dá a impressão de estar par- cupem se discordarem, pois não serão maltratados. Lembrem-se: ticipando de um congresso etílico, porque vai só para beber. Tem só não erra quem não faz!!!

“As tantas rosas que os poderosos matem nunca conseguirão deter a primavera”. (Che Guevara)

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Entrevista | Atriz

Roberta Foster por | Eduardo Tavares fotos | Washington Possato

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oberta Foster, 35 anos, é carioca de Botafogo e foi criada na Tijuca, Zona Norte do Rio. Com 7 anos ela já fazia ballet e participava de peças teatrais no colégio. Capa da Playboy em 2006, ela ficou conhecida como a Eva, que seminua, fazia parte do programa humorístico Zorra Total, da TV Globo. Formada pelo Centro de Artes de Laranjeiras (CAL) e também pelo Tablado, ela participou de alguns cursos de interpretação até estrear na televisão na novela A Indomada, em 1996, onde fazia o papel de uma das Camélias, que trabalhava em um bordel. Além de revelar segredos de sua carreira artística e porque abandonou o personagem Eva, depois de interpretá-lo durante sete anos, Roberta conta a Revista NovaFisio o problema que teve nos dois joelhos e como foi sua relação com a fisioterapia.

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Apesar de seu ex-personagem Eva estar praticamente sem roupa no quadro humorístico, foi difícil posar nua? Amei fazer a Playboy. Nunca me arrependi. Mas confesso que foi diferente tirar a roupa para pousar para uma revista masculina. Na TV, estava familiarizada com a equipe, já na Playboy, eu não conhecia ninguém. A única forma de relaxar foi respirar fundo e apelar para a Ioga. Achei o resultado final ótimo. O pessoal da revista me contou depois que não precisaram retocar as fotos com photoshop, apenas apagaram um sinal que eu tenho no braço. Você achava que a Eva era apelativa por estar vestida apenas com uma folha? Apesar da pouca roupa, não o achava pesado. Vulgaridade depende da postura. Uma pessoa pode estar totalmente vestida e se tornar vulgar. Por incrível que pareça, percebia nas ruas que meu público era 60% de crianças que gostavam da Eva. Por que você abandonou o personagem? Eu saí no final do ano passado. A Eva me marcou muito e tinha o mesmo medo que todo ator tem, ficar estigmatizada com ela. Mesmo tendo outra pessoa representando o personagem, até hoje carrego ele comigo. Os funcionários do meu edifício ainda me chamam de Dona Eva, com todo o respeito. É incrível, meu personagem ficava menos de dois minutos no ar e marcou tanto. Eu não tinha a noção do poder de penetração que a TV tem. O que você tem feito desde que saiu do Zorra Total? Além da Eva, participei de quase todos os quadros humorísticos do programa. Em junho, estarei estreando uma peça na Zona Sul, ela se chama O último virgem. Também estou fazendo um trabalho de leitura dramatizada no Teatro da Associação Brasileira de Letras, no centro. Este ano, Machado de Assis será o homenageado. Vamos falar dos problemas que afetam o Rio hoje. A epidemia de dengue, principalmente em Jacarepaguá, onde você mora e existem vários casos registrados da doença, te assusta? Sim. Eu contraí a doença na epidemia de 2002, foi horrível. A história se repetiu este ano de forma mais grave. Acho que houve um descaso, mas não podemos jogar a culpa apenas no governo. A falta de conscientização da população também contribuiu para a epidemia. Existe uma obra em frente a meu prédio que parece ser um foco de dengue, tamanha a quantidade de poças com água parada. Os recentes casos de violência ocorridos na cidade te preocupam? A questão da violência é relativa. Todo o mundo está violento. Você pode ter um carro blindado, andar com porte de arma, mas nada garante sua segurança. Lógico que evito sair sozinha em determinados horários e não costumo parar em sinais de noite. Em Jacarepaguá, tenho medo dos confrontos que ocorrem na Cidade de Deus. Em São Conrado, quem atravessa o túnel também fica assustado com os tiroteios na Rocinha. Você já viveu alguma situação de perigo na região? Certa vez, saindo à noite de uma gravação do Zorra total, no Projac, deixei a janela do meu carro aberta. Um homem me reconheceu e me seguiu de carro. Fiquei apavorada. Com medo de parar passei da minha residência. Estacionei em um posto de gasolina fingindo abastecer. O rapaz parou seu veículo atrás do meu e veio em minha direção. Ele sacou uma revista Playboy, da qual fui capa, e pediu para que eu a assinasse para ele. Ele só queria um autógrafo, mas me apavorei pelo clima de insegurança em que vivemos hoje. Agora fale um pouco do problema nos seus joelhos? Rompi os ligamentos cruzados dos dois joelhos. Foram os anos de prática de ballet. Fiz cirurgia nos dois joelhos. Me submeti a artroscopia em ambos, mas não religuei os ligamentos do joelho direito. Isso foi há uns dez anos atrás. Mas você teve outro problema após participar do quadro Dança do Faustão. Eu que abusei pois sabia que não estava 100%. Eu quis participar pois amo dançar. Corri o risco e rompi no ensaio da dança. Foi no final do ano passado. Aí tive que me submeter a uma terceira cirurgia, esta última, para fazer o religamento do joelho que eu não havia feito há dez anos. O Ballet foi o culpado pelas lesões? Não é que seja nocivo. Eu é que sou muito frágil. Já tenho pré-disposição a ter problema nos ligamentos. Eles são finos. Mesmo sendo uma mulher grande, com 1,70m, minha estrutura é assim. Tenho um histórico de artrose na família. E como foi a recuperação com a fisioterapia? Fazia três vezes por semana em um Centro de Reabilitação, na Academia Rio Sport Center da Barra. Eram sessões de uma hora e meia. Também fazia exercícios no aparelho power plate, uma plataforma usada para propcepção com o objetivo de readquirir equilíbrio. Também fazia um trabalho na areia. Você aturou bem as sessões? Achava cansativo, mas também acho que depende muito do profissional de fisioterapia que está lhe tratando. Botei na cabeça que iria ficar boa e segui em frente com tratamento. Que mensagem que você deixaria para os fisioterapeutas? A fisioterapia foi fundamental na minha vida. Inclusive, no meu antigo site eu citava o Centro de Reabilitação em que me tratei. É uma profissão importantíssima principalmente para os atletas e os idosos que tem mais probabilidade de se lesionar.

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Artigo | Fisioterapia, bruxismo, postura

Análise da postura corporal em indivíduos com disfunção Temporomandibular por | Dariene N. Shumanski, Fabíola Canal Godoy, Patrícia S. Montes, Flávia Gomes Martinez, Marta Lorenzini, Simone Nunes Ávila

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bjetivo: o presente estudo aborda as relações das alterações posturais em indivíduos com disfunção temporomandibular, neste caso o bruxismo, através de uma análise da postura corporal dos sujeitos selecionados. Materiais e Métodos: A pesquisa foi do tipo observacional exploratória. A amostra selecionada foi de 12 indivíduos com idade entre 18 a 28 anos, todos com diagnóstico odontológico de bruxismo fornecido pela Faculdade de Odontologia da PUCRS. A coleta de dados foi realizada com auxílio do posturógrafo e ficha de avaliação postural. Resultados e Conclusão: Com base nisto, foi possível determinar alterações predominantes entre os indivíduos com bruxismo e sugerir que há influência das alterações da articulação temporomandibular e a postura corporal e vice-versa. INTRODUÇÃO A articulação temporomandibular (ATM) é definida como um conjunto de estruturas anatômicas, que com grupos musculares especiais, representa a ligação da mandíbula com a base do crânio. Devido a esta íntima ligação, estudos recentes comprovaram a correlação entre as disfunções temporomandibulares (DTM) e as alterações na posição da cabeça com o restante do corpo (1). A ATM é uma das articulações que compõe o Sistema Estomatognático que é composto pelos ossos do crânio (frontal e temporal), do pescoço (hióide e vértebras cervicais), da face (maxilar), do tórax (esterno e clavícula), por dentes e por estruturas de suporte, pelos sistemas sangüíneo, linfático e nervoso, por músculos e outros elementos da saliva (2,3). O termo Disfunção Temporomandibular (DTM) abrange um conjunto de problemas clínicos da ATM e dos músculos da área orofacial, caracterizados por sons na articulação, hiperatividade muscular, dor e função irregular ou limitada da mandíbula (4,1). As disfunções temporomandibulares podem ser secundárias às alterações posturais, relacionadas à coluna cervical e à torácica, pois o Sistema Estomatognático integra todas as estruturas correspondentes que participam das funções de mastigação, fonação, deglutição, e respiração, mantendo, assim, estreitas relações funcionais com outros sistemas do organismo Dentre as disfunções temporomandibulares, temos o bruxismo como patologia de maior prevalência, encontrado em homem e mu12 • ed.62 | mai/jun 2008 • NovaFisio

lheres de todas as faixas etárias (4). Podemos classificar o bruxismo como uma parassonia e defini-lo como um distúrbio do movimento estereotipado caracterizado pelo ranger, bater ou apertar os dentes principalmente durante o sono (6) O bruxismo é classificado de acordo com sua etiologia, em primário ou em secundário; primário ou idiopático é de causa desconhecida, e o secundário pode ocorrer em associação com várias condições médicas ou psiquiátricas. (4) O bruxismo noturno é uma desordem do sono relacionada às condições emocionais do paciente, e o diurno está relacionado aos hábitos parafuncionais, tais como: ranger e apertar os dentes; morder as unhas, lábios e bochechas, levando a um grande desgaste dentário nos contatos dentários excêntricos e, também a uma hipertrofia dos músculos masseter e temporal, podendo ocasionar alterações posturais. O crânio, a coluna vertebral, os membros superiores e inferiores e o sistema estomatognático estão interligados por aponeuroses, ligamentos, tendões, nervos. Por esta razão, o sistema estomatognático serve como um traço de união entre as cadeias musculares posteriores e anterior, visto que a mandíbula e a língua estão diretamente ligado à cadeia muscular anterior e à maxila por intermédio do crânio, com a cadeia muscular posterior. Os distúrbios da oclusão descompensam o sistema tônico postural e os distúrbios posturais desequilibram o sistema estomatognático e se tornam um obstáculo à sua correção. (2,7) A postura ideal de cada indivíduo pode ser definida como aquela que há um equilíbrio entre as estruturas de suporte envolvendo o mínimo esforço e sobrecarga com uma máxima eficiência do corpo (1). A postura corporal envolve conceito de equilíbrio, coordenação neuromuscular e adaptação que representa um determinado movimento corporal, e as respostas posturais automáticas são dependentes do contexto, ou seja, elas são ajustadas para ir de encontro às necessidades de interação entre os sistemas de organização postural (equilíbrio, neuromuscular e adaptação) e o meio ambiente (8). A maior parte do peso do crânio localiza-se na região anterior da coluna cervical e nas articulações temporomandibulares, quando se analisa a relação crânio-coluna cervical em uma vista lateral. A sua posição ortostática é mantida por um complexo mecanismo mus-

cular envolvendo músculos da cabeça, do pescoço e da cintura escapular. Por causa destas relações íntimas, qualquer alteração em alguma destas estruturas poderá levar a um desequilíbrio postural, não somente nestes locais, como também, nas demais cadeias musculares do nosso organismo (9) Há diversas formas de realizar uma avaliação postural, dentre as quais estão a baropodometria ou plataforma de força, fio de prumo e posturógrafo. (12). A avaliação através da posturagrafia refere-se a qualquer estudo que irá medir a oscilação do corpo e desvios posturais (12). Associado ao posturógrafo, podemos utilizar o fio de prumo, que simula a linha de gravidade. A plataforma de força (baropodômetro) analisa as imagens dos pontos de pressão plantar e armazena todas as informações adquiridas a nível estático (monopodálico e bipodálico) e dinâmico, nos permitindo identificar os pontos de maior descarga de peso (13). Cabe aos profissionais da área da odontologia o diagnóstico da DTM pelo fato de diversos componentes do “sistema da mastigação” estarem envolvidos, porém, até então, a maioria dos estudos realizados pela odontologia, tem abordado alterações da postura, em pacientes com disfunção temporomandibular, apenas da região cervical até os ombros (13,14). Como já apresentado anteriormente, a postura é um conjunto de fatores, sendo necessário avaliá-la em diferentes ângulos (vista anterior, posterior e lateral) que nos permita uma análise mais completa da mesma. Sendo assim, a questão de pesquisa do presente trabalho foi a seguinte: - Qual a relação entre o bruxismo e as alterações da postura corporal? Portanto, este trabalho tem por objetivo analisar a postura corporal estática e descarga de peso em indivíduos com DTM. MATERIAIS E MÉTODOS. Este estudo foi do tipo observacional exploratório. Participaram do estudo doze alunos de curso de Fisioterapia da PUCRS, de ambos os sexos, com idade entre dezoito e vinte e oito anos. Foi critério de inclusão o diagnóstico de Bruxismo. O diagnóstico dos sujeitos da amostra foi realizado pelo Dr. Nilton Sodi Saueesig, professor regente da disciplina de Oclusão I e II da Faculdade de Odontologia da PUCRS. Foram excluídos os indivíduos que utilizavam aparelho ortodôntico ou que realizaram


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Artigo | Fisioterapia, bruxismo, postura algum tratamento anterior para a patologia. A pesquisa foi iniciada depois de recebida a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS. Este estudo apresenta duas etapas, a saber: a) Primeira etapa: avaliação postural estática b) Segunda etapa: avaliação de descarga do peso nos pés. Neste artigo, serão descritos os procedimentos e resultados somente da primeira etapa; a segunda etapa será desenvolvida em outro momento. Foram utilizados os seguintes instrumentos de coleta de dados: um posturógrafo para avaliação da oscilação corporal e desvios posturais de cada indivíduo; uma ficha de avaliação postural (apêndice I), juntamente com uma ficha de coleta de dados pessoais do indivíduo participante (apêndice II) e fotos digitais para melhor análise das alterações posturais. A avaliação postural foi realizada em uma superfície plana, individualmente, com o sujeito descalço, trajando roupas de banho, na posição ortostática, com os braços ao longo do corpo, posicionado exatamente atrás do posturógrafo (cerca de 30 cm). A análise da postura foi realizada em vista anterior, lateral e posterior. O posturógrafo foi utilizado para uma melhor visualização dos desvios posturais. Dois pesquisadores posicionaram-se à frente do posturógrafo, a uma distância de aproximadamente 5 metros, registrando as alterações posturais observadas no sujeito analisado, enquanto o outro pesquisador posicionou-se cerca de 3 metros do examinado, registrando fotos para uma melhor análise posterior dos dados. RESULTADOS: Em 41,6% dos analisados houve inclinação da cabeça à direita e em 58,3% avanço da cabeça à frente. (tabela 2) Também foi possível verificar que 58,3% da amostra apresentou retificação da coluna cervical (tabela 2), sendo que em somente 16,6% dos casos, verificou-se avanço e retificação associados. A maior parte da amostra, 41,6%, apresentou a mandíbula desviada para a direita e destes, 90% tem a cabeça inclinada para o lado contralateral. Todos os indivíduos da amostra apresentaram os ombros protraídos e 91,6% (tabela 2), ombros deprimidos, destes, 41,6% o ombro deprimido era ipsilateral ao desvio da mandíbula, e 25% contralateral. Em 75% dos casos, verificou-se retroversão pélvica e 58,3 % teve a pelve rodada a direita. Cerca de 41,6% da amostra apresentou o centro de gravidade deslocado para anterior em uma vista lateral. (tabela 2) Metade dos casos avaliados apresentou es14 • ed.62 | mai/jun 2008 • NovaFisio

coliose dorso lombar sinistro convexa, e 25% escoliose dorso lombar dextro convexa. Em relação aos joelhos, 5 sujeitos (41,6%) apresentaram valgos e em mesma proporção, joelhos hiperestendidos. Em relação aos pés, 2 sujeitos(16,6%) tiveram a base larga dos pés (apoio), e 8 sujeitos (66,6%) pés pronados. DISCUSSÃO: Ao analisar 12 pacientes com diagnóstico odontológico de bruxismo, observamos que estes possuem alterações importantes na postura corporal. Verificamos que, a maioria dos sujeitos analisados, apresentou um posicionamento anterior da cabeça e da inclinação para a direita (tab.1). Segundo Amantéa e col. 2004 (1) estudos comprovaram que a cabeça tende a inclinar e/ou rodar para o lado da ATM que está sofrendo processo doloroso e que distúrbios no aparelho estomatognático, como a hiperatividade muscular, levam a anteriorização cervico-escapular. Em relação à posição dos ombros, 91,6% dos analisados apresentaram elevação e/ou protrusão dos ombros do mesmo lado da ATM que está sofrendo o processo doloroso, no caso,o lado oposto ao desvio da mandíbula devido a uma provável contratura muscular causada para compensar tal ocorrido. De acordo com MANNTHEIMER e ROSENTHAL (9), com o aumento da atividade da musculatura mastigatória, também há um aumento da atividade da musculatura cervical, ocasionando a contração dos músculos responsáveis pela elevação e protrusão do ombro. No entanto, ao mesmo tempo em que os músculos rodam e/ou inclinam a cabeça, estes também favorecem a elevação do ombro do mesmo lado da ATM com a disfunção ou do mesmo lado que há uma maior atividade da musculatura mastigatória (11). Em relação à coluna, 58,3% dos sujeitos analisados apresentaram a coluna cervical retificada e destes, 85,7% tem retificação da coluna dorsal associadas. Em somente 25% dos casos houve retificação da coluna lombar. Essas alterações provavelmente estão relacionadas ao avanço da cabeça verificado em 58,3% da amostra. Em relação à cintura pélvica, 9 dos 12 indivíduos (75%) analisados apresentaram retroversão pélvica e 7 apresentaram rotação pélvica à direita e somente 3 indivíduos (25%) apresentaram anteversão pélvica. Dos 7 sujeitos que apresentavam rotação pélvica à direita, 5 deles apresentaram desvio da mandíbula para o mesmo lado (71,4%). Em relação à posição dos joelhos observamos que um índice elevado dos sujeitos analisados apresentou joelhos valgos e/ou hiperestendidos. Segundo BIENFAIT (10) a predominância de sujeitos do sexo feminino neste resultado (75%

mulheres, 25% homens) foi o que favoreceu a maior porcentagem de joelho valgo, já que a mulher possui um quadril mais largo favorecendo o joelho valgo e a pés pronados, e a hiperestensão ocorre principalmente pelo encurtamento dos isquiostibiais e tríceps sural, pois estes músculos que mantêm o sujeito em ortostase contra a gravidade. Provavelmente, a grande ocorrência de retroversão pélvica entre a amostra esteja relacionada com o aumento da tensão dos músculos que deslocam a cabeça para anterior, e por conseqüência, geram uma tensão nos músculos do abdome, causando assim uma retroversão da pelve. Porém não achamos referências na literatura que confirmem esta hipótese. Observamos que obtivemos um padrão postural predominante nos sujeitos analisados, pois a maioria apresentou a cabeça rodada e/ ou inclinada para o mesmo lado em que ocorreu o deslocamento da mandíbula, e no entanto, uma elevação do ombro para o lado oposto, no caso, o lado onde ocorrera uma provável contratura da musculatura facial devido o deslocamento da mandíbula. Apresentaram ombros protrusos bilateralmente, pelve em retroversão e rodada à direita, joelhos valgos e em hiperestensão bilateral e os pés pronados. A coluna cervical apresentou-se retificada na maioria dos casos. O objetivo do presente estudo foi alcançado, pois através da análise da postura corporal nos indivíduos com DTM, foi observado um predominante padrão de alteração na postura corporal ralacionado com a disfunção da articulação temporomandibular, neste caso, o bruxismo. Sendo assim, é possível reconhecer que a DTM é uma patologia de etiologia multifatorial mostrando-se clara a necessidade de uma equipe multidisciplinar para seu tratamento ser mais efetivo. REFERÊNCIAS 1 Amantéa, D. V., Novaes 2004 et al, A importância da Avaliação Postural no Paciente com Disfunção da Articulação Temporomandibular. Ver Bras Ort, V.12, n.3, São Paulo, 2004. 2 Rocabado, S. M., Avances internacionales em biomecânica articular. Physical therapy for postsurgical TMJ patient. J Craniomandibular Disorders: Facial and Oral Pain, pg. 75-82, 1989 3 Steenks M. H., Wijer A. Disfunções da articulação temporomandibular do ponto de vista da fisioterapia e da odontologia. 1ª ed. Santos: São Paulo, 1996. 4 Carlsson, G. E.; Magnusson, T.; Guimarães, A. S. Tratamento das Disfunções Temporomandibulares na Clínica Odontológica . Ed. Quintessence LTDA, 2006. 5 Passero, P. L. et al. Temporomandibular Joint Dysfunction Syndrome: a clinical report. Phys ther, V. 65, n.8, 1995. 6 Friction, J.; Hathaway, K.; Decker, K.; Oclusão, Dores Orofaciais e Cefaléia. Ed. Santos, 2005.


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Artigo | Estética, beleza, mulher, máscaras faciais

A natureza a serviço da beleza por | Eduardo Tavares fotos | divulgação

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o início, pode parecer estranho. Mas a indústria da beleza vem utilizando elementos da natureza a serviço da estética. Uma série de máscaras À base de pedras estão sendo utilizadas para revitalizar e hidratar a pele. Novos tratamentos em prol de tornar a mulher realizada quando se depara com sua imagem no espelho. A máscara de ouro é luxuosa e indicada para peles ressecadas e desvitalizadas, que precisam se recuperar dos efeitos do sol e da poluição. À base de ouro e mel, a máscara de ouro tonifica, clareia e revitaliza a derme do rosto e pescoço, além de ativar o metabolismo celular. A máscara pode ser usada por homens e mulheres de qualquer idade mas é mais indicada para quem tem mais de 30 anos. - O ouro é energético e ativa a circulação. Ele repõe a energia térmica, e isso clareia a pele, deixando-a brilhante, cheia de vida, diminuindo as rugas e a flacidez. A máscara de ouro faz renovação celular e tira as células mortas. Além disso, é uma máscara que pode ser usada em todo tipo de pele – confirma Rebeca Lemos, consultora de estética e proprietária da Vip-Clinique Barra. Para receber a máscara, que fica na pele por cerca de 30 minutos, o rosto precisa ser higienizado profundamente e esfoliado, o que permite que o produto penetre mais profundamente na derme. A máscara de ouro deve ser totalmente retirada da pele, que recebe ainda uma loção tônica e um hidratante com filtro solar. Já a máscara de pó de pérola é outra novidade que está sendo muito utilizada para hidratar, nutrir e tensionar a cútis, estes são os principais benefícios desse tratamento luxuoso. A máscara de pó de pérola é perfeita para peles ressecadas, por causa da propriedade oleosa; flácidas e com sinais de idade, porque produz efeito lifting imediatamente. Depois de limpa e esfoliada, a pele recebe uma camada de fluido composto por pó de pérola (que tem efeito tensor) e coraline (que promove a regeneração das células cutâneas). A terceira etapa é a aplicação da máscara de pérola com óleo de arroz para nutrir. A máscara também permanece no rosto por cerca de 30 minutos. A fase final prevê o recebimento de uma fina camada de pó de pérola, que não é retirada. A recomendação é lavar o rosto depois que passar duas horas. Resultados como melhora na hidratação da pele e maior maciez já são percebidos logo após a primeira sessão. A pele também fica momentaneamente mais lisa. No entanto, para efeitos mais profundos e duradouros, são recomendadas no mínimo seis sessões. 16 • ed.62 | mai/jun 2008 • NovaFisio

Outro tratamento utilizado, o Peeling de Rubi ajuda a recompor a hidratação e aparência saudável da pele. Combate os radicais livres e auxilia na manutenção de uma pele mais luminosa. O tratamento é contra-indicado para gestantes ou pessoas que estejam usando ácido retinóico em qualquer concentração. Neste caso, é necessário interromper o tratamento sete dias antes de iniciar o procedimento. Confira o passo a passo elaborado pela Clínica Più Bella, da Barra: 1. LIMPEZA: Aplica-se Glycolic Cleanser com algodão úmido. O produto deve ser aplicado em movimento circulares e retirar em seguida. 2. TONIFICAÇÃO: Aplicar o tropical tonic e não retirar. 3. PEELING 1: Aplicar o gel esfoliante abrasivo (Rubi, Cristal, Alfa-Arbituna e ácido lático), massageando toda a pele, até completar a absorção. Remover os resíduos de cristal com gaze seca ou pincel. 4. PEELING 2: Gel esfoliante químico (ácido mandélico, azeloglicina). Aplicar com o pincel e deixar secar. Deixar o filme plástico, entre 5 e 10 minutos. Retirar o filme plástico e não o gel. 5. APLICAR A MÁSCARA: Aplicar a hidroplástica de Rubi (Rubi, vitamina C, Uva, URSI, Alcaçus). Aplica-se com pincel uma camada fina sobre a pele. Deixe em repouso de 15 a 20 minutos. Retirar em seguida com algodão ou gaze umedecida. 6. PEELING 3: Aplicar o gel renovador (rubi, retinol, vitamina ki, ácido azelaico, glicerina e óleo de arroz). Aplicar a máscara finalizadora que forma um filme oclusivo para evitar perda excessiva de água. Aplicar uma quantidade sobre a pele e massagear uniformemente. Deixe agir por 5 min e depois remova a água. 7. Finalizar: com bloqueador solar FPS, entre 40 e 60. Este tratamento deverá ser feito inicialmente uma vez por semana durante um mês e depois a cada 15 dias e no fim do tratamento, duas sessões, uma vez por mês. O ideal é fazer seis sessões. Vip-Clinique Barra: Tel.: (21) 2495-9921 ou 3872-4354 Clinica Più Bella Tel.: (21) 2484-3827 ou 2496-3256


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Estética

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Vilma Natividade

Participe! Escreva para: vilma@novafisio.com.br e visite www.vnative.com.br

Caros leitores

Foi com muita alegria que recebi o convite da Dra. Vilma Natividade para escrever estas singelas palavras, pois assim, tenho a oportunidade de participar deste grandioso projeto que a Revista Nova Fisio&terapia nos brinda instituindo um caderno voltado para o engrandecimento da Fisioterapia Dermato-Funcional, com isso soma-se mais um “tijolo” no alicerce desta nova especialidade que aos poucos se solidifica a cada dia no seio da fisioterapia. Ressalto a importância deste tipo de projeto, que prima pela divulgação de conteúdo informativo-científico, fazendo com que o ato fisioterapêutico dermato-funcional apresente-se com maior fidelidade no tocante à produção de resultados terapêuticos confiáveis, fazendo com que esta especialidade possa ser reconhecida no mais breve tempo possível por nosso Conselho Federal. Parabenizo os editores da NovaFisio pela brilhante ideía de divulgar em seu periódico artigos alusivos a esta nova especialidade da fisioterapia, e principalmente à Dra. Vilma Natividade que, com sua notória capacidade profissional, vem conduzindo este processo com maestria. Certo de que todos nós seremos beneficiados com este projeto, parabenizo a todos e convido a desfrutarem deste “banquete” de informações da dermato-funcional.

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Abraços a todos Fabio Borges


Artigo | Tratamento facial, eletrodermoporação,

hidratação

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por Vilma Natividade

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Estética

Tratamento facial com eletrodermoporação bjetivo: Tratar ptose tissular na região palpebral usando a eletrodermoporação.

Resultados: Teste de elasticidade: O presente estudo apresentou melhora na elasticidade devido à melhora da hidratação da pele.

ticos. Quanto às medidas 3 e 4, a hipótese seria ,justamente, o seu aumento gerado pela melhora do trofismo dos músculos frontal e palpebral.

Casuística: M.C.N., 48 anos, apresentava ptose grau 3 nas pálpebras superiores e inferiores. Referia não usar nenhum cosmético em casa.

Teste de hidratação Corneometer®: A pele apresentou resposta positiva a hidratação com o procedimento

Conclusão: Concluímos que o estudo teve excelentes resultados relacionados diretamente com o uso do produto específico para a eletrodermoporação ,ou seja, produto desenvolvido com biotecnologia, de característica nanoencapsulado e estéril, que gerou uma permeação intracelular original o diminuindo o grau de ptose tissular de 3 para 1.

Método: O estudo foi realizado no ambulatório do Centro Universitário Monte Serrat, na cidade de Santos, onde realizamos 6 sessões durante 3 semanas, seguindo o seguinte protocolo: Higienização com emulsão de limpeza, Esfoliação: Gel com semente de abricot, Desinfecção: com degermante de Clorexidine, Eletrodermoporação: com Step 1(Relicate®): rafermine e tensine. Amplitude do equipamento: 60%. Modo: continuo. Tempo: 5 min/ hemi face. Finalizamos com filtro solar. Observação: Não realizamos massagem nem máscara para avaliar os resultados ,exclusivamente, da eletrodemoporação.

Biometria facial: A biometria apresentou bons resultados. A hipótese deste estudo seria a diminuição das medidas 1 e 2 , o que implica no comportamento dos músculos bucinador e zigoma-

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Artigo | Histologia, lesão, regeneração, galvanopuntura, eletroterapia

Estética

Análise histológica

comparativa da profundidade da lesão e tipo de regeneração em pele de ratos, com o uso das técnicas de Galvanopuntura invasiva e não invasiva na polaridade positiva e negativa

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por Sigrid Venâncio Queiroz, Vilma Natividade Silva

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uso da estimulação elétrica vem sendo registrado, desde do século XVII, como meio de promoção da cicatrização de lesões cutâneas associadas à varíola, através de aplicações de lâminas de ouro. DuBois Reymond (1860), verificou que o local lesionado, é eletricamente positivo, em comparação com o tecido integro.1 Burr e col., (1938 e 1940), observou que os potenciais elétricos sobre as feridas, eram a princípio positivos, tornando-se negativos após o quarto dia, e, assim permanecendo até completa cicatrização, associando-se a fase de proliferação celular, ao potencial negativo da ferida.1 Rowley e col., (1974 e 1985), no que tange aos efeitos de polaridades, sugere que o eletrodo negativo quando aplicado em lesão com corrente direta de baixa intensidade, encoraja a resolução da infecção pelos efeitos bacteriostáticos, mediante o retardo do crescimento das bactérias e abertura dos leitos capilares, os quais permitem que as defesas biológicas normais entrem em ação, todavia não encorajando a cicatrização. Contudo, o eletrodo positivo, aplicado na lesão, estimula tanto a resolução da infecção quanto ao da cicatrização, pois Carey e Lepley (1962) demonstraram que a estimulação com polarização positiva atrai as células inflamatórias, resultando num aumento da reação inflamatória incentivando o processo proliferativo para a epitelização da pele favorecendo a migração celular e a síntese de colágeno.1 Durante a estimulação elétrica, os elétrons reagem com as moléculas de água pelo cátodo para produzir íons hidróxilos, enquanto que no ânodo, prótons são formados. Assim, entre a interface anódica e catódica, um gradiente de prótons e um (gradiente) potencial, atravessa o tecido, criando o meio. Em conseqüência disto, os prótons, sobre a influência do campo elétrico e a diferença de concentração, movem-se do ánodo para o cátodo, quando esta migração de prótons alcança a membrana mitocondrial H-ATPase, formando os ATPs, isto baseado na teoria quimiosmótica de Michell, enquanto que as funções de transporte são controladas por modificações nos gradientes elétricos, que

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atravessam as membranas.2 Em 1982, segundo Cheng, para se obter um efeito estimulatório máximo, sobre a síntese de proteínas, as intensidades mínimas das correntes foram aproximadamente 50A até aproximadamente 1000A, sabendo-se que acima desta intensidade os efeitos eletrólitos podem causar algum prejuízo ao metabolismo corpóreo. Já para Wolcott e col., em 1969, em trabalho publicado, relatou o uso de intensidade variante entre 200A e 800A, no tratamento de 83 úlceras isquêmicas, resultando cicatrização numa velocidade média de 27% por semana, e para as úlceras que serviram de controle, de 5% semanal. Nas correntes elétricas diretas, que variam de 10A A 1000A, o aumento da concentração de ATP (Trifosfato de Adenosina), é de aproximadamente em torno de 500% nos tecidos, e estimulam a incorporação de aminoácidos para dentro das proteínas, contribuindo para aumento na atividade de síntese protéica em 30 a 40% na área tratada, relatando ainda os autores, que o metabolismo do DNA permanece inalterado durante as aplicações das correntes elétricas.2,3 Em 1988, Dunn e col., observou que através da utilização da estimulação com corrente direta entre 20A e 100A, obteve-se um incremento no intracrescimento dos fibroblastos, no alinhamento das fibras de colágeno, com a resposta máxima fibroblástica, nas proximidades do cátodo.1 Em 1952, com base em pesquisas anteriores, Dr. Humberto Pierantoni, médico francês, desenvolveu a técnica da Galvanopultura, utilizando-se de corrente elétrica de baixa intensidade, em atrofias dérmicas.4 Na dermatoestética, esta é conhecida como Eletrolifting, Galvanopultura e Micrólise, originada dos termos “eletro” que se dá pela utilização de corrente elétrica, “lifting” que vem de uma palavra inglesa que significa “levantamento”; empregada em um tratamento, que tem com finalidade, produzir um levantamento da pele e estruturas adjacentes, com objetivo de prevenir rugas, flacidez e envelhecimento cutâneo. Galvanopuntura, originou-se, pelos termos “galvano”, pela utilização de corrente Galvânica, e “puntura” pelo ato de penetrar na pele um instrumento metálico pontiagudo. E, Micrólise, termo ideal para se referir a técnica, por trata-se de liquefação das proteínas

atingidas pela corrente, com o objetivo de atenuar rugas finas e superficiais.5,6 Segundo GUIRRO & GUIRRO, o Eletrolifting (Galvanopultura), se utiliza dos efeitos terapêuticos da corrente galvânica, no pólo negativo (cátodo), e de uma fina agulha que tem em si a concentração da corrente em um eletrodo ativo, possibilitando o abrandamento de lesões dérmicas, devido a ocorrência de uma reação básica, com a liberação de hidrogênio e conseguente necrose por liquefação, limitando-se a algumas células epidérmicas, promovendo a atenuação das rugas e linhas de expressão. Na eletroterapia, basea-se nos efeitos fisiológicos dessa corrente, com a aplicação invasiva ou não invasiva, a qual intervirá de maneira atenuadora e preventiva no envelhecimento, melhorando de modo geral o aspecto da pele.7 A durabilidade do tratamento está condicionado à completa execução da técnica, bem como sua manutenção, seus efeitos pode variar caso a caso. A prática é realizada entre 3 semanas até 6 meses, devendo ser retocada, baseando-se nos aspectos de prevenir, aliviar ou amenizar as rugas, pelo incremento simultâneo do processo inflamatório e respectiva de epitelização.4 A atenuação ocorre pela ação do Eletrolifting, baseando-se no deslocamento de proteína da própria pele, através da corrente galvânica, para preenchimento dos sulcos que formam as rugas, atuando a nível celular e estimulando a produção de fibras colágenas e elastina, estimulando os fibroblastos jovens e uma neovascularização.7 A superfície cutânea possui carga elétrica negativa, fazendo com que repila a maioria das bactérias e detritos atmosféricos, que tenham carga negativa. Na altura da camada malphigiana e granulosa, encontra-se dupla carga elétrica positiva, até a superfície que é ácida e negativa, e, na profundidade alcalina. São essas características que fazem com que o tecido se constitua em verdadeira barreira contra a penetração de água e outros elementos estranhos à pele. 4 Conhecendo a força elétrica do tecido e o potencial equilibrante da corrente de microamperagem, a proposta é a ativação das substâncias do tecido conjuntivo (colágeno, elastina, reticulina), promovendo a eletrosmose, com uma compactação e reagregação das fibras, para a dissimulação parcial ou total das linhas


Artigo | Histologia, lesão, regeneração, galvanopuntura, eletroterapia Ambas as técnicas ocasionaram, uma lesão, concomitante à utilização da corrente galvânica numa intensidade de 300 microamperes, com o eletrodo ativo, no pólo negativo, e o eletrodo passivo, no pólo positivo ligado a uma placa de borracha de siliconada, formada por íons de carbono, com gel condutor e posicionada no ventre do animal.8,5,4,7 Técnica realizada com método Não Invasivo de Contato Direto Esta técnica, propõe uma estimulação com posterior instalação de processo inflamatório, caracterizada por hiperemia ativa, edema e aumento da temperatura no local, através da utilização da corrente galvânica de microamperagem a 800A . Baseado em um plano piloto e no relato de Wolcott e col. (1969), onde, nos polós positivo e negativo, aplicados sobre a pele com uma agulha de 10mm de comprimento, horizontalmente, num tempo de 14 segundos, ocasionando assim, uma maior área de contato, da corrente, com a área a ser tratada podendo repetir a operação no mesmo local, até a instalação do processo inflamatório agudo, caracterizado pela presença de hiperemia e edema.

“estimulação com polarização positiva, atrai as células inflamatórias até o local da lesão, resultando num aumento da reação inflamatória” O procedimento técnico consistiu da estimulação do local da pele do rato, de forma individual, com a utilização do aparelho Physiotonus MicroCorrent da Bioset Indústria de Tecnologia Eletrônica Ltda, cedido e adaptado para o experimento, de corrente contínua de microamperagem, em 04 grupos de ratos, subdividos um (01) a um (01), dos quais foram retirados, fragmentos circulares de tecido, medindo cada um 7mm, visando o centro da área tratada; utilizando punch 7mm para 04 amostras, das quais, 02 amostras imediatas A1, uma corresponde as técnicas realizadas com a polaridade positiva, e outra, a polaridade negativa, esta, retirada logo após a realização das mesmas, com objetivo de analisar histológicamente, a profundidade da lesão provocada. Duas (02) amostras tardias A2, retiradas 24 horas após a realização, onde uma, corresponde à polaridade positiva e outra à polaridade negativa, objetivando exame minucioso do processo de epitelização tecidual, 24 horas pós-lesão. Tais fragmentos foram conservados em solução formoldeído R 10% (Formol), e enviados para serem processados em laboratório

de histologia, pela técnica de coloração Hematoxilina Eosina (HE). Na análise microscópica, observou-se: - resposta inflamatória com presença de neutrófilos; grau da lesão e epitelizacão; grau de vascularização pela eritrodiapedese e fibroplasia. Fez-se uso da microscopia de luz, com aumento de 100 vezes e as lâminas examinadas com a Disciplina de Patologia – UNIFESPEPM. E na análise macroscópica, os parâmetros observados, foram temperatura local, grau de hiperemia e grau de exudato. Procedimentos e Resultados Análise Macroscópica Imediata: Grupo 01 – Realizou-se a técnica de Escarificação, com corrente de microamperagem em uma intensidade de 300A, na polaridade negativa no lado direito do dorso do animal, e positiva no lado esquerdo, ao que apresentou aumento de 3A C da temperatura local, hiperemia ao redor da lesão e liberação de exudato imediato, em ambos os pólos. Grupo 02 – Realizou-se a técnica Não Invasiva de Contato Direto, corrente de microamperagem em intensidade de 800A, na polaridade positiva, no lado direito do dorso da animal, e negativa no lado esquerdo; não apresentando aumento temperatura imediata, porém, com presença de edema local e hiperemia ao redor da lesão. Grupo 03 - Realizou-se a técnica Invasiva, na corrente de microamperagem na intensidade de 300A; polaridade negativa do lado direito do dorso do animal, e positiva, no lado esquerdo; exibindo aumento de 2A C, da temperatura local imediata, discreta hiperemia ao redor da lesão e liberação de exudato em menor quantidade, comparados ao grupo 01 da técnica de escarificação, e, em ambos os pólos. Grupo 04 – Realizou-se inicialmente um peeling com ácido retinóico a 1% e resorcina a 10%, deixados na pele por 30 minutos, com remoção. Após, realizou-se técnica não invasiva de contato direto, na corrente de microamperagem em intensidade de 800A, com polaridade positiva do lado direito do dorso da animal, e negativa do lado esquerdo, apresentando com isto, uma diminuição localizada de temperatura imediata no local de 2AC, ausência de hiperemia e edema localizados, devido a coagulação das proteínas, que aumentaram a resistência da pele à passagem da corrente.

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de expressão, bem como suas variações. Esta atenuação se da por gradiente elétrico, onde, no tecido dermo-epidérmico, há um gradiente elétrico 86% positivo, sendo utilizado então uma corrente de polaridade negativa para que ocorra a atração dos componentes do tecido conjuntivo.5 A lesão das células do estrato espinhoso obrigará o organismo a uma reação reparadora. As células abaixo do sulco das rugas, são células atróficas, menores e de qualidade inferior às vizinhas. A ponta da agulha provocará necrose de algumas destas células, e, em resposta à lesão, ocorrerá uma dilatação dos pequenos vasos da derme que correspondem à região lesada, resultando num discreto edema, seguido de aumento da taxa mitótica regional do estrato basal. Diante disto às células recém-formadas, preencherão os espaços daquelas lesadas, e os restos, serão eliminados por fagocitose e o líquido excedente absorvido pela circulação linfática.5 Existem publicados, vários estudos que relatando os efeitos da estimulação elétrica, em culturas celulares e em experimentos “in vivo’’, em animais demonstrando a ocorrência de respostas celulares à CDBI (corrente direta de baixa intensidade). 1 Este estudo tem como objetivo realizar uma análise histológica comparativa, tanto das técnicas invasivas e não invasivas, com polaridades positiva e negativa, objetivando a verificação da profundidade da lesão e respectiva regeneração, em pele de ratos. Método amostra O estudo utilizou-se de 04 Rattus Norvégicus Wistar, exogâmicos, machos adultos, com idade entre 3 a 5 meses, peso médio de 300 gramas, oriundos do Centro de Desenvolvimento de Pesquisa Experimental CEDEMEEPM. Procedimentos Os animais receberam anestesia gasosa, por inalação de éter etílico, seguido por epilação bidigital na região dorsal, numa área de 10cm x 5cm, sendo dividida nos animais por duas linhas, uma mediana crânio-caudal, outra latero-lateral, no lado direito realizou-se as técnicas com a corrente contínua de microamperagem na polaridade negativa, e lado esquerdo, as técnicas com a corrente contínua de microamperagem na polaridade positiva . Técnica realizada com Métodos Invasivos A galvanopultura (eletrolofiting), propõe um processo de inflamação aguda, que ocorre através da penetração na pele, por uma agulha de 4mm de comprimento x 0,20 de diâmetro, num ângulo correspondente a 15A em relação a superfície cutânea, denominado método Linear, aplicado entre as camadas da epiderme, e com o método de Escarificação, que consiste no deslizamento da agulha, a 90A em relação a superfície cutânea, linearmente por 5 (cinco) vezes no mesmo local.

Discussão Conforme descrito por Carey e Lepley, 1962, a estimulação com polarização positiva, atrai as células inflamatórias até o local da lesão, resultando num aumento da reação inflamatória, e conseqüentes efeitos benéficos na epitelização.

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Artigo | Histologia, lesão, regeneração, galvanopuntura, eletroterapia

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Observamos que, as lesões provocadas pela utilização da polaridade positiva, originou um processo inflamatório de maior durabilidade, com presença continuada de infiltrados linfocitários e neutrofílicos, mesmo após 24 horas, da realização da técnica, diferenciando-se daquela realizada na polaridade negativa, que caracterizou-se pelo processo inflamatório de menor durabilidade, onde, 24 horas pós a realização da técnica, registrou-se apenas um discreto infiltrado inflamatório, presença de crosta necrótica, repitelização e fibroblastia nos métodos invasivos. Paraqueratose e hiperparaqueratose, nos métodos não invasivos, caracterizados uma aceleração do processo inflamatório, descritos por Winter, em 1964, Erickson e Nuccitelli (1984), bem como Patel e Poo, em 1982. Esses observaram que, a orientação celular em relação ao campo e ao movimento celular (Galvanotaxia), realiza-se comumente na direção do cátodo, onde Gentzkow e Miller, (1991), explicaram tal efeito, pela observação, dizendo que quando os tecidos estão inflamados, os neutrófilos eram atraídos ao cátodo (pólo negativo), o que sugere uma ligação entre os eventos quimicamente mediados e a reatividade elétrica.1 Dunn e col., 1988, usaram a estimulação com corrente direta, entre 20A e 100A, verificando um incremento no intracrescimento dos fibroblastos, no alinhamento das fibras de colágeno, com a resposta máxima dos fibroblastos, nas proximidades do cátodo. Com utilização de uma intensidade (300A), empregadas nas técnicas invasivas de Pulturação e de Escarificação, observou-se, que no pólo negativo (cátodo), ocorre intensa estimulação fibroblástica, caracterizada por grande quantidade de fibroblastos no local e na periferia da lesão, todavia, no caso da técnica de Escarificação, observou-se ausência de fibrócitos na região, que caracterizando a presença da fase proliferativa, com um conseqüente aumento da velocidade da repitelização, em comparação com o resultado com o fragmento da lesão realizada com o pólo positivo (ânodo), ainda apresentando processo inflamatório, localizado caracterizado, pela presença de exudato neutrofílico. Finalmente, nas presenças da Paraqueratose e da Hiperparaqueratose, observadas nas técnicas não invasivas, as quais não encontrou-se relatos descritos anteriormente, definindo-se como a visualização de células no estrato córneo, fisiologicamente presentes somente no estrato granuloso da epiderme, caracterizadas pela presença de citoplasma e núcleo, na periferia da lesão, pela aceleração da mitose dos queratinócitos, ou seja, na camada de queratina, por aceleração e motilidade das células endoteliais, para a periferia da lesão. 10

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Artigo | Histologia, lesão, regeneração, galvanopuntura, eletroterapia Referências Bibliográficas: 1-Kitchen, Sheila & Bazin ,Sarah – Eletro-terapia de Cayton – 10 Ed. Editora Manole 2002 2-Cheng N,Van Hoff H, Bocky E. The effect of eletric currents on ATP generation protein synthesis, end menbrane transport in rat skin. Clin Orthop 1982;171:264- 72 3-Kirsch, Daniel L. – Pain Management: A practical guide for clinicians,The Textbook of the American Academy of Pain Management,2001 4-Silva, Mariângela T. - ELETROLIFTING - Ed. Vida Estética - 1998 5-Winter, W. R. - ELETROCOSMÉTICA - Ed. Vida Estética - 3ª Ed. 2001 6-Miedes, J.L.L.- ELECTROESTÉTICA - Ed. Videocinco - Madrid – 1999 78-Silva, Marizilda, T. - ELETROTERAPIA EM ESTÉTICA CORPORAL - Ed. Robe - 1997 910-Apud Girro, E. C. O. & Guirro, R. R. J. - FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL - FUNDAMENTOS, RECURSOS E PATOLOGIAS - Ed Manorle - 3ª Ed. Revisada e ampliada 11-Silva, Marizilda, T. - ELETROTERAPIA EM ESTÉTICA FACIAL - Ed. Robe – 1997. 12-Girro, Elaine C. O. - Guirro, R. R. J. - FISIOTERAPIA EM ESTÉTICA - FUNDAMENTOS, RECURSOS E PATOLOGIAS - Ed Manole - 2ª Ed. – 1996 13-Girro, E. C. O. & Guirro, R. R. J. - FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL - FUNDAMENTOS, RECURSOS E PATOLOGIAS - Ed Manorle - 3ª Ed. Revisada e ampliada–2002

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Conclusão Concluímos que, as melhores técnicas que podemos propor, na utilização de processos de restauração de lesões atróficas da derme, são as de Escarificação modificada por atingir terço superior de derme reticular, evoluindo com necrose, repitelização, presença acentuada de fibrosblastos no local, e na periferia da lesão, bem como a técnica Não Invasiva de Contato Direto, por atingir toda derme com um processo inflamatório, lesão epidérmica, evoluindo para uma

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Artigo | Currículo, Fisioterapia, formação profissional

A eficácia do currículo de graduação em Fisioterapia na formação profissional. Autonomia e inserção do fisioterapeuta no mercado de trabalho por | Dardânia Cristina Moreira Sales & Maria Lúcia Jannuzzi Machado

A

organização curricular do curso de graduação em Fisioterapia constrói o perfil profissional do fisioterapeuta. O currículo tem projeção direta sobre a autonomia e a inserção desse profissional no mercado de trabalho. Este estudo tem como objeto o currículo do curso de Fisioterapia da Universidade Iguaçu (UNIG) – Campus V – Itaperuna/ RJ A prática pedagógica desenvolvida desde a criação do curso, os princípios adotados na estrutura curricular e as formas de transmissão de conteúdos, foram focalizados. De acordo com a literatura consultada, constatamos a importância de um perfil generalista e uma opção por um currículo integrado. A metodologia utilizada neste estudo foi uma abordagem qualitativa – estudo de caso – o que nos proporcionou oportunidades para observar a prática desenvolvida no curso e a percepção de professores e alunos, detectando mudanças necessárias para melhor formação do futuro fisioterapeuta, adotando um currículo integrado. Os dados foram coletados utilizando 45 discentes e 15 docentes do ciclo profissionalizante. Foram adotados, como instrumento de pesquisa, dois roteiros estruturados de entrevista. O estudo teve autorização da universidade e do comitê de ética O resultado obtido pela pesquisa é indicativo de que a estrutura curricular deve ser organizada de forma integrada, ou seja, uma estreita relação entre teoria e prática, contribuindo para uma formação mais humana, ética e cidadã, rompendo o modelo tradicional saúde-doença. Introdução A Fisioterapia é o ramo das Ciências Médicas que compreende o emprego de agentes naturais e físicos na prevenção e tratamento de doenças. Como profissão, a Fisioterapia, para chegar ao status atual, teve que escalar vários obstáculos. As universidades preocupam-se com a qualidade do atendimento prestado pelo profissional que será integrado ao mercado de trabalho, oferecendo um serviço com qualidade e que atenda às demandas desse mercado. Para melhor entendermos a criação do curso de graduação em Fisioterapia e a conseqüente formação do profissional fisioterapeuta, devemos resgatar um pouco de sua história. Inicialmente, nos primeiros cursos de graduação em Fisioterapia, existia a preocupação em conhecer as doenças, eliminar seus efeitos e corrigir os distúrbios causados por elas. A partir de 2001, esse profissional passou a ter um perfil profissiográfico determinado pelas diretrizes curriculares específicas do curso, instituídas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Esse curso de graduação adota, como perfil do formando 26 • ed.62 | mai/jun 2008 • NovaFisio

(egresso ou profissional), o fisioterapeuta, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado-o a atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e técnico. O curso de Fisioterapia foi regulamentado, no Brasil, pelo Decreto-Lei 938/69, em 13 de outubro de 1969 e, desde então, sua prática tem sido exercida regularmente, neste país, pelos profissionais fisioterapeutas. O fisioterapeuta pode ser definido como profissional de nível superior, da área de saúde, autônomo, que poderá atuar isolado ou em equipe em todos os níveis de assistência à saúde, incluindo a prevenção, promoção, desenvolvimento, tratamento e recuperação da saúde em indivíduos ou comunidades. Em conseqüência das habilidades e competências adquiridas na graduação, já que as universidades têm como compromisso prover a sociedade de profissionais da área de saúde responsáveis por ações de Fisioterapia, o profissional, com formação generalista, atualmente exerce suas funções nos mais diferentes locais, tais como: hospitais (ambulatórios, enfermarias, Unidades de Terapia Intensiva), clínicas, consultórios, indústrias, postos de saúde, creches, escolas, universidades, clubes e outros. A evolução da Fisioterapia, ao longo destas quase quatro décadas, tem sido marcada pela constante luta da categoria em busca de mais espaços e destaques na área de saúde, o que vem exigindo uma melhor qualidade na implantação e na implementação de cursos de graduação em Fisioterapia. Ao longo destes anos a fisioterapia desenvolveu-se gradualmente em todo país e, especialmente nos últimos dez anos, ocorreu um crescimento quase exponencial na oferta de vagas nos cursos de graduação, devido à expansão do curso na área de saúde e inserção destes no mercado de trabalho. Devido a esse aumento de universidades que oferecem o curso de graduação e pelo aumento rápido de profissionais inseridos no mercado de trabalho, é necessário questionarmos a formação e o perfil dos fisioterapeutas, graduados pelas universidades, que almejam atender à população e ao mercado de trabalho de forma eficaz. O presente estudo objetiva analisar e compreender a proposta curricular da universidade focalizada, como uma construção histórica, um processo, uma práxis, com vistas à formação de futuros fisioterapeutas; visando atender a tríade: reflexão curricular, ensino e aprendizagem. Em relação à parte da docência, este trabalho poderá contribuir para se refletir sobre a importância da formação curricular visando a interdisciplinaridade, implicando uma abordagem teórica e

prática diferente daquela adotada tradicionalmente na formação superior em saúde. Quadro teórico Analisar o currículo como práxis significa concebê-lo como um processo que ocorre dentro de condições concretas, configuradas em um mundo de interações culturais e sociais. O currículo constitui-se, por decorrência, em um universo construído e esta construção não é independente de quem tem o poder de construí-la. Por ser um instrumento que reagrupa em torno de si uma série de práticas diversas é um elemento fundamental para compreender a prática pedagógica desenvolvida em uma instituição de ensino. Ele tem uma projeção direta sobre esta prática, sendo que este reflete o conflito entre interesses dentro de uma sociedade e valores que regem o processo educativo. Ao discutirmos currículo, é preciso não perder de vista que se está tratando de conhecimento selecionado e organizado sob a forma curricular, desenvolvido nas Universidades fazendo-nos refletir sobre questões como: Quem seleciona esses conteúdos? Por que alguns conhecimentos são selecionados e outros ficam de fora? A que interesses atendem? Que culturas estão presentes e quais ausentes? Conclui-se que estas reflexões remetem para a questão do poder, da ideologia e da cultura que envolvem o currículo. A partir dessas abordagens, focalizamos a organização curricular, entendendo-a como geradora de um tipo específico de socialização. Por considerar, que o currículo interdisciplinar integrado promove um tipo de socialização que democratiza o conhecimento, impedindo a fragmentação que o currículo por disciplinas impõe. Atualmente há polêmica é em se tratando do conceito de currículo, dependendo do enfoque adotado, visto que o currículo tem significados diversos para correntes de pensamentos distintos. A questão central não é encontrarmos uma concepção que seja universal. Entretanto se considerarmos que currículo é uma construção histórico-social de sujeitos imersos em uma prática social, há que se optar por uma determinada concepção para a formação dos futuros profissionais. Nesse sentido o currículo constitui-se em um processo, um práxis. Processo, que vai desde o discurso sobre o que se ensina até o que efetivamente é aprendido pelo aluno. Ao tratarmos dessa discussão acerca da interdisciplinaridade no currículo, deveremos abordar um pouco o significado das disciplinas. Vários autores como Sacristán (1991), consideram disciplinas apenas um conjunto de conteúdos de ensino. E esses conteúdos são parcelas das


ciências reprocessadas pela escola que ocupam um tempo e um lugar no currículo. Os autores defendem que a relação entre disciplina e conhecimento não se dá da mesma forma nos diversos graus de ensino e que no nível superior as disciplinas têm um caráter mais próximo do científico (as ciências constituem-se em disciplinas por meio de processos de transposição didática, ou seja, as transformações por que passa o conhecimento científico a partir da apropriação desses saberes pelo sistema escolar com a função de tornar os saberes selecionados efetivamente assimiláveis). Os currículos adotados na formação em saúde vêm sendo hegemonicamente organizados com base em um conjunto de disciplinas isoladas, justapostas e classificando-as em disciplinas científicas e disciplinas aplicadas; as primeiras estão contidas no chamado ciclo básico, e as segundas pertencentes ao ciclo profissional. A estrutura interna do currículo da UNIG é do tipo por disciplinas, partindo das teorias gerais das ciências para só depois abordar as situações práticas. Nessa lógica, esperamos que os alunos, uma vez detentores da teoria, sejam capazes de aplicá-la automaticamente a uma realidade, no nível concreto. Outra característica marcante desse currículo é que faz uma pequena integração ensinocomunidade, e que, na realidade, o ensino e a comunidade constituem espaços isolados que ocasionalmente estabelecem algum nível de comunicação entre si. Santomé (1998) nos faz refletir que há hierarquização do conhecimento; que este tipo de currículo promove a diferença de valorização das disciplinas, dificultando aos alunos visualizar a necessidade das disciplinas menos importantes para compreensão da realidade, ou seja o contexto social da população atual. Cada disciplina constitui-se em uma "caixa" estabelecendo disputas entre si quanto a sua importância, sendo-lhes conferido status diferenciado geralmente decorrente da "importância científica", tendo por base que o modelo deste currículo estabelece o que vem a ser ciência. Como o conhecimento encontra-se fragmentado em disciplinas não podemos esperar que o aluno, por sua conta, integre conhecimentos dispersos, adquiridos com professores diferentes sob metodologias diferentes e processos avaliativos distintos, inclusive com visões de mundo e de saúde ideologicamente diversas (SACRISTÁN, 1998, p. 80). Na visão de Santomé (1998), Botomé e outros (1999) nessa proposta a realidade cotidiana aparece desfigurada , visto que tem por base saberes sem ideologia aparente e descontextualizados da realidade. É importante observar que, nesse caso, a aprendizagem dá-se em geral por acumulação de informações, que devem ser memorizadas, obtidas em livros didáticos produzidos em outros contextos sociais diversos dos novos e em aulas centradas em uma metodologia da transmissão, onde a discussão, a reflexão e a pesquisa encontram-se em "segundo" plano. Nessa concepção, costuma o que é transmitido via currículo oculto - os alunos e professores a convicção de que nem todo aluno tem que ser bem sucedido, parecendo normal que alguns fracassem (SANTOMÉ, 1998). Ao analisarmos este contexto, o que percebemos que o exemplo clássico é de um currículo por disciplinas que se encontra nas universidades ocorrendo classificação, isolamento entre os conteúdos, que se opõem ao modelo de generalismo, ou um currículo integrado, no qual a transmissão-aquisição do conhecimento é de forma homogênea, ou seja, ocorre uma integração entre a seleção do conteúdo e o ritmo de aprendizagem. Na formação em saúde em geral, são notórias as influências do mercado sobre o currículo, com prejuízo da seleção e organização do conhecimento necessários para atender a formação de profissionais capazes de atuar sobre os verdadeiros problemas de saúde da população. Em relação à Fisioterapia, no que diz respeito à seleção do conhecimento orientação dada em geral aos currículos, que é a base do que "ensinar" em detrimento da questão "do porquê aquele conteúdo e a que interesses estes servem". Percebe-se que os conteúdos eleitos num currículo, em geral, têm sofrido determinações exclusivamente de fora da universidade. Por tradição, vem se produzindo a clássica organização por disciplinas com todas as conseqüências por elas geradas. O questionamento acerca da organização dos currículos em disciplinas na formação em saúde e particularmente no da Fisioterapia, nos conduz à questão: os problemas de saúde existentes, dada a sua complexidade e multifatores, não se explicam, nem podem ser interpretados, a partir de uma única ciência, nem um único campo científico, no caso, o das ciências biológicas. Santomé (1998), embasado na Sociologia, nos faz perceber que o curwww.novafisio.com.br • ed. 62|2008 • 27


Artigo | Currículo, Fisioterapia, formação profissional rículo integrado é a opção mais pertinente para o processo educativo. O autor ainda alega que, em vista da experiência humana ter um caráter de totalidade e o currículo integrado incorporar como princípio a interdisciplinaridade, os estudantes adquirem hábitos intelectuais favorecedores das intervenções humanas em todas as perspectivas. Essa organização curricular estimula os sujeitos a analisar os problemas buscando soluções criativas, visto que aquilo que se estuda está sempre vinculado a questões reais e práticas. No desenvolvimento de um currículo integrado as diferentes áreas do conhecimento e as diferentes disciplinas devem entrelaçar-se, reforçando-se mutuamente para contribuir de modo significativo com a construção e reconstrução de conhecimento de forma que este conhecimento esteja a serviço de uma vida mais digna, autônoma e democrática. Para Bernstein (1986), Santomé (1998) e outros, a socialização gerada pela adoção de um currículo integrado repercute entre os professores, contribuindo para que estes se sintam participantes de uma equipe com metas comuns, superando as disputas tão comuns em um currículo por disciplinas. A integração altera também a relação professor-aluno, aumentando o poder do aluno. Estas mudanças nas relações entre os autores sociais envolvidos no processo educativo guardam relação direta com a diminuição nos níveis de predileção por algumas disciplinas no currículo. A integração disciplinar, que tem como categorias centrais a totalidade e a interdisciplinaridade, aplicando uma abordagem teórica e prática diferente daquela adotada tradicionalmente na formação superior em saúde. Os currículos por disciplinas, usados atualmente na universidade em estudo, centrados na separação ciclo básico/ ciclo profissionalizante, não contribuem para a visão de totalidade pelos alunos, pois estes alegam que não percebem a real utilidade de alguns conteúdos do ciclo básico para a formação do fisioterapeuta. Na formação do fisioterapeuta essa concepção de vivência dicotômica entre ciclo básico de formação geral e ciclo pré-profissionalizante, em que as disciplinas básicas incluem no primeiro ciclo e no segundo e terceiro ciclos encontram-se às aplicadas e profissionalizantes, faz com que ocorra a justaposição entre as disciplinas teóricas e as profissionalizantes, sem comunicação entre elas. Esta separação de ciclo, ou teoria antecedente à prática sob a forma de estágio supervisionado, gera uma visão, nos graduandos, de conhecimento técnico-científico, excluindo ou limitando a atuação do profissional em outras áreas da saúde. Contrapondo-se a esse modelo de currículo, a possível solução para melhorar essa questão seria a adoção de um currículo integrado, que tem como base a relação estreita entre teoria e prática. Uma vez que teoria e prática constituem-se em duas dimensões da realidade, são dois componentes indissolúveis (REBELLATO & BOTOMÉ, 1999). Todos os componentes curriculares devem trabalhar a teoria e a prática para que não se perca a perspectiva de realidade da formação e da prática em saúde. A base de um currículo integrado é a ação que, para se constituir de maneira pre28 • ed.62 | mai/jun 2008 • NovaFisio

cisa, necessita reflexão, auto-questionamento da teoria a partir da prática.. É a teoria, que é a conseqüência da ação (do saber fazer), enfrentando os desafios de erros e acertos numa prática refletida, numa práxis. Daí a base curricular, em que teoria e prática se transformam em dimensões articuladoras na formação do graduando em Fisioterapia. A pesquisa realizada O estudo obteve aprovação e consentimento da Universidade Iguaçu - Campus V - Itaperuna/ RJ. Foram sujeitos do estudo 15 docentes e 45 discentes (do 6º ao 8º período) num total de 60. Para complementação da pesquisa, utilizamos uma abordagem do conhecimento qualitativodescritivo do tipo estudo de caso; que privilegia a captação de dados importantes, com o propósito de observar, descrever e explorar determinados aspectos no cotidiano do Curso de Fisioterapia, por parte de docentes e discentes. Esta pesquisa, ao buscar a descrição e a exploração da interdisciplinaridade curricular no cotidiano do curso configurou-se, também, como uma pesquisa de campo. Resultados e discussão A decisão de privilegiar, nesta pesquisa, as informações obtidas no discurso de professores e alunos foi por estarem inseridos no contexto curricular como construtores do conhecimento. Sabíamos que enfrentaríamos obstáculos, devidos a tabus existentes na instituição e por vivermos em uma sociedade onde não se tem o direito de falar tudo, ou se pensar livremente. (ROMANO, 1999). Na universidade, espaço social de produção, reprodução e transmissão de conhecimentos, não é diferente, uma vez que o cenário de objeto de estudo é uma instituição universitária. Buscamos, nas informações obtidas com professores e alunos, captar a importância dada ao currículo integrado, em contraposição ao currículo composto por conteúdos ou informações isoladas. Com base na concepção de currículo como campo de integração da teoria à prática, afirmamos, nas conclusões da pesquisa realizada entre professores e alunos, que o currículo integrado é a forma mais prática de união entre teoria x prática, em qualquer curso. Ao argumentarmos a favor de um currículo integrado, ao invés do currículo por conteúdos isolados, poderemos encontrar resistência, já que este exigirá a integração de conhecimentos pertencentes a disciplinas diversas. A especialização, que é um tipo de saber restrito, não será desprezada, mas o correto seria se adotar uma concepção multidimensional, interdisciplinar do conhecimento, de um modo geral. A prática atual, no curso de Fisioterapia da UNIG, em Itaperuna, é a de um conhecimento parcelado na forma de currículo disciplinar, a conseqüência é a aprendizagem fragmentada na mente dos que aprendem, este fato é afirmado pelos acadêmicos do 6º período, que aprendem, no 2º e 3º períodos, disciplinas básicas sobre a profissão que serão aplicadas no 6º período, quando esses alunos têm o primeiro contato com pacientes: Por esse motivo é importante reavaliarmos a

prática pedagógica desenvolvida para validarmos a opção ou não por um currículo integrado para a formação de fisioterapeutas. O tema central do trabalho está na análise de informações sobre currículo generalista, perfil do acadêmico a ser formado e a importância da percepção da necessidade de construção de um currículo integrado, uma vez que este elucidará vários problemas existentes na compreensão das relações entre a teoria e a prática no curso. Abordar a organização curricular transcende a discussão de grade curricular, ementas, professores e acadêmicos. A maioria dos entrevistados demonstrou compreensão da pesquisa que estava sendo realizada. Nas análises das entrevistas, percebe-se que as mudanças no currículo velho e a construção do novo fazem parte de um novo processo pedagógico, uma transição, uma mudança de referencial teórico, face às novas necessidades de um mercado de trabalho dinâmico, motivando novas posturas na formação do profissional em questão. O enfoque na concepção de saúde-doença no currículo foi unânime, devido ao contexto histórico, social, político e cultural em que emerge a profissão. Quase todos os acadêmicos entrevistados permanecem, ainda, no perfil de doença. Os professores relatam que o currículo novo não eliminará o velho de forma absoluta, o que nos desafia a pensar quais são as relações entre o velho e o novo currículo? Talvez tenha havido a falta de uma concepção nova sobre a profissão, problemas nas ementas e grades que mudaram de terminologia, mas a base conceitual ainda precisa ainda ser reestruturada, ciclo básico pré e profissionalizante, ou seja, uma mudança no processo da prática pedagógica, onde se exija ação refletida e amadurecimento desse processo. Em momento algum os entrevistados foram contrários aos trabalhos sobre as novas transformações que ocorreriam no currículo. A esse respeito, cabe-nos retomar a referência feita por Sacristán (1998), que concebe o currículo como uma práxis e não como um objeto estático. Nesse sentido, as informações obtidas de professores e alunos tornaram-se significantes indícios da necessidade de construção coletiva do currículo em questão. A proposta curricular integrada articula-se a uma prática pedagógica que vê o aluno como sujeito ativo, reflexivo, criativo e solidário, que pode ser mostrada nas informações obtidas por estes: que a disciplina Anatomia e Fisiologia, que faz parte do ciclo básico, é imposta de forma solta e rápida, devido à carga horária, e por serem ministradas por outros profissionais que, geralmente, não sabem que conteúdos seriam importantes para o curso. Quando analisamos a questão do perfil, percebemos que muitos dos acadêmicos não sabem qual é o seu perfil e a maioria afirma que é o da saúde ou o da doença. O objeto "saúde" requer ser abordado a partir de uma visão de totalidade, visto que sua estrutura não é de natureza fragmentada. Quanto à reforma curricular, ocorrida neste ano, já foi percebido pelos alunos, que houve mudanças em disciplinas básicas como História e Fundamentos em Fisioterapia e inserção de Metodologia de Estudos, onde os


Artigo | Currículo, Fisioterapia, formação profissional alunos foram encaminhados a locais de estágios, tiveram contato com o ciclo profissionalizante e historiaram sobre a profissão e as dificuldades quanto à autonomia e à inserção no mercado de trabalho. Outro aspecto importante percebido foi o potencial de discussão, reflexão e tentativa de compreender a nova realidade da saúde, nos levando a termos uma suposta autonomia no mercado de trabalho atual, notado pelos alunos do 6º período. Já quanto aos professores, a maioria que está formada há mais tempo, foi percebido que tiveram algumas dificuldades em analisar o objeto de estudo, entre o processo de formação e o trabalho final da graduação. Ao mesmo tempo, contradizem, em situações de sala de aula, o currículo velho e o novo, conservando-se práticas comuns na maioria das ementas e conteúdos programáticos. Esse novo currículo foi implantado em 2004/1º semestre e só em 2007 é que po-deremos afirmar se o perfil pretendido do egresso foi atingido, se houve mudanças ou se ainda se conserva a prática de adotar a disponibilidade de carga horária do professor como um dos critérios de distribuição de conteúdos a serem ministrados, em detrimento do domínio do conteúdo. Em um currículo integrado o comprometimento do professor com a educação é o ponto crucial: a responsabilidade dos professores a cerca do que ensinar, como ensinar e as metas pelas quais devem se pautar (ROMANO, 1999). Portanto, é preciso estar-se consciente de que o currículo pode vir a desenvolver tanto o processo de conservação quanto o de transformação e renovação de valores. Valores esses que, às vezes, nos assustam, pelo fato da falta de embasamento teórico em assuntos que não dominamos, ou que geralmente temos que recorrer a matérias básicas. Entretanto, é aí que está o desafio da importância da integração disciplinar, nos fazendo repensar e reestruturar a natureza da atividade docente a partir do pensar a função social dos professores e alunos como intelectuais transformadores da realidade. Ainda que a mudança da concepção do processo saúde-doença tenha que ser envolvida em um conjunto de crenças a cerca da saúde, vinculadas à doença e à morte, devido às relações existentes entre a escola e sociedade, as reformas curriculares devem ser analisadas dentro da estrutura social e do contexto histórico em que se produzem, visto que o currículo reflete o conflito entre interesses de dentro da sociedade e os valores que regem o processo educativo (SACRISTÁN, 1998). Esta afirmação é reforçada na prática da função do profissional fisioterapeuta. A maioria ainda quer trabalhar na doença, ou em área hospitalar, na parte de unidade terapia intensiva, quase todos os acadêmicos entrevistados ainda trazem em si a gênese da Fisioterapia. Já outros querem trabalhar com o que o mercado exige em áreas como: Ergonomia, Saúde do Idoso, Planejamento da saúde da família (PSF), que privilegia a atuação em todos os níveis de saúde, atuação do fisioterapeuta nas desordens da articulação têmporo-mandibular que ocasionam problemas posturais graves, quando não são tratadas. Neste contexto todos, professores e alunos, sentem a necessidade e as possibilidades que a

interdisciplinaridade traz. O processo que hoje vivemos no curso é expressamente marcado pelo currículo de disciplinas, dotado de conteúdos, que estão nas mãos do detentor de um saber específico, no caso o professor que ministra cada disciplina, fortalecendo um sentimento de identidade própria, e iniciando a disputa por poder, quem domina mais aquele conteúdo? Isto é visto claramente no dia a dia, quando alguns dos colegas ministram conteúdos que fazem parte do repertório do outro. O sentimento de invasão de conteúdo é notado de forma direta e não a interdisciplinaridade. A compreensão sobre interdisciplinaridade no ensino em saúde não pretende ser conclusiva sobre questões polêmicas que existem sobre esta questão e, sim, a defesa da interdisciplinaridade como um modo de relacionar o conhecimento, evitando que este não mais se apresentem fragmentados em disciplinas, mas a articulados, integrados. Essa interdisciplinaridade deve ser desenvolvida a partir da cooperação entre os saberes e os que os possuem, interagindo, estabelecendo conexões e mediações (Romano, Apud Minayo, 1999). Nesse processo deve haver uma interação, buscando explicar e interpretar os problemas de saúde originados na realidade da população. Face a esses problemas e ao processo saúde– doença, onde os saberes têm que se articular, formam um corpo de conhecimentos. A maioria dos docentes que foram entrevistados tem noção de que precisa haver interação e alguns mencionam um nível de interdisciplinaridade no curso em questão. Conclusão Concluir um estudo é sempre um desafio, principalmente ao se discutir sobre a formação e a profissionalização do fisioterapeuta. Várias mudanças ocorreram no desenvolvimento curricular desde o reconhecimento da profissão até os dias atuais. Ao compararmos o fisioterapeuta dos anos 60 com o de 2004, percebemos que este se tornou um profissional pleno, com maior embasamento teórico e sempre em busca do seu perfil, rompendo a gênese da profissão o “curar e reabilitar”. Ao analisarmos o currículo que vincula o processo de formação em exercício na Faculdade de Fisioterapia da UNIG/V - Itaperuna, o local da pesquisa encontramos um currículo por disciplinas, aliado à formação generalista, com forte tendência à predileção de áreas, fragmentando o saber. Este estudo levou-nos a concluir que a práxis pedagógica vivenciada por professores e alunos ainda está passando por um processo de transição entre o complexo saúde-doença, buscando qualificar a atuação e o perfil do fisioterapeuta como profissional de saúde. A reflexão sobre currículo integrado nos fez rever as dificuldades de uma prática pedagógica interdisciplinar, que depende, em parte, de um projeto educacional com clareza definida em objetivos a serem alcançados pelos professores e alunos em conjunto, articulando propostas e planos de ação coletiva, construídos com valores explicitados e assumidos. Mas, se voltarmos os olhos para a formação dos atuais professores, en-

contraremos a predominância da ausência parcial ou total de comunicação entre as disciplinas. Talvez a integração disciplinar seja, para muitos, uma ruptura de valores. Devido a este contexto, o processo de integração deve ser avaliado como um processo contínuo de construção e reconstrução do currículo. Devido a todas essas discussões, a proposta de currículo integrado para o curso de Fisioterapia desafia pensar uma questão fundamental de proporcionar uma formação generalista, onde o acadêmico desenvolva suas potencialidades livremente, a partir do saber pensar e do saber fazer, afinal, cada indivíduo terá um procedimento diferente. É preciso, portanto, que as universidades repensem os seus papéis, não podendo ser apenas voltados para a formação de profissionais por si só, e sim é preciso resgatarem o seus papéis como: laboratório de pensamento, liberdade, autonomia e senso crítico. Referências BERNSTEIN, Basil A. On the curriculum. In: Class, codes and control – toward a theory of educational transmission. Londres: Routledge & Keagan Paul, 1997. Vol. 3. CANDAU, Vera Maria. Rumo a uma nova didática. Petrópolis, RJ: Vozes,1998. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, Diretrizes curriculares nacionais para o curso de graduação em fisioterapia. Disponível em: <www.abf.com. br>. Acesso em mar. 2003. GOLDENBERG, Miriam. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000. LIMA, Vanusa. Perfil dos docentes do curso de fisioterapia no município do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado em Educação. Instituto Superior de Estudos Pedagógicos – ISEP, Rio de Janeiro, 2003 (92 P.) MINAYO, Maria C. S. Interdisciplinaridade: uma questão que atravessa o saber, o poder e o mundo vivido. In: Revista Medicina. Ribeirão Preto, nº24, vol. (2), p. 70-7, abr./jun. 1991. MORAES, R. Análise de conteúdo. Porto Alegre: Pontífice Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 1993. MOREIRA, Antônio F. B. A. Sociologia do currículo: origens, desenvolvimento e contribuições. In: Revista Em Aberto. Brasília, ano 9, vol. 46, p. 73-83, abr./jun. 1990. MOREIRA, Antônio F. B. L.; SILVA, Tomás T. Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez, 1994. REBELLATO, T. R. L.; BOTOMÉ, S. P. História da Fisioterapia no Brasil. 2. ed. São Paulo: Manole, 1999. ROMANO, Regina Aurora Trino. Da reforma curricular à construção de uma nova práxis pedagógica: a experiência da construção coletiva de um currículo integrado. 1999.p. 197 Dissertação (Mestrado de Tecnologia Educacional para Saúde Coletiva). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999 SACRISTÁN, José Gimeno. Comprender y transformar la enseñauza. 2. ed. Madri: Morata, [s.d.]. SANTOMÉ, Jurjo T. A. Instituição escolas e a compreensão da realidade: o currículo integrado. In: Novos mapas culturais, novas perspectivas educacionais. Luiz Heron da Silva (org.) Porto Alegre, [s. d.]. www.novafisio.com.br • ed. 62|2008 • 29


Artigo | Fidelização, cliente, clínica

Mantendo e captando novos clientes! por | Zildo Damasio

F

ala-se muito em Fidelização, mas realmente o que significa isso e como posso utilizá-la em minha clínica? As pessoas confundem muito lealdade com fidelidade. No marketing classificados cliente leal como aquele que gosta do seu serviço, mas por motivos simples como um atraso na consulta, deixa de ser seu cliente. Já o cliente fiel, aceita algumas falhas, aceita aumento nos valores do tratamento e o melhor de tudo, indica novos clientes para você. Como transformar o cliente leal em cliente fiel? Existem várias ferramentas para que o Dr.(a) e sua equipe realizem o processo de fidelização, que acontece com o tempo e não de um dia para o outro. Todos gostam de receber atenção, serem bem tratados e isso acontece ou deveria acontecer dentro da clínica, onde o cliente esta em tratamento. Agora quando esse cliente não esta em tratamento, esse vinculo deve continuar para que a fidelização ocorra. É nessa hora que as ferramentas de marketing entram em ação. A fidelização deve se iniciar no primeiro contato com o cliente. Quando esse possível futuro cliente vem a sua clinica e passa pela primeira consulta, uma carta de agradecimento deve ser enviada logo após sua saída da clinica, pois se restou alguma dúvida em realizar o tratamento, quando no outro dia ele recebe uma carta em sua casa ou trabalho agradecendo pelo privilégio de sua consulta, a dúvida se transforma em vontade de realizar o tratamento em sua clínica. Quando contratam minha consultoria a primeira coisa que faço é perguntar para a pessoa mais

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importante da clínica o que esta acontecendo. E quem é essa pessoa tão importante, você dono da clínica certo? Não, pois se você esta contatando a minha consultoria é porque não sabe ao certo o que está errado. A primeira pessoa que pergunto são seus clientes, e é através de uma pesquisa que faço o principal diagnóstico do que está acontecendo com sua clínica. Mas Zildo, pesquisa de satisfação é uma ferramenta de fidelização? Sim, desde que com as respostas em mãos as mudanças propostas pelos clientes sejam realizadas. Em uma clínica perguntamos: “O que você gostaria de ter na sala de espera?” Uma das opções mais escolhidas foi o computador com conexão de internet para que os clientes pudessem ter acesso. Após a realização da pesquisa o computador foi colocado na sala de espera com uma plaquinha, “Aqui está o computador com conexão para internet que você cliente especial pediu através da pesquisa de satisfação.” As outras sugestões foram respondidas uma a uma para cada cliente através de carta e e-mail, isso para os clientes que se identificaram, pois ela deve ser opcional. A fidelização dá trabalho e deve ser constante e eterna. Por esses motivos que a maioria das clínicas inicia o processo e passado um tempo o deixa de lado e é ai que temos a diferença das clínicas com e sem sucesso. Em minhas aulas costume perguntar quem tem musica ambiente na sala de atendimento e aos que levantam a mão pergunto que música é tocada. As respostas são as mais variadas como

clássica, cd de mantra e ai que entra a fidelização, a música deve ser aquela que satisfaz ao cliente e para isso é necessário que essas informações estejam armazenadas no micro dentro da ficha de cada cliente. A cada contato com o cliente mais informações são armazenadas e com esse banco de dados temos ótimas ferramentas para fidelizar esse cliente. Hoje com a informatização em 5 minutos conseguimos disparam um email de aniversário, coisa que antes demandava horas de trabalho. Com esse trabalho o cliente leal se torna fiel e passa a falar de sua clínica e trazer novos clientes. O cliente fiel é mais lucrativo, pois aceita o aumento de preços, não falta e paga em dia seu tratamento. Lembre-se que fidelização é um processo longo e trabalhoso e que alicerça um ótimo futuro para a clínica. Esse processo só é possível através da informatização, pois são muitas as informações a serem armazenadas e usadas nas datas especiais e no dia a dia de atendimento. Lembre-se que em cada contato com seu cliente, você dará a oportunidade para ele falar de você e de sua clínica. Infelizmente o cliente muitas vezes não fala do tratamento realizado na clínica, mas mostrará a carta de aniversário que recebeu, o e-mail do dia das mães, o agradecimento por uma indicação e toda a atenção que o Dr. teve com ele. Muitos dos tratamentos são abstratos para o cliente e ele não consegue avaliar a qualidade ofertada, já o relacionamento dentro e fora da clínica são fundamentais para o processo de fidelização.


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Tininha | Humor - passa-tempo - tv - novidades - música - cinema - automóvel - compras -

Tininha

Sou eu de novo. Fiquei impressionada após a última edição da revista. Recebi tantos e-mails, com sugestões e novidades, que minha caixa quase estourou. Escolhi as melhores, mas gostei de todas. Continuem mandando novas idéias para que possamos publicar neste espaço que estará sempre reservado para vocês. Mande para: tininha@novafisio.com.br

Ou meninas, desde a faculdade a gente já percebe que algumas colegas gostam de se vestir de forma diferente e as vezes nem sempre apropriada para o trabalho. Depois de formada e já no batente algumas tomam jeito enquanto outras não mudam em nada a forma de se vestir, então segue alguns toques. Barriga de fora Neste caso, só é válido se você for dançarina do ventre ou do É o Tchan! (que nem existe mais, eu acho). Só que, como você não trabalha no meio musical e sim em uma clínica de fisioterapia, evite o modelo que evidencia além da conta. Por quê? A. Todo mundo sabe que você tem umbigo. Mostrar para quê se não é nenhuma novidade? Acredite: o seu umbigo não é especial e nem essencial a humanidade. B. Se você está fora de forma, com barriga de quem come “dobradinha”, por favor criatura, tenha bom senso. Nada de exibir suas adiposidades para colegas e pacientes, afinal é uma clínica, não um açougue. Saias esvoaçantes, transparências e decote profundo... Pára tudo e chama a Nasa! Gente, como diria o filósofo (aquele que não sei o nome), “a vida não é um show de banda Calypso, você não entendeu?”. Saias tipo “Sarajane” (joga no Google), transparências que “dão pra contar os seus poros” e decotes “que fazem com que os boys percam a pouca concentração que têm” são inimigos cruéis do bom gosto no local de trabalho. O cofrinho Tem mulheres que tem cofrinho e outras com um verdadeiro “carro forte”. Em ambos os casos nada disso deve ser mostrado, até porque cofre que é cofre tem que ser guardado. O que você espera conseguir com o “cofrinho” aparecendo? mais pacientes? Cuidado viu, colega... Às vezes você pensa que está “abafando”, mas na verdade você é chacota de todos. Acessórios Aí, no caso, você poderá ousar (pouco, viu?) nos acessórios. Em uma bolsa poderosa (nunca economize em uma bolsa), em um sapato poderoso, enfim... Pense nas vilãs de novela. Estão sempre impecáveis, menos a Nazarett, personagem brega vilã, de Renata Sorrah. Acessórios em excesso e barulhentos, brincos que brigam com os cabelos, colares imensos (cuidado com os dourados, viu? Poucas pessoas sabem usar), brincos de pena, bijuterias “bicho grilo”, não, não e não Maquiagem Maquiagem pesada e acessórios além da conta. Você é uma drag queen? Ou um personagem da música da cantora Simone: “Então é natal”? Gente, make up carregado é uma coisa séria. Tem mulheres que fazem uma verdadeira “pintura espírita” no rosto. Sombra que orna com a roupa, não. Glitter durante o dia, não. Gloss que escorre feito óleo na boca, não. Massa corrida, tipo, cara bem branca, com corretivo, base e muito pó, não. Sombra preta de dia, não. Batom com cores new wave (rosa cheguei com tudo, roxo tang uva e laranja dói meus olhos), não pode! Make up “vamp”, tipo “hoje a noite vou usar cinta liga”, também não. Acho “shike” um corretivo para disfarçar olheiras e espinhas, um pó leve para controlar a oleosidade e um batom cor de boca. E um blush talvez, bem leve, para dar um ar de saúde. Mas se carregar nos olhos, não carregue na boca e se carregar na boca, não carregue nos olhos. E se for linda de morrer nem precisa muito de make up, né?

ESTATÍSTICA DO DIA Estudo revela que depois de fazerem amor, 10% dos homens voltam-se para o lado direito, 10% para o lado esquerdo e os outros 80% voltam para casa!’

O dia das mães passou e eu estava no III Congresso de Terapia Manual em Fortaleza e por isso não passei com a minha. Mas como diz o ditado, antes tarde que nunca, então vou fazer minha homenagem a minha mãezinha aqui e agora. Mãe tudo que eu sei, devo a você. Você me ensinou a dar valor ao trabalho dos outros: “SE VOCÊ E SEU IRMÃO QUEREM SE MATAR, VÃO PRA FORA. ACABEI DE LIMPAR A CASA!!! Você me ensinou a ter fé: “É MELHOR VOCE REZAR PARA SAIR ESSA MANCHA DO TAPETE” Você me ensinou lógica e hierarquia: “POR QUE EU ESTOU DIZENDO, ACABOU, PONTO FINAL!” Você me ensinou o que é motivação: “CONTINUA CHORANDO QUE EU VOU TE DAR UMA RAZÃO VERDADEIRA PARA VC CHORAR!” Você me ensinou a contradição: “FECHA A BOCA E COME!!!” Você me ensinou a ter força de vontade: “VOCÊ VAI FICAR AÍ SENTADO ATÉ COMER TUDO” Você me ensinou a valorizar um sorriso: “ME RESPONDE DE NOVO E EU TE ARREBENTO OS DENTES!!!” Você me ensinou a retidão: “EU TE AJEITO NEM QUE SEJA NA PORRADA!!!” OBRIGADO MAMÃE!!!

Por Erika Castro 32 • ed.62 | mai/jun 2008 • NovaFisio

tininha@novafisio.com.br Participe, escreva


moda - economia - turismo - esporte - culinária - curiosidade - arte... Frases retiradas de revistas femininas das décadas de 50 e 60: “Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas”. (Jornal das Moças, 1957) “Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afeto, sem questioná-lo”. (Revista Claudia, 1962) “A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa”. (Jornal das Moças, 1965) “A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas,servindo-lhe uma cerveja bem gelada. Nada de incomodá-lo com serviços ou notícias domésticas”. (Jornal das Moças, 1959) “Se o seu marido fuma, não arrume briga pelo simples fato de cair cinzas no tapete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa”. (Jornal das Moças, 1957) “O noivado longo é um perigo, mas nunca sugira o matrimônio. ELE é quem decide - sempre”. (Revista Querida, 1953) “Sempre que o homem sair com os amigos e voltar tarde da noite, espere-o linda, cheirosa e dócil”. (Jornal das Moças, 1958) “É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido”. (Jornal das Moças, 1957) E para finalizar... “O lugar de mulher é no lar. O trabalho fora de casa masculiniza”. (Revista Querida, 1955)

NOTA DE ESCLARECIMENTO Na edição 60 nós publicamos o artigo (Hidrocinesioterapia X cinesioterapia na lombalgia) e não colocamos a instituição dos autores. Pedimos desculpas e corrigimos agora. Fiquei muito contente ao ver na revista um artigo de minha autoria (Hidrocinesioterapia X cinesioterapia na lombalgia) Porém quando mandei o original coloquei que somos da Faculdade de Fisioterapia do UNASP. As duas primeiras autoras são ex-alunas do Curso de Fisioterapia do Unasp Faculdade de Fisioterapia do UNASP - Centro Universitário Adventista de São Paulo e eu, Fábio Marcon Alfieri, sou Docente do Curso de Fisioterapia Doutorando em Ciências Médicas pela FMUSP). Fábio Marcon Alfieri

contando suas histórias e sugestões.

SOBE... A Equipe de Oncologia da Faculdade de Medicina do ABC informa que, além do tratamento de todos os casos oncológicos inteiramente grátis, estão com protocolo novo para câncer de pulmão e mama, com novos medicamentos que ainda não estão disponíveis no mercado e que estão dando uma nova perspectiva no tratamento destas duas neoplasias. O tratamento é gratuito e inédito e faz parte de projeto multicentrico mundial. Endereço: Centro de Pesquisa em Oncologia Av. Príncipe de Gales,821 - Santo André - SP (Prédio da Faculdade) Fone: (11) 4993.5491 SOBE... Os dois eventos que ocorreram em Fortaleza (ECAF e III Congresso Internacional de Fisioterapia Manual) foram dois sucessos que a Revista NovaFisio teve a oportunidade de participar. Agradecemos aos organizadores o convite. DESCE... Mais uma Prefeitura abriu vaga para a função de auxiliar de fisioterapia, desta vez foi da cidade de Matias Cardoso-MG. Todos os profissionais devem se empenhar para comunicar aos respectivos crefitos para que este notifique as prefeituras e explique que esta função não existe. DESCE... A professora e fisioterapeuta Dra. Maria Ayrtes Ximenes Pontes perdeu sua irmã a defensora pública Dra. Vera Lúcia Ximenes Pontes assassinada após tentativa de assalto em sua residência. OBS: Par ticipe do elevador você também. Envie para nosso e-mail os fatos que você achou que subiu ou desceu sobre nossa profissão e publicaremos aqui! www.novafisio.com.br • ed. 62|2008 • 33


Agenda | Cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA JUNHO 10% Todos 04 a 08 05 e 06 05 a 08 06 a 08 06 a 08 07 e 08 07 e 08 07 e 08 07 e 08 07 e 08 10 a 14 10 a 15 11 a 12 12 a 15 13 a 15 13 a 15 10% 13 a 29 14 10% 14 e 15 10% 15 e 16 10% 17 19 a 22 19 a 24 19 a 24 20 a 22 10% 20 a 22 21 e 22 21 e 22 21 e 22 10% 21 e 22 21 e 22 10% 24 a 29 25 a 29 26 e 27 26 a 29 26 a 29 27 a 29 27 a 29 28 e 29 28 a 07 JULHO 03 a 06 03 a 08 03 a 12 04 a 06 04 a 07 04 a 09 04 a 12 10% 04 a 20 05 e 06 05 e 06 10 a 22 12 e 13 12 e 13 12 a 14 12 a 14 12 a 20 13 e 14 14 e 15

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Todas (51) 3019-3373 São Paulo SP (11) 5084-2411 / 9273-7636 Porto Alegre RS 0800 400 7008 Nova Friburgo RJ (22) 2523-8863 / 2523-9372 Palmas TO (21) 2565-7690 / 2568-1536 Rio de Janeiro RJ (21) 2565-7690 / 2568-1536 São Paulo SP 0800 400 7008 São Paulo SP (11) 3845-8738 São Carlos SP (16) 3307-3622 São Paulo SP 0800 702 3140 Curitiba PR 0800 702 3140 João Pessoa PB (32) 3214-6798 Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 São Paulo SP (19) 2105-2808 Campinas SP 0800 702 3140 Brasília DF (21) 2565-7690 / 2568-1536 Rio de Janeiro RJ (21) 2565-7690 / 2568-1536 Niterói RJ (21) 3123-0152 www.accamargo.org.br São Paulo SP (11) 3337-6755 Cuiabá MT (65) 3621-9565 Rio de Janeiro RJ (21) 9984-2190 São Paulo SP 0800 702 3140 Belo Horizonte MG (21) 2565-7690/2568-1536 Porto Velho AC (21) 2565-7690/2568-1536 Vitória ES (21) 2565-7690 / 2568-1536 São Paulo SP (11) 4997-6916 São Paulo SP (11) 38458738 São Carlos SP (16) 3307-3622 Piracicaba SP (19) 2105-2808 Vitória ES (27) 9227-6537 Porto Alegre RS 0800 702 3140 Rio de Janeiro RJ (21) 2565-7690 Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 Curitiba PR (41) 3026-2602 Belo Horizonte MG (31) 3284-2101 / 3286-9734 Porto Alegre RS 0800 702 3140 Goiânia GO (21) 2565-7690 / 2568-1536 Portugal (11) 5044-0940 / 5542-6374 São Paulo SP (19) 2105-2808 Belém PA 0800 722 0046

Mulligan Pilates na Conduta Cinesioterapêutica. Exclusivo p/ Fisioterapeutas!! Método Pilates com Visão Australiana Pilates Contemporâneo na Bola Pilates Clínico Internacional Método Maitland - Mód. I 33º Curso de Pilates Sob a Ótica das Cadeias Musculares Pilates Fisioterapêutico Pilates Smart® Mód. 3 - ROLO e ARCO Curso de Fisioterapia Obstétrica V Encontro Internacional de Esporte e Atividade Física Reformer Foundations I Curso de Fisioterapia Obstétrica Mat Pilates I e II Formação de Instrutores II Beleza & Cia - Feira e Congresso de Cosméticos, Estética e Saúde RPG Australiano Método Pilates com Visão Australiana Reformer Foundations II

Rio de Janeiro RJ João Molevade MG Recife PE São Paulo SP São J. R. Preto SP São Paulo SP Rio de Janeiro RJ Niterói RJ São Carlos SP Rio de Janeiro RJ São Paulo SP São Paulo SP Rio de Janeiro RJ São Paulo SP Santos SP São Paulo SP Recife PE São Paulo SP

(21) 2259-6824 / 2529-2571 (21) 2565-7690 / 2568-1536 (61) 7813-1111 (19) 2105-2808 0800 400 7008 (19) 2105-2808 (21) 2268-6997 / 2288-8131 (21) 3123-0152 (16) 3307-3622 (21) 3904-1368 / 9148-2774 (11) 6014-5678 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (21) 3904-1368 / 9148-2774 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (13) 3261-3399 / 3877-2173 0800 400 7008 (61) 7813-1111 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944

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Agenda | Cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO JULHO 14 a 20 III Intercâmbio Científico de Fisio. Dermato-Funcional em Buenos Aires 15 Mat Pilates and Props (acessórios) 16 PHI Pilates Chair 17 PHI Pilates Barrel 18 PHI Pilates Cadilac / Tower 22 a 27 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica. Exclusivo p/ Fisioterapeutas! 25 a 27 2008 McKenzie Conference of the Americas 26 e 27 Movimento Combinado - Algias da Coluna 28 e 29 Técnicas Osteopáticas 28 a 08 RPG - Souchard - 2ª Fase 30 a 02 Conceito Mulligan AGOSTO 01 Integração Estrutural 02 e 03 Shiatsu 02 e 03 Curso de Anatomia Palpatória 02 e 03 Curso de Drenagem Linfática Manual 03 a 11 RPG Australiano 07 a 10 Form. Cervicais p/ Fisioterapeutas formados em RPG Philippe Souchard 07 a 12 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica. Exclusivo p/ Fisioterapeutas! 10% 08 a 11 Curso Científico de PILATES - Mód. I 09 a 10 Mat Pilates para Gestantes 10% 09 e 10 Crochetagem 14 a 19 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica. Exclusivo p/ Fisioterapeutas! 16 e 17 Correção Postural sobre a Bola Suiça 16 e 17 Pilates Smart® Mód. 4 - ELÁSTICOS 10% 16 e 17 Crochetagem

CIDADE

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Argentina São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP São Paulo SP Brasília DF Flórida / USA São Paulo SP São Paulo SP Brasíla DF São Paulo SP

(31) 3286-9734 / 3284-2101 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (21) 2565-7690/2568-1536 www.mckenzie.org.br 0800 400 7008 0800 400 7008 (27) 3349-0799 / 8823-3390 0800 400 7008

São Paulo Piracicaba Vila Velha Rio de Janeiro Campinas São Paulo São Luiz São Paulo São Paulo São Paulo Itatiba Natal São Carlos São Paulo

(11) 2829-3298 (19) 2105-2808 (21) 2415-6768 (21) 3904-1368 / 9148-2774 0800 400 7008 (11) 8369-5588 (21) 2565-7690 / 2568-1536 (11) 3337-6755 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (21) 9984-2190 (21) 2565-7690 / 2568-1536 (19) 2105-2808 (16) 3307-3622 (21) 9984-2190

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FisioPerfil | Sempre uma breve entrevista de quem tem uma longa história

Dr. Fabio Pérrisé

Em que ano e em qual faculdade se formou? Me formei em 2002 na UNI-IBMR - Rio de Janeiro - RJ Qual foi a melhor coisa que fez? Desde a faculdade tive interesse na área de Terapia Manual e Fisioterapia Esportiva, então fiz diversos cursos ainda como acadêmico, o que me possibilitou um conhecimento sobre Fisioterapia Baseada em Evidência, uma “nova tendência da Fisioterapia”. O que você mais gosta na profissão? O contato com diversas pessoas, poder ajudar muita gente e a possibilidade de conhecer diversas culturas durante as viagens com a seleção de Luta Olímpica. O que você odeia na profissão? O disse me disse, na nossa profissão não somos nem um pouco corporativistas, acho que isso só nos atrasa cada vez mais. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? Conhecimento, raciocínio rápido, bom humor, sinceridade e pró-atividade. Que qualidade mais detesta nos profissionais que te cercam? Falsidade e falta de pró-atividade. Qual sua maior virtude? Sinceridade, bom humor e pró-atividade e ser leitor da desta Revista. Qual seu pior defeito? Timidez. Se pudesse mudar algo, o que seria? Seria mais extrovertido. Qual maior mentira já contou? Não lembro, mas com certeza nada muito ruim. Qual fato foi mais inusitado em sua carreira? O fato de trabalhar na China, uma cultura completamente diferente da nossa. Foi uma oportunidade muito interessante. Qual fato foi o mais cômico? Um dia estava em um consultório de um amigo, atendendo um paciente junto com ele, derrepente pula uma pulga nas costas do paciente. Qual seu maior arrependimento? Não ter estudado inglês quando jovem, sempre achei que não me faria falta, agora tenho que correr atrás do tempo perdido, hoje leio sem problemas e consigo me comunicar, mas tenho que muito que aprender ainda. Qual dica daria aos colegas? Estudem inglês também. Qual objeto de desejo? Equipamento de U.S. em tempo real, aparelho novo de ressonância, acabou de ser lançado na Dinamarca, onde podemos ver degenerações que não aparecem na ressonância comum. Qual seu maior sonho? Participar de PanAmericano ou jogos Olímpicos. Que talento mais gostaria de ter? Gostaria de ser mais comunicativo.

Quem é | Dr. Fabio Pérrisé fabioperisse@especializefisio.com Hoje atuo na área de Traumato-Ortopedia e Fisioterapia Esportiva com Terapia Manual, sou Vice-Presidente do COFEERJ (Comitê de Fisio-terapia Esportiva do Estado do Rio de Janeiro), Vice-Presidente do COMFISIO (Comitê de Fisioterapia em Cuidados Paleativos e Dor do Estado do Rio de Janeiro, vinculado a ADERJ), membro da Câmara Técnica de Fisioterapia Esportiva do CREFITO 2, Diretor da Clínica CEART (Centro de Estabilização Articular - RJ), Consultor do Instituto de Esoprtes de Guagzhou - China e Diretor do Departamento Médico da CBLA (Confederação Brasileira de Lutas Associadas) Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o que? Atleta. E qual profissão jamais queria ter? Diretor de Hospital Público. Diga um desafio? Conseguir ajudar a melhorar o nível da Fisioterapia Brasileira. Um livro? Em breve será lançado um ótimo livro de FIsioterapia Musculoesquelética, assim que o nome for escolhido passo para vcs. Quer fazer alguma divulgação? Em Maio de 2009 teremos o II CIRNE (Congresso Internacional de Reabilitação Neuromusculoesquelética e Esportiva), serão mais de 10 palestrantes Internacionais (ING, EUA, AUS, NOR, CAN entre outros) e 15 nacionais. Para maiores informações entrar no site: www.cirne2009.com.br E para baixar artigos de diversos assuntos, entrar no site www.especializefisio.com

Indique um profissional com uma longa história para ser nosso próximo entrevistado 38 • ed.62 | mai/jun 2008 • NovaFisio


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