Edição 61

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ISSN 1678-0817

Caro assinante, dando prosseguimento ao que havíamos prometido na edição passada da Revista NovaFisio, nesta edição estaremos apresentando matérias mais comportamentais, como foi feito na edição anterior, onde abordamos o desenfreado consumo de “ecstasy” pelos jovens das classes média e alta. Nesta edição, que está em suas mãos, também incluímos uma reportagem sobre um assunto que faz parte da vida de todas as mulheres, a masturbação feminina. Escutamos uma psiquiatra e sexóloga, especialista no assunto que dá seu parecer sobre a questão. Continuamos com o Caderno Especial de Estética sob a coordenação da Dra. Vilma Natividade. Nossa capa nada mais é do que a Dany Bananinha, capa da revista Playboy em mais de uma ocasião e que serve como parâmetro de beleza para qualquer mulher que se preze. Aproveitem esta edição que na próxima tem muito mais. Dr. Oston Mendes Fisioterapeuta e editor.

| editorial

| Equipe

| protocolo

05 Cartas 06 Clipping de notícias 07 Coluna Social 08 Coluna do Prof. Luis Guilherme 12 Masturbação Feminina 14 O papel da fisioterapia no tratamento das disfunções sexuais 17 Caderno de Estética - NOVO 19 Benefícios da fisioterapia no Pré e Pós operatório de cirurgia plástica 20 Efeitos da drenagem linfática facial

25 Alterações morfofuncionais em processo cicatricial induzidos pela Crochetagem 30 Educação Somática e Ginástica Laboral 32 Contos da Tininha 34 Agenda de eventos 38 FisioPerfil com a Dra. Daniele Bernardi

10 Entrevista com a Dançarina Dany Bananinha

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www.novafisio.com.br 4 • ed.61 | mar/abr 2008 • NovaFisio

EQUIPE - VEJA QUEM FAZ A REVISTA QUE VOCÊ LÊ EDITORES - OSTON MENDES & LUCIENE LOPES SECRETÁRIA - NINA LOPES MENDES REDATOR - EDUARDO TAVARES DESIGN GRÁFICO E WEB DESIGN - MARCIO AMARAL FOTÓGRAFO - RICARDO “RICK” RIBAS CONSULTORES DO CADERNO ESTÉTICA: ANTÔNIO CARLOS TRUBIANI & VILMA NATIVIDADE COMO CONTATAR A NOVAFISIO PARA ENVIAR COMENTÁRIOS, SUGESTÕES, CRÍTICAS E INFORMAÇÕES SOBRE QUALQUER SEÇÃO OU SOBRE O SITE DA REVISTA. ENDEREÇO: R. JOSÉ LINHARES, 134 LEBLON - RIO DE JANEIRO - RJ CEP: 22430-220 TEL: (21) 3521-6783 / 2294-9385 (fax) E-MAIL: REVISTA@NOVAFISIO.COM.BR (de 2ª a 6ª das 9h às 19h) SITE NOVAFISIO Não esqueça que se você é assinante da NovaFisio, pode navegar livremente pelo nosso site: www.novafisio.com.br e solicitar artigos já publicados. PARA ASSINAR ASSINATURAS DEVEM SER FEITAS NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR E PODEM SER FEITAS COM CHEQUE, DEPÓSITO, BOLETO E CARTÃO DE CRÉDITO www.novafisio.com.br revista@novafisio.com.br PARA RENOVAR SUA ASSINATURA, COMUNICAR MUDANÇA DE ENDEREÇO OU TIRAR DÚVIDAS SOBRE PAGAMENTO E ENTREGA DA REVISTA revista@novafisio.com.br (21) 3521-6783 / 2294-9385 (fax) (de 2ª a 6ª das 9h às 19h) PARA ANUNCIAR NA REVISTA, NO SITE OU FAZER MAILLINGS (e-mail marketing) luciene@novafisio.com.br (21) 3521-6783 / 2294-9385 (fax) (de 2ª a 6ª das 9h às 19h) A REVISTA NOVAFISIO NÃO SE RESPONSABILIZA POR CARTAS E ARTIGOS ASSINADOS.


Turbilhão | Cartas - Escreva e leia outras cartas no site. Cirurgia bariátrica Fórum pretende divulgar informações disponiveis. Com a popularização da cirurgia bariátrica, os médicos, e especialmente pneumologistas, cirurgiões, anestesistas, intensivistas e nós fisioterapeutas nos vemos frente a um paciente com características muito especiais que será submetido a cirurgia abdominal alta. Os disturbios respiratórios são altamente prevalentes nestes pacientes. Há dúvidas qual a melhor abordagem para estes pacientes no pré-operatório, no intraoperatório e no pós operatório. Desta forma as Sociedades de Sono, Pneumologia, Anestesiologia e Regional da Cirurgia Bariátrica estão organizando um Fórum onde pretendemos divulgar melhor as informações disponíveis sobre essa abordagem, bem como discutirmos as dúvidas. Tratando-se de assunto relevante para fisioterapeutas, solicitamos seu apoio para a divulgação do evento. Maiores informações no site:http://br.geocities.com/heloisaglass/index.htm Agradeço antecipadamente. Prof Dr Heloisa Glass heloisaglass@yahoo.com.br Heloisa.Glass@ruhr-uni-bochum. de Boa idéia Apenas uma dica. No dia 16/02/2008, na USC - Universidade do Sagrado Coração - Bauru/SP, a Universidade proporcionou um evento chamado “CAFÉ DA MANHÃ

COM PAIS, PARENTES E AMIGOS” dos novos calouros, na sua 17ª edição, onde foi exposto aos familiares o desejo de boas vinda aos Universitários, com um tour pelo campus, apresentação dos Laboratórios e infra-estrutura oferecida pela Universidade. Como Pai de uma caloura, adorei a iniciativa, pois tivemos contato com o Reitor, Diretor, Coordenador e professores, muito importante para nosso conhecimento de onde e como nossa filha estará estudando nos próximos anos. Não sei se cabe, algum tipo de referência, comentário etc..., Mas fica aqui registrado, o quanto achamos importante essa atitude da Universidade, que talvez possa até servir de inspiração para outros...

DPOC

Obrigado Alcino

Cuidado ela mata três brasileiros por hora A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença crônica dos pulmões, que diminui a capacidade de respiração. Degenerativa e incurável, engloba um conjunto de alterações pulmonares, entre elas, a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. A DPOC tem forte relação com o tabagismo, uma vez que cerca de 90% dos portadores fumam ou já fumaram, conforme explica a dra. Maria Vera Cruz Castellano, presidente da comissão de DPOC da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT). É, enfim, a quinta doença mais letal do Brasil. Atinge cerca de 6 milhões de pessoas e mata, ao ano,

aproximadamente 30 mil. Ou seja, faz três vítimas fatais por hora. Outro dado assustador: as mortes atribuídas à doença aumentaram 65% na América Latina na última década Porém, os não-fumantes também podem adquirir a doença. Além de evitar a exposição passiva ao cigarro, é recomendado não se expor em ambientes próximos com fogão a lenha, por exemplo. A fumaça da combustão do carvão é maléfica à saúde e está presente em 10% dos casos de portadores de DPOC. Aliás, também está comprovado que na zona rural há maior número de casos da doença devido ao elevado índice de fumantes na região. “No interior as pessoas, principalmente mulheres e crianças, se expõem demais à fumaça de fogão a lenha. Outro problema é que são adeptos do cigarro de palha, do cachimbo, do charuto, tão nocivos quanto o cigarro manufaturado”, esclarece o dr. José Eduardo Cançado, presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT). Outras determinantes para o desenvolvimento da DPOC são a herança genética e a deficiência de uma enzima chamada alfa 1 antitripsina, responsável por bloquear o efeito de substâncias destrutivas do pulmão. Diagnóstico O diagnóstico é feito a partir de exame clínico e identificação de sintomas. “No início, há uma discreta falta de ar, mas, aos poucos, começa a atrapalhar o indivíduo nos mínimos esforços”, esclarece a Dra. Vera. É importante eliminar fatores de risco e evitar doenças que agravem sua condição, como a

gripe. Conforme a gravidade, os pacientes são submetidos a medicamentos que amenizam os sintomas e facilitam a respiração. Como o uso de medicações broncodilatadoras, de preferência inalatórias, como bombinhas, que dilatam os brônquios e possibilitam uma melhoria na qualidade de vida do individuo. PREVENÇÃO O ideal para evitar a doença no caso dos fumantes é cessar o tabagismo, ou pelo menos estar atento às mínimas alterações respiratórias. “Órgãos governamentais deveriam investir em campanhas de conscientização, para que a população fosse informada sobre os riscos e malefícios do cigarro, assim como sobre a relevância de um constante acompanhamento da saúde respiratória”, defende a dra. Vera. No ano passado foi publicado um protocolo sobre a parceria da SPPT, com a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. Ela possibilitou ao governo disponibilizar medicamentos para o tratamento da DPOC. “Os medicamentos que os postos de saúde disponibilizavam eram usados há 30 anos atrás. Agora, o governo oferece medicações mais eficazes e de tratamento preciso. Para isso, o individuo passa por um centro de referência, o qual prescreve a medicação necessária. Tudo gratuitamente”, explica o presidente da SPPT. Aqueles que apresentam queixas de falta de fôlego e de ar devem fazer exame de espirometria. (11) 3871-2331 / 3873-6083 www.acontecenoticias.com.br acontece@acontecenoticias.com.

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Turbilhão | Clipping de notícias. Inaugurada a sede carioca Instituto Philippe Souchard Com uma festa em grande estilo foi inaugurada no Rio de Janeiro a sede carioca do Instituto Philippe Souchard. A Revista NovaFisio esteve presente e pode conferir o alto nível da festa e seus ilustres convidados. Fomos recebidos pelo próprio Philippe Souchard, Fisioterapeuta francês que criou o método Reeducação Postural Global (RPG), e que conta atualmente com mais de oito mil especialistas atuando em países como França, Suíça, Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo, Canadá, Argentina, Venezuela, Uruguai, Peru, Chile e Brasil. A sede carioca foi inaugurada no dia 07 de março, sexta-feira, no Jardim Botânico e nela terá cursos e atendimentos. Esta não foi a primeira vez que a equipe da Revista NovaFisio teve a oportunidade de participar dos eventos organizados pelo Instituto, sendo que a última vez foi em, nada mais nada menos, que Milão na Itália em uma festa não menos glamurosa. Nós da Revista gostaríamos de agradecer aos convites e desejar o mesmo sucesso que instituto já têm a anos em São Paulo e no resto do mundo, também aqui no Rio de Janeiro ao nosso lado. “Depois de ter criado em São Paulo o primeiro Instituto, ficou evidente que, se fosse possível, teria que ser aberto um outro na Cidade Maravilhosa. Esta sede do Instituto no Rio de Janeiro me deixa muito feliz e é também uma homenagem à Sonia, carioca da gema, que me assiste há anos, e também às minhas queridas assistentes Rita Menezes, Mônica Rodrigues, Soraia Guerra e Julieta Rubinetti. A inauguração foi portanto, tem uma conotação sentimental. Estou torcendo para que seja um bom sinal para o futuro da RPG no estado”, diz Philippe Souchard, autor de mais de 15 títulos publicados, entre eles, “O Campo fechado, Bases da Reeducação Postural Global”, livro que difundiu o método pelo mundo a fora e é grande sucesso no Brasil. “Acho que isso se deve ao modo de trabalhar do brasileiro, que tem grande facilidade para o aspecto manual”, diz Souchard que arrisca sua

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visão com grande conhecimento do País. Casado com a carioca Sonia Pardellas Souchard, também fisioterapeuta e monitora da UIPTM (Université Internationale Permanente de Therapie Manuelle), Souchard vem ao Brasil habitualmente para ministrar cursos para fisioterapeutas, em diversos estados brasileiros. Em 2005 inaugurou o Instituto Philippe Souchard de Reeducação Postural Global em São Paulo, voltado para difusão da RPG e formação de profissionais. A sede de São Paulo e a do Rio de Janeiro são os únicos centros, além da sede da França, administrados por ele mesmo. Nos outros países onde o Instituto está presente, os centros são localizados em universidades e associações. Existe apenas uma RPG Hoje, a marca RPG, criada por Philippe Souchard, é reconhecida e respeitada pelos órgãos oficiais da Fisioterapia nos países onde está implantada e representa um tratamento de ponta, utilizado nos melhores hospitais, clinicas e consultórios. As formações ministradas e supervisionadas pela equipe Souchard não são apenas um curso. É uma qualificação, reservada a fisioterapeutas graduados, e tem duração de cinco semanas, num total de 300 horas/ aula, teóricas e práticas. Os fisioterapeutas formados em RPG original em todo o mundo podem atualizar-se gratuitamente e têm acesso a formações avançadas sobre temas específicos, atingindo uma carga horária total de mais de 600 horas. POR QUE RPG ORIGINAL? Se a marca RPG conquistou fama para o método, ao lado de outros grandes métodos fisioterápicos respeitados, é porque funciona. Mas o profissional que o utiliza, que reconhece o valor desse método, que investe tempo e dinheiro para aperfeiçoar-se, deve ser formado adequa damente pelo próprio autor e sua equipe, para aprendê-lo na sua forma original, autêntica e integral, tendo a garantia de poder aplicar perfeitamente o método nas patologias mais complexas e obter resultados à sua altura do seu esforço. Instituto Philippe Souchard – Rio de Janeiro Rua Getúlio das Neves, 19, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. http://www.rpgsouchardinst.com.br


Turbilhão | Coluna social.

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Crônica | Coluna Prof. Luis - luisguilherme@novafisio.com.br.

Me formei, e agora?

F

por

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Prof. Dr. Luís Guilherme Barbosa

ormatura é um corre-corre danado. O pessoal com aquele visual que a gente nunca vê durante o curso. Os rapazes não modificam tanto, apenas um terno, que depois será coberto pela beca e nada mais. Entretanto as meninas, “vixe” parecem modelos, algumas ficam irreconhecíveis. A surpresa é normal visto que durante o curso esse pessoal está o tempo todo com um visual monocromático, especificamente o branco. Considerando que o branco força um clareamento geral é fácil encontrarmos apelidos como: Dr. Gasparzinho, Dra. Mortícia em dia de enterro, Dr. Espelho sem aço, ou ainda aqueles comentários idiotas do tipo: quem mandou tomar banho com água sanitária e outros mais nessa linha. Chega no dia da formatura todo mundo quer mostrar “quantas rodas sua baiana tem” e começa o desfile multicolorido, todos aqueles penteados e cortes de cabelo, colares e pulseiras nunca dantes vistos, sapatos de saltos altíssimos e finíssimos, que geram desequilíbrio nas mais acostumadas ao tênis e ao sapato baixo, enfim, é divertido de olhar. Conheço um caso de uma formanda que não queria por a beca porque iria esconder seu vestido e deu uma baita de uma confusão, mas tudo isso faz parte. O outro lado agradável desse momento é que teremos agora mais alguns colegas, não mais alunos ou estagiários, mas colegas com a mesma carga de responsabilidade profissional que recai sobre nós. É muito gostoso ver a participação dos Pais e demais familiares, a emoção envolvida, é o momento melhor para a comercialização do repositor de eletrólitos, pois a galera chora mesmo, babam e tudo o mais que têm direito, o que não é nenhuma vergonha. Choram abraçados, sozinhos, por nada, por tudo, ao cumprimentar, ao passar pelo professor, ao lembrar, ora deixa chorar e repor os eletrólitos! Muito bem, infelizmente nem tudo nessa hora é festa porque virá, para a grande maioria, a necessidade de entrar no mercado. Mercado esse que está a cada dia mais complicado. Como já falei nessa coluna outras vezes, o complicador do mercado não é a profissão, ou mesmo o que acaba de se formar, mas os que já estão no mercado há muito tempo e vieram promiscuindo, desvalorizando nossa profissão. É comum não haver emprego para fisioterapeutas, mas é muito mais comum haver a necessidade do profissional, porém os gestores não sabem, ainda, trabalhar direito com o fisioterapeuta, além da concorrência subliminar que existe por aí – ninguém fala porque, nem se nega, mas também não chama, não dá oportunidade, se finge de morto. Eu conheço uns, que estão fingindo há tanto tempo, que já estão até fedendo. Numa dessas colações de grau e conversava com uma futura colega e ela registrava sua preocupação com o futuro. Onde procurar emprego? Como procurar? Como fazer uma entrevista? É fácil conseguir convênio? É preciso ter pós-graduação? Como montar um consultório? É melhor ser pessoa física ou jurídica? Quanto cobrar? Quais equipamentos comprar? Como emitir uma nota fiscal? Quais impostos pagar? É possível entrar para o supersimples? MEU DEUS! - pensei cá com meus botões, principalmente porque não era a primeira vez que me deparava com esse tipo de questionamento de formandos e até mesmo de colegas. Como eu tenho empresa há alguns anos o pessoal me procura para tirar dúvidas sobre esses assuntos. Aproveitemos, então, esse espaço para valorizarmos uma disciplina que em muitos lugares (bons lugares até) é tratada

como mais uma. A disciplina de Administração em Fisioterapia, ou aplicada, ou seja, lá como seja denominada. Tenho visto, ao longo desses anos, coordenações não darem a real importância a essa disciplina, escalando professores totalmente despreparados em sala de aula, como se alguma das disciplinas inseridas no currículo não tivesse função! Tenho visto colegas assumirem a disciplina para não baixar a carga horária e passam o semestre todo falando de Taylor e Fayol, sem acrescentar nada ao aluno. São professores que não vivenciam problemas relacionados e se comprometem a ensinar o tema. Ora, como ensinar algo que não se sabe?! Passam para os alunos uma visão pueril, sem a menor profundidade, sem atingir as necessidades do porvir e o aluno, por sua vez, percebe a manobra de fingimento (o aluno pode até não conhecer, mas não significa que seja burro) e foca na aprovação para se livrar logo da disciplina e, certamente, do professor. Uma disciplina dessa não pode ficar jogada como “fundo de saco de currículo”, como complemento de carga horária. Tudo na vida profissional passa por planejamento e estratégia, e qual a melhor disciplina, em nosso currículo, para ensinar a planejar de forma adequada? Para ensinar a valorizar o planejamento? Para mostrar como devem ser elaboradas as estratégias, inclusive de intervenção, relacionamento com o cliente, com funcionários, com superiores? Enfim, é mais um conjunto de lições de vida, que propriamente um calhamaço de informações desconexas. É uma excelente oportunidade para reduzirmos o número de “cabeçadas” que esse profissional vai ter de dar, tão como o número de “micos” que se paga pela ignorância. Quanto menos desgastes, no início, mais consistente tende a ser a carreira, pois é comum as pessoas mudarem de profissão após aquelas derrotas clássicas, tais como abrir consultório com o dinheiro que o Pai guardou nos quatro anos e ficar contando moscas, ou ainda, sair comprando equipamentos sem o coreto direcionamento, ou mesmo fazer a pós-graduação da moda não considerando a vocação, enfim. O aluno precisa ter noções de marketing, precisa saber cuidar da sua imagem, seja no consultório, seja na casa do paciente. Tem gente não tem um miligrama de “simancol” porque eu tive um colega que ia atender as pessoas em casa usando bermuda e chinelo. Ele alegava que era vizinho e morava muito perto! Já imaginou uma coisa dessas?! Bem, brincadeiras a parte, quero ressaltar essa questão para que os coordenadores dêem mais atenção a disciplina, revendo a ementa, acompanhando as aulas, revendo a estratégia de convite a professores para essa disciplina; para que os professores/colegas que nada tenham a acrescentar nessa disciplina tenham a gentileza de não assumirem uma disciplina que parece fácil, mas que tem fundamental ação na vida profissional do fisioterapeuta. Um forte abraço: aos professores Otávio e Déia Falcão da UNIFESO; ao pessoal da GESTO que passou o que passou no final do ano passado, mas deu tempo de assistir a Justiça Divina em ação; ao Fabiano Moreira da UNIVAÇO que está vencendo mais uma etapa em seu mestrado; ao Fabiano Teixeira que está mandando ver lá em Paracatu. Um abraço especial ao pessoal da UNEC, bem particularmente para o Magnífico Reitor Antônio Fonseca e o Prof. Marcus Vinicius, coordenador do Programa de Mestrado em Ciências da Reabilitação, autorizado pelo Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais, pela perspicácia na condução do processo.

Paciência e perseverança têm o efeito mágico de fazer as dificuldades desaparecerem e os obstáculos sumirem. John Quincy Adams 8 • ed.61 | mar/abr 2008 • NovaFisio


Encontro Paranaense de Fisioterapia Respiratória, um presente da Inspirar para os apaixonados por esta especialidade

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odos os anos, a Inspirar presenteia os Fisioterapeutas Brasileiros com o Encontro Paranaense de Fisioterapia Respiratória e com o Consenso de Fisioterapia Respiratória de Paranaguá. O evento já é referência entre os profissionais e acadêmicos da área em função de sua seriedade e de sua tradição. O evento, idealizado pelo

Dr. Esperidião Elias Aquim em 1993, encontra-se em sua 14ª edição e faz parte do roteiro obrigatório de todos que amam e se dedicam a esta especialidade. Desde o começo, a idéia foi levar um grupo de Fisioterapeutas, entre eles profissionais e estudantes, para um local onde fosse possível afastar-se das atividades diárias para se dedicar exclusivamente a discussões e debates sobre a especialidade. Tudo isso acompanhado do conforto e comodidade de um hotel cinco estrelas, além de momentos de descontração através das atividades sociais, como a tradicional noite de queijos e vinhos e a festa na beira da piscina com banda. Nas primeiras edições, o evento acontecia de forma alternada, um ano no Hotel Regência, na cidade de Antonina e outra no Hotel Camboa, em Paranaguá. Em 1996 o Encontro Paranaense de Fisioterapia Respiratória, recebe o reforço precioso do Dr. Marcelo Marcio Xavier

e neste mesmo ano as atividades foram ancoradas na litorânea cidade de Paranaguá, que emprestou todo o charme e tradição da mais antiga cidade do Estado do Paraná. Diante da ausência de um consenso na área de Fisioterapia Cardiorrespiratória em nosso continente, surge em 2005, sob a coordenação e idealização do Dr. Gustavo Alfredo Cuello, o Consenso de Fisioterapia Respiratória de Paranaguá, imediatamente incorporado ao Evento e que já está em sua terceira edição. Os Fisioterapeutas de maior referência no Brasil já passaram pelo Encontro de Paranaguá, como os Drs. Alfredo Cuello, Carlos Alberto Caetano Azeredo, Alexandre Doval,

Alguns deles mais uma vez nos brindam com seus conhecimentos, junta-

mente com os novos convidados. O XIV Encontro Paranaense de Fisioterapia Respiratória e o III Consenso de Fisioterapia Respiratória de Paranaguá vão acontecer entre os dias 06, 07 e 08 de junho de 2008, no Camboa Resort Hotel, em Paranaguá (PR). Já confirmaram presença no evento os Drs. Antonio Duarte (BA), Andréa Pires Muller (PR), Esperidião Elias Aquim (PR), Gustavo Cuello (Argentina), Hélio Pio (RJ), Manoel Luiz de Cerqueira Neto (PR), Marcelo Márcio Xavier (PR), Marta Damasceno (SP), Rodrigo Ribeiro Rodrigues (PR), Sabrina Donatti Ferreira Ambiel (PR) e Samira Said Lançoni (PR). Um dos grandes diferenciais é ser o único evento all inclusive do Brasil. O participante pode optar por pacotes em que está incluso o transporte de Curitiba a Paranaguá, hospedagem, alimentação completa, programação científica e atividades sociais, ou seja, tudo o que ele vai precisar para aproveitar seu final de semana com um investimento único de R$ 620,00, que é, muitas vezes, o valor cobrado somente pela diária de um Resort .

Ricardo Moreira, Andréa Mueller, Maria Ignez Feltrin, Beatriz Bandrão, Luiz Vicente de Oliveira, Jacqueline Vianna, Mônica Sanches, Marconi Chaves, entre tantos outros.

A Inspirar oferece três opções de pacotes aos participantes: completo, para acompanhantes e somente programação científica. As inscrições para o Congresso e para o Consenso já estão abertas e podem ser feitas através do site www.inspirar.com.br ou pelo 0800 602 2828.

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Entrevista | A assistente de palco.

Dany Bananinha

por | Eduardo Tavares fotos | Divulgação, Marcio de Souza / TV Globo, Marcos Alberti

Quem não reconhece a loura que todas as tardes de sábado atua como assistente de palco no programa Caldeirão do Huck da Rede Globo. Danielle Soares Ramos, carioca da gema, mas conhecida como Dany Bananinha, estudou teatro no Tablado e fez diversas participações na TV com: “A Turma do Didi” e “Zorra Total”. Dany, adepta da dança, jogou futebol profissionalmente por quatro anos. Aqui ela conversa com a Revista NovaFisio sobre sua carreira e o estilo de vida saudável que gosta de levar.

D

any quais as atividades físicas você pratica atualmente? Malho duas vezes na semana, e uma vez faço boxe. Quantas horas diárias? No total 35 minutos. Você é daquelas pessoas neuróticas com malhação? Nunca fui. Sempre fui atleta e hoje, eu me exercito somente para manter. Mesmo quando jogava futebol pelo Fluminense nunca se machucou? Vivia roxa. mas nunca me machuquei graças a Deus! Só torci o pé quando fazia kickboxing. Futebol de areia não causa muito impacto, principalmente nos pés? Vivia muito roxa!! Gosta de tomar remédios ou evita? Odeio sentir dor, então tomo remédio para a dor passar. Só! Sobre tratamentos estéticos, faz drenagem linfática, por exemplo? Faço drenagem linfática sempre que posso. Você acredita em todos estes tratamentos de beleza que aparecem na mídia, acredita que cremes e produtos realmente funcionam fazendo milagres ou a solução é a mulher se mexer e malhar? Acredito que mal não deve fazer. Não custa nada acreditar, mas mulher tem que se mexer e cuidar da alimentação. O que você mais gosta e o que menos gosta em seu corpo? As partes que mais gosto são as pernas, bumbum e o sorriso. Não gosto do meu pé, porque con10 • ed.61 | mar/abr 2008 • NovaFisio

quistei muitos calos feitos pela chuteira, quando jogava bola. Ele é natural, ou mudou alguma parte dele com cirurgia estética? Já coloquei silicone. Já que trata do corpo o que você faz para a mente relaxar? Faço ioga quando sobra um tempo. E também cuido muito do meu espiritual e isso me traz paz de espírito!! Por ter sido capa de revistas masculinas famosas e ter um corpo escultural, você sente, nas ruas ou em outros locais, uma ponta de inveja das mulheres? Se isso existir, espero que seja uma inveja boa. Graças a Deus sempre sou parada na rua por mulheres, que falam que o marido me admira e me pedem um autógrafo. Sempre são muito simpáticas, e eu procuro tratá-las super bem! Se chego em algum lugar e percebo qualquer coisa ruim desse tipo, saio de perto na hora. Existe muita assédio por causa da sua profissão, digo mesmo dentro da emissora? Existe, mas é tranqüilo. Nada que me atrapalhe. Quais as qualidades que você procura em um homem? Tem que ser Inteligente, caráter, humildade, bem humorado, ser do bem e ter energia boa!! Você é possessiva no relacionamento? Não!! Sou ciumenta, mas controlada. Seu hobby? Namorar, ir à praia, cinema, teatro e comer fora. Quais seus planos profissionais à curto e a longo prazo?

Pretendo um dia abrir meu próprio negócio e, se Deus quiser, fazer uma novela. Fazendo um retrospecto, o que você fez e que não teria feito na sua vida? Brigava muito com minha irmã quando era pequena. Hoje, se voltasse o tempo, não brigaria tanto. E o contrário, o que se arrepende de não ter feito? Fui criada pela minha avó. Todo dia, eu falava para ela que a amava muito, mas mesmo assim, me arrependo de não ter dado mais carinho. E hoje, queria muito dar e não tenho mais ela ao meu lado. Apesar de ter sido atleta e malhar

muito, parece que você nunca se contundiu com gravidade. Qual a importância da fisioterapia no seu ponto de vista? A importância de homens e mulheres que optaram pela profissão de tratar de esportistas como você? Graças a Deus nem dor eu sinto. O atleta, como eu fui, muitas vezes chega mal. Os fisioterapeutas são fundamentais para a prevenção e recuperação. Juntos conseguem a cada dia, uma conquista maior pela recuperação e superação. Vocês são muito importantes na vida de um atleta, além de serem queridos e muito pacientes. Que mensagem você deixaria para as fisioterapeutas? É lindo o trabalho do fisioterapeuta. Parabéns! Um grande beijo no coração de todos vocês!


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Artigo | Sexo.

Masturbação feminina Longe do preconceito, as mulheres também têm direito por | Eduardo Tavares

fotos | divulgação

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onge dos bloqueios, preconceitos e dos conceitos de décadas passadas, a masturbação feminina, saiu do armário e hoje, é discutida abertamente entre as mulheres. O mercado também enxergou esta mudança e investe, cada vez mais, colocando à disposição das mulheres e dos homens novos produtos de prazer. - Na verdade, a masturbação está presente desde a infância – explica a psiquiatra e sexóloga, Rita Jardim. – Chega um momento que a maioria dos adultos reprimem a criança quando elas se tocam. Estas, não têm a memória do momento da proibição e voltaram a se deparar com a masturbação muitos anos depois. Por dentro do mundo da fisioterapia, a doutora que também deu aula na Faculdade de Fisioterapia no Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação (IBMR), durante 5 anos, esclarece as dúvidas mais freqüentes das mulheres com relação a masturbação feminina.. – Até profissionais da área, muitas vezes, tem receio de discutir o tema. Mas a quem consegue ter prazer se masturbando atingirá maior satisfação com o parceiro, pois a mulher conhece mais o próprio corpo – garante a doutora, Rita Jardim. Ela revela algumas das principais dúvidas com relação a masturbação feminina. Uma delas, é se existe algum problema quando a mulher só atinge o orgasmo clitoriano, não com a penetração, durante uma relação com o parceiro. - Daí a importância da mulher conhecer seu corpo. A questão é a anatomia que vai favorecer ou dificultar o orgasmo feminino. As vezes a pélvis do homem não encaixa tão bem no púbis feminino – diz a doutora. Segundo ela, muitas mulheres não atingem o orgasmo porque relaxam na hora do sexo focando apenas em dar prazer ao companheiro ou mesmo não expor, segundo ela, seus pontos fracos como celulite e estrias. Algumas também procuram a masturbação tarde como uma forma de evitar uma separação, já que não tem orgasmo com o marido. Rita Jardim lembra um fato curioso, a posição de 69 é altamente erótica mas nem sempre é eficiente para se chegar ao orgasmo. 12 • ed.61 | mar/abr 2008 • NovaFisio

- Ambos, homem e mulher desviam sua atenção do seu prazer individual. A concentração no seu próprio prazer é importante para atingir o prazer – esclarece a doutora. A sexóloga alerta que apesar de positiva, a masturbação não deve substituir a relação à dois. Ela também acrescenta que os objetos de prazer como vibradores estão bem difundidos para que as mulheres atinjam o prazer sós. É o que a loja Pink Chic, do Downtown, na Barra, um espaço dedicado às mulheres, proporciona, worshops com especialistas e venda de produtos para o prazer sexual. A sexóloga avisa que antes de utilizá-los com o parceiro, deve haver muita conversa. - Utilizar os objetos sozinha não há problema, mas alguns homens podem se sentir ofendidos achando que elas utilizam o vibrador por causa de alguma falha dele – alerta Rita. Segundo ela, o orgasmo múltiplo é um pouco fantasiado. - Estou há 24 anos na profissão e nunca me relataram um orgasmo múltiplo. Escuto sim muitas queixas de mulheres que não chegam ao orgasmo, mesmo estando excitadas – revela a doutora. A professora de inglês, B..., de 40 anos, e que também acha positiva a utilização de objetos, tanto sozinha, quanto com o companheiro, conta que nas conversas com as amigas, muitas mulheres ainda carregam o tabu da masturbação feminina. - Umas dizem que as que fazem são mal resolvidas, mas na verdade a que pratica como eu, conhece mais o corpo e ajuda a ter uma relação mais prazerosa com o parceiro – afirma a professora.- O que mais espanta é que estamos num mundo mais liberal e algumas mulheres carregam conceitos machistas com elas.


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Artigo | Fisioterapia, disfunção sexual.

O papel da fisioterapia no tratamento das disfunções sexuais por | Cinara Sacomori*, Fernando Luiz Cardoso**

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fisioterapia tem surgido como um novo recurso para tratamento e prevenção das disfunções sexuais. Após revisão sucinta das disfunções sexuais em homens e em mulheres descreve-se o papel do fisioterapeuta no tratamento destas condições e diferenciam-se os exames ginecológico, sexológico e fisioterapêutico. RESULTADOS: Observaram-se algumas pesquisas pioneiras sobre a atuação do profissional fisioterapeuta nas disfunções sexuais, principalmente nas disfunções sexuais dolorosas femininas. CONSIDERAÇÕES: O papel do fisioterapeuta no tratamento das disfunções sexuais é atuar no alívio da dor e na melhora das funções sexual e do assoalho pélvico. Introdução A disfunção sexual é um problema comum 1, 2, 3, 4, 5 de ordem congnitiva, afetiva e ou comportamental que impede ou dificulta um indivíduo ou um casal de viver e desfrutar o ato sexual e o orgasmo 6. Assim, disfunção sexual é um conceito distinto de variação sexual ou diversidade sexual, no sentido de que pessoas com um comportamento considerado não convencional ou atípico podem ter uma vida sexual plena e satisfatória 6. Logo, não se acredita em comportamentos sexuais normais ou anormais, mas sim, típicos ou atípicos em termos estatísticos, ou seja, aquilo que uma maioria ou uma minoria faz ou deixa de fazer. A disfunção sexual que é multifatorial e envolve dimensões físicas, sociais e psicológicas, pode afetar qualquer uma das fases: do desejo sexual (libido), da excitação, do orgasmo e da satisfação. Discutiremos, a seguir, a disfunção sexual em homens e em mulheres separadamente devido as suas particularidades e especificidades de sexo. Disfunção Sexual em Homens Em homens, as disfunções sexuais podem ser subdivididas em: dificuldades eréteis (impotência), ejaculação precoce, ejaculação retardada e dispareunia 6. Já se sabe que a ereção no homem é causada pela vasocongestão dos vasos sanguíneos do pênis, que esticam o tecido do falo até os limites da bainha elástica fascial. Se houver um dano da resposta vasocongestiva no homem, esta irá causar disfunção erétil ou impotência sexual 7. A disfunção erétil ou impotência ocorre quando há falha parcial ou completa para se ter ou manter uma ereção até completar a atividade sexual ou quando há perda da noção subjetiva da excitação sexual ou prazer durante a atividade sexual 8, 9. Essa disfunção pode ser considerada primária, no caso do homem que nunca conseguiu adquirir ou manter uma ereção com qualidade suficiente, ou secundária, quando ocorre depois de um período de funcionamento típico para aquele indivíduo 8. A impotência pode ser um sintoma do diabetes e do uso de substâncias como a morfina, dro14 • ed.61 | mar/abr 2008 • NovaFisio

gas sedativas e alguns tranqüilizantes, os quais afetam negativamente a resposta sexual, mas na maioria dos casos a causa da impotência é psicológica 10. Poorman (1987), no entanto, discorda dessa afirmação, apontando que a incidência de causas orgânicas para a disfunção erétil chega a ser maior que 50%. Van Kampen et al. (2003) são mais relativos e afirmam que, normalmente, a disfunção erétil tem múltiplas causas (psicológicas, hormonais, neurológicas e vasculares), as quais podem estar combinadas. Enfim, tudo depende de quais critérios se usa para definir e mensurar a prevalência dessas causas. O orgasmo, no homem, é uma descarga clônica espasmódica involuntária de certos músculos genitais, em que há uma descarga do músculo liso da víscera reprodutora, seguido de descarga dos músculos perineais estriados. O dano do componente orgásmico, por sua vez, acarreta a perda do controle da ejaculação, promovendo a ejaculação precoce ou retardada 7. Tipicamente, os homens que têm ejaculação precoce apresentam histórias sexuais que incluem primeira experiência sexual muito rápida ou com medo de ser descoberto 8. A dispareunia - dor genital recorrente que acontece antes, durante ou depois de uma relação sexual - pode ocorrer, no homem, devido a fatores como defeitos anatômicos, desordens do trato genitourinário, doenças da uretra e da bexiga, diabetes e fatores psicológicos 8, 11. Disfunção Sexual em Mulheres Na mulher, a excitação sexual é acompanhada de ingurgitamento vascular difuso dos órgãos genitais. Esta resposta vasocongestiva caracteriza-se pela lubrificação vaginal, ingurgitamento e coloração das paredes vaginais e formação da plataforma orgásmica. O dano da resposta vasocongestiva na mulher causa a inibição geral da excitação. Enquanto isso, o orgasmo feminino dá-se por uma descarga clônica orgásmica espasmódica da musculatura perineal e o dano deste componente causa síndrome de inibição orgásmica 7. Classicamente, as disfunções sexuais em mulheres têm sido divididas em cinco categorias: disfunção sexual geral, disfunção orgásmica primária, disfunção orgásmica secundária, dispareunia e vaginismo 6. Outros autores acrescentam a inibição do desejo sexual e a dificuldade de excitação sexual 3, 4, 12. A disfunção sexual geral pode ser explicada por uma inibição da vasodilatação sanguínea na região pélvica, diminuindo ou impedindo a tumefação e lubrificação vaginal. Esta disfunção geralmente é subjetivamente expressa por uma falta de interesse sexual e definida por profissionais como frigidez ou anorgasmia 6, 7. Costumava-se utilizar o termo frigidez fazendo referência a todas as formas de inibição da resposta sexual feminina. No entanto, esta definição é confusa e o termo é pejorativo; por isso, Masters e Johnson sugeriram substituir o termo para “disfunção orgásmica” 7.

Enquanto algumas mulheres são capazes de ter orgasmos facilmente, milhões de mulheres nunca experimentaram um orgasmo, pelo menos que elas tivessem reconhecido 13. O prazer subjetivo do orgasmo consiste em mais que a intensidade dos seus reflexos físicos; por exemplo, pesquisas em laboratório demonstraram que os orgasmos que as mulheres tiveram por meio de masturbação eram geralmente mais intensos que os que elas tinham no intercurso, mas por outro lado, a maioria das mulheres preferiu o orgasmo que tiveram com seus parceiros 13. Esta situação pode ser compreendida melhor a partir das distintas percepções que o sexo masculino tem de relação sexual em relação ao sexo feminino, isto é, a maioria das mulheres relaciona sexo a afeto, enquanto os homens conseguem separar com mais facilidade amor e tesão 14. De uma forma geral, a anorgasmia é para a mulher o que a impotência é para o homem, sendo que é importante constatar em que circunstâncias essas disfunções ocorrem, se com o parceiro fixo, se numa relação extramarital ou se na masturbação 7. Cabe ressaltar que a disfunção sexual no homem tem impacto imediato pela sua exteriorização genital, enquanto nas mulheres, pode ter um impacto a muito longo prazo, pois não se espera de uma mulher “decente” uma resposta sexual tão enfática quanto a do homem, o que leva muitas destas mulheres a fingir o prazer dificultando o diagnóstico e o registro clínico. Outra disfunção denominada dispareunia, na mulher, pode ocorrer desde os primeiros contatos físicos na vagina até pós-coito e atribuemse como fatores causais geralmente questões de cunho psicológico 6. E por último, o vaginismo trata-se de uma contração involuntária do terço inferior da vagina que inviabiliza o coito ou o torna dolorido para a mulher 6, 8, 11, 15. O vaginismo, por si só, não envolve nenhum dos dois componentes da resposta sexual feminina e as pacientes com vaginismo são quase sempre sexualmente responsivas e orgásmicas com estimulação do clitóris 7. Segundo Masters e Johnson, na grande maioria dos casos a disfunção é de origem psicológica, mas há que se considerar as drogas (hormônios, narcóticos, opiáceos) e as causas físicas, as quais podem influenciar na resposta sexual feminina. As causas psicológicas, por sua vez, podem ser: estimulação inadequada da mulher por parte do parceiro; comunicação pobre entre o casal, pelo fato das respostas fisiológicas na mulher serem, na maioria das vezes internas, por isso é necessário que exista um diálogo entre os parceiros sobre o assunto 13. Um outro aspecto muito importante a ser realçado à disfunção sexual é o fato de que as mulheres tendem a associar mais diretamente amor e tesão que os homens 14. Uma possível explicação para isso é que, de uma forma geral, as mulheres recebem mensagens culturais diferentes dos homens sobre sexu-


Artigo | Fisioterapia, disfunção sexual. alidade, pois enquanto os homens são encorajados a tocarem suas genitais, as mulheres são reprimidas. Além disso, algumas mulheres influenciadas pela cultura entram num círculo vicioso de exercício e dieta para atingir a forma perfeita e lidar com seus problemas sexuais e de imagem corporal 13. Essa influência cultural pode ser um fator crucial na anorgasmia. Muitos terapeutas sexuais têm notado nas mulheres anorgásmicas atitudes negativas com relação à masturbação, ao sexo e as fantasias sexuais são repulsivas ou impróprias 13. Citam-se ainda como problemas relacionados com a anorgasmia as pressões com relação à performance sexual, tensões no relacionamento, conflitos de gênero, ciúmes. 13l, repressão sexual, religião, atitudes negativas com relação à nudez e experiências sexuais traumáticas durante a infância e a adolescência 8. Por conseguinte, julga-se necessário compreender o mecanismo causal de cada disfunção sexual e os fatores a ela relacionados para proporcionar o tratamento adequado ao paciente e indicar os profissionais mais indicados para resolver aquela condição específica. Tratamento das Disfunções Sexuais A terapia sexual, ou o tratamento das disfunções sexuais, a partir de 1970, com a publicação “Human Sexual Inadequancy” por William Master & Virginia Johnson, vem a cada dia ganhando a atenção de muitos profissionais da área da saúde. Assim, a terapia sexual começou a fazer parte do trabalho de alguns profissionais da psicologia, psiquiatria e medicina, começando

também a engatinhar enquanto uma profissão autônoma. A maior premissa de Masters e Johnson para o tratamento das disfunções sexuais é a educação sexual para o casal. Dessa forma, o casal é orientado sobre como ocorre o ciclo da resposta sexual, a anatomia e a fisiologia sexual e realiza leitura de materiais e filmes educativos 8. Para Kaplan (1974) a terapia do sexo difere das outras formas de tratamento das disfunções sexuais em dois aspectos: primeiro, os seus objetivos são essencialmente limitados ao alívio dos sintomas sexuais do paciente, e, segundo, diverge das técnicas tradicionais empregando uma combinação de experiências sexuais prescritas e psicoterapia. A sua abordagem objetiva modificar as causas imediatas e as possíveis defesas contra a sexualidade. Nessa abordagem, o processo da terapia consiste em atividades eróticas orientadas para o casal realizar em casa e posteriormente discutidas 2, 7. Para os leigos e até mesmo no mundo acadêmico, espera-se que o profissional da psicologia ou o profissional da medicina dêem conta destes recursos terapêuticos, ou pior, alguns psicólogos acham que terapia sexual só pode acontecer sob a tutela de um profissional da psicologia. No entanto, o que ocorre é que a grande maioria dos psicólogos e médicos não teve nenhuma disciplina na sua formação acadêmica que tratasse especificamente do comportamento sexual, quando muito tiveram contato com a teoria freudiana do século passado ou princípios da reprodução humana. Assim, é importante ressaltar que a terapia sexual trata-se de uma área profissional e científica de ninguém, como

a acupuntura, por exemplo. Logo, passará a atuar nesta nova área profissional aqueles que se capacitarem e se instrumentalizarem. Contribuições da Fisioterapia A fisioterapia é uma área de estudo recente que tem buscado este espaço específico para a prevenção e tratamento das disfunções sexuais há muito pouco tempo. Isso pode ser verificado claramente pela escassez de publicações referentes a esta especialidade ainda em formação. Já se observam algumas pesquisas pioneiras no estudo de recursos fisioterapêuticos para tratamento das disfunções sexuais 9, 15, 16, 17, 18, 19. Uma revisão de literatura referente à eficácia das técnicas fisioterápicas na disfunção sexual tanto em homens como em mulheres revela que o fisioterapeuta tem um papel potencial como membro de uma equipe de saúde envolvido com a melhora da saúde sexual das pessoas 16 . Nesse sentido, a fisioterapia pode complementar a terapia sexual assegurando que o paciente está seguindo o programa proposto e fazendo os exercícios do assoalho pélvico corretamente 15. Tanto o vaginismo como a dispareunia são caracterizados por aumento do tônus do assoalho pélvico, condição essa que requer a intervenção do fisioterapeuta. Este utiliza técnicas manuais para tratar as anormalidades musculares, assimetrias posturais e esqueléticas e imobilidade dos tecidos moles, aplicação de massagem nos pontos gatilho da região pélvica e transvaginal, orientação de exercícios para contração e relaxamento da musculatura, eletromiografia

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Artigo | Fisioterapia, disfunção sexual. com biofeedback e, ainda, orientar o uso de dilatadores perineais 15, 16. Quando foi investigado o efeito do uso da estimulação elétrica na região vestibular e no intróito vaginal em mulheres com dor durante a relação sexual; demonstrou-se uma melhora significativa na habilidade de contração e relaxamento da musculatura do assoalho pélvico após o uso da estimulação elétrica 18. Bergeron et al. (2002) investigaram o efeito da fisioterapia em 35 mulheres que apresentavam uma síndrome de vestibulite vulvar, a qual é a principal causa de dispareunia em mulheres pré-menopáusicas. Os principais objetivos do tratamento fisioterapêutico, nesse caso, foram: aumentar autoconhecimento e propriocepção local, melhorar força, velocidade, resistência e discriminação dos músculos, reduzir o hipertônus e promover relaxamento voluntário, aumentar a elasticidade dos tecidos da abertura vaginal e reduzir o medo da penetração vaginal. As técnicas preconizadas foram: educação sobre o papel da musculatura do assoalho pélvico na dor originada pela vestibulite, aplicação de técnicas manuais (alongamento, massagem, relaxamento miofascial, pressão nos pontos em gatilho) na superfície do períneo e internamente por palpação vaginal e às vezes anal, biofeedback eletromiográfico, estimulação elétrica e exercícios para casa. Dessa forma, o estudo, apesar de prospectivo e não-controlado, constatou diminuição significativa da dispareunia, bem como um aumento significativo da freqüência, do desejo e da excitação sexual. Wurn et al. (2004) aplicaram técnicas de terapia manual para os tecidos moles na região pélvica visando o tratamento das adesões pélvicas e sua relação com o índice de função sexual feminino. Clinicamente, os autores observaram, em 23 mulheres, que as terapias manuais para o tecido mole na região pélvica demonstraram melhorar os índices de função sexual. No entanto, há necessidade de mais estudos controlados em relação a essa técnica terapêutica. A utilização de exercícios para o assoalho pélvico e bioofeedback para o tratamento da disfunção erétil 20 e da ejaculação prematura já foi reportado. No caso da disfunção erétil, a fisioterapia dispõe de métodos não-invasivos fáceis de realizar, que não causam dor e baratos 16. Van Kampen et al. (2003) fizeram um estudo com 51 homens com problemas de ereção objetivando testar um programa de re-educação do assoalho pélvico. Esse programa consistia em orientações, treinamento com exercícios ativos, biofeedback e estimulação elétrica nos músculos perineais. Os autores observaram que 47% dos pacientes obtiveram a função da ereção normal, e 24% apresentaram um aprimoramento na ereção. Com relação ao tratamento da dor pélvica masculina crônica, técnicas fisioterapêuticas que incluem biofeedback do assoalho pélvico e técnicas de terapia manual também devem ser consideradas, uma vez que um estudo com eletromiografia de superfície concluiu que pacientes com dor pélvica masculina crônica apresentavam músculos do assoalho pélvico instáveis 16. A fisioterapia, tendo como objeto de estudo o movimento humano, objetiva restaurar a função, melhorar a mobilidade, aliviar a dor, e prevenir incapacidades físicas permanentes. Por isso, o papel do fisioterapeuta no tratamento das disfunções sexuais, no homem e na mulher, é educar o paciente para que este conheça melhor seu corpo (principalmente a região do perí16 • ed.61 | mar/abr 2008 • NovaFisio

neo) e otimizar as funções do assoalho pélvico e sexual, e por fim, visando a melhora da qualidade de vida e desempenho sexual. Exame Sexológico, Exame Ginecológico e Exame Fisioterapêutico O exame físico realizado com o intuito de diagnosticar e tratar as disfunções sexuais apresenta peculiaridades específicas no caso do exame sexológico, ginecológico e fisioterapêutico, pois o enfoque de cada especialidade é diferente. Exame Ginecológico O exame ginecológico considera principalmente o diagnóstico, acompanhamento e prevenção de possíveis doenças relacionadas com os órgãos do sistema reprodutivo 21. Exame Sexológico Hartman e Fithian (1972) desenvolveram e propuseram o exame sexológico que se justifica por várias razões: auxilia a compreender a resposta sexual do/a cliente e permite ao mesmo/a conhecer, compreender e mais facilmente aceitar seu próprio corpo 22. Em relação à mulher pode ser observado se há efetiva lubrificação e vasocongestão, o que significa dizer que se verifica a resposta sexual. Avaliam-se os mamilos através de um toque sutil para ver se há ereção desses; em seguida, as mamas são tocadas suavemente e os mamilos pressionados suavemente para ver se há reação local e se produz alguma reação na vagina. Essas informações são relacionadas com a história sexual da cliente. O clitóris é checado para verificar se há adesões, retrai-se o prepúcio e observa-se se as glândulas estão limpas. Em seguida, avalia-se a sensibilidade da vagina atentandose para cicatrizes, fibroses, dor, e separação do músculo da parede vaginal; nesse caso poderão ser observados músculos rígidos, os quais poderão ser corrigidos com exercícios vaginais 22. No que diz respeito ao homem, o exame sexológico não é tão complexo, mas envolve avaliar o pênis para ver se o prepúcio está móvel, o freno também é examinado e pergunta-se ao cliente se já ocorreu de este sangrar durante o intercurso ou se ele sente qualquer desconforto. A mulher entra na sala de avaliação e examina o pênis do marido e os testículos gentilmente. É importante observar como é a sensibilidade no pênis depois da ejaculação com finalidade de se conhecer melhor 22. Exame Fisioterapêutico Em relação à mulher, o exame fisioterapêutico da vulva difere do exame ginecológico e sexológico. Tanto o exame externo quanto o interno focam na mobilidade e integridade dos componentes do tecido muscular, fascial e conectivo. O exame fisioterapêutico da vulva e do assoalho pélvico consiste nas seguintes etapas: primeiro, a observação da vulva, do períneo e do ânus para perceber áreas avermelhadas ou salientes, cicatrizes ou edema; segundo, palpação para perceber áreas sensíveis ao toque; terceiro, exame interno para avaliar a tensão, tônus, amplitude de movimento dos músculos do assoalho pélvico e presença e tamanho do hímem; quarto, avaliação de pontos de gatilho internos; quinto, determinação da integridade dos órgãos pélvicos e possível presença de prolapso da bexiga, útero ou reto; sexto, exame anoretal interno 15. Referente ao exame fisioterapêutico específico para tratamento das disfunções sexuais do

homem não foram encontrados na literatura autores que fizessem menção específica a isso. Porém, Van Kampen et al. (2003), em seu estudo de tratamento da disfunção erétil, descrevem superficialmente a avaliação que utilizaram baseada no toque digital intra-anal para verificar a contração do assoalho pélvico, utilizou o biofeedback eletromiográfico e cada paciente era entrevistado toda semana sobre a rigidez e duração da ereção. São aspectos comuns ao exame fisioterapêutico, tanto no homem como na mulher, a avaliação da função e da força dos músculos do assoalho pélvico e a avaliação musculoesquelética 15. A avaliação musculoesquelética, no caso das disfunções sexuais, se justifica pelo fato de ser necessário algum preparo físico para a atividade sexual e também porque algumas disfunções sexuais como, por exemplo, o vaginismo caracteriza-se por tensão dos músculos flexores e abdutores do quadril. Considerações Finais O papel do fisioterapeuta no tratamento das disfunções sexuais consiste em utilizar suas técnicas (manuais, de estimulação elétrica, de orientação assistida e exercícios assistidos e orientados) de modo a permitir que a resposta sexual ocorra satisfatoriamente. Para isso, compreende-se que é fundamental conhecer os aspectos da sexualidade humana de forma aprofundada. As pesquisas referentes à aplicação de modalidades terapêuticas específicas da fisioterapia para tratamento das disfunções sexuais ainda são escassas e, muitas vezes, não controladas. Em relação ao exame ginecológico, sexológico e fisioterapêutico, cada um apresenta especificidades de acordo com a finalidade do tratamento de cada profissional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Saks BR. Sexual dysfunctions (sex, drugs, and women´s issues). Prim Care Update Ob/Gyns 1999; 6 (2): 61 – 65. 2- Rosen R, Brown C, Heiman J, Leiblum S, Meston C, Shabsigh R, Ferguson D, D´Agostino RJr. The female sexual function index (FSFI): a multidimensional self-reported instrument for the assessment of female sexual function. Journal of Sex & Marital Therapy 2000; 26: 191-208. 3- Bachmann GA, Avci D. Evaluation and Management of Female Sexual Dysfunction. The Endocrinologist 2004; 14 (6): 337 – 345. 4- Oksuz E, Malhan S. Prevalence and Risk Factors for Female Sexual Dysfunction in Turkish Women. J Urol 2006; 175: 654-658. 5- Hentschel H, Alberton DL, Capp E, Goldim JR, Passos EP. Validação do female sexual function index (FSFI) para uso em língua portuguesa. Rev. HCPA 2007; 27 (1):10-14. 6- Hogan DR. The effectiveness of sex therapy: a review of the literature. In: Lopiccolo J, Lopiccolo L. Handbook of Sex Therapy. New York: Plenum Press; 1978. 7- Kaplan HS. A nova terapia do sexo: tratamento dinâmico das disfunções sexuais. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1977. 8- Poorman SG. Human sexuality and the nursing process. Norwalk: Appleton & Lange; 1987. 9- Van Kampen M, De Weerdt W, Claes H, Feys H, De Maeyer M, Van Poppel H. Treatment of erectile dysfunction by perineal exercise, electromyographic biofeedback, and electrical stimulation. PhysTher 2003; 83 (6): 536-543. 10- Brecher R, Brecher E. An analysis of human sexual response. 17 ed. New York:


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Vilma Natividade

Participe! Escreva para: vilma@novafisio.com.br e visite www.vnative.com.br

Que bom é novamente estar com você! Desta vez o caderno vem trazendo artigos que certamente irão ajudar muito em sua vida profissional. Estamos a disposição para conhecer e compartilhar experiências de tanto tempo. Aproveitando a ocasião gostaria de pontuar e tentar iniciar um processo de desmistificação, pois infelizmente, muitos não todos, associam a fisioterapia dermato funcional simplesmente a beleza. A própria definição do COFFITO nº 80 inicia descrevendo essa atividade como ciência, e em seguida cita e deixa claro a complexidade desta nova atividade quando descreve e se preocupa com as repercussões psíquicas orgânicas para manter e restaurar a integridade de órgãos. Baseados nesta definição preparamos um caderno cientifico com tópicos de estética e reabilitação. O artigo Benefícios da fisioterapia no pré e pós cirúrgico, foi escrito com o objetivo de levar ao médico informações cientificas e uma nova visão de atuação da nossa área, paralelamente, aos procedimentos cirúrgicos. Prado em seu artigo apresenta uma nova possibilidade de atendimento em consultórios ou clinicas odontológicas, ampliando a área de atuação da fisioterapia dermato funcional.

Alunos da Unimonte no estagio em dermato-funcional 18 • ed.61 | mar/abr 2008 • NovaFisio

Espero que você goste! Com carinho Vilma Natividade


Artigo | Pré e pós-operatório, cirurgia plástica.

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por Vilma Natividade

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uando um paciente deseja uma melhora corporal por meio de cirurgia plástica, ele procura um cirurgião de sua confiança e deposita nele todas as suas expectativas e fantasias. Após a cirurgia, ele depara exatamente o que não deseja: a dor, o edema, as equimoses e outros desconfortos provenientes do procedimento, chegando em certos casos, a questionar a conduta profissional e a capacidade desse médico (cirurgião). Nós, por meio da fisioterapia pré e pós cirúrgica, podemos minimizar as queixas e otimizar os resultados da cirurgia, diminuindo o desconforto e os traumas para o paciente. Cabe lembrar que sua satisfação talvez seja o critério hoje mais importante na avaliação dos resultados de procedimentos cirúrgicos. Com esse trabalho, temos o objetivo de levar a todos os profissionais da área médica os benefícios da reabilitação em pacientes que foram submetidos a cirurgia plástica, destacando que a fisioterapia tem muito a contribuir, tanto no pré como no pós operatório, com orientações e um tratamento fisioterapêutico adequado. Desta forma, é fundamental que os cirurgiões conheçam seus detalhes e indiquem um tratamento fisioterapêutico logo após o procedimento cirúrgico. Tratamento Fisioterapêutico Existem vários recursos que podem ser utilizados na fisioterapia, como a drenagem linfática manual e a eletroterapia, que vêm demonstrando eficácia e resultados positivos para a reabilitação do paciente. O tratamento pós cirúrgico pode ser realizado no pós operatório imediato ou tardio, tendo como objetivo prevenir: edema, enfisema cutâneo, retrações cicatriciais, fibrose, lipoma, seroma, déficit de sensibilidade e contratura muscular. Drenagem Linfática A dinâmica fisiológica da formação da linfa e do fluxo linfático está estreitamente inter-relacionada com a dinâmica do sistema sangüíneo e do tecido intersticial. Este líquido do interstício retorna à circulação sangüínea por meio da difusão que ocorre em nível dos capilares venosos, no entanto, outra parte do líquido intersticial volta à circulação venosa por uma via secundária (o sistema linfático). Pouco a pouco a drenagem linfática manual foi sendo apoiada cientificamente, pesquisadores a aperfeiçoaram, modificaram

e comprovaram sua eficácia: Földi (Alemanha), Leduc (Bélgica), Cluzan (França), Casley -Smith (Autrália). “Hoje a drenagem linfática manual adquiriu um lugar de destaque no tratamento de edemas e linfoedemas. Os Simpósios e Congressos de Linfologia realizados mundialmente reúnem membros do corpo médico e paramédicos adeptos da drenagem linfática manual”. Para obter um importante e significativo resultado da drenagem linfática manual é de vital importância que o fisioterapeuta tenha conhecimento da anatomia do sistema linfático (pré-coletores, vasos coletores, coletores principais e linfonodos), e da sua fisiologia. O principal objetivo da drenagem linfática manual é drenar o excesso de fluido acumulado nos espaços intersticiais de forma a manter o equilíbrio das pressões tissulares e hidrostáticas. A drenagem linfática manual deve ser lenta, suave e rítmica, causando um bom relaxamento do paciente e do corpo (pois a dor não faz parte desta conduta) e direcionando este líquido estagnado para os coletores linfáticos, aumentando assim a absorção linfática. A drenagem linfática manual só não é indicada em alguns casos específicos como: tumores benígnos e malígnos, distúrbios circulatórios (flebite, tromboflebite), inflamação aguda, doenças de pele, processos infecciosos, estado febril, infarto do miocárdio, fase aguda das artrites. A indicação da drenagem linfática manual no pré-operatório se deve pelo fato de ajudar a desintoxicar o seu organismo, facilitando a remoção do sangue, descongestionando os vasos e os tecidos, melhorando o aspecto da pele, ativando, limpando, regularizando e nutrindo os tecidos, reforçando a capacidade de auto defesa e auto purificação do corpo, acelerando o metabolismo para a eliminação dos radicais livres, enriquecendo, nutrindo e hidratando o tecido para a cirurgia. Microcorrentes Através de vários equipamentos da Eletroterapia para a regeneração do retalho cutâneo na fase de cicatrização, vários autores descrevem a redução da isquemia do retalho e a normalização do número dos fibroblastos evitando a necrose e prevenindo as cicatrizes hipertróficas dentro delas podemos citar as Microcorrentes. Em 1982 Cheng et al, demonstra em

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Benefícios da fisioterapia no Pré e Pós operatório de cirurgia plástica

seu trabalho realizado com animais as vantagens da microcorrentes: biologicamente compatível, método não invasivo, sub-sensorial, fornecimento de energia necessária e suficiente para o retalho cutâneo, ausência de riscos, aumentando o ATP em até 500%, 30% a 40% no transporte de aminoácidos, aumento da captação de O2 e da síntese de proteínas (Universidade de Luvain-Bélgica). As microcorrentes diferenciam-se de todos os tipos de correntes usuais pelas suas características básicas de intensidade e freqüência: a intensidade está compreendida entre 10 e 300 micro Amperes e a freqüência varia de 0,3 a 300 Hertz. Arndt & Shultz, baseados em princípios da eletroterapia relatam que correntes elétricas com baixa intensidade aumentam o metabolismo, e com uma maior intensidade diminuem ou mesmo abolem a atividade celular. Ultrassonoterapia Quando o ultra-som (US) penetra no corpo, ele pode exercer um efeito sobre as células e tecidos mediante dois mecanismos: Térmico e Atérmico. A boa avaliação é importante, pois estes mecanismos atuam de diferentes efeitos em seus processos de cicatrização e/ou reparo das lesões. Quando o US desloca-se através dos tecidos, uma parte dele é absorvida e isso conduz à geração do calor dentro do tecido. Este é o efeito térmico cujo objetivo é diminuir o processo fibroso ou aderência no pós-cirúrgico tardio, utilizando-se o US de 3 MHZ que terá uma profundidade de 4cm. Willian 1.974, 1.976 afirma que as forças geradas pelas correntes acústicas produzem alterações na permeabilidade da membrana plaquetária, levando à liberação da serotonina e que também as plaquetas contêm fatores da lesão essencial para o reparo bem sucedido (Ginsberg, 1.981). O efeito atérmico é indicado no póscirúrgico imediato na fase da inflamação, que é uma fase dinâmica de reparo. Seu efeito é puramente mecânico (micromassagem) que terá uma importante contribuição na vascularização do retalho ou lesão, facilitando a drenagem linfática. Enfim todo tratamento realizado por uma equipe multidisciplinar, só tem a contribuir para o sucesso da cirurgia e o bem estar do paciente. www.novafisio.com.br • ed. 61|2008 • 19


Artigo | Molar inferior, drenagem linfática, dor, edema, amplitude de movimento.

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Efeitos da drenagem linfática facial no pós– operatório do terceiro molar inferior em um consultório odontológico da cidade de Mogi das Cruzes , São Paulo, Brasil. |

por Prado, N. M.

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sse trabalho analisou o efeito da Drenagem linfática facial no Pós – Operatório do Terceiro molar inferior para observação do aspecto quantitativo e qualitativo. O objetivo geral foi verificar a aceitação e aplicabilidade da técnica de drenagem linfática manual no pós - operatório do Terceiro molar inferior, Método: quatro pacientes do consultório Odontológica de Mogi das Cruzes, no primeiro dia pós- operatório ao quinto dia. Foi realizado uma anamnese, seguida do questionário para dor, mensuração da ADM e edema. Depois da avaliação foi aplicado a drenagem linfática manual num período de cinco sessões consecutivas, com total de uma hora de tratamento por dia, após a aplicação da técnica foram reavaliados a dor, edema , ADM . Resultado: Em relação ao nível de significância estatística para o movimento de abertura de boca do paciente 200 para o teste de One-way Analysis of Variance (ANOVA) é p= 0.0134, e para o teste MStreatment/MSresidual é de F = 9.960 . Para o paciente 201 p= 0.0112, F = 10.798. Para A NTD para o paciente 200 P= 0.0492 e F= 5.238 ; A NTE P=0.0514 e F=5.117. Na paciente 201, A NTD p=0.0869 e F= 3.823 ; A NT E p= 0.2793 e F= 1.730. Conclusão: Conclui-se que os paciente apresentaram boa aceitação em relação a melhora de ADM e alívio de dor ao tratamento proposto. INTRODUÇÃO Segundo MADEIRA (1997) o terceiro molar inferior é tão variável que em alguns casos é difícil identificar exatamente as suas cúspides. O início da calcificação total do terceiro molar inferior ocorre aos 9 anos, cujo erupção ocorre entre 18 e 25 anos (coroa) e o término 20 á 27 anos (raíz), o seu comprimento meso distal é de 17 mm, e da erupção do vestibulolingual ao término, 7 mm á 10 mm com diâmetro de 9,5 mm á 10,5 mm (FIGÚN & GARINO 1994). GUIMARÃES et al., (1982) relataram que há várias causas da remoção do terceiro molar, entre eles estão a periodontite a pericoronarite impactação mesioangular; formação cística ou tumores de origem odontogênico. Um outro risco seria o apinhamento dentário mandibular, assim como a fratura de mandíbula, além dos casos de indicação ortodôntica (CARVALHO et al., 1987). A cirurgia consiste no levantamento de retalho mucoperiósteo, exposição da linha de extração livre, remoção do dente e limpeza da ferida e sutura (AZEVEDO, 2004). Logo após a lesão promovida pela cirurgia ocorre o processo de reparação tecidual, o qual compreende três fases: a fase exsudativa inicia-se por volta de cinco minutos após o início das mudanças degenerativas induzidas pela lesão, e é caracterizada por uma típica reação inflamatória acompan20 • ed.61 | mar/abr 2008 • NovaFisio

hada por fibrinogênese. Aproximadamente vinte e quatro horas após o início da fase proliferativa, o processo é conduzido através da imigração de fibroblastos. As primeiras fibras colágenas formadas pelos fibroblastos podem ser detectadas por volta do quarto dia, tendo assim a fase reparatória e cicatriz final (GUIRRO, 2006). O terceiro molar assim como os demais dentes tem correlação direta com a articulação Temporomandibular (ATM), sendo por isso denominada por alguns autores como articulação têmporo-mandíbulo-dental.. Todo movimento mandibular, portanto, ocorre em decorrência da contração muscular guiada pelos dentes na oclusão ou na desoclusão, dependendo do posicionamento dentário (BIAZOTO & GONZALEZ 2005). O sistema Linfático representa uma via auxiliar de drenagem do sistema venoso. Sendo constituído por uma vasta rede de vasos ou capilares linfáticos. Estes vasos linfáticos se distribuem por todo o corpo humano e são responsáveis por recolher o líquido intersticial, através dos vasos linfáticos aferentes, direcionando-o aos gânglios linfáticos para serem filtrados e reconduzidos a circulação sanguínea: através dos vasos linfáticos eferentes (RIBEIRO, 2000). Segundo Leduc (2000) a hipótese de Sterling o equilíbrio existente entre os fenômenos de filtragem e de reabsorção ocorre no nível das terminações capilares. Os capilares arteriais (CA) são responsáveis pelo carreamento da água repleta de nutritivos. Já a retirada desse líquidos, os elementos necessários a seu metabolismo e eliminação dos produtos de degradação celular, o líquido intersticial é retomado pela rede de capilares venosos (CV) pelo jogo sutil das pressões. A pressão hidrostática (PH), ligada à existência da corrente sanguínea, depende da atividade cardíaca e a pressão oncótica (PO), ligada à presença de proteínas no sangue. Se a proteína não fosse removida pelos vasos linfáticos, acumular-se-ia no líquido intersticial e passaria a agir como força oncótica capaz de sugar líquido dos capilares sanguíneos e produzir edema que é um acúmulo anormal de líquidos. Isso se dá pela falência ou saturação do Sistema Linfático (BERNE 2000). A presença de dor pode ser explicada por três mecanismos. A irritação mecânica, que na presença de edema e inflamação local podem estar estimulando os receptores de dor. A presença de substâncias químicas, ou seja, produtos da inflamação gerados por células na região lesada também tornam – se um fator para desencadear um processo doloroso. Outro fator importante é a irritação térmica, uma vez que devido a presença da lesão tecidual, a temperatura local fica elevada podendo desta maneira excitar os receptores de dor (LEDERMAN, 1997). A drenagem-linfática pode diminui a dor nas estruturas tratadas pela estimulação dos mecanoceptores. Isso reduz a percepção de dor pelo bloqueio dos impulsos dolorosos us-

ando – se o mecanismo de controle de entrada, produzindo, assim o relaxamento muscular reflexo. O controle dos impulsos dolorosos ocorre quando o movimento do tecido manipulado estimula as fibras nervosas proprioceptivas de condução rápida que bloqueiam a transmissão das fibras dolorosas de condução lenta, minimizando a transmissão desses impulsos para o cérebro (ELLAWAY, 2000). O objetivo deste estudo foi verificar a aceitação e aplicabilidade da técnica de drenagem linfática manual no pós-operatório de terceiro molar inferior, afim de promover uma melhora na qualidade de tratamento. MATERIAL E MÉTODO Foram recrutados quatro pacientes que foram submetidos à cirurgia do terceiro molar inferior, com idades entre 17 e 25 anos, do sexo masculino, do primeiro ao quinto dia do pósoperatório. Os voluntários foram triados em um Consultório Odontológico da Cidade de Mogi das Cruzes, São Paulo para serviço de fisioterapia Dermato-Funcional. Foi utilizada uma maca; emulsão fisiomassagem de limpeza facial da Vita Derm® e ficha de avaliação com os seguintes itens: dados pessoais, história e exame físico do paciente. Foi aplicado nos pacientes a escala analógica de dor: escala numérica que quantifica a dor do paciente durante as atividades. Esta escala vai de 0 a 10, sendo que o (0) o paciente não apresenta dor nem sintomas e (10) a dor é intensa e os sintomas são exacerbados; Fita métrica: para a mensuração do ângulo naso-temporal, a fim de avaliar o nível do edema; Paquímetro para a mensuração da amplitude de movimento. Para a realização da Fotografia: foi usada uma câmera digital da marca Sony ®, w-50, 6 Mega Pixels, com qualidade iso 1000, programado com flash automático e com zoom optical 3x. As posições escolhidas para fotografar foram: anterior, perfil direito e esquerdo. Para a observação do nível do edema na abertura e fechamento da articulação temporo-mandibular. Para padronizar as posições fotográficas em posição anterior e de perfil, demarcou-se no piso, a 70 cm à frente de um fundo fotográfico azul, uma linha paralela ao mesmo, e a partir do meio desta traçou-se outra perpendicular. Estas linhas foram usadas para que os pés do paciente, em posição supina, ficassem posicionados a cada lado das mesmas, com o intuito que o paciente não ficasse em alguma posição oblíqua intermediária ou flexionasse inadvertidamente o pescoço. Os voluntários assinaram um termo de consentimento para a participação na pesquisa e na seqüência os pesquisadores explicaram a procedência do trabalho. O procedimento foi realizado em duas fases, uma de observação (Fase A) e a outra de intervenção (fase B). Na fase A foi aplicada uma ficha de avaliação para verificação das condições físicas (estruturas estáticas e dinâmicas associadas à cirurgia) do paciente. Após a aplicação da mesma, foi aplicado uma escala analógica de dor para a análise da mesma. Após a aplicação



Artigo | Molar inferior, drenagem linfática, dor, edema, amplitude de movimento.

Estética

das escalas foi mensurado com a fita métrica o ângulo naso-temporal e tiradas fotografias em posição frontal, de perfil direito e esquerdo com a boca aberta e fechada, a fim de verificar o nível do edema. Os indivíduos triados foram divididos em dois grupos: grupo A e B aleatoriamente. No grupo A (grupo controle) representados pelos pacientes 200 e 201 foram submetidos somente a fase A, no grupo B que representam os pacientes 202 e 203 foram submetidos a fase A e B (observação e intervenção fisioterápica). A Drenagem-Linfática Manual foi aplicada com o indivíduo se encontra em decúbito dorsal com elevação de aproximadamente de 45º da maca, com a face completamente limpa com a emulsão facial fisiomassagem Vita Derm ® a pressão aplicada com a técnica de drenagem-linfática deve superar a pressão interna fisiológica, a qual pode chegar a 25 – 40 mmhg nos grandes vasos linfáticos. Os parâmetros de dor, amplitude de movimentos e edema foram revistos após a aplicação da técnica de drenagem-linfática. RESULTADOS Apresentamos os dados referente à análise de 4 pacientes, do sexo masculino submetidos a cirurgia do terceiro molar inferior que apresentava dor, diminuição da amplitude de movimento e edema. Nos critérios avaliados, as queixas encontradas foram o edema, diminuição de amplitude de movimento e dor de intensidade moderada à leve. Com relação às variáveis estudadas, houve aumento significativo da amplitude de movimento (ADM) no movimento de abertura de boca. Estes referiram melhora na sensação de incômodo e de inchaço na região tratada. Pode-se observar na tabela abaixo a amplitude de movimento (ADM) e o nível do edema através da Mensuração do ângulo naso-temporal no grupo A e B: Em relação ao nível de significância estatística para o movimento de abertura de boca do paciente 200 para o teste de One-way Analysis of Variance (ANOVA) é p= 0.0134, e para o teste MStreatment/MSresidual é de F = 9.960 . Para o paciente 201 o teste de One-way Analysis of Variance (ANOVA) é p= 0.0112, e para o teste MStreatment/ MSresidual é de F = 10.798. O nível de significância estatística para A NTD para o paciente 200 é de P= 0.0492 e F= 5.238 ; A NTE P=0.0514 e F=5.117. Na paciente 201, A NTD p=0.0869 e F= 3.823; A NT E p= 0.2793 e F= 1.730. DISCUSSÃO O presente estudo teve como objetivo determinar a eficiência da técnica de Drenagem Linfática Manual, em quatro paciente submetidos a cirurgia do terceiro molar inferior, e observar a amplitude de movimento (ADM), dor e edema na região operada. Nesse estudo evidenciou-se que os pacientes, submetidos à aplicação da técnica apresentaram uma melhora significativa da ADM, diminuição do edema e diminuição da dor. Esse resultado concorda com a literatura existente, pois segundo Biasotto, (2005) o dente apresenta uma correlação direta com a ATM, desta forma quando ocorre uma cicatrização da lesão há conseqüentemente melhora da biomecânica do movimento. Segundo LEDUC (2000), a técnica promove a filtração e reabsorção dos líquidos intersticiais excedentes, apesar de não demonstrarem melhora, os voluntários submetido á técnica sentiram uma sensação de alívio

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e leveza da região edemaciada. Houve melhora nos sintomas da dor. No período precedente a drenagem - linfática os pacientes relatavam grau 5 na escala analógica de dor e no período pós-drenagem-linfática, os pacientes relataram que a graduação variava de 0 a 2, e afirmava que essa sensação perdurava por aproximadamente oito horas após a aplicação da técnica.. Esta escala vai de 0 a 10 , sendo que o 0 o paciente não apresenta dor nem síntomas e 10 a dor intensa e os síntomas são exacerbados. Esse fato, pode ser atribuído segundo Ellaway (2000) pela estimulação dos mecanoceptores. Isto reduz a percepção de dor, pois a manipulação tecidual estimula as fibras nervosas proprioceptivas de condução rápida que bloqueiam a transmissão das fibras dolorosas de condução lenta, minimizando a transmissão desses impulsos para o cérebro. A melhora dos sintomas trouxe mudanças no humor e na disposição da paciente, que passou a sentir-se mais “alegre” após as aplicações (SIC). CONCLUSÃO Através dos resultados obtidos foi possível concluir que, os paciente apresentaram boa aceitação em relação a melhora de ADM e alívio de dor ao tratamento proposto. A técnica apresenta fácil execução e boa reprodutibilidade. Houve diferença na ADM da articulação temporo-mandibular pré e pós-aplicação da técnica de drenagem - linfática, melhora significativa do quadro doloroso pré e pós-aplicação da técnica de drenagem-linfática, porém com relação a redução do edema não obtivemos boa acei-

tação, quando comparado ao grupo controle (fase A), nos períodos de observação; Segundo resultado da análise estatística a técnica mostrou-se consideravelmente significante para a melhora da ADM no movimento de abertura de boca dos dois pacientes, já em relação mensuração do edema mostrou-se consideravelmente significativo em apenas em um ângulo naso-temporal de um dos pacientes, nos demais ângulos não apresentaram significância estatística. REFERÊNCIA BALDUCCI-ROSLINDO E.; SILVÉRIO K. G. MALAGOLI D. M. Rev Odontol Univ São Paulo v.13 n.2 São Paulo Abr./Jun. 1999. BIASOTTO-GONZALEZ; D. A. (2005). Abordagem Interdisciplinar das Disfunções Temporomandibulares. São Paulo. Editora Manole. CARVALHO, A. C. P.; OKAMOTO, T. (1987). Cirurgia bucal. São Paulo : Pan-Americana, p. 71-74. CATANZARO GUIMARÃES, S. A. (1982). Patologia básica da cavidade bucal. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, p. 309-315. FIGUN, G. (1994). Anatomia Odontológica Funcional e Aplicada. 3ª Edição. Rio de Janeiro : Editora Guanabara Koogan. GUIRRO, E. & GUIRRO, R. (2006). Fisioterapia Dermato-Funcional. 3ª Edição. São Paulo: Editora Manole. GUYTON, A. C. (1989). Tratado de Fisiologia Médica. 7 ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 65 p. LEDUC, A. & LEDUC, O. 2000 Drenagem Linfática Teoria e prática 2ª edição;. Editora Manole. MADEIRA, M. C. (1997). Anatomia do dente


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Artigo | Associação Brasileira de Crochetagem.

Alterações morfofuncionais em processo cicatricial induzidos pela técnica da Crochetagem por | Baumgarth, Henrique; Estevez, M.B. Isabella¹; Teixeira, S. Paula¹; Lino, B. Raphael¹ Gonçalves, S. Vinícius¹, Silva, Rodrigo Freitas Orientador: José da Rocha Cunha², Co-orientador: Gláucio Felliciano Diré³,

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presente estudo foi realizado com ratos da linhagem Wistar submetidos a uma incisão cutânea e após 3 semanas tratados com a técnica da crochetagem. A pesquisa teve como objetivo principal a avaliação das possíveis alterações que a crochetagem poderia gerar no tecido cicatricial a nível morfológico. A crochetagem foi feita uma vez ao dia durante sete dias, com os ratos sedados para facilitação do manuseio, com um gancho de tamanho menor. Foi realizada então, análise das lâminas histológicas onde se observou que o grupo tratado apresentou cavitações nas regiões dérmicas com grande diâmetro e essa dispersão pode estar associada com uma nova síntese de colágeno. Ao contrário do que foi percebido no grupo não tratado onde foram observadas fibras de colágeno sem cavitações. Conclui-se que a crochetagem poderá estimular uma síntese de colágeno. Assim sendo, o estudo contribui para esclarecer supostos efeitos sobre a técnica, a qual está muito difundida e sem nenhuma comprovação cientifica sobre seus reais efeitos, necessitando mais pesquisas, com causuísticas específicas. A crochetagem é uma técnica manipulativa desenvolvida pelo fisioterapeuta Kurt Ekman, colaborador do doutor James Cyriax que buscava superar as limitações das técnicas convencionais de palpação anatômica. A técnica baseia-se na utilização de ganchos onde estes apresentam duas curvaturas diferentes em suas pontas, permitindo, assim, o contato com os múltiplos acidentes anatômicos e são utilizados na quebra de aderências do sistema músculo-esquelético. Seus objetivos principais são o rompimento de pontos de fibrose nas cicatrizes aderidas e o aumento da circulação sanguínea e provavelmente na circulação linfática. Esta é uma técnica que está sendo bastante difundida entre os fisioterapeutas mesmo não existindo estudos científicos sobre seus efeitos (BAUMGARTH, 2005). O tecido conjuntivo é caracterizado, morfologicamente por apresentar vários tipos de células tais como: macrófagos, mastócitos, adipócitos, fibroblastos, condroblastos, osteoblastos e hemocitoblastos que estão separadas por um farto material extracelular que é sintetizado pelas próprias células deste tecido. Essas células podem ter uma função especializada e assim formam outro tecido, quando isso ocorre, chama-se de tecido conjuntivo especializado. Quando na matriz extracelular encontram-se mais células do que fibras e estas têm uma configuração irregular dá-se o nome de conjuntivo frouxo onde este visa completar os espaços entre as fibras e feixes musculares, apóia e nutre as células epiteliais. Na sua porção densa encontra-se um acentuado aumento de fibras colágenas que, caso estejam orientadas no sentido de oferecer o máximo de resistência às trações classifica-se

como denso modelado (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). O tecido chamado pele é caracterizado por apresentar estruturas anexas como a derme, a hipoderme e a epiderme; com funções de proteger o organismo contra evaporação, colabora com a termorregulação, excreção de substâncias, protetora contra os raios ultravioleta e assume um papel na resposta imunitária do organismo; apresentam também em sua composição glândulas sudoríparas e sebáceas (MORISCOT, CARNEIRO e ABRAHAMSOHN, 2004). O processo de cicatrização ocorre devido a uma ação de descontinuidade da pele que, após uma ferida, geram, em seqüência, reações no organismo (inflamação, reconstrução, epitelização, maturação), assim acontecendo a regeneração com a recomposição da atividade funcional do tecido, ou pela cicatrização com restabelecimento da homeostasia do tecido com perda de sua atividade funcional ou pela formação de cicatriz fibrótica (DEALEY, 2001).

A pele é considerada um dos maiores órgãos do corpo humano, recobrindo toda a superfície do organismo. Os objetivos deste estudo foram avaliar os possíveis efeitos em nível morfológico, em tecido cicatricial dos ratos os quais foram submetidos à técnica da crochetagem, através de análises morfológicas. Esta pesquisa irá analisar quais são essas alterações no tecido conjuntivo gerado pela técnica da crochetagem. Este estudo foi realizado com ratos Wistar divididos em dois grupos: grupo controle e grupo experimental, onde o grupo experimental foi submetido a uma incisão cirurgia seguida de uma síntese cutânea para formação de uma cicatriz e depois da absorção total dos pontos foi submetido à técnica da crochetagem no local da lesão e no final foi realizado um estudo comparativo entre esses dois grupos. A pesquisa se torna relevante ao associar essas alterações morfológicas provocadas pela técnica no auxílio do tratamento de algumas patologias e ao mesmo tempo tornar cientifico uma técnica muito difundida na atualidade; mas com referências cientificas escassas. EMBASAMENTO TEÓRICO O tecido conjuntivo é caracterizado, morfologicamente por apresentar vários tipos

de células tais como: macrófagos, mastócitos, adipócitos, fibroblastos, condroblastos, osteoblastos e hemocitoblastos que estão separadas por um farto material extracelular que é sintetizado pelas próprias células deste tecido. Essas células podem ter uma função especializada e assim formam outro tecido, quando isso ocorre, chamamos de tecido conjuntivo especializado. O material extracelular é formado pelas fibras do conjuntivo (colágenas, elásticas e reticulares) e a substância fundamental que é um gel viscoso que contendo moléculas (glicosaminoglicanas, proteoglicanas e glicoproteínas adesivas) que se expandem ao serem combinadas com eletrólitos e moléculas de água (FRITZ, PAHOLSKY e GROSENBACH, 2002; JUNQUEIRA, 2005). A classificação é dada de acordo com os elementos de maior predominância e seu arranjo estrutural. Quando na matriz extracelular encontram-se mais células do que fibras e estas têm uma configuração irregular dá-se o nome de Conjuntivo Frouxo onde este visa completar os espaços entre as fibras e feixes musculares, apóia e nutre as células epiteliais. Na sua porção densa encontramos os mesmos elementos do Frouxo, porém com acentuado aumento de fibras colágenas que caso estejam orientadas no sentido de oferecer o máximo de resistência às trações classificamos de Denso Modelado, sendo o tendão formado por este tipo de tecido. Caso ocorra o inverso, fibras não organizadas formando uma trama tridimensional oferecendo resistência às trações em vários sentidos e direções e ao impacto, dá-se o nome de Denso não Modelado (JUNQUEIRA e CARNEIRO, ; MO-RISCOT, CARNEIRO e ABRAHAMSOHN, 2004). A pele é considerada um dos maiores órgãos do corpo humano, recobrindo toda a superfície do organismo. É constituída de duas porções: epitelial de origem ectodérmica, chamada epiderme e conjuntiva de origem mesodérmica, chamada derme. Apresenta também estruturas anexas (peles, unhas e glândulas sudoríparas e sebáceas) (GARTNER e HIATT, 2003; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). Em uma camada mais profunda da derme em sua continuidade está à hipoderme que, não sendo considerada parte da pele, apenas serve de suporte aos órgãos subjacentes (GARTNER e HIATT, 2003; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). Epiderme constitui-se por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, de origem ectodérmica, sendo responsável pela impermeabilidade da pele o que dificulta a evaporação da água pela superfície corporal. Apresenta cinco camadas: basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea; É constituída de três tipos de células: os melanócitos, as células de Langerhans e as de Merkel (GARTNER e HIATT, 2003; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). www.novafisio.com.br • ed. 61|2008 • 25


Artigo | Associação Brasileira de Crochetagem. As células de Langerhans fazem parte do sistema imunitário com a capacidade de processar e acumular os antígenos na sua superfície, apresentando-os aos linfócitos, que são células originadas da medula óssea pelo sangue. As células de Merkel são consideradas secretoras de hormônios e alguns pesquisadores citam-na como mecano-receptoras. Tais células estão implicadas na liberação de prostaglandinas a partir da estimulação com ácido nicótico (MACIEJEWSKI-LENOIR et al., 2006) A camada basal contém células germinativas da epiderme, com intensa atividade mitótica, sendo responsável pela constante renovação da mesma; camada espinhosa apresenta pequenas expansões citoplasmáticas que contém fibrilas, essa por sua vez juntamente com os desmossomos tem importante papel na manutenção da coesão das células da epiderme e na sua resistência ao atrito; camada granulosa é constituída por um grande material protéico conferindo, assim, grande resistência à membrana celular (GARTNER e HIATT, 2003; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). Na derme encontra-se apoiada à epiderme pelas papilas dérmicas trazendo maior resistência à pele. Apresenta duas camadas: a camada papilar, formada por fibrilas especiais de colágeno com função de fixar a derme à epiderme e a camada reticular. Ambas apresentam em sua constituição fibras elásticas, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. A disposição irregular de colágeno está relacionada com desordens e fragilidade tissular (HERMANNS-LE e PIERARD, 2006). Hipoderme é responsável pelo deslizamento da pele sob as estruturas que estão apoiadas e apresenta uma camada variável de tecido adiposo que, ao estar desenvolvida, constitui o panículo adiposo, proporcionando, assim, proteção contra o frio. Funções de proteção do organismo contra evaporação colaboram com a termorregulação, excreção de substâncias, função protetora contra os raios ultravioletas e assume um papel na resposta imunitária do organismo; esta resposta se dá pela presença de linfócitos na derme e células portadoras de antígenos na epiderme (GARTNER e HIATT, 2003; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). Os vasos sanguíneos presentes na pele se separam em dois plexos de vasos arteriais e três plexos de vasos venosos. Também apresentam anastomoses arteriovenosas com “glomus” que têm papel importante no mecanismo de termorregulação do organismo. Apresentam também vasos linfáticos e nervos, onde a sua mais importante função é a de receber sensações do ambiente, por isso é ricamente inervada. As terminações nervo-

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sas sensitivas se encontram na derme e na hipoderme. A função tátil se dá devido aos folículos pilosos, e a epiderme apresenta fibras nervosas livres (GARTNER e HIATT, 2003; JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004). A capacidade auto-regenerativa do tecido é um fenômeno universal e se dá após o ferimento, ocorrendo uma seqüência de reações físicas, químicas e biológicas cuja finalidade é reconstruir a continuidade tecidual que foi interrompida, e ocorre de duas formas: pela regeneração com a recomposição da atividade funcional do tecido ou pela cicatrização com restabelecimento da homeostasia do tecido com perda de sua atividade funcional pela formação de cicatriz fibrótica (HADDAD et al., 2000; BALBINO et al., 2005). A cicatrização de acordo com Mendonça, (2006), ocorre para restaurar a integridade anatômica e funcional do tecido; para que isso aconteça, eventos bioquímicos e celulares estão envolvidos nesse processo, resultando, assim, na resposta tecidual à lesão. Mandelbaum et al., (2003), descrevem que, como fator desencadeante da cicatrização deve se ter a perda tecidual, a partir da qual o fisiologismo volta-se completamente para o reparo de evento danoso ao organismo. Na Antiguidade, por volta do ano de 350 a.C., Hipócrates já estudava e citava a cicatrização e seu processo separando-o em dois tipos. Dealey (2001) vem exemplificado esses dois tipos que são: cicatrização por primeira intenção que acontece quando não há perda de tecido e as bordas da pele se mantêm justapostas; cicatrização por segunda intenção, a qual ocorre quando há perda de tecido e as bordas estão bem afastadas. O processo cicatricial é sistêmico e dinâmico e está diretamente relacionado às condições gerais do organismo. Este processo é composto por quatro fases. A resposta inflamatória é uma reação local não-específica à lesão do tecido e/ou resposta bacteriana. É uma parte importante dos mecanismos de defesa do corpo, tem duração de quatro a cinco dias com aparecimento dos sinais flogísticos (dor, calor, rubor e edema). Em uma lesão traumática ou intencional onde haja danos aos vasos sanguíneos, a primeira resposta do organismo é interromper o sangramento; para isso, ocorre uma vasoconstricção seguida pela liberação de uma proteína plasmática, denominada fator de Von Willebrand das células endoteliais e das plaquetas, resultando em uma agregação plaquetária (tampão). E por último, a iniciação da cascata de coagulação e a formação do coágulo fibrinoso. Cessado o sangramento, as primeiras células de defesa que chegam à

ferida são os neutrófilos. Isso ocorre devido à ação da fibronectina que atrai essas células através da quimiotaxia (MANDELBAUM et al., 2003; DEALEY, 2001). Os neutrófilos têm a função de fagocitar as bactérias e, em seguida, se deterioram devido à incapacidade de regenerar as enzimas exigidas para esse processo. Os macrófagos (monócitos) chegam ao tecido lesionado para fagocitar células maiores tais como detritos necróticos, bactérias e neutrófilos mortos. Para que isso aconteça é fundamental a presença de oxigênio; caso a pressão caia abaixo de 30 mmHg a capacidade fagocitária é reduzida. Os linfócitos-T influenciam na atividade fagocitária dos macrófagos produzindo os fatores estimulantes da colônia (prostaglandina) para manter a permeabilidade capilar e a vasodilatação. É sabido que os queratinócitos são capazes de produzir citocinas e quimocinas indutoras de resposta inflamatória quando estimuladas por raios ultravioletas B, a qual pode ser mediada pela vitamina C (KANG et al., 2006). A fase de reconstrução caracteriza-se pelo desenvolvimento de tecido de granulação. É composta por uma matriz indefinida de fibrina, fibronectina, colágeno, ácido hialurônico e outras glicosaminoglicanas. Dentro da matriz podem-se encontrar macrófagos, fibroblastos e vasos sanguíneos recém-formados. Os macrófagos produzem o fator de crescimento derivado das plaquetas (FCDP) e o fator de crescimento dos fibroblastos (FCF), que são quimiotáticos para fibroblastos, atraindo-os para a ferida e estimulando-os a se dividir e, em seguida, a produzir fibras do colágeno. A fibronectina também aumenta a atividade dos fibroblastos. Nas feridas encontra-se o colágeno do tipo III (DEALEY, 2001; IRION 2005). Além de sintetizar colágeno os fibroblastos têm papel importante para o fechamento de feridas. Os miofibroblastos (fibroblastos especializados) possuem um mecanismo contrátil, similar ao das células musculares lisas, provocando a contração da ferida, havendo redução da área de superfície das feridas abertas. Essa contração é responsável por 40% a 80% do fechamento da ferida. Nas feridas sem cavidade essa contração pode levar a contraturas (DEALEY, 2001; IRION 2005). Epitelização: é a fase na qual a ferida está coberta por células epiteliais. Os macrófagos liberam o fator de crescimento da epiderme (FCE), que estimula a proliferação e migração das células epiteliais. As células escamosas sintetizam a fibronectina (DEALEY, 2001; IRION 2005). Muitos autores, como Mandelbaum et al,


Artigo | Associação Brasileira de Crochetagem. (2003), citam essa fase como a de proliferação, a qual é dividida em três subfases. A primeira é a de reepitelização; a segunda, de fibroplasia que é extremamente importante na formação do tecido de granulação e a última, de angiogênese que é essencial para o suprimento de oxigênio e nutrientes para a cicatrização. Na fase de maturação a ferida fica menos vascularizada, pois se reduz a necessidade de levar células até o local da lesão. As fibras de colágeno se reorganizam em ângulos retos às margens da ferida; dura meses e é responsável pelo aumento da força de tensão e pela diminuição do tamanho da cicatriz e do eritema. Uma cicatrização normal tem aproximadamente 80% da força de tensão da pele normal, não é volumosa e é plana. Também chamada de fase de remodelação (MANDELBAUM et al., 2003; PRENTICE 2004). Os fatores locais são ligados à ferida tais como: dimensão e profundidade da lesão, grau de contaminação, presença de secreções, hematoma e corpo estranho, necrose tecidual e infecção local; os fatores sistêmicos estão relacionados ao paciente, como por exemplo: faixa etária, estado nutricional, doenças crônicas e terapia medicamentosa associada. Eles podem exercer influência na qualidade da cicatriz, no tempo de cicatrização e na presença ou não de complicações (BIONDO-SIMÕES et al., 2006). Existem várias formas de cicatrização normotrófica que ocorre quando a pele adquire o aspecto de textura e consistência anterior ao trauma; a atrófica quando sua maturação não atinge o trofismo fisiológico esperado, surgindo, geralmente, por perda de substância tecidual ou sutura cutânea inadequada; a hipertrófica ocorrendo quando o colágeno é produzido em quantidade normal, mas a sua organização é inadequada, oferecendo aspecto não harmônico. A cicatriz respeita o limite da pele e as bridas cicatriciais/contratura, são cicatrizes indesejadas localizadas nas regiões articulares e, por essa razão, podem provocar limitações funcionais (DEALEY, 2001; PRENTICE, 2004). Alguns problemas podem acontecer no decorrer do processo de cicatrização de feridas, provocando cicatrizes hipertróficas que ocorrem quando há uma resposta extrema do tecido fibroso durante o processo de cicatrização, levando a uma excessiva deposição de colágeno e a uma crosta grossa. Essas cicatrizes são mais comuns após lesão traumática; ocorre logo após a lesão ou cirurgia e se limitam à área da lesão; quelóides que resultam da excessiva resposta fibrosa, levam algum tempo para se formar, podendo aparecer anos após a lesão inicial. Os quelóides não se comprimem com o passar do tempo e as contraturas ocasionalmente a contração, continua depois de ocorrida a reepitelização, resultando em contração da cicatriz (DEALEY, 2001; IRION, 2005). A crochetagem é uma técnica manipulativa desenvolvida pelo fisioterapeuta Kurt Ekman, colaborador do doutor James Cyriax devido à limitação das técnicas convencionais de palpação anatômica. A técnica baseia-se na utilização de ganchos que apresentam duas curvaturas diferentes em suas pontas, permitindo, assim, o contato com os múltiplos acidentes anatômicos e são utilizados na quebra de aderências do sistema músculo-esquelético. Seus objetivos principais são o rompimento de pontos de fibrose nas cicatrizes aderidas e no aumento da circulação sanguínea e, provavelmente, na circulação linfática (BAUMGARTH, 2005). A referida técnica se divide em três partes: palpação digital, palpação instrumental e

fibrólise. A palpação digital consiste na compressão da pele com a mão esquerda sobre a área a ser tratada; a palpação instrumental é realizada com o gancho, onde, dependendo da área a ser tratada, se escolherá o melhor lado do gancho utilizado e é realizada colocando-se a espátula do gancho junto ao dedo indicador da mão esquerda; a fibrólise é uma tração complementar feita com a mão que segura o gancho. É realizada uma raspagem superficial da estrutura anatômica a ser tratada a qual é indicada para descolamento de áreas de inserções ligamentares e tendíneas. A drenagem consiste em um deslizamento superficial na região com o lado do gancho maior, promove um relaxamento e aumento do aporte sanguíneo (BAUMGARTH, 2005). A Crochetagem Mio-Aponeurótica otimiza uma menor aderência e fibrose entre os diferentes planos de deslizamento dos músculos, tendões, ligamentos e nervos, devolvendo a mobilidade e funçãos normais. Através do conhecimento fino em anatomia palpatória e a aplicação dos crochets sobre a pele, o profissional poderá obter melhores resultados. A técnica tem como objetivo dissolver os cristais de oxalato de cálcio que se acumulam em diferentes pontos da musculatura e impedem o deslizamento normal das capas musculares e melhorar os movimentos de deslizamento entre as fáscias (BAUMGARTH, 2005). Apresenta como ação mecânica, nas cicatrizes que geram progressivamente aderências entre os planos de deslizamento. É indicado para qualquer doença articular músculo-tendinosa ou ligamentar que leve a uma fibrose ou formação de aderência: tendinite, dor muscular, contratura muscular; e qualquer patologia seguida de retração ou fibrose das fáscias aponeurôticas. Suas contraindicações são todas as afecções dermatológicas, especialmente aquelas que levem a uma fragilidade da pele (BAUMGARTH, 2005). MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa dita direta por caracterizar uma aquisição direta de dados à fonte pesquisada e indireta devido à utilização de informações sem conexão direta com a fonte. Sendo de objetivo descritivo onde será buscada a descrição detalhadamente dos fenômenos investigados e explicativa, onde através das investigações serão explicadas as razões pelas quais as modificações irão ocorrer. O modo de coleta de dados foi por meio do estudo de coorte, pois durante um período adequado será observada uma amostra de população, dividida em grupo experimental e grupo controle com desenvolvimento de certa variação fisiológica (VIEIRA E HOSSNE, 2001; MARCONI E LAKATOS, 2001). Foram utilizados 6 (seis) ratos machos da linhagem Wistar, pesando aproximadamente 300 (trezentos) gramas e de mesma idade cronológica, divididos aleatoriamente em dois grupos (grupo controle e grupo experimental). Esta linhagem de ratos é amplamente utilizada pela comunidade cientifica em caráter de experimentação básica e fisiológica. O biotério onde os ratos se encontravam era termo regulado contando com controle de iluminação para contar um período diurno e noturno e os animais tinham à disposição troca de ração e água durante todo o período de tratamento. Para coleta de dados ocorreram 15 visitas ao Laboratório de Patologia e Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Foi utilizada uma câmara anestésica de plástico fechada, contendo no seu interior gaze embebida em éter onde os ratos foram www.novafisio.com.br • ed. 61|2008 • 27


Artigo | Associação Brasileira de Crochetagem. colocados até estarem completamente sedados. Os ratos foram preparados para incisão cutânea sendo realizado a tricotomia e feita a anti-sepsia com éter. A incisão cutânea foi realizada com um bisturi embramil nº. 22 na região dorsal do rato tendo aproximadamente 6 cm de comprimento. Para conter o sangramento e melhor visualização do tecido para a sutura simples, foi feita novamente a antisepsia com éter para então se iniciar a síntese cutânea que foi realizada, com fio absorvível Vicryl 2-0. O grupo experimental só poderia ser tratado com a técnica da crochetagem após a fase inflamatória (7-10 dias) e quando ocorresse a absorção total do fio deste grupo e do grupo controle. Tais exigências foram cumpridas com rigor, visando que não ocasionasse o rompimento da sutura e não houvesse diferenças nas fases da cicatrização entre os grupos.

Após 3 (três) semanas iniciou-se o tratamento que foi realizado 1 (uma) vez ao dia durante 7 (sete) dias durante um minuto. Foi realizada uma avaliação prévia da cicatriz para verificar em quais sentidos havia aderência para depois tratar com a técnica da crochetagem. O gancho utilizado não era o mesmo utilizado em humanos, este tinha as dimensões reduzidas devido ao tamanho do animal. Os ratos foram sedados por motivo de segurança e facilidade de manuseá-los durante o tratamento.

Após o tratamento os ratos foram sacrificados e o material colhido enviado para análise identificada e fixada em formalina tamponada a 10%, sendo processado pelos métodos convencionais para obtenção de cortes his-

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tológicos e corados pela hematoxilina-eosina e tricomio de gomori. Todas as lâminas foram analisadas em microscópio óptico avaliandose número e características dos fibroblastos, presença de fibras colágenas e sua organização, oxalato de cálcio e neovascularização. Os procedimentos experimentais estão de acordo com as normas do Laboratório de Patologia e Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), sendo aprovada pelo comitê de ética da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). RESULTADOS Através de análises qualitativas em microscopia de luz das lâminas histológicas preparadas a partir de cortes de plano longitudinal e coradas histoquimicamente pelo tricômico gomori, observou-se no grupo tratado, cavitações nas regiões dérmicas com grande diâmetro, intensas fibras colágenas dispersas com cavitações (figura 2). Essa dispersão pode estar associada com uma nova síntese de colágeno. Observou-se também uma desordem da organização epitelial. (Figura 2.1 ) No grupo não tratado foram observadas fibras de colágenos sem cavitações, epitélio regular com deposição regular de queratina, cavitações mais densas, maior quantidade de fibras colágenas não se observando as cavitações características presentes no tratado, tecido mais uniforme, derme em estado de cura ao trauma e uma maior integridade do epitélio ( Figura 3) Figura 3 DISCUSSÃO Em relação às alterações observadas no presente estudo, relacionadas com a crochetagem foram verificadas cavitações na região dérmica, sugerindo, assim, uma ocorrência de proteólise, podendo ser característica de uma posterior síntese de colágeno, conseqüentemente, deixando a estrutura mais resistente às tensões. Segundo Hermans-le e Pierard (2006), a disposição irregular de colágeno está relacionada com desordens e fragilidade tissular, sugerindo que a ausência dessas cavitações gere uma má organização dessas fibras e Mandelbaum (2003), cita que, a reorganização das fibras de colágeno às margens da ferida é responsável pelo aumento da força de tensão, melhorando, assim, o deslizamento fascial. Essas alterações morfofuncionais estão relacionadas com estímulos mecânicos gerados pelo gancho descritos por Baumgarth (2005), onde o gancho gera estímulos mecânicos de fricção superficial, levando a uma hiperemia superficial e profundo sendo um sinal de aumento da vascularização.

CONCLUSÃO A partir dos resultados obtidos sugere-se que a técnica da crochetagem seja relevante ao relacionarmos seus estímulos mecânicos às alterações morfofuncionais presentes nesse estudo, devido à mesma proporcionar um aumento da síntese de colágeno. Portanto este estudo conclui e confirma alguns efeitos biológicos relativos à técnica pioneira, a qual está muito difundida e agora com comprovação cientifica sobre seus reais efeitos. REFERENCIAS: WWW.CROCHETAGEM.COM


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Artigo | Educação Somática, Ginástica Laboral, Stresse.

Educação Somática e Ginástica Laboral: Gestão do Estresse por | Débora Bolsanello

Q

uantas vezes por dia você pronuncia a palavra “estresse”. E quantas vezes você se sente “estressado”? Teria o estresse se tornado tema frequente de suas conversas com amigos e colegas de trabalho? Hoje, não há quem não tenha sentido alguns dos sintomas do estresse, mesmo sem saber definir claramente o que é. O rítmo desenfreado dos grandes centros urbanos, a competição do mercado de trabalho e sua crescente exigência de rapidez e eficácia nos condiciona a executar nossas tarefas de maneira cada vez mais ausente. De outro lado, os vícios de postura que cristalizamos quando estamos em nosso posto de trabalho, os trabalhos repetitivos, o mobiliário e instrumentário inadequados à execução de nossas tarefas são alguns dos fatores dos riscos ergonômicos no trabalho. Com o passar do tempo, esses riscos ergonômicos se tornam âncoras do estresse. Devemos às pesquisas feitas no século XX pelo endocrinologista Hans Selye a compreensão dos mecanismos biológicos do estresse. Em geral, o estresse se exprime em nosso corpo através de mecanismos que o cientista denominou «síndrome geral de adaptação», identificados por ele como “luta-e-fuga”. De que maneira o organismo reage a situações que ameaçam sua sobreviência? Seja conseguir passar no vestibular, discutir com um patrão injusto ou esquivar-se de um automóvel em alta velocidade, todos nós vivemos situações onde nosso foco está em nossa sobrevivência. Os mecanismos de luta-efuga são

ativados para g a rantir nossa sobrevivên-

cia, mas tão logo

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a situação de estresse tenha se desarticulado, esses mecanismos também se desarticulam. O problema se dá quando os mecanismos biológicos do estresse não cedem, tornandose parte de nossa estrutura fisiológica e psicológica. O estado de estresse cronifica-se e passa a correponder a uma dada configuração anatômica, se imprimindo via tensões musculares, problemas digestivos, desordens do sono ou apetite, dores de cabeça, respiração curta, fatiga. O estresse “crônico” não tem uma só causa e se constitui pouco a pouco como uma constelação de circunstâncias. O que a maioria de nós desconhece é o impacto real que o estresse “crônico” tem sobre a saúde. Estudos clínicos recentes sugerem que 50% a 75% das consultas ao médico são motivadas em primeiro lugar pelo estado de estresse do paciente. A mesma pesquisa revela que em termos de mortalidade, o estresse é um fator de risco mais grave que a utilização do tabaco .

ao quadro patológico. Para contrapor ao impacto do estresse, diversas clínicas se tornam parceiras de empresas e organismos a fim de aplicar programas visando a “qualidade de vida” dos empregados. Educação Somática e Ginástica Laboral: acesso à autoregulação De que maneira você utiliza as pausas que você tem durante seu expediente de trabalho? Talvez pegue o celular para ligar para seu marido, esposa ou sua empregada. Talvez tome um cafézinho e fume um cigarro. Ou entre na Internet para ler os e-mails que chegaram para você. E o que você acharia se seu patrão propusesse que as pausas do expediente fossem consagradas à “autoregulação” ? A princípio você talvez caísse na gargalhada, pensando que seu patrão enlouqueceu...

“Na última década, o termo, Educação Somática, passou a cirular com mais frequência no Brasil “.

A autoregulação é a capacidade que todo organismo vivo tem de equilibrar-se, adaptando-se às diferentes condições do meio. É a capacidade de autoregulação que garante a satisfação das necessidades vitais dos seres vivos. Visto que todo organismo vivo está em um constante processo de adaptação, o sistema de autoregulação está em constante funcionamento e seu bom funcionamento gera sensações naturais de prazer, satisfação, fluidez e equilíbrio. No caso dos seres humanos, uma das facetas do sistema de autoregulação é o conjunto de movimentos corporais involuntários que permite ao organismo de “recarregar as baterias”: quando uma pessoa se “espreguiça” de maneira espontânea ou quando boceja, permitindo o diafragma de relaxar.

Talvez não se possa escapar do estresse. Porém, é possível admnistrá-lo, permitindo nosso organismo de se autoregular. O estresse mal admnistrado gera estados de hiperatividade, fatiga e falta de concentração, estados esses que podem estar intimamente ligados a acidentes, ao estabelecimento de Lesões por Esforço Repetitivo (L.E.R.) e Distúrbios Ósteomusculares Relacionados ao Trabalho (D.O.R.T.). Qualquer organismo vivo que é impedido de se autoregular torna-se pouco a pouco disfuncional. Cada vez mais, os fisioterapeutas recebem casos onde o estresse “crônico” é sujacente

Mesmo se o funcionamento do sistema de autoregulação é involuntário, ele pode ser estimulado através de técnicas que induzem a pessoa a um estado de repouso ativo que regenera o sistema nervoso como, por exemplo, as técnicas propostas pelos métodos de Educação Somática. Na última década, o termo “Educação Somáti-


ca” passou a circular com mais freqüência no Brasil, mesmo se os métodos foram fundados há mais de um século na Europa e nos Estados Unidos. Hoje, vários profissionais das áreas de saúde, artes e educação integram à sua prática profissional técnicas de Educação Somática porque sabem que é possivel admnistrar o estresse se desmobilizamos reações fisiológicas imprimidas no organismo. As marcas que o estresse crônico imprime no organismo sobrecarregam o sistema nervoso, diminuindo não somente a produtividade de uma pessoa, mas sua capacidade a resolver problemas, tomar decisões, admnistrar conflitos e criar soluções. Várias das técnicas de Educação Somática permitem à pessoa de se desfazer de reflexos motores articulados pela anatomia do estresse, reconduzindo o sistema nervoso a um estado de disponbilidade. Em outras palavras, trata-se de uma higiene interna: limpar a cabeça e liberar as tensões inúteis acumuladas no corpo. O objetivo da Educação Somática é o mesmo da Ginástica Laboral: oferecer ao empregado de uma empresa um espaço onde ele aprenda a acessar seus próprios recursos naturais de autoregulação e assim, diminuir o impacto do estresse sobre sua saúde. Porém, as técnicas de Educação Somática acrescentam à Ginástica Laboral um grau qualitativo em sua pedagogia, privilegiando a exploração criativa de movimentos e não a repetição mecânica de exercícios. Não se trata de tornar um empregado mais eficaz, como se colocassemos óleo em uma máquina. Mais do que alongar os músculos, corrigir a postura, reforçar os abdominais ou liberar a respiração, as técnicas de Educação Somática levam a pessoa a tomar consciência do papel que seus hábitos têm na construção da anatomia do estresse. Na medida em que a pessoa se torna mais consciente, mais ela se torna apta a agir somaticamente sobre as situações que a levariam a um quadro álgico. Há mais de um século a Educação Somática abriu o debate sobre os conceitos de ginástica/fitness e possui estratégias que desde então vem revolucionando a prática profissional de fisioterapeutas e educadores. O que é “estar em forma?” Todos sabemos que exercicio é bom para a saúde... Mas, que intenção esse exercício tem? Será que é o de moldar os corpos a serem idênticos aos modelos de capa de revista? E onde fica a unicidade de cada corpo, de cada pessoa? As técnicas de Educação Somática investem na inteligência somática do indivíduo, ensinando-o a transferir para seu dia-a-dia as sensações de equilíbrio vividas em aula. Se, por um lado, a Ginástica Laboral propõe a repetição de exercícios físicos e a mobilização de grupos musculares, por outro lado, a Educação Somática propõe movimentos que expandem o vocabulário gestual da pessoa. O aluno não copia o modelo do corpo do professor, mas é levado a entrar dentro do seu próprio universo corpóreo. Só assim uma pessoa aprende a gostar de seu corpo e a respeitá-lo. Longe de ser uma panacéia que promete a eliminação milagrosa do estresse, a Educação Somática não nega a importância da prática de um esporte nem do acompanhamento médico, fisioterapêutico ou psicológico. O que caracterisa a Educação Somática é o foco que seus métodos colocam na reeducação da pessoa, ou seja, na aquisição que ela faz de novas habilidades psicomotoras fundamentadas no bom funcionamento de seu mecanismo de autoregulação. © Débora Bolsanello – fevereiro 2008 www.novafisio.com.br • ed. 61|2008 • 31


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Mais uma edição, mais novidades e o espaço dedicado para que vocês nos enviem mensagens, sugestões e até críticas continua aqui. Eu e a Revista NovaFisio queremos e precisamos do seu feedback. Entre em contato comigo pelo e-mail: tininha@novafisio.com.br e seja bem vindo. Tininha

EMPREGADA PEDINDO AUMENTO - Madame, estou precisando de um aumento. A senhora muito chateada pergunta: - Maria, porque você acha que merece um aumento? - Você só está aqui há 3 meses. - Madame, há três razões porque eu acho que mereço um aumento. - Em primeiro lugar eu passo as roupas melhor do que a senhora. - Quem foi que disse isso? - Foi o patrão quem disse. - Em segundo lugar eu cozinho melhor do que a senhora. - Que absurdo, quem disse isso? - Foi o patrão quem disse. - Em terceiro lugar eu sou melhor na cama que a senhora. - Filha da P... Foi meu marido quem disse isso também? - Não madame, foi o motorista. - QUANTO VOCÊ QUER DE AUMENTO?

PARA-RAIO Uma fisioterapeuta loira chegou com seu carro novinho numa loja de acessórios e disse pro vendedor: - Quero instalar um pára-raios no meu carro. E o vendedor explicou: - Olha, eu nunca ouvi falar nesse equipamento pra veículo. Por que você quer instalar um pára-raios no seu carro? E a loira: - Heloooooooooouuuuuuuu! Nunca ouviu falar de seqüestro relâmpago não, ô desinformado?

LOUCOS Um sádico, um masoquista, um assassino, um necrófilo, um zoófilo e um piromaníaco estão sentados num banco de jardim dentro de um sanatório, sem saber como ocupar o tempo. Diz o zoófilo: - E ai, vamos transar com um gato? Então diz o sádico: - Vamos transar com um gato e depois tortura-lo! E diz o assassino: - Vamos transar com um gato, tortura-lo e depois mata-lo! Diz o necrofilo: - Vamos transar com um gato, tortura-lo, mata-lo e depois transamos com ele outra vez! E diz o piromaníaco: - Vamos transar com um gato, tortura-lo, mata-lo, transar com ele outra vez e atear-lhe fogo! Segue-se um silêncio, todos olham para o masoquista e perguntam: - E ai? E diz o masoquista: - Miau! 32 • ed.61 | mar/abr 2008 • NovaFisio

SE VOCÊ SE ACHA UM POUCO INTELIGENTE, ENTÃO RESPONDA A ESTE QUESTIONÁRIO! * Como se escreve zero em algarismos romanos??? * Por que os Flintstones comemoravam o Natal se eles viviam numa época antes de Cristo?? * Por que os filmes de batalha espaciais tem explosões tão barulhentas, se o som não se propaga no vácuo??? * Se depois do banho estamos limpos, por que lavamos a toalha??? * Como é que a gente sabe que a carne de chester é de chester se nunca ninguém viu um chester??? * Por que quando aparece no computador a frase “Teclado Não Instalado”, o fabricante pede p/ apertar qualquer tecla??? * Se Deus está em todo lugar, por que as pessoas olham para cima para falar com ele??? * Se os homens são todos iguais, por que as mulheres escolhem tanto??? * Por que a palavra “Grande” é menor do que a palavra “Pequeno”??? * Por que “Separado” se escreve tudo junto e “Tudo Junto” se escreve separado??? * Se o vinho é líquido, como pode existir vinho seco??? * Por que as luas dos outros planetas tem nome, mas a nossa chamada só de lua??? * Por que quando a gente liga p/ um número errado nunca dá ocupado??? * Por que as pessoas apertam o controle remoto com mais força, quando a pilha está fraca??? * O instituto que emite os certificados de qualidade ISO 9002, tem qualidade certificada por quem??? * Quando inventaram o relógio, como sabiam que horas eram, para poder acertá-lo??? * Se a ciência consegue desvendar até os mistérios do DNA, porque ninguém descobriu ainda a fórmula da CocaCola??? *Como foi que a placa “É Proibido Pisar na Grama” foi colocada lá??? * Por que quando alguém nos pede que ajudemos a procurar um objeto perdido, temos a mania de perguntar: “Onde foi que você perdeu?” * Por que tem gente que acorda os outros para perguntar se estavam dormindo??? * Se o Pato Donald não usa calças, por que ele amarra uma toalha na cintura quando sai do banho???

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moda - economia - turismo - esporte - culinária - curiosidade - arte... SE VOCÊ ADMINISTRA SUA CLÍNICA, SEGUEM ENTÃO TRÊS LIÇÕES PARA APLICAR NA EMPRESA: Lição Nº.1 Um homem está entrando no chuveiro enquanto sua mulher acaba de sair dele e está se enxugando. A campainha da porta toca. Depois de alguns segundos de discussão para ver quem vai atender a porta, a mulher desiste, se enrola na toalha e desce as escadas. Quando ela abre a porta, vê o vizinho Pedro em pé na soleira. Antes que ela possa dizer qualquer coisa, Pedro diz: - “Eu dou-lhe R$ 800,00 reais se você deixar cair esta toalha!” Depois de pensar por alguns segundos, a mulher deixa a toalha cair e fica nua. Pedro então entrega a ela os R$800,00 reais prometidos e vai embora. Confusa, mas excitada com sua sorte, a mulher se enrola de novo na toalha e volta para o quarto. Quando ela entra no quarto, o marido grita do chuveiro: -”Quem era?” - “Era o Pedro, o vizinho da casa ao lado.” - diz ela. O marido pergunta. - “Ótimo! Ele lhe deu os R$800,00 reais que estava me devendo?” Moral da história: Se você compartilha as informações à tempo, você pode prevenir “exposições” desnecessárias!!! ****************************************************************** Lição Nº 2 Um corvo está sentado numa grande árvore o dia inteiro sem fazer nada. Um pequeno coelho vê o corvo e pergunta: “Eu posso sentar como você e não fazer nada o dia inteiro?” O corvo responde: “Claro, porque não?” O coelho então, senta-se no chão embaixo da árvore e relaxa. De repente uma raposa aparece e come o coelho. Moral da História: Para ficar sentado sem fazer nada, você deve estar sentado bem no alto! ******************************************************************* Lição Nº 3 Um fazendeiro resolve colher algumas frutas em sua propriedade. Pega um balde vazio e segue rumo às árvores frutíferas. No caminho ao passar por uma lagoa, ouve vozes femininas que provavelmente invadiram suas terras. Ao se aproximar lentamente, observa várias garotas nuas se banhando na lagoa. Quando elas percebem a presença do fazendeiro, nadam até a parte mais profunda da lagoa e gritam: - “ Nós não vamos sair daqui enquanto o Senhor não parar de nos espiar e for embora !” O fazendeiro responde: - “Eu não vim aqui para espiar vocês, eu só vim alimentar os jacarés!” Moral da História: A criatividade e a rapidez de raciocínio são o que fazem a diferença quando queremos atingir nossos objetivos.

SOBE... Unaerp, abre vagas para atendimento gratuito em problemas de saúde feminina destinado para mulheres em geral e para gestantes. as mulheres interessadas podem agendar entrevistas na secretaria do curso de Fisioterapia da Unaerp, localizado no hospital universitário da instituição de ensino, o CECEB, falar com Mila. Os contatos também podem ser feitos pelo telefone (16) 3603-7963. SOBE... Com uma festa em grande estilo foi inaugurada no Rio de Janeiro a sede carioca do Instituto Philippe Souchard. A sede foi inaugurada no dia 07 de março, sexta-feira, no Jardim Botânico e nela terá cursos e atendimentos. DESCE... É grande a quantidade de empresas e professores de Pilates que entra em contato com a Revista insatisfeitos com a Resolução 23/2007 do CREFITO-2 Rio de Janeiro.

Aos colegas da Revista NovaFisio, Como Fisioterapeuta e especialista em Acupuntura, ativo e militante na área, tenho por obrigação moral e ética chamar a atenção dos colegas da Nova Fisio&Terapia sobre a coluna “Elevador” página 33, 3° item SOBE, onde a revista parabeniza o ministro da saúde quando na verdade a revista DEVERIA estar LAMENTANDO o fato do ministro da saúde ter assinado a PORTARIA 154, que “anula” sutilmente, ou faz cair no vazio, a progressista Portaria 971 que previa a prática multiprofissional da Acupuntura no âmbito do SUS. A Portaria 154 foi aprovada e publicada na calada da noite, e na véspera do Carnaval desse ano de 2008, e prevê na equipe dos NASFs, em termos de profissionais para a prática de Acupuntura, somente MÉDICOs-ACUPUNTURISTAs e não ACUPUNTURISTAs como veiculou a revista. E isso deve ser lamentado e não enaltecido, como a revista o fez, pois é um golpe covarde na Portaria 971 e significa que as “forças ocultas” , o poder econômico e o lobby de determinada profissão prevaleceu sobre o interesse da saúde pública (que o Min. Saúde deveria supostamente defender) e em detrimento de todas as profissões de saúde. Atenciosamente, Márcio De Luna, FT, MSc.

contando suas histórias e sugestões.

DESCE... A i n d a s o b r e o C R E F I TO - 2 , nós da Revista NovaFisio desejamos uma solução pacífica para os desentendimentos, renúncias, acusações etc. A fisioterapia toda perde com estas brigas. PAZ meus queridos fisios e TO’s!

OBS: Par ticipe do elevador você também. Envie para nosso e-mail os fatos que você achou que subiu ou desceu sobre nossa profissão e publicaremos aqui!

www.novafisio.com.br • ed. 61|2008 • 33


agenda | Cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO CIDADE UF ABRIL 10% Todos Auriculoterapia à distância Todas 10% 02 a 23 Bandagem Funcional Fisioterapêutica Rio de Janeiro RJ 04 a 06 Cosmetologia para Fisioterapia Dermato Funcional Curitiba PR 05 Aspectos Atuais da Avaliação e Intervenção Neonatal Niterói RJ 10% 05 e 06 Ponto Gatilho Rio de Janeiro RJ 05 e 06 Primeiros Socorros Rio de Janeiro RJ 05 a 13 Ventilação Mecânica Rio de Janeiro RJ 05 a 20 Shiatsuterapia Rio de Janeiro RJ 05 a 20 Atualização em Avaliação do Aparelho Locomotor Rio de Janeiro RJ 05 a 06 Pilates Saúde da Mulher São Paulo SP 08 a 13 Curso de Pilates-RDM® Rio de Janeiro RJ 11 a 13 Patofisiologia e tratamento das tendinopatias Belo Horizonte BH 12 Treinamento em Suspensão Ribeirão Preto SP 10% 12 a 15 Neuropediatria Rio de Janeiro RJ 10% 18 a 20 Ergonomia Aplicada: Teoria e Prática São Paulo SP 10% 18 a 20 Congresso Metropolitano de Fisioterapia Campinas SP 10% 19 e 26 Avaliação Respiratória Rio de Janeiro RJ 19 a 27 Drenagem Linfática / Instituto Flor de Lótus Nova Friburgo RJ 10% 24 a 29 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica Rio de Janeiro RJ 26 a 28 Fisioterapia Resp. Guiada p/ Ausculta Pulmonar Recife PE 30 a 03 Pilates Clínico Internacional Campinas SP MAIO 10% Todos Auriculoterapia à distância Todas Em maio Drenagem Linfática Maual e Dermatofuncional Rio de Janeiro RJ 10% 01 a 03 II Congresso Brasileiro de Fisio. Aquática São Paulo SP 10% 01 a 04 Crochetagem Manaus AM 06 a 16 Curso de RPG/RDM® Rio de Janeiro RJ 07 a 08 Mat Pilates para Gestantes Ribeirão Preto SP 07 a 10 III Congresso Int. de Fisioterapia Manual Fortaleza CE 09 a 12 Pilates Clínico Internacional Londrina PR 10 a 18 Órtese e Próteses do Aparelho locomotor Rio de Janeiro RJ 10 a 18 Vivência no Tratamento do Lesado Medular Rio de Janeiro RJ 18 a 21 Mulligan São Paulo SP 22 a 25 Fisioterapia nas Desordens Temporomandibulares Curitiba PR 22 a 30 Formação de RPG - Sistema Australiano São Paulo SP 10% 24 a 25 II Curso de Quick Massage Vitória ES 10% 29 a 03 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica Rio de Janeiro RJ 30 a 01 I Congresso Int. de Estudos sobre Fáscia Belo Horizonte BH 31 Fisioterapia Dermatofuncional Corporal Rio de Janeiro RJ 31 Treinamento em Suspensão São Paulo SP 10% 31 Ventilação Mecânica Artificial Niterói RJ 10% 31 Ventilação Mecânica Niterói RJ 10% 31 Crochetagem Natal RN JUNHO 10% Todos Auriculoterapia à distância Todas 01 a 04 Conceito Mulligan Porto Alegre RS 05 a 08 Curso de Ergonomia / Instituto Flor de Lótus Nova Friburgo RJ 10% 24 a 29 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica 25 a 29 Curso de ISO-RDM® Rio de Janeiro RJ 26 a 27 4º FISIOTRAB - Congresso de Fisio. do Trabalho Curitiba PR 27 a 29 Congresso Internacional de RPG Portugal JULHO 10% Todos Auriculoterapia à distância Todas 04 a 07 Pilates Clínico Internacional São J.Rio Preto SP 05 a 13 Fisioterapia Obstétrica Rio de Janeiro RJ 12 e 13 Reformer Foundations I São Paulo SP 12 a 14 Mat Pilates I e II Formação de Instrutores São Paulo SP 12 a 14 II Beleza & Cia - Feira, Estética e Saúde Santos SP 14 e 15 Reformer Foundations II São Paulo SP 15 Mat Pilates and Props (acessorios) São Paulo SP

TELEFONES OU SITE (51) 3019-3373 (21) 9984-2190 (41) 3072-0663 (21) 2705-0517 (21) 9984-2190 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (21) 9688-1168 / 8830-8067 0800 4007008 (21) 2415-6768 (31) 8888-2945 / 9282-0422 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (21) 9984-2190 (11) 7604-7379 (19) 3579-1511 (21) 9984-2190 (22) 2523-8863 / 2523-9372 (21) 2565-7690 (81) 3244-4100 / 3427-2815 0800 4007008 (51) 3019-3373 (21) 3904-1368 (11) 3562-1957 (92) 8182-5364 (21) 2415-6768 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 0800 4007008 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (21) 9688-1168 / 8830-8067 0800 4007008 (41) 3072-0663 0800 4007008 (27) 8143-0403 (21) 2565-7690 (31) 8888-2945 / 9282-0422 (21) 3904-1368 / 9148-2774 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (21) 2705-0517 (21) 2718-2413 (84) 9928-0518 (51) 3019-3373 0800 4007008 (22) 2523-8863 / 2523-9372 (21) 2565-7690 (21) 2415-6768 (41) 3026-2602 (11) 5044-0940 / 5542-6374 (51) 3019-3373 0800 4007008 (21) 3904-1368 / 9148-2774 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (13) 3261-3399 / 3877-2173 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944

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agenda | Cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO CIDADE UF JULHO 16 PHI Pilates Chair São Paulo SP 17 PHI Pilates Barrel São Paulo SP 18 PHI Pilates Cadilac / Tower São Paulo SP 25 a 27 McKenzie Conference of the Americas Orlando - USA FL 26 a 27 Movimento Combinado - Algias da Coluna São Paulo SP 28 a 08 RPG - Souchard - 2ª Fase Brasíla DF AGOSTO 10% Todos Auriculoterapia à distância Todas 02 a 10 Drenagem Linfática Manual Rio de Janeiro RJ 09 a 10 Mat Pilates para Gestantes São Paulo SP 10% 09 a 17 Crochetagem São Paulo SP 28 a 30 Conference in Mechanical Diagnosis and Therapy® Rio de Janeiro RJ 28 a 31 Pilates Clínico Internacional Curitiba PR 10% 28 a 09 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica SETEMBRO Todos Auriculoterapia à distância Todas 01 a 04 Conceito Mc Connell - Bandagem Funcional Ribeirão Preto SP 02 a 05 IV Congresso Brasileiro de Equoterapia Curitiba PR 05 a 08 Conceito Mc Connell - Bandagem Funcional São Paulo SP 07 a 10 4º Congresso Internacional de Fisioterapia Maceió AL 09 e 10 Pilates on the Ball™ Advanced (Collen Craig) Recife PE 09 a 12 Conceito Mc Connell - Bandagem Funcional Porto Alegre RS 12 a 20 Formação de RPG - Sistema Australiano Porto Alegre RS 13 e 14 Pilates on the Ball™ Advanced (Collen Craig) Curitiba PR 15 a 18 Pilates Clínico Internacional Rio de Janeiro RJ 18 e 19 Pilates on the Ball™ Advanced (Collen Craig) São Paulo SP

TELEFONES OU SITE (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 www.mckenzie.org.br 0800 4007008 (27) 3349-0799 / 8823-3390 (51) 3019-3373 (21) 3904-1368 / 9148-2774 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 (21) 9984-2190 www.mckenzie.org.br 0800 4007008 (21) 2565-7690 (51) 3019-3373 0800 4007008 (61) 3468-7092 0800 4007008 www.sbf.org.br (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 0800 4007008 0800 4007008 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944 0800 4007008 (11) 3717-3032 / (16) 3623-1944

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I Congresso

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FisioPerfil | Sempre uma breve entrevista de quem tem uma longa história.

Dra. Daniele Bernardi Em que ano e em qual faculdade se formou? 1996 - Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP Qual foi a pior coisa que fez na vida? Sempre fui apaixonada por crianças, e na época do estágio da faculdade, em pediatria, ficava extremamente triste ao ver aquelas mães cheias de esperança sonhando que seus filhos fariam coisas que sabiamos não estar ao alcance deles, isso me matava por dentro. O que você mais gosta na profissão? Eu adoro atender, adoro o contato com o paciente, acho importante o vínculo que criamos, isso é muito bom. O que você odeia na profissão? Justamente a falta de carinho dos profissionais com seus pacientes, gente que só pensa em dinheiro, e esquece que está lidando com seres humanos, muitas vezes mais carentes do que doentes. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? A busca incessante pelo conhecimento. Que qualidade mais detesta nos profissionais que te cercam? Acharem que já sabem tudo, que não precisam mais estudar. Qual sua maior virtude? Honestidade

Quem é | Dra. Daniele Bernardi danielebernardi@onda.com.br

Qual seu pior defeito? Falo muito palavrão... Se pudesse mudar algo, o que seria? Gostaria de proporcionar atendimentos de qualidade as pessoas carentes. Qual maior mentira já contou? Outro dia, foi horrível. Minha filha de 3 anos sempre dormia com 2 chupetas, uma na boca e a outra ela ficava colocando perto dos olhos, e tive que tirar uma chupeta pois ela ia fazer uma cirurgia nos olhos e não podia ficar com a chupeta encostando no olho, e falei que o gato entrou em casa, pegou a chupeta dela e fugiu... ai ela se revoltou contra todos os gatos do mundo, veio até bilhete da escola perguntando o que tinha acontecido, pois ela estava mortalmente ofendida com todas as histórias e músicas de gatos..... Nunca imaginei que uma mentirinha tão boba fosse virar essa tragédia felina... Qual fato foi mais inusitado em sua carreira? trabalhar com dermato funcional e postura, pois na época da faculdade eu dizia que nunca iria trabalhar com essas áreas, pois achava que era só enganação.... quem desdenha quer comprar, já dizia minha avó... Qual fato foi o mais cômico? Hj acho comico, mas na época foi trágico... estava eu atendendo uma mulher de seus quase 50 anos, toda preocupada com a forma e contorno corporais.... ai ela me conta que o marido tinha uma amante... passa um tempo e me chega ao consultório uma mulher mais nova de 30 e poucos anos, muito bonita e exuberante, dizendo que o namorado que havia me indicado, não entendi, pois eu não conhecia o namorado dela, qdo ela me pagou (em cheque) eu entendi tudo, o cheque era do marido da outra, e depois ela me confessou que ele estava muito feliz com o trabalho que eu estava fazendo com sua esposa e ai indicou-me p/ que eu fizesse a mesma coisa na amante, pode??? Qual seu maior arrependimento? De não ter me esforçado mais na faculdade, não tive boas notas e perdi uma bela bolsa de estudos, que na época era importantissima, pois a

Organiza cursos de extensão na área de dermato funcional, cosmetologia, Urogineco, Postura e ATM. Adora esse contato intenso com as pessoas durante os cursos. situação financeira em casa estava difícil... Meus pais ficaram arrasados, e isso me deixa muito triste. Hj passou, mas não consigo esquecer e me arrependo muuuuiiiitoooo. Qual dica daria aos colegas? Estudem sempre e cada vez mais, pois bons profissionais sempre se destacam, mesmo em mercados inchados.... Qual objeto de desejo? Uma Luz pulsada Que talento mais gostaria de ter? Gostaria de ter a leveza das mão da minha mestra, Dra. Maria Silvia Campos, que faz e ensina a melhor drenagem linfática do mundo... ela diz que é o Le Duc, mas como não senti a drenagem dele, digo que a dela é a melhor. Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o que? Pode parecer piegas, mas adoro ser fisioterapeuta, não me imagino sendo outra coisa.. E qual profissão jamais queria ter? Professor de matematica, física.... ui, era péssima. Quer fazer alguma divulgação? Quero divulagar a Loja Corporall Tudo para Fisioterapia e Estética, que me apoia muito permitindo que os cursos que organizo aconteçam em sua estrutura, e é claro, meus cursos: www.corporall.com.br www.danielebernardi.com.br

Indique um profissional com uma longa história para ser nosso próximo entrevistado 38 • ed.61 | mar/abr 2008 • NovaFisio


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