Edição 59

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ÉDITO DO PASSADO.


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ISSN 1678-0817

| editorial Para nós é um grande prazer saber que você tem agora nas mãos a última edição deste ano. Foi uma alegria estar com você por todo este ano de 2007 e queremos muito estar com você em 2008, 9, 10, 11... Esta publicação é fruto do trabalho árduo e apaixonado de uma equipe de profissionais que acima de tudo, também ama, como você, a fisioterapia. Já são 11 anos juntos e serão muitos outros. Um Feliz Natal e um 2008 com muitas novidades, entrevistas e artigos maravilhosos publicados aqui, na sua revista. Até 2008! Dr. Oston Mendes Fisioterapeuta e editor.

| Equipe

| protocolo

10 Entrevista com a escritora Ilda Zelia da Silva Castedo.

05 Cartas 06 Clipping de notícias 07 Frases e Coluna Social 08 Coluna do Prof. Luis Guilherme 12 Órteses e Próteses com o Dr. Antonio Vital Sampol 18 Crochetagem na Nevralgia de Arnold 24 A hipertensão arterial como causa do AVE 27 Síndrome do Túnel do Carpo 31 Biofeedback 32 Tininha 34 Agenda de eventos 38 FisioPerfil com Dra. Marisa Pereira Gonçalves

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EQUIPE - VEJA QUEM FAZ A REVISTA QUE VOCÊ LÊ EDITOR - OSTON DE LACERDA MENDES ASSISTENTE - LUCIENE LOPES ASSINATURAS - JULIANA ALBUQUERQUE REDATOR - EDUARDO TAVARES DESIGN GRÁFICO E WEB DESIGN - MARCIO AMARAL FOTÓGRAFO - RICARDO “RICK” RIBAS CONSULTORES DE ESTÉTICA: ANTÔNIO CARLOS TRUBIANI & VILMA NATIVIDADE COMO CONTATAR A NOVAFISIO PARA ENVIAR COMENTÁRIOS, SUGESTÕES, CRÍTICAS E INFORMAÇÕES SOBRE QUALQUER SEÇÃO OU SOBRE O SITE DA REVISTA. ENDEREÇO: R. JOSÉ LINHARES, 134 LEBLON - RIO DE JANEIRO - RJ CEP: 22430-220 TEL: (21) 3521-6783 / 2294-9385 E-MAIL: REVISTA@NOVAFISIO.COM.BR (de 2ª a 6ª das 9h às 19h) SITE NOVAFISIO Não esqueça que se você é assinante da Fisio&terapia, pode navegar livremente pelo nosso site: www.novafisio.com.br e solicitar artigos já publicados. PARA ASSINAR ASSINATURAS DEVEM SER FEITAS NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR E PODEM SER FEITAS COM CHEQUE, DEPÓSITO, BOLETO E CARTÃO DE CRÉDITO www.novafisio.com.br assinatura@novafisio.com.br PARA RENOVAR SUA ASSINATURA, COMUNICAR MUDANÇA DE ENDEREÇO OU TIRAR DÚVIDAS SOBRE PAGAMENTO E ENTREGA DA REVISTA assinatura@novafisio.com.br (21) 3521-6783 / 2294-9385 (de 2ª a 6ª das 9h às 19h)

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Turbilhão | cartas - escreva também e leia outras cartas no site. Ainda o ATO médico. Diagnóstico deve ser privativo de médico, diz debatedor. O representante da Associação Catarinense de Medicina Roberto D’Ávila declarou que o mais importante para os médicos no projeto do Ato Médico (PL 7703/06) é que o diagnóstico das doenças e o tratamento para elas sejam de competência dessa categoria. “Sem isso, descaracteriza-se a Medicina como profissão. Todos os outros procedimentos, de prevenção e reabilitação, por exemplo, são partilhados com outras profissões”, destacou. Fonte: Agência Câmaras Reportagem - Vania Alves Edição - Renata Tôrres Terapeutas Naturalistas Comissão analisa reconhecimento de terapeutas naturalistas. A Comissão de Legislação Participativa realizou, o seminário “Terapias naturalistas - a caminho do reconhecimento”. O objetivo é debater parâmetros legais para o reconhecimento da profissão de terapeuta naturalista no Brasil. O seminário foi uma sugestão da Associação dos Terapeutas Naturalistas Alternativos na Saúde e Cultura do Brasil (Atenab). A entidade alega que os tratamentos de saúde à base de métodos alternativos - heranças da

cultura indígena - são um direito socialmente adquirido pela população brasileira. Além disso, a Atenab argumenta que a profissão já é reconhecida em alguns países, como China, Índia e Japão. Programação A abertura dos debates foi dás 9h30, com a participação do presidente da comissão, deputado Eduardo Amorim (PSC-SE), e dos deputados Leonardo Monteiro (PT-MG) e Luiza Erundina (PSB-SP) Na parte da manhã, foi discutida a legislação sobre plantas medicinais, com a presença de parlamentares e representantes do Ministério da Saúde, do Conselho Federal de Medicina e do Ministério do Trabalho. À tarde, terapeutas naturalistas relataram experiências feitas no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais com projetos de terapia floral, plantas e raízes medicinais. Participantes Entre os convidados estavam o presidente do Sindicato dos Acupunturistas eTerapias Orientais do Estado de São Paulo (Satosp), Odair Carlos Sabioni; o professor, jornalista e terapeuta naturalista Rogério Fagundes Filho; o advogado e terapeuta naturalista Juracyr Saint Martin; e o presidente da Federação Nacional dos Terapeutas Naturalistas, Adeilde Marques. O seminário plenário 3.

aconteceu

no

Fonte: Agência Câmara

Selo de Certificação para Cursos A SOCIEDADE BRASILEIRA DE FISIOTERAPEUTAS ACUPUNTURISTAS - SOBRAFISA estará chancelando cursos de Institutos, Faculdades que ministram Formação de Especialistas e Especialização em Acupuntura. Este selo de certificação será renovado anualmente, e as instituições que desejarem chancelar seus cursos deverão atender os seguintes critérios: * Projeto Ambulatorial com responsabilidade social; * Corpo Docente constituído por especialistas em acupuntura e com titulação de mestres e doutores; * Carga horária mínima de 1200 horas aulas; * Projeto Didático Pedagógico Aprovado no COFFITO; * Coordenador Especialista em Acupuntura e com experiência didática e pelo menos 5 anos na área. No site “www.sobrafisa.org.br” link “escolas com chancelas”, poderão ser encontradas as Escolas/Institutos/Faculdades com certificado de qualidade SOBRAFISA. É importante que o curso, mesmo que seja certificado pelo MEC (Especialização Latu Senso), atenda as exigências dos Conselhos Profissionais e que tenham projeto pedagógico aprovado no mesmo. Por tanto, garanta a qualidade, confiabilidade e registro de seu certificado de especialista na SOBRAFISA, procure sempre por este selo.

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turbilhão | clipping - leia nosso clipping atualizado diariamente no site www.novafisio.com.br Critérios para cursos Comissão aprova critérios para cursos de Medicina

Átila Lira exige hospital universitário nas faculdades e 1/3 dos docentes com mestrado. A Comissão de Educação e Cultura aprovou hoje o substitutivo do deputado Átila Lira (PSB-PI) que condiciona a autorização e o reconhecimento de cursos de Medicina, Odontologia e Psicologia ao cumprimento de determinados critérios de qualidade, como infra-estrutura adequada e, no mínimo, 1/3 dos professores com mestrado ou doutorado. O substitutivo foi apresentado ao Projeto de Lei 65/03, do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que é médico. O projeto original proíbe a criação de novos cursos de Medicina e a ampliação de vagas nos cursos existentes, nos dez anos seguintes à aprovação da proposta. O objetivo é proteger a população brasileira de médicos formados em instituições de má qualidade. Segundo Chinaglia, o Brasil tem mais médicos por habitante que o recomendado, que seria de 12 para cada 10 mil pessoas. Átila Lira reconhece que o número de cursos de Medicina duplicou de 1994 a 2006, mas retirou as proibições estabelecidas no projeto original, substituindo-as por pré-requisitos para a abertura de novos cursos. Um deles é que o curso de Medicina tenha um hospital de ensino, próprio ou conveniado, credenciado pelo Ministério da Educação, com oferta de residência médica. Outro é que um quinto do corpo docente se dedique à faculdade em regime de tempo integral, e um terço tenha titulação acadêmica de mestrado ou doutorado. Mais um pré-requisito é a necessidade social do curso para a região em que se localiza, demonstrada por indicadores demográficos, sociais, econômicos e concernentes à oferta de serviços de saúde. Os cursos atuais terão que se adequar aos novos critérios em três anos após a publicação da lei.

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Divergência O deputado Severiano Alves (PDT-BA) havia solicitado o adiamento da votação por duas sessões. Ele é contra o projeto porque considera que o texto pode gerar reserva de mercado. “Isso é uma clara reserva de mercado definida por São Paulo. Nós temos que pensar é no Brasil como um todo. Se em São Paulo há muitos médicos, não é problema nosso. O que está precisando é pagar bons salários aos médicos do Brasil e ter uma melhor distribuição de renda no País. É retrocesso e vou continuar defendendo no plenário o que eu defendi aqui”, disse. No entanto, o pedido de adiamento da votação foi rejeitado. Diversos deputados - entre eles o presidente da comissão, Gastão Vieira (PMDB-MA),- afirmaram que o colegiado deveria votar o projeto para que não prevalecesse o substitutivo que fora aprovado anteriormente pela Comissão de Seguridade Social e Família. É o substitutivo aprovado pela Comissão de Educação que terá preferência na votação em Plenário. O substitutivo aprovado anteriormente pela Comissão de Seguridade previa que os critérios para abertura desses cursos serão definidos pelos conselhos nacionais de Educação e de Saúde. Além disso, determinava a realização de estudo de viabilidade específico para cada solicitação. Enquanto os critérios não fossem regulamentados e esses estudos não fossem realizados, o substitutivo suspendia por cinco anos a abertura de cursos de Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional. Tramitação O projeto tramita em regime de urgência e está pronto para ser votado no Plenário da Câmara. Íntegra da proposta: - PL-65/2003 Fonte: Sílvia Mugnatto Rádio Câmara Edição - Pierre Triboli


turbilhão | frases, coluna social “O Brasil precisa parar de pensar em doença e começar a pensar em saúde. Muitos pacientes ficam internados indevidamente nos hospitais, ocupando vagas quando poderiam ser tratados em suas casas, por um fisioterapeuta”. [Deputado Alceni Guerra]

“Se você realmente está estudando, trabalhando, sacrificando seu tempo e seu lazer por um objetivo digno, nunca desista, pois cedo ou tarde você irá colher bons frutos”. [Dr. Helder Montenegro]

“Quando vocês discutirem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta”.

coluna social | Semana de fisioterapia da Uniban - São Paulo - SP

[Mahatma Gandhi]

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Crônica | Coluna Prof. Luis - luisguilherme@novafisio.com.br

Ano Novo? Vida Nova? por

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Prof. Dr. Luís Guilherme Barbosa

C

omo será o amanhã, responda quem puder. O que irá me acontecer? O meu destino será como Deus quiser!” Belo samba do Didi, com quem convivi na minha infância devido a amizade com meus tios. Me recorda a juventude quando ainda freqüentava a quadra do União da Ilha, minha escola de devoção, pois sou Salgueiro de coração (Nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente). Essa influência no samba veio do meu Tio Aurinho da Ilha, um dos autores do samba Domingo, que ganhou até estandarte de ouro. Esse samba do Didi realmente é lindo, mas, hoje, me parece um tanto quanto fatalista. Chico Xavier, diz que o passado já foi, mas o futuro começa agora, no presente. Muito justo, porque serei no futuro o que construir no presente, baseando-me nas experiências do passado. Bela lição essa, e penso que deva ser nosso “mote” para o próximo ano. Não estou falando das dietas que só começam nas segundas-feiras, ou das dietas de noivas e madrinhas para entrarem em vestidos, ou das academias iniciadas somente no período do verão para apresentar um “bum-bum” mais bonito. Falo da necessidade de que para construirmos uma Fisioterapia forte temos de “construir” acadêmicos fortes, interessados em cuidar das pessoas, com TESÃO na profissão que abraçam. Tenho visto com alguma tristeza alguns fatos em congressos que participo, pois vemos muitos acadêmicos bêbados nesses congressos. Não que eu seja contra a “biritadinha”, mas há que se ter momento para tudo. O pessoal vai para o congresso para “encher a cara”! Ganha o quê? Aprende o quê? É preciso entender que dá para fazer tudo: aprender, conhecer gente nova, provar as comidas típicas e danças locais e, dar uma “biritadinha”, sem comprometer a qualidade da sua reputação, pois você sempre será lembrado, negativamente é claro, se houver tomado aquele porre homérico. Naturalmente não são todos, pois sempre vejo muitos jovens nas platéias. Aliás, essa coluna sempre criticando alguma coisa, cabe registrar a pouca, ou insuficiente presença de graduados em nossos congressos (falo da Fisioterapia e da Ergonomia, minhas áreas de militância), como se o Congresso fosse feito para o acadêmico apenas. É comum encontrarmos graduados entre organizadores, palestrantes e professores que levam seus alunos para apresentação de trabalhos. São poucos os profissionais locais que prestigiam os congressos. Um amigo me chamou atenção sobre o preço dos eventos. É verdade, participar de um Congresso é sempre caro, pois temos passagens aéreas, translado, hospedagem e a inscrição. No caso do profissional local, seu custo seria apenas o da inscrição, que nem sempre é baixo. Peço que os organizadores desses eventos levem em consideração essas coisas, porque se tivermos muitas pessoas em nossos congressos as informações circularão com mais facilidade, sendo multiplicada por mais pessoas e, logicamente, produzindo efeitos mais efetivos. Certamente nossos congressos nunca serão ricos, pois não temos os laboratórios para bancá-los, entretanto também não temos o compromisso de empurrar aquelas drogas em nossos pacientes. Ao contrário, estamos aliviando nossos pacientes do uso desses bólidos químicos, os quais se são necessários em muitas situações, são absolutamente dispensáveis em muitas outras, mas nem sempre esse princípio é respeitado, seja pelo comodismo, seja pela produtividade. Essa cultura é tão forte, que vários médicos amigos falam de pacientes que pedem remédios. Ir ao médico e sair sem uma receitinha pode gerar dúvida sobre a competência do profissional, ou sobre o resultado da sua terapêutica. “Eta planetinha de meu Deus!” Então, vai uma proposta para todos nós: vamos fazer uma Fisioterapia diferente, mais compromissada com os resultados, firme na constante atualização, com professores de coração aberto para seus alunos, supervisores mais dedicados aos seus profissionais e estagiários, coordenadores mais atentos às necessidades de seus cursos, professores doutores mais acessíveis a todos, profissionais atendendo com mais carinho e respeito seu paciente, enfim, melhore, faça mais e melhor. Qualidade não deve ser uma palavra, mas uma atitude. Bem, se você já faz assim, ótimo, mantenha o leme e melhore, pois sempre é possível; se você ainda não faz assim esse ano pode ser o momento de começar. Termino corrigindo uma informação errada que dei sobre a presença do Dr. José Roberto Prado Junior na equipe de Fisioterapia do Pan 2007, pois o colega me escreveu informando não mais participar da equipe (falha nossa!). Meus agradecimentos à Profa. Salete Bradalize, coordenadora do Curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco, Curitiba. Estarei aí em Março, muito honrado pelo convite que recebi. Feliz Natal, Gajan Kristnaskon (Esperanto), Merry Christmas. Feliz Ano Novo, Felica Nova Jaro (o teclado não ajudou), Happy New Year. Quando todos pensam o mesmo, ninguém está pensando. Walter Lippmann

Prof. Luís Guilherme Barbosa Fisioterapeuta do Trabalho, Ergonomista, Professor Universitário, Diretor da GESTO-Ergonomia e Saúde no Trabalho Ltda.

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Entrevista | escritora

Ilda Zelia da Silva Castedo. fotos | Gustavo Schossler

“Muitas pessoas que se machucam tomam remédios e no primeiro sinal de melhora, em uma semana, já recomeçam suas atividades. O problema passa a ser crônico se não tratado com paciência.” 10 • ed.59 | nov/dez 2007 • F&T


I

lda Zelia da Silva Castedo é farmacêutica-bioquímica, nasceu em Canoas, no Rio Grande do Sul, em julho de 1947. Após viver em diversas cidades do interior gaúcho, mudou-se para Porto Alegre em 1977, onde vive até hoje, com o marido e dois filhos. Em sua primeira incursão no mundo da escrita literária, apresenta no livro 1999.doc: um encontro com Guillain-Barré, o relato de sua experiência diante dessa Síndrome. O que a levou a escrever esse livro?

Qual o papel do fisioterapeuta em sua recuperação?

Ao longo de oito meses em que fui submetida a cuidados especiais para recuperação das perdas decorrentes da Síndrome de Guillain-Barré, acalentei o desejo de relatar essa experiência, com a intenção de transmitir a outras pessoas o sentimento de alguém fragilizado e dependente fisicamente.

Os contatos com os fisioterapeutas iniciaram logo no CTI. Os exercícios respiratórios extenuantes durante o “desmame”, levados a efeito com êxito, fizeram-me respeitá-los cada vez mais. Tornei-me uma entusiasta do trabalho desses profissionais, constatando dia a dia a evolução dos movimentos. Dois fisioterapeutas atenderam-me em casa e após, freqüentei a Clínica para completar a reabilitação. Agradeço a eles, por estar livre de seqüelas motoras. Penso que o fisioterapeuta, na fase de recuperação do paciente de seqüelas neurológicas, apresentase como o profissional da interface entre o ambiente hospitalar e o ambiente social desse paciente. Será aquele membro da equipe multiprofissional que facilitará, através da reabilitação, a reinserção do paciente às atividades do cotidiano.

Fale sobre a Síndrome de Guillain-Barré: Em 1916, três médicos parisienses, Georges Guillain, Jean Alexander Barré e André Strohl, descreveram o aumento das proteínas que ocorria no líquor dos pacientes acometidos pela doença. A síndrome de Guillain-Barré ou polirradiculoneurite aguda é caracterizada por uma inflamação aguda com perda da mielina dos nervos periféricos e às vezes de raízes nervosas proximais e de nervos cranianos. Tem caráter autoimune. O indivíduo produz auto-anticorpos contra sua própria mielina, os nervos acometidos não podem transmitir os sinais que vêem do sistema nervoso central com eficiência, levando a uma perda da habilidade de grupos musculares de responderem aos comandos cerebrais.

Uma abordagem através de um texto literário não corre o risco de criar um distanciamento entre a vivência e a escrita?

Em janeiro de 1999, apresentei os primeiros sinais e sintomas. Iniciaram com dor nas costas, em uma semana surpreendi-me tetraplégica, privada da fala e com visão dupla. Necessitei respirar através de aparelhos. Não podia falar, fazer um aceno sequer, porém raciocinava e ouvia com clareza. Adquiri uma grave infecção respiratória causada por bactérias do gênero Pseudomonas. Dependia para sobreviver de todas as pessoas que me acompanhavam.

Estou certa de que não, especialmente nesse caso, pelo que tenho recebido de críticas favoráveis dos leitores. Escolhi o texto literário para encontrar o tom apropriado para o relato. Procurei não exagerar na descrição do sofrimento moral e da dor física assim como fiz questão de reafirmar minha crença nas possibilidades da ciência e, sobretudo, na capacidade do ser humano de vencer desafios, quando se forma uma corrente de solidariedade, aliada ao trabalho de equipe, com profissionais competentes. Acredito em Deus e em milagres. Percebo o milagre como uma ordenação de acontecimentos favoráveis para que uma situação chegue a bom termo. Tive a intenção, nesse livro, de agradecer a Deus e a todas as pessoas que se tornaram favoráveis à minha recuperação, com sua competência profissional, solidariedade, amizade, amor e afeto.

Como transcorreu o Tratamento?

Qual a editora e onde se pode adquirir o livro?

Alcancei, depois de algum tempo de tratamento, a fase de recuperação dos movimentos, conseguindo em seqüência, sentar na cadeira de rodas, engatinhar, levantar, caminhar com auxílio de andador e finalmente me locomover sozinha. Permaneci setenta e três dias internada em hospital, dos quais cinqüenta e oito estive no CTI.

1999.Doc: um encontro com Guillain-Barré é uma publicação da Editora Nova Prova, com projeto gráfico de Raquel Castedo, foto de capa de Gustavo Schossler e revisão de Tânia Vernet. Teve pré-lançamento em 05 de setembro de 2007, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, em Porto Alegre e lançamento na Feira do Livro, da mesma cidade, no dia 31 de outubro de 2007.

Como ocorreu a evolução do quadro da Síndrome?

O livro pode ser adquirido na Livraria Cultura, ou através do site: www.ildacastedo.com.br www.novafisio.com.br • ed. 59|2007 • 11


Entrevista | Dr. Antonio Vital Sampol

Órteses e Próteses por

|

Oston Mendes

F

isioterapeuta formado pela Universidade Castelo Branco em 1993. Começou a lecionar nas disciplinas de órtese e próteses e traumato ortopedia em 1995 passando por diversas universidades como Gama Filho, Castelo Branco, SEFLU, Unigranrio, Unisuam, Estácio de Sá e Unifoa, atualmente no Centro Universitário Celso Lisboa. Tem em seu currículo duas Pós graduações e um mestrado em ciência da motricidade humana na UCB e sua última conquista é a formação superior em órteses e próteses na Faculdade Pestalozzi, que lhe proporciona o mérito de ser o único fisioterapeuta na América Latina com esta formação. Desde então, passou a fabricar órteses e próteses, focado no conhecimento anatômico, biomecânico e tecnológico, o que proporciona a adaptação do paciente um maior desempenho e menor gasto energético interferindo diretamente na melhora da qualidade de vida do portador de deficiência motora.

Dr. Vital, poderia falar um pouco sobre Órteses é Próteses? A órtese é um tipo de material utilizado para auxiliar o segmento corporal de forma a prevenir e corrigir deformidades, dar função aos segmentos, colaborando para o desempenho normal do aparelho locomotor melhorando e facilitando as atividades de vida diária e profissional. Toda a pessoa que apresente uma seqüela motora que limite a sua função, seja por trauma ou alteração neurológica, deverá fazer utilização de órtese para melhorar e recuperar a função perdida. A prótese tem como objetivo substituir uma parte do corpo, mais utilizado nas amputações de membro inferior desde amputações de dedos até a desarticulação de quadril. Os componentes protéticos são os mais variados e interferem diretamente no desempenho do paciente, como resistência, leveza e acúmulo de energia facilitando a propulsão durante a biomecânica da marcha. Ainda contamos com encaixes modernos que dão conforto ao coto de amputação e joelhos permitindo uma marcha semelhante a normal. O fisioterapeuta é o profissional capacitado para avaliar as alterações cinético funcionais, prescrever e adaptar as órteses e próteses. Como você tem trabalhado com órteses e próteses com os fisioterapeutas que te procuram? Há muitos anos sou procurado pelos colegas fisioterapeutas para dar suporte as suas 12 • ed.59 | nov/dez 2007 • F&T

prescrições em órteses e próteses, agora passando a fabricar, pretendo dar um acompanhamento melhor. Procuro orientar o tipo adequado, a confecção e adaptação sem tirar do profissional a continuidade da fisioterapia, pois sempre fui ético e seria incapaz de tirar do colega seu paciente, inclusive oriento a forma de mantê-lo. Para os colegas fisioterapeutas, médicos, e profissionais da área de saúde que desejam obter orientações de como solicitar órteses e próteses, como eles devem proceder? Os colegas que necessitarem de um suporte, devem realizar um contato telefônico, ou por e-mail, ou diretamente em nosso Laboratório de Órteses e Próteses (LOP) que será nossa futura Oficina Ortopédica, loja de produtos Ortopédicos e de Saúde prevista para inaugurar em Março de 2008. Dr. Vital você poderia falar um pouco sobre amputações e próteses A amputação de um membro pode ser causada por vários fatores como a diabetes melitus, trauma, insuficiência vascular, tumor maligno, sendo a única opção a amputação do seguimento para preservar a vida do paciente. Os níveis de amputação estão diretamente relacionados ao tipo de prótese para substituir o segmento que foi retirado e sem dúvida interferem em suas funções relacionados as atividades profissionais e de vida diária. Em minha experiência clínica e como professor universitário, tenho observado junto aos pacientes amputados, que eles chegam psicologicamente muito abatidos, sem perspectiva, desiludidos e com o passar do tratamento, adaptação da prótese e ganho de independência se tornam mais ativos e alegres por conseguirem realizar suas atividades sem depender da ajuda de outros. A satisfação de ver a felicidade nos olhos dos pacientes não tem preço. Você sempre atuou nas clínicas escola das faculdades por onde passou? Sim, na maioria delas, sempre com uma atuação em fisioterapia traumato ortopédica e órteses e próteses, no Unifoa, em Volta Redonda, fui responsável por um projeto chamado Laboratório de Órteses e Próteses (L.O.P.) durante 04 anos. O Projeto L.O.P. foi um trabalho inédito no Estado Rio de Janeiro e talvez no Brasil. O Laboratório de Órteses e Próteses realizava: prescrição, confecção, treinamento de marcha e adaptação, atuando de forma prática na

i confecção de molde gessado transfemoral, confeção de órtese AFO Os tipos de órtese mais utilizadas são órtese pé, órtese tornozelo pé, órtese joelho tornozelo pé, órtese quadril joelho tornozelo pé e órtese para a coluna, juntamente com os vários tipos de calçados órtopédicos.


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Entrevista | Dr. Antonio Vital Sampol prescrição de aparelhos, órteses e próteses que visam auxiliar e substituir a função do aparelho locomotor no desenvolvimento da marcha normal e função nos membros superiores, até a confecção de órteses em tela de viveiro e borracha de câmara de ar. Permitindo a vivência prática do aluno conflitando os conhecimentos das aulas teóricas da disciplina de órteses e próteses. O objetivo principal do projeto era permitir o desenvolvimento motor através de aparelhos que melhoram e facilitam a qualidade da marcha, devolvendo a função muitas vezes perdida por mutilação causada por traumas, doenças vasculares, entre outras, e as lesões neurológicas e traumáticas. O aprendizado dos alunos se favorecia da vivência prática, desde a avaliação físico funcional, até a confecção de órteses em tela de viveiro, borracha de câmara de ar e outros materiais de baixo custo para atender aos pacientes de baixa renda e melhorar a função. Os pacientes eram encaminhados para o Centro Integrado de Fisioterapia (CIF) do UniFOA, com diagnóstico médico. Cada paciente tinha um atendimento individualizado através dos alunos do 7º período de Fisioterapia do UniFOA, que fazem parte do projeto, sob minha supervisão. Os acadêmicos desenvolviam o programa de Fisioterapia, auxiliavam na prescrição de órteses e próteses e também confeccionavam órteses em tela de viveiro para os membros superior e inferior, para diversas patologias, fornecendo-as aos pacientes gratuitamente. Os alunos eram incentivados à participação em semana científica com cursos, palestras, temas livres, painel e também elaboração de artigo científico ao final do semestre. Os pacientes eram encaminhados para o Centro Integrado de Fisioterapia (CIF) do UniFOA, com diagnóstico médico. Posteriormente inicia-se avaliação cinético funcional, prescrição da órteses ou prótese, treinamento e adaptação. Algumas das órteses e próteses são fornecidas pelo Centro de Reabilitação de Volta Redonda, outras são adquiridas por meios particulares. Algumas são confeccionadas em tela de viveiro e outras em borracha de câmara de ar. O LOP também dava suporte a outras áreas da Fisioterapia como pediatria, ortopedia, traumatologia, reumatologia, neurologia (até o momento as mais solicitadas), através de parecer e discussão de caso, em conjunto com o paciente e analisando os objetivos a serem alcançados. É necessário enfocar a importância da disciplina de Órteses e Próteses no currículo mínimo das universidades. “Tenho o conhecimento de que várias universidades não têm esta disciplina em sua estrutura curricular, o que acarreta um déficit de conhecimento fundamental para o acadêmico em sua vida profissional, 14 • ed.59 | nov/dez 2007 • F&T

e que algumas inserem está carga horária na disciplina de traumato ortopedia o que fica complicado. Há a necessidade de mais laboratórios de Órteses e Próteses dentro das universidades, ampliando os conhecimentos, aumentando cada vez mais a autonomia do fisioterapeuta e sem dúvida beneficiando o paciente que é a peça principal neste jogo. É desta forma que estarei inaugurando o meu espaço, com as mesmas características para dar continuidade ao trabalho realizado ao longo dos anos e que muitas vezes é mutilado por uma série de fatores que não cabe mais criticar, serviram para meu crescimento profissional. Você apresentou um trabalho no Congresso Brasileiro de Ortopedia Técnica da Associação Brasileira de Ortopedia Técnica realizado de 23 a 27 de Outubro de 2007. Fale deste trabalho. Apresentei o banner sobre os fatores de interferências na protetização de amputados transfemoral e transtibial, referente a monografia de conclusão de curso realizado na Associação Pestalozzi de Niterói Escola Superior de Ensino Helena Antipoff, curso de formação superior em prótese e órtese. Fui avaliado por uma banca de professores universitários e obtive o 4º lugar, ficando orgulhoso de já poder contribuir para a comunidade acadêmica difundindo conhecimento. Você já passou por diversos cursos de fisioterapia ao longo desses anos, quais foram os profissionais que marcaram positivamente sua vida? Jamais poderei esquecer o Prof. Oswaldo Simões que fundou e Coordenou o curso de Fisioterapia da Gama Filho, uma pessoa decente, empreendedora, amigo, guardarei sempre com muito carinho, a Profa. Carmem Verônica na UNESA, Profa. Marta Parente, SEFLU e por último Profa. Vera Freitas. São profissionais de verdade e me ensinaram que existem pessoas decentes e capazes dentro de uma imensidão que detém o poder e não sabem usá-lo. Você tem inimigos? É claro que os tenho, como todo mundo. São pessoas as quais, o crescimento alheio incomoda, mas, aproveito para agradecer aos inimigos, invejosos e “seca pimenteira”, pois se eles soubessem quanto me dão força para correr atrás dos meus sonhos e me tornar cada vez mais forte... muito obrigado, por serem pessoas pequenas. Você sempre esteve envolvido com cursos e eventos, como está sua vida acadêmica na educação continuada? São anos de experiência voltado para cursos,

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1- Órtese Tornozelo Pé (AFO) 2- Prótese Transfemoral com adaptador de Rotação. 3- Alunos do UniFoa, 7º e 8º Períodos de Fisioterapia do LOP e Prof. Antonio Vital Sampol (a esquerda) demostrando aspectos da avaliação no amputado transfemural medial direito. (hoje todos formados) 4- Confecção de órtese em tela de viveiro com raio de bicicleta para monoparesia de membro superior para o movimento de extensão da articulação do punho e MCF


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Entrevista | Dr. Antonio Vital Sampol congressos, e para o ano de 2008 a minha empresa o Centro Educacional de Formação e Aperfeiçoamento Vital Sampol (CEFAVS) em parceria com a Sociedade de Fisioterapia em Traumato Ortopedia (SOFITOERJ), realizará uma serie de cursos já para o primeiro semestre de 2008 nas diversas especialidades da fisioterapia . O CEFAVS está desenvolvendo uma parceria com o CEMI – Escola Montenssorianas Integradas com o objetivo de realizar cursos de nível de extensão de pequena, média e longa duração e profissionalização, a nível de ensino médio. E eu estou a frente desses projetos, difundindo minha experiência de 14 anos. Pretendemos inicialmente atuar nas áreas humanas, tecnológicas e saúde, para tal, estamos realizando esta pesquisa e gostaríamos de saber quais são os cursos de interesse e sugestões, para que desta forma, possamos atender suas necessidades profissionais. Estarei oferecendo um Curso Capacitação na Prescrição, Treinamento e Adaptação de Órteses e Próteses do Aparelho Locomotor (45 horas) Capacitando o acadêmico e o profissional fisioterapeuta para prescrição, conduta e tratamento fisioterapêutico nas seqüelas traumato-ortopédicas e neurológicas que necessitem de órteses e próteses, e ensinar a confeccionar órteses em tela de viveiro e borracha de câmara de ar para atendimento de pacientes carentes e órteses de membro superior em PVC e palmilhas tudo prático será realizado no primeiro semestre de 2008. Termino agradecendo a Deus, pois sou realizado profissionalmente, faço o que gosto, me dedico, procuro ser perfeccionista e quero o bem estar do paciente, entendo que não estou nesta profissão por acaso. Dr. Antonio Vital Sampol Fisioterapeuta – CREFITO 2/17624F Protesista e Ortesista – Formação Superior em Prótese e Órtese - Pestalozzi – RJ “Com Experiência Comprovada há 14 anos no Mercado” na Prescrição, Confecção Treinamento e Adaptação em Órteses e Próteses

i MAIS INFORMAÇÕES: Tel: (21) 9688-1168 ou 8830-8067 E-mail: vitalsampol@yahoo.com.br Site: www.vitalsampol.com.br

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Agenda de Cursos SOFITOERJ/CEFAVS Março Dias: 22, 23, 29 e 30 Drenagem linfática Manual/linfoterapia Dra. Inês Cristina Silva / 48 Horas Dias: 08, 09 e 15, 16 Técnicas e Praticas do Alongamento Corporal Dr. Marcelo da Costa José Dias: 01 e 02 Técnicas de Fisioterapia Manual da Coluna Vertebral na Visão Osteopática: Avaliação, Testes e Manipulação: Teórico / Prático e Shiatsu Prático / 15 horas Dr. Antonio Vital Sampol CREFITO 2/17624F Dias: 01, 02, 08 e 09 Massoterapia Dr. Carlos Eduardo Silveira / 30 Horas Atualização Fisioterapêutica em Traumato Ortopedia no Pré e Pós Operatório de Membros Inferiores Aulas teóricas e prática no leito hospitalar Dr. Antonio Vital Sampol CREFITO 2/17624F 15 horas teóricas e mais 16 horas práticas no leito hospitalar Abril Dias: 05, 06, 12 e 13 Ventilação Mecânica Dra. Roberta Lemos Dias: 05, 06, 12,13, 19, 20, 26 e 27 SHIATSUTERAPIA Dr. Marcelo da Costa José Dias: 05, 06, 12, 13, 19, 20, 26 e 27 Atualização em Avaliação Fisioterapêutica do Aparelho Locomotor / 60 horas Dr Antonio Vital Sampol CREFITO 2/17624F Dias: 05 e 06 (08 ás 13 horas) Primeiros Socorros / 10 horas Dra. Flávia Pontes Maio Dias: 10, 11, 17 e 18 Vivência no Tratamento do Lesado Medular Dra Anete de lima / Dra Cristiane Pellizzetti Dias: 10, 11, 17, 18, 31 e 01 de junho Capacitação na Prescrição, treinamento e adaptação de Órtese e Próteses do Aparelho locomotor Dr Antonio Vital Sampol CREFITO 2/17624F Inscrições e informações E-Mail: cursoscefavs@yahoo.com.br ou Tel: (21) 9688-1168 / 8830-8067 Forma de Pagamento: – Depósito Bancário A vista no Banco Real, Agência 0448 Conta 5734348-6 em Nome de Antonio Vital Sampol Local: Colégio CEMI, Rua Ernestina, 57, Lins de Vasconcelos, Tel: (21) 3271-7928

1- Professor Antonio Vital em confecção de órteses em borracha de câmara de ar (manguito de Bobath) de membro superior para subluxação do ombro no Acidente Vascular. 2- Criança com escoliose toracolombar. Crianças são avaliadas, com escolioses, significativas atingindo curvaturas importantes e que quando atingem o ângulo de 20 até 40º graus prescrevemos a utilização coletes corretivos como Milwakee (quando toracolombar) , OTLS (quando lombar),a discrepância de segmentos inferiores prescrevemos as palmilhas corretivas e nos pés pronados e/ou supinados às palmilhas supinadoras e/ou pronadoras 3- Confecção de moldes para amputados, orteses AFO.


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Artigo | Associação Brasileira de Crochetagem

Crochetagem na Nevralgia de Arnold

por

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Dr. Rodrigo Nascimento, Dr. Danielle Mongioví, Prof. Henrique Baumgarth

É

uma nevralgia da irritação do nervo de Arnold que se origina posteriormente à segunda raiz cervical , uma síndrome compartimental do nervo occipital.

Neuralgia ou Nevralgia do Nervo Occipital

O termo nevralgia occipital foi utilizado pela primeira vez em 1821 para descrever casos de dor na topografia do nervo occipital maior argumentos propostos por Hunter e Mayfield. A divisão dorsal do segundo nervo cervical é muito grande quando comparada a sua raiz ventral, sendo considerado a maior das divisões dorsais cervicais (BARRY;1948). Rinsey;1980 afirma que a divisão dorsal emerge entre o arco posterior do atlas e da lâmina do áxis, se projetando caudalmente ao músculo obliquo inferior e anastomosam-se com a primeira raiz cervical depois se divide em ramos lateral e medial sendo o ultimo denominado de nervo occipital maior. Antes de cruzar uma depressão do osso occipital localizada entre a inserção do músculo trapézio superior e a mastóide a raiz dorsal do segundo nervo cervical se divide em um ramo lateral denominado de nervo occipital menor e um ramo medial denominado de nervo occipital maior, este ultimo emerge por entre os músculos semi-espinhal da cabeça, trapézio superior e obliquo inferior passando por toda a extensão da depressão descrita acima e se torna um nervo subcutâneo característica o que permite se palpável na pratica clinica (HOGG;1978). O nervo occipital maior por vezes é comprimido pelos músculos trapézio superior obliquo inferior e semi-espinhal da cabeça o que diminui o aporte sangüíneo ao mesmo (GREY;1978). Ham 1978 afirma que os nervos são poucos vascularizados e uma leve compressão diminui o aporte sangüíneo o que dificulta a retirada de catabólitos. Segundo Fatinni o nervo occipital maior se divide em um ramo que supre o couro cabeludo sendo responsável por sua sensibilidade e um ramo que supre o músculo semi-espinhal da cabeça. A morfologia atual, a neurofisiologia e a neurorradiologia puderam esclarecer os verdadeiros mecanismos desta entidade nosológica: o nervo occipital maior origina-se de ramos 18 • ed.59 | nov/dez 2007 • F&T

posteriores dos segmentos C1 e C2 da coluna cervical; após sua emergência do gânglio, o nervo adquire trajeto recorrente em direção à borda inferior do músculo oblíquo capitis, contornando-o e trafegando em direção superior, adquirindo neste momento intima relação com o músculo semiespinhoso capitis; a partir deste ponto, cruza o referido músculo, mantendo o seu trajeto ascendente e estabelecendo nova relação ao passar sob o músculo trapézio; em sua última porção, o nervo atravessa as fibras tendinosas do músculo trapézio, exteriorizando-se no tecido celular subcutâneo. O trajeto percorrido pelo nervo permite o surgimento de diferentes pontos com vulnerabilidade variável, e apresentação clínica específica (Tabela 2)

encosto de cabeça oferecido nas poltronas dos transportes públicos; depois traumas da região cervical, na patologia degenerativa artrítica e na artrite reumatóide. Todavia, quase sempre a etiologia permanece desconhecida, também depois que foram completados todos os exames neurológicos do caso (Rx da passagem do trajeto occipito cervical e trato cervical, TAC, RM)

Incidência Patologia rara, mas não raríssima. De acordo com nossa experiência se confunde com algumas algias crônicas como a cefaléia pós traumática, e/ou cérvico braquialgia.

O diagnóstico Baseia-se na objetiva possibilidade de provocar o surgimento da típica dor nevrálgica comprimindo o nervo occipital emergindo do crânio, no ponto de Arnold, ou seja 2cm ao lado da protuberância occipital. Ainda mais, é quase sempre presente em uma área de alterada sensibilidade (hiperestesia, mais raramente hipoestesia). Consideramos muito a descrição da queixa do paciente e interpretamos através da “inteligência inata”, os gestos de sinalização para descrição da dor.

As causas Se excluídas às más formações da dobradiça occipito cervical e os tumores da região do forame magno do osso occipital, as causa mais freqüentes, da nevralgia occipital são: compressão suave permanente como óculos, bonés, chapéus capacete motociclistico, assessórios de uniformes profissionais civis ou militares, enfeites de cabeça feminina (tiara, diadema e arcos) e prendedores de cabelo,

Os sintomas Na forma típica trata-se de crises com início espontâneo da dor e “agulhadas”, que se desenvolvem a partir da nuca e se irradiam na região occipital de um lado da testa. Na forma típica a dor é contínua e pode ser bilateral.

A terapia A terapia médica é muitas vezes insuficiente ou totalmente inútil


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Artigo | Associação Brasileira de Crochetagem A terapia cirúrgica Consiste na secção do nervo occipital em baixo dos feixes musculares da nuca. É praticamente resolutiva, porque ao desaparecimento da dor é imediata e quase sempre definitiva, enquanto, recidiva são muitos raras. Todavia, se faz obrigatório e constante a utilização de anestesia completa em todo o local de competência do nervo. A Crochetagem Após a localização palpatória do nervo realizamos três series de quatro repetições de fricções com a borda lateral da espátula do lado menor do gancho de posterior para anterior do crânio sobre todo o seu trajeto. Obtemos (segundo relato dos pacientes) resultado surpreendente e duradouro tanto nas queixas bilaterais como nas unilaterais. Sabemos, hoje que para cada dez segundos de fricção obtemos cinqüenta minutos de vasodilatação profunda (NASCIMENTO,R. PAOLI, S , pró tempori, 2007). Para que um nervo se mantenha

saudável, o organismo deve estar fisiologicamente saudável. O organismo humano requere (boa qualidade de ar, boa qualidade de água, uma boa qualidade de alimentos/nutrientes e a eliminação de seus dejetos; para isto se faz necessário um sistema circulatório eficiente e regulado e tão ou mais importante um sistema nervoso ativo. Todos os sistemas devem funcionar de forma harmônica. Todos os fatores irritativos persistentes podem alterara função normal do sistema nervoso casando disfunções e evoluindo para doenças. Quando uma dor persiste no tempo e não responde aos tratamentos convencionais, a causa habitualmente é um irritação do sistema nervoso com histórico de um desajuste (antigo) meses talvez anos em qualquer lugar do organismo, que finalmente interfere na capacidade de organização da auto-cura do ponto de vista osteopático. Esta irritação se manterá como parte (estranha) integrante do corpo até que seja

corrigida mediante tratamento e mesmo assim permanecerá presente como memória lesional. Referências disponíveis em: www.crochetagem.com

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Artigo | Acidente vascular encefálico; Hipertensão arterial; Anti-hipertensivos

A hipertensão arterial como causa do AVE por

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Francieli Terezinha Gambeta; Patrick Castro de Miranda; Daniela Marchiori Flores; Antonio Alberto Fernandes

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Hipertensão Arterial como causa do Acidente Vascular Encefálico e o uso de Anti-hipertensivos no tratamento.

Os AVEs estão entre as principais causas de morte e incapacitação física em todo o mundo desenvolvido. Sendo a terceira causa de morte na maioria dos países ocidentais, levando ao óbito aproximadamente 4,5 milhões de pessoas a cada ano. Medidas capazes de reduzir a mortalidade e a incapacidade associadas ao AVE constituem-se prioridade de saúde pública. Como prevenção primária de AVE na população, tem-se a identificação e o controle de fatores de risco, onde a hipertensão arterial é o principal fator. Ainda não está claro se a pressão diastólica elevada ou hipertensão sistólica isolada apresentam riscos distintos, mas sabe-se que o tratamento farmacológico anti-hipertensivo reduz tanto a mortalidade quanto a morbidade por AVE. O declínio nas taxas de mortalidade por AVE pode ser uma conseqüência ao declínio na letalidade da doença, por melhor tratamento da mesma ou de suas complicações, ou ser devido a queda da incidência dos novos casos. A ênfase continua na promoção de estilos de vida mais saudável e no tratamento efetivo da hipertensão e demais fatores de risco, são essenciais para manter essa queda de mortalidade do AVE. Introdução: O AVE, acidente vascular encefálico (ou ainda AVC, de acidente vascular cerebral) está entre as principais causas de morte e incapacitação física em todo o mundo desenvolvido. Esta doença cerebrovascular representa importante causa de morte entre os brasileiros, apesar da tendência declinante das tachas, correspondendo, provavelmente, à prevalência elevada de hipertensão arterial e a níveis médios elevados de pressão arterial (Oliveira RMC, 2001). Medidas capazes de reduzir a mortalidade e incapacidade associadas ao AVE constituemse em prioridade de saúde pública. A prevenção permanece como a estratégia mais eficaz e efetiva em reduzir as conseqüências clínicas e econômicas impostas por eventos cerebrovasculares (Rosito GA, 2000). Fazem parte da prevenção primária para AVE, na população, a identificação e o controle de fatores de risco, fazendo parte deles: Hipertensão arterial, diabetes mellito, fumo, fibrilação atrial, raças e fatores socioeconômicos, história familiar, anticoncepcionais orais, 24 • ed.59 | nov/dez 2007 • F&T

migrânea, hipercolesterolemia, sedentarismo e homocisteína (Elkind MS, 1998). A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o principal fator de risco para AVE, estando associada à doença de pequenas e grandes artérias (Sacco RL, 1999). Esta associação entre HAS e a incidência de AVE têm sido interpretada como positiva, contínua e independente. No Brasil, a HAS é o fator de risco de maior causa na ocorrência de doença cerebrovascular, cuja estimativa de prevalência está em torno de 11% a 20% acima dos 20 anos e 35% acima dos 50 anos. Ou seja, em torno de 85% dos pacientes que apresentaram ou apresentam AVE, são hipertensos (Chaves MLF, 2000). A HAS é um fator de risco para doenças decorrentes de aterosclerose e trombose, que se manifestam, predominantemente, por acometimento isquêmico cardíaco, cerebral, vascular periférico e renal. (Fuchs SC, 2000). Estudos indicam que, nos casos HAS acentuada, a redução da pressão arterial deve ser cautelosa e lenta. Para estes fins, tem-se indicado o uso de anti-hipertensivos (Gus M, 2000). As evidências que sustentam o papel do tratamento anti-hipertensivo na prevenção secundária em pacientes com AVE estabelecido estão nos resultados benéficos do controle pressórico na fase aguda do AVE.

“ Hipertensão arterial, fumo, fibrilação atrial, raças e fatores socioeconômicos, história familiar, anticoncepcionais orais, migrânea, sedentarismo” Na prática médica corrente, há consenso em controlar mais agressivamente a pressão arterial em pacientes com AVE hemorrágico que naqueles com AVE isquêmico. O raciocínio teórico seria de que esse procedimento poderia diminuir o risco de manter o sangramento arterial. Por outro lado, uma queda exagerada de pressão poderia diminuir a perfusão cerebral, principalmente nos pacientes com hipertensão intracraniana (Gus M, 2000). No controle da hipertensão associado a hipertensão craniana deve-se evitar o uso de drogas que promovam vasodilatação cerebral (nitroprussiato de sódio) e aquelas que induzam rápida queda de pressão arterial, como os bloqueadores de canal de cálcio via sublingual. No caso destes pacientes deve-se reduzir a pressão arterial para níveis que permitam a

estes receberem o trombolítico (Oliveira RMC, 2001). No final da década de 50, deu-se início a linhas de pesquisas com o intuito de demonstrar que drogas como aspirina, dipiridamol e sulfimpirazona possuíam efeito sobre a atividade plaquetária em artérias lesadas experimentalmente. A partir dessa base teórica, foram realizados importantes ensaios clínicos em prevenção secundária de eventos cerebrovasculares (Rosito GA, 2000). Metodologia: Este estudo se constitui de uma pesquisa onde só foram aproveitados 10 artigos originais. O material foi localizado nas bases de dados: Scielo, Lilacs e CAPES. Considerando-se os artigos em língua portuguesa, inglesa e espanhola. Somente foram usados os artigos nos quais foram encontradas as palavras chave: Acidente Vascular Encefálico, hipertensão arterial, anti-hipertensivos e que tivessem sido publicados durante os anos de 1990 a 2007. A partir dos resultados obtidos, foram selecionados os artigos de interesse para o tema em questão, outros estudos relevantes também foram selecionados a partir das referencias dos artigos encontrados. Discussão: Sabe-se que o controle ideal da pressão arterial ainda não está estabelecido. Pois, um aumento leve ou moderado da pressão arterial é observado freqüentemente nos pacientes com AVE, de modo transitório, e parece ser um mecanismo compensatório devido à perda da auto-regulação cerebral, durando poucos dias e usualmente não necessitando de tratamento (Oliveira RCM, 2001). Ainda não está claro se a pressão diastólica elevada ou hipertensão sistólica isolada apresentam riscos distintos. Comparando com os estudos de base populacional utilizados para esta revisão, pode-se observar claramente esta dificuldade em definir risco específicos para a pressão diastólica ou sistólica isoladas (Chaves MLF, 2000). Alguns estudos demostram que a elevação dos níveis de pressão sistólica é um preditor mais forte e independente de AVE que a pressão diastólica. Em um estudo com 18.700 médicos, observou-se que mesmo elevações discretas da pressão sistólica (140 mmHg a 159 mmHg) associaram-se com o aumento de 42% na incidência de AVE e 56% na mortalidade cardiovascular (Fuchs FD, 2000). Porém, outros estudos demonstraram que um aumento persistente de 5 mmHg na pressão arterial diastólica está associado a 34% de


Artigo | Acidente vascular encefálico; Hipertensão arterial; Anti-hipertensivos aumento no risco de AVE. Um indivíduo com menos de 45 anos, com pressão diastólica usual em torno de 102 mmHg, tem 10 vezes mais chance de apresentar um AVE que outro com diastólica em torno de 78 mmHg (Moreira LB, 2000). Port e cols. Propõem as seguintes equações para identificar os níveis pressóricos em que o risco aumenta abruptamente, de acordo com o gênero e idade dos indivíduos. Limiar de pressão sistólica para homens = 110 + (2/3) . idade Limiar de pressão sistólica para mulheres = 110 + (5/6) . idade Esta nova visão sobre os riscos de pressão arterial aumentada se coaduna com os resultados dos ensaios clínicos, tanto para pressão sistólica, em que houve benefício no idoso com redução a 160 mmHg, como para a diastólica (Fuchs SC, 2000). Outros autores afirmam que os medicamentos anti-hipertensivos devem ser indicados para pacientes com pressão arterial diastólica maior ou igual a 130 mmHg ou para sistólica maior ou igual a 220 mmHg (Oliveira RMC, 2001). Os resultados comentados demonstram que as interpretações tradicionais sobre o risco propiciado por aumento da pressão arterial, para mortalidade em geral ou eventos específicos, como o AVE, ainda são passíveis de ques-

tionamento. Os ensaios clínicos de prevenção primária observados, mostraram um benefício absoluto mais significativo nos indivíduos idosos e mais severamente hipertensos. Esses resultados levam ao raciocínio de que indivíduos com AVE já estabelecido seriam aqueles que se beneficiariam mais intensamente do tratamento anti-hipertensivo (MacMahon S, 1996). O conjunto de evidências (ou falta delas) levaram os comitês normativos a elaborarem recomendações sobre quando e como controlar a pressão arterial, em situações de AVE agudo. Algumas destas recomendações são: drogas preconizadas no tratamento de HAS, nessa situação, são o nitroprussiato de sódio, labetalol, esmolol, hidralazina e enalapril; o nitroprussiato de sódio (droga usualmente utilizada), é um vasodilatador e, teoricamente, poderia aumentar o fluxo cerebral, aumentando a pressão intracraniana (essa desvantagem não foi demonstrada em contexto clínico), o uso de antagonistas do cálcio via sublingual deve ser evitado, pois sua rápida absorção pode causar um declínio exagerado da pressão arterial (Gus M, 2000). O papel da HAS já foi confirmado por uma grande quantidade de ensaios clínicos, nos quais a redução da incidência tem sido mostrada após terapêutica anti-hipertensiva; onde a eficácia do tratamento anti-hipertensico é

aferida pela diminuição da morbidade e mortalidade decorrentes da elevação crônica da pressão arterial (Moreira LB, 2000). Porém, há um aspecto extremamente importante levantado pelos estudos que avaliam o impacto da intervenção sobre fatores de risco é que não se pode garantir que a tendência de diminuição da mortalidade do AVE irá continuar indefinidamente. A queda apenas continuará se as medidas preventivas direcionadas para os fatores de risco primários, principalmente pressão arterial, forem efetivos (Neto JE, 1990). Uma análise conjunta de inúmeros coortes demonstrou também, que em orientais, a associação entre pressão arterial diastólica e incidência de AVE parece ser mais intensa que entre ocidentais. Portugal foi o primeiro país ocidental a registrar altas taxas de AVE. A razão para as taxas elevadas no Brasil e em Portugal pode ser buscada em algumas semelhanças, sendo a principal a dietética. (Lotufo PA, 2000). Estudos observaram que os antiplaquetários associaram-se à redução de cerca de 20%, na incidência de novos eventos cerebrovasculares. Sendo assim, recomenda-se que a aspirina seja prescrita para todo paciente com doença cerebrovascular isquêmica, sem contra-indicação absoluta, visando à prevenção secundária. A dose ideal de aspirina para

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Artigo | Acidente vascular encefálico; Hipertensão arterial; Anti-hipertensivos estes fins não foi estabelecida pelos estudos mais antigos, que empregaram doses muito variadas. Um estudo recente demonstrou que doses de 75mg a 325mg por dia são provavelmente mais eficazes que doses maiores (Moreira LB). Como já foi observado, diversos autores já demonstraram que as taxas de HAS elevados, acima de determinados níveis, estão fortemente associadas à transformações hemorrágicas e a piores resultados no tratamento trombolítico. Assim, deve-se reduzir a HAS do paciente para níveis que permitam a este receber o trombolítico. Conclusão: O risco propiciado pela elevação da pressão arterial para a incidência de eventos cerebrovasculares é bem conhecido, mas não está esclarecido se a associação é linear ou se há faixas distintas de risco. Porém, a maior parte dos estudos demonstraram que a pressão sistólica prediz mais AVE que a pressão diastólica. Sabe-se que os antitrombíticos possuem clara utilidade na prevenção do AVE isquêmico, e que os anticoagulantes não possuem benefício comprovado, e que a aspirina propicia efeito modesto, mas consistente (Rosito GA, 2000).

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Pode-se observar que a decisão de indicar aspirina para prevenção de AVE em pacientes com HAS deve-se levar em conta os riscos individuais, representados pela presença de doença cerebrovascular prévia, concomitância com outros fatores de risco cardiovasculares, como idade aumentada, diabetes, tabagismo e contra-indicação para seu uso. Para os objetivos de prevenção primária, faltam evidências suficientes de que a aspirina reduza a incidência de doença cerebrovascular. Pesquisas afirmam que o declínio nas taxas de mortalidade por AVE pode ser uma conseqüência de declínio na letalidade da doença, por melhor tratamento da mesma ou de suas complicações, ou ainda, pos casos menos severos, ou ser devido à queda da incidência dos novos casos de AVC, ou a uma combinação dos dois fatores (Neto JE, 1990). Os dados apresentados mostraram que, apesar da tendência declinante das taxas de mortalidade por doença cerebrovascular, a magnitude da doença é de grande importância, principalmente considerando outras conseqüências da doença, como invalidez com alto custo social. Esses aspectos permitem considerar que o impacto da HAS é bastante elevado em nosso país em coerência com a maioria dos estudos de prevalência realizados.

Referências: 1. OLIVEIRA RMC, ANDRADE LAF. Acidente vascular cerebral. Rev Bras Hipertens 8: 28090, 2001. 2. ROSITO GA, SILVA OB, FUCHS FD. Antitrombóticos na prevenção e no tratamento de acidentes vasculares encefálicos isquêmicos. Rev Bras Hipertenses 4:366-71, 2000. 3. LOTUFO PA. Mortalidade pela doença cerebrovascular no Brasil. Rev Brás Hipertens 4: 387-91,2000. 4. CHAVES MLF. Acidente vascular encefálico: conceituação e fatores de risco. Rev Bras Hipertens 4:372-82,2000. 5. FUCHS FC, ZAN VL, MELCHIOR R. Tratamento anti-hipertensivo na prevenção de acidente vascular encefálico: qual droga? Rev Bras Hipertens 4:383-86,2000. 6. MOREIRA LB. Paciente hipertenso pode ou deve usar aspirina visando a prevenção de acidente vascular encefálico? Rev Bras de Hipertens 4:351-54, 2000. 7. MACMAHON S, RODEGERS A. Primary and secundary prevention of stroke. Clin Exp Hipertens 18:537-46,1996. 8. GUS M. Hipertensão arterial que acompanha o acidente vascular encefálico deve ser tratada? Rev Bras Hipertens 4:361-65,2000. 9. MACMAHON S, RODGERS A. Blood pressure, antihipertensive treatment and stroke risk. J Hipertens 12 (Supl 10): S5-14, Dec. 1994.


Artigo | Fisiopatologia, diagnóstico, sinal e sinais, fisioterapia

Síndrome do Túnel do Carpo por

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Costa , J ; Salini, P . Fernandes, A ,A; Flores D.

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síndrome do túnel do carpo (STC), descrita pela primeira vez por Sir James Paget em 1854, constitui uma neuropatia compressiva muito comum. Compreende sinais e sintomas causados pela compressão do nervo mediano ao nível do canal do carpo. Esta síndrome é uma freqüente fonte de dor, enfraquecimento e incapacidade. Atualmente, essa alteração neuromuscular tem atingido um número de pessoas cada vez maior levando a grandes conseqüências socioeconômicas. Embora a STC seja comum, freqüentemente tratada cirurgicamente, ela ainda é cercada de controvérsias a respeito, levando a muitos estudos com o objetivo de investigar a fisiopatologia, diagnóstico e tratamento. No entanto, os mecanismos neuromusculares envolvidos em seu desenvolvimento ainda não são totalmente compreendidos, o que dificulta um diagnóstico mais preciso, assim como o tratamento adequado. O presente artigo de revisão tem por objetivo abordar, os aspectos clínicos que envolvem a Síndrome do Túnel do carpo (STC) sobre vários ângulos: fisiopatologia, anatomia do túnel do carpo, principais métodos de diagnóstico, sinais e sintomas e as principais formas de seu tratamento. INTRODUÇÃO O homem tem no corpo um instrumento pelo qual ele atua e transforma o mundo a sua volta: a mão. Para cumprir esse papel, a mão apresenta uma estrutura complexa, responsável por atividades que requerem precisão e fazem com que ela esteja sujeita a lesões que podem levar à incapacidade funcional. ¹ Há cerca de 50 anos a STC raramente era diagnosticada, e foi originalmente descrita por Phalen. Era considerado diagnóstico de STC queixa de dor e parestesia no polegar, no indicador, no dedo médio e na metade radial do dedo anular; isto é, a área dermatômica do nervo mediano. ² Atualmente a síndrome do túnel do carpo é considerada uma freqüente fonte de dor, enfraquecimento e incapacidade Os principais sintomas iniciais

da STC são dores noturnas com queimação, formigamento e enfraquecimento. A perda de sensibilidade, a fraqueza motora, a perda de coordenação e a atrofia são sintomas mais tardios. ² O diagnóstico da STC deve estabelecer a presença de compressão objetiva no nervo mediano. Numerosos testes têm sido estabelecidos entre eles o Teste de Phalen, Sinal de Tínel, a Eletroneuromiografia (EMG) entre outros descritos posteriormente. O tratamento tem duas opções: o conservador ou cirúrgico. Embora a literatura favoreça a cirurgia, ela geralmente não está indicada em casos de lesão por esforço repetitivo (LER) / distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT).¹ Como esta síndrome está aumentando, gerando muita incapacidade e suas conseqüências socioeconômicas são enormes, o estudo sobre ela é fundamental. Os objetivos deste artigo são revisar a literatura para melhor conhecimento da sua fisiopatologia, anatomia, diagnóstico, sinais e sintomas e as principais formas de seu tratamento. FISIOPATOLOGIA O túnel do carpo limita-se, por três lados, por ossos do punho e, no lado anterior, pelo denso ligamento carpiano transversal. Passando através do canal e profundamente ao nervo mediano, encontra-se o tendão flexor longo do polegar e dois para cada um dos demais dedos, num total de nove tendões. O ligamento que reveste o teto do canal retém nervo e tendões e redireciona o curso dessas estruturas até a mão, quando o punho muda de posição. Esse canal tem construção rígida (inextensível), de modo que um aumento no volume dos tecidos das estruturas ou do líquido contido em seus limites não pode expandir as paredes; em vez disso, aumenta a pressão. Essa pressão adicional sobre o nervo mediano diminui a sua circulação capilar e o nervo fica isquêmico. ³ Um aumento do volume do conteúdo do canal do carpo pode ocorrer por diversas razões. A STC é frequentemente diagnosticada durante o terceiro trimestre da gravidez, estando relacionada

à retenção de líquido. O edema recorrente de uma fratura de Colles também pode comprimir o nervo. Tenossinovite reumatóide, mixedema, ventres musculares anômalos, tumores e depósitos de amilóide também são ocasionalmente implicados como causas de STC. O nervo também pode ficar isquêmico sem que tenha ocorrido qualquer aumento significativo do volume. Isso ocorre mais comumente durante a execução de atividades intensas de flexão de dedos, com o punho igualmente flexionado. Nesse caso, os tendões flexores tensionados comprimem o nervo contra o seu fluxo sangüíneo capilar.³ Estudos epidemiológicos identificaram os fatores de risco para STC. Apesar de não haver consenso, estes são predominantes: sexo feminino, obesidade, índice de massa corporal (IMC) alto, idade acima de 30 anos, atividade motora repetitiva (correlação não completamente estabelecida) e algumas patologias sistêmicas.¹ Alguns fatores predispõem à patologia: alterações hormonais (menopausa, diabetes, ovários policísticos e hipotiroidismo), metabólicas (gravidez, insuficiência renal, insuficiência hepática), doenças inflamatórias (artrite reumatóide, amiloidose, gota e sinovites inespecíficas), tumores na região (lipomas, cistos, neurofibromas, etc..) e seqüelas de trauma que alteram a anatomia local.4 O processo de instalação da STC por trabalho repetitivo pode ocorrer em decorrência de lesões agudas e crônicas no sistema musculoesquelético. A lesão aguda pode ser traumática ou por instalação de fadiga muscular, que ocorre quando o nível de força aplicada é baixo, mas considerado acima da capacidade adaptativa do sistema muscular. As lesões crônicas são conseqüências de sobrecargas musculoesqueléticas em longo prazo.¹,² Uma forma menos “aguda” é insidiosa e inicialmente menos intensa. A necessidade sobre esse tipo “agudo” incorre na mesma fisiopatologia, mas demanda descompressão para prevenir lesão residual permanente. A STC é normalmente gradual no começo e envolve geralmente www.novafisio.com.br • ed. 59|2007 • 27


Artigo | Fisiopatologia, diagnóstico, sinal e sinais, fisioterapia um dedo. Conforme vai progredindo, outros dedos são, em geral, envolvidos. No final, todos os dedos que estão inervados pelo nervo mediano podem ser afetados. Nos estágios iniciais da STC, os estudos indicam que o prolongamento das latências sensitivas ocorrem mais prematuramente do que o prolongamento das latências, motoras. Estudos morfológicos grosseiros dos nervos nesse estágio revelam alterações pequenas ou ausentes; assim, a recuperação completa pode ser esperada com o reconhecimento e a atenção precoces. ² Nos estágios mais avançados da STC, as alterações sensitivas permanecem constantes, e os déficits motores passam a ser evidentes. Nesse ponto, a recuperação completa pode não ser alcançada. Nos estágios avançados (crônicos), percebe-se a perda sensitiva e motora, a atrofia dos músculos envolvidos é aparente, e o nervo mediano exibe desmielização e fibrose.² ANATOMIA DO TÚNEL DO CARPO O carpo constitui-se de oito pequenos ossos do punho. Ficam dispostos em duas fileiras, uma proximal e outra distal, cada uma contendo quatro ossos. A fileira proximal de ossos do carpo (de lateral para medial) consiste nos ossos escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme. O escafóide, em forma de barco, é o maior osso da fileira proximal e recebeu esse nome devido à sua semelhança com um barco a remos (do grego scaphe). O semilunar tem o formato de uma lua, e o piramidal lembra uma pirâmide. O pisiforme está incluído na fileira proximal. A fileira distal de ossos do carpo (de lateral para medial) consiste no trapézio, trapezóide, capitato e hamato. O trapézio e o trapezóide lembram formas geométricas. O capitato possui uma cabeça arredondada e o hamato pode ser identificado por seu processo proeminente, o hámulo do hamato, que se projeta para frente. Os ossos do carpo articulam-se entre si e são unidos por vários ligamentos para formar uma massa compacta. O carpo possui uma concavidade anterior conhecida como sulco do carpo. O sulco é convertido em um túnel do carpo. Dentro do túnel ficam os quatro tendões do músculo flexor profundo dos dedos, mais quatro tendões do músculo flexor superficial dos dedos, tendão do flexor longo do polegar e o nervo mediano. Como este espaço é pequeno, fica muito vulnerável a anormalidades inflamatórias ocasionando edema e aumento pressórico no túnel. A flexão ou extensão excessiva do punho também aumentam a pressão nesta região.7 Após passar pelo túnel, o nervo mediano divide-se em 5 ramos: 4 digitais sensitivos para parte anterior (palmar) do I dedo, II/III dedos e parte lateral do IV dedo e 1 recorrente motor para musculatura da região tenar medianodependente. 6 A articulação entre as duas fileiras de carpos é denominada de articulação mediocárpica, e a articulação entre um par de carpos é chamada de intercárpica. Todas estas articulações são deslizantes nas quais são produzidos movimentos translatórios concomitantemente com os movimentos do punho, embora a fileira proximal seja mais móvel que a distal. 28 • ed.59 | nov/dez 2007 • F&T

O punho é capaz de realizar movimentos nos planos sagital e frontal, bem como de fazer movimento rotatório. A flexão é o movimento da superfície palmar da mão na direção do antebraço anterior. A extensão representa o retorno da mão à posição anatômica e, em hiperextensão a superfície dorsal da mão aproxima-se do antebraço posterior. O movimento da mão para o lado do polegar é o desvio radial, com o movimento na direção oposta sendo designado de desvio ulnar. O movimento rotacional da mão através de todas estas quatro direções produz a circundução Correlacionando a ação conjunta da mão e do punho, nota-se que a mão é usada primariamente para atividades de manipulação que requeiram movimentos muito finos, com uma ampla variedade de posturas da mão e dos dedos. Conseqüentemente, ocorre um grande intercâmbio entre as posições da articulação do punho e a eficiência das ações dos dedos. A região da mão tem muitos segmentos que são estáveis, apesar de bastante móveis, com ações musculares e articulares bem complexas. 8 DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME Não há critérios clínicos padronizados para o diagnóstico de STC 5 não havendo consenso universal se o mesmo deve ser feito em bases clínicas ou eletrofisiológicas. O histórico do paciente é um aspecto importante a ser avaliado durante o exame físico, sabendo-se que o quadro inicial da STC caracteriza-se por queixas sensitivas,¹ como sensação de formigamento intermitente, geralmente acompanhada de dor., a pesquisa da sensibilidade pode estar alterada. 5 Alguns testes que são freqüentemente utilizados para diagnóstico de STC: teste de Phalen que consiste em segurar o punho em posição de flexão completa, havendo referência a parestesia dos dedos no lado radial da mão (dermátomo mediano) e o teste de Tinel-Hofmann onde se percute o nervo mediano, onde este reproduzirá o formigamento nos dedos envolvidos. Há ainda a compressão do nervo mediano e sinal de fraqueza do músculo abdutor curto do polegar. Esses sinais não parecem ser muito precisos, embora sejam aceitos para detecção da STC, sendo recomendado seu uso, exceto dos testes de compressão do nervo mediano e TinelHofmann, os quais têm boa especificidade mas pobre sensibilidade. Na verdade, esses testes produzem alto número de resultados falso-positivos e falso-negativos, o que os torna limitados como sinais clínicos ¹,6 e devem ser utilizados em associação ao sintoma de dor noturna e ao teste de EMG. Quando a STC estiver em um estágio mais avançado, manifestações como alterações musculares e proprioceptiva também podem ocorrer. Por isto, testes de força muscular bilaterais são indicados na avaliação. A hipotrofia tenar é característica das compressões crônicas. Nota-se, nesses casos, redução das forças de preensão palmar e de pinça polegarindicador.4 Havendo comprometimento motor, pode-se avaliar a atrofia tenar, a dificuldade ou a impossibilidade de rotação dos polegares (mãos entrelaçadas, rodar um dedo em volta do

outro) e a diminuição de força de pinça polegar-indicador. Para se obter um diagnóstico mais preciso utiliza-se a EMG, onde se verifica a velocidade de condução nervosa por eletrodos de inserção, sendo a mesma considerada padrão-ouro para STC e mostra a saúde fisiológica do nervo mediano através do túnel do carpo. Os parâmetros utilizados nessa avaliação são: latência motora distal, latência sensitiva distal, latência sensitiva da palma até o punho, estimulação seriada por meio do punho, comparação de latências sensitivas entre os nervos mediano e ulnar e entre mediano e radial; comparação de latências sensitivas entre mediano e ulnar no dedo anular e eletromiografia. ¹ Comparando-se a função do nervo mediano, quando ele passa pela região do punho, com outro segmento do nervo ou com outro nervo, como o radial ou o ulnar é que se dá o diagnóstico. O nervo é ativado mediante estimulação elétrica transcutânea, induzindo um potencial de ação e despolarização. Os sinais gerados pela estimulação são comparados com os valores normais tomados de outra região.¹ Idade, sexo, diâmetro do dedo, obesidade, temperatura e outra patologia sistêmica associada podem levar a um resultado falsopositivo. SINAIS E SINTOMAS A STC inicialmente apresenta-se como uma manifestação de dor noturna, formigamento e enfraquecimento. A fraqueza motora, a perda de sensibilidade, a perda de coordenação e a atrofia são sintomas mais tardios. Como conseqüência, têm-se limitação de atividade e incapacidade para o trabalho. A STC é classificada como aguda ou crônica. ² É difícil diferenciar a STC aguda do trauma agudo do nervo mediano.² As lesões crônicas são conseqüências de sobrecargas musculoesqueléticas à longo prazo.¹ A STC crônica resulta de uma inflamação que atinge os tendões dos músculos flexores dos dedos e/ ou a bainha sinovial, aumentando o volume no interior do túnel ¹ apesar de nem sempre ser observada inflamação quando feita a biópsia. Ao exame físico se observa sinais subjetivos que são as queixas de dormência, formigamento na mão, perda de força e hiperestesia que pode se irradiar até o braço e ombro. Pesquisas-se também, os sinais objetivos onde se pode encontrar atrofia ou hipotrofia da região tenar, tumorações ou aumento de volume no punho, deformidades ou desvios além da avaliação da sensibilidade (tato, dor, temperatura, pressão) e força muscular (dinamômetros). Os pacientes com STC também podem ser divididos em três grandes grupos ou categorias: 7 1. Os de sintomatologia leve intermitente. Estes apresentaram dor, dormência e formigamento na área de representação do nervo mediano, predominantemente noturno, acordando o (a) paciente várias vezes; sintomas diurnos posicionais como dirigir automóveis, segurar objetos na mesma posição ou fazer trabalhos manuais; o retorno à normalidade será alcançado rapidamente por mudança de postura ou movimentação das mãos;


Artigo | Fisiopatologia, diagnóstico o exame neurológico estará normal e os testes de Tinel e Phalen podem estar positivos O exame de condução nervosa poderá estar normal (anormalidade isquêmica rapidamente reversível) ou revelar lentificação incipiente da condução do nervo mediano no carpo. 2. Os de sintomatologia persistente. Apresentaram déficit sensitivo e perda da habilidade manual (déficit para pinçamento); dor tipo queimação, dormência mais acentuada, sensação de edema e congestão na mão; melhora muito mais lenta mesmo com mudança de postura ou movimentação das mãos; o exame neurológico revelará déficit sensitivo e motor, Tinel e Phalen positivos e eventualmente atrofia tenar; os achados clínicos não dependeram do tempo de compressão e sim do grau de lesão ao nervo mediano. O exame de condução nervosa revelará lentificação evidente do nervo mediano no carpo. 3. A STC grave. Haverá acentuada perda sensitiva, inclusive discriminação de dois pontos, com déficit funcional grave e acentuada atrofia tenar e de pele; prognóstico mais reservado mesmo após descompressão. TRATAMENTO O tratamento proposto para STC pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas. Frequentemente são usados dois métodos: conservador e cirúrgico. 9 Geralmente nos casos de STC sem sinais de déficit neurológico é aconselhável o tratamento conservador. O tratamento conservador consiste em fisioterapia e uso de medicamentos. Durante a fisioterapia são realizadas cinesioterapia e eletroterapia, além de prescrição de órteses pelo médico.¹ Raros são os estudos sobre o uso da eletroterapia em pacientes com STC . Essas medidas devem estar associadas a mudanças nas atividades de vida diária, bem como daquelas realizadas no ambiente de trabalho. A associação de exercícios com a administração de medicamentos, como antiinflamatórios orais, diuréticos, vitamina B6 e infiltrações de corticóide, mas não há confirmação de sua eficácia. O tratamento com injeção de corticóides oferece riscos de infecção, ruptura de tendões, aumento da lesão nervosa e distrofia simpático reflexa. A injeção de esteróides no inte-

rior do túnel do carpo oferece benefícios que são com freqüência transotórios, a menos que a injeção seja aplicada precocemente nessa condição, quando os efeitos podem durar mais. ² A indicação de órteses é uma das formas mais eficazes de tratamento da STC e seu princípio está baseado na redução dos movimentos extremos da articulação do punho, medida que pode resultar na diminuição da pressão no interior do túnel. A prescrição desse equipamento está indicada em casos moderados, com pequeno bloqueio de condução nervosa. Deve ser usado sempre à noite e durante o trabalho, caso os sintomas sejam induzidos durante esse período, embora os efeitos observados com o uso durante todo o dia também sejam positivos. ¹ Quando houver resposta mínima ou ausente do tratamento conservador, é indicada a descompressão do nervo. A cirurgia pode ser via endoscópica ou por via aberta. O benefício da cirurgia endoscópica em relação à descompressão aberta do túnel do carpo é um retorno mais rápido às funções, e um menor déficit sensitivo palmar.² Na intervenção cirúrgica aberta o cuidado pós-operatório tem incluído a imobilização e apresenta problemas de reabilitação que raramente estão ausentes na cirurgia endoscópica. Neste tipo de liberação, o cirurgião realiza uma incisão de 5 a 6 cm, estendida longitudinalmente em relação à prega formada pelo punho, e realiza a liberação do ligamento transverso do carpo sob visualização direta. Os valores de força de preensão palmar de pacientes submetidos à cirurgia tradicional retornam aos níveis do pré-operatório após três meses da cirurgia e melhoram consideravelmente no período de dois anos após o procedimento cirúrgico. Na avaliação da velocidade de condução nervosa de indivíduos com STC que passaram por cirurgia aberta ocorre melhora clínica e neurofisiológica, entretanto, algum grau de déficit motor e/ ou sensório permanece presente após seis meses nos casos mais avançados .¹ A abordagem endoscópica para descompressão do nervo mediano, diminui a dor pós-operatória e resulta em uma cicatriz menor, com recuperação mais rápida e em menos dor na empunhadura.² O que dificulta esse procedimento é a visibilidade precária e a dificulwww.novafisio.com.br • ed. 59|2007 • 29


Artigo | Fisiopatologia, diagnóstico, sinal e sinais, fisioterapia dade no controle de sangramento não sendo recomendada para todos os casos. A execução de exercícios proporciona a resolução dos sintomas por alongamento da aderência no túnel carpal. Isso provoca redução da pressão no interior do túnel, do edema da área de contato do nervo mediano com o ligamento transverso, assim como um incremento do retorno venoso. De maneira geral, em um estudo realizado para comparação entre o tratamento conservador e o cirúrgico, os resultados no tratamento cirúrgico foram de 92,6% contra 39,7% do tratamento conservador. 9 Nos pacientes com comprometimento mais leve, o tratamento conservador e o cirúrgico não demonstraram diferenças significativas nos resultados. Já em um outro estudo para se apontar as complicações do tratamento cirúrgico da STC, levaram a crer que os métodos de tratamento cirúrgico podem levar a complicações de difícil solução. ¹0 MÉTODOS Este artigo trata-se de uma revisão científica onde foram utilizados seis artigos encontrados através de palavras chaves como: Síndrome do Túnel do Carpo, diagnóstico, tratamento, sinais e sintomas e fisiopatologia. A busca foi realizada em sites científicos, revistas especializadas e livros da área da Traumatologia e Fisioterapia, no período de setembro a novembro de 2007, foram analisados artigos a partir de 1996 até 2007.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS É fundamental o diagnóstico precoce da STC a fim de se evitar o dano irreversível do nervo mediano. Uma correta avaliação clínica e neurofisiológica permite a confirmação do diagnóstico precocemente na maioria dos casos. Deve-se buscar a prevenção da patologia principalmente nos pacientes que realizam movimentos repetitivos do punho e das mãos. A prevenção das lesões do esforço repetitivo está relacionada a aspectos ergonômicos e a rotinas do trabalho. A conscientização do trabalhador e a prescrição de exercícios de alongamento e reforço muscular durante a jornada de trabalho são pontos muito importantes para se prevenir a STC. Como a STC pode ser considerada, além de um problema de saúde, também um problema social, é necessário vários estudos desta patologia. Há uma grande necessidade de investigações e de busca de novas técnicas de pesquisa para que se possam entender os mecanismos envolvidos na patologia e, dessa forma, melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. REFERÊNCIAS 1. KAROLCZAK, A. P. B., VAZ, M. A., FREITAS, C. R; MERLO, A. R. C. STC. Revista Brasileira de Fisioterapia – Vol. 9, N ° 2, 2005, 117-122. 2. CAILLIET, R. Dor na mão. 4. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2004. 295 p. 3. LECH, O., RANZZI, A., BORDIN, F., FAGGION, M., ZILMER, V., PILUSKI, P. Membro Superior

Abordagem Fisioterapêutica das patologias ortopédicas mais comuns. Porto Alegre: Revinter, 2004. 315 p. 4. GIRONDO, M. S.S. M, Síndrome do túnel do Carpo. Artigo da Fundação Rocha Brito. Disponível em: <http://www.scielo.br> acesso em: 29 Outubro 2007. 5. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de procedimentos para os serviços de saúde. Brasília, Ministério da Saúde, 2001. 6. PRENTICE, W. E.; VOIGHT, Michael L. Técnicas em reabilitação musculoesquelética. Porto Alegre: ARTMED, 2003. 454 p. 7. KOUYOUMDJIAN, J. A. Síndrome do túnel do carpo – Aspectos atuais. Arq. Neuro- Psiquiatr. June 1999; vol. 57 (2) São Paulo. 8. RUARO, J. A. Análise da adequação de técnicas de terapia manual de cotovelo e punho no tratamento da síndrome do túnel do carpo: estudo de caso. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – 2003 – pag 17-19. 9. PEREIRA, E. S; ZALCMAN, I; MORI, C. E.; AMARO, J. T. STC: análise comparativa entre tratamento conservador e cirúrgico. Revista Brasileira de Ortopedia – Vol. 28, N° 8, Agosto, 1993. 10. ZUMIOTTI, Arnaldo V; OHNO, Paulo E; PRADA, Flávia de S.; AZZE, Ronaldo J. Complicações do tratamento cirúrgico da STC. Revista Brasileira Ortopedia – Vol. 31, N° 3, Março, 1996.


Poster | Biofeedback

A aplicação de técnica de reeducação motora com o auxílio do “biofeedback” eletromiográfico nas cirurgias de transferência tendinosa em paciente de hanseníase

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neuropatia da hanseníase, se não tratada, pode evoluir com paralisias completas de nervos periféricos, na face e membros. As paralisias instaladas deverão ter uma abordagem corretiva e reabilitadora. O tratamento cirúrgico busca restituir a perda motora pela transferência tendinosa, criando uma nova função para o músculo transposto, o que exige um processo de reeducação especial. Figura 2. Traçados eletromiográficos do músculo flexor superficial do 3o dedo, em contração voluntária máxima, durante uma sessão de fisioterapia (A) e de terapia ocupacional (B), sem diferenças significativas, registrados pelo eletromiógrafo convencional.

Figura 1:. A) O equipamento portátil, mostrando o “feedback “ visual: o canal 1 aparece com traço vermelho maior, porque o músculo, no qual os eletrodos estão colocados, está se contraindo mais intensamente; e o canal 2, aparece com um traço vermelho menor, mostrando que o músculo, do qual não se deseja a atuação intensa. B) Os eletrodos sobre o músculo transferido, o flexor superficial do 3o dedo, o eletrodo ativo no ventre muscular e o referência em área tendinosa. O terceiro eletrodo é o terra. No punho lado ulnar observa-se a cicatriz cirúrgica e, na região tenar, vê-se o relevo do tendão transferido. Método e resultados: Nesse trabalho é aplicada a técnica de biofeedback eletromiográfico (BEMG) em uma paciente, com 27 anos, com hanseníase curada, com paralisia mediano e ulnar direita. Submetida a transferência de tendão do flexor superficial do III dedo para o polegar, cirurgia de Bunnel-Brand. A paciente realizou a fisioterapia convencional, tanto no período pré-operatório como no pós-operatório, com o objetivo de reeducar a nova unidade funcional sob supervisão direta do terapeuta. Foram usados um equipamento portátil de eletromiografia de superfície com dois canais de “feedback” áudio e visual, Fig. 1, e o eletromiógrafo usado na rotina para registrar a contração durante a cinesioterapia. O BEMG foi usado duas vezes no início do período préoperatório e no pós-operatório em um número maior de sessões de fisioterapia e também durante a terapia ocupacional para monitorar o processo de reeducação. Os resultados do treinamento foram registrados no eletromiográfo de rotina demonstrados nas figuras 2 e 3.

Figura 3: A) o músculo extensor comum dos dedos parcialmente relaxado e, B) o músculo extensor comum dos dedos completamente relaxado durante o exercício obtido na 2ª - 3ª semanas de fisioterapia pós-operatória. Conclusão: A técnica foi de fácil aplicação e entendimento pelo paciente e pelos terapeutas, e, forneceu os traçados eletromiográficos do músculo transferido e dos antagonistas, de uma paciente com boa compreensão motora, em um período de tempo habitual do programa de reeducação do ILSL (2 semanas prévias e 3 no pós-operatório). Estes dados fornecerão subsídios para a aplicação em outros pacientes. Entretanto, a sua indicação trará maiores benefícios em pacientes com algum grau de dificuldade de aprendizado motor. por | Marques T, Garbino Ja Instituto Lauro de Souza Lima- Divisão de Reabilitação, Bauru – SP -Brasil - reabilitacao@ilsl.br Trabalho da linha de pesquisas em Neuropatias Periféricas da Divisão de Reabilitação. Apoio da Fundação Paulista contra a Hanseníase www.fundacaohanseniase.org.br www.novafisio.com.br • ed. 59|2007 • 31


tininha | humor - passa-tempo - tv - novidades - música - cin

tininha

Oi Pessoal, mais um ano juntos e só tenho a comemorar. O ano foi ótimo, muita gente entrou em contato, fiz novas amizades e já tenho boas histórias para 2008. Mas eu quero mais, escreva também suas historinhas pra mim. tininha@novafisio. Feliz Natal, ótimo ano novo e até breve. Beijos Tininha

D i s t â n c i a

Os dois acadêmicos de fisioterapia se conheceram em um congresso recente em Salvador e começaram um relacionamento que não deu certo devido a distância. Um dia ele escreveu! Querida Cris. Não podemos continuar com esta relação. A distância que nos separa é muito grande. Tenho que admitir que tenho sido infiel desde que voltei do evento e acredito que nem você, nem eu, merecemos isto! Portanto, penso que é melhor acabarmos tudo! Por favor, mande de volta a minha foto que te enviei. Com Amor, “Beto”. A Cris recebeu a carta, e muito magoada pediu a todas os suas colegas que lhe emprestassem fotos dos seus namorados, irmão, amigos, tios, primos, etc. Juntamente com a foto do Beto, colocou todas as outras fotos que conseguiu recolher com suas colegas em um envelope. No envelope que enviou ao Beto estavam 57 fotos e um bilhete que dizia: Querido Beto, peço desculpas, mas não consigo me lembrar quem é você. Por favor, procure a sua foto no envelope e me envie de volta as restantes! Com carinho e com muito, muito amor... Cris.

Que Choque.

Eles eram amigos desde a faculdade. Formaram-se juntos e trabalhavam juntos na mesma clínica. Um dia durante uma tempestade com raios o Beto foi desligar o ondascurtas da tomada, ganhou um choque e morreu. O André disse ao Diogo: - Um de nós tem que avisar a mulher dele... Ao que o Diogo respondeu: - Eu sou bastante bom nessas coisas, eu vou! Passada uma hora, o Diogo estava de volta, com um engradado de cerveja. O André perguntou: - Onde arranjou isso? - Foi a viúva do Beto que me deu. - Como é? Você diz que o marido dela morreu e ela te dá uma caixa de cerveja? - Não foi bem assim. Quando ela abriu a porta, eu disse: - Você deve ser a viúva do Beto. Ela respondeu: - Não, eu não sou viúva! E eu disse: - Quer apostar um engradado de cerveja comigo? 32 • ed.59 | nov/dez 2007 • F&T

tininha@novafisio.com.br Participe, escreva


nema - automóvel - compras - moda - economia - turismo - esporte Bem pessoal não é a primeira vez que eu conto histórias de Fisioterapeutas que não estão arrumando emprego e por necessidades acabam pegando alguns bicos para poder pagar as contas. Vejam o que aconteceu com um colega que arrumou recentemente um bico de Papai Noel num Shopping, mas estava com tanto mau humor que só poderia dar nisso mesmo. Kerido Papai Noéu: Eu qeuria ganhá um joguinho espasiau de prezente de Natau... Tenho cido um boum minino neste ano. Ti adoro, Alexandre.

Ho! Ho! Ho!

Querido Alexandre: Sua ortografia é excelente! Parece um jumento escrevendo... Definitivamente terá uma brilhante carreira na vida... Tem certeza que você não prefere um livro de português? Quanto ao joguinho espacial, darei ao seu irmão, pelo menos ele sabe escrever!!! Um abraço, Papai Noel. Querido Papai Noel: Tenho sido uma boa menina este ano. A única coisa que peço é paz e amor para o mundo... Com amor, Sara. Querida Sara: Você anda fumando maconha? Paz e amor é? Humm sei! Papai Noel Querido Papai Noel: Poxa, fazem 3 anos que venho pedindo um caminhãozinho de bombeiros e nada... Por favor vê se desta vez você me traz um!!! Obrigado, Luiz.

Querido Luiz: Seus pedidos já me encheram o saco! Outra coisa... não é “fazem 3 anos” tá doido!?, não aprendeu ainda? Use sempre “faz 1 ano”, “faz 3 anos”, “faz 2.000 anos”. O verbo fazer no sentido de tempo não vai plural... ah deixa pra lá... Mas enfim, quando você estiver dormindo, incendiarei a sua casa, assim terá todos os caminhões de bombeiros que sempre desejou!!! Papai Noel. Querido Papai Noel: Quero uma bike, um nintendo, um computador, uma caixa de Lego, um cachorrinho, um pônei e uma guitarra. Com carinho, Tibúrcio. Querido “T I B Ú R C I O” ? Mais alguma coisa? Quem foi o infeliz que te deu esse nome? Huahuahuahuahua! Na verdade você não quer nada, não é mesmo? Porém tenho uma sugestão... Por que você não pede um nome novo? Papai Noel. Querido Papai Noel: Deixei embaixo da árvore de natal umas empanadas para você e cenouras para as renas. Um beijinho, Suzane. Querida Suzane: Empanadas me dão diarréia, e cenouras fazem minhas renas peidarem na minha cara... Quer me agradar, sua puxa-saco? Ao invés de porcarias, ponha caviar, uns Toblerones... Um beijão, Papai Noel. Querido Papai Noel: Por favor! Por favor! Por favor! Dá um cachorrinho pra mim! Por favor! Por favor! Por favor! Com imploração, Juninho. Querido Juninho! Esse tipo de imploração funciona melhor com os seus pais, já que você é adotado (ops. falei! agora já era) e eles te toleram demais... Já comigo não funciona... Pare de ser mala! Vou te dar é outro pijama!!! Papai Noel

contando suas histórias e sugestões.

SOBE... A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade, o parecer do deputado Alceni Guerra (DEM/PR), sobre o PL 3256/2004, do deputado Geraldo Resende (PMDB/MS) e o PL 4261/2004, da deputada Gorete Pereira (PR/CE), que tramitam conjuntamente e dispõem sobre a obrigatoriedade do atendimento fisioterapêutico pelas equipes do Programa de Saúde da Família. SOBE... O Hospital de Ipanema inaugurou as novas dependências do ambulatório de fisioterapia. O ambulatório de fisioterapia é essencial para tratamento de lesões e para correção de postura de pacientes, muitos deles idosos. A expectativa é de que a capacidade de atendimento aumente de 120 para 300 pacientes, por dia. A terapia corporal deve passar dos atuais 20 pacientes para 40. O novo ser viço de reeducação postural começará com 40 por dia e as demais modalidades saltarão de 100 para 220 por dia. DESCE... A Prefeitura de Jeceaba em Minas Gerais abriu inscrições para fisioterapeutas no período de 03 a 07 de dezembro. O salário é de R$ 1650,00 com carga horária de 40 horas/semana Acontece que a lei diz o seguinte: Os profissionais Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional ficarão sujeitos à prestação máxima de 30 horas semanais de trabalho. OBS: Participe do elevador você também. Envie para nosso email os fatos que você achou que subiu ou desceu sobre nossa profissão e publicaremos aqui!

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agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO CIDADE UF TELEFONES OU SITE JANEIRO 10% 18 a 20 Pilates Avançado na Obstetricia Pré e Pos-Parto Rio de Janeiro RJ (21) 2565-7690 / 0800 282 0624 22 a 27 V Curso Internacional de Linfologia e Drenagem Linfática Manual Medical Fortaleza CE (11) 3079-0925 / 3168-2592 10% 19 a 21 Pilates na Conduta Cinesioterapêutica Rio de Janeiro RJ (21) 2565-7690 / 2567-8561 19 a 22 Pilates Clínico Internacional São Paulo SP 0800 4007008 20 a 22 Bad Ragaz São Paulo SP 0800 4007008 22 a 24 Halliwick São Paulo SP 0800 4007008 22 a 27 Linfologia e Drenagem Linfática Dr. Leduc Fortaleza CE (11) 3079-0925 / 3168-2592 24 a 26 Hidro nas Algias São Paulo SP 0800 4007008 27 a 31 Watsu São Paulo SP 0800 4007008 28 a 31 Pilates Clínico Internacional Ribeirão Preto SP 0800 4007008 FEVEREIRO 09 a 12 Maitland Lombar São Paulo SP 0800 4007008 13 a 16 Maitland Cervical São Paulo SP 0800 4007008 18 a 19 RPG/RDM Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 19 a 24 Pilates RDM Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 21 a 23 Encontro Internacional de Fisioterapia Dermato-Funcional Belo Horizonte MG 22 a 23 Técnicas Osteopáticas São Paulo SP 0800 4007008 22 a 24 Reeducação Funcional Assoalho Pélvico Curitiba PR (41) 3072-0663 24 a 25 Mobilização Neural Campinas SP 0800 4007008 27 e 28 Mobilização Neural Ribeirão Preto SP 0800 4007008 29 a 1 Técnicas Osteopáticas Ribeirão Preto SP 0800 4007008 MARÇO 01 e 02 Massoterapia Rio de Janeiro RJ (21) 9688-1168 / 8830-8067 01 e 02 Téc. de Fisioterapia Manual da Coluna Vertebral - Osteopatia Rio de Janeiro RJ (21) 9688-1168 / 8830-8067 01 e 02 Pilates Smart - Reab/Flex/Roll São Carlos SP (16) 3307-3622 01 e 02 Alongamento em Cadeias Musculares São Carlos SP (16) 3307-3622 02 e 03 Mobilização Neural Londrina PR 0800 4007008 02 a 14 RPG - Souchard - 1ª Fase Brasíla DF (27) 3349-0799 / 8823-3390 10% 04 Esp em Fisio Traumato-Ortopédica Campinas SP (19) 3794-9100 04 a 06 Mobilização Neural Porto Alegre RS 0800 4007008 06 a 08 Técnicas Osteopáticas Porto Alegre RS 0800 4007008 08 e 09 Massoterapia Rio de Janeiro RJ (21) 9688-1168 / 8830-8067 08 e 09 Téc e Praticas do Alongamento Corporal Rio de Janeiro RJ (21) 9688-1168 / 8830-8067 08 a 16 Curso de Ergonomia Inst. Flor de Lótus Nova Friburgo RJ (22) 2523-8863 / 2523-9372 15 e 16 Téc e Praticas do Alongamento Corporal Rio de Janeiro RJ (21) 9688-1168 / 8830-8067 22 e 23 Drenagem linfática Manual/linfoterapia Rio de Janeiro RJ (21) 9688-1168 / 8830-8067 25 a 28 Pilates Clínico Internacional Porto Alegre RS 0800 4007008 29 e 30 Drenagem linfática Manual/linfoterapia Rio de Janeiro RJ (21) 9688-1168 / 8830-8067 04 a 06 Cosmetologia p/ Fisio. Dermato Funcional Curitiba PR (41) 3072-0663 ABRIL 05 Avaliação e Intervenção Neonatal Niterói RJ (21) 2705-0517 05 e 06 Primeiros Socorros Rio de Janeiro RJ (21) 9688-1168 / 8830-8067 05 e 06 Fisioterapêutica do Aparelho Locomotor Rio de Janeiro RJ (21) 9688-1168 / 8830-8067 05 e 06 Shiatsuterapia Rio de Janeiro RJ (21) 9688-1168 / 8830-8067 DIVULGUE SEU CURSO GRATUITAMENTE AQUI! VEJA NOSSA AGENDA COMPLETA NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR

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agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA ABRIL 05 e 06 05 e 06 12 e 13 12 e 13 12 e 13 19 e 20 19 e 20 19 a 27 26 e 27 26 e 27 30 a 03 MAIO 07 a 10 09 a 12 10 e 11 17 e 18 18 a 21 22 a 25 22 a 30 JUNHO 01 a 04 05 e 08 10 e 11 17 e 18 27 a 29 31 e 01

CURSO

CIDADE

UF TELEFONES OU SITE

Ventilação Mecânica Pilates Saúde da Mulher Fisioterapêutica do Aparelho Locomotor Shiatsuterapia Ventilação Mecânica Fisioterapêutica do Aparelho Locomotor Shiatsuterapia Drenagem Linfática Inst. Flor de Lótus Fisioterapêutica do Aparelho Locomotor Shiatsuterapia Pilates Clínico Internacional

Rio de Janeiro RJ São Paulo SP Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Nova Friburgo RJ Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Campinas SP

(21) 9688-1168 / 8830-8067 0800 4007008 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (22) 2523-8863 / 2523-9372 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (21) 9688-1168 / 8830-8067 0800 4007008

Congresso Int. de Fisioterapia Manual Pilates Clínico Internacional Vivência no Tto do Lesado Medular Vivência no Tto do Lesado Medular Mulligan Atuação da Fisio nas DTM Formação de RPG - Sistema Australiano

Fortaleza Londrina Rio de Janeiro Rio de Janeiro São Paulo Curitiba São Paulo

www.fisioterapiamanual.com.br 0800 4007008 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (21) 9688-1168 / 8830-8067 0800 4007008 (41) 3072-0663 0800 4007008

Conceito Mulligan Curso de Ergonomia Inst. Flor de Lótus Órtese e Próteses do Aparelho locomotor Órtese e Próteses do Aparelho locomotor Congresso Internacional de RPG Órtese e Próteses do Aparelho locomotor

Porto Alegre RS Nova Friburgo RJ Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Portugal Rio de Janeiro RJ

CE PR RJ RJ SP PR SP

0800 4007008 (22) 2523-8863 / 2523-9372 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (21) 9688-1168 / 8830-8067 (11) 5044-0940 / 5542-6374 (21) 9688-1168 / 8830-8067

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TERAPIA MANUAL

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Pilates Clínico Internacional Conceito Maitland I Conceito Maitland II Mobilização Neural Técnicas Osteopáticas PORTO ALEGRE – RS

Mobilização Neural Técnicas Osteopáticas Pilates Clínico Internacional RIBEIRÃO PRETO – SP

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AGENDA 2008

INÍCIO

19/jan. 09/fev. 13/fev. 20/fev. 22/fev. INÍCIO

TÉRMINO

22/jan. 12/fev. 16/fev. 21/fev. 23/fev.

TÉRMINO

04/mar. - 18h 06/mar. - 18h 25/mar.

06/mar. - 13h 08/mar. - 13h 28/mar.

INÍCIO

TÉRMINO

INÍCIO

TÉRMINO

INÍCIO

TÉRMINO

27/jan. 26/fev. 28/fev. 02/mar. 24/fev. 30/abr.

30/jan. 27/fev. 29/fev.

03/mar. 25/fev. 03/mai.

TERAPIA AQUÁTICA

SÃO PAULO-SP

Conceito Bad Ragaz Conceito Halliwick Hidroterapia Nas Algias Watsu Para Fisioterapeuta Prova de Terapia Aquática

INÍCIO

20/01/2008 - 18h 22/01/2008 - 19h 24/01/2008 - 19h 27/01/2008 - 18h 01/02/2008 - 8h30m

TÉRMINO

22/01/2008 - 13h 24/01/2008 - 13h 26/01/2008 - 13h 31/01/2008 - 13h 01/02/2008 - 10h30m

Nossa programação é seqüencial. Permite que você realize vários cursos no mesmo período.

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Fisicursos Pós-graduação e extensão

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FisioPerfil | sempre uma breve entrevista de quem tem uma longa história.

Marisa Pereira Gonçalves Em que ano e em qual faculdade se formou? 1983, Universidade Federal de Santa Maria - RS Qual foi a melhor coisa que fez na vida? Ensinar aos jovens acadêmicos de Fisioterapia a importância da profissão na assistência ao doente crítico. Qual foi a pior coisa que fez na vida? Subestimar a inteligência de meus inimigos. O que você mais gosta na profissão? Ter a oportunidade de formar profissionais competentes, éticos e responsáveis por seus atos. O que você odeia na profissão? Falta de evidência científica em algumas técnicas empregadas (isso me incomoda muito...). Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? Busca constante do aprimoramento profissional. Que qualidade detesta nos profissionais que te cercam? Arrogância. Qual sua maior virtude? Nunca desistir dos sonhos. Qual seu pior defeito? Exigir demais das pessoas. Se pudesse mudar algo, o que seria? O caráter de algumas pessoas. Qual maior mentira já contou? Que sou incapaz de perdoar. Qual foi o fato mais inusitado em sua profissão? No início de minha vida profissional, ao injetar água com uma seringa, no tubo traqueal de um paciente, esqueci de retirar a agulha e a mesma penetrou no tubo, sendo necessário “fisgá-la” com uma pinça. Que sufoco! Qual fato foi o mais cômico? Certa vez, à noite, entrei no quarto de um hospital para realizar Fisioterapia num doente. Ali estava internado, um senhor grisalho de 78 anos, sem acompanhante e bem humorado. Durante o tratamento, por curiosidade, perguntei-lhe: o senhor vai dormir sozinho esta noite? Ele respondeu: você é quem sabe!!! (Mas que saia justa!). Qual seu maior arrependimento? Confiar demais nas pessoas. Qual dica daria aos colegas? Diria que nós profissionais da saúde devemos ter, além do embasamento teórico-técnico-científico, um embasamento ético-moral que seja um referencial expressivo de nossas ações. E, desta forma, sejamos responsáveis técnica e moralmente por elas em todos os momentos de nossa prática assistencial com também nas nossas infinitas situações cotidianas. Qual objeto de desejo? Uma indústria de equipamentos fisioterapêuticos projetados por mim. Qual sua aquisição mais recente? Diploma de Doutorado. Qual seu maior sonho? Envelhecer com qualidade de vida. 38 • ed.59 | nov/dez 2007 • F&T

Quem é | Dra. Marisa Pereira Gonçalves Especialista em Administração Hospitalar (Faculdade São Camilo/SP), Especialista em Fisioterapia em Cardio-pneumologia (UFSM/RS), Especialista em Fisioterapia Pneumofuncional (COFITO), Mestre em Engenharia de Produção (UFSM/RS), Doutora em Ciências da Saúde (UNB/DF). Atualmente, Sub-chefe do Departamento de Fisioterapia e Reabilitação da Universidade Federal de Santa Maria e Docente da Área de Fisioterapia em Intensivismo (UFSM/RS)

Qual seu maior pesadelo? Perder as pessoas que amo Qual talento gostaria de ter? Talento musical Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o que? Me identifico tanto com a Fisioterapia que não me vejo em outra profissão. E qual profissão jamais queria ter? Com talento e vocação qualquer profissão é digna de ser exercida. Diga uma frase para colocarmos em nossa seção de frases. “A simplicidade é o último degrau da sabedoria!” (Kalil Gibran) Um desafio? Projetar um equipamento de desobstrução para ser usado no paciente em estado grave. Quer fazer alguma divulgação? Leiam a reportagem (“memória turbinada”) na revista Istoé (08/08/07), referente a minha tese de doutorado.

Indique um profissional com uma longa história para ser nosso próximo entrevistado


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