Edição 57

Page 1




check-up |

ISSN 1678-0817

| editorial Caros leitores e assinantes, nós da revista Fisio&terapia informamos que as ligações não param e o recebimento de e-mails idem. Todo este volume de comunicados que estamos recebendo tem um ponto em comum. Falam em promoção com relação ao preço de nossa assinatura, mas na verdade não se trata de promoção e sim de “redução”. Promoções têm como foco principal: buscar um retorno financeiro imediato em um período determinado e, muitas vezes, até tornar-se uma forma de encontrar uma saída emergencial para alguma crise. Mas este, felizmente não é nosso caso. A redução implantada no valor de nossa assinatura é na verdade, um novo direcionamento de custos e equilíbrio administrativo. Em um país onde cada dia os preços sobem quase sempre sem motivos, entendemos que causa estranheza uma queda no preço de determinado bem sem que caia a qualidade do mesmo, ou melhor, até melhore a mesma. Fiquem tranqüilos e continuem acreditando nesta parceria que cada vez mais, temos a certeza que está dando certo. Dr. Oston Mendes - Editor

| Equipe EQUIPE - VEJA QUEM FAZ A REVISTA QUE VOCÊ LÊ EDITOR - OSTON DE LACERDA MENDES ASSISTENTE - LUCIENE LOPES REDATOR - EDUARDO TAVARES DESIGN GRÁFICO E WEB DESIGN - MARCIO AMARAL FOTÓGRAFO - RICARDO “RICK” RIBAS CONSULTOR - ANTÔNIO CARLOS TRUBIANI

10 Entrevista com Diego Hypólito

| protocolo

05 Cartas 06 Clipping de notícias 07 Frases e Coluna Social 08 Coluna do Prof. Luis Guilherme 09 Apnéia no surf 12 Crochetagem sobre o ligamento periodontal 14 Pilates, fisioterapia e educação somática

16 Análise clínica 20 Neuroma de Morton 24 As duas faces da relação fisioterapeuta-paciente 26 Aplicabilidade do flutter 30 Mensuração da amplitude 32 Tininha 34 Agenda de eventos 38 FisioPerfil

| Imagina o tamanho da barriga. Escorregamos feio na edição passada quando na entrevista dissemos que a atleta Índia treinou até os 5 anos de gravidez, óbvio queríamos dizer até os 5 meses. Fica aqui nossa correção.

ASSINE E RECEBA EM CASA

Não perca mais nenhum exemplar! Assine agora, pague apenas uma vez R$30,00 e receba a revista em casa por um ano. Quando você receber o último exemplar no ano que vem, dentro dele irá uma carta comunicando que você deve renovar para continuar a receber. Você pode parcelar também em 3x R$10,00 com cheque ou cartão (muito barato!) Assine e receba as melhores entrevistas e artigos de fisioterapia em sua casa.

• ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

COMO CONTATAR A NOVAFISIO PARA ENVIAR COMENTÁRIOS, SUGESTÕES, CRÍTICAS E INFORMAÇÕES SOBRE QUALQUER SEÇÃO OU SOBRE O SITE DA REVISTA. ENDEREÇO: R. JOSÉ LINHARES, 134 LEBLON - RIO DE JANEIRO - RJ CEP: 22430-220 TEL: (21) 3521-6783 / 2294-9385 E-MAIL: REVISTA@NOVAFISIO.COM.BR (de 2ª a 6ª das 9h às 19h) Toda correspondência que chegar à Redação poderá ser publicada de forma resumida. Deve conter o nome do autor, a cidade e o estado. SITE NOVAFISIO Não esqueça que se você é assinante da Fisio&terapia, pode navegar livremente pelo nosso site: www.novafisio.com.br e solicitar artigos já publicados. PARA ASSINAR O VALOR DA ASSINATURA ANUAL É R$30,00 (TRINTA REAIS) E PODE SER FEITA COM CHEQUE, DEPÓSITO, BOLETO E CARTÃO DE CRÉDITO www.novafisio.com.br revista@novafisio.com.br PARA RENOVAR SUA ASSINATURA, COMUNICAR MUDANÇA DE ENDEREÇO OU TIRAR DÚVIDAS SOBRE PAGAMENTO E ENTREGA DA REVISTA revista@novafisio.com.br (21) 3521-6783 / 2294-9385 (de 2ª a 6ª das 9h às 19h) PARA ANUNCIAR NA REVISTA, NO SITE OU FAZER MAILLINGS (e-mail marketing) revista@novafisio.com.br (21) 3521-6783 / 2294-9385 (de 2ª a 6ª das 9h às 19h)

Ligue ou assine pelo site:

A REVISTA FISIO&TERAPIA NÃO SE RESPONSABILIZA POR CARTAS E ARTIGOS ASSINADOS.

RJ (21) 3521-6783 / 2294-9385

LEIA TAMBÉM: WWW.REVISTALEBLON.COM.BR


Turbilhão | cartas - escreva também e leia outras cartas no site. Professor Power Point Fenômeno recente na educação brasileira, a utilização das moderníssimas mídias e recursos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) começa a criar alguns problemas nas universidades que nelas investiram pesado. Um desses sintomas é o surgimento da figura do “”Professor Power Point””. Esse profissional realiza suas atividades docentes recorrendo insistentemente à utilização de computadores, datashow e apresentações de slides no formato consagrado através do programa da Microsoft que consta do pacote Office. O Power Point, dessa forma, está se tornando protagonista principal das aulas desses docentes e, ao mesmo tempo, é o direcionador do raciocínio, das palavras e da articulação da aula. Nenhum problema maior existiria se esse uso fosse realizado concomitantemente a livros, revistas, jornais, trabalhos em grupo, seminários, filmes, músicas e pesquisas de campo.

A dor de cabeça nessa questão do uso exagerado das tecnologias não reside no recurso, mas na forma como utilizamos essas ferramentas. Há docentes que embarcam tão fortemente na onda das tecnologias que estão se esquecendo de consolidar suas bases acadêmicas na leitura dos livros recentes publicados em suas áreas ou nos clássicos desses segmentos. E todo profissional que se preza, em especial na área da educação, onde há - ou deve haver - o comprometimento com a formação dos alunos, tem que estar atualizado, através da leitura de jornais, revistas, publicações especializadas ou ainda em artigos e materiais acadêmicos. O Power Point é apenas uma das ferramentas que está sendo utilizada de forma errônea na educação. Há também outros recursos, como os buscadores (Google, Yahoo, AltaVista), dos quais os estudantes e também os professores acabam abusando ao utilizarem, sem critério e leitura mais aprofundada, qualquer texto que seja a eles apresentado a partir de uma primeira pesquisa.

Aulas em que o professor não consegue fazer com que seus alunos o vejam como o personagem principal, como aquele que organiza o tema, demonstra conhecimento, direciona as atividades, estrutura tarefas, explica os conceitos principais e também as idéias que dão suporte aos raciocínios direcionadores do tema que está sendo discutido perdem a credibilidade e, como conseqüência disso, também os docentes acabam tendo suas imagens arranhadas perante os alunos.

Quero enfatizar que o uso desses recursos já é parte do mundo em que vivemos há pelo menos 10 ou 15 anos e não dá para pensar num futuro próximo sem essas tecnologias. Nesse sentido, nossa principal responsabilidade como educadores é analisar em profundidade quais são as melhores alternativas. Compreender para usufruir do que há de melhor na tecnologia é o caminho para que computadores, internet e afins sejam muito mais úteis a todos do que atualmente têm sido.

É verdadeira a idéia corrente de que os estudantes têm consciência quanto aos professores com os quais trabalham no que tange a quem domina e a quem ainda não tem plena segurança no exercício de sua função enquanto docente. É por isso que os alunos sempre se propõem a verdadeiramente “testar” as qualidades de seus professores quando se iniciam as aulas, com perguntas e atitudes através das quais procuram colocá-los em xeque. Isso não quer dizer que tenhamos que ter respostas para tudo o que nos é perguntado. É sábio o professor que, perante questões sobre as quais tem dúvidas ou em casos de desconhecer determinando assunto, assume que precisa pesquisar e ler mais.

A Internet, por exemplo, é uma fonte de informações que não pode ser desprezada. Cabe também aos educadores o compromisso de entender o que está sendo oferecido na rede para que os melhores sites, portais e softwares sejam sugeridos aos estudantes. Somente a título de exemplificação dos descaminhos da Internet na educação, cito a Wikipédia, celebrada mundialmente como a ferramenta que democratizou o saber. Ela não é fonte consolidada e passível de utilização em trabalhos acadêmicos, por causa de erros e imprecisões em dados que apresenta. Por outro lado, sites de instituições como IBGE, MEC, IPEA e Fundação Getúlio Vargas, bem como jornais, revistas e sites liga-

dos a empreendimentos educacionais e de pesquisa (como universidades ou o próprio Planeta Educação) podem ser utilizados como referências em trabalhos e produções acadêmicas. Cabe a todos aqueles que estão inseridos no universo da educação fazer valer a experiência e atuar com seriedade e maturidade na inserção das tecnologias na escola e na vida dessas e das futuras gerações de estudantes, para que seu uso seja dirigido com inteligência pedagógica e frutifique socialmente, através de formandos que se insiram na sociedade sabendo exatamente como, por que, onde e com que finalidades essas tecnologias podem ser usadas em nossas existências. Por João Luís Almeida Machado

DPF - Depressão Pós Faculdade Você passa quatro anos indo para o mesmo lugar todos os dias, vendo as mesmas pessoas, falando sobre o mesmo assunto, agüentando os mesmos professores chatos, idolatrando os mesmos professores ótimos, reclamando dos mesmos problemas, comendo o mesmo salgado murcho, bebendo no mesmo boteco fedido. Você passa quatro anos querendo sair mais cedo da aula todos os dias, contando as moedas pra tirar mais uma das milhares de xerox, se revoltando com a quantidade de páginas da xerox, se perdendo nos corredores da biblioteca pra achar o bendito livro, se desesperando nas provas, quebrando a cabeça pra fazer uma pauta, deixando de dormir até mais tarde no fim de semana pra fazer o tal do trabalho, indo dormir mais tarde pra fazer o tal do trabalho. Isso tudo, sem contar o último ano, em que todos esses fatores são multiplicados por quantas vezes você achar melhor. E lá vem o TCC, que tira seu tempo, seu sono, sua paciência, seus fins de semana, seus feriados, suas refeições bem feitas, seu namoro , suas noites bem-dormidas, sua diversão. Mas, em compensação você ganha, entre os itens que mais se destacam, um belo par de olheiras e aversão à gráficas (incluindo as pessoas que lá trabal-

ham) e impressoras (um grande parabéns aos que não quebraram ou não deram pelo menos um soco em alguma). Não podemos deixar de citar as brigas com o seu grupo e as incontáveis vezes em que você escreveu, reescreveu, editou, gravou, fotografou, deletou tudo e começou de novo. Chega o grande dia e junto com ele, um imenso alívio. É isso. Acabou. Tchau. Bye bye. Até mais. Te vejo por aí. Você trabalha e depois das 18h vai pra casa. No dia seguinte também. E no outro, e no outro. Alguns arrumam outras atividades pra ocupar o tempo. Outros simplesmente vão pra casa, sentam-se no sofá e assistem tv, dormem, comem, babam na almofada sem se importar em ver o tempo passar. Mas, têm também aqueles que sentem um enorme vazio. Cadê os meus amigos pra conversar? E os textos que eu tinha pra ler? Para onde foram professores que eu parava para trocar idéia no corredor? Cadê tudo o que eu fazia todos os dias? Cadê as pessoas que eu convivia? Acabou. É, meu amigo. Está com esses sintomas? Então você está com a tal da DPF - Depressão pós-faculdade.Tudo aquilo que você xingou por anos, agora faz uma falta enorme aí na sua vida. Ficou um buraco. E, se você não aproveitou, esse buraco fica ainda maior. Portanto, se durante os quatro anos você não quis comer aquele salgado gorduroso, tomar a cerveja no boteco da esquina, comprar a trufa que sua colega vendia, fazer a pauta, escrever a matéria, gravar o programa, pegar a sonora, fotografar o fulano, diagramar o texto, estudar pra prova, pedir pro professor tirar sua falta, conversar durante a aula e tomar bronca, dar uma de nerd e responder o que o professor pergunta e muito, muuuuito mais... perdeu. Se você está entrando na faculdade agora, aproveite cada minuto. Xingue, mas não deixe nada passar.Agora, se assim como eu, você fez tudo isso e com muito orgulho, curta a saudade, reencontre os amigos e professores e lembre-se que essa foi uma das melhores épocas da sua vida. E que, da faculdade, você tire pelo menos esta lição: os momentos e as pessoas são únicos !!! E as oportunidades também. Autor não divulgado. www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 •


turbilhão | clipping - leia nosso clipping atualizado diariamente no site www.novafisio.com.br Exame de Suficiência

candidatos — os chamados pilotos. A PF afirma que eles recebiam R$ 6 mil por aprovação.

Aconteceu - 04/07/2007 18h52 - Educação rejeita avaliação periódica de fisioterapeutas

Além disso, segundo os agentes, a quadrilha comercializava a venda de direito de transferência de universitários aprovados em universidades particulares para universidades federais e estaduais. Por cada uma dessas vagas, a quadrilha recebia de R$ 25 mil a R$ 70 mil.

A Comissão de Educação e Cultura rejeitou o Projeto de Lei 1444/03, do deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), que submete fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais a exames de suficiência, a cada cinco anos, perante seu conselho profissional como exigência para o exercício de suas respectivas profissões. A relatora do projeto na comissão, deputada Nilmar Ruiz (DEM-TO), sustentou o parecer anteriormente apresentado por sua colega Alice Portugal (PCdoB-MG). O parecer recomendava a rejeição da matéria sob o argumento de que a qualidade dos profissionais de fisioterapia e de terapia ocupacional não será assegurada com o exame proposto, mas pela fiscalização dos cursos de graduação e do exercício da profissão correspondentes. Segundo a relatora, “a excelência dos serviços prestados pelos profissionais de fisioterapia e terapia ocupacional só será assegurada de fato com a rigorosa fiscalização dos cursos de graduação das faculdades, centros universitários e universidades que os oferecem”. Tramitação O Projeto de Lei 1444/03 havia sido anteriormente aprovado na Comissão de Seguridade Social e Família. Com a rejeição na Comissão de Educação e Cultura, sua tramitação perdeu o caráter conclusivo. A matéria ainda será analisada nas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Reportagem - Edvaldo Fernandes Edição - Cristiane Bernardes Fonte: Agência Câmara

Vestibular comprado PF faz operação contra venda de vagas em universidades A Polícia Federal deflagrou a Operação Vaga Certa. O objetivo é combater um esquema de venda de vagas em Universidades públicas e particulares. Cinqüenta policiais federais cumpriram nove mandados de prisão e oito de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e Ceará. De acordo com a PF, a quadrilha contava com a participação de jovens universitários que faziam as provas dos vestibulares no lugar dos verdadeiros

• ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

A existência da organização criminosa foi comprovada pela prática reiterada de diversos crimes (fraudes, utilização de identidades e de documentos falsos, falsificações de documentos, vantagem econômica, etc.), pela organização hierárquica e pela distribuição de tarefas entre os integrantes da quadrilha, segundo a Polícia Federal. Fonte: Revista Consultor Jurídico, 30 de abril de 2007

Camisa de força A Panasonic apresentou ao mundo algo que promete ajudar, em muito, os pacientes que estão em reabilitação. Trata-se do Realive Power Assist, um protótipo de “camisa robótica” desenvolvida para ajudar no movimento das extremidades superiores (braços e mãos) às pessoas com determinados tipos de paralisias, obtendo uma recuperação muito mais rápida e eficiente. O Realive Power Assist possui “músculos artificiais” que quando estimulados respondem com o movimento desejado do paciente. Esses “músculos”possuem sensores, os quais interpretam a intenção do movimento que o paciente deseja e são movimentados por ar comprimido. O Realive Power Assist deve chegar ao mercado 2009, somente para hospitais e instituições.


turbilhão | frases, coluna social “A Fisioterapia tem ótimos resultados e merece ser respeitada por profissionais e pacientes.” [Dr. Luiz Guilherme]

“já falava da necessidade se sairmos destas entidades NÃO-FISIOTERAPÊUTICAS para respaldar, dar credibilidade as nossas entidades e a categoria como um todo... Poucos me ouviram e muitos estão sendo EXPULSOS.” [Dr. Jefferson Catunda]

“É certo que a solução de determinados problemas fogem (em parte) do poder de decisão das nossas entidades de classe, mas a solução pode muito bem ser alavancada por elas. A solução não é fácil, mas acho que também não é impossível, basta um pouco de amor a profissão e vontade de trabalhar.” [Vitor Vasconcelos, acadêmico de Fisioterapia - Universidade de Fortaleza durante um debate sobre a postura das entidades]

coluna social | XV ENEEFISIO - Aracaju - SE

“A gente aprende a dar valor ao que tem valor.”

[Joana Medeiros em entrevista para Revista Fisio&terapia]

www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 •


Crônica | Coluna Prof. Luis - luisguilherme@novafisio.com.br

A fisioterapia de verdade no PAN por

|

Prof. Dr. Luís Guilherme Barbosa

E

ntão, acabou mais um JOGOS PANAMERICANOS, desta vez na Cidade Maravilhosa num sentido e “Horovilhosa” em outro. O Carioca se entregou, curtiu, torceu, vibrou, chorou, enfim aproveitou o PAN, PAN, PAN, PAN do esporte nacional na terra do Samba. Eram atletas pra cá, delegações pra lá, comissões técnicas aqui, juízes ali, todos empenhados em fazer o seu melhor. Pois é, nós também estávamos ali. Nós os fisioterapeutas! Vocês repararam nas bandagens, no “cinesiotapping”, em compressas de gelo e alongamentos que aconteciam a toda hora? Como você acredita que a Daiane conseguiu competir? Você pensa que a rotina de um atleta é fácil, simples, ou coisa parecida? NÃO, NÃO, NÃO, NÃO, é muita barra, muito estresse, muito treino e, conseqüentemente muitas lesões, todo o tempo; é o pessoal dos departamentos médicos das delegações trabalhando de sol a sol. Imagina, então, que com a questão do “dopping” cada vez mais complicada, a dificuldade de medicar o atleta vem piorando na velocidade da luz. A solução: Fisioterapia neles! Entra em cena a equipe do Dr. José Roberto Prado Júnior, responsável pela Fisioterapia do COB. São muitas histórias semelhantes àquela do Ronaldinho agradecendo ao Nilton Petrone na Copa do Mundo de Futebol de 2002, passando pelo Maicon, tentando abraçar o Odir na Copa América de Futebol desse ano e a outros “milagres” que o Rosan realizou, chegando às diversas histórias do PAN, que o Zé Roberto estará contando em suas aulas e palestras. Fico feliz com tudo isso porque é nisso que acredito. Uma Fisioterapia de resultados, objetiva, resolutiva, muito diferente da tal das “dez sessão”, ou dos “pacotes”. Vá de retro, desgraça da vida de muitos! Essa é verdadeira Fisioterapia que passaram tantos anos escondendo, desviando para o erro, para poderem ganhar dinheiro em cima. REPITO: médico não pode ser dono de Serviço de Fisioterapia, pois se trata de sub-jugo de uma profissão à outra, gerando essa péssima qualidade que, infelizmente, virou marca da Fisioterapia e que, agora, é carma nosso mudar o paradigma. A exemplo de alguns companheiros de caminhada, sou otimista, não aquele otimista babaca, que acredita no melhor por não ter coragem de enxergar o pior. Não, sou otimista porque vejo nos alunos em sala de aula, nos companheiros que compartilham meus trabalhos, nos agradecimentos recebidos de um sem número de pacientes e nos resultados de diversos companheiros de caminhada, oportunamente citados, a luz que nos serve de força motriz. Na última matéria que publicamos, fui surpreendido novamente por uma “menina” lá do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, de Belo Horizonte, nas Minas Gerais que tanto amo. Essa profissional é a Dra. Patrícia Maira de Araújo, que tem se dedicado à minha área de militância, desde 1992, a Fisioterapia do Trabalho, aliás, foi o que a motivou me procurar. Trabalhadora, dedicada à nossa causa ela mandou um artigo, do qual transcreverei algumas partes, com a devida autorização da colega. Dito isso, veja o que pensa essa adorável criatura sobre as dificuldades que enfrentam os fisioterapeutas: “Então, o que podemos fazer para viver da profissão que escolhemos, no nosso caso a fisioterapia? Precisamos o tempo todo de criatividade, buscar sempre renovar o conhecimento (leituras de artigos, participação de palestras e cursos), marketing pessoal, ser pro-ativo, saber trabalhar em equipe, ter competência para prescrever as técnicas de fisioterapia, sorte, ajuda de outros profissionais e principalmente ser otimista e saber motivar-se”. Manda muito bem, não é?! Não é à toa que já está trabalhando, correndo na frente do prejuízo. Veja mais: “..jamais podemos desanimar, mesmo passando a maior parte de nosso tempo ocioso, assistindo TV ou dormindo, pois é neste instante que precisamos captar e concentrar todas as nossas energias e transformá-las em idéias, enxergar oportunidades, gostar de inovação, não esperar pelos outros (que sempre tem um emprego para te arrumar) e apresentar propostas sem se intimidar. Usar todos os recursos lícitos possíveis, como enviar e-mail, falar para todas as pessoas que podem te ajudar, ir aos locais, telefonar, colocar no jornal, entre outros. Identifique os lugares que deseja trabalhar e anexe junto ao currículo um projeto ressaltando como seus serviços podem agregar valor aos negócios da empresa, maximizando os resultados. Chegou à hora de demonstrar o seu diferencial e lembre-se sempre, o mercado não precisa mais de gente que faz o básico”. Não é bom ver uma recém-formada falar com essa propriedade? Com essa vontade de “arrombar” as portas? Chega do “básico”, das “dez sessão”, desse “nhem, nhem, nhem” sem sentido, cujo objetivo é nos colocar como serviçais, engordando contas bancárias alheias. As declarações dessa jovem, linda por sinal (não se animem, pois não divulgarei a foto que me enviou), inteligente e determinada é que devem nortear a formação do novo profissional fisioterapeuta. E aí vai um cutucão no companheiro professor, visto que o aluno deve ser tratado com um futuro profissional, deve ser respeitado e valorizado, pois ele será, ou não, a energia transformadora do paradigma reinante. Vamos elevar sua auto-estima, vamos estimular o que há de melhor neles, vamos exemplificar o positivo para que eles tenham onde se apoiar. Por isso peço: se você não tem experiência num assunto não se meta a dar aulas daquilo para não mostrar fraquezas, que não existem em quem fala do que faz, e gerar inseguranças no seu aluno. Como disse uma escritora americana “quem não sabe o que procura não reconhecerá quando encontrar”, precisamos ensinar o que queremos construir. O futuro está em nossas mãos e devemos mostrar a nossos alunos como implantar esse futuro. Já é! Parabéns a todos que participaram de algum modo do PAN RIO, foi uma vitória em larga escala, foi bonito de tudo, mesmo com as falhas inevitáveis num evento desse porte. Parabéns aos nobres colegas de profissão que lá aplicaram seus saberes e lá deixaram seus suores e noites de sono. Parabéns também aos formadores do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, que nos presentearam com essa colega de profissão que demonstra tão bom padrão. Mandem seus comentários, critiquem, não se preocupem se discordarem, pois não serão maltratados. Lembrem-se: só não erra quem não faz!!! “A calma é a Mãe de todas as soluções!” Prof. Luís Guilherme Barbosa

• ed.57 | jul/ago 2007 • F&T


Artigo | Apnéia, surf, respiração

Apnéia no surf, uma nova forma de respirar por

|

E

Eduardo Tavares

les exigem maior esforço físico e muito controle emocional. Para alguns, podem oferecer mais riscos, mas a verdade é que, a cada dia, os esportes radicais vem se tornando uma mania entre as pessoas que vivem a praticam e vivem em cidades com áreas privilegiadas ecologicamente como o Rio de Janeiro e ouras cidades pelo país. Segundo especialistas, os chamados esportes radicais fazem muito bem à saúde, pois exigem um preparo físico aprimorado. Uma modalidade que tem levando novos alunos a Escola de Natação Estilo, na Barra, é a Apnéia no Surf. Ministrada pelo instrutor de mergulho e windsurfista profissional, Paulo de Tharso, a prática regular dos exercícios, segundo ele, melhora a ansiedade, a qualidade de sono e proporcionando um controle maior dos batimentos cardíacos do praticante, consequentemente aprimorando a saúde. - Garanto que na primeira aula, eu praticamente dobro a apnéia do aluno. Meu primeiro

passo é ter o controle psicológico já que a apnéia é 50% psicológica - garante o instrutor. Ela pode ser praticada por qualquer pessoa. Quem também vem procurando o curso são os atletas de ponta que buscam melhorar suas performances. Há restrições apenas durante as crises de asma intensa. Não confundir com o mergulho recreativo com garra, este sim totalmente desaconselhável para quem sofre crises crônicas de asma e bronquite. Em média, em uma respiração inconsciente, que pode ser definida como aquela que realizamos sem qualquer atenção ao processo, inspiramos cerca de 400 ml de ar, ou 10% daquilo que poderíamos inspirar. Como 95% da energia produzida nas células requer oxigênio, é mais do que razoável afirmar que negligenciar a importância da respiração é um erro gravíssimo, tornando-nos mais lentos e mais rapidamente cansados. Os nossos pulmões e diafragmas, assim como dizem os estudiosos sobre os nossos cérebros, são, assim, displicente e perigosamente subti-

lizados. Respirar foi a primeira coisa que fizemos na vida e será também a última. - É justamente o que procuro fazer com minha experiência. Proporcionar reeducar o indivíduo a respirar corretamente – explica Paulo de Tharso. O big rider Rodrigo Resende, o The Monster, um dos mais corajosos e técnicos surfistas de ondas grandes da atualidade, faz coro com Paulo. - É incrível como é simples e rápido obter resultados expressivos com o Apnéia no Surf. Eu mesmo, quando comecei, tinha uma apnéia de pouco mais de um minuto. Apenas algumas horas depois, já havia conseguido me aproximar dos 4 minutos. É impressionante! Sempre que possível, faço aulas e invisto um tempo na qualidade da minha performance debaixo d`água, até porque as técnicas ensinadas podem ser transpostas para um melhor condicionamento físico, inclusive fora da água - garante o médico e surfista Rodrigo Resende, que já pratica a técnica há um ano.

www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 •


Entrevista | Diego Hypolito

Diego Hypolito por

|

Eduardo Tavares

Diego Matias Hypolito nasceu em Santo André, SP. Irmão da também ginasta Daniele Hypolito, ganhou notoriedade ao ser o primeiro brasileiro a chegar a uma final de Mundial de Ginástica masculino. Em novembro de 2005, sagrou-se campeão mundial na modalidade solo. Agora, com as medalhas conquistadas durante o Pan 2007, ouro no solo e no cavalo, a torcida brasileira não tem mais dúvidas em colocá-lo como o maior representante da ginástica olímpica brasileira de todos os tempos. Com apenas 20 anos de idade, ele garante ter nascido para a o esporte.

“meu Deus, eu não fiz isso ou aquilo que outros meninos fizeram”

10 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T


Entrevista | Diego Hypolito

Q

ual a importância da família na sua trajetória? A família é a minha base. Ela me deu uma forte estrutura para tornar-me quem sou hoje. Minha mãe é uma pessoa bastante focada e correta. Temos raízes humildes e não esquecemos o passado, dinheiro é uma coisa momentânea. Um dia você tem, amanhã pode não ter. A fama também, ela existe enquanto você está no topo, quando não está, você é esquecido. A mídia é sensacionalista; ela vive o momento e temos que saber lidar com isso. O importante não é ficar famoso ou enriquecer, o que vale é estar satisfeito com o que você faz. Com a rigidez dos treinamentos desde cedo, você acha que teve adolescência diferente dos outros meninos da sua idade? Muito pelo contrário, eu não me sinto diferente, não penso, “meu Deus, eu não fiz isso ou aquilo que outros meninos fizeram”. Fiz o que achei correto para mim e o que fazia sentir-me bem. As viagens que fiz e a experiência de vida acumulada são coisas que nem todos com 20 anos de idade conseguiram ter. Adquiri cultura e conheci outras línguas. Aprendi a ter responsabilidade através do esporte. Muito pelo contrário, eu não me sinto diferente. A exposição pública te atrapalha? Eu dependo dela e do patrocínio. A exposição pública ajuda na captação de patrocinadores. Dependo das pessoas que vem falar comigo. É gratificante quando ouço: “Diego, estou torcendo por você”, ou quando uma criança me diz, “eu quero ser igual a você”, isso é muito importante. O assédio faz parte da trajetória de um atleta vencedor. Administro bem o assédio, passo tudo para o meu assessor, pois existem regras que devo seguir. Por outro lado, não posso parar no meio do treino para dar uma entrevista, sei que ele é mais importante do que a minha exposição pública. Planto nos treinamentos para no futuro colher nos campeonatos. Conseguindo bons resultados, a exposição surge naturalmente.

O momento mais importante? O primeiro título de campeão mundial no solo. Foi o primeiro da história da ginástica masculina brasileira. Existem 4 medalhas em mundiais: a da minha irmã, a da Daiane, e as minhas, de prata na final do ano passado e a de ouro no final do ano retrasado. E as medalhas do Pan 2007. Para você, o Mundial Pré-Olímpico é mais importante do que o Pan? O pré-olímpico vale a vaga para Pequim. O sonho de todo atleta é ir para as Olimpíadas. O Pan-americano também é uma competição importante para o esporte nacional em termos de divulgação. Durante o Pan, assistimos à evolução do nosso esporte amador. Existiu uma grande expectativa em torno disso e todos queriam saber como estava para esta competição. Via os ingressos sendo vendidos e muitas pessoas me ligando para saber o dia em que iria competir. Nossa torcida é mais calorosa, isso nós incentiva a atingirmos um melhor resultado. Tem alguma superstição? Sou bastante supersticioso, tenho manias que parecem loucura, que descarregam o nervosismo. Por exemplo, eu não piso em qualquer linha no chão durante as competições e só entro com o pé-direito no ginásio. Também sou muito religioso. Traçando um panorama da sua carreira, você mudaria algo? Não mudaria nada, faria tudo novamente. Passaria de novo pelas mesmas dificuldades. Você se machuca com freqüência? Não tive muitas lesões, mas a primeira nas costas foi a mais grave. Tenho características de suportar bem a dor e ter sempre uma resposta rápida com a fisioterapia. Sua última lesão no pé-direito era um problema crônico? Ela tem que ser tratada. Já tive uma lesão neste pé alguns anos atrás, mas foi uma fratura, a última não foi nada muito grave, alguma coisa nas fibras e um pouco de inflamação nos tendões. Como foram as sessões de fisioterapia?

Fazia todos os dias. No início, foram feitas na ABBR, mas já estou com o fisioterapeuta Gustavo Cunha há 6 anos, e tenho uma confiança maior. Isso faz a diferença, ele é uma pessoa que me dá segurança, tratou de muitas lesões graves e tive sempre resultados positivos. Na minha concepção, a fisioterapia deve ser feita com alguém de confiança. Acha que vai competir até quando? A vontade é competir por mais uns 10 ou 12 anos. É o tempo em que um ginasta de alto nível consegue se manter bem. Tudo dependerá do meu preparo e de patrocinador. Um ídolo no esporte? Minha irmã Daniele, não por ser irmã, mas pelo desempenho dela. Ela sempre foi muito focada, até mais que eu, ela vive para a ginástica. O Aírton Sena também. Eles sempre vestiram a camisa do Brasil apesar de todos criticarem alguma coisa. O que rola no seu iPod? Sou muito de momento, escuto música eletrônica depois vou para a MPB ou Samba. Sou muito eclético com relação à música. O que faz para relaxar? Relaxar para mim é ir para praia, tudo que tenha movimento eu gosto. Odeio cinema, pois não gosto de nada que me mantenha parado. O maior adversário? Somos nós mesmos, competir é uma conseqüência do treinamento, o resultado pessoal é o que mais importa. Ganhar é melhor, mas não é o mais importante. Uma mensagem para os fisioterapeutas? A fisioterapia é fundamental não só para os atletas, mas também para o fisioterapeuta. É importante levar a profissão com seriedade, não basta pegar o ultra-som ou o laser e aplicar, é preciso se dedicar. Vejo vários estagiários que não serão bons fisioterapeutas. O bom fisioterapeuta está interessado na sua lesão. Eu vejo pelo Gustavo, ele é ótimo, com ele tenho uma resposta quase que imediata, ele se aprofunda no assunto, procura acompanhar a evolução do trabalho e se tiver que mudar o tratamento ele muda. Isso faz com que eu me sinta mais seguro e me recupere mais rápido.

Dr. Gustavo Cunha Como é uma modalidade de alto impacto e movimentos repetitivos, a ginástica olímpica causa algumas lesões nos atletas que a praticam. É o caso de Diego que se trata com o fisioterapeuta Gustavo Cunha. “Sou formado em Fisioterapia e trabalho mais na área desportiva. Meu objetivo sempre foi trabalhar com recuperação acelerada, pois os atletas, com calendário espremido, necessitam de resultados nas competições e respostas mais rápidas ao tratamento. Há 6 anos atrás eu tratava da Daniele Hipólito, até que um dia, a mãe dela me procurou pedindo que tratasse de um problema de coluna do irmão Diego. Lesão derivada da ginástica e até da própria constituição física do atleta. Ele chegou de Paris, após a contusão no pé-direito, foi para a ABBR, até conseguirmos nos encontrar para iniciar o tratamento. Diego teve uma inflamação nos tendões do tornozelo, lesão muito comum em esportes de alto impacto como a ginástica olímpica, foi uma inflamação basicamente gerada pelos esforços repetitivos. Constantes saltos acabam causando inflamação. As sessões dão de segunda a sexta e levam de 1 hora e meia a 2 horas. Estou trabalhando propcepção, equilíbrio e hidroterapia, onde reproduzo movimentos de ginástica olímpica dentro da piscina da forma mais fiel possível. Na água a gravidade é quase zero, o impacto é muito menor e o atleta praticamente não sente dor durante a execução dos exercícios. Diego tem uma genética muito privilegiada por ser um atleta de ponta. Geralmente, a resposta vem de maneira rápida a qualquer estímulo, muito mais rápida do que numa pessoa sedentária ou atleta de menor expressão. Com a minha formação também em Educação Física, faremos um trabalho de fortalecimento muscular após a cura da lesão. Diego respeita muito a fisioterapia, cumpre as sessões religiosamente. A saúde do corpo é vital para ele.” Contato: (21) 7824-9937 / gucunha@yahoo.com.br www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 11


Artigo | Associação Brasileira de Crochetagem

Crochetagem sobre o ligamento periodontal por

|

Dr. Severo Depaoli / Dr. Henrique Baumgarth / Rodrigo Nascimento

A

juntura dos dentes aos processos alveolares no humano difere de outra espécie, pois nos humanos os dentes não estão anquilosados aos arcos e sim suspensos pelo ligamento periodontal, formando assim uma articulação do tipo gonfose. O ligamento periodontal também chamado de membrana periodontal é um tecido conjuntivo constituído de um complexo de células sintetizadoras tais como: osteoblastos, fibroblastos, cementoblastos, células epiteliais malamez, mastócitos, macrófagos e uma matriz extracelular constituída basicamente de proteínas de colágeno e oxitalâmicas em associação com as proteoglicanas e glicoproteínas. A presença de elastina no ligamento periodontal é restrita nos humanos CARMICHAEL (1982). Medindo aproximadamente 0,25ml de espessura, o ligamento periodontal tem como função: fixação dos dentes aos processos alveolares, suportar as forças mastigatórias, nutrição, sensibilidade, bem como promover a formação e absorção do osso MARIOTTI (1993). O ligamento periodontal humano é constituído não só pelo sistema colágeno, mas também por fibras oxitalâmicas. As fibras oxitalâmicas foram descritas pela primeira vez por FULLMERCLILIE (1958). SAMPSON (1979) estudando o ligamento periodontal de vários tipos de mamíferos confirmou as semelhanças entre as fibras oxitalâmicas e as elastinas. As fibras oxitalâmicas são variáveis em larguras e são formadas por agregados de microfibrilas tubulares medindo cada uma de 10 a 12 ml de diâmetro. SIMS (1973) estudando o comportamento das fibras oxitalâmicas em ligamento periodontal de pré-molares humanos após a aplicação de forças ortodônticas. Afirma que estas fibras aumentam em números como também suportam as alterações de reconstrução e adaptação do ligamento periodontal. No ligamento periodontal, as fibras oxitalâmicas ocupam cerca de três do volume e se estendem em comprimento na direção oclusal. Na interconexão das fibras oxitalâmicas formam uma rede tridimensional com cemento e a periferia dos vasos sanguíneos. Diferentemente das fibras colágeno, as fibras oxitalâmicas não se ligam nem no osso nem ao dente BEERTSEM & VAND DER HOF (1974), JONAS & RIEDE (1980); SIMS (1983). Após a aplicação de forças ortodônticas, afirma que estas fibras são estiradas comprometendo a vascularização local acarretando lesões no endotélio vascular do ligamento com liberação de substâncias que são va12 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

sodilatadores, que tentam aumentar a vascularização. Além da vascularização, após a aplicação de forças ortodônticas há uma alteração da sensibilidade e no aumento em número das fibras oxitalâmicas. Estas fibras têm a função geral de resistência à força mecânica RODRIGO et al (1975). Quando uma força normal, ou seja, forças (mastigatória, pressão atmosférica, deglutição) são aplicadas ao dente, são estabelecidas áreas de tensão no ligamento periodontal na sua inserção, na área de pressão, a força aplicada tende a empurrar o mesmo contra a parede do alvéolo dentário comprimindo desta forma o ligamento periodontal para o lado do arco alveolar. Ocorrendo em pouco tempo a reabsorção na área de pressão, na de tensão, o dente se afasta da parede alveolar aumentando o espaço ocupado pelo ligamento periodontal e nesta área, um novo osso se deposita, assim o dente caminha WEINMANN & SICHCER (1955), ZAKI & VOW HUYSEWG (1963), ERBAN (1972). Na aplicação da força fisiológica, ou seja, na mastigação ou deglutição, respiração, a pressão no ligamento periodontal é suave e constante não excedendo a pressão capilar sanguínea que corresponde de 20 a 25 g por centímetro quadrado de superfície radicular. SCHWARPZ, afirma que se aplicamos uma força superior à de 25 g sobre os dentes terá lesão do ligamento periodontal por compressão no lado da pressão. Os conhecimentos dos efeitos de pressão ortodôntica no ligamento periodontal tem sido largamente baseado em observações empíricas ou em tratamentos clínicos utilizando o método de tentativa e erros RWGH et al (1986). Um dente não é simplesmente deslocado através do osso, pode-se dizer que todas as estruturas de suporte movem-se com o dente que é deslocado para uma nova posição como resposta a uma mudança em seu ambiente MOWERS (1991). O osso é o tecido mais plástico do organismo adaptando-se as forças funcionais que sobre ele se manifestam, são reações de depósitos de tecido ósseo nas áreas submetidas à tração e reabsorver tecido ósseo nas áreas submetidas às forças de pressão. A movimentação ortodôntica somente é possível graças a essa propriedade plástica do tecido ósseo, sendo, porém muito mais complexa a mera remodelação e pela presença do ligamento periodontal. Ao aplicarmos uma força contínua e que produza o deslocamento horizontal de um dente, nas primeiras frações de segundo a força

tenta deslocar a raiz do dente contra o alvéolo, mas é impedido pelas fibras do ligamento periodontal e pelo efeito hidráulico do fluído intersticial. Até o segundo dia da aplicação da força, o fluído intersticial é drenado para os tecidos vizinhos devido à porosidade da camada cortical do osso alveolar, deixando de exercer a pressão hidráulica que promoveria a contenção do deslocamento radicular. Desta forma, a raiz dental se aproxima da parede alveolar estendendo o ligamento periodontal do lado em que a força foi aplicada e comprime aquele do lado oposto ao sistema vascular que ocupa 50% do espaço periodontal, é comprimido o que altera o trânsito sanguíneo tanto do lado da tensão como do lado da compressão. A resposta tecidual a esta agressão assemelhase ao processo inflamatório, sendo também deflagrado pela liberação de histamina pelos mastócitos da região agredida, a histamina tem ação imediata sobre os vasos sanguíneos promovendo a vasodilatação, porém de leva de dois a quatro dias para obter uma boa vascularização e diminuição do quadro álgico. A utilização da crochetagem após o ajuste do aparelho ortodôntico irá promover um aumento significativo da vascularização através de rítmicas fricções longitudinais com a curva maior em cada espaço interdental aplicandose de central para lateral, três repetições por quadrante com aproximadamente 15g de pressão BAUMGARTH (2002) , potencializando assim a ação da histamina, este aumento da vasodilatação irá acelerar a renovação do ligamento periodontal e a remoção de toxinas causadoras de irritações dolorosas, promovendo assim analgesia e a diminuição do tempo de permanência do aparelho ortodôntico.


www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 13


artigo | Pilates, fisioterapia, educação somática

Pilates, fisioterapia e educação somática por

Refletir sobre a eficácia de nossas intervenções.

O

s métodos que compõem o campo da Educação Somática foram fundados há mais de um século na Europa e na América do Norte: Técnica de Alexander, Feldenkrais, Antiginástica, Eutonia, Ginástica Holística, , Body Mind Centering, Cadeias Musculares e certas linhas do método Pilates. Esses métodos visam o desenvolvimento da consciência corporal e a reeducação do movimento. Filhos de sua época, eles não pararam de evoluir através de pesquisas a aplicações. No Brasil, os métodos de Educação Somática são conhecidos como “técnicas corporais alternativas” ou “técnicas de consciência corporal”; e na América do Norte, são referidos como body work ou body awareness. Para ilustrarmos as propostas desse artigo, tomemos como exemplo a secretária que passa longas horas do dia sentada diante do computador. Ela queixa-se ao fisioterapeuta de dores lombares insuportáveis que a impedem de permanecer sentada durante muito tempo. Por consequência, ela observa uma redução de rendimento em seu trabalho. Após avaliação, o fisioterapeuta conclui que trata-se de um estado inflamatório. A cada sessão de fisioterapia, as dores se atenuam e a secretária prossegue normalmente suas jornadas de trabalho. O tratamento termina e a secretária sente-se melhor. Porém, um mês depois do tratamento concluído, a secretária volta ao fisioterapeuta, dizendo que as dores lombares reapareceram. Prescreve-se à secretária aulas de Pilates. Mas, ela não percebe nenhuma mudança em suas dores. Casos como esse são muito comuns. Isso significa que o fenômeno da dor é apenas a “ponta do iceberg” do problema. A dor lombar que a secretária sente é somente um sintoma de todo um sistema que necessita ser reorganizado. É bastante provável que durante o tratamento com o fisioterapeuta, a secretária tivesse mantido seus hábitos e suas atividades cotidianas exatamente como costumava fazer antes de entrar em tratamento. Visto o reaparecimento do quadro álgico, é provável que a chave do problema da secretária resida em como ela “se utiliza” em seu cotidiano. Há, sem dúvida, um contexto que favorece o aparecimento da dor. Como a secretária caminha? Que tipo de sapato ela

14 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

usa? Como ela se senta? Como ela transporta cargas pesadas? De que modo ela respira enquanto responde os telefonemas do seu chefe? Qual a altura de sua cadeira em relação ao teclado do computador? A tela do computador está muito longe do alcance de sua vista? Em outras palavras: quais ações cotidianas levam a secretária a adotar posições desarmoniosas que, por serem repetitivas, terminam gerando inflamação e dor? E porquê as aulas de Pilates não funcionaram no seu caso? Esses são questionamentos importantes quando o profissional visa um restabelecimento “durável” para seu paciente. Essas são perguntas que só podem ser respondidas pelo paciente. Para tal, ele deve aprender a se observar. Do ponto de vista do professor de Educação Somática, a recuperação da pessoa passa por tanto por um refinamento de sua consciência corporal quanto por uma reeducação motora. Um dos princípios de base da Educação Somática é de que o corpo humano é um organismo indissociável da consciência. No entanto, por situações que muitas vezes escapam a nosso controle, nossa consciência corporal se “turva”, levando-nos a “utilizar” o corpo de modo indiscriminado e abusivo, como se fosse uma máquina. Durante o tratamento de um paciente, não podemos desconsiderar os aspectos socioculturais incrustados no corpo. Nos dias de hoje, nos grandes centros urbanos, o corpo é submetido a uma quantidade infinita de estímulos externos. O corpo do homem urbano contemporâneo é vítima de “anestesia sensorial”. Exposto a um sem-número de informações, nosso corpo se torna menos sensível, como se, densificado pelo excesso de estímulos externos, fosse estabelecida uma carapaça de proteção ao meio. O “corpo contemporâneo” perde assim sua inteligência, sua versatilidade. Ele se torna cada dia mais opaco. O professor de Educação Somática intervém com o objetivo de sensibilizar o corpo da pessoa, através de um processo de desenvolvimento de sua consciência corporal. A proposta dos métodos de Educação Somática é o de ensinar à pessoa como evitar a recaída no quadro patológico, através de exercícios que a tornam capaz de desativar os hábitos cinéticos e posturais que causam a dor. Como no caso da secretária citado acima, sem passar por um processo reeducativo, um paciente arrisca perder o precioso resultado obtido no

|

Débora Bolsanello

tratamento de fisioterapia. Sem desenvolver sua consciência corporal, mesmo as aulas de Pilates não “surtem efeito”. O professor de Educação Somática propõe uma variedade de exercícios onde a pessoa aprende a auto-observar-se e a fazer conexões entre seus hábitos cotidianos e a aparição do quadro álgico. Responsabilizando-se por sua própria saúde, a pessoa colabora com o processo de recuperação começado no tratamento em fisioterapia. Dentro do processo de recuperação de um paciente, a complementaridade das técnicas da fisioterapia e de Educação Somática podem dar ao paciente maior controle sobre seu estado de saúde, conscientizando-o de que, se de um lado, ele é “ator coadjuvante” no processo de cura; de outro lado, está nas suas mãos a prevenção da recaída no quadro álgico. Desafios para o método Pilates Desde sua criação no começo do século XX, o método Pilates não deixou de evoluir. Nos seus primórdios, o método atraía principalmente bailarinos profissionais. Hoje, dentre fisioterapeutas e personal trainners, o Pilates torna-se cada vez mais popular como um método para a recuperação de quadros patológicos ligados à postura inadequada ou para se manter a forma. Criado pelo alemão Joseph Pilates, este método é composto de exercícios de alongamento e de tonificação muscular. Uma das marcas do desenvolvimento do método Pilates é o crescente interesse de seus professores pelas técnicas de Educação Somática. Em face de uma clientela com problemas crônicos, muitos dos professores foram levados a buscar técnicas de apoio para que os princípios do método Pilates pudessem ser transmitidos aos alunos de modo mais eficaz. Um dos desafios dos professores de Pilates é saber lidar com o aluno que quer resultados rápidos. Não é raro alguém que venha às aulas de Pilates com a esperança de erradicar suas dores, ficar “reto” ou perder a “barriguinha”. Ele paga pelas aulas, participa com fervor, mas não vê os resultados que queria dentro do tempo desejado. Essa frustração cria um círculo vicioso: quanto mais o aluno fica frustrado, mais ele faz esforços inúteis durante a execução dos exercícios, mais ele luta contra o corpo e faz os exercícios de forma mecânica. A situação de desconforto aumenta e a frustração continua. O aluno que se frustra por não ver resultados


artigo | Pilates, fisioterapia, educação somática

imediatos necessita compreender que os resultados desejados são intrínsecos a como ele faz os exercícios. O aluno deve ser conscientizado pelo professor de que se o exercício é feito de modo preciso e consciente, ele atingirá seus objetivos sem correr o risco hipotecar sua ainda mais saúde. Isso requer paciência e capacidade de concentração da parte do aluno. Através das técnicas de Educação Somática o professor pode contornar esse desafio levando o aluno a aprender a concentrar-se, a melhorar a execução dos exercícios de Pilates, a aceitar os limites de seu corpo sem abandonar o desejo de atingir seus objetivos. Trata-se de ensinar ao aluno como modular o ritmo com o qual ele caminha em direção daquilo que deseja. Outro desafio para os professores de Pilates é aquele aluno que tem dificuldades respiratórias causadas por tensão excessiva. A motivação desse tipo de aluno começa a declinar quando o professor propõe, por exemplo, que ele mantenha o ventre contraído e respire expandindo lateralmente suas costelas. Torna-se quase impossível para esse aluno integrar o tipo de respiração adotado na maior parte dos exercícios de Pilates, pois, de modo geral, ele não sente a mobilidade de suas costelas. Esse tipo de respiração é um dos princípios de base do Pilates. Se o aluno não é capaz de sentir o movimento de expansão lateral suas costelas, as seqüências de exercícios de Pilates tornam-se tão penosas, que ele acaba desistindo das aulas. Cientes de que a eficácia do método Pilates é relativa e proporcional ao desenvolvimento da consciência corporal do aluno, muitos profissionais encontraram nos métodos de Educação Somática estratégias pedagógicas que facilitam o aprendizado do aluno. As técnicas em questão levam o aluno a aprender a relaxar as tensões excessivas que o impedem de realizar corretamente os exercícios de Pilates. Por meio da Educação Somática, muitos dos professores de Pilates estão adotando em seu protocolo de ensino o princípio de que não é suficiente fazer exercícios. A chave está em sentir como fazemos os exercícios. Educação Somática: investir na responsabilização do paciente/aluno Os professores de Educação Somática atendem a uma clientela muito variada, apresentando queixas das mais distintas: a secretária que deseja prevenir a síndrome do túnel do carpo e as perturbações visuais decorrentes das longas horas de trabalho ao computador; o estudante que deseja melhorar sua capacidade de concentração;

o atleta que visa diminuir suas chances de desgaste articular; o trabalhador que quer aliviar as dores causadas pela tendinite; a criança que tem um problema de coordenação motora; o professor que necessita melhorar o alcance de sua voz; a dona-de-casa que precisa recuperar-se da estafa; o chefe de família que tem o seu rendimento profissional diminuído por causa de dores nas costas; o desportista que necessita aprimorar a eficácia de seus gestos; o músico que tem problemas posturais decorrentes de movimentos repetitivos; a bailarina que deseja refinar sua expressividade, etc. Nas aulas de Educação Somática, a atmosfera é de não-competitividade e relaxamento. O professor guia os alunos na prática de exercícios lentos que associam a precisão do gesto ao ritmo respiratório. Esses exercícios são simples, mas nem por isso deixam de desafiar a capacidade psicomotora do aluno, visto que propõem movimentos inabituais. Ao contrário das rotinas e seqüências fixas de exercícios aprendidos em academias, os exercícios de Educação Somática convidam à “experimentação de gestos complexos e inabituais que exigem respostas neuromusculares renovadas!” Essas “respostas musculares renovadas” tornam-se a chave na mudança de hábitos necessárias a uma recuperação durável do paciente. Nas aulas de Educação Somática, o uso de uma variedade de objetos (bolas de borracha e de espuma, pequenos sacos de areia, bastões de madeira, tubos de cartolina etc.) predispõe o aluno a descobrir seu próprio corpo através de uma automassagem que visa sensibilizar o tecido conjuntivo e reativar a sensação dos ossos e das articulações “anestesiadas”. O objetivo dos exercícios de Educação Somática é de levar o aluno a reencontrar o estado natural de equilíbrio de sua estrutura ósseo-muscular, ou seja, um tônus muscular versátil, capaz de se adaptar às várias circunstâncias do meio onde vive. O aluno tornase mais consciente dos limites e do potencial de seu corpo e integra as sensações de alongamento e fluidez vividos em aula no seu dia-a-dia. A parceria entre a Fisioterapia, o Pilates e a Educação Somática visa despertar o potencial de auto-regulação do corpo da pessoa, levando-a a estar mais atenta a seus próprios movimentos, gestos e posturas do cotidiano. Reapropriando-se de seu corpo, a pessoa passar a ter mais controle e responsabilidade sobre seu estado de saúde, sendo capaz de reconhecer, evitar e contornar os contextos que geram desconforto.

www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 15


artigo | Paniculopatia edemato fibro-esclerótica, ultra-som, termoterapia

Análise clínica comparativa na utilização do calor superficial e ultra-som de 3 MHz no tratamento da paniculopatia edemato fibro esclerótica (PEFE). por

A

PEFE é uma afeccção que acomete 90% das mulheres, alterando o corpo físico e emocional. Buscamos neste estudo experimental, desenvolver o mais ético e confiável experimento a que pudéssemos comprovar as alterações que a termoterapia superficial associado ao ultra-som pode contribuir para o tratamento da PEFE. Este estudo foi realizado em 14 mulheres, dividindo o glúteo em direito e esquerdo, sendo que o lado direito foi experimento - utilizando calor superficial (bolsa de água quente à 40o.C) e a fonoforese (utilizando ultra-som de 3MHz na intensidade de 2W/cm2), e o esquerdo controle - utilizando somente a fonoforese com os mesmos parâmetros, utilizando o gel com princípios ativos em ambos os grupos composto de Cafeisilane C, L-Carnitina/Coenzima Q-10, Extrato de Ginko Biloba, Extrato de Melilotus, Extrato de Centella Aziática e gel permeativo. Realizamos 10 sessões , 2 a 3 vezes por semana. Foi feito avaliação inicial através de inspeção, palpacão, cirtometria, adipometria e termografia. Resultados: Houve melhora significante do grupo experimento, atraves de avaliação final seguindo os mesmos parâmetros da avaliação inicial e também foi feito um questionário de satisfação que foi respondido pelas voluntárias, terapeuta e avaliador cego. Conclusão: concluimos que a utilização do calor superficial associado ao ultra-som e gel com princípios ativos, intensificou os resultados, contribuindo para a melhora do quadro da PEFE. É observado hoje em dia com muita frequência mulheres que apresentam a PEFE, conhecida por todos, inclusive no meio médico como celulite. Este termo depois que a afecção foi estudada, ficou impróprio, pois a celulite indica uma inflamação, e Guirro (1996,2002), relata que, histológicamente é uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo, não inflamatória, seguida de polimeração da substância fundamental que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva. A PEFE traz alterações não só no âmbito estético mas também acarreta problemas emocionais, e álgicos, podendo levar à diminuição das atividades funcionais. Há muito pouca literatura científica a respeito 16 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

|

Dra. Vilma Natividade da SIlva Santos

do assunto, mas é de extrema importância nos aprofundarmos nesse tema, já que cada vez mais mulheres sofrem com este problema, e que dentro da fisioterapia, a fisioterapia dermato-funcional é uma área nova, com muitas pesquisas e estudos para serem feitos. Há várias formas de tratamento, sendo que a utilização do ultra-som já é bem difundida na fisioterapia, porém com poucas técnicas de avaliação objetiva. O ultra-som é uma modalidade terapêutica que através de um transdutor, converte uma corrente elétrica de alta frequência em vibrações mecânicas. Segundo Miedes (1999), pelo efeito térmico ocorre uma vasodilatação, aumenta o trofismo celular, melhora os processos de regeneração tecidual, melhora circulação sanguínea, favorecendo os intercâmbios celulares e reabsorção de edemas. Através do efeito não térmico provoca uma micromassagem, e principalmente aumenta a permeabilidade da membrana celular. O ultra-som quando utilizado com princípios ativos (fonoforese) favorece a entrada dos componentes nas células nas camadas onde devem ser atingidas. O calor superficial de acordo com Low & Reed ( 2001),com elevação apropriada de temperatura aumenta a atividade celular e o aumento será maior na região onde é gerada a maior parte do calor. O trabalho teve como objetivo através de estudo experimental analisar clinicamente comparando se a utilização do calor superficial potencializa a utilização do ultra-som de 3MHz com a melange lipocel no tratamento da PEFE. Metodologia: O estudo foi realizado com os n = 14 mulheres, com idade média de 35 ano, tendo como critério : Fatores de inclusão – mulheres com PEFE grau 2 e 3, do tipo compacta, localizada nos glúteos, e sendo esteticamente visível ; Fatores de exclusão – doenças metabólicas, tabagistas, etilistas, doenças do tecido conjuntivo, uso de anticoncepcionais , disfunções hormonais, e estar em tratamento estético corporal para a PEFE. Foi realizadas a inspeção, palpação, termografia de contato, antropometria e cirtometria para terminar a seleção do grupo de estudo. Para avaliar a aparência da

PEFE, realizamos a fotometria, obedecendo a padrão fotográfico, distância, luminosidade, e lote de filme fotográfico, onde realizamos 2 fotos na região a ser estudada, com a voluntária na posição ortostática, sendo que a primeira foto a região se encontrava relaxada, e a segunda com contração da musculatura glútea. Realizamos o mesmo procedimento em todas as voluntárias. Primeiramente em decúbito dorsal, com a aplicação da manobra da evacuação da drenagem linfática manual, com o objetivo de descongestionar os linfonodos, preparando assim, para receber a linfa . Esta manobra é realizada com as mãos voltadas, uma para a outra, e estando em contato com a pele pela borda radial do indicador na região do linfonodo. Os dedos desenrolam-se a partir do indicador até o anular, tendo contato com a pele que é estirada no sentido proximal ao longo da manobra. Segundo Leduc (2000), a manobra produz uma aspiração e uma pressão da linfa situada nos coletores. A seqüência da evacuação utilizada foi: ducto torácico, occipital, clavículas, axilas, linfonodo frênico, intestino grosso, cisterna do quilo, inguinal, poplítea e maléolo. A seguir foi mudado o decúbito para ventral, onde foi realizado o aquecimento superficial com aproximadamente 40o C (bolsa de água quente) colocada no glúteo direito durante 8 minutos (foi padronizado, o glúteo direito, para o calor superficial prévio). E a seguir utilizamos o ultra-som de 3MHz, do modelo SS2 , no modo contínuo, na potencia de 2W/cm2 associado a um gel com ativos (fonoforese) aplicados bilateralmente. Antes de tratar a região, executamos o teste de cavitação como rotina , com objetivo de encontrar possíveis alterações no campo acústico. Esse teste é descrito em Guirro (2002), considerando a quantidade de água para a superfície metálica do transdutor (1,0 mL), a lenta e a constante elevação da intensidade, bem como a qualidade da cavitação (se observa a nebulização da água). Utilizamos 8 ml de gel com ativos (melange lipocell) no tempo de 8 minutos para cada lado, por sessão, sendo que o glúteo foi delimitado em 4 áreas de 10 cm2 , aplicando 2ml de gel por 2minutos em cada área. O cabeçote do ultra-som realizou movimentos circulares, estando o tempo todo em contato com a pele da região a ser tratada através do gel com ativos. O glúteo


www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 17


artigo | Paniculopatia edemato fibro-esclerótica, ultra-som, termoterapia direito se apresentava com hiperemia antes da aplicação do ultra-som . Em nosso estudo realizamos 10 sessões, 2 a 3 vezes por semana, sendo em dias alternados ,e ao término, houve uma avaliação final que constava de: inspeção, palpação, termografia de contato, cirtometria, e fotometria, seguindo os padrões da primeira avaliação. Elaboramos uma ficha de grau de satisfação, onde a pessoa que participou da pesquisa deu o seu parecer quanto ao tratamento. Essa ficha se encontra em anexos e foi feita pelos participantes da pesquisa, pela pessoa que realizou o trabalho, e pela forma de avaliador cego. Durante o tratamento foi sugerido que elas comunicassem qualquer alteração fisiológica, ou mesmo emocional que pudessem ter notado. Resultados e Discussão: Tabela dos resultados da termografia de contato.

Gráficos da PEFE no glúteo direito e esquerdo, antes e depois do experimento, avaliado pela termografia de contato:

Tabela dos resultados dos questionários de satisfação

Cirtometria e Adipometria: do total de 14 voluntárias, 12 obtiveram redução nos valores, 1 manteve e 1 aumentou pois no período de experimento aumentou de peso em 7 Kilos. Discussão Sabemos que a PEFE se origina da estase sanguínea, favorecendo o aparecimento do edema extracelular. Este processo induz a diminuição da nutrição do tecido, (as trocas metabólicas ficam alteradas), o tecido mal nutrido leva a um processo de fibrose, e nos casos mais graves compressão de vasos e de nervos. A utilização do ultra-som na literatura, pelo método da fonoforese tem opiniões diferentes de sua utilização em relação ao modo e a potência. Escolhemos o modo contínuo para utilizar o efeito do calor para quebra de fibrose, associando aos princípios ativos, com função de aumentar a lipólise, aumentar e regularizar a circulação venosa, a microcirculação e a drenagem linfática. Guirro (2002), relata que o efeito de aumentar a permeabilidade da membrana utilizando o ultra-som é dada pelo modo pulsátil (efeito mecânico), mas no modo pulsátil se aumentarmos a potência também vamos ter o efeito do calor. A partir do momento que temos um tecido com pouca circulação, mal nutrido, com fibrose, e com flacidez tissular. Utilizamos o calor superficial para aumentar a vascularização e favorecer a dissipação do calor pela circulação, e aumentar a absorção de ondas sonoras que, segundo (Kahn – 2001), é maior e melhor em tecidos com alto teor de fluidos. O efeito do aquecimento no tecido colagenoso, aumenta a extensibilidade do colágeno. De acordo com Domingo (1999), o aquecimento do tecido adiposo produz uma estimulação no catabolismo da gordura e através dos efeitos mecânicos das ondas sonoras, aumenta as trocas metabólicas. Foi feito também a evacuação dos linfonodos, com o objetivo de depois que os princípios ativos fossem metabolizados, e os catabólitos lançados na circulação , não houvesse o fator de obstrução da circulação linfática favorecendo à retenção de líquido no tecido. No decorrer do tratamento, foi relatado pelas voluntárias uma melhora no trânsito intestinal e aumento da diurese. Observamos uma grande influência no tratamento da PEFE, do fator psicológico (auto-estima), mas não é esse o nosso objetivo neste trabalho. CONCLUSÃO: Concluimos que a utilização do calor superficial associado ao ultra-som e gel com ativos, intensificou os resultados, contribuindo para a melhora do quadro da PEFE BIBLIOGRAFIA:

1- AZZULAY & AZZULAY; Dermatologia, 2a ed, Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 1999. 2- BARROS, M.H., Fisioterapia Drenagem Linfática Manual, São Paulo, Editora Robe, 2001. 3 -BIENFAIT, Fáscias e Pompages, Summus editorial,1a. edição, 1999 4- CARIEL,L., A celulite e seu tratamento médico atual, São 18 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

Paulo, Andrei editora,1982. 5- CIPORKIN, HUGO & PASCOAL LUIZ HENRIQUE C., Atualização Terapêutica e Fisiopatogênica da Lipodistrofia Ginóide, 1a. edição, São Paulo, Editora Santos, 1992. 6- FERREIRA,C.P. E COLS., Bioquímica Básica,1a. edição, SãoPaulo, editora Luana. 1997. 7- FUIRINI, N., LONGO, G.J.Ultrasom., KLD – Biosistemas Equipamentos Eletrônicos Ltda., Manual KLD, 1996. 8- GARCIA, E. A . C.et al, Biofísica, São Paulo, Sarvier, 2000. 9- GOLIK,V.Tudo o que você precisa saber para vencer a celulite e ficar de bem com seu corpo, São Paulo, Ed. SENAC, 1995. 10- GOLDSMIT,V.,Celulite, Rio de Janeiro, Distribuidora Record,1988. 12- GUIRRO, E . & GUIRRO,R., Fisioterapia Dermato-Funcional, 3a. edição,São Paulo, Manole, 2002. 13- GUIRRO, E.C. O.& GUIRRO, R. R. J.. Fisioterapia em Estética – Fundamentos, recursos e patologias, São Paulo 2a. edição, Manole, 1996. 14- GUYTON, ARTHUR & HALL,JOHN E ,Tratado de Fisiologia Médica,9a. ed., Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,1997. 15- JACQUEMAY,D,A Drenagem-Vitalidade,1a. ed., São Paulo,Manole, 2000. 16- JUNQUEIRA,L.C.,CARNEIRO,J. ; Histologia Básica, 9a. ed., Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan , 1999. 17- KAHN,J., Princípios e Prática de Eletroterapia, 4a. edição,São Paulo, Editora Santos, 2001. 18- KITCHER,S & BAZIN,S, Eletroterapia de Clayton, 10a edição, São Paulo, Manole,1998. 19- LEDUC, A.& LEDUC,O.; Drenagem Linfática Teoria e Prática, 2a. edição, São Paulo Manole, 2000. 20- LOW,J & REED,A ,Eletroterapia Explicada Princípios e Prática, 3a. edição,São Paulo, Manole,2001. 21- MASSA, BRUNO; Xeque-Mate à Celulite, São Paulo, Paulus, 1996. 22- MIEDES,J.L.L.,Electroestética Aplicada a Estética Integral,Madrid, Ed.Videocinco multimédia,1999. 23- RODRIGUES, E .M.,GUIMARÃES,C.S., Manual de Recursos Terapêuticos, Rio de Janeiro, Revinter,1998. 24- SAAD, M.& ATLAS, S. Fonoforese: Revisão de Literatura, Setembro, 1995. 25- SILVA T.M.,Eletroterapia em Estética Corporal, São Paulo, Robe editorial,1997 26- SPENCE, A. P., Anatomia Humana Básica, 2a. Edição, São Paulo, Editora Manole,1991. 27- SORIANO, M. C. D. E BUSQUETS, J. L. V. , Monografico sobre Celulitis , Barcelona, ESP , ed. Sorisa, 1990. 28- STARKEY,C., Recursos Terapêuticos em Fisioterapia: Termoterapia, Eletroterapia,Ultra-som e Terapias Manuais, São Paulo, Manole, 2001. 29- STEVENS, A.,LOWE,J.; Histologia, 1a. ed.,São Paulo, Editora Manole, 1995. 30- RIBEIRO,D.R., Drenagem Linfática Manual Corporal, São Paulo, Editora Senac,1999. 31-ROCCHI,L.,Contact Thermography in Breast Disease, Milano,1985. 32- TESKE,m.& Trentini,A.M.M.,Herbarium “Compêndio de Fitoterapia”3a. edição,Paraná, 1995. 33- ZANINI,A.C.&OGA,S., Farmacologia aplicada, 5a. edição, São Paulo, Ateneu,1994. 34- SILVA,R.C. A. Hídolipodistrofia Ginóide, monografia para a conclusão do curso de fisioterapia da UNIBAN, São Paulo, 1997. 35- ALMA, J.M., Sistema Endócrino, o controlador do corpo humano, Personalité, São Paulo,11-15, set/out-2001. 36- BORELLI,S.S., Como eu trato celulite, Mesoterapia atual,7-8,jul/ago/set,1997 37- BUSLIK,S.,Ultra-som, Personalité 20: 44-45,jan-2002 38- CARDOSO,E., A síndrome da celulite, Revista brasileira de fisioterapia dermato-funcional 01 : 4-7,2002 39- CHAUVIN,F.P., Folwder da pro vitae cosméceutiques. 40- GIARDINI,D., Drenagem linfática manual,Personalité , São Paulo,7-10 Abr/Mai-2002. 41- GIARDINI,D.,Sistema linfático, Personalité, São Paulo, 1019 Jun/Jul-2002. 42- MIGUEL,L.I.,Aspectos clínicos e terapêuticas propostas para o tratamento e prevenção da LDG-lipodistrofia ginóide:”Celulite” ,Reabilitar 15:36-39,2002. 43- SALVO.R.M.D.,Controlando o surgimento da celulite,C osmetics&toileries(edição em português),8:56-62,jul/ago1996.


adas Vagas limit

Inscreva-se

já!

1°- MEETING LATINO-AMERICANO EM FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL 4 de setembro de 2007 - Expo Center Norte - SP

TEMÁRIO CIENTÍFICO • Redução de adiposidade localizada com oligoelementos associada à eletroterapia e termoterapia - Dra. Vilma Natividade • Luz intensa pulsada - utilização em fisioterapia dermato-funcional - Dr. Carlos Ruiz • Eletrolipolisis na mulher com adiposidade do tipo ginóide - Dra. Lorice I. Miguel • Conduta atual no tratamento da pele envelhecida - Dr. Rômulo Mene • Estudo comparativo entre a intradermoterapia clássica e a eletroporação na flacidez cutânea/Aplicação da idebenona por eletroporação no tratamento do melasma - Dr. Paulo Amaral

• Os últimos avanços da atuação fisioterapêutica dermato-funcional em pacientes pós-queimaduras - Dra. Regina Rosetti • Celulite agressiva de 3° e 4° graus. Tratamento eficaz com legítima Lipoescultura Gessada® - Dr. J. Bussade • Revitalização facial e capilar - laser de baixa intensidade - Dr. Eitor Benetti

Dirigido para fisioterapeutas ou alunos do curso de fisioterapia

Mais informações: 11 5545-4633 • E-mail: congressoestetica@beautyfair

www.beautyfair.com.br www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 19


artigo | Métodos, neuroma, reabilitação, ultra-som, métodos, laserterapia

Neuroma de Morton por

|

Grasiele Mota

O

neuroma de Morton é uma neuropatia degenerativa mecanicamente induzida com predileção pelo terceiro nervo interdigital, maior incidência em mulheres de meia-idade e sua etiologia ainda não é muito bem conhecida. Caracteriza-se por dor em queimação mais comumente na região do terceiro espaço interdigital. O diagnóstico normalmente é clínico e o seu tratamento pode ser conservador e/ou cirúrgico. O presente estudo realizado por meio de revisão bibliográfica, teve como proposta descrever a fisiopatologia do neuroma de Morton, as principais formas de tratamento e assim apontar possíveis lacunas nessa área de estudo e os aspectos que ainda necessitam de maior aprofundamento. Afecções que se caracterizam por produzir dor na região do ante pé, são chamadas de metatarsalgias17,22. Em geral essa dor é sentida abaixo da cabeça dos metatarsos e pode ser encarada como uma síndrome dolorosa do ante pé17,22. As metatarsalgias são comumente encontradas em pessoas de meia-idade ou idosas, sendo mais freqüente em mulheres (proporção 8:1), o que sugere fortemente a participação do uso de calçados de salto alto e pontas triangulares17,22. Os principais fatores etiológicos dessa afecção, são as alterações biomecânicas do ante pé como pé plano anterior, ocasionando achatamento devido a queda do arco transverso por excessiva carga de peso corpóreo sobre os metatarsos; colapso do arco anterior, que pode ser causado por fraqueza e ineficiência dos músculos intrínsecos do pé17,22. Também pode ser ocasionada por outras deformidades, como pé eqüino e pé cavo17,22. Os pacientes que sofrem de artrite reumatóide, sofreram qualquer tipo de fratura dos ossos metatarsos, possuem alterações no hálux ou fazem uso de calçados inadequados, também estão suscetíveis a desenvolver a metatarsalgia17,22. Outra causa importante de metatarsalgia é o neuroma de Morton. Neuropatia degenerativa mecanicamente induzida com predileção pelo terceiro nervo interdigital20,22,23,24. O neuroma de Morton é a causa mais freqüente de metatarsalgia. Acomete mais as mulheres de meia-idade e caracteriza-se por dor importante com característica de queimação no ante pé, podendo ser tratada conservadoramente e/ou cirurgicamente05,08,13. O presente estudo por meio de revisão bibliográfica, teve como proposta revisar literaturas específicas sobre a fisiopatologia do neuroma de Morton, os principais métodos do 20 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

seu diagnóstico e as principais formas de seu tratamento e assim apontar possíveis lacunas nessa área de estudo e os aspectos que ainda necessitam de um maior aprofundamento.

Fig. 1 Neuroma de Morton9. Neuroma de Morton O neuroma de Morton, também conhecido como Neurite digital plantar, Neuroma interdigital ou metatarsalgia de Morton, foi inicialmente descrito por Durlacher em 1845 e difundido por Thomas G. Morton em 1876, na Filadélfia, sendo a primeira pessoa a descrever os sintomas típicos desse neuroma, levando o seu nome desde então03,04,15,16,18. Hoadley em 1883, foi o primeiro cirurgião a remover o neuroma do terceiro espaço interdigital23,24. Neuroma de Morton é uma neuropatia degenerativa causada por uma compressão mecânica do nervo interdigital contra o ligamento intermetatarsal transverso. Ocorre uma tumoração não neoplásica dolorosa na região intermetatársica distal e interdigital, acometendo preferencialmente o terceiro nervo interdigital, sendo incomum no segundo e raro no primeiro e quarto nervo interdigital05,06,20,24. A maior ocorrência no terceiro espaço interdigital se dá pelo fato de que este é o local mais freqüente da união entre o ramo lateral e medial dos nervos digitais plantares, o qual fica espessado e comprimido no terceiro espaço interdigital. A presença de maior mobilidade do quarto metatarso em relação ao terceiro favorece a ocorrência de microtraumas na região03,02,19,23,24. A incidência é maior nas mulheres com idade entre quarenta e sessenta anos, essa predileção pelo sexo feminino sugere que a lesão seja desencadeada pelo uso excessivo de calçados de salto-alto e câmara anterior estreita, o que favorece a compressão do nervo interdigital contra o ligamento intermetatarsal transverso pela hiperextensão da articulação metatarsofalangiana02,03,13,18,19,20,23,24,25.

A etiologia não é muito bem conhecida, portanto várias teorias são propostas, inclusive alterações isquêmicas, compressão mecânica do nervo interdigital contra o ligamento intermetatarsal transverso e compressão da bursa intermetatarsiana sobre o nervo interdigital, produzindo um efeito inflamatório sobre o mesmo05,06,07,13,19,20. Histologicamente os achados mais freqüentes revelam degeneração de fibras mielinizadas, fibrose perineural, estruturas de colágeno (chamados Corpos de Renault) e alterações vasculares02,03,04,05,06,13,14,19,24. O quadro clínico caracteriza-se por dor importante com características de queimação, mais comumente na região do terceiro espaço intermetatársico, podendo irradiar por todo o ante pé. É agravada pela deambulação prolongada, resultando em claudicação intermitente, sendo necessário parar de andar, retirar o sapato e massagear o pé, para obter um alívio imediato da dor, podendo o fenômeno voltar01,08,16,20,23. Diagnóstico O diagnóstico do neuroma é clínico, baseado na história da moléstia atual e tipo de dor do paciente. A dor inicial é do tipo queimação no espaço intermetatársico correspondente. No exame físico pode ser encontrado o sinal de Mulder, no qual o examinador realiza um compressão látero-lateral do ante pé, levando a uma exacerbação da dor. Durante a palpação local é referida uma dor aguda e através dos exames complementares o diagnóstico pode ser confirmado. Os exames mais adequados são a ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética02,04,05,08,13,18,19,23. O diagnóstico diferencial deve incluir radiculopatias lombares, síndrome do túnel do tarso, fraturas por estresse dos metatarsos, calosidades plantares dolorosas associadas a dedo em martelo ou garra, doença de Freiberg, neurites periféricas e neuropatias, bursite intermetatársica, artrite reumatóide, tumores metatársicos e tumores de partes moles do ante pé03,07,24. Tratamento conservador O tratamento inicial do neuroma de Morton, é direcionado para a mudança de hábitos, o paciente deve ser aconselhado há não ficar muito tempo em pé ou fazer longas caminhadas, para aliviar a pressão na cabeça dos metatarsos. O indivíduo também deve ser aconselhado quanto ao uso de calçados, dando preferência a calçados de salto menor e bico mais largo. Devem-se usar palmilhas para diminuir a pressão na cabeça dos metatarsos,


www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 21


artigo | Métodos, neuroma, reabilitação, ultra-som, métodos, laserterapia até que o músculo intrínseco tenha sido fortalecido a ponto de sustentar o arco plantar. É muito importante que a palmilha seja colocada corretamente atrás da cabeça dos metatarsos acompanhando o formato dos ossos01,02,06,17,20,22,24. No tratamento também deve ser instituído o uso de medicamentos orais, como os antiinflamatórios não hormonais, na tentativa de reduzir o espessamento do nervo interdigital01,02,24. Fisioterapia - Pode ser utilizada a terapia com o ultrassom, na tentativa de reduzir o processo inflamatório local e favorecer a reparação do tecido nervoso lesado, modificando os níveis de dor01,02,12,20. Laserterapia também pode ser utilizada devido aos seus efeitos terapêuticos: analgésico – estimulando direta ou indiretamente a liberação de beta endorfinas; antiinflamatório – interferindo na síntese de prostaglandina e estimulando a microcirculação e cicatrizante – aumentando a atividade mitótica e a síntese de proteína, tendo como conseqüência, o aumento da regeneração tecidual em um processo de reparação21. Cinesioterapia com alongamento das cadeias musculares encurtadas (principalmente fáscia plantar e flexores de dedos), mobilização passiva se houver alguma rigidez articular, fortalecimento dos músculos intrínsecos dos pés (lumbricais e interósseos), porque sustentam o arco plantar, reeducação da marcha, com correção do apoio plantar e distribuição do peso. O paciente deve ser orientado a praticar os exercícios em casa e seguir os conselhos dado, para que o tratamento seja efetivo02,20,22. Se houver insucesso nos métodos citados anteriormente, também pode ser utilizada injeção de esteróide ou uma mistura de hidrocortisona e anestésico local no espaço intermetatársico envolvido, para produzir alívio da dor que pode durar de semanas a meses, embora cerca de vinte por cento dos pacientes não obtenham esse alívio duradouro ou permanente. O tratamento com injeção de esteróide

pode desenvolver atrofia do bloco gorduroso plantar, ocasionando problemas funcionais sérios nos pés, podendo também causar a síndrome metatarsal dolorosa com alguns efeitos importantes na marcha01,02,04,23,24. Outros efeitos colaterais causados pelas infiltrações são as despigmentações, atrofias subcutâneas e telangiectasias04,10. O tratamento conservador deve ser continuado por um período aproximado de um ano antes de ser considerada a intervenção cirúrgica24. Tratamento cirúrgico O tratamento cirúrgico só está indicado quando houver falhas no tratamento conservador. Vários métodos podem ser utilizados como neurólise e liberação cirúrgica do ligamento intermetatarsal transverso, para descompressão. A cirurgia mais indicada para esses casos é a neurectomia total do nervo plantar no espaço doloroso correspondente, pela via dorsal ou plantar. Mas nem sempre este tipo de tratamento tem êxito, alguns pacientes podem permanecer com dor residual, alguma restrição de atividades ou até mesmo não obter melhora alguma com o tratamento cirúrgico01,02,03,06,11,16. Conclusão O neuroma de Morton pode ser considerado, além de um problema de saúde, também um problema social, tendo em vista os transtornos físicos decorrentes dele. Poucas pesquisas foram encontradas sobre o tema, ficando evidente a necessidade de um número maior de investigações, inclusive na tentativa de conhecer melhor sua etiologia e definir o tratamento mais eficiente. A grande maioria dos artigos encontrados descreve como tratamento inicial do neuroma, o tratamento conservador, que consiste apenas de orientações quanto à mudança de hábitos e a utilização de palmilhas, antes de ser realizado o tratamento cirúrgico. Mas através de alguns estudos, pode-se observar que a fisioterapia associada a orientações adequadas, po-

dem ser consideradas recursos importantes no tratamento do neuroma de Morton, podendo ser evitadas as complicações geradas pelas infiltrações e pelo tratamento cirúrgico. Referências Bibliográficas 1. Aguiar, PH; Fontes, R. Morton’s neuroma: therapeutic decisions. Rev. Chil. Neurocirug., v.19, p.85-7. 2002. 2. Barbosa, GG;Tiradentes, GM et al. Estudo retrospectivo do tratamento cirúrgico do neuroma de Morton por via plantar. Acta Ortop. Bras., v.13, n.5, p.258-60. 2005. 3. Barroco, RS; Apostólico, AN et al. Tratamento do neuroma de Morton pela via plantar: avaliação dos resultados cirúrgicos. Ver. Brás. Ortop., v.33, n.7, p.532-6. 1998. 4. Basadonna, PT; Rucco, V et al. Plantar fat pad atrophy after corticosteroid injection for an interdigital neuroma. Am. J. Phys. Med. Rehabil., v.78, p.283-5. 1999. 5. Bencardino, J.; Rosenberg, ZS et al. Morton’s neuroma: is it always symptomatic?. AJR, v.175, p.649-53. 2000. 6. Bennett, GL; Graham, CE et al. Morton’s interdigital neuroma: a comprehensive treatment protocol. Foot Ankle Int., v.16, n.12, p.760-3. 1995. 7. Boosley, CJ, Cairney, PC. The intermetatarsophalangeal bursa: its significance in Morton’s metatarsalgia. J. Bone Joint Surg., v.62B, p.184-7. 1980. 8. Couto, P; Osório, L et al. Neuroma de Morton: diagnóstico pela ressonância magnética. Rev. Brás. Ortop., v.32, n.7, p.581-2. 1997. 9. Dutton, M. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. Porto Alegre, Artmed, p.268. 2006 10. Gali, JC; Caetano, EB et al. As infiltrações são mesmo prejudiciais?. Rev. Bras. Ortop., v.35, n.5, p.173-8. 2000. 11. Johnson, JE, Johnson, KA et al. Persistent pain after excision of an interdigital neuroma: results of operation. J. Bone Joint Surg. Am., v.70, p.651-7. 1988. 12. Kitchen, SS; Partridge, CJ. A review of therapeutic ultrasound. Physiotherapy, v.76, n.10, p.593-8. 1990. 13. Lobato, LS; Vilela, AS et al. Valor do diagnóstico por imagem na avaliação do neuroma de Morton. Rev. Bras. Reumatol, v.41, n.3, p.188-90. 2001. 14. Morscher, E; Ulrich, J et al. Morton’s intermetatarsal neuroma: morphology and histological substrate. Foot Ankle Int., v.21, n.7, p.558-62. 2000. 15. Morton, TG. A peculiar and painful affection of the fourth metatarsophalangeal articulation. Am. J. Med. Sci., v.71, p.37-45, 1876. 16. Napoli, MMM; Benevento, M et al. Resultados tardios no tratamento cirúrgico do neuroma de Morton. Ver. Brás. Ortop., v.32, n.7, p.521-6. 1997. 17. Nery, CAS. Metatarsalgias. In: Hebert, S, Xavier, R et al. Ortopedia e traumatologia: princípios e práticas. 3. ed. Porto Alegre, Artmed, p.616, 630-631. 2003. 18. Redd, RA; Peters, VJ et al. Morton neuroma: sonographic evaluation. Radiology, v.171, p. 415-7. 1999. 19. Santos, ACF. Nódulo reumatóide intermetatarsal com sintomas de neuroma de Morton. Diagnóstico diferencial. Acta Ortop. Bras., v.12, n.4, pp.233-5. 2004. 20. Sousa,A; Matsutani, LA. Abordagem fisioterapêutica no neuroma de Morton. Rev. Fisioter. Univ. São Paulo, v.8, n.1, p.81-4. 2001. 21. Tavares, MR. Efeito do laser terapêutico na cicatrização tendinosa: estudo experimental em ratos. Tese de mestrado, Escola de engenharia de São Carlos/Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. 2002. 22. Thomson, A; Skiner, A et al. Fisioterapia de Tidy. 12.ed. São Paulo, Livraria Santos Editora, p.96-97. 2002. 23. Wu, KK. Morton neuroma and metatarsalgia. Curr Opin Rheumatol, v.12, p.131-42. 2000. 24. Wu, KK. Morton’s interdigital neuroma: a clinical review of its etiology, treatment and results. J. Foot Ankle Surg., v.35, n.2, p.112-9. 1996. 25. Younger, ASE, Claridge, RJ. The role of diagnostic block in the management of Morton’s neuroma. Can. J. Surg., v.41, n.2, p.127-30. 1998.

Luiz Carlos

Livros técnicos de fisioterapia Tels: (21) 2572-0073 / 9135-7593 22 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T


www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 23


artigo | Fisioterapia, paciente, inserção, relação sistêmica

As duas faces da relação fisioterapeuta-paciente por

|

Dra. Flávia Miquetichuc Nogueira, Dr. Paulo César Brandão Veiga Jardim

E

ste artigo objetiva traçar um esboço da relação entre o profissional fisioterapeuta e o seu instrumento de trabalho: o homem. Ressaltar a importância da relação profissional-paciente na inserção do Fisioterapeuta como agente multiplicador de saúde. INTRODUÇÃO O fisioterapeuta pode atuar em qualquer fase do desenvolvimento humano, desde o nascimento até a velhice, seja na prevenção, reabilitação ou remissão de acometimentos que reduzem a capacidade funcional do indivíduo. Este profissional, tradicionalmente, tem atuado em instituições, clínicas, consultórios, centros de reabilitação, hospitais, unidades básicas de saúde e asilos. Recentemente, novos campos de trabalhos têm sido explorados, e o fisioterapeuta vem despontando em atividades desenvolvidas em: clubes esportivos, academias, clínicas de estética, UTIs, indústrias e escolas. Nestas instituições o fisioterapeuta pode avaliar, planejar, executar, orientar e assessorar serviços de fisioterapia e reabilitação ou, ainda, participar da elaboração e execução de projetos de caráter preventivo, estabelecendo a inter-relação entre saúde e educação. Dessa forma o profissional fisioterapeuta deverá ter um enfoque sistêmico da saúde/ doença do paciente. Analisá-lo como um “todo”, partindo de uma visão holística. Este conceito de considerar o homem “inteiro” (visão sistêmica) merece um exame mais minucioso. A doença pode ser considerada como o resultado de uma desigualdade entre as capacidades, recursos e respostas do indivíduo e as necessidades e circunstâncias de sua vida. A doença pode ser vista como uma fase na história natural do indivíduo, cuja natureza única responde ao seu meio ambiente particular. A hereditariedade, capacidade, recursos e necessidades do indivíduo, e, conseqüentemente, sua adaptação e respostas são singulares. DESENVOLVIMENTO A Fisioterapia foi regulamentada como profissão pelo Decreto-Lei 938/69. Conforme o Artigo 3º, do referido decreto: “... É atividade privativa do fisioterapeuta executar métodos e técnicas fisioterápicos com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar 24 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

a capacidade física do paciente” 1. A Fisioterapia apresenta uma missão primordial, de cooperação, mediante a nova realidade de saúde que se apresenta, através da aplicação de meios terapêuticos físicos, na prevenção, eliminação ou melhora de estados patológicos do homem, na promoção e na educação em saúde2. O envelhecimento da população é um dos maiores desafios das últimas décadas. Embora a velhice não seja sinônimo de doença, com a idade aumenta o risco de comprometimento funcional e perda de qualidade de vida. A avaliação funcional dos idosos, com acompanhamento do profissional fisioterapeuta, tornase essencial para estabelecer um diagnóstico, um prognóstico e um julgamento clínico adequado que subsidiarão as decisões sobre os tratamentos e cuidados necessários com o idoso3. Um paciente com angina, por exemplo, não está doente por causa da angina, mas tem a angina por que está doente. O exame total da singularidade do paciente e de seu relacionamento com todos os fatores ambientais é que fornece a base para o cuidado completo com a saúde. Segundo PORTO, 2005: “... sentir-se doente é uma condição inteiramente subjetiva que pode ou não corresponder à visão de quem avalia as condições de saúde ou diagnostica uma enfermidade em uma pessoa” 4. O doente não possui mais marcas psico-sociais, passa a ser objeto do saber científico. Faz-se necessário analisar e compreender o paciente como um todo, o conhecimento do paciente (Homem e Ser-no-Mundo) possui implicações psicológicas, sociais, relacionais, históricas, antropológicas e culturais5. A relação fisioterapeuta-paciente possui duas faces, ou seja, duas formas de conduzir esta relação. Existe uma visão por parte do profissional e outra por parte do paciente. Há uma grande importância na inter-relação e cumplicidade entre essas pessoas, no sentido de atingir um único e maior objetivo que é a melhora do indivíduo/paciente como um “todo”. Receber no consultório ou numa sala de reabilitação um paciente, por exemplo, portador de hipertensão arterial, é estabelecer um convívio que se espera duradouro, pois significa um bom cuidado e uma boa relação fisioterapeuta-paciente. A cumplicidade, o saber ouvir e ouvir muito, o interessar-se por cada detalhe da vida desse

novo paciente, a compreensão do seu diaa-dia, bem como seus anseios e angústias, fazem parte das implicações resultantes dessa parceria. O profissional deve ser claro, simples e repetitivo. A informação é nossa total responsabilidade, deve ser: visual, escrita e verbal. A disponibilidade (contato fácil, esclarecimento de dúvidas, telefone para apoio, endereço e e-mails) é um outro fator imprescindível nesta relação sistêmica. O fisioterapeuta deve ganhar a confiança e iniciar a negociação com o paciente para a adoção de hábitos de vida saudáveis; uma vez que interferimos na sua cultura. Cada fator de risco associado (tabagismo, dislipidemia, obesidade, sedentarismo, estresse, álcool excessivo e diabetes) deve receber a mesma atenção. Devemos dar aos indivíduos informações detalhadas sobre os riscos, a sua importância e o que fazer para modificá-los6. Cabe ao fisioterapeuta e ao paciente manter uma boa relação, refletindo na melhora, na boa evolução do indivíduo. Orientações sobre a atividade física e reforçar a idéia de que todo tipo de movimento é bem-vindo, são bons exemplos de condutas prazerosas no tratamento. A continuidade do tratamento deve ser sempre enfocada e repetida a cada nova consulta. Os pacientes faltosos ao tratamento devem ser alvos de uma contínua busca, por telefone, por telegrama ou carta. Tendo uma grande eficácia e reforça a parceria entre o paciente e o fisioterapeuta. Surge então um compromisso do profissional com o paciente e este último passa a sentir-se querido e o alvo da procura e interesse do profissional pela sua melhora. A primeira face da relação fisioterapeuta-paciente engloba a participação a priori do fisioterapeuta nesta relação: • Adesão do profissional em relação ao paciente (estudar e aprofundar os conhecimentos, escutar, entender e interpretar o que o paciente quer transmitir); • Cursos de especialização, cursos de reciclagem, dedicação à pesquisa científica; • Correto diagnóstico da patologia; • Melhor terapêutica a ser adotada; • Tempo gasto no atendimento; • Linguagem simples, anotações de horários; • Conscientização para o paciente da patologia e da importância do tratamento; • Realização de palestras e estudos com os pacientes; • Vínculo sadio fisioterapeuta-paciente.


artigo | Fisioterapia, paciente, inserção, relação sistêmica A segunda face da relação fisioterapeuta-paciente, engloba a forma como o paciente encara a patologia e o seu tratamento: • Falta de interesse, levando ao abandono do tratamento; • Patologia assintomática; • Custo dos medicamentos; • Efeitos colaterais; • Adoção de um estilo de vida saudável e melhora da qualidade de vida; • Patologias concomitantes; • Gastos com transporte; • Dúvidas quanto à patologia e ao tratamento; • Desinteresse pela consulta e tratamento; • Depressão e sentir-se inferior às demais pessoas/pacientes; • Participação da família na recuperação do paciente; • Vínculo de confiança paciente-fisioterapeuta. A abordagem multidisciplinar (médico, fisioterapeuta, enfermeiro, nutricionista, psicólogo, educador físico, dentre outros), demonstra que, com metodologia adequada, é possível incrementar o número de pacientes que permanecem em tratamento7. O aspecto emocional pode tanto ser uma das principais causas de doenças, como também um fator agravante de disfunções previamente estabelecidas por outros fatores8.

CONCLUSÃO A doença do paciente não deveria, portanto, ser vista como uma enfermidade ou aberração de apenas um órgão ou sistema, mas como parte de uma doença em todo o seu ser. A percepção dos fisioterapeutas em relação aos aspectos emocionais e psicossomáticos na recuperação dos pacientes deve ser uma busca contínua, pois parece ainda não haver muita clareza das implicações do fator emocional neste processo. E ainda a relação do paciente com a adesão ao fisioterapeuta e também ao tratamento. Tradicionalmente a doença é o objeto que tem recebido mais atenção dos profissionais da área da saúde e a abordagem que valoriza a totalidade do indivíduo é muitas vezes negligenciada. Neste contexto, percebe-se a necessidade de analisar mais profundamente os aspectos relacionados às emoções dos pacientes e as implicações na recuperação fisioterapêutica, para assim buscar um tratamento adequado e com maior qualidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, decreto lei nº 938 / 69, http://paginas.terra.com.br/saude/fisioterapia/legislao. html. Acesso em 14/11/2006. 2. RAGASSON, et al; Atribuições do Fisioter-

apeuta no Programa de Saúde da Família: Reflexões a partir da Prática Profissional. http://www.fisionet.com.br/materias/interna. asp?cod=46. Acesso em 02/07/2007. 3. CIANCIARULLO, T. I.; GUALDA, D. M. R.; SILVA, G. T. R. ; CUNHA, I. C. K. O. Saúde na família e na comunidade. São Paulo: Robe, 2002. 4. PORTO. C.C; Doenças do Coração: Prevenção e Tratamento, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 5. BRANCO, R.G.F. et al; Avaliação do Processo de Ensino/Aprendizagem da Relação MédicoPaciente no Curso de Medicina da Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Revista UFG, Ensino Superior – Dezembro/2005 – Ano VII Nº 2. 6. JARDIM, P.C.B; Cuidando da Hipertensão no Consultório. Ponto de Vista, Arquivos de Cardiologia – Volume 85, Nº 5, Novembro 2005. 7. Boletim ABRAH, Atualização Brasileira de Hipertensão, Ano 1 Nº 2. 8. CHAITOW, L. Sindrome da Fibromialgia - Um guia para o tratamento. São Paulo: Manole, 2002. 9. BARROSO W.K.S.; A influência da atividade física programada na pressão arterial de idosos hipertensos sob tratamento não- farmacológico, 2005. 10. VITORINO, P.V; Efeito do tratamento fisioterapêutico na adesão de hipertensos idosos ao exercício físico, 2005. 11. CHAITOW, L. (1982). Osteopatia: Manipulação e Estrutura do Corpo, São Paulo: Summus Editorial LTDA. 12. MEREB e ALVES, Relação Terapeuta-Paciente em Cardiologia Pediátrica:

www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 25


artigo | Fibrose cística, desobstrução brônquica, oscilação de alta freqüência

Aplicabilidade da oscilação de alta frequência (flutter) na desobstrução brônquica em portadores de fibrose cística. por

|

Márcia Maria de F. Villela, Cristiana Barrozo Fabriani, Sandra H.Mayworm

A

fibrose cística é uma doença sistêmica hereditária causada por uma alteração no braço longo do cromossoma nº.7, levando a uma disfunção generalizada das glândulas exócrinas causando com freqüência doença pulmonar obstrutiva, quadro de má absorção gastro-entérica e alterações eletrolíticas no suor. A ação da oscilação de alta freqüência (flutter) na desobstrução brônquica, em portadores de fibrose cística, tem o objetivo preventivo associado a uma maior independência do paciente. Através da análise por revisão bibliográfica, este trabalho descreve a atuação do flutter como uma técnica desobstrutiva prevenindo complicações respiratórias comuns ao paciente com fibrose cística, buscando um tratamento mais autônomo. As técnicas desobstrutivas abordadas têm objetivo de mobilizações de secreções e quando comparadas não demonstram um resultado significativo em relação a sua eficácia. O grande diferencial do flutter é por ser portátil e de fácil manuseio, leva o paciente a uma autonomia maior em relação ao seu tratamento, não negligenciando as avaliações e as reavaliações fisioterápicas. INTRODUÇÃO A fibrose cística ou mucoviscidose é uma doença sistêmica hereditária causada por uma alteração no braço longo do cromossoma nº.7, gene anormal que se transmite como um fator recessivo autossômico. A probabilidade de desenvolver a doença é de 25% quando ambos os pais são portadores de gene defeituoso. Essa alteração genética leva a uma disfunção generalizada das glândulas exócrinas, causa mais freqüente de doença pulmonar obstrutiva em crianças caucasianas e adultos jovens. A doença se caracteriza por uma tríade clínica: doença pulmonar obstrutiva crônica, quadro de má absorção gastro-entérica e alterações eletrolíticas no suor (TARANTINO, 2002; BETHLEM, 2002; PRYOR & WEBBER, 2002). Segundo Tarantino (2002), a suspeita clínica se baseia em quadros de má absorção gastro-entérica acompanhada de infecções respiratórias repetitivas. O diagnóstico pode ser confirmado pelo critério de di Sant`Agnese, que consta de quatro itens: eletrólitos anormalmente elevados no suor, insuficiência pancreática, comprometimento pulmonar e história familiar. Se houver presença de dois desses itens, já se pode confirmar a doença. O exame 26 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

do suor que deve ser feito de rotina em todos os casos suspeitos é uma prova decisiva para o diagnóstico como afirma Bethlem (2002). Na fibrose cística estão alteradas a dosagem de eletrólitos no suor, sódio e cloro estarão elevados (superior à 60mEq/L). O prognóstico da fibrose cística ainda é reservado apesar do aumento da sobrevida já que nos últimos anos os pacientes estão alcançando 40/50 anos de idade (PRYOR & WEBBER, 2002). O tratamento da fibrose cística deverá ser feito por uma equipe multidisciplinar onde cada profissional em sua área ofereça o suporte necessário. No tratamento clínico existe uma ampla lista de antibióticos indicados durante infecções. A administração de altas quantidades energéticas se torna necessário em razão da má absorção gastro-entérica e necessidades metabólicas. Em relação ao tratamento cirúrgico o transplante coraçãopulmão ou de pulmão tem sido realizado com sucesso em pacientes com doenças pulmonares em estágio final, embora exista uma escassez de doadores de órgãos (PRYOR & WEBBER, 2002). O tratamento fisioterápico respiratório direcionado na desobstrução brônquica é de grande importância no prognóstico do paciente. Na fibrose cística ocorre uma alteração nos canais de cloro da membrana apical das células epiteliais, essa limitada secreção de cloro e mais reabsorção de sódio e água provoca como resultado, alterações nas propriedades físicoquímicas do muco, desidratando-o, tornandoo mais espesso e viscoso (TARANTINO, 2002). O aumento da viscosidade do muco juntamente com a função ciliar anormal nas vias aéreas desses pacientes causa a retenção de secreções, favorecendo inflamações e posteriormente infecções, repetidas pneumonias e diminuição da função pulmonar (IRWIN,1994). As drenagens posturais respiratórias nos mais variados decúbitos associados aos exercícios respiratórios, tapotagem, vibração torácica e a oscilação de alta freqüência (Flutter) são eficazes na desobstrução desse muco estagnado nas vias aéreas. A realização prévia da umidificação por aerossóis e a ingestão de líquidos durante as técnicas desobstrutivas é importante para facilitar a mobilização de secreções. A oxigenoterapia pode ser prescrita quando necessária. O exercício deve fazer parte integral do tratamento desde o diagnóstico, melhorando o condicionamento físico geral e a força muscular, reduzindo a dispnéia, melho-

rando a auto-estima e promovendo bem estar (CARVALHO, 2001; PRYOR & WEBBER, 2002). O flutter é um aparelho portátil pequeno e simples usado na desobstrução brônquica, no tratamento e na prevenção da obstrução respiratória por “rolhas” de muco (PRYOR & WEBBER, 2002; TARANTINO, 2002). Ele é composto por um dispositivo em forma de cachimbo com uma esfera de aço pesada localizada numa cabeça angulada que é coberta por uma tampa perfurada. Durante a expiração, o movimento da esfera ao longo da superfície do cone cria uma pressão expiratória positiva e uma oscilação vibratória do ar dentro das vias aéreas com objetivo de mobilizar e eliminar as secreções (SCANLAN, WILKINS & STÖLLER, 2002; PRYOR & WEBBER, 2002). Indicado para todos os pacientes com excessiva produção de secreções pulmonares e apenas contra indicado quando ocorre a falta de cooperação do paciente, seja pela gravidade do caso ou por um baixo estado cognitivo (TARANTINO, 2002). A sua utilização apresenta grandes vantagens uma vez que é bem aceita pelos pacientes, é portátil e não requer assistência de um profissional (após ter sido realizado a instrução). Alguns cuidados devem ser tomados quanto a desinfecção como: lavar e secar as partes do aparelho após o seu uso, para minimizar o risco de infecção (SCANLAN, WILKINS & STÖLLER, 2002; PRYOR & WEBBER, 2002). O estudo se baseia na aplicabilidade da oscilação de alta freqüência (Flutter) na desobstrução brônquica em pacientes com fibrose cística. A ênfase na pesquisa é apresentar ao profissional de fisioterapia o flutter como técnica desobstrutiva que cumpre com seu objetivo e incentiva a autonomia e integração social do paciente, por ser pequeno, portátil e de fácil utilização aumentando seu objetivo de uso. A relevância do estudo se dá pela autonomia do indivíduo portador de fibrose cística que através de orientações fisioterapêuticas tornar-se-á mais independente. OBJETIVOS Este trabalho tem como principal objetivo, investigar a ação da oscilação de alta freqüência (Flutter) na desobstrução brônquica em portadores de fibrose cística, através de revisão bibliográfica da fibrose cística e a atuação do Flutter como recurso terapêutico na atuação da Fisioterapia, objetivando um tratamento mais direcionado na autonomia do paciente.


artigo | Fibrose cística, desobstrução brônquica, oscilação de alta freqüência DISCUSSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS O diagnóstico segundo Tarantino (2002), baseado no critério de di Agnese consta de quatro itens: comprometimento pulmonar, eletrólitos elevados no suor, insuficiência pancreática e história familiar e com a presença de dois destes itens já se pode confirmar a doença. Gilljan e Bjorck (2006), relata que embora a maior parte dos doentes com fibrose cística seja diagnosticada na primeira infância, o diagnóstico pode ser tardio com sintomas ligeiros como comprova seu estudo desenvolvido em indivíduo idoso do sexo masculino, com 61 anos de idade, que apresentou tosse produtiva e infertilidade. Em relação a má absorção gastroentérica e má nutrição, Feijó et al (2006) observam em trabalho realizado no laboratório da Universidade de Brasília com 25 pacientes com fibrose cística com idade entre 5 à 28 anos, um comprometimento da densidade mineral óssea, inclusive na infância. Os fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da osteoporose nesses pacientes são: reduzida absorção de Vitamina D e de cálcio (pela insuficiência pancreática), inatividade física, terapia com corticóide, acidose respiratória crônica e níveis reduzidos de hormônios sexuais. Concluíndo que pacientes com fibrose cística apresentam baixa densidade mineral óssea, inclusive na infância confirmando o quadro já descrito por Tarantino

(2002), de má absorção gastro-entérica pela disfunção generalizada das glândulas exócrinas causando um quadro de má absorção de nutrientes. MORLIN et al (2006), em seu estudo, avaliam o perfil nutricional de pacientes com fibrose cística no ambulatório de um Hospital Público de Uberlândia (MG), com a finalidade de traçar um plano de intervenção nutricional. Realizou-se um levantamento de dados a respeito da alimentação, uso de enzimas e complexos vitamínicos. Concluí-se pelos dados obtidos a prevalência de uma alta taxa de desnutrição nesses pacientes sugerindo à necessidade de um acompanhamento nutricional e a criação de um consenso em nutrição na fibrose cística brasileira. Pryor e Webber (2002) citam a necessidade da administração de altas quantidades energéticas(vitaminas) e enzimas pancreáticas sintetizadas em laboratório em todas as refeições para o tratamento da má absorção gastro-entérica e necessidades metabólicas. Carvalho (2001); Pryor e Webber (2002) relatam que o exercício deve fazer parte do tratamento de pacientes com fibrose cística, melhorando o seu condicionamento físico, força muscular, reduzindo a dispnéia, melhorando a auto- estima e bem estar. Espósito e Gulini (2006) em um Hospital Universitário de Santa Catarina, avaliou três pacientes jovens portadores de fibrose cística

com idade média de 23 anos, submetidos a um programa multidisciplinar de reabilitação pulmonar, que consiste em: teste incremental endurance de MMSS com halteres, teste incremental e endurance de MMII em esteira ergométrica e teste de caminhada de 6 minutos. O treinamento constituiu de 30 sessões três vezes por semana com duração de 90 minutos. No final do programa ocorreu um aumento no condicionamento físico dos pacientes. A conclusão de seu estudo é de que o programa de reabilitação pulmonar mostrou-se eficaz contribuindo para o aumento de tolerância aos exercícios e melhora no desempenho físico desses pacientes, podendo representar mais uma alternativa de tratamento relativamente fácil. Os pacientes portadores de fibrose cística apresentam um comprometimento respiratório e gástrico (TARANTINO, 2002; BETHLEM, 2002; PRYOR & WEBBER, 2002). O estudo de Conti et. al. observa que na fibrose cística além do comprometimento respiratório e gástrico, manifestações articulares e ósseas são freqüentes e podem evoluir para alterações posturais significativas. Em seu estudo realizado no Hospital Estadual de Campinas, foi avaliado a postura de pacientes com fibrose cística utilizando o Teste de Nova Iorque, que avalia a postura em dois planos posterior e lateral, atribuindo pontuações de acordo com o segmento observado, classi-

www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 27


artigo | Fibrose cística, desobstrução brônquica, oscilação de alta freqüência ficando o desvio postural em leve, moderado ou grave. Participaram 27 pacientes (15 femininos) com idade entre 2 à 31 anos. Detectouse: desnível de ombro e de coluna, depressão torácica, protusão de ombros. A freqüência de alterações na caixa torácica foi alta. Concluiuse que a freqüência de alterações posturais em pacientes com fibrose cística é elevada e retratam a associação com alterações do trato respiratório e sistema osteomuscular. A identificação precoce dessas alterações é importante para direcionar o tratamento fisioterápico. Tarantino (2002) afirma que pacientes com fibrose cística apresentam alterações na produção de muco tornando-o mais espesso e viscoso obstruíndo as vias aéreas causando inflamações e posteriormente infecções. Ribeiro et. al (2006) em seu estudo, comparam a eficácia de dois aparelhos – flutter e shaker – utilizados como técnicas desobstrutivas. Foi avaliado 16 pacientes com fibrose cística com idade média de 12 anos. Os pacientes foram submetidos a sessões de fisioterapia respiratória com os dois aparelhos alternados em intervalo de uma semana. As secreções expectoradas foram colhidas de 15 a 60 minutos após cada sessão. Mediu-se o peso úmido e seco das secreções (o volume das secreções não foram avaliadas durante o estudo), as freqüências cardíacas e respiratórias e a SatO2, não observando diferenças significativas entre o flutter e o shaker. Concluíndo-se que nos pacientes estudados o uso do aparelho shaker foi tão efetivo quanto à do flutter para as variáveis analisadas. Tarantino (2002) indica o flutter a todos os pacientes com excessivas secreções pulmonares sendo apenas contra indicado para pacientes não cooperativos. Scanlan, Wilkins & Stoller (2002) defendem que a válvula de flutter tem grandes vantagens, porque é imediatamente aceita pelos pacientes, é portátil e não requer assistência de um profissional (após instruções de uso). Lamari (2006) em seu estudo conclui que as técnicas desobstrutivas abordadas:

drenagem postural, percussão, vibração e o flutter, não apontam diferenças significativas em relação a sua eficácia na desobstrução brônquica. Sugerindo que seja utilizada a técnica fisioterápica desobstrutiva mais confortável ao paciente e que traga menos comprometimento social. Oliveira et. al (2006), em seu trabalho sobre a aquisição de autonomia X fibrose cística, realizaram um estudo utilizando dados de entrevistas com cinco adultos portadores de fibrose cística em relação aos temas: tratamento, família, rotina, atividades, decisões e relacionamentos. Os resultados mostraram que esses pacientes tem dificuldade para tomar decisões e relacionar-se. O estudo conclui que os portadores de fibrose cística tem problemas em conquistarem a sua autonomia, o que interfere na capacidade de assumirem as responsabilidades da vida adulta, incluindo o tratamento da fibrose cística. Scanlan, Wilkins & Stoller (2002) observam que o flutter além de ser eficaz na desobstrução brônquica é um grande incentivador na autonomia do paciente em relação ao seu tratamento, contribuindo para que esse indivíduo seja um adulto independente. Um dos comprometimentos do paciente com fibrose cística é a obstrução de vias aéreas por secreções brônquicas aumentadas e viscosas, causada pela alteração nos canais de cloro da membrana apical das células epiteliais, favorecendo inflamações e infecções, repetidas pneumonias e comprometimento da função pulmonar. Em conseqüência desse quadro se observa a necessidade de um tratamento de fisioterapia respiratória que vise principalmente a desobstrução brônquica. A análise das técnicas fisioterápicas desobstrutivas citadas, tem o objetivo de tratamento e prevenção de complicações pulmonares. O estudo observa que todas as técnicas desobstrutivas alcançam a sua eficácia em relação a mobilização de secreção. O que destacamos nesse tema, é que o flutter não só cumpre o seu papel como também é um importante

EM 2008.

recurso terapêutico que leva a uma maior autonomia por ser pequeno, portátil e de fácil manuseio. Facilita a toilete incentivando a expectoração proporcionando melhor qualidade de vida com diminuição da incidência de infecções, sendo o papel do fisioterapeuta de relevante importância no acompanhamento em decorrência das reavaliações e revisões periódicas do paciente. REFERÊNCIAS BETHLEM, Newton. Pneumologia. 4ª ed. São Paulo: Atheneu, 2002. CARVALHO, Mercedes. Fisioterapia Respiratória. 5ª ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. CONTI, P.B.M.C. et. al.; Alteração Postural em pacientes com Fibrose Cística, 1º. Congresso Brasileiro de fibrose cística, Disponível em:http://www. jornaldepneumologia.com.br/PDF/suple_62_18_13-resumos.pdf, Acesso em: 18/03/2007. ESPOSITO, C; GULINI,J; Programa de Reabilitação Pulmonar aplicado a três adultos jovens portadores de Fibrose Cística, 1º. Congresso Brasileiro de fibrose cística, Disponível em:http://www.jornaldepneumologia.com.br/PDF/suple _62_18_13-resumos.pdf. Acesso em: 18/03/2007. FEIJÓ, Gilvânia et. al.; Densidade mineral óssea em fibrose císticos do Distrito Federal, Disponível em: http://www.fhdf.gov.br/revista/artigos2_2006/Artigo-1.pdf. Acesso em: 05/03/2007. GILLJAM, M.; BJÖRCK, E; Fibrose Cística diagnosticada a um indivíduo idoso, Disponível em: http://www.saude-respiração.net/index. php?article=48&visual= 1&layout=30, Acesso em: 06/03/2007. IRWIN, Scot; TECKLIN, Jan Stephen. Fisioterapia Cardiopulmonar. 2ª ed. São Paulo: Manole, 1994. LAMARI, Neuseli M. et.al; Bronquiectasia e fisioterapia desobstrutiva: ênfase em drenagem postural e percussão, Disponível em: http://cade.search.yahoo. com/ search? p=bronquiectasia+flutter, Acesso em: 06/03/2007. MORLIN, Carmen et. al.; Perfil nutricional dos pacientes atendidos no ambulatório de fibrose cística de hospital público de Uberlândia – Minas Gerais, Disponível em: http://www.sbnpe.com.br/revista/ V21-N01-03.pdf, Acesso em: 05/03/2007.

QUEREMOS SUA EMPRESA CONOSCO!

Já estamos fechando os contratos de anúncios para as edições de 2008. As vantagens de sua empresa fechar contrato são muitas, por isso não perca tempo, entre em contato agora mesmo. Fechando seu contrato agora, você tem descontos, e melhores formas de pagamento, ganha banner no site e newslatters cortesia, escolhe os melhores lugares para seu anúncio e muito mais. Revista Fisio&terapia, é o seu produto em todos os lugares, eventos pelo menor preço, muito menos que mandar fazer folder e panfletos e depois ainda ter que distribuir e postar. Fale com a gente, vamos estar juntos em 2008.

28 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T


www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 29


artigo | Mensuração de amplitude, membros superiores, fibrose

Mensuração da amplitude de movimento de membros superiores por

|

Donara Pereira, Karina Trindade, Luana Souza, Alecsandra Vendrusculo, Melissa Braz

O

s grupos de promoção da saúde (GPS) são instrumentos que contribuem para a superação das falhas do modelo biomédico de atenção à saúde. Através dos conceitos de vínculo, comprometimento e auto-cuidado praticados no GPS, desenvolve-se a autonomia e gera-se melhora das condições de vida e saúde na comunidade em que estão inseridos. Sendo assim, a busca pelo auto-cuidado deve ser uma das principais metas dos GPS. Por meio de atividades como alongamentos, exercícios de fortalecimento e orientações posturais, o participante sente-se motivado a essa prática, pois nota que há uma melhora física e mental. A quantidade de movimento de uma articulação é chamada de amplitude de movimento (ADM). Segundo Norkin e White (1997), a ADM normal varia entre os indivíduos, sofrendo influência de fatores como a idade, o gênero e a execução ativa ou passiva do movimento. Pode ser quantificada pela goniometria, que se refere à medida de ângulos, em particular às medidas dos ângulos criados nas articulações humanas pelos ossos do corpo, podendo ser usada para determinar tanto uma posição articular específica como sua quantidade total de movimento possível (NORKIN e WHITE, 1997). A goniometria permite elaborar um plano de tratamento, ajuda a fazer o diagnóstico, a reavaliar o estado do indivíduo após o tratamento; além disso, auxilia a desenvolver o interesse do indivíduo e sua motivação pelo programa de tratamento (PALMER e EPLER, 2002). Nesse estudo foram abordadas três das principais articulações dos membros superiores (MMSS), a articulação do ombro, do cotovelo e a do punho, que juntas se tornam responsáveis pelas maiores ADM’S e são de grande importância na vida de cada indivíduo. Uma boa ADM de membros superiores é essencial para a execução das Atividades da Vida Diária (AVD’S), que podem ser definidas como os atos básicos que o indivíduo realiza visando a sua sobrevivência, cuidados com o corpo, gestos e atitudes próprias do meio em que se vive e que possibilitam a integração social. De acordo com Alander e cols apud Norkin e White (1997), foi pesquisado que adultos de diversas faixas etárias possuem diferenças de ADM. Segundos estes autores, nos adultos mais velhos as ADM’S da flexão e extensão do punho e rotação do ombro diminuem de 3 a 5° com a idade e o processo de envelhecimento. O envelhecimento pode ser conceituado como um processo dinâmico e progressivo, 30 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

onde há modificações tanto morfológicas quanto funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam progressiva perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e incidência de processos patológicos (CARVALHO E NETTO, 2000). Segundo Andreotti e Okuma (1999), o envelhecimento traz, como uma de suas conseqüências, a diminuição do desempenho motor na realização das AVD’S, o que, entretanto, não leva as pessoas a se tornarem, necessariamente, dependentes de outros, embora aproximadamente 25% dos idosos cheguem ao estado de dependência para realizar tarefas cotidianas. Não obstante esses dados, continuam a predominar medidas de avaliação voltadas para a população fisicamente dependente ou fragilizada, dificultando a análise e compreensão do desempenho motor e das AVD’S da maioria dos idosos, que não são fisicamente dependentes. O grupo de promoção à saúde (GPS) em que atuam os acadêmicos do 5º semestre do curso de Fisioterapia – UNIFRA, através da disciplina de Fisioterapia e Promoção da Saúde III, junto à comunidade da vila Jockey Clube, Santa Maria, RS, possui diversas atividades relacionadas ao auto-cuidado. Em espaço cedido pela comunidade acontecem atividades de alongamento, exercícios de fortalecimento e relaxamento, sendo que os participantes são moradores dessa vila e adscritos ao PSF Roberto Binato. Além disso, ocorrem discussões sobre temas de saúde, sugeridos pelos usuários do GPS. Durante as atividades no GPS, notou-se que alguns dos participantes, com idades entre 56 e 71 anos, apresentavam diminuição da ADM, principalmente das articulações dos MMSS, em especial o ombro. Considerando que a utilidade da extremidade superior humana é principalmente posicionar e mover a mão no espaço, é importante que o indivíduo não tenha uma mobilidade comprometida. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo avaliar a ADM de MMSS em usuários do GPS comparando-a com a ADM normal. Assim, foi possível motivar o participante ao auto-cuidado, buscando autonomia. MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizado um estudo descritivo no período de 30 de abril até o dia 28 de maio de 2007. A amostra selecionada no dia 30 de abril foi composta por 3 participantes do sexo feminino, com uma faixa etária de 56 a 71 anos (média 62,3 anos). Os critérios de exclusão recaíram sobre os participantes que não eram

do sexo feminino e que não pudessem estar presentes após as atividades do grupo para a coleta de dados. Foi aplicado aos participantes uma ficha de avaliação contendo questões sobre presença de algias, patologias e a realização de AVD’S, que foram respondidas pelos participantes. Também foi realizado a goniometria seguida conforme o movimento, alinhamento goniométrico, estabilização e precauções descritas por Palmer e Epler (2002). Antes de ser realizada a avaliação goniométrica foi solicitado aos usuários que realizassem movimentos ativos de flexo-extensão, abdução e adução, abdução e adução horizontal do ombro, flexo-extensão do cotovelo, flexoextensão, desvio radial e ulnar do punho, dos dois MMSS, para a observação do movimento. A articulação do ombro possui três graus de liberdade, realizando movimentos de flexão – extensão com ADM de 0° - 180° e 180° - 0° respectivamente, abdução – adução com ADM de 0° - 180° e 180° - 0° respectivamente e ainda rotação lateral e medial. Já a articulação do cotovelo é dividida em umeroulnar e umeroradial, ambas com um grau de liberdade, realizando movimentos de flexão – extensão com ADM de 0° - 145° e 145° - 0° respectivamente e pronação e supinação com ADM de 0° - 90° e 90° 0° respectivamente. E por último a articulação do punho se desloca em dois planos de movimento, realizando movimentos de flexão – extensão com ADM de 0° - 90° e 90° - 0° respectivamente, hiperextensão com ADM de 0° - 70°, e ainda desvio ulnar e desvio radial com ADM de 0° - 35° e 0° - 25° respectivamente (PALMER E EPLER, 2002). Este estudo seguiu os preceitos éticos segundo a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que estabelece os princípios para as pesquisas em seres humanos. Os usuários receberam orientações e esclarecimento sobre os objetivos desta pesquisa e de seus direitos resguardados (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996). ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS PERFIL DOS PESQUISADOS No total dos 3 indivíduos do sexo feminino avaliados, com idades variando de 56 a 71 anos (média 62,3 anos) todos eram donas-de-casa, e dos 3 indivíduos avaliados, 2 (66,6%) praticavam atividades físicas além do GPS. De acordo com Deliberato (2002), a atividade física pode contribuir para compensar determinadas deficiências, aumentar a capacidade funcional ou simplesmente proporcionar


artigo | Mensuração de amplitude, membros superiores, fibrose prazer e bem estar. Pela prática regular de atividade física, consegue-se fortalecimento muscular, aumento da independência nas AVD’S e aumento da ADM articular (TEIXEIRA apud DELIBERATO, 2002). Quanto à posição para dormir, 2 dos 3 indivíduos entrevistados (66,6%) referem dormir em decúbito lateral e 1 (33,4%) em decúbito ventral. Não foi encontrada na literatura existente dados que relacionassem diretamente dor ou limitação da ADM em MMSS com a posição de dormir. Conforme Gabriel et al (2001) a postura em decúbito lateral com as pernas flexionadas ou em decúbito dorsal com as pernas descansadas sobre uma almofada é o correto, porém não é recomendado a postura em decúbito ventral, já que favorece a hiperlordose lombar e acrescenta um componente de rotação ao ter que girar a cabeça. No que diz respeito ao nível de dependência, 2 dos 3 indivíduos avaliados (66,6%) referem solicitar ajuda para realizar as AVD’S que exijam elevação dos MMSS acima de 90°. Segundo Deliberato (2002), qualquer movimento dos MMSS acima do nível dos ombros durante as AVD’S bem como os movimentos de extensão da região devem ser evitados, pois essas situações exigem demasiadamente dos músculos ao redor da cintura escapular, ocasionando fadiga e favorecendo o aparecimento de algias. QUEIXA DE DORES EM MMSS Segundo Magee (2005) a dor é muito subjetiva e suas manifestações são específicas de cada indivíduo. Trata-se de uma experiência complexa que envolve várias dimensões, tais como dimensões fisiológicas, sensitivas, afetivas, cognitivas, comportamentais e socioculturais. Gráfico 1 – Queixa de dor em MMSS

Dos 3 indivíduos entrevistados, 2 (66,6%) referem dor no ombro, 1 (33,4%) no cotovelo e 2 (66,6%) no punho (gráfico 1). Quanto ao diagnóstico, apenas 1 (33,4%) dos indivíduos entrevistados tem diagnóstico de artrite reumatóide nas articulações do ombro, cotovelo e punho, que justifique suas dores em MMSS. Conforme Gabriel et al (2001), artrite reumatóide é uma enfermidade auto-imune articular crônica, progressiva e com comprometimento sistêmico. Predomina no sexo feminino, tendo incidência de comprometimento

muito elevada (em torno de 80%) na articulação do ombro, de 40 a 50% no cotovelo e de 90% na mão. LIMITAÇÃO DA ADM Ombro:

Cotovelo:

Punho:

No que diz respeito à ADM foi observado que os três indivíduos avaliados (100%) apresentam uma diminuição significativa da ADM das três articulações examinadas, em especial a articulação do ombro (tabela 1, 2, 3). Segundo Rebelatto e Morelli (2004), à medida que o organismo envelhece ocorrem algumas alterações características. As articulações sinoviais sofrem alterações nas cartilagens articulares, tornando-se mais finais e com rachaduras e fendas na superfície, o que acaba prejudicando a biomecânica dos movimentos. Para que se tenha uma ADM normal é necessário haver mobilidade e flexibilidade dos tecidos moles que circundam a articulação, ou seja, músculos, tecido conectivo e pele, e mobilidade articular. Para desempenhar a maioria das AVD’S é necessário geralmente uma ADM sem restrições e sem dor (KISNER e COLBY, 1998). Havendo uma diminuição da ADM por encurtamento dessas estruturas, é indispensável à realização de exercícios de alongamentos, que são definidos como um conjunto de práticas utilizadas para se manter ou aumentar a ADM. Segundo Kapandji (2000), o ato de pentear-se exige movimentos de exploração global do ombro, como abdução (120°) e rotação externa (90°), dirigindo a mão em direção à orelha oposta, assim como no ato de vestir um casaco, realizam-se flexão-abdução e extensão-rotação interna com os membros superiores, dirigindo a mão até a parte inferior da região escapular contralateral. Outro movimento importante, o de levar alimentos à boca, é possível graças à flexão do cotovelo. Ainda ressalta-se que o movimento de pronosupinação dessa articulação é indispensável para o controle da atitude da mão, permitindo que essa chegue a qualquer ponto do corpo com a finalidade de proteção ou higiene. De acordo com o mesmo autor supracitado, articulação do punho, com amplitudes de movimento normais, permite que a mão se

coloque numa posição ótima para a preensão e oriente-se em qualquer ângulo para pegar ou segurar objetos. Ressalta-se que a mão representa a “extremidade realizadora” do MS e que este constitui o seu suporte e lhe permite adotar a posição mais favorável para uma ação determinada. Sendo assim, a realização de movimentos com amplitudes normais tornase indispensável na realização das AVD’S. CONCLUSÃO Os grupos de promoção à saúde permitem o resgate da solidariedade, da escuta ativa, e dessa forma proporcionam a autonomia e a melhora das condições de saúde do indivíduo e da comunidade em que esse se insere. Baseado nisso, o profissional fisioterapeuta deve atuar como agente transformador, buscando a integralidade nas ações de saúde. Garantindo assim, aos usuários espaço para a promoção da saúde e prevenção de patologias que venham acarretar em diminuição da capacidade funcional, como aquelas relacionadas com a ADM de MMSS. Funcionalmente as articulações dos MMSS são de grande importância, atuando de forma conjunta, podem realizar movimentos essenciais nas AVD’S de cada indivíduo, como: levar objetos e alimentos à boca, vestir-se, fazer a higiene pessoal, entre outras. Essas AVD’S podem não ser realizadas de uma forma correta e eficiente, devido à limitação da ADM que essas articulações sofrem com o envelhecimento, dessa forma acarretam em problemas como a perda de autonomia do sujeito. Este trabalho permitiu concluir que nas donas-de-casa avaliadas, com idades entre 56 e 71 anos, existe uma diminuição significativa da ADM de MMSS, ocasionada pelo envelhecimento, gerando certo grau de dependência nas realizações de suas atividades domésticas. Verifica- se também que a limitação da ADM de MMSS pode estar associada com doenças ortopédicas (como a artrite reumatóide), com o processo de envelhecimento e ainda com o sedentarismo. Dessa forma os grupos de promoção à saúde têm um papel fundamental na melhora e manutenção da ADM de MMSS em indivíduos em processo de envelhecimento, através da realização de exercícios de alongamento e fortalecimento muscular dos MMSS, bem como orientações posturais e incentivando o auto- cuidado. Assim, desenvolve-se a autonomia e gera-se uma melhor qualidade de vida para os participantes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1) ANDREOTTI, R. A; OKUMA, S. S. Validação de uma bateria de testes de atividades da vida diária para idosos fisicamente independentes. 1999. Disponível em: http://www.usp.br/eef/rpef/v13n1/v13n1p46. pdf . Acesso em: 19 abr. 2007. 2) CARVALHO, E.T; NETTO, M. P. Geriatria: fundamentos, clínica e terapêutica. 1. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. DELIBERATO, P. C. P. Fisioterapia preventiva: fundamentos e aplicações. 1. ed. São Paulo: Manole, 2002. 3) GABRIEL, M. R. S; PETIT, J. D; CARRIL, M. L. S. Fisioterapia em traumatologia, ortopedia e reumatologia. 1.ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. 4) KAPANDJI, A.I. Fisiologia articular: esquemas comentados de mecânica humana, vol. I, Membro Superior. 5.ed. Rio de janeiro: Panamericana, 2000. 5) KISNER, C; COLBY, L.A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Manole, 1998. 6) AGEE, D.J. Avaliação músculo esquelética. 4.ed. São Paulo: Manole, 2005. 7) MINISTÉRIO DA SAÚDE. Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos. Resolução n. 196, de 10 de outubro de 1996. Diário oficial da União, 20:21 082, 16 out. Seção 1, Brasília, (Out. 10, 1996). 8) NORKIN, C.C; WHITE, D.J. Medida de movimento articular: manual de goniometria. 2.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 9) PALMER, M.L; EPLER, M.E. Fundamentos das técnicas de avaliação musculoesquelética. 2.ed.

www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 31


tininha | humor - passa-tempo - tv - novidades - música - cinema - automóvel - compras -

tininha

Tudo bem pessoal? Com tantas mensagens circulando diariamente na Internet, tenho certeza que vocês têm novidades para compartilhar com os demais leitores da nossa revista. Não seja egoísta e mande já seu recado ou mensagens. Envie seu e-mail para cá: tininha@novafisio.com.br Aproveito para mandar um abraço ao Henrique de Búzios pelas piadinhas novas, valeu mesmo, adorei!

Slaaapt!!!

Pane no elevador

No elevador estavam um argentino, um fisioterapeuta brasileiro, uma garota gostosa e uma freira. De repente, acaba a luz do prédio, o elevador para e fica às escuras. Ouve-se o som de um beijo seguido de um tapa. Depois de alguns segundos a luz volta e todos ficam calados. A freira pensa: — Um dos dois deve ter beijado a garota e ela revidou com um tapa! Bem feito! A garota pensa: — Um dos dois deve ter tentado me beijar, acabou beijando a freira e levou um tapa! O argentino pensa: — Esse fisioterapeuta beijou essa mina e ela me deu um tapa pensando que fui eu! O fisioterapeuta brasileiro pensa: — Ah! Ah! Ah! Beijei a palma da mão e lasquei um tapa nesse argentino!

Mar

ylou

.

O marido estava sentado quieto lendo seu jornal, quando a mulher, uma fisioterapeuta furiosa, vem da cozinha e senta-lhe a frigideira na cabeça. Espantado, ele levanta e pergunta: - O que é isso, mulher, ficou maluca!? - Isso, é pelo papelzinho que eu encontrei na sua calça com o nome de Marylou e um n° de telefone! - Querida... Lembra do dia em que fui na corrida de cavalos? Pois Marylou foi o nome do cavalo em que eu apostei, e o n° é de quanto estavam pagando pela aposta! Satisfeita, a mulher pediu mil desculpas e acalmouse. Dias depois, lá estava ele novamente sentado, quando leva uma nova porrada, e dessa vez com a panela de pressão. Ainda mais espantado e zonzo, ele pergunta: - O que foi dessa vez meu amor? - Seu cavalo telefonou.

a i p era

t o i r C

Duas amigas encontram-se no céu e uma pergunta para a outra: - Como você morreu? - Congelada. - Ai q horror!!! Deve ter sido horrível! Como é morrer congelada? - No começo é muito ruim: primeiro são os arrepios, depois as dores nos dedos das mãos e dos pés, tudo congelando... Mas, depois veio um sono muito forte e depois perdi a consciência. - E você, como morreu ? - Eu? De ataque cardíaco. Eu estava desconfiada que meu marido me traía. Um dia cheguei em casa mais cedo. Corri até ao quarto e ele estava na cama, calmamente assistindo tv. Desconfiada, corro até o porão, para ver se encontrava alguma mulher escondida, mas não encontrei ninguém. Corri até o segundo andar, mas também não vi ninguém. Subi até o sótão e ao subir as escadas esbaforida tive um ataque cardíaco e caí morta. - Oh, que pena... se você tivesse procurado no freezer, nós duas estaríamos vivas... 32 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

tininha@novafisio.com.br Participe, escreva


moda - economia - turismo - esporte - culinária - curiosidade - arte... Uma fisioterapeuta não estava arrumando emprego e pediu ajuda, a uma amiga dona de uma policlínica. A única vaga na clínica era de consultora sexual. Muito “P” da vida ela aceitou, pois precisava pagar suas contas. Veja o resultado! 1ª Ligação - Tenho 20 anos e não transei ainda porque gostaria que a 1ª vez fosse com um namorado fixo. O que você acha? R: Minha 1ª vez também foi com um namorado fixo. Eu o amarrei na cama.. 2ª - O que fazer para surpreender um namorado tímido na primeira noite? R: Apareça com um amante. 3ª - Tenho um amigo que quer fazer sexo comigo, mas ele tem um pênis de 24cm. Acho que vai ser doloroso, o que fazer? R: Manda pra cá que eu testo pra você. 4ª - Como faço para seduzir o rapaz que eu amo? R: Tire a roupa. 5ª - Terminei com meu ex porque ele é muito galinha e agora estou com outro. Mas ainda gosto do ex e às vezes ainda fico com ele! O que devo fazer? R: Quem era mesmo muito galinha nesta história? 6ª - Quero saber como enlouquecer um homem só nas preliminares. R: Diga no ouvidinho dele: “minha menstruação está atrasada...” 7ª - Como enlouqueço meu parceiro em uma transa no banheiro? R: Já usou desentupidor de pia? 8ª - Saí com um gatinho e foi ótimo. Só que agora fico com o maior medo de ligar pra ele. Será que devo? R: Depende. O gatinho sabe cagar na caixa de areia? 9ª - Eu tenho 18 anos mas adoro brincar de bonecas com a minha irmã de 2 anos. Também entro na net e não canso de ver cenas de sexo. O que eu faço? R: Passe numa sex shop e compre um boneco inflável de boas proporções. 10ª - Sou feia, pobre e chata. O que devo fazer para alguém gostar de mim? R: Ficar bonita, rica e ser legal. Obviamente. 11ª - O cara com quem estou saindo é muito legal, mas está dando sinais de ser alcoólatra. O que eu faço? R: Não deixe ele dirigir. 12ª - Por que na hora do sexo, quando a gente está no vai e vem e o corpo entra em atrito e faz aquele barulho de quem está batendo palmas, a gente fica excitado? R: É porque parece que tem torcida, ta ligado? Da próxima vez grite pra galera. 13ª - Eu não tenho uma cara propriamente linda. O que fazer para conseguir comer umas gatas, tendo em conta que tenho 13 anos? R: Nesta idade você tem que comer Sucrilhos, entende? 14ª - Tenho 28 anos e sou virgem, não agüento mais esta situação. Como mudá-la o mais rápido possível? R: Está em Porto Alegre? Vai na Voluntários da Pátria e leve uns R$ 30. 15ª - Sou virgem e rolou, pela primeira vez de fazer sexo oral. Terminei engolindo o negócio e quero saber se corro o risco de ficar grávida. Estou desesperada! R: Claro que corre o risco de ficar grávida. E a criança vai sair pela orelha. 16ª - A primeira vez dói? Qual a melhor posição para a primeira transa? Tenho 21 anos e ainda não transei porque tenho medo de doer e não agüentar. R: Dói tanto que você vai ficar em coma e NUNCA mais vai levantar. Vê se deixa de ser fresca, e dá de uma vez, ô Cinderela!!!

contando suas histórias e sugestões.

SOBE... A deputada Alice Portugal no Plenário da Câmara em 16 de maio denunciou o lobby financeiro internacional promovido pela Federação Mundial de Quiropraxia com a intenção de aprovar o Projeto de Lei da quiropraxia no Brasil. SOBE... o CREFITO 2, em página inteira da Revista O Globo (encarte do jornal O Globo), do dia 17 de junho, domingo, estampou a denúncia: Quanto vale a saúde do Brasileiro e a dignidade de nossos parlamentares? SOBE... Um fisioterapeuta, Dr. Jair Carmo Schmitt, é o Prefeito de Esperança do Sul no Rio Grande do Sul. Isso é bom para toda a classe e nós da Revista entraremos em contato para uma entrevista. SOBE... Aluna e professora da Fisioterapia recebem prêmio João Gomes da Silveira. A professora do curso de Fisioterapia da Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia (Faenfi) da PUCRS Mara Knorst e a estudante do 9º semestre Carolina Batista receberam o prêmio João Gomes da Silveira de melhor trabalho na área de Ginecologia. “Impacto da fisioterapia pélvica na qualidade de vida de mulheres com incontinência urinária” foi apresentado durante o 3º Simpósio Internacional de Ginecologia e 3º Encontro dos Ex-Residentes de Ginecologia e Obstetrícia da PUCRS, realizado em Gramado. SOBE... A Fisioterapeuta Gaúcha Cláudia Fontana, partcipou do PAN onde fez alongamento e fisioterapia desportiva em atletas.

www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 33


agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO CIDADE UF TELEFONES OU SITE AGOSTO 11 Curso Quick Massage São Paulo SP (11) 3845-8738 11 Ciclo de Capacitação CREFITO/5 em Fisioterapia Desportiva Caxias do Sul RS www.crefito5.com.br 10% 11 Terapia Postural na Bola Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 11 e 12 Curso Acupuntura Estética Facial e Corporal Curitiba PR (41) 9221-5416 11 e 12 II Simpósio Multidisciplinar de Saúde e Terapias Manuais Norte Capixaba Linhares ES (27) 9905-9900 / 9999-1334 11 e 12 Pilates - Curso Avançado de Aparelhos Rio de Janeiro RJ (21) 2294-2499 13 a 24 Curso Livre Básico de RPG Philippe Souchard - Turma B - 1º Módulo Salvador BA (71) 3331-6272 / 3331-8905 15 II Ciclo de Palestras Fisioterapia do Trabalho – Ginástica Laboral São Paulo SP (11) 4997-6916 15 a 19 ISO-RDM-STRETCHING / Reeducação da Dinâmica Muscular Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 15 a 19 Formação em Osteopatia - Mód. III São Paulo SP (11) 6886-4504 / 9341-0923 17 a 19 Práticas Educativas e Lúdicas para Motivação São Paulo SP (11) 4997-6916 17 a 19 Atuação da Fisioterapia nas Desordens Temporomandibulares São Paulo SP (11) 3055-2500 17 a 19 Curso de Mat Pilates com Rolo de Feldenkrais, Bola e Flexi Band Porto Alegre RS (48) 3228-9898 17 a 19 Curso de Aperfeiçoamento no Método Pilates - Reformer, Cadilacc e Chair Florianópolis SC (48) 3228-9898 10% 18 Terapia Postural na Bola Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 18 Curso de Adequação Postural e Equipamentos Ergonômicos Rio de Janeiro RJ (21) 2527-2071 / 2527-2480 18 e 19 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. I e II Florianópolis SC (41) 3019-2828 / 9973-0610 10% 18 e 19 Curso de Fisiologia Pulmonar e Cardíaca Aplicada à Prática Clínica Rio de Janeiro RJ (21) 3970-3715 18 e 19 Curso Crochetagem Muriaé MG (32) 3721-2421 / 8831-9041 18 a 25 Curso de Pilates - Módulo I - Solo Rio de Janeiro RJ (21) 9888-4934 20 a 31 RPG Souchard - 2ª fase Brasília DF (27) 3349-0799 / (61) 3338-8695 20 a 31 Curso Básico Neuroevolutivo - Conceito Bobath - 2ª Etapa Rio de Janeiro RJ (21) 2522-6291 22 a 25 Pilates Clínico Internacional Porto Alegre RS 0800 400 7008 23 a 25 I Congresso Nacional da Fisioterapia na Saúde Coletiva Brasília DF www.conafisc2007.com.br 24 a 26 Curso de Ventilação Mecânica para Fisioterapeutas Florianópolis SC (41) 3019-2828 / 9973-0610 24 a 26 XVI Curso de Formação de Consultor em Ergonomia e Método CNROSSI São Paulo SP (11) 3645-0223 24 a 26 Curso de Podoposturologia Florianópolis SC (48) 3228-9898 24 a 26 Curso de Pilates na Bola & Mat com Rolo de Feldenkrais e Flexiband Belo Horizonte MG (48) 3228-9898 24 a 31 Pilates Sob a Ótica das Cadeias Musculares Rio de Janeiro RJ (21) 2268-6997 / 2288-8131 25 e 26 Curso de Shantala - Massagem para bebês, crianças e adultos Curitiba PR (41) 3019-2828 / 9973-0610 25 e 26 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. I e II Curitiba PR (41) 3019-2828 / 9973-0610 10% 25 e 26 Curso de Fisioterapia Respiratória Em UTI Prática Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 26 a 28 Curso de Mat Pilates com Rolo de Feldenkrais, Bola e Flexi Band Curitiba PR (48) 3228-9898 27 a 30 Pilates Clínico Internacional Londrina PR 0800 400 7008 28 a 02 Pilates RDM - Reeducação da Dinâmica Muscular Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 30 a 01 SULBRAFITO - Congresso Sul-Brasileiro de Fisio. Traumato-Ortopédica Curitiba PR (41) 3022-1247 30 a 02 SIMBRAPI - I Simpósio Brasileiro de Pilates Recife PE (81) 9247-4284 / (11) 9299-4322 31 a 02 Curso Internacional de Patofisiologia e Tratamento das Tendinopatias São Paulo SP (21) 2223-3632 / 7832-8296 31 a 02 Curso de Mat Pilates com Rolo de Feldenkrais / Bola Suiça e Flexiband Florianópolis SC (48) 3228-9898 31 a 02 Práticas Ergonômicas Posturais - Intuição & Sabedoria São Paulo SP (11) 4997-6916 SETEMBRO 10% Em Set Curso de Pilates Completo + Pilates on the Ball Rio de Janeiro RJ (21) 2486-9800 01 e 02 Reabilitação Esportiva em Artes Marciais São Paulo SP (11) 9611-1691 / 9425-8489 01 e 02 Curso de Pilates na Água Belo Horizonte MG (48) 3228-9898 DIVULGUE SEU CURSO GRATUITAMENTE AQUI! VEJA NOSSA AGENDA COMPLETA NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR

INFORME PUBLICITÁRIO Prezado Colega Temos o prazer em trazer para São Paulo o 1º Meeting em Fisioterapia Dermato-Funcional, que ocorrerá na data de 4 de setembro de 2007 no Expo Center Norte - SP. Foi um trabalho de 1 ano para conseguir os temas que estão se destacando no mercado da Estética visando um aprimoramento do profissional. A programação científica está baseada no que há de mais atual nesta área, o que garante a excelência de conteúdo. Teremos a oportunidade de aumento do conhecimento através da exposição dos assuntos mais importante e os avanços em nossa especialidade, que serão abordados por colegas de reconhecidas competências. Com vários trabalhos científicos, comprovando a eficácia de cada método. Métodos inovadores como eletroporação, LIP, Laser de baixa potência, tratamentos para pele 34 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

envelhecida, adiposidade, celulite e pacientes pós-queimados. Unido a esse Meeting, haverá a maior feira de cosméticos e beleza da América Latina: Beauty Fair 2007. Com 600 das mais importantes marcas nacionais e internacionais, sendo capaz de encontrar os melhores produtos, equipamentos, aparelhos e serviços, que em sua ultima edição recebeu um público de 75000 mil visitantes. E foi através desses dados que ocorreu esse grande interesse em unir a busca do conhecimento, com a praticidade da feira, possibilitando ao profissional, o maior contato com as empresas que nele estarão presentes. Na verdade, demos a largada e estamos contando os dias para estarmos juntos compartilhando essas inesquecíveis experiências. Até o 1º Meeting em Fisioterapia Dermato-Funcional. Dr. Marcus Coura Coordenador


agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO SETEMBRO 10% 01 e 02 Reabilitação Cardíaca - Fisiologia e fisiopatologia cardíaca - Mód. 1 01 a 04 Conceito McConnell 03 IV Curso Eletroterapia na Estética Facial e Corporal 03 a 14 Curso Livre Básico de RPG Philippe Souchard - Turma A - 2º Módulo 05 a 08 Conceito McConnell 07 a 09 Curso Internacional de Patofisiologia e Tratamento das Tendinopatias 08 e 09 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. I e II 09 a 12 Conceito McConnell 13 Curso de Pilates aplicado às Lesões Osteomusculares - Certificação 13 a 15 Curso Básico Análise e Treinamento da Marcha 13 a 16 Consultor de Ergonomia 13 a 16 Ergonomia da Fisioterapia 14 a 16 Curso de Reabilitação e Treinamento Através do Método Pilates 15 Curso de Palmilhas e Calçados Especiais 15 Curso: Pilates com Bola - Collen Craig 10% 15 e 16 Reabilitação do Joelho 10% 15 e 16 Estabilização Dinâmica da Unidade Funcional Inferior - Mód. 1 e 2 10% 15 e 16 Ventilação Mecânica 16 Curso Treinamento de Força com Bola - Collen Craig 18 a 07 RPG/RDM 19 a 25 Curso Internacional da Kinetic Control no Brasil 10% 19 a 25 Curso de Fisioterapia Respiratória em UTI Prática 21 a 23 Curso Avançado no Método Pilates Reformer, Cadillac e Chair 27 Curso Kinetic Control 27 a 29 XI Congresso de Terapia Intensiva do Estado do Rio de Janeiro 27 a 06 Curso Kinetic Control

CIDADE

UF TELEFONES OU SITE

Rio de Janeiro RJ Ribeirão Preto SP Rio de Janeiro RJ Salvador BA São Paulo SP Rio de Janeiro RJ Maringá PR Porto Alegre RS Salvador BA Porto Alegre RS Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Porto Alegre RS Rio de Janeiro RJ São Paulo SP Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ São Paulo SP Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro RJ Belo Horizonte MG Porto Alegre RS Rio de Janeiro RJ Porto Alegre RS

(21) 2224-7744 0800 400 7008 (21) 2530-8294 / 9984-2190 (71) 3331-6272 / 3331-8905 0800 400 7008 (21) 2223-3632 / 7832-8296 (41) 3019-2828 / 9973-0610 0800 400 7008 (73) 3525-0770 (51) 3320-3680 (21) 2415-6768 (21) 2415-6768 (48) 3228-9898 (21) 2527-2071 / 2527-2480 (11) 6014-5678 (21) 3970-3715 (21) 2224-7744 (21) 2224-7744 (11) 6014-5678 (21) 2415-6768 (21) 3325-5339 / 9975-7560 (21) 2224-7744 (48) 3228-9898 (51) 3671-9921 / 9952-3685 (21) 2513-4959 (51) 3671-9921 / 9952-3685

DIVULGUE SEU CURSO GRATUITAMENTE AQUI! VEJA NOSSA AGENDA COMPLETA NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR

www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 35


agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos. DESC DATA CURSO CIDADE UF TELEFONES OU SITE SETEMBRO 28 a 30 Conduta Fisioterapêutica na Dor Orofacial Rio de Janeiro RJ (21) 3970-3715 28 a 30 XVI Curso de Formação de Consultor em Ergonomia e Método CNROSSI São Paulo SP (11) 3645-0223 10% 29 e 30 Theraband Academy “Balance, Bolas e Bandas” Rio de Janeiro RJ (21) 3970-3715 10% 29 e 30 Treinamento Prático em Radiológia de Tórax Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 OUTUBRO 10% Em Out Curso de Pilates Completo + Pilates on the Ball Rio de Janeiro RJ (21) 2486-9800 01 a 06 Curso de Formação em RPG / RAL - Mód. II Florianópolis SC (41) 3019-2828 / 9973-0610 01 a 12 Curso Básico Neuroevolutivo Conceito Bobath Rio de Janeiro RJ (21) 2522-6291 03 a 05 Conceito Bad Ragaz São Paulo SP 0800 400 7008 03 a 06 Podoposturologia Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 05 a 07 Conceito Halliwick São Paulo SP 0800 400 7008 06 e 07 Curso de Reabilitação do Joelho - Mód. III e IV Curitiba PR (41) 3019-2828 / 9973-0610 06 e 07 Curso de Reabilitação Vestibular Rio de Janeiro RJ (21) 3970-3715 10% 06 e 07 ABC da Fisioterapia Respiratória Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 07 Ciclo de Capacitação CREFITO/5 em Fisioterapia Desportiva Bagé RS www.crefito5.com.br 07 a 09 Hidroterapia nas Algias - Peggy Schoedinger São Paulo SP 0800 400 7008 08 a 29 IV Curso Eletroterapia na Estética Facial e Corporal Rio de Janeiro RJ (21) 2530-8294 / 9984-2190 10 a 14 Técnica Watus - Direto dos EUA São Paulo SP 0800 400 7008 11 a 14 43º ENAF - Encontro Nacional de Atividade Física Pços de Caldas MG (35) 3222-2344 12 e 13 Curso Internacional (USA) - Okeson - ATM e Dor Orofacial São Paulo SP 0800 774 2070 15 a 26 Curso Básico Neuroevolutivo - Conceito Bobath - 3ª Etapa Rio de Janeiro RJ (21) 2522-6291 16 e 21 Pilates RDM Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 19 a 21 Enfoque da Fototerapia na Dermatofuncional Rio de Janeiro RJ (21) 3970-3715 10% 20 Prática em Pompages - Liberação Mio-fascial Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 10% 20 e 21 Curso de Fisioterapia Respiratória em UTI Prática Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 20 e 21 Mobilização Neural Belo Horizonte MG (21) 2530-8294 / 2530-2850 10% 20 e 21 Estabilização Dinâmica da Unidade Funcional Inferior - Mód. 3 e 4 Rio de Janeiro RJ (21) 2224-7744 24 a 28 ISO-RDM-STRETCHING Rio de Janeiro RJ (21) 2415-6768 26 a 28 Dermato Funcional Corporal - Teoria e Prática (Completo) Patrocínio MG (34) 3831-5699 26 a 28 XVI Curso de Formação de Consultor em Ergonomia e Método CNROSSI São Paulo SP (11) 3645-0223 DIVULGUE SEU CURSO GRATUITAMENTE AQUI! VEJA NOSSA AGENDA COMPLETA NO SITE WWW.NOVAFISIO.COM.BR

36 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T


agenda | cadastre o seu e-mail em nosso site e receba informativos de todos os cursos.

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU Fisicursos Pós graduação e extensão

 BIOCIÊNCIAS DO ESPORTE  DERMATO-FUNCIONAL  GERIATRIA-GERONTOLOGIA  PÓS-PILATES

CURSOS DE EXTENSÃO

Rio de Janeiro - Belo Horizonte Juiz de Fora - Fortaleza

 OSTEOPATIA  QUIROPRAXIA  RPG-REPOSTURARSE  PILATES

www.fisicursos.com.br 21 2542 0052 / 2542 0080 / 0800 2820 454

www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 37


FisioPerfil | sempre uma breve entrevista de quem tem uma longa história.

Clauton Monte Machado 55 anos Em que ano e em qual faculdade se formou? Universidade Federal de Santa Maria- UFSM em 1980. Cidade, estado? Santa Maria - RS. Qual foi a melhor coisa que fez na vida? Casar. Qual foi a pior coisa que fez na vida? Ter votado no LULA. O que você mais gosta na profissão? Ensinar e tratar com Corrente Interferencial. O que você odeia na profissão? A mediocridade. Que qualidade mais admira nos profissionais que te cercam? O saber pela experiência e vivencia profissional. Que qualidade detesta nos profissionais que te cercam? A falta de vivencia profissional naquilo que pregam. Qual sua maior virtude? Fidelidade em todos os aspectos.

Quem é | Dr. Clauton Monte Machado

Qual seu pior defeito? É acreditar nas pessoas cegamente. Se pudesse mudar algo, o que seria? Acabar com a fome no mundo. Qual foi o fato mais inusitado em sua profissão? É ter visto meu colega de estágio fazer cinesioterapia num paciente que já tinha ido a óbito. Qual foi o fato mais cômico? Foi tentar retirar eletrodos com o aparelho ainda ligado e ficar com eles colados e sentir os dedos contrairem sem poder tirá-los e sem poder desligar o aparelho, além de ver o paciente morrer de rir da situação cômica. Qual seu maior arrependimento? Ter dado oportunidade para certas pessoas.

Lançou o Livro Eletrotermoterapia – Prática 1984 1ª edição 1992 2ª edição 2002 3ª edição e em 2007 será lançada a 4ª edição. Inventou o Posicionador e Estimulador Clauton Para Membros Inferiores Lançou o livro Corrente Interferencial - Editora ORIUM Santa Maria RS 2007 Foi Docente de Estagio e Eletroterapia na UEL londrina - PR de 1981 a 87 Docente do curso de Fisioterapia desde 1987... Professor Adjunto I Foi Professor e Coordenador do Curso de Especialização em Fiisoterpia na IFSM de 1990 a 1995 Coordenador do Curso de Fisioterapia da UFSM 2002 a 2004

Qual dica daria aos colegas? Estude , observe e questione, pois nem sempre a verdade verdadeira está nas palavras dos outros.

Se não fosse fisioterapeuta gostaria de ser o que? Escritor de Romance.

Qual objeto de desejo? Uma BMW.

E qual profissão jamais queria ter? Enfermeiro.

Qual sua aquisição mais recente? Um cão vira-latas.

Um desafio? É ter a oportunidade de passar todo o meu conhecimento com a corrente interferencial, aos profissionais e acadêmicos de fisioterapia, e mudar esse equivoco que perdura mais de 50 anos, através do ensinamento de uma Nova Proposta Terapêutica, por mim desenvolvida.

Qual seu maior sonho? Ver todos os 3 filhos formados. Qual seu maior pesadelo? Ficar cego. Qual talento gostaria de ter? O de tocar violão. 38 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T

Quer fazer alguma divulgação? Divulgar meu livro CORRENTE INTERFERENCIAL e meu CURSO de Corrente Interferencial.

Indique um profissional com uma longa história para ser nosso próximo entrevistado


www.novafisio.com.br • ed. 57|2007 • 39


40 • ed.57 | jul/ago 2007 • F&T


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.