Edição 18

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Ano IV n°18 Dezembro/Janeiro www.inx.com.br/fisio&terapia

Entrevista Dra. Claudia Bahia

Perspectivas da Economia Brasileira e o “Espaço” da Fisioterapia

XIV Congresso Brasileiro de Fisioterapia - Salvador BA

E muito mais Fisioterapia

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EXPEDIENTE EDITOR / DIRETOR Dr. Oston de Lacerda Mendes DIRETORA FINANCEIRA Dra. Jeanne Malheiro Dinesen DIRETOR DE PUBLICIDADE Dr. Fabiano Moreira da Silva GERENTE DE REDAÇÃO Rita de Cássia Coutinho PROGRAMAÇÃO VISUAL E WEB PAGE Oficina Detrês Tel. (21) 242-1564 JORNALISTA RESPONSÁVEL Marcos Antônio Alves MTB 6036DRT-MG ASSESSORIA JURÍDICA Dr. Walter Lambert de Brito ASSESSORIA EM INFORMÁTICA Flávio Branco DIGITAÇÃO E REVISÃO Kátia Leite de Castro GAROTO PROPAGANDA Dr. Piá. ASSESSORIA CONTÁBIL Dr. Antonio Carlos Entre em contato Rio de Janeiro Tel/Fax: (21) 294-9385 oston@inx.com.br Minas Gerais Tel/Fax: (31) 824-7029 phisio@zaz.com.br Acesse Fisio&terapia: www.inx.com.br/fisio&terapia A Revista Fisio&terapia não se responsabiliza por artigos e cartas assinadas. Redação: Rua José Linhares, 134 - Leblon Rio de Janeiro - RJ CEP 22430-220

Dr. Fabiano Moreira no XIV Congresso Brasileiro de Fisioterapia em Salvador - BA

Assinaturas: Rio de Janeiro: (21) 294-9385 Minas Gerais: (31) 824-7029

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OS PERIGOS DA ASCENSÃO DA CARREIRA !!! É com muito orgulho que escrevo para esta revista, visto que é um meio de comunicação importante para profissionais, acadêmicos e todos aqueles que tenham algum tipo de interesse na carreira de Fisioterapia. O motivo deste texto é expressar o que tenho visto ultimamente sobre as carreiras profissionalizantes, mais precisamente na área de fisioterapia. Minha namorada está terminando o curso de fisioterapia na PUC-Campinas e, por este motivo, estou sempre informado sobre esta carreira. Percebo que ela realmente gosta desta profissão, pois explica com entusiasmo sobre a atuação do profissional na reabilitação do paciente e fica muito satisfeita quando recebe a notícia de que um paciente se recuperou e recebeu alta. Sei que sou suspeito para escrever sobre ela, mas tenho a certeza de que ela optou pela fisioterapia por lhe trazer satisfação profissional, e não pelo simples fato de ser “a carreira da moda”. Ultimamente tenho visto muita “propaganda” sobre esta carreira, o que significa que a população está descobrindo a importância da fisioterapia. Esta profissão, que antigamente era erroneamente relacionada com a figura do massagista, vem mostrando o seu lugar, principalmente para aqueles que achavam que esta técnica era de responsabilidade da medicina. Este excesso de “propaganda”, porém, tem causado um aumento no número de jovens que optaram em concorrer às vagas deste curso. Prova disto é a

elevada relação candidato/vaga inscrita este ano no vestibular da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular), a qual é responsável pelo vestibular da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e da Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB). Em consulta ao site da fundação www.fuvest.br, verifiquei alguns números. Os cursos mais concorridos e seus respectivos números de candidatos por vaga são: fisioterapia-SP (92,68), turismo (63,76), publicidade e propaganda (62,08) e jornalismo (51,96). Esta ascensão está causando um aumento repentino do número de faculdades que oferecem o curso, o que “jogará” no mercado um número elevado de profissionais nos próximos anos. Embora estejam dizendo que o mercado tem capacidade para absorver este número, o ministério da educação ou algum outro órgão competente deve ter o cuidado de fiscalizar e analisar se a faculdade tem condições de ministrar o curso. Enquanto algumas faculdades possuem laboratórios muito bem equipados e um período de um ano de aulas práticas (estágio obrigatório) em hospital, ambulatório e posto de saúde, outras possuem uma carga horária de aplicação prática reduzida, o que pode prejudicar a qualidade do futuro profissional. Se houver um cuidado especial para esta profissão, o país poderá formar uma equipe de fisioterapeutas com nível de primeiro mundo, porém, caso não haja este controle, poderá ser o fim de mais uma carreira promissora. Espero que todos os leitores reflitam sobre este possível problema e possam contribuir para que a fisioterapia no Brasil seja uma das melhores do mundo. Márcio Paulo Garzuzi mgarzuzi@zipmail.com.br

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FISIOTERAPEUTAS X PROFESSORES Universidade seleciona professores com Mestrado e/ou Doutorado para admição imediata, para atuar na Região metropolitana do Rio de Janeiro Enviar curriculo detalhado para redação da Revista Fisio&terapia via Sedex Dispensamos Artistas, Músicos e Terapeutas Corporais. 6.................www.inx.com.br/fisio&terapia


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Perspectivas da Economia Brasileira

e o “Espaço”da Fisioterapia Por Antonio Lanzana

O objetivo desse artigo é o de analisar a provável evolução do mercado de Fisioterapia no Brasil, nos próximos anos. Para isso, procurar-se-á verificar as perspectivas da economia brasileira e, a partir daí, as tendências para a Fisioterapia dentro desse contexto. Nesse sentido, serão enfocadas a questão da globalização, da disponibilidade de recursos públicos para a saúde, da demanda para serviços de Fisioterapia e assim sucessivamente. Iniciando pela situação econômica do país, podese perceber que, incontestavelmente, o Plano Real foi um sucesso em termos de combate à inflação, a qual caiu de 50% a.m., para praticamente zero no final de 1998. Mesmo depois da desvalorização cambial, a perspectiva de uma inflação de 8% em todo o ano de 1999, não deixa de ser positiva. Mas, ao mesmo tempo em que o combate à inflação é um sucesso, o crescimento econômico do país tem deixado muito a desejar. Não restam dúvidas de que o grande desafio enfrentado atualmente pelo país é o de passar da estabilização para o crescimento econômico, sem perder a conquista maior da sociedade que é o controle da inflação. É somente através do crescimento econômico** que se conseguirá mais emprego, mais produção, mais renda, mais salário, mais recursos para o Governo, para a Saúde e assim por diante. Nessa altura cabe indagar: porque o Brasil cresceu a 7,4% a.a. no período 1950/80, e no Plano Real cresce apenas 3,0% a.a. ? Embora existam alguns fatores que limitem esse crescimento, a análise vai se concentrar num desses aspectos, que é o resultado das contas públicas no Brasil, o qual, por sua vez, é fundamental para a questão da saúde. No período 1971/80, o orçamento público (considerando União, Estados, Municípios, Empresas Estatais e Previdência Social) registrou uma “sobra” de 5% do PIB, isto é, depois de deduzidas da receita as despesas correntes. Com essa “sobra” (que é a poupança pública), era possível realizar investimentos como a construção de hospitais, postos de saúde, escolas, hidroelétricas, etc. Essa situação é completamente diferente nos dias de hoje. Os dados relativos ao ano de 1998 mostram que, após a dedução das despesas correntes a “sobra” de 5%, se transformou numa “falta” de 5% do PIB, isto é, uma despoupança do setor público. Como consequência desse quadro, observa-se: a) ausência de recursos para a Saúde e Educação, o que aliás, explica o processo de deterioração nessas áreas; b) falta de recursos para investimentos em todas as áreas; c) os recursos que seriam utilizados para financiar investi-

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mentos produtivos são desviados para cobrir o “rombo” das contas do Governo; e d) o país perde capacidade de crescimento por falta de investimento. Uma análise mais detalhada das contas públicas revela que a situação se deteriorou, mesmo com o crescimento recente da carga tributária, que passou de 25% (período pré-Real) para 30% do PIB (em 1998). Em outras palavras, as despesas correntes do governo passaram de 20% para 35% do PIB. Decompondo-se esses gastos, e efetuando a comparação de 1998, relativamente à década de setenta, verifica-se que as pressões ocorreram nos seguintes itens: Juros (0,6% para 7,0% do PIB), Pessoal (7,0% para 11% do PIB) e Previdência (7,0% para 11,0% do PIB). Diante desse quadro fica claro que as perspectivas da economia brasileira vão estar condicionadas à evolução das reformas previdenciaria e administrativa. Na hipótese das reformas não caminharem a situação não vai se alterar e a capacidade de crescimento do país será limitada a cerca de 3% a.a., que é exatamente o que se tem observado no período Pós-Real e deverá ser o crescimento do PIB no ano 2000. Por outro lado, a realização das reformas teria a capacidade de aumentar a disponibilidade de recursos para investimento e estima-se que, nesse cenário, o país poderia crescer ao ritmo de 6% a.a., taxa essa suficiente para, gradualmente, reduzir os atuais níveis de desemprego. No contexto desses cenários, o que se poderia detectar como tendência para o segmento de fisioterapia? Nesse sentido, é importante assinalar que o mundo assiste atualmente a um crescimento significativo do setor serviços e, em particular, de alguns segmentos desse setor. Em outras palavras, embora o PIB vá crescer (mais provavelmente a cerca de 3% a.a. a curto prazo), alguns segmentos vão crescer mais rapidamente que outros. A fisioterapia, certamente é um desses segmentos. Há pelo menos seis fatores a justificar essa conclusão:


a) à medida em que os países vão aumentando seu nível de renda, a demanda por tratamento preventivo, cresce muito rapidamente (elasticidade-renda alta); b) o mesmo se pode concluir em relação ao tratamento estético; c) idem em relação a preocupação com a qualidade de vida; d) o crescimento da expectativa de vida favorece um segmento etário que exerce uma grande demanda por serviços de saúde; e) o desenvolvimento do setor é influenciado pela adoção de novas tecnologias (que permitem, inclusive, redução de custos), muito mais difundidas com o processo de globalização; f) desenvolvimento de novas técnicas associadas à profissão. Por outro lado, é importante discutir como será estruturada a oferta para atender essa demanda crescente. Do lado do setor público, não se pode esperar uma ação mais forte, porque, como já se viu, não existem recursos disponíveis. O setor público poderá aumentar um pouco sua eficiência com a criação do Cartão Nacional de Saúde (cujo projeto já está sendo desenvolvido), que implicará num sistema mais rigoroso de controle, reduzindo falhas e fraudes. De qualquer forma, porém, não será o grande responsável pela oferta, e atenderá, prioritariamente, o segmento menos favorecido da sociedade. Quanto ao setor privado, pode-se identificar duas grandes divisões do mercado. O primeiro segmento (aqui denominado de segmento diferenciado) será aquele dirigido ao estrato de renda mais alto, que exige um atendimento

individualizado e diferenciado. Nesse “nicho” de mercado a qualidade é uma variável mais importante que o preço e a perspectiva de alta rentabilidade é extremamente forte. Entretanto, para atender essa demanda serão necessários vários requisitos: a) profissionais diferenciados e permanentemente atualizados; b) tecnologia moderna; c) qualidade superior de atendimento; d) oferta de serviços diferenciados, etc. O segundo segmento (aqui denominado de segmento padronizado) será dirigido a um amplo expectro da sociedade, incluindo as classes sociais que se situam acima daqueles que usam o serviço público, mas abaixo das classes que utilizam o segmento diferenciado. Esse segmento apresenta as seguintes características: a) embora a qualidade seja importante, o custo é o maior referencial; b) atendimento “em escala”; c) resposta dada através dos planos e seguros de saúde, etc. É importante observar que mesmo nesse segmento, haverá concorrência entre profissionais da área no sentido de atender os planos de saúde. Como conclusão, pode-se perceber que o crescimento da economia ditará maior ou menor ritmo de expansão do mercado de Fisioterapia. Independentemente do crescimento, porém, fica claro que a característica essencial do processo de globalização, que é o aumento da concorrência, estará presente também nesse mercado. Em outras palavras, a necessidade de aperfeiçoamento e qualificação será um processo permanente na carreira do Fisioterapeuta.

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E ntrevista:Dra. Cláudia Bahia A Revista Fisio&terapia no intuito de levar a seus leitores a melhor cobertura do XIV Congresso Brasileiro de Fisioterapia (o último do milênio) que se realizou de 13 a 17 de Outubro em Salvador-BA, publica com exclusividade essa entrevista com ela, BAHIANA, de sobrenome BAHIA, nascida em 13 de Outubro, dia do Fisioterapeuta e referência estadual na profissão: Dra. Cláudia Bahia, Presidente do Evento.

F&T - Dra. Cláudia, em que ano e em qual instituição a senhora se graduou? Quais seus títulos atualmente nas áreas de pós-graduação e mestrado? Dra. CLÁUDIA - Em 1973 pela então Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, hoje Fundação para o Desenvolvimento das Ciências, posteriormente em 1974 iniciei meus trabalhos profissionais no antigo hospital Getúlio Vargas, que era o maior hospital de emergência do estado, o que inicialmente era um grande desafio, se tornou uma maravilhosa experiência onde iniciei um trabalho Fisioterápico preventivo pioneiro para aquela época. Na área de pós-graduação fiz vários cursos, costumo até dizer que tenho mais pós-graduação do que horas de graduação, mas os principais são os de Administração Hospitalar, Estudos Avançados de Fisioterapia, Angiologia e Cirurgia Vascular, Biomecânica. Atualmente coordeno dois cursos de pós-graduação: O primeiro curso no Brasil em Terapia Intensiva (só para Fisioterapeutas) e Atividades de Desportos Aquáticos na Promoção da Saúde (para toda equipe multidisciplinar), relativo a mestrado e doutorado, viajarei a Espanha para conclui-lo na área de Saúde Pública, minha tese já está pronta, como sou uma profissional que trabalha com prevenção, a mesma será na área de Saúde na Comunidade. F&T - Sabemos da sua luta pela qualificação dos cursos de Fisioterapia aqui em Salvador. Na sua opinião, o que seria um modelo de instituição? Dra. CLÁUDIA - Seria muita pretensão citar um modelo. Tive a oportunidade de estar na reimplantação do Curso de Fisioterapia da Fundação para o Desenvolvimento das Ciências, a qual desde 1975 sou professora. Tenho 100 alunos na Fundação e o mesmo número na Escola Adventista de Fisioterapia da qual sou Diretora e também professora e tenho a grata satisfação de dizer que ajudei a implantar desde as primeiras etapas, mas posso dizer que é um exemplo de instituição, pois já 10.................www.inx.com.br/fisio&terapia

está referendada pelo COFFITO. O bom curso, deve ser aquele que prima principalmente pelo desenvolvimento científico logo muito cedo através do incentivo a pesquisa, que tenha professores que não só dêem aulas teóricas, mas que correlacionem sempre com a prática, que forme monitores, que tenha uma distribuição equivalente de horas entre as aulas práticas e teóricas, tenha Fisioterapeutas responsáveis pelas cadeiras básicas como: Histologia, Anatomia. Temos que buscar abranger a atuação profissional. F&T - Qual sua opinião sobre os cursos noturnos de Fisioterapia? Dra. CLÁUDIA - Sou contra terminantemente. Pois o cliente, que é meu objeto de trabalho, que é minha função, minha direção, a noite, ele tem que dormir. Como vamos fazer estágio? Como vou para clínica? Todas vão estar fechadas a noite. Não tem cabimento curso noturno de Fisioterapia, já que o mesmo exige muitas aulas práticas. F&T - Atualmente como está voltada sua atuação dentro da Fisioterapia? Dra. CLÁUDIA - Até a dois anos atrás eu ainda estava junto ao atendimento hospitalar, mas agora trabalho somente na parte docente. Junto diretamente aos acadêmicos. F&T - Como foi o processo para poder cediar o XIV Congresso Brasileiro aqui em Salvador? Nos fale um pouco desse mega empreendimento. Dra. CLÁUDIA - Esse processo já veio de um longo tempo, pelo fato de não ser presidente da Associação Bahiana de Fisioterapia, a qual sou Diretora Social, as coisas tiveram que ser administradas. A mais de quatro anos atrás, o então presidente sugeriu-me que trouxéssemos o Congresso Brasileiro para a Bahia, achei viável, mas isso só iria ocorrer se eu fosse a presidente, como então não havia uma Associação para assumir, eu como uma profissional que já tramitava na área administrativa


e docente a um bom tempo, aceitei o desafio. Isso me deu muito trabalho até mesmo para os CREFITOS entenderem no primeiro momento independente de política. Mas posteriormente houve um consenso, talvez acreditaram na Bahia... não sei! Mas não posso dizer que esse trabalho foi de Cláudia Bahia, mas sim de uma equipe coesa que foi se multiplicando e chegou a quase 4000 pessoas e eu divido esse sucesso com todas essas pessoas. Quero agradecer também a Dayse, que foi nossa vice-presidente, Ana Rosa, Graice, Paulo Henrique, que foram pessoas de participação decisiva, eu amo a todos. Mas o que mais me emocionou foi a presença em massa dos acadêmicos, fico feliz pois eles atenderam nosso chamado, pois eles são o futuro da profissão, a Fisioterapia depende deles, cabe a eles a responsabilidade de se dedicar para fortalecer ainda mais a profissão. F&T - Como a senhora vê a atuação política dentro da Fisioterapia no que se diz respeito ao crescimento de novas instituições ministrando cursos de Fisioterapia. O que deveria ser mudado de imediato? Dra. CLÁUDIA - Deveria não, deve. A falta de controle está imperando, sem se analisar a real qualidade. Se não podem impedir que eles aconteçam, pelo menos que eles aconteçam com qualidade. Durante o Congresso tivemos várias reuniões entre professores para discutirmos sobre esse assunto, acadêmicos para analisar seus currículos em relação as demais instituições, visando o que é melhor para a profissão. Qualidade é fundamental. F&T - 13 de Outubro é uma data mais que especial para você, afinal além do Dia do Fisioterapeuta, é seu aniversário. A senhora considera isso apenas uma coincidência ou um verdadeiro marco de vocação e amor profissional. Dra. CLÁUDIA - Como estamos comemorando 30 anos de regulamentação profissional, eu nasci muito antes deste 13 de Outubro. Foi um acaso ter acontecido a regulamentação nesse dia, mas um acaso muito propício, pois eu amo a Fisioterapia e foi bom ter juntado as duas coisas pois eu faço “uma festa só”. F&T - Quais os planos para o futuro? Dra. CLÁUDIA - O futuro a Deus pertence. Mas temos que buscar o melhor para nós e para nosso próximo. Nós somos humanos e passíveis de erros. A perfeição não existe, mas a busca pelo o que há de melhor devemos tentar encontrar. F&T - Qual a mensagem que a senhora gostaria de deixar a todos os que participaram do XIV Congresso Brasileiro? Dra. CLÁUDIA - Minha gratidão por terem aceito o convite, e que cada um passe a mensagem que esse congresso trouxe, que devemos lutar pela boa formação dos profissionais ainda bem cedo, no início do curso, levar a ciência nas primeiras aulas... Que fique essa frase: “Contra fatos não há argumentos e quem não tem competência não se estabelece”. Entrevista por: Dr. Fabiano Moreira da Silva Diretor de Publicidade e-mail: phisio@zaz.com.br

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XIV CONGRESSO BRASILEIRO DE FISIOTERAPIA

Você nao foi? Perdeu!

San Salvador

Mais uma vez

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Dr. Antonio Carlos, Dr. Vital Sampaio, Dr. Gerardo, Dr. Fabiano Moreira e Dr. Phillipe Manuard


Cadeias Musculares Muitas bibliografias de escritores famosos e suas técnicas tem aparecido no mercado de Fisioterapia, mas as cadeias musculares possuem com certeza a maior procura. A breve descrição à seguir tem o objetivo de mostrar ao profissional ou acadêmico da área o que é uma cadeia muscular, sem especificar técnicas ou autores. O tecido muscular possui ao seu redor uma fina camada de tecido conjuntivo denominado de fáscia muscular. Este envoltório está revestindo a fibra muscular, o feixe muscular, o ventre muscular e até os grupos musculares, sendo denominado de endomísio, epimísio e perimísio respectivamente, formando uma verdadeira cadeia aponeurótica. Graças a esta rede conjuntiva os músculos estão interligados, mesmo distantes uns dos outros, permitindo assim a troca de tensão e de tração entre si, formando uma cadeia muscular. Existem basicamente dois tipos de fibras musculares as tônicas e as fásicas. Os músculos tônicos são aqueles onde a contração se faz constante, pois mantém o corpo em equilíbrio estático, necessitando de um aporte sangüíneo grande , como é o caso dos músculos eretores da espinha. Já os músculos fásicos são os responsáveis por deslocar o equilíbrio e realizar o movimento, por isso seu aporte sangüíneo é menor, porém com uma fonte energética rápida e rica, tendo como exemplo o músculo Tríceps braquial ou Tibial anterior. Sendo assim, a cadeia muscular caracteriza-se pelo tipo de músculo existente e sua função a realizar. Os músculos fásicos compõe a cadeia anterior, que de forma voluntária realizam o movimento corporal tirando o nosso corpo da estática, levando ao movimento, portanto em situação patológica tendem a se hipotrofiar. Já os músculos tônicos formam a cadeia posterior que mantém o equilíbrio e a estática corporal contra a gravidade. Pelo grande esforço e tempo de contração, patologicamente estes músculos tendem a se encurtar. As posturas adotadas nas técnicas de cadeia muscular são muito boas, mas isso não quer dizer que só elas funcionam. O importante do alongamento não é a técnica somente, mas lembrar de fatores básicos como tempo de alongamento e força aplicada a este músculo. Sabe-se hoje, para que ocorra alongamento muscular é necessário respeitar os reflexos se estiramento muscular e o tempo de exposição das fibras musculares ao alongamento, sendo necessário um tempo grande de alongamento em cada posição com o ventre muscular somente tensionado. Estudos mais aprofundados e estudos comparativos se fazem necessário sobre este assunto, para que o profissional Fisioterapeuta não seja técnico nisso ou naquilo e sim cinésiologista.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIENFAIT, M. Os Desequilíbrios Estáticos Summus Editorial, 1a. edição, 1993. São Paulo - S.P. p. CALAIS. GERMAIN, B. Anatomia para o Movimento Ed. Manole Ltda, vol A, 1992. São Paulo.SP p.7 - 27 DANTAS, ED. Flexibilidade: Flexibilidade e Alongamento Ed, Shape Ltda, 1995, 3a. edição . Rio de Janeiro. RJ, p.7-59 DENYS - STRUYF, G. Cadeias Musculares e Articulares - O método GDS; Summus Editorial .1a. edição 1995. São Paulo - SP. DENYS - STRUYF, G. Le Manuel Du Mézieriste tome I. Ed.Frison - Roche, , 2a. ed. 1995. Paris. França DUFOUR, M.; GENOT, C.; NEIGER, H.; Leroy, A.; Pierron, G.; Peninou, G. Cinesioterapia: Avaliações; técnicas passivas e ativas do aparelho locomotor Ed. Panamericana, 1989. São Paulo-SP p.71-75 KISNER, C; COLBY, L.A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas. Ed Manole Ltda, 1987, São Paulo-SP p.121-152 RASCH, p.J ; BURKE, R.K. Cinésiologia e Anatomia Aplicada Ed. Guanabara-koogan, 5a. edição 1977, Rio de Janeiro-RJ p.39-88 ROMEIRO,C.A.P. & ZANELLA, C.A.B Alongamento e Flexibilidade Monografia de conclusão de curso da Unaerp-SP .1997 . SNELL, R.S., Histologia Clínica . Ed. Interamericana. Rio de Janeiro, R.J. 1985 p. 103 - 105 SOUCHARD, P. E. As Posturas Respiratórias , ed. Manole ltda ,1a. ed. São Paulo SP 1992 SOUCHARD, P.E. Reeducação Postural Global , 2a. ed., ed. Ícone, . São Paulo SP 1995 Autor: Dr. Caio Alexandre Parra Romeiro CREFITO 3 - 9987 FPF Aluno regular em Mestrado pelo ICB III Instituto de Ciências Biomédicas da USP Departemento de Anatomia Humana Docente da Universidade de Franca nas diciplinas de: · Anatomia Humana · Ortopedia e traumatologia · Fisioterapia Desportiva

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Coluna do Professor LUÍS GUILHERME BARBOSA O LIVRO esse parceiro nosso de cada dia o que você tem feito dele? Veio o computador e muita gente pensou que os livros acabariam, agora como “chat” estão dizendo que o bom papo esta com seus dias contados. Ora,ora, nada substitui um bom bate-papo, aquele com direito a piadinha de sogra, olho no olho, muito riso e tudo o mais. O mesmo acontece com o livro, não vai acabar tão cedo, pois é um momento íntimo, individual. O livro é o grande amigo do aluno e, como eu sou um eterno aluno, vivo com livros na cabeça. Não pessoal, não se trata de uma mudança radical de profissão, ou seja, estaria eu treinando a postura para desfilar nas passarelas da moda no melhor estilo inglês, ou seria francês, não sei! Acontece que no estagio em que nos encontramos, ler já deixou de ser modo de sobreviver, mas maneira de ser. A necessidade de atualização é imensa, o volume de informações é grande demais e a volúpia de assimilar i maior ainda, que para atender essa demanda ss mesmo o Johny memtnico, lembram do filme, para nos salvar. Como nos últimos dez anos a ciência tem sido feita, cada vez mais, por profissionais vivos, accessíveis, até pela facilidade que a globalização nos trouxe, estamos usando muito os artigos das revistas indexadas para nossa atualização. Mas e o livro, esquece-lo impossível, abandona-lo incompatível, ignora-lo inconcebível. Aquele companheiro da mesa de cabeceira, das longas viagens de tribos, de muitas axilas e externos, ou mesmo   divisor de águas  no namoro do sofá. Quem não leu Fernão Capelo Gaivota e o Pequeno Príncipe e tantos outros mais ? A leitura nos remete reflexão, estimula nossa imaginação, nossa capacidade de sonhar, estimula nosso raciocínio lógico e abstrato. O raciocínio lógico i a base para a compreensão do método cientifico. Quem lj pensa, quem pensa compreende, quem compreende critica, quem critica acrescenta, quem acrescenta alimenta o crescimento e crescer i a znica maneira de manter-se vivo. Ler i quase tco bom quanto escrever, o que ss nco i melhor que cantar. Cantar i   bom demais da conta st  , diriam nossos amigos mineiros, mas nco se preocupem que nco cantarei aqui, a sorte de vocês i que essa coluna não i em multimidia, senco!

Muito bom professor, o papo esta muito bom, mas o que estarco lendo nossos alunos? Playboy, Placar, Claudia, Caras, VIP, etc.? Ora, não sejamos chatos, há tempo para todas as leituras e, inclusive, estimulamos a diversificação, qualificada, da leitura como um descanso. Transportadores de livro parte, aqueles da cultura axilar, esternal, ou escapulo-umeral (na bolsa), ou ainda aqueles que usam o livro como apoio psicológico, banquinho para sentar ou subir, halter para exercitar, ou seja la para o que for, tem muita gente lendo muito . I claro que nco se comparam a um aluno que tive, eu o denominei de rato de biblioteca, pois o indivíduo era um cagador. Eu citava o autor em sala e, na aula seguinte, ele já trazia a cópia do capítulo e uma porção de dúvidas para discussão. Encontrei-o tem pouco tempo, esta coordenando um grupo e fazendo pós-graduação e, sem dúvida, muito breve vocês ouvirão falar dele, pois além de excelente fisioterapeuta é um poeta de extrema sensibilidade. Para dar uma dica, este rapaz escreveu um poema sobre a cor azul, que me fez repensar sobre o arco-íris e descobri que, apesar de que como todo ariano estou muito ligado ao vermelho, mas também gosto muito do amarelo. O pessoal quer fazer prova estudando pelo caderno! Para a prova pode ser suficiente, mas o que se precisa saber é muito maior. É aquela velha preocupação com a prova, com a nota em detrimento da aquisição real de conhecimento. Toda época de prova é a mesma coisa: - profi, da pra estudar ss pelo caderno? Ou ainda: - professor, bem que o senhor poderia fazer um questionário para a prova! Gente, ler é gostoso, estudar é melhor ainda e aprender, então, é show  ! É claro, como se diz por am,   toda hora tem sua vez, na hora em que a vez chegar  , pois tem um pessoal por am, querendo tirar onda nas festinhas ou no barzinho, saem despejando nomes de autores e tmtulos. Ora, ora, da-me paciência! A rapaziada vaza, a namorada vira   ex  e o nosso pseudo intelectual conclui, cientificamente, que o saber gera solidão. Mas como diz Osvaldo Montenegro:   o chato não tem defeito grave, i preciso perdoar o chato  . Mas tudo a seu tempo. Não ler nada é um problema, entretanto ler

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sobre um assunto ss não é tão bom assim. Ë muito comum encontrarmos esses nos academicos de Fisioterapia. Em algumas situações conseguimos identificar o período que o aluno esta, em função do livro que vai embaixo do braço, pois vejamos: no 1: permodo é o Sobota, no 2: é Brunnstrom , no 3: é o Kisner e por aí vai. Ora, nem tanto ao mar, nem tanto terra. Ler sobre Psicologia é estimulante, sobre Filosofia é viajante, sobre Administração é para por os pés no chão, sobre Ficção ajuda a tirar os pés do chão, mas se você não conseguir sair lendo isso tudo por am, eu perdto, mas leia algo para descansar a cabeça. Leia sempre, leia tudo, sobre tudo, livro fino, livro grosso, o prefacio, a orelha, os rodapés. Alguém disse que:   se a luz é a soma dos raios que a compuem, a fartura comega no grco  . Pois é, o saber é cumulativo, tudo que você aprende fica registrado e ninguem pode tirar. E falando em ler, senti saudades de um amigo, pois ouvi dizer que ele gostou muito da matiria sobre os academicos. O Dr. Vital, aquele da SOFITOERJ, que teve de ler muito no mestrado e, agora, além de ler, vai ter de publicar no doutorado. Sorria parceiro, estamos todos no mesmo barco. O caro professor pediume para completar aquela relagco dos academicos, que fiz em um de meus artigos. Sua sugestão foi para falar sobre dois outros tipos de acadjmicos, entco: O MILITAR o acadêmico militar esta sempre com seu uniforme branco limpo, unhas limpas e cabelos bem cortados. São metodicos, nunca se atrasam e parados, sempre adotam a posição de descanso. Normalmente sirios e formais, usam termos como:   Okapa, positivo, afirmativo e operante  . São de relacionamento fácil. Adoram aquele ditado:   manda quem pode, obedece quem tem jumzo  . Seja firme, formal, elogie com dois tapinhas nas costas e sem muito floreio, mas procure encurtar a distancia e os esultados melhorarco. O FUNCIONÁRIO PÚBLICO este chega sempre na hora seguinte a dos outros. Não pode ver uma cadeira que pendura o casaco. Consegue passar a manhã toda com uma ficha na mão, gesticulando, sem atender ninguém. Luta para que estagiário tenha licença prêmio, estabilidade e essas coisas. Não se assuste, trabalhe com ele por metas e tenha pacijncia, pois torcer-lhe o pescoço não é a medida mais acertada. Esteja sempre presente e dê-lhe   umas acudidelas  , para pegar no tranco, que a coisa vai.


Nosso valeu nessa edição vai para: A equipe da UVA, que estiveram na Feira da Providência, divulgando nossa profissão; Raquel, Claudia e Vertnica (UVA), é fundamental saber fazer muitas coisas; Dr. Vital (UGF); Prof. Geraldo, Dibora e todo o pessoal da FAFISC; todos que prestigiaram a I Mostra Cientmfica de FT e TO da Regico Serrana; Prof. Renato Botelho (a Salesiano vem am !) e para Rosa Moreno (UNIP), minha conterrbnea, pela metade, e de cuja carta tomei a liberdade de copiar a frase de encerramento.

2) guiolm@lab.uva.br

FELIZ NATAL A TODOS E 2000 SUCESSOS NO PRÓXIMO MILÊNIO !!!

O mundo é dos otimistas. Os pessimistas não passam de espectadores  Frangois Guizot

Continuem mandando seus recados, críticas e comentários. Falem conosco, djem sugestões, mas lembrem-se: mantenham o bom humor !

3) Prof. Luís Guilherme Barbosa. C. P. No. 15 557, CEP: 20 132970, Centro - Rio de Janeiro, RJ. 4) Pager 528 05 28 Csd. 112 95 73; 5) Pessoalmente na FISIOLIFE e/ou na UNIG e UVA.

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Programa de tratamento dos pacientes paraplégicos O objetivo Fisioterápico do programa de tratamento dos pacientes paraplégicos, consiste na preparação destes para independência funcional em cadeira de rodas, através de técnicas cinesioterápicas e treinamento funcional na fase tardia de lesão, promovendo assim a reintegração destes pacientes na sociedade. A medula espinhal pode estar envolvida em muitas lesões que dão origem a alterações clínicas caracterizadas por uma variedade de graus de paralisia motora ou sensorial, que estarão relacionadas ao tipo e ao nível de lesão medular, resultando em lesões completas, que se caracterizam pela perda total da sensibilidade e motricidade voluntária, gerando a paraplegia, ou lesões incompletas, onde há preservação de alguma função sensitiva ou motora, gerando a paresia. Aproximadamente 70 % dos casos de lesão medular são de origem mecânica ou traumática, e quando atinge a coluna torácica são geralmente lesões completas, provavelmente pela magnitude de força necessária para lesar a medula nesta região, lesando de maneira irreversível a medula e suas raízes nervosas, e consequentemente alterando dramaticamente a vida de um indivíduo, que inicialmente sente-se um inválido, uma pessoa incapaz e que será totalmente dependente. No entanto, hoje em dia, sabe-se que a grande maioria das atividades cotidianas funcionais necessárias para um pleno desenvolvimento físico, cultural e social são possíveis de serem realizados com o uso da cadeira de rodas. No entanto, para se alcançar essa independência, é necessário que o paciente venha sendo bem acompanhado desde o início de sua lesão, para que se previnam as complicações decorrentes da lesão medular, como escaras de decúbito, contraturas musculares, formação de osso heterotópico, hipotensão postural, entre outros fatores, que certamente irão dificultar ou até mesmo impedir que o paciente alcance o nível máximo de independência na cadeira de rodas. Lesão Medular X Capacidade Funcional De acordo com o nível de lesão que o paciente possua, pode-se determinar as metas funcionais que este paciente pode vir a atingir, caso não sofra as conseqüências das complicações referentes a lesão medular citadas anteriormente. No entanto, é importante ressaltar que as metas funcionais que pretende-se obter, devem ser realistas e serem estabelecidas individualmente para cada paciente, onde o nível e a extensão da lesão são fatores importantes de serem considerados, porém, provavelmente o fator mais importante e determinante no que diz respeito ao paciente, será a sua habilidade em adaptar-se, aceitar e lidar com sua incapacidade. Pacientes paraplégicos, possuem membros superiores normais, com uma cadeia de fortes fixadores no tronco normal para dar função ilimitada para os membros superiores na posição sentada, devendo assim, haver total independência nas AVDS, nos cuidados pessoais, higiene pessoal, é capaz de dirigir automóvel adaptado, realizar

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transferências e deslocamentos no leito e na cadeira de rodas, bem como subir e descer rampas, ultrapassar meios-fios e diversos outros obstáculos com a cadeira de rodas, pode ter uma atividade profissional e participação total em esporte para cadeirantes, obtendo condições para ser novamente reintegrado a sociedade, de forma independente, mesmo sobre uma cadeira de rodas, o que constitui para estes pacientes uma nova forma de enfrentar a vida e o mundo que o rodeia, pois esta é a única forma de abandonar a passividade, a dependência, e reconhecer que a vida em uma cadeira de rodas, não significa enclausuramento e reclusão. Avaliação Fisioterápica Uma nova avaliação deve se realizada ao início da fase tardia, para nortear o tratamento fisioterápico. A avaliação no lesado medular, deve ser abrangente, minuciosa e contínua, no que se refere as atividades funcionais e na fase tardia da lesão, tem como principal objetivo verificar a capacidade residual funcional, afim de que se possa traçar um programa de tratamento individualizado, visando a independência funcional para o paciente paraplégico, uma vez que quanto mais se conhece as limitações impostas ao paciente pela sua doença, melhor será a programação dos objetivos a serem alcançados. Lembrando também, que é necessário identificar as capacidades intactas do paciente, pois a partir desta pode-se aumentar o grau de independência desses pacientes. A avaliação deve constar da anamnese, onde será documentada toda a história do paciente, dando maior ênfase a história social e o desempenho funcional, uma vez que são os fatores que provavelmente podem estar mais comprometidos devido a lesão medular, o exame físico que engloba vários itens de grande importância para total independência do paciente, como: análise do equilíbrio, da amplitude de movimento, da sensibilidade, do controle vaso-motor, análise do trofismo cutâneo e muscular, análise do tônus, e entre eles principalmente a análise da força muscular e a análise do desempenho funcional, que pode se feita através do índice de Barthel que é um teste que vem sendo amplamente utilizado nos grandes centros de reabilitação, este, avalia o grau


de independência do paciente, a fim de que se detectem a função remanescente do paciente, para que estas sejam mantidas ou maximizadas, dando condições do retorno do paciente a um estilo de vida tão normal e integral quanto possível. Ainda na avaliação, é importante realizar uma análise para a prescrição da cadeira de rodas, para que a cadeira seja adequada ao paciente, e não que o paciente tenha que se adequar a cadeira, uma vez que, uma cadeira de rodas bem prescrita será fundamental para permitir o máximo de independência ao paciente, lembrando que uma cadeira mal prescrita pode não só prejudicar a independência, como também, exacerbar a dificuldades. Na fig.1, pode-se observar as medidas necessárias para a prescrição da cadeira de rodas. FIGURA 1. Medidas necessárias para a encomenda de uma cadeira de rodas: (A) comprimento coxa/quadril, (B) comprimento da perna,(C) distância entre a superfície de assento até à metade das costas, (D) ao meio da escápula, (E) ao topo do ombro, (F) ao cotovelo pendendo livremente, e (G) “largura” dos quadris. Uma avaliação ambiental, também se faz necessário, pois de nada irá valer um programa de tratamento capaz de dar condições ao paciente de ser independente com o uso de uma cadeira de rodas, se o ambiente no qual o paciente convive não estiver apto a recebê-lo. Esta avaliação consta de uma avaliação do domicílio e do local de trabalho, devendo conter orientações quanto a necessidade de serem realizadas alterações no ambiente, para que se possa evitar barreiras arquitetônicas, e também uma avaliação da comunidade, onde podem ser feitos esclarecimentos quanto a locais acessíveis e transporte público adaptado. Tratamento Fisioterápico O sucesso da aplicação dos recursos terapêuticos depende de uma correta definição do grau de incapacidade do paciente, do conhecimento sobre todos os aspectos do estado clínico atual do paciente, e também inclui outros fatores que são difíceis de medir, mas que o fisioterapeuta deve estar sempre atento, como a motivação do paciente, a atitude da família, dos amigos e a disponibilidade e a qualidade de recursos técnicos-financeiros e a continuidade dos cuidados médicos. É importante sempre manter uma comunicação com o paciente e sua família, saber de suas expectativas e prioridades, pois muitos planos de tratamento fracassam simplesmente porque

o paciente não percebia a relevância das metas estabelecidas pelo fisioterapeuta ou porque o paciente havia estabelecido um conjunto de metas muito diferentes. Assim a partir desses dados, é possível prognosticar as possibilidades da reabilitação do paciente, e quais os meios terapêuticos que permitirão atingir os objetivos propostos, lembrando sempre, que a reabilitação de qualquer pessoa incapacitada fisicamente até o nível máximo de independência é um processo altamente individualizado. O programa de tratamento proposto foi dividido em dois grupos que se completam, o programa inicial e um programa avançado, ambos em direção a um único objetivo final, que é a independência funcional em cadeira de rodas. O programa inicial engloba os objetivos a curto prazo, que são pré-requisitos básicos para se iniciar um treinamento na cadeira de rodas, entre eles: alongamento muscular, fortalecimento, equilíbrio dinâmico, treino da habilidade de realizar mudanças de postura e decúbito, o reajustamento do controle vasomotor e da sensibilidade cinético postural. Alcançados estes objetivos, o paciente entra no programa avançado que constitui o próprio treinamento na cadeira de rodas, o que irá permitir a total independência do paciente, sendo este o objetivo a longo prazo. Para que o objetivo final seja alcançado, é importante compreender que a dificuldade inicial do paciente paraplégico em realizar algumas atividades, é uma incapacidade motora, ou seja, uma incapacidade funcional, que é possível ser amenizada através da aplicação de métodos e técnicas de tratamento fisioterápicos, tornando-o capaz de desenvolver um aprendizado e treinamento para o uso da cadeira de rodas, sempre, no entanto respeitando a individualidade de cada paciente. Este treinamento terá enorme contribuição para uma maior autonomia e independência desses pacientes, tornando-o apto a realizar suas atividades e funções. Ele consta de treinamento para realizar transferências na cadeira de rodas, seja em solos nivelados ou irregulares, bem como a habilidade para subir e descer rampas, calçadas, escadas, etc. sem a necessidade de um auxílio externo constantemente ao seu lado. O treinamento funcional, inclui dar oportunidade ao paciente de visualizar a atividade proposta e praticá-la, de acordo com sua finalidade e no momento apropriado, devendo continuar, até que as ações se tornem automáticas, e não necessitem mais de assistência seja sob a forma de comando verbal ou da ajuda física. É importante ressaltar que para ser independente, não é necessário a habilidade de andar, e que pacientes bem treinados

são pessoas independentes de uma forma geral, numa cadeira de rodas, e neste momento quando o paciente compreende todo este processo, ele esta totalmente reabilitado e novamente integrado no seu ambiente familiar, profissional e social, cumprindo a fisioterapia o seu objetivo primordial, cabendo agora a estes profissionais, orientar e estimular o paciente a manter uma atividade física, que pode ser feita através da prática de esportes para deficientes físicos, que vem se mostrando essencial para a manutenção da força física, pois é uma forma natural de exercício, além de ser uma forma motivadora, que se converte em um importante fator para se conseguir o equilíbrio psicológico, e ainda possibilita ao deficiente físico se descobrir novamente como uma pessoa capaz de competir, de produzir, fazendo com que se sinta uma pessoa completa, pois a sua limitação física não deve ser o seu limite. Conclusão Ao finalizar este estudo, pode-se concluir, que a fisioterapia, através de um programa de tratamento bem direcionado e com objetivos finais claramente definidos entre o paciente e o fisioterapeuta, tem condições de transformar esses pacientes novamente em seres humanos capazes de “andar”, um “andar” que não depende mais de suas pernas, mas que o permite alcançar seus objetivos pessoais em todos os aspectos de sua vida, uma vez que devolve a estes pacientes a sua independência, dando possibilidade a estes de compreenderem a importância da sua liberdade, uma vez que alcançar a independência na cadeira de rodas, pode significar a abertura de uma nova porta, de um novo horizonte, para uma nova vida, que pode ser repleta de realizações profissionais, sociais e pessoais. Atualização Bibliográfica Título: A importância do tratamento fisioterápico visando independência funcional em cadeira de rodas para pacientes paraplégicos por lesão medular a nível torácico baixo. Por: Wanessa Mello de Abreu Rosa (Acadêmica do curso de fisioterapia da E.S.E.H.A.) Orientação: Prof. ª Ana Therezinha Martins dos Santos (Professora titular da E.S.E.H.A.) Referências Bibliográficas - MEIRRET, Tratado de Neurologia. Editora Guanabara Koogan. 9ª edição. - SULLIVAN, Susan B. O’, SCHMITZ, Thomas J. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. Editora Manole. 2ª edição. - LIANZA, Sérgio. Medicina de Reabilitação. Editora Guanabara Koogan. 2ª edição. - SOMERS, Martha Freeman, Spinal Cord Injuries: Functional Rehabilitation.­­

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DIABETES MELLITUS O diabetes mellitus é uma patologia de caráter familiar, com incidência maior em obesos, onde o organismo perdeu a capacidade de utilizar os açúcares fornecidos na digestão dos alimentos (glicose). Esta glicose não utilizada é acumulada no sangue, não sendo transformada em energia. É uma doença geral, podendo comprometer várias partes do corpo. É causado pela alteração das células beta das Ilhotas de Langerhans, com diminuição da secreção de insulina. Tem sua origem relacionada à alteração de glândulas de secreção interna (hipófise, tireóide, supra-renais), mas o pâncreas é a mais comprometida. Vários fatores podem levar à diabetes, em pessoas já predispostas: idade, sexo, puberdade ou menopausa, vida sedentária etc. Os indivíduos predispostos à diabetes têm um processo de atrofia lento nas suas células beta. No diabético, há deficiência na produção de insulina ou deficiência na sua atuação, por interferência de alguns fatores. Considera-se dois tipos de diabetes (ambos tendo influência hereditária): Diabetes juvenil - surge nos primeiros anos. Pode surgir por reação auto-imune, enfermidade viral e destruição destas células. · Diabetes com início na idade adulta - principalmente em obesos, porque necessitam de mais insulina para seu metabolismo. Surge por degeneração das células, por envelhecimento precoce. Por vezes, pode ser controlada com a redução de peso, porque a diminuição da gordura diminui também a necessidade insulínica, permitindo que a atividade do pâncreas seja suficiente. Considera-se também o diabetes oculto, quando a glicemia é normal em jejum e o indivíduo não apresenta sintomas. É ideal o diagnóstico nesta fase, devolvendo o paciente a uma vida normal. 1 - Fisiopatologia do Diabetes · Diminuição do uso da glicose pelas células. · Aumento da mobilização de gorduras armazenadas, resultando em utilização anormal e deposição de gorduras nos vasos (aterosclerose). 2 - Outras Glândulas Importantes na Regulação da Glicemia Todos os hormônios secretados por elas têm função hiperglicemiante. · Hipófise - secreta o hormônio do crescimento ou diabetogênico. Segrega também ACTH, que estimula a produção de hormônios das supra-renais. · Tireóide · Supra-renais - secretam adrenalina, que faz com que o fígado libere açúcar para a circulação, como por exemplo, sob condições emocionais. 3 - Sinais e Sintomas Existem 5 sintomas básicos do diabetes: · Astenia (fraqueza) - pela não utilização da glicose como fonte de energia. · Perda de peso - pela perda da proteína. · Poliúria (excesso de eliminação de urina) - pelo efeito diurético. O excesso de urina ocorre porque a alta taxa de glicose eliminada através dela precisa de água, que provém do próprio organismo. · Polifagia (fome excessiva) - porque não utiliza glicose e proteína. · Polidipsia (ingestão excessiva de água) - pela quantidade de água perdida pelo organismo devido à poliúria.Entretanto, existem outros fatores que podem acompanhar a doença: · Desidratação - a hiperglicemia proporciona desidratação pois a glicose não tem facilidade de entrar nas células. Com o aumento da pressão osmótica, há transferência dos líquidos para o sangue, aumentando a diurese. Com esta tendência à desidratação (intra e extracelular), surge a possibilidade de um colapso circulatório. · Acidose - a quantidade de ácido acetoacético aumenta quando o organismo utiliza gordura como fonte de energia. Com isso, desenvolve-se também a diminuição da concentração de sódio. Isto porque, por serem ácidos fortes (pK 4 ou menos), os

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cetoácidos são eliminados pelo rim em pequena quantidade, sendo essencial a combinação deste com o sódio (derivado do líquido extracelular). Pela diminuição do sódio, aumentam os íons hidrogênio, que o substituem agravando a acidose. Surgem reações de acidose metabólica, como respiração rápida e profunda (Kussmaul), eliminando CO2 e bicarbonato. Como mecanismo compensatório, o rim elimina íons cloro. Durante o tratamento da cetoacidose diabética, pode ocorrer hipopotassemia por reposição deste íon nos tecidos. · Glicosúria - pelo aumento de glicemia no sangue, eliminada pela urina. O controle da glicosúria é importante no diagnóstico e controle da doença, devendo acompanhar-se de dosagem periódica de glicemia em jejum. Portanto, nem sempre é indicador de diabetes, porque pessoas normais também podem apresentar glicose na urina. Em idosos, pode não se verificar a glicosúria porque a saída de glicose (controlada pelo rim) está mais alta (mecanismo semelhante ao “ladrão” de uma caixa d’água). Em alguns diabéticos, ela pode apresentar-se apenas após grandes refeições, ou nem apresentar-se, caso a taxa de glicemia no sangue não seja tão alta. · Nervosismo, angústia, depressão psíquica, infecções cutâneas podem ser um dos primeiros sintomas da doença. · Dormência ou dores vagas e cãibras (especialmente nas pernas), coceira no corpo (principalmente nos órgãos genitais da mulher - prurido na vulva e vagina). Se a diabetes não for diagnosticada, todos os tratamentos locais serão inúteis. · Perda do desejo e da potência sexuais. Após os 50 anos, o diabetes pode surgir pobre de sintomas, pois algumas outras patologias dificultam o diagnóstico. 4 - Funções na Ausência da Insulina 4.1 - Sobre os Lipídios A ausência de insulina aumenta o metabolismo dos lipídios. Este processo é fisiológico. Porém, torna-se grave no diabético porque a liberação de insulina é quase zero. O metabolismo dos lipídios está alterado no diabetes e frequentemente associado à hipertensão arterial e obesidade. É ativada a lipase hormônio-sensível, que provoca hidrólise dos triglicerídeos (forma pela qual os ácidos graxos são armazenados), liberando grande quantidade de ácido graxo e glicerol no sangue. Esse AGL passa a ser a principal fonte de energia para todos os tecidos, exceto o SNC. Há dissolução da gordura que foi armazenada. Isto resulta em aumento de triglicerídeos no fígado, causando grande adiposidade deste órgão. Todo este processo ocorre pois o aumento de AGL no sangue facilita sua entrada nas células do fígado, juntamente com o glicerol. As células hepáticas diferem das dos adipócitos pois possuem enzimas que convertem o glicerol em alfaglicerofosfato que ocasiona


a rápida fixação dos ácidos graxos para formar triglicerídeos. Com a ausência de insulina, o glicerol e os triglicerídeos são liberados das células adiposas sendo capturados pelo fígado sob a forma de gordura. O excesso de ácidos graxos no fígado proporciona a transformação de ácidos graxos em fosfolipídios e colesterol. São descarregadas no sangue, sob a forma de lipoproteínas. A elevada concentração de gordura, principalmente de colesterol, ocasiona aterosclerose no diabetes grave. A ausência de insulina proporciona também a formação excessiva de ácido acetoacético no fígado. Nas mitocôndrias a oxidação dos ácidos graxos libera muito acetil CoA. Parte dele será utilizada pelo fígado para energia, mas seu excesso será transformado em ácido acetoacético, e será liberado no sangue. Nas células periféricas, será transformado em acetil CoA e utilizado para obtenção de energia. Entretanto, na falta de insulina, a quantidade de ácido acetoacético liberado é tão grande que não poderá ser toda metabolizada pelos tecidos periféricos, sendo convertida em ácido beta-hidroxibutírico e acetona. Juntamente com o ácido acetoacético denominam-se corpos cetônicos. Sua presença em excesso denomina-se cetose. Isto poderia levar à acidose e coma em portadores de diabetes grave, ou até mesmo à morte. O aumento dos ácidos graxos tem efeito sobre as células, diminuindo a utilização da glicose. Não podendo ser utilizada com fins energéticos, o efeito da lei das massas deprime a captação de glicose no interior da célula. Todo este processo é denominado ciclo da glicose-ácido graxo, tendo como efeito agravar a ação depressiva da ausência de insulina sobre a captação e utilização de glicose pela célula. Já que é baixo o suprimento de glicose, este processo diminui a utilização desta pelas células (exceto pelo SNC). 4.2 - Sobre as Proteínas O armazenamento de proteínas é interrompido com a falta de insulina. Com a quebra das proteínas, libera-se aminoácido no sangue para fazer a neoglicogenética. A utilização desses aminoácidos aumenta a excreção de uréia pela urina. 5 - Fisiologia do Diagnóstico Basicamente, o diagnóstico é dado sendo examinados a urina e o sangue. No diabético, o sangue pode ter os seguintes elementos alterados: elevação da uréia (principalmente pelo mau funcionamento dos rins), queda de proteínas, anemia, elevação do colesterol, acetonemia (presença de acetona, indicando complicação). · Açúcar urinário - em pessoa normal, é quase indeterminável a quantidade de glicose encontrada na urina. Em diabéticos, ela encontra-se em níveis alto ou moderado, conforme a gravidade da doença e a alimentação da pessoa. A glicosúria aparece porque a reabsorção renal de glicose foi ultrapassada devido à hiperglicemia. · Nível da glicemia em jejum - o valor normal é de 80 a 90 mg% e de 110 mg%. Elevado, indica diabetes. · Teste de tolerância à glicose - através de gráficos, nota-se que, após ingestão de glicose e pela pequena quantidade de insulina, a glicose não é capaz de voltar aos níveis de controle. · Sensibilidade à insulina - ao administrar insulina, detecta-se problema pancreático quando o nível de glicemia é reduzido. Se o problema tem início na supra-renal ou na hipófise, este nível não será reduzido. · Hálito cetônico - pela degradação de ácidos cetônicos, pode-se obter acetona (resto de decomposição de proteína e gordura), que é eliminada na respiração do paciente. · Cetonúria (cetoácidos na urina) - quantifica a gravidade do diabetes. · Perfil lipídico 6 - Complicações Os diabéticos têm maior facilidade de apresentar problemas circulatórios, como: aterosclerose, arteriosclerose, enfermidades coronarianas graves e lesões microcirculatórias. Isso porque acelera os processos de aterogênese. Por este motivo, complicações de aterosclerose são o principal motivo de morte entre os diabéticos. Essas lesões vasculares precedem a hiperglicemia e glicosúria. A hipertensão arterial sistêmica é comum na meia idade, refletindo nefropatia crônica. No aumento da glicemia, a visão é prejudicada, melhorando

com o reequilíbrio do diabetes. Com a degradação protéica, ocorrem muitos distúrbios funcionais dos órgãos e considerável debilidade no diabetes grave. Podem evoluir com complicações nervosas, como a neuropatia diabética, com transtornos sensitivos, abolição dos reflexos tendinosos dos membros inferiores, paralisia de nervos cranianos (PFP), transtornos tróficos e urogenitais. Surge retinite diabética, sendo importante controlar frequentemente o fundo de olho nos diabéticos. As complicações renais são mais frequentes quanto mais antigo for o diabetes. 7 - Coma Diabético Qualquer variação no metabolismo aumenta a necessidade de insulina (como por exemplo a febre), precisando ser administrada para evitar o coma diabético. Quando não controlado, o diabetes pode levar à desidratação e acidose. Se o pH ficar menor que 7, o indivíduo entra em coma. Nesse estado, o plasma ácido possui um anti-insulínico. Sendo assim, não basta apenas a administração de insulina, sendo necessário corrigir a desidratação e a acidose. No diabetes não controlado evoluindo para o coma, surgem distúrbios eletrolíticos que atuam sobre o coração. No coma diabético, a parada cardíaca é verificada em consequência à hiperpotassemia. Os distúrbios cardíacos correspondem aos que ocorrem nas coronariopatias ateroscleróticas. 8 - Tratamento O objetivo do tratamento é fazer com que o paciente tenha um metabolismo o mais próximo do normal. Sendo assim, bem realizado é capaz de evitar complicações posteriores do diabetes. Visto que as complicações do diabetes são causadas pelo alto nível de lipídios no sangue, objetiva-se com o tratamento normalizá-lo, administrando insulina e glicose no sangue. A insulina é aplicada nos horários em que se eleva a glicemia. Existem vários tipos de insulina, cada qual com um tempo de duração e um efeito. No diabetes leve, também é utilizada a ingestão de medicamentos que induzem à secreção de insulina. Entretanto, este método não tem efeito no diabetes grave, pois as Ilhotas de Langerhans se atrofiaram. A dieta deve ser seguida pelo diabético. Consiste na ingestão de quantidades corretas de carboidratos. Atualmente, ao diabético é permitido ingerir quantidades quase normais de carboidratos, administrando logo após grandes quantidades de insulina para metabolizá-los, diminuindo o metabolismo lipídico e o colesterol no sangue, que ocorre no diabetes (resultante da alteração do metabolismo dos lipídios). A gangrena diabética pode ser prevenida por higiene rigorosa dos pés (principalmente), além do uso de sapatos confortáveis, sem áreas de atrito. Para as complicações nervosas, são importantes a vitaminoterapia B1, B6 e B12, cuidados ortopédicos e cinesioterápicos em caso de alterações motoras. Os exercícios são indicados, pois têm efeito hipoglicemiante, reduzindo a necessidade insulínica. É muito importante reequilibrar o diabetes! BIBLIOGRAFIA: AZUL, Serro; PILEGGI; TRANCHESI. Propedêutica Cardiológica - Bases Fisiopatológicas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977. 510p. BLACQUE-BELAIR, Alain. Índex Clínico - Dicionário Médico-Clínico, Farmacológico e Terapêutico. São Paulo: Andrei, 1977. 943p. Trad.: Dr. Benjamin Mayerovitch. GUYTON. Tratado de Fisiologia Humana. 6a ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1984. 926p. MANOILA, L.; MANOILA, A.; NICOULIN, M. Dicionário Médico Andrei. 7a ed. São Paulo: Andrei, 1997. 860p. Trad.: Dr. Cláudio Roitman. VALLE, J. Procópio; FRANCO, Zila; ORNELLAS, Lieselotte Hoeschel. Viva em Paz com seu Diabetes. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1965. 237p. TAVARES, Paulo. Fisiologia Humana. Rio de Janeiro: Atheneu, 1984. 533p. CARLA E RAQUEL STUMPF BRANCO

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Fisioterapia em

Mastectomizadas O câncer de mama está relacionado à vários fatores, entre eles estão a hereditariedade, paridade tardia, menopausa tardia, obesidade e a presença de estrógenos exógenos em mulheres jovens, com idade inferior a 45 anos, onde propiciam a evolução do tumor. Não há como prevenir o aparecimento de tal patologia, mas o auto-exame e a detecção precoce influenciam diretamente no prognóstico. Vários exames são utilizados na investigação diagnóstica. A Mamografia, mais nítida após os 40 anos, pois a mama perde tecido adiposo; U.S. mamária, complementando a mamografia; Citologia oncótica e Biópsia do nódulo. A retirada da mama, ou de parte dela, em casos de câncer localizado, foi descoberta e escolhida como forma de tratamento mais eficaz. Atualmente, encontramos os seguintes tipos de cirurgia em pacientes portadoras de Câncer de Mama, dependendo do grau e da evolução da tumoração existente: · Exerese do nódulo - retirando apenas o nódulo canceroso, sem comprometimento de linfonodos; · Quadrantectomia - retirada do quadrante envolvido e linfonodos axilares, muito utilizada em nódulos de pequenas proporções; · Mastectomia - retirada total do tecido mamário. Esta pode ser realizada de três maneiras, comprometendo as funções da paciente a depender do quadro já instalado e do método cirúrgico utilizado como tratamento curativo. Logo, encontraremos: 1. Mastectomia Higiênica - retirando apenas o tecido mamário, para alívio da dor e do sofrimento em casos de metástase, sem indicação curativa, nem esvaziamento axilar. 2. Mastectomia a Haested ou Radical - retirando

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o tecido mamário, peitoral maior, peitoral menor, linfáticos e fibrogranulosos axilares, com incisão horizontal mais frequente. 3. Mastectomia a Patey ou Radical Modificada - retirando a mama, peitoral menor e linfáticos axilares, preservando o peitoral maior, protegendo assim o gradil costal e mantendo uma melhor movimentação do membro superior homolateral. Alguns exames pré-operatórios são necessários para a escolha adequada do método cirúrgico. Entre eles, a Cintilografia óssea, para verificar a presença de metástase, U.S. hepática, Raio X de tórax, Exames laboratoriais e ECG para pacientes mais idosas. O tumor mamário mais comum é o Carcinoma Ductal Infiltrante, que, dependendo do estágio em que chega ao hospital, pode ou não passar por sessões de Radioterapia e Quimioterapia, para redução do nódulo, possibilitando o procedimento cirúrgico. São feitas 25 ( vinte e cinco ) aplicações de Radioterapia em 25 ( vinte e cinco ) dias consecutivos no campo delimitado pelo médico e 6 ( seis ) ciclos de Quimioterapia, além da Hormônioterapia antiestrógeno por 5 ( cinco ) anos para inibir o crescimento celular. A Avaliação Fisioterapêutica pré-operatória é essencial para o acompanhamento geral das consequências provenientes da cirurgia, elaboração de um prognóstico de recuperação e conscientização da paciente sobre a importância e os procedimentos da Fisioterapia no Pós- Operatório, além de esclarecer sobre a cirurgia, caso a mesma ainda não o saiba. Nesta etapa, o Fisioterapeuta busca a anamnese e toda a história clínica da paciente nos formulários hospitalares, pastas e prontuários, que contém todos os exames realizados, e explicados anteriormente. É extrememnte importante que o Fisio esteja a par de todas as informações relevantes sobre cada paciente


a ser tratado. É feita a coleta dos dados, sinais vitais ( FC,FR, TA) , ausculta pulmonar, avaliação das ADMs globais e força muscular, postura, presença de deformidades e, não menos importante que todas essas informações, devemos estar atentos ao estado emocional da paciente, que poderá interferir diretamente na evolução do tratamento Pós cirúrgico, melhora do quadro e realização das condutas. O Fisioterapeuta deve ter conhecimento aprofundado das complicações pós-cirúrgicas da mastectomia, e ter realizado uma prévia avaliação da paciente para elaborar um programa de reabilitação relacionando os estados pré e pór operatórios. As complicações mais comuns são: · Escápula alada - devido a fraqueza do Serrátil anterior; · Lesões das raízes do Plexo braquial; (C5-T3 ) · Limitação da flexão e rotação do ombro em sua maioria, por medo; · Linfedema - pela retirada dos linfáticos axilares; · Sensação dolorosa e de peso no ombro associada ao linfedema; · Limitação da expansibilidade torácica onde a Fisioterapia deve intervir imediatamente; · Parestesias. O Fisioterapeuta deve iniciar o tratamento no 1o- DPO. Muitos são os objetivos da Fisioterapia em Mastectomizadas, entre eles estão: · Prevenir ou diminuir as complicações respiratórias; · Prevenir complicações circulatórias ( TVP); · Prevenir complicações osteomioarticulares; · Evitar aderências, cicatrizes e quelóides; · Manutenção das ADMs; · Manutenção da Força muscular; · Prevenção de linfedema; · Diminuir algias; · Reeducação postural; · Relaxamento; · Alongamento; · Melhorar movimentação global; · *Incentivar a auto-estima. Inúmeras condutas poderão ser utilizadas para atingir o objetivo final da Fisioterapia, que é devolver a paciente à sociedade sem limitações

residuais. A paciente tem alta no 5o- ou 6o- DPO, e o objetivo da Fisioterapia até liberação da mesma é alcançar um estado geral bom, com ADMs em flexão e abdução do membro superior homolateral à cirurgia de, no mínimo, 90 (noventa ) graus. As condutas no pós cirúrgico imediato, em geral, seguem um protocolo. Entre elas podemos encontrar: · Reeducação respiratória - Padrões ventilatórios : Inspiração profunda, Inspiração em dois tempos, Inspiração em três tempos e Soluço inspiratório; · Uso de TENS para alívio da dor; · Drenagem postural para linfedema, além de massoterapia e Compressão pneumática; · Mobilização ativa e ativa resistida dos membros superiores, para manutençao das ADMs e ganho de Força muscular; · Deambulação precoce; · Realização de todos os movimentos possíveis com o MS homolateral à cirurgia, dentro da capacidade da paciente; · Esclarecimento de que a Fisioterapia e a utilização dos MMSS não afetarão a recuperação cirúrgica. Passada esta etapa, e após a alta, as pacientes são atendidas em grupo misto de tempo cirúrgico, para motivá-las a continuar a Fisioterapia. O atendimento passa a ser ambulatorial e o protocolo é diferenciado, onde regularmente elas são reavaliadas. Nelma Serravalle Estagiária do Hospital Filantrópico Aristides Maltez, também conhecido como Hospital do Câncer, Em Salvador - BA. Acadêmica do 9o semestre de Fisioterapia UCSal- BA OBS: O trabalho apresentado não tem bibliografia por que foi elaborado baseado na prática do hospital.

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