Edição 06

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Ano 2 - Nยบ 6 - Dezembro/Janeiro 1998


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l a i r o Edit Agenda.

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A expectativa do paciente em relação a Prótese e seus componentes.

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Terapias Manuais.

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FisioNews.

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Lesões Musculares.

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Instabilidade Femuropatelar.

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A Importância da Pelve na Organização corporal.

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Fisioterapia nas Úlceras de Decúbito.

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Perfil.

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MCMXCVII Fisio&Terapia VI

Não nos responsabilizamos pelas opiniões, conceitos e sugestões emitidas em artigos assinados, o objetivo é apenas mostrar diferentes formas de atuação entre profissionais.


Agenda Mês

Curso/Evento

Dez

Simpósio - Atividade física, aptidão física e 11, 12 e 13 fatores de risco de doença cardíaca coronariana Passeio de escuna da Fisio&Terapia durante todo o dia

Periodo

Local

Inscrições

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1º curso prático - Simplificando o tratamento do paciente hemiplégico

29 e 30/nov, 20 e 21/dez, 17 e 18/Jan, 14 e 15/fev

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X Congresso da Confederação Latino Americano 12 e 13 de Fisioterapia e Kinesiologia

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Informações e Inscrições

Dra. Marta Chacel Tels (021) 493-2130 l 493-5455

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Cartas Fiz a assinatura da Fisio&terapia no XIII Congresso Brasileiro de Fisioterapia em São Paulo e gostaria de receber as três primeiras edições que estão faltando na minha mais nova coleção de revistas de Fisioterapia. Sou estudante do 2º ano de Fisioterapia na UNIVALI Universidade do Vale do Itajaí em Santa Catarina. Até a próxima edição, Francine Fischer

A Revista Fisio&Terapia, está providenciando a reimpressão dos números anteriores, que (in)felizmente estão esgotados. Assim que estiverem disponíveis, mandaremos notícias. Enquanto isso, todos os números estão disponíveis na íntegra pela Internet, no endereço:

WWW.inx.com.br/fisio&terapia

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Queridos colegas de brasil, soy fisioterapeuta peruano graduado recientemente este anho,me gusta navegar por internet y los felicito por que un pais de sudamerica esta presente.Estoy muy interesado en su revista de la proxima edicion (Terapia manual) como puedo hacer para conseguir este articulo? Les agradecere me envien una pronta respuesta. muchas felicidades John Castro e-mail: mir00813@wari.rcp.net.pe

Prezados Amigos Gostaríamos de apresentar nossos agradecimentos pela oportunidade de poder contar com sua presença, bem como de sua equipe em nosso stand, por ocasião do XIII Congresso Brasileiro de Fisioterapia - Anhembi/SP. A revista FISIO&TERAPIA já em seu 5º número, ocupa hoje o espaço merecido pela categoria. Votos de longa vida profissional a todos! Antonio Carlos / FERNANDES


A Expectativa do Paciente em Relação a Prótese e seus componentes Dr. Antonio Vital Sampol*

É fundamental procurarmos saber do paciente qual a [Sistema de Encaixe] sua expectativa em relação a prótese, pois cada paciente Os encaixes das próteses evoluíram muito nos últimos possui uma idéia em relação a sua utilização. Alguns anos. As resinas substituíram os encaixes de madeira e pacientes querem voltar a trabalhar, outros correr, praticar mais recentemente, os materiais termoplásticos estão esportes, e outros mais limitados apenas querem deambular substituindo as resinas. dentro de casa ou ir até a esquina realizar compras básicas, Encaixe para Amputação Acima do Joelho: ir a padaria, praça, açougue e outros.

[Tipos de Próteses] Existem basicamente dois tipos de grupos de próteses: 1 - Próteses convencionais: São feitas em resina ou com componentes em plástico e madeira. São indicadas para todos os níveis de amputação com exceção da desarticulação de joelho. Trata-se de um sistema robusto, utilizado principalmente em situações adversas como determinadas atividades ou hábitos do paciente, condições geográficas, etc. não permitem o uso de próteses mais sofisticadas, segundo a experiência do autor deste artigo em nosso ambulatório não utilizamos próteses convencionais acima do joelho devido ao seu peso excessivo acarretando dificuldades graves na deambulação ocorrendo em desistência de utilização pelo paciente, o que dificilmente ocorre nas próteses modulares.

Quadrilátero: é o tipo de encaixe mais antigo em utilização no mercado foram desenvolvidos nos Estados Unidos na década de 40, a partir de modelos europeus, onde a pressão maior é exercida no isquio, apoiado no bordo posterior . É feita compressão em áreas funcionais, favorecendo a atrofia; a medida médio-lateral é mais larga, ocasionando deslocamento lateral do fêmur; a marcha é feita com inclinação lateral de tronco. Nos pacientes que usam o encaixe pela primeira vez, o apoio isquiático pode se apresentar doloroso, já que a descarga de peso é feita quase totalmente naquela região.

Contenção Isquiática: é o tipo de encaixe mais recente utilizado com maior freqüência em pacientes jovens que praticam atividade desportiva ou que são bastante dinâmicos. Surgiram na década de 80 e apesar de largamente aplicados são bastantes recentes. A distribuição Dr. Antonio Vital Sampol é de peso é sobre todo o coto, principalmente sobre o ramal Fisioterapeuta, Professor das do esquio. Há maior controle dos músculos funcionais e 2 - Próteses modulares: Também chamada de prótese maior estabilidade da estrutura óssea e da adução natural universidades Gama Filho, Castelo Branco endoesqueletica com revestimento cosmético em espuma, este do fêmur; os músculos funcionais ficam liberados, limitando e Estácio de Sá - Barra. sistema foi lançado em 1969, pela OTTO BOCK, sendo desde a atrofia. Informações, Cursos e Eventos então constantemente aperfeiçoado. Podem ser utilizadas Endereço: Rua Pedro Reis, nº 49 Encaixe para Amputação Abaixo do Joelho em todos os níveis de amputação de membro inferior, são Quintino - Cep: 20.740.020 constituídas por vários módulos ajustáveis e intercambiáveis KBM - Kondylen Bettung Munster (em alemão: Rio de Janeiro entre si, mais leves e estéticas, por serem revestidas acomodação dos côndilos de Munster) - É o encaixe mais de espuma cosmética, seus componentes podem ser em utilizado, a prótese com descarga no tendão patelar e Tel: (021) 289-8044 aço, titânio (um metal extremamente leve e resistente), sustentação por envolvimento do côndilo tibial medial Cel: (021) 996-5432 alumínio e fibra de carbono. Essas próteses oferecem ampla e inserção de uma cunha podendo ser utilizado também MOBI: ( 021 ) 292-4499 linha de opções para uma protetização eficaz. Cod 78398 em cotos curtos. #6

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PTB - Patelar Tendon Bearing, isto é, com descarga no tendão patelar. A descarga é feita em baixo da patela mediante uma saliência no encaixe que comprime a região e sobre a qual se projeta parte do peso. O modelo original, da década de 50, era sustentado por uma correia, passando acima do joelho. Atualmente o termo é usado para qualquer prótese com descarga no tendão patelar, independente do modo de sustentação. PTS - Prótese Tibiale Supracondilienne (em francês: Prótese tibial supracondiliana) - Prótese com descarga no tendão patelar e suspensão por envolvimento dos côndilos (saliências da cabeça do osso) lateral e medial da tíbia e da patela.

[Tipos de joelhos] Joelhos Convencionais: Existem vários tipos de articulações de joelho, temos o mais usado: JUPA (Jurgen Paul da OTTO BOCK) com freio a carga; joelho com trava; o joelho com mola de extensão e o joelho geriátrico.

ativos e que praticam esportes, são fabricados de acordo ambas as circunstâncias, as próteses devem ser projetadas com os dados do paciente de forma individualizada, possui visando a máxima estabilidade. elasticidade e conforto durante a marcha normal, grande O estado circulatório dos membros (amputado e sadio) força de reação durante a marcha rápida e a corrida, peso requer um exame minucioso. o uso de uma prótese pode reduzido com alta estabilidade. beneficiar o membro contralateral com disfunção vascular, Pé Greissinger: indicado para todas as próteses ao transferir alguma sobrecarga desse membro. modulares, com exceção de próteses curtas abaixo do joelho, A prescrição protética também depende do estado possibilitam movimentos em todas as direções. cardiopulmonar do paciente. A equipe clínica deve formular Pé Multiaxial: Este pé permite movimentos em todas as metas realistas baseadas na capacidade físicas do indivíduo, direções além de possuir as características do pé dinâmico, particularmente no que se relaciona à tolerância aos possui ótimo amortecimento através do calcanhar elástico e exercícios e à resistência. da articulação, rápido contato do ante-pé através da flexão A obesidade é outro fator a ser considerado na plantar, maior segurança do joelho devido a limitação da avaliação da prescrição. O modelo do soquete para a flexão dorsal e a elásticidade do ante-pé, gerando um coxa gorda difere do empregado para uma coxa mais momento de força contrário entre outras. firme, amputado acima do joelho.

[Avaliação Pré-Prescrição]

[Etapa final para a Protetização]

Segundo Edelstein Joan E. (1993 - 445/490), Após o preparo do paciente para a utilização da prótese, a reabilitação protética bem sucedida depende da o momento da protetização chega a ser esperado com muita Joelhos Modulares: Existem muitas opções de acomodação das características físicas e psicológicas ansiedade pelo paciente que vê nesse estágio de tratamento articulações de joelho, desde com trava até com regulador do indivíduo a uma prótese composta de componentes a parte mais importante pois pretende realizar com o uso hidráulico. O mais utilizado em nosso dia a dia e o 3R15 cuidadosamente selecionados. da prótese atividades básicas como caminhar, subir e descer que freia com a carga do paciente evitando assim quedas e escadas, ficar de pé realizando alguma atividade com os permitindo maior segurança sendo utilizado em pacientes [Exame Físico] membros superiores, e neste momento o fisioterapeuta deve pouco ativos. O fisioterapeuta deve medir e registrar os atributos ter muita atenção em cada gesto, dificuldade, necessidade físicos do paciente, com as amplitudes de movimentos expressada pelo paciente e procurar ajudar através de [Tipos de pés protéticos] ativos e passivos de todas as articulações de membros orientações adequadas dependendo de cada caso. Pé SACH (Solid Ankle Cushioned Heel), isto é tornozelo inferiores, de ambos os membros. Contraturas em flexão do rígido e calcanhar estofado, é indicado para todos os tipos joelho e quadril comprometem o alinhamento e o aspecto [Rerefências Bibliográficas] de próteses em especial para próteses abaixo do joelho. protéticos. Uma trava de joelho pode ser necessária num Pé dinâmico: O pé dinâmico é indicado para todas caso de amputação acima do joelho. Contraturas graves 1 - PALMER & TOMS. Treinamento Funcional dos Deficientes Físicos: Amputações 2º ed, São Paulo. Manole.1988. as próteses, especialmente abaixo do joelho, a principal impedem a adaptação de componentes convencionais, ou diferença do pé dinâmico em relação aos outros pés sem podem contra-indicar a provisão de qualquer prótese. Os 2-BELLA J. MAY. Tratamento Pré-Protético Para a Amputação de Membro Inferior. In: O’ SULLIVAN & articulação é a sua capacidade de deformação elástica. Ela efeitos deletéricos das contraturas são especialmente sérios SUSAN B. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 2º ed. é responsável pelas seguintes características, entre outras: nos casos de amputação bilateral. São Paulo: Manole. 441-463.1993 bom amortecimento através do calcanhar, comportamento Deve ser avaliada a força muscular, freqüentemente, 3- BLOHMKE, Fritz. Compêndio OTTO BOCK - Próteses para dinâmico durante a fase de apoio, passagem dinâmica entre o paciente geriátrico com doença vascular passa por níveis o Membro Inferior. 2º ed. Editado por Max Nader e a fase de apoio e a fase de balanço, compensação e absorção Hans Georg Näder, Alemanha. 1993. reduzidos de atividade física, pois a perna dói, e ocorrem de irregularidades do solo entre outros. ulcerações no pé. Tal indivíduo pode apresentar uma notável 4- ELDELSTEIN, Joan E. Avaliação e Manejo Protético. Pé articulado: indicado para todos os tipos de próteses, debilidade, que pode interferir com o uso da prótese ou In: O’ SULLIVAN & SUSAN B. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 2º ed. São Paulo: em especial para desarticulações de joelho, amputações pode carecer de uma unidade de travamento no joelho. Manole. 465-490.1993. acima do joelho e desarticulação de quadril. Alterações como a cegueira não impedem o uso da Pé Dynamic pro ID20: indicado para todas as próteses prótese, mas cria problemas relacionados à seleção de modulares especialmente para pacientes muito ativos, pois componentes de fácil colocação, bem como à alteração do Nota: agradecimento ao Dr Antonio Vieira de Mello (Cirurgião Vascular), pela colaboração e redação do possue elasticidade graduada, compressão axial elástica, programa de treinamento. presente trabalho. absorção de irregularidades do solo, acúmulo e devolução Outras alterações neurológicas, como o acidente de energia através do ante-pé. vascular encefálico, complicam a colocação da prótese e o Pé OTTO BOCK ACTIVE LINE (1C30): É indicado para treinamento. A hemiplegia ipsolateral não compromete tanto todas as próteses modulares especialmente para pacientes a reabilitação protética quanto a paralisia contralateral. Em 7

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TERAPIAS 2 S I A U N A M

Por Carlos Ladeira *

Esta matéria foi es crita para continua Brasileiro sobre a r a informar o prática de terapia m an ua l praticada por fisioterapeutas inte rnacionalmente. Os objetivos desta matéria são: descre organização da “Int ver a formação e ernational Federatio n for Orthopedic M nipulative Therapy” ae alertar o fisiotera peuta para o uso de técnicas vicerais de TM.

MScPT. Dr. Carlos Ladeira é Fisioterapeuta especialista em terapia manual pela University of St. Augustine for Health Science - Florida, e virá ao Brasil em Março juntamente com o Dr. David Magee - PHD em reabilitação, autor de diversos livros e Fisioterapeuta responsável pela equipe olímpica Canadense, medalha de ouro de nado sincronizado, para dar um curso sobre Mobilização das Articulações das Extremidades Inferiores e Superiores

O desenvolvimento da IFOMT -International Federation of Orthopedic Manipulative Therapy - está diretamente interligada com a expansão da fisioterapia internacional dos últimos 40 anos. Os fisioterapeutas responsáveis pela fundação desta organização estão entre os líderes mais famosos da nossa profissão na comunidade internacional de fisioterapeutas. As idéias destes líderes influenciaram a filosofia de tratamento de disfunções músculoesqueléticas dentro de nossa profissão. A formação da IFOMT começou no Hospital St. Thomas em Londres onde fisioterapeutas estudaram terapia manual com Mennel e Cyriax. Estes fisioterapeutas também estudaram terapia manual com o médico e osteopata inglês Alan Stoddard. Entre os principais fisioterapeutas fundadores desta organização estão Kaltenborn (norueguês), Maitland (australiano), Grieve (inglês), e Paris (neo-zeolandes) (1). A fundação desta organização também teve a colaboração e participação de Cyriax, Stoddard, Brodin e Frish (os dois últimos são médicos escandinavos).

Esta organização foi fundada em 1974 e tornou-se a primeira subdivisão da “World Confederation for Physical Therapy (WCPT)”em 1978 (1). A IFOMT promove Encontros internacionais de quatro em quatro anos, os dois últimos foram nos EUA (1) e Noruega. No encontro dos EUA(1992), a nata da fisioterapia internacional que trabalha com disfunções músculos-esqueléticas estava presente dando palestras. Entre estes últimos, McKenzie(responsável pelos exercícios de extensão para tratamento de protusão de disco intervertebral), Paris (divulgador da terapia manual entre fisioterapeutas nos EUA, primeiro fisioterapeuta a fundar uma universidade privada para profissionais da área de saúde nos EUA e provavelmente no mundo), Rocabado (responsável pelo desenvolvimento de técnicas de tratamento da articulação temporomandibular), McConnel (responsável pelo desenvolvimento de técnicas de bandagem ou “taping”para tratamento da articulação femuro-patelar e escápula-toráxica), Elvey (responsável pela introdução dos testes neuroló#6

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gicos de tensão no plexo branquial e introdução de técnicas de mobilização do sistema nervoso), Holten (responsável pela filosofia de exercícios médicos noruegueses), Kaltenborn (responsável pela introdução da artrocinemática na fisioterapia), Maitland (responsável por técnicas de oscilação manual e pelo sistema de graduar níveis de mobilização), entre outros (1). Estes profissionais citados acima estão entre os principais criadores da ciência clínica fisioterápica no tratamento de disfunções ortopédicas internacionalmente. A presença destas últimas celebridades fisioterápicas no encontro da IFOMT reflete a importância desta organização para nossa profissão.

Apesar da opinião médica internacional ser contra o uso destas técnicas viscerais, algumas escolas internacionais de TM ainda recomenda o uso destas técnicas substituindo a medicina tradicional. Como membros da WCPT, os fisioterapeutas brasileiros não deveriam usar métodos de tratamento criticados internacionalmente na nossa profissão.

medicina para tratamento de doenças viscerais. Estes leigos são vulneráveis a qualquer pessoa que prometa uma cura fácil, rápida, e barata para seus problemas. Como fisioterapeutas, é importante que nos informemos sobre o perigo do uso destas técnicas questionáveis de tratamento. A fisioterapia praticada internacionalmente é uma profissão da área de saúde que complementa a medicina convencional (2). Vamos evitar que nossa O fisioterapeuta brasileiro deve profissão seja vista como uma forma de tomar cuidado para afiliar-se com terapia alternativa baseada em crenças escolas de TM que ensinam técnicas sem validação e aceitação da comunidamanuais para tratamento de doenças de científica. A ciência fisioterapica está viscerais, incluindo escolas européias expandindo cada vez mais internacionalde Osteopatia. Certas escolas eumente, existem muitas oportunidades ropéias de TM, como a inglesa (6), nas áreas de disfunções músculo-esqueincentiva a substituição de vacinas e léticas reabilitação industrial, fisioterapia Os critérios para admissão nesta antibióticos pelo uso de terapia manurespiratória, entre outras. Nós não somos organização são rigorosos e foram es- al. Esta última também promove a TM treinados e não temos um currículum tabelecidos com a ajuda de médicos para o tratamento de recém nascidos para tratar doenças viscerais, portanto, ingleses e escandinavos. Atualmencom cólicas, diarréias, dificuldade para vamos deixar está área para os médicos te, somente 15 países da WCPT são dormir, dificuldade infantil de desenque são educados para isto. membros da IFOMT (EUA, Canadá, Grã volvimento de aprendizado, gripe, Bretania, Finlândia, Suécia, Noruega, infecção de ouvido, entre outras. Veja Dinamarca, Holanda, Hong Kong, Aus- seriedade de um paciente com asma Referências: trália, Nova Zelândia, Alemanha, África e infecção pulmonar substituir antibi- 1. IFOMT Proceedings. Fifth International Conference. Vail, Colorado, USA, Junho do Sul, Bélgica, e Suíça). Para que o óticos por terapia manual ou de uma 1-5, 1992 Brasil fique membro desta organização criança deixar de ser vacinada e rece2. Jamison JR: Chiropractic referral: no futuro, modificações terão que ser ber terapia manual para prevenir dothe views of a group of conventional feita na terapia manual atualmente enças pediátricas. Mesmo Quiropatas medical practitioners with na interest praticada no Brasil. Abaixo faço mais norte americanos e (7,8) e europeus in unconventional therapies. J uma sugestão para o melhoramento (9) estão abandonando o uso de técManipulative Physiol Ther, 18(8): 512-8 1995 da terapia manual no Brasil. nicas viscerais e começaram a aceitar métodos de medicina tradicional como 3. Silver LB: Controversial Therapies. J Child Neurol, 10 Suppl: S96-100, 1995. vacinas (8). Enquanto isto, fisioteraSugestões para aperfeiçoamento da 4. Brown P: Chiropractic: a medical peutas brasileiros estão começando perspective. Minn Med, 77(2):21-5 terapia manual no Brasil. a usar e promover o uso de técnicas 1994. A TM no Brasil deveria ser pratica- viscerais. Vamos manter a homogenie- 5. Bordillon JF et al: Spinal Manipulation, Butterworth & Heinemann, Oxford, dade internacional da TM praticada da pelos padrões da IFOMT. A IFOMT 1992. por fisioterapeutas, vamos evitar o uso não aprova o uso de técnicas viscerais 6. Matéria atualmente publicada na “web de técnicas viscerais na fisioterapia de TM. Estas técnicas de terapia mapage”da “British School of Osteopaphy nual, desenvolvidas por Still (fundador brasileira. and Naturopaphy: “http://www.users. da Osteopatia) e Palmer (fundador da dircon.co.uk/~med-man 7. Lowry F: Scientific chiropractors hope Quiropatia), são utilizadas para tratar Sumário to improve status of chiropractic within asma, diabetes, infecção de ouvido, scientific community. Can Med Assoc J, A IFOMT não aprova o uso de TM incotinência urinária, entre outras. 152(3):402-4 1995. para tratamento de doenças viscerais O uso de TM para tratamento de do8. Colley F e Haas M: Attitudes of para proteger o público contra o uso enças viscerais está ultrapassado e é immunization: a survey of American radicalmente criticado pela comunida- de técnicas questionáveis de terapia. chiropractors. Manipulative Physiol Ther, 17(9):584-90 1994. de médica (2, 3, 4), incluindo médicos Muitas pessoas com problemas de saúde procuram tratamento fora da osteopatas americanos (5). 9

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LESÕES MUSCULARES Dr. Wagner Teixeira dos Santos

As lesões musculares são as situações mais freqüentes da medicina e fisioterapia desportiva, porém conhecidas e tratadas inadequadamente, pois a maioria dos pacientes continuam suas atividades logo após a lesão. Segundo algumas pesquisas estas lesões compreendem entre 10% a 30% de todas as lesões no esporte. Os músculos podem lesionar-se por trauma direto (impacto), sobrecarga, um falso movimento e desaceleração durante o movimento, tendo como resultado as rupturas parciais ou totais, hematomas, sendo estes intramuscular ou intermuscular. Quanto maior a frequência das lesões musculares, maior será a inatividade do paciente, ficando assim afastado por um tempo prolongado de suas atividades. Como já sabemos, os músculos e os tendões presidem a cinemática esportiva, sendo a localização da lesão diretamente vinculada ao gesto esportivo, podendo afetar a origem do músculo, ventre muscular e o ponto de união músculotendíneo. O tempo de cicatrização varia de acordo com o grau da lesão, mas em média ocorre em torno de 2 a 3 semanas, entretanto, quando ocorre a lesão existe uma hemorragia que pode retardar a mesma, levando o afastando das extremidades lesionadas. Por isso há a importância de entendermos que, quanto mais rápido combatermos a hemorragia, menor será o tempo de cicatrização e o retorno às atividades. Fatores predisponentes da ruptura muscular - Treinamentos

deficientes; de alongamento ou preparo físico antes de alguma atividade; - Fadiga ou sobrecarga muscular; - Lesões antigas e tratamentos inadequados. - Falta

Classificação da lesão a) Distensões fibrilares – Dor de pequena intensidade e discreta impotência funcional, apresentando ponto doloroso e geralmente o paciente pode continuar 15

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a atividade física. b) Distensões fasciculares – Dor de moderada intensidade, afetando uma região maior do músculo e apresentando contratura de defesa ao tentar reiniciar exercício. Podendo apresentar equimose que nos sugere extravazamento sangüíneo relacionada com uma distensão extensa. c) Rupturas parciais ou totais – Dor de grande intensidade, impotência funcional acentuada, apresentando depressão muscular relacionada com a ruptura e a presença de hematomas. Hematoma muscular – Durante a atividade física, ocorre um enorme aumento do fluxo sangüíneo e que o grau de hemorragia quando se lesiona o músculo é diretamente proporcional ao fluxo. O efeito da lesão depende da sua localização e sua extensão, não dependendo muito da sua causa. O tratamento, cicatrização e a recuperação funcional vão depender do tipo da lesão, localização, da hemorragia e da ruptura tecidual. Tipos e localização do hematoma: a) Hematoma intramuscular – O sangramento é no interior do músculo pode ser causado por ruptura por compressão. Se inicia na fascia muscular e provoca um aumento da pressão intramuscular, apresentando como quadro clínico, tumefação, dor, aumento da sensibilidade local e limitação do movimento. Este tipo de hematoma pode levar a uma síndrome compartimental devido ao aumento da pressão intracomportimental. b) Hematoma Intermuscular – podese produzir o sangramento entre os músculos quando se lesionam a fascia muscular e seus vasos sangüíneos adjacentes. Neste tipo de hematoma a equimose e a tumefação são produzidas pelo acúmulo de sangue, aparecendo em um ponto distante da lesão devido a ação da gravidade.

Avaliação Fisioterápica a) Anamnese b) Exame funcional l membro lesado

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local da dor tipo de dor intensidade da dor presença de equimose tônus e trofismo muscular teste articular e muscular análise postural marcha

Objetivos do tratamento a) Abolir quadro álgico b) Controle do processo inflamatório c) Acelera cicatrização da lesão d) Normalizar arco de movimento e força muscular e) Abolir edema f) Retorno a prática esportiva ou rotina diária

Tratamento fisioterápico Fase aguda a) Crioterapia, compressão e elvação em torno de 30 min. b) Ultra-som pulsátil (intensidade e tempo depende da região, impedância tecidual). c) Strain/counterstrain (PRT). Visando melhorar a disfunção movimento e dor. d) Repouso. Obs.: Recomendação da crioterapia domiciliar nas primeiras 24 horas, pois é o tempo em que o tecido libera histamina promovendo quadro inflamatório e reações de hipoxia secundária. Fase Sub-aguda (48/72 horas) a) Crioterapia – 30 min. b) Movimentos passivos contínuos (MPC) – Tendo como finalidade evitar o stress no local da lesão e aderências. c) Exercícios isométricos (após diminuição da dor). d) Exercícios isotônicos concêntricos e excêntricos com carga progressiva e) Facilitação neuromuscular proprioceptiva (kabat) f) Exercícios de flexibilidade progressivo g) Treinamento do gesto esportivo. Dr. Wagner Teixeira dos Santos é Fisioterapeuta do Serviço de traumato-ortopedia da Ilha – S.O.T.L. Professor da Universidade Gama Filho


Patelar Femuro Instabilidade

É a instabilidade que pode existir entre as articulações femuro patelar, causando dor e atrito entre a patela e os condilos femurais. Muito comum em adolescentes principalmente mulheres, e são várias as suas causas, as principais são: Genovalgo Acentuado Tende a deslocar lateralmente a patela ou alinha impropriamente o mecanismo extensor, ou seja, ao se extender o joelho a patela se lateraliza causando dor e atrito subpatelar. Tendão patelar alongado O que tende a provocar frouxidão na articulação patelofemural fazendo com que a patela se lateralize durante os movimentos extensores do joelho.

na extensão uma torção externa, se existir alguma coisa que faça com que a tíbia no ato da extensão sofra uma torção maior que a normal; isso fará com que a patela se desloque lateralmente. Sulco intercondiliano raso A patela, durante os mecanismos flexo-extensores, se desloca superiormente quando o joelho é extendido, e desce quando o joelho é fletido, esses movimentos ocorrem no sulco intercondiliano; quando este sulco é raso a patela irá se deslocar lateralmente cada vez que for feita a extensão do joelho.

desenvolverem como complicação uma osteocondromalácia e em casos que a instabilidade fêmuro-patelar é muito grande, alguns pacientes podem desenvolver luxações de patela com muita facilidade, principalmente os que apresentam o músculo vasto medial com grande debilidade. Exame Físico Ao exame pode se observar deslocamente lateral da patela cada vez que o joelho é extendido, com presença de grande flacidez do músculo vasto medial.

Pode haver creptação no movimento, entre a patela e o sulco femural, Condilo femural lateral raso caso exista é importante pesquisar Caso exista uma anomalia na condromalácia solicitando ao paciente formação dos condilos femurais como que realize uma constração isométrica do o condilo lateral se apresentar raso; quadríceps enquanto se traciona a patela aos movimentos de extensão do para baixo evitando que a mesma suba joelho a patela terá tendência a se com a contração feita caso exista uma lateralizar. condromalácia o paciente irá referir dor intensa. Deformação da patela O teste de apreensão e subluxação Caso a patela apresente algum da patela também deve ser feito, tipo de deformação, seja congênita onde se realiza o deslocamento ou adquirida, esta terá sua lateral da patela dando a impressão mobilidade fisiológica prejudicada que a mesma irá luxar, o que e não ficará centrada ao se realizar caracteriza a instabilidade. os movimentos de flexo extensão do joelho. Assim sendo a cada ato A verificação de encurtamento do de extensão da articulação a patela tensor da fascia lata também deve sofrerá um deslocamento lateral. ser realizada através da manobra de

Patela alta Se existe uma alteração estrutural Vasto medial na localização e altura da patela, a deficiente Estando o músculo mesma terá tendências a se lateralizar na extensão do joelho. vasto medial fraco os músculos laterais como o vasto lateral e Quadro clínico Um dos primeiros sintomas o tensor da fascia lata do paciente é a tendência do tracionam a patela joelho dobrar-se facilmente lateralmente durante durante a fase de apoio da marcha, o mecanismo de seguida posteriormente de dor e extensão do joelho. hipersensibilidade na região anterior Torção tibial externa do joelho bem ao nível inferior da patela. Sabemos que na flexão, durante Complicações os movimentos do Como existe nestes casos um joelho, a tíbia faz atrito constante da patela sobre o um movimento de condilo é comum alguns pacientes rotação interna e

Ober; onde se coloca o paciente em DL e faz-se a abdução passiva do seguimento soltando o mesmo logo a seguir. Iremos observar que caso haja retração grave no tensor, a perna irá descer de forma lenta pois o músculo irá segurar o movimento, caso contrário teremos a queda brusca do segmento. Verificação da flacidez e hipotonia do vasto medial, que nestes casos é muito fraco ao ponto de não conseguir centralizar a patela. Exame Radiológico Observa-se o deslocamento lateral da patela. Tratamento clínico - O tratamento clínico mais indicado é o cirúrgico, #6

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aonde se tem como objetivo mudar a linha de tração do quadríceps para que ele centralize e estabilize a patela. Tratamento Fisioterápico - Antes de se pensar em cirurgia deve-se tentar reverter esse quadro de instabilidade através do tratamento cinesioterápico.O tratamento tem o mesmo objetivo do cirúrgico, que é centralizar a patela, porém vamos observar que fica difícil começar o tratamento com paciente apresentando sintomatologia álgica, porém devemos buscar dentro dos arsenais terapêuticos opções de tratamento para que seja feita uma analgesia e um relaxamento se necessário, para que o tratamento cinesioterápico seja realizado sem impedimentos.

Estão Prontos os evista R a d k o lo y b a B e s p To Fisio&terapia!

O nosso objetivo é tentar estabizar esta articulação portato vamos trabalhar com que nos foi apresentado na avaliação. Devemos então começar o nosso trabalho com manobras de alongamento tanto para isquios tibiais como para o quadríceps porém principalmente para o tensor da fascia lata. Trabalho intenso de fortalecimento de quadríceps, principalmente o vasto medial. Caso exista atrito constate da patela sobre o condilo utilize todos os recursos e métodos possíveis para melhorar o tônus do vasto medial sem aumentar esse atrito; difícil né! mais não impossível use eletroestimulação se for necessário associada com trabalho de isometria de quadríceps; caso seja difícil trabalhar os últimos graus da extensão do joelho que precisa ser trabalhado por causa do vasto medial, use o movimento de flexão de coxo-femural com o membro em posição neutra como também com o mesmo se mantendo em rotação lateral. Todo esse trabalho deve ser feito com resistência pois o seu objetivo é o fortalecimento e a tentativa da estabilidade articular, nunca se esquecendo dos alongamentos constantes e dos estímulos múltiplos em estruturas proprioceptivas. Outro recurso largamente utilizado para tentativa da recuperação deste paciente é a hidrocinesioterapia que quando utilizada de forma adequada tem resultados fantásticos nas recuperações.

Dr. Vinícius B. de Andrade é Fisioterapeuta do PAM da Ilha do governador e professor da UNESA e FRASCE 17

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A Importância da Pelve na Organização Corporal

Por: Rosângela de O. Bittencourt

O sistema músculo-esquelético do homem, No momento em que decidimos estudar formou-se a partir de uma adaptação de- a pelve como um elemento estrutural funcorrente da passagem do sistema locomotor damental para o aparelho locomotor, nos quadrúpede para uma locomoção bípede, no contexto da evolução da espécie humana. Esta adaptação é influenciada pela gravidade, fazendo com que cada indivíduo mantenha sua postura de acordo com suas preferências e com as circunstâncias impostas a ele, tais como: a hereditariedade, o aspecto social, racial e psicológico, sua morfologia, seu biotipo, sua cultura, os traumas, de forma que o homem se constrói sobre todos os aspectos que o englobam. No contexto da organização corporal, a unidade pélvica é de importância essencial para o Homem. É uma unidade que sofreu adaptações para desempenhar sozinha, a atividade que distribuía com a unidade escapular, destinadas à sustentação e locomoção. A pelve, sendo considerada o núcleo do corpo, sustenta o peso do tronco recebendo as pressões resultantes da gravidade e, recebe as pressões do solo através dos membros inferiores, enquanto de pé. É um local importante de passagem da tensão entre o tronco e os membros inferiores além de levá-la até os membros superiores. Desempenha também a função de recipiente no armazenamento dos órgãos e vísceras abdominais e pélvicas, fazendo do posicionamento ósseo um importante fator para o desempenho adequado destas funções. Tem um papel importante na atividade sexual, através dos músculos do diafragma pélvico e na reprodução da espécie humana. Portanto, a organização pélvica se torna fundamental na organização corporal, e suas disfunções, provocarão alterações e adaptações em todas as estruturas que se relacionam com ela. Aspectos Anátomo-Fisiológicos. A Pelve é uma bacia óssea formada pelos dois ossos Ilíacos e pelo Sacro que é a fusão de cinco vértebras no adulto. O Sacro é também uma unidade importante da coluna vertebral e por conseqüência, faz a bacia parte da Unidade, se considerarmos o homem, um todo indivisível.

que se relacionam com ela. Estas modificações podem agredir o corpo de diversas maneiras, desde dores, deterioração articular até incapacidade funcional. Portanto todos os componentes que contribuem para o equilíbrio da pelve devem ser levados em consideração, desde os tecidos mais profundos, como os ossos, até os mais superficiais, como a pele. A pelve é a base para o bem estar do homem através de sua relação com o campo gravitacional da Terra. O Funcionamento da Pelve

A relação da pelve com a coluna vertebral e com os membros inferiores determina a preocupamos em apresentar esta unidade importância de seu equilíbrio para um bom nos seus parâmetros anátomo-fisiológicos- funcionamento das unidades que se relaciofuncionais, para integrar a noção do que nam com ela. é normal e do que está alterado. Para isto, A começar pelos ilíacos, ossos duplos bilatedevemos compreender que na unidade rais divididos em três segmentos, sendo: ílio, corpo, a estrutura e a função devem estar ísquio e púbis. Ísquio quer dizer: “Osso para equilibradas para que um desempenho má- sentar”, e sua dependência dos músculos isximo seja realizado. quiotibiais (semitendinoso, semimembranoA função do osso é fundamental nesse so e bíceps femural), ligando-a aos membros processo, pois ele é a estrutura que permite inferiores, interferem no sentar confortável. que uma função possa ser realizada. A posi- Os isquiotibiais ( músculos flexores da perna, ção dos ossos pélvicos portanto, possibilita tem tendência ao encurtamento crônico, trações sutis e dirigidas, dos tendões e dos que provocam o espessamento das fibras ligamentos. Portanto, as alterações no po- musculares, formando uma camada espessa sicionamento ósseo, não só da bacia, mas entre a coxa e o assento, causando desconem todas as partes do corpo, vão alterar o forto para sentar, mas ao cruzar as pernas, este desconforto alivia. O encurtamento dos desempenho da função. isquiotibiais, é extremamente importante As modificações ocasionadas na pelve, por na modificação da posição dos ísquios, traumas, vícios posturais, biotipos, etc, vão que vai atingir diretamente a articulação provocar alterações: na coluna vertebral, sacro-ilíaca. no armazenamento visceral, nos membros inferiores, ou seja, em todas as estruturas Durante o processo de encurtamento muscular, ocorre aderência dos invólucros das fibras musculares, desenvolvendo tiras espessas ou nódulos que modificam a flexibilidade da unidade envolvida e vão modificando as unidades que se integram a ela. Estas alterações ocorrem por seqüelas de traumas musculares após um exudato que secou e resultou em cura imperfeita, após virose em músculos e tendões, posições preferenciais, etc.

O Funcionamento da Pelve

O encurtamento dos isquiotibiais vai alterar também a posição de pé, porque os joelhos vão se adaptar através da rotação para diminuir a compressão, e provocam também a rotação do ilíaco para equilibrar #6

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a descompensação, ocorrendo também a sensação de compressão na pelve. Quando o tronco é flexionado sobre os membros inferiores, os ilíacos se abrem, aumentando o espaço do sacro, quando este espaço não é conseguido pela flexão, os isquiotibiais já estão muito encurtados e devem ser alongados para aliviar os sintomas.

função do esfíncter anal e para as contra- começa a se arrastar. ções durante o orgasmo. Sendo assim, é um Os ossos, portanto determinam o posicionamúsculo vital para a satisfação sexual em mento de todas as estruturas relacionadas a ambos os sexos. eles. Os acidentes que deixam seqüelas nos O equilíbrio estrutural da Pelve é importante tecidos, os traumas, as doenças que interfepara as funções dos músculos do diafragma rem no metabolismo, os vícios posturais, as atitudes preferenciais, etc., vão interferir no O Diafragma Pélvico equilíbrio das estruturas. O tecido cicatricial sem elasticidade sobre a mio-fáscia torna impossível o movimento combinado dos antagonistas. A deterioração do movimento provoca a atrofia local, interferindo sobre a coordenação motora em geral.

O Sacro é também uma unidade importante para a bacia, ele pode girar em torno de seu eixo vertical, provocando adaptação nos ilíacos e nos membros inferiores. O Sacro é protegido por um coxim mio-fascial elástico. O sacro sob Os membros inferiores sustentam o tensão mostra a superfície óssea homem na posição de pé e quansob a pele desprovida desta prodo ele se locomove, criando um teção e é doloroso à palpação, equilíbrio dinâmico entre as duas Períneo Masculino Períneo Feminino com dores periódicas. A tensão é unidades: membros inferiores e pelve, originada pela torção do sacro sobre enfatizando o movimento espiróide, seu eixo e gera tensão sobre todo o mempois o quadril e uma articulação revestida bro inferior. Além disso, a sustentação para pélvico, englobando o pubococcígeo e o fortemente que permite movimentos em a coluna vertebral é prejudicada, gerando isquiococcígeo, pois a direção das fibras e o todas as direções. outras tensões musculares, dores, descon- tônus destes músculos dependem da posição forto, alterações mecânicas, etc. dos ossos aos quais se ligam. Os desajustes da articulação coxo-femural, adivindos de desajustes do membro inferior A torção do Sacro faz com que uma das faces O pubococcígeo inserido no cóccix, uma vão interferir diretamente nas compensações se mova para frente, ocasionando adaptação área vulnerável que resulta da fusão de 3 a do diafragma pélvico, interferindo na fisiodos ossos ligamentos, músculos e pele. 5 segmentos ósseos e se une ao sacro pelo logia da Pelve. disco sacrococcígeo. Sem suporte e na base O peso do tronco que incide sobre a Pelve, da coluna vertebral, o cóccix é vulnerável A integração apropriada da pelve requer que tende a levar o Sacro para frente e o cóccix à impactos de todos os tipos. Quando o seus acidentes ósseos como: EIAS, EIPS, Crista para trás. cóccix é desalinhado, o pubococcígeo é ilíaca, púbis e ísquios estejam equilibrados A função dos ligamentos é resistir a estas tor- desequilibrado e assim, todo o diafragma além do Sacro. É importante que as EIAS e ções e impedir desequilíbrios. Os ligamentos pélvico fica afetado, as fibras sofrerão uma EIPS tenham uma horizontalidade bilateral, sacroespinhais e sacrotuberais, impedem a hipotonia ou uma hipertonia e então suas que as EIAS e EIPS obedeçam a uma simetria funções estarão alteradas. base do sacro de ir para frente. nas posições: de pé, sentada e deitada, para que a pelve desempenhe seu papel, de núO músculo Piriforme, rotador externo da A Pelve deve ser bem horizontal para que cleo do corpo em condições satisfatórias. coxa, também é importante no equilíbrio o cóccix se posicione adequadamente e a do sacro, e a torção deste provoca tensão sínfise púbica também. Quando a pelve Os elementos ósseos pélvicos são unidos por se flexiona, se anterioriza, a sínfise púbica fortes ligamentos que sustentam a pelve e daquele. desce e o cóccix sobe, e todo o conteúdo da permitem que os movimentos se realizem O Sacro que se encontra mais fundo de um bacia se inclinará para frente. Os músculos de acordo com a ação muscular. lado ou dos dois, tanto causa quanto reflete e os tendões que inclinam a pelve entrarão sustentação inadequada dos rotadores. Es- em hipertonia. O abdome tomará uma for- Os acidentes anatômicos são importantes para tes, sem equilíbrio, transmitem sustentação ma abaulada e ficará sem tonicidade para a avaliação pélvica, determinando o posicionadesigual aos femures, provocando desorga- segurar os órgãos e vísceras abdominais. mento e sua possíveis fixações. nização. A torção do Sacro pode ser acom- Os ligamentos que sustentam o útero e os A compreensão da Biomecânica se faz panhada pelo Cóccix, pois este depende do ovários, as estruturas reprodutoras do hoimportante, no tocante ao funcionamento Sacro para uma sustentação equilibrada. mem, principalmente a próstata, a bexiga e normal e suas possíveis alterações desenvolos tractos intestinais ficarão sem sustentação vidas por cada indivíduo, na tentativa de O Diafragma Pélvico apropriada e suas funções prejudicadas. Os recuperar o equilíbrio rompido. O diafragma pélvico também tem sua im- glúteos se tornam arrebitados e o andar portância na sustentação dos órgãos Aspectos Anátomo-Fisiológicos pélvicos e, evidentemente, do conteúdo abdominal. As atividades fisiológicas desenvolvidas pelos músculos do diafragma pélvico, englobam Rosângela de O. Bittencourt é a satisfação pessoal, física e emocional na relação sexual, Prof. da UNIBAN - SP - SP a fertilidade e o parto. A inconFiguras retiradas do livro tinência urinária em qualquer “Les chaînes musculaires et idade refletem o tônus e o bem articulaires”. estar do músculo pubococcígeo, Struyf, Godelieve Denys. Bruxelles Pelve Masculina PelveFeminina Ed. Guyot S/A que contribui para a colocação e a

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Fisioterapia nas Úlceras de Decúbito Por Dr. Heleno Rocha Souza

O tratamento das Ulceras de Decúbito nos Estados Unidos da América, Europa e Canada , vem sendo parte da atividade clinica diária do Fisioterapeuta muito antes dos anos 60 com excelentes resultados. Minha intenção ao escrever este artigo e chamar a atenção da Comunidade Medica Brasileira e despertar o interesse dos Profissionais Fisioterapeutas Brasileiros para um vasto campo ainda não muito ou quase nada explorado no Brasil. Falo dos inúmeros resultados positivos no tratamento das Úlceras de Decúbito através da intervenção da Fisioterapia . Hoje nos Estados Unidos da América, já existe o Fisioterapeuta Especialista no tratamento de feridas. O Fisioterapeuta é sim fator de grande importância no tratamento das Úlceras de Decúbito. Todo o processo, obviamente, começa na avaliação do paciente, e o mais importante é determinar a real causa das úlceras antes de se iniciar o tratamento propriamente dito. Ao finalizar este artigo, o leitor será capaz de identificar diferentes tipos e estágios das úlceras, compreender apropriados métodos fisioterapêuticos no tratamento das úlceras, como prevenir úlceras de decúbito, reconhecer terminologia usadas no tratamento das úlceras, indicações e contra-indicações. A Fisioterapia moderna começou no período da Primeira Guerra Mundial quando a Nação Norte-Americana precisava desesperadamente de profissionais da área de saúde para reabilitar os feridos de guerra. Foi criado a Divisão de Hospitais Especiais e Reconstrução Física empregando 2.000 Técnicos de Reconstrução (nome empregado na época). Tais profissionais

foram evoluindo e agora são conhecidos e reconhecidos como parte de uma especialidade – Fisioterapia/Fisioterapeuta. Os Técnico de Recosntrução participaram em Hospitais das Forças Armadas, e mais tarde em Hospitais de Veteranos de Guerra; ajudando na restauração dos feridos através do uso da Hidroterapia, Eletroterapia, Mecanoterapia, Reeducação Muscular, Exercícios Terapêuticos, Jogos Terapêuticos e outros mais. Atualmente, dos muitos problemas que a equipe de saúde tem de enfrentar no dia-a-dia, principalmente o profissional Fisioterapeuta, e o tratamento do paciente debilitado e ferido, com certeza, um dos mais comuns e frustrante é a prevenção e o tratamento das Úlceras de Decúbito ou pressão, secundário a total ou a não-total destruição da epiderme. O precoce envolvimento do Fisioterapeuta é fator determinante para um bom resultado. O Fisioterapeuta deve ter a certeza de estabelecer uma compreensiva avaliação do paciente como um todo, não apenas a “ferida’’. É indicado reavaliar as necessidades básicas do paciente e a ferida semanalmente, durante todo o processo de cicatrização. É importante que medidas da ferida sejam feitas periodicamente e devidamente documentadas, tais como: largura, comprimento, profundidade, odor, quantidade de fluído, cor da ferida e do fluído, se a ferida é seca ou lubrificada, grau da ferida, capacidade de mobilização ativa do paciente e nível de entendimento do paciente. É importante, também, que se estabeleça responsabilidades para o paciente no que se diz em relação ao gerenciamento dos cuidados que devem ser tomados enquanto sob os cuidados da Equipe

de Saúde. A esses cuidados refiro como Deficiência Nutricional (deverá ser avaliado por especialista em Nutrição), alívio de pressão na área afetada e cuidados de higiene pessoal. Estatísticas mostram que nos Estados Unidos da América anualmente são tratados um total de 5.600 casos crônicos de úlceras, assim destribuidos: Úlceras secundária a Diabete 3.000, Úlceras de pressão 2.100 e Úlceras por Estase Venosa e Arterial 500. A pele é o mais extenso orgão do corpo humano, sendo uma cobertura protetora que ajuda na regulação da temperatura corpórea, contém receptores sensitivos e sensitiza várias substância químicas. Uma vez que este processo e interrompido da-se início a inflamação, que se não devidamente tratada progride para ulceração. Tais úlceras variam em sua complicabilidade do estágio I ao IV De 70% a 90% dos casos de úlceras de decúbito não necessitam de intervenção cirúrgica, por isso focalizo este estudo nos casos não-cirúrgicos. A intervenção Fisioterapêutica tem aplicabilidade em todos os estágios de ulceração. Estágio de ulceração podem ser classificados quanto ao grau de destruição dos tecidos. Nos casos em que a pele encontra-se intacta, porém rubor ou inflamação está presente na epiderme, com persistente eritema ápos trinta minutos de alívio de pressão na área afetada, classifica-se como estágio I. As úlceras que evoluem para o estágio II, apresentam-se com dimi*Dr. Heleno Rocha Souza é diretor de Fisioterapia do South Lincoln Medical Center. #6

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l i f r Pe

Já que não tinha dinheiro para comprar livros. Com o passar dos períodos, fui me tornando cada vez mais interessado e envolvido pela profissão, no 6º período tive grande incentivo de um professor, que deu um dos passos iniciais para meu amadurecimento profissional (ele sabe do que estou falando - valeu demais). No 7º período apresentei um caso clínico na semana científica, ganhando o 4º lugar. Isto representou muito mesmo. E no 8º período comecei a ministrar curso pelo Núcleo de Extensão e Treinamento Empresarial sobre O tratamento fisioterápico no amputado de membro inferior e daí não parei mais. Finalmente concluí meu curso em 1993.1 e após 06 meses conseguia passar para a residência de fisioterapia em ortopedia do Hospital Universitário Pedro Ernesto, havendo apenas 01 vaga. Pude vivenciar uma das experiências mais gratificantes que me permitiu um amadurecimento profissional muito grande, paralelamente iniciei minha Pós Graduação em Ginástica Médica na UCB. No início de 1995 recebi convites das Universidade Gama Filho e Castelo Branco, era tudo que eu queria, poder passar o conhecimento adquirido, para futuros profissionais da fisioterapia e contribuir mais ainda para a profissão. Em 1996 recebi o convite da Sociedade Educacional Fluminense (SEFLU) e lecionei durante 01 ano com uma turma espetacular e que me deixou muitas saudades - muitos abraços. Em 1983, conclui meu 2º grau em técnico de enfermaEm 1997 fui convidado pela profª Carmem Veronica gem e desde então trabalhei em diversos hospitais e em várias para compor o corpo docente da Universidade Estácio de Sá áreas de atuação da enfermagem, sempre com um contato Campus Barra onde estou atualmente. direto com o paciente, e portanto, me sentindo bem em fazer Continuando em 97, montei um projeto para a reaalgo por alguém. No entanto me sentia muito limitado em lização de um curso de Pós Graduação de Fisioterapia em minhas atividades profissionais, seguindo criteriosamente Traumato Ortopedia com pretensão de proporcionar ao prescrição médica, entre um plantão e outro sem poder evoluir profissional fisioterapeuta uma especialização voltada para na profissão. Foi então que conheci o trabalho da fisioterapia sua área de atuação em traumato ortopedia, capacitando através de duas fisioterapeutas no antigo Hospital Fabiano de para uma mercado de trabalho em hospitais e clínicas de Cristo, Dra Katia (fisioterapia-respiratória) e Dra Rosani (fisioatuação especifica, também procurando atender o campo da terapia-motora), esta última me esclareceu qual era o papel do docência universitária e de pós graduação que é mais um fisioterapeuta, pois iria trabalhar na recuperação e prevenção da espaço profissional para ser ocupado. A Pós Graduação é função, avaliando o paciente e traçando o tratamento adequado realizada aos sábados, de 08:00 às 14:00 com 15 meses de para cada caso, evitando assim uma série de complicações que duração, e é conveniada com Hospital permitindo ao aluno eu já conhecia. Desta forma me identifiquei com a profissão e treinamento prático através da disciplina de treinamento o próximo passo era me preparar para a inscrição no vestibular. profissional e também o desenvolvimento de pesquisa na Me inscrevi no vestibular da Universidade Castelo Branco área de atuação fisioterápica. O aluno terá ao final do curso (UCB), e no dia do resultado foi uma alegria só, enfim era universitário do curso de fisioterapia, 1989, 1º período. Tive que apresentar uma monografia e um artigo da mesma que custear meus estudos, pois meus pais não tinham como monografia para posterior publicação científica (Informações pagar, Teria desta forma que travar uma batalha durante 04 (021) 401-9407 ramal 332). Atualmente estamos com três turmas em andamento anos e meio. Com a Pós Graduação, surgiu a idéia de criar uma SocieAo iniciar a faculdade, sabia exatamente a importância de ser um bom aluno e consequentemente, bom profissional, dade para representar a Fisioterapia em Traumato Ortopedia pois já conhecia o dia-a-dia no hospital e sabia que existiam dando todo o amparo científico cultural. Desta forma foi fundada a SOFITOERJ que é a Sociedade de Fisioterapia em “profissionais e profissionais” isto é, pessoas que gostavam do que faziam e portanto, eram bons, atenciosos, queridos e Traumato Ortopedia do Estado do Rio de Janeiro, através do coordenador e dos alunos do curso objetivando criar cursos admirados pelos pacientes e profissionais, enquanto outros profissionais sem amor a profissão, ao próximo e a si mesmo direcionados a fisioterapia traumato ortopédica, consultoria, deixavam a desejar através do desleixo, imprudência e desco- jornal informativo, levantamento bibliográfico, biblioteca, nhecimento científico que levavam a iatrogenia, onde sempre revista cientifica, proporcionando jornada de âmbito regional e nacional no Estado do Rio de Janeiro, permitindo aos o maior prejudicado era o paciente. Desta forma sempre tive que trabalhar muito para poder associados descontos especiais. A nossa sede atual é na Rua Baronesa, nº 705 sala 309 - Praça Seca - Rio de Janeiro - Tel custear meus estudos, portanto tinha sempre que prestar ( 021) 350-0196 muita atenção às aulas, pois sobrava pouco tempo para a Sr. Aluisio. leitura. 21

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Neste mesmo ano editei 10 fitas de vídeo, que contem grande parte do meu material didático o qual tem sido criteriosamente elaborado ao longo desses anos com pacientes tratados, facilitando desta forma o aprendizado e proporcionando que a informação chegue a lugares em que profissionais ficam deslocados de todo tipo de novos conhecimentos permitindo desta forma o acesso de forma clara e esclarecendo para um melhor tratamento da seqüela da patologia a ser tratada. - Para aquisição das fitas (021) 289-8044 ou 9996-5432. Os títulos são os seguintes: 1 - Tratamento fisioterápico no amputado de membro inferior 2 - Tratamento fisioterápico na artroplastia de quadril 3 - Tratamento fisioterápico com prótese de membro inferior 4 - Lesão medular condutas terapêuticas, prescrição, treinamento e adaptação de órteses 5 - Aparelhos ortopédicos e suas indicações 6 - Tratamento fisioterápicos nas fraturas femurais 7 - Fisioterapia nas lesões traumáticas do tornozelo 8 - Amputações de membro superior: Fisioterapia e Próteses 9 - Fisioterapia em pacientes com fixador externo 10- Lesões da mão e órteses utilizadas Atualmente estou cursando o Mestrado em Ciência da Motricidade Humana na UCB, tendo como tema de dissertação “Estudo Comparativo de um Protocolo Acelerado de Recuperação Funcional em Amputados de Membro Inferior para a Protetização” e aceito qualquer informação referente ao assunto. Pretendo concluir o Mestrado em 98, continuo fazendo pesquisa com pacientes amputados e iniciei recentemente acompanhamento em enfermaria e ambulatório e pesquisa com pacientes em uso de fixadores externos. No momento, estou com quatro anos de formado e me enquadro desta forma em uma nova geração de fisioterapeutas que lutam com vigor, seriedade e que têm muito amor pela profissão. No mês de Março de 1998, será inaugurada a Clínica de Fisioterapia e Reabilitação Dr Vital Sampol - Tel: (021) 350-8067, que terá como objetivo principal trabalhar na prescrição, treinamento e adaptação de órteses e próteses nas seqüelas traumato ortopédicas, vasculares, neurológicas e respiratórias sendo a equipe composta por profissionais qualificados e especializados. Posso dizer que sou um fisioterapeuta realizado na profissão, pois trabalho no que gosto, leciono nas universidades em que realmente queria estar trabalhando, coordeno uma pós graduação que é a que eu queria ter feito e agora vou inaugurar a clínica que sempre sonhei do meu jeitinho. Valeu !!!

Dr. Antonio Vital


Próxima Edição Tratamento Fisioterapico do Linfoedema

EDITOR Oston de Lacerda Mendes DIRETORIA João Marcelo S. Gigliotti Claudio Veríssimo (Bem vindo Claudinho!) JORNALISTA RESPONSÁVEL Marcos Antônio Alves nº M.T.B. 6036 DRT-MG PROJETO GRÁFICO Oficina Detrês (021) 256-3806 ASSESSORIA JURÍDICA Dr. Walter Lambert de Brito Tel: (021) 511-4483 PROVEDOR DE ACESSO INTERNEXUS (021) 512-7030 PERIODICIDADE Bimestral

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CORRESPONDENTES Carlos Ladeira (Florida), Danielly S. Araujo (FAFISC), Darlan Lauricio Matte (UNICRUZ), Fabiano Moreira da Silva (UGF), Jailton Martins Alves (UFPE), Jeison Oliveira (UNIG), Juliano Tibola (UDESC), Katia Mara (UNIFENAS), Leticia Gomes de Barros (ECMAL), Luciano Barbosa Campos (UCDB), Marcelo de Carvalho Filgueiras (UNIFOR), Silvana Antonietto (CAMPINAS), Vanessa Gouvea Freitas (UNIT), Vinícius Gangana de Oliveira (UNIBAN), Ana Patrícia de Souza (SEFLU).

Obs: Se você tem Internet e quer ser nosso correspondente escreva para: oston@inx.com.br COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Drs. Paulo Cotecchia e Antonio Vital pelo toque e concessão Eduardo Cotecchia pela loucura de emprestar a BMW, Zé e Edu Fernandes pela companhia em Uberlândia.

AGRADECIMENTO ESPECIAL

Fisio&Terapia (#6) Dezembro/Janeiro - 1997 é publicada pela editora fisio&terapia - Rua José Linhares, 134 - Leblon Rio de Janeiro - RJ - Cep: 22430-220 - Tel (021) 294-9385 528-0000 cód 231753/231754 - Assinaturas podem ser feitas por R$ 10,00 (por semestre - 3 edições) nos pontos de venda ou mandando seus dados completos para a redação da revista através da home-page: www.inx.com.br/fisio&terapia e-mail: oston@inx.com.br, ou cartas para o endereço acima.

Até a próxima ...

Vanessa Gouveia Freitas, Sr. Emerson Freitas e D. Ide Gouveia Freitas, Patricia Roberta, Claudia Maria, Juliana Ribeiro Gouveia, Vivianne Dias Pinto - Uberlândia. Semíramis C. Vilas Boas, Silvia Gorge Gil, Simone Pinheiro, Luciana Viana Alfenas. Paulo Marcio Brandão e Cia. (Belo Horizonte) Valeu PONTOS DE ASSINATURA Álvaro (IBMR) / Murilo (Pestalozzi) Sandra (Unit) / Fabiano Moreira da Silva (Gama Filho) / Antonio Carlos Fenandes (Campinas) / Katia Mara (Unifenas) / Lippi (Frasce) / Marcela (Unig) / Roberto Palmiere ( Seflu) / Unibancas (Unesa Bispo) / Marka Texto (Unesa Barra) / Renivaldo Silva (Belo Horizonte) / Instituto São Paulo (Cascavel) / Ary ( Castelo Branco) / Nilson ( UFRJ) / Roberto (SUAM). Não nos responsabilizamos pelas opiniões, conceitos e sugestões emitidas em artigos assinados, o objetivo é apenas mostrar diferentes formas de atuação entre profissionais.

Acesse a Fisio&Terapia através de: http://www.inx.com.br/fisio&terapia e-mail: oston@inx.com.br irc: #fisio&terapia (irc.inx.com.br) Tels: (021) 294-9385 (021) 528- 0000 cód 231-753 ou 231-754

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