Método Process Tracing nas investigações em Ciência Política
Natália Calfat
Estágio à Lupa
Maria da Luz Riley
Miguel Chora
Miguel Pereira
Pedro Pereira
Conferências
Debater o Futuro: Legislativas 2024 | ISCSP-UL
Eu, Jovem, Político
José Nascimento
Working-Papers
Vinícius Barbosa Albernaz
Patrícia Raposo
Daniela Barreiros Alves
José Nascimento
Sofia Muñoz
Gonçalo Timula
Agenda | Review (Setembro ´23 - Março´24)
EDITORIAL
Professora Doutora Cristina Montalvão Sarmento
Coordenadora do Observatório Político (ISCSP- ULisboa)
“Vivências Institucionais” à Portuguesa
No ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de abril, muitas dúvidas assaltam os portugueses sobre a qualidade das suas instituições A emergência de numerosos estudos é um reconhecimento dessa preocupação, mas talvez o mais interessante seja a intervenção na avaliação dessa qualidade, em anos recentes, de estudos e bases de dados provenientes de instituições privadas.
Por um lado, um estudo da Fundação Manuel Francisco dos Santos (FMFS), sobre os Valores, qualidade institucional e desenvolvimento em Portugal (2015), coordenado pelo Alejandro Portes e M. Margarida Marques, assenta desde o início na dificuldade de definir o que é uma instituição, como afirmam na página 12: (...)North (1990: 3) definiu instituição como sendo “toda a forma de constrangimento concebida pelos seres humanos com vista a moldar as interações humanas” Trata-se de uma definição vaga, que abrange tudo, desde as normas apreendidas durante o processo de socialização, à própria força física.(...), pelo que a investigação recorreu a um trabalho anteriormente realizado, alicerçado na sociologia teórica clássica, para ultrapassar a confusão teórica que rodeia o uso do conceito. Aí se estabeleceram os elementos distintos de cultura e de estrutura social, organizando-os numa hierarquia causal, abrangendo desde forças “pro-
fundas”, como os “valores”, do lado da cultura, e o “poder”, na dimensão da estrutura social, aos elementos mais visíveis da vida social Essa análise (Portes e Smith, 2012), permitiu avançar na caracterização de vários elementos essenciais às instituições e que as caracterizam, o que o estudo da FMFS, adota.
Por outro lado, ao nível do ensino superior a base de dados da Fundação Belmiro de Azevedo, EDUSTAT, sistematiza um conjunto de indicadores e de métricas exploratórias que permitem o conhecimento da situação atual, tendências e dinâmicas estruturais do sistema de ensino português, permitindo leituras autónomas independentes do poder político. Vamos por isso fazendo o caminho para uma avaliação efetiva, que caracterize o mal-estar muitas vezes sentido nas instituições.
No ensino superior público, a precariedade dos investigadores e dos que se iniciam na carreira docente universitária têm determinado desequilíbrios manifestos conducentes a um malestar generalizado A concorrência e a competição desigual e desequilibrada, determinadas seja pela necessidade de investigadores e docentes, seja pela criação de “lealdades” ao poder, a par de um modelo de uma universidade burocrática, administrativa e ao serviço dos estudantes, enten-
EDITORIAL
Professora Doutora Cristina Montalvão Sarmento
Coordenadora do Observatório Político (ISCSP- ULisboa)
didos como clientes, com um modelo de governança clientelar, que o modelo de avaliação da A3ES em nada veio alterar, tem criado disfunções múltiplas no ensino superior.
Estas matérias que merecem tratamento sério e autónomo, terão que ser revistas e investigadas futuramente. Por ora, diríamos que foram as “forças profundas”, os “valores”, e o “poder” que determinaram que no dia 24 de abril de 2024, o Observatório Político, como estrutura independente, após oito anos de integração na universidade, fosse impelido e obrigado a se autonomizar de novo. Com recentes instalações e sede, terá como desafios, no ano em que completa 15 anos, despertar o empenho, a adesão e a motivação, em particular dos mais jovens e dos que se iniciam, para a crença que é possível estudar política sem perder o horizonte de possibilidades que a mesma abre para um futuro melhor, como o 25 de abril permitiu idealizar.
Referências:
Portes, Alejandro e Marques, M Margarida (2015). Valores, Qualidade Institucional e Desenvolvimento em Portugal Fundação Manuel Francisco dos Santos, Lisboa. Disponível em: https://ffms.pt/pt-pt/estudos/valores-qualidadeinstitucional-e-desenvolvimento
Portes, Alejandro e Smith, Lori D (2012) Institutions Count: Their Role and Significance in Latin American Development. Berkeley, CA: University of California Press
EDUSTAT, Fundação Belmiro de Azevedo. Disponível em: https://www.edustat.pt/
PONTUALIDADES
Entrevista
à
Professora Doutora Natália Calfat
por Izabela Cavalcanti
O que é o método process-tracing?
O process tracing é um método de pesquisa voltado para investigações causais dentro do caso (entendido como unidade de análise), através do qual é possível se fazer inferências a partir dos processos ou mecanismos que conectam causa e resultado. Segundo essa abordagem, mecanismos não são causas, nem variáveis intervenientes, tampouco são relatos históricos narrativos ou sequenciados. Mecanismos são os processos causais que se originam a partir das causas e cujo trajeto as unem ao efeito de forma continuada, produtiva e engrenada Assim, o process tracing é um método de pesquisa usado para rastrear mecanismos causais por meio da análise empírica intra-caso e detalhada, por meio das chamadas evidências mecanicistas, que demonstram como um mecanismo causal opera na prática. Por fim, o método pode tanto se debruçar sobre a dinâmica causal responsável pelo resultado em um caso histórico em particular, como lançar luz sobre mecanismos causais unindo causas e resultados dentro de uma população maior de casos causalmente homogêneos
O que difere o método process tracing dos outros métodos das ciências sociais existentes?
Se comparado com outros métodos que se debruçam sobre estudos de caso causais, o rastreamento do processo e a avaliação crítica
rigor e robustez ao investigar estes mecanismos, permitindo que se faça inferências causais mais fortes dentro do caso O diferencial do process tracing é particularmente sua abordagem prática ao avaliar com precisão a causalidade em mecanismos temporais operando em meio a uma cadeia histórica de eventos. Ademais, a forma de tratamento dos vestígios empíricos deixados pelo mecanismo concede transparência ao método e permite sua replicabilidade.
Professora Doutora Natália Calfa
“Mecanismos são os processos causais que se originam a partir das causas e cujo trajeto as unem ao efeito de forma continuada, produtiva e engrenada”
O que se rastreia (tracing)?
O process tracing se concentra no rastreamento de evidências mecanicistas Assim, o método rastreia os vestígios observacionais deixados pelas atividades dentro de casos concretos que refletem fenômenos específicos, tais como a atuação de grupos de interesse sobre uma política externa em particular, ou o papel do conflito étnico sobre uma determinada guerra civil. E o que são as atividades? As atividades são as produtoras da mudança, as impulsionadoras da força causal através do mecanismo. Os organismos ou entidades que exercem tais ações podem ser individuais ou coletivos, sendo igualmente parte fundamental do processo. Ambos estão em interação a cada etapa do processo, chamadas de partes. A clareza do processo teórico é central para que se promova um adequado rastreamento das evidências mecanicistas, permitindo não somente uma explicação completa do ‘como’ e do ‘porque’ as etapas acontecem, como também para a operacionalização das evidências na prática
Como se rastreia (tracing)?
Como dissemos, os traços a serem rastreados são chamados de evidências mecanicistas, definidas como evidências observacionais ou impressões digitais deixadas pelas atividades associadas com os mecanismos e suas partes
Em sua obra de 2019, Beach e Pedersen sugerem três níveis de análise para que o rastreamento possa ser colocado em prática Em primeiro lugar, a proposição teórica do mecanismo causal (teorização), composto de entidades engajadas em atividades em uma relação de continuidade produtiva, ou seja, sem grandes saltos ou pressupostos não esclarecidos na ligação entre uma parte e a seguinte. Em segundo lugar, proposição ou expectativa de evidências (operacionalização) quando se aprecia os potenciais materiais empíricos a serem encontrados e sua necessidade. Por fim, o terceiro nível é a manipulação da própria evidência encontrada ou avaliação empírica (trabalhando com evidências). A avaliação da manifestação palpável das evidências de fato encontradas é feita através da mensuração do grau que a presença ou ausência da evidência confirma ou desconfirma o mecanismo em questão. Para tanto, a avaliação da certeza tem poder desconfirmatório, enquanto a avaliação da singularidade tem poder probatório ou de exatidão. Um rastreamento de processos adequado é resultado da combinação de um mecanismo processual desagregado em partes e com um grau satisfatório de granularidade, por um lado, e, de outro, de evidências altamente singulares para cada parte do processo, obtidas através de fontes confiáveis e garantido o acesso completo aos registros empíricos.
Entrevista à
Professora Doutora Natália Calfat por Izabela Cavalcanti
Quando se avalia criticamente as evidências empíricas em relação à teoria causal, o pesquisador evita seletividade e/ou viés de confirmação, aumentando a validade interna do mecanismo.
Como podemos analisar as evidências percebidas no rastreio (tracing) e a confiabilidade delas?
Em primeiro lugar, é preciso que se teorize sobre o mecanismo causal em ação É importante que esta não seja uma mera descrição narrativa de eventos em sequência sobre o que aconteceu em uma tomada de decisão específica, por exemplo. Aqui se une causa (ou um conjunto de causas) a um resultado ou efeito, se certificando de que as interações incorporem o conflito (ou os concertos) e os diferentes atores interrelacionados e vis a vis os constrangimentos institucionais. Assim, a conceitualização do mecanismo causal é a primeira etapa. Em segundo lugar, o mecanismo causal será operacionalizado, analisando quais evidências espera-se que sejam encontradas Na sequência, o pesquisador deve coletar as evidências, através do trabalho de campo, pesquisa documental ou com outros dados. A avaliação do peso dessas evidências (certeza e singularidade) corresponde à análise crítica dos vestígios, traços ou manifestações empíricas observáveis deixadas pelo mecanismo causal teorizado
BEACH, Derek Process-tracing methods in social science. In: Oxford research encyclopedia of politics. 2017.
BEACH, Derek; KAAS, Jonas Gejl. The great divides: incommensurability, the impossibility of mixed-methodology, and what to do about it. International Studies Review, v. 22, n. 2, p. 214-235, 2020
BEACH, Derek; PEDERSEN, Rasmus Brun. Process-tracing methods: Foundations and guidelines. University of Michigan Press, 2019.
O pesquisador deve se perguntar a cada evidência encontrada sob cada etapa teorizada: é preciso que essa evidência seja encontrada para que a teoria seja verdadeira? Uma vez encontrada, há outras explicações plausíveis ou alternativas rivais que explicam sua existência que não o mecanismo em questão sendo testado? Essa avaliação deve ser bastante meticulosa e suspeitosa para que se possa assertar a confiança no mecanismo causal da forma mais criteriosa possível e aumentando a validade interna.
“O
process tracing também pode contribuir com métodos comparativos e capacita alguma generalização”
Finalmente, o process tracing também pode contribuir com métodos comparativos e capacita alguma generalização das descobertas encontradas em um caso específico para outros casos causalmente similares - conquanto se trate de uma população circunscrita e conquanto a seleção de potenciais casos seja feita de forma adequada. Ainda que a comparação seja possível, a forma que o mecanismo assume em cada caso particular somente poderá ser confirmada após a análise dos casos de perto
*A entrevistada Natália Calfat é professora assistente na IPSA USP Summer School in Concepts, Methods and Techniques in Political Science, Public Policy and International Relations dos cursos de Process Tracing e Evaluating Policy Using Case Studies ao lado do Prof Derek Beach (Aarhus University). Email: nnahascalfat@alumni usp br
**A entrevistadora Izabela Cavalcanti é doutoranda em Ciência Política da Universidade de Lisboa, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) Mestre em Ciência Política pelo ISCSP e graduada em Jornalismo. Atua na Comunicação do Ministério Público de Pernambuco (Brasil) como analista
Email: cavalcanti.izabela@gmail.com
ESTÁGIO À LUPA
Maria da Luz Riley Membro Associado do OP
Fui selecionada para estagiar no Observatório Político durante a segunda fase de candidaturas, iniciando então o meu estágio curricular a 13 de janeiro de 2021, o qual viria a cessar a 13 de abril do mesmo ano. O estágio ocorreu no meu último ano da Licenciatura de Relações Internacionais e, como tal, revelou-se como uma excelente oportunidade para adquirir mais conhecimentos fora da sala de aula e finalizar o meu primeiro ciclo de estudos.
Este estágio foi, sem dúvida alguma, uma maneira de abrir horizontes, quer a nível académico, quer a nível pessoal Onde o plano de estudos do meu curso, por vezes, falhou, o Observatório Político demonstrou-se um veículo de preenchimento dessas mesmas lacunas, ao conseguir pôr em prática mais do que nunca as minhas capacidades de investigação e escrita, algo que me traz imenso prazer, já que sempre fui uma pessoa extremamente curiosa e com entusiasmo pela aprendizagem
Quando me candidatei, fi-lo na expectativa de poder trabalhar e aprofundar as minhas áreas de interesse político, assim como, sair com substancialmente mais conhecimento com o qual entrei- não só essas perspetivas foram realizadas, como até ultrapassadas.
Apesar de ter realizado este percurso durante uma pandemia, fui sortuda em poder trabalhar presencialmente durante uma semana antes de retornarmos ao teletrabalho. Embora por um curto espaço de tempo e com algumas restrições, senti durante esses dias um imediato espírito de equipa e entreajuda, querendo desde já dar um especial agradecimento à Dra Patrícia Tomás (não descurando de todas as outras pessoas envolvidas que também muito me ensinaram) que foi incansável, mostrando-se sempre disponível para esclarecer as minhas numerosas dúvidas e dar uma palavra amiga de apoio quando nós estagiários mais precisávamos de motivação.
Durante o processo de escrita do meu Working Paper, aprendi muitos pormenores técnicos sobre como estruturar um trabalho académico que previamente carecia. Com a escolha do meu tema, apercebi-me, após intensa pesquisa, que de facto há sempre mais para ler e que, quanto mais leio, mais sei que ser estudante é saber que nunca se deixa de o ser. Dito isto, estagiar no Observatório Político, uma equipa repleta de membros com trabalhos e pesquisas admiráveis, foi uma honra e um importante passo na minha vida académica e profissional futura
Miguel Chora
Membro Associado do OP
O meu nome é Miguel Chora e fui estagiário do Observatório Político (OP) entre Outubro de 2020 e Janeiro de 2021 no âmbito do X Programa de Estágios do OP Concluí em Junho de 2020 a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (FCSH-UNL). Frequento atualmente o 1º ano do mestrado em Economia Internacional e Estudos Europeus no ISEG – Lisbon School of Economics and Management (Universidade de Lisboa)
O meu interesse em estagiar no Observatório Político já existia há algum tempo. O OP representa, na minha opinião, a essência de uma associação científica ou centro de investigação. Por um lado focado no rigor da produção de conteúdos academicamente relevantes e assentes na excelência de investigação.
Por outro lado aberto, à sociedade civil, encarando o princípio de que a produção de conhecimento feita a partir da investigação académica deve servir para enriquecer a sociedade onde esse conhecimento é absolutamente necessário. É neste âmbito que olho para o programa de estágios do OP e é por causa desta visão que decidi candidatarme à sua X edição.
Olhando em retrospetiva devo dizer que foi uma opção bastante acertada Não apenas por achar (e de facto acho) que qualquer experiência possui características que podem ser úteis no desenvolvimento pessoal de cada um de nós, mas principalmente por considerar que o estágio no OP me deu acesso a uma série de experiências e competências que vão ao encontro de um gosto especial que tenho pela investigação académica
O facto de ter realizado este estágio enquanto prossigo os meus estudos de mestrado creio também ter sido relevante em termos de organização, conciliação e gestão de tempo, pela exigência que a conciliação das duas coisas representa
Ao longo do estágio tive a oportunidade de perceber alguns processos específicos no funcionamento de um centro de investigação científica Desde logo através da colaboração e apoio na publicação de Working Papers de investigadores associados do OP consegui compreender o processo concreto que decorre desde que o autor entrega um documento até ao momento em que este fica disponível para o público em geral. Da mesma forma a maioria das atividades que desenvolvi ao longo do período de estágio foram relacionadas com a preparação de 19ª edição da Newsletter OPenArena do Observatório Político. Para esse efeito tive a possibilidade de proceder a pequenas sínteses de algumas obras recentemente anunciadas e publicadas por vários investigadores associados do Observatório Político Desenvolvi também a preparação de uma entrevista para a secção “Eu, Jovem, Político” dessa mesma edição, onde confesso ter descoberto um gosto - que não conhecia até esse momento - na preparação e realização dessa entrevista
Além destas tarefas desenvolvi também outras relacionadas com apoio administrativo ao centro de investigação desde a pesquisa de imagens para publicação de conteúdos, passando pela partilha de propostas e ideias para composição da Newsletter com outros estagiários, até à elaboração de pequenas traduções
De entre as tarefas anteriormente mencionadas aquelas que mais gosto me deram na sua realização foram a entrevista para a Secção “Eu, Jovem, Político” e o apoio à publicação de artigos científicos por parte de investigadores do OP Apesar disso, devo confessar que o que mais gostei de fazer em todo o período de estágio foi a pesquisa, elaboração e preparação do Working Paper que acabei por publicar. Esse facto talvez se deva ao gosto particular que tenho pela atividade académica, ou ao tema que escolhi investigar que em larga medida se relaciona com atividades de pesquisa que desenvolvo e continuarei a desenvolver quer para a tese de mestrado que pretendo redigir quer para pesquisas, investigações e estudos académicos futuros. O apoio, aconselhamento e suporte que recebi para a sua publicação foram também significativos para melhorar o meu trabalho
Esta é, por isso, uma das grandes vantagens de realizar um estágio no OP. A possibilidade de publicar o 1º Working Paper da minha autoria, reflete a abordagem inicial que me fez ter interesse em candidatar-me a este programa de estágios
Por tudo isto creio que a oportunidade de realizar um estágio no Observatório Político representou uma vantagem e uma mais-valia para mim por variadas razões Primeiramente por me ter permitido colaborar de perto com um centro de investigação científica, que como já mencionei é uma das áreas que me apaixona Em segundo lugar porque creio ter conseguido realizar tarefas bastante diversificadas ao longo do período de estágio, facto que vejo como decisivo já que o ecleticismo é uma das características que mais respeito em qualquer pessoa Terceiramente algumas das tarefas que realizei permitiram-me adquirir competências mais específicas a nível formal e técnico em termos de elaboração de conteúdos e de publicação ou preparação dos mesmos antes de serem divulgados para o grande público. Em quarto lugar, evidentemente que a publicação de um Working Paper da minha autoria é em si mesmo um motivo de orgulho para mim e uma vantagem indubitável deste estágio no OP Em quinto lugar as pessoas que conheci, apesar das restrições sanitárias inerentes ao período em que vivemos, permitiram-me aprender a cada conversa e troca de ideias.
Nesse sentido deixo um agradecimento especial à Dra. Patrícia Tomás pelo apoio fundamental que me deu na redação do Working Paper e nas mais variadas tarefas que desenvolvi ao longo do estágio, demonstrando um rigor e comprometimento que muito me ajudaram durante estes 3 meses.
Concluindo esta visão retrospetiva creio que o estágio no OP, por tudo o que expliquei, representou uma experiência enriquecedora para mim. Acredito ter saído da mesma como um estudante mais capaz - pelas competências e conhecimentos específicos que adquiri - um cidadão mais consciente e completo - pelo facto de ter estado envolvido diretamente numa realidade que até ao momento desconhecia - e uma pessoa mais realizada e preparada para os desafios académicos e profissionais que a vida me reserva
Miguel Pereira
Membro Associado do OP
Tive a oportunidade de estagiar no Observatório
Político entre janeiro e abril de 2021. Esta foi uma experiência enriquecedora, no âmbito da investigação científica Durante o estágio foi-me dada a oportunidade de participar na organização da Newsletter XIX, OpenArena, de realizar um Working Paper e, ainda, de elaborar uma recensão de um livro à nossa escolha. Não obstante as dificuldades apresentadas pela pandemia de covid19, considero que o estágio foi uma mais-valia para mim a nível pessoal e profissional, dado que adquiri competências em contexto de investigação científica e pude aprofundar os meus conhecimentos nas minhas áreas prediletas. De referir ainda que o acompanhamento dos estágios por parte da Dra Patrícia Tomás, em regime presencial e online, foi sempre muito próximo e da maior qualidade, pelo que lhe deixo o meu agradecimento e à equipa do Observatório Político por esta experiência.
Pedro Santos
Membro Associado do OP
Na altura, no último semestre da licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais, na NOVA FCSH, surgiu a possibilidade de fazer um estágio curricular Embora fosse mais exigente do ponto de vista horário do que uma unidade curricular (o estágio curricular exige o cumprimento de mais horas semestrais do que uma unidade curricular, que o primeiro substitui), diria que, no cômputo geral, o estágio é mais profícuo ao desenvolvimento pessoal e profissional do estagiário do que uma qualquer unidade curricular Além disso, o facto de ser numa organização de Estudos Políticos, permite manter o contacto com a área de estudo.
Ora, ao longo da licenciatura em CPRI, na NOVA FCSH, exige-se a frequência de 30 unidades curriculares, das quais 20 são obrigatórias, 5 são opcionais condicionadas e 5 são livres
Não faltavam unidades curriculares que nos fizessem estudar Ciência Política e Relações Internacionais, pelo que a possibilidade de aplicação prática do conhecimento, num contexto mais profissional, era mais atrativa do que ser avaliado em mais uma cadeira “tradicional”
Desta forma, procurava fazer um estágio curricular. Obviamente, cabe ao estudante fazer a pesquisa e contactar as organizações. A propósito de um trabalho da faculdade, quando pesquisava um conceito de Ciência Política, tive conhecimento do Observatório Político, através da Politipédia No meu entender, é o projeto mais ambicioso e de maior louvor do Observatório Político– criar uma enciclopédia de termos políticos, em língua portuguesa.
Já sabia, por isso, da existência e do trabalho do Observatório Político. Da minha parte, foi fácil escolher, uma vez que, do ponto de vista da abertura a licenciandos e recém formados, é uma organização ímpar no contexto nacional. Adicionalmente, a oportunidade de poder contribuir para uma organização que desenvolve trabalho na minha área de estudo, com todos os benefícios que retiramos do ponto de vista de um enquadramento e ambiente de trabalho profissional ou profissionalizante, também pesou na minha escolha. Estagiar já nos oferece um conjunto de competência que não podem ser adquiridas em contexto de sala de aula: esse é um ganho em qualquer estágio. Mas estagiar numa organização de Estudos Políticos foi uma oportunidade que o Observatório
Político pôde dar Experienciar um ambiente de trabalho, sim; mas preferencialmente na área. Podemos encontrar essas duas dinâmicas no Observatório Político. Pesados os argumentos a favor deste estágio curricular, candidatei-me. Fui seleccionado para estagiar no segundo semestre do meu último ano da licenciatura.
Desta forma, procurava fazer um estágio curricular. Obviamente, cabe ao estudante fazer a pesquisa e contactar as organizações A propósito de um trabalho da faculdade, quando pesquisava um conceito de Ciência Política, tive conhecimento do Observatório Político, através da Politipédia.
No meu entender, é o projecto mais ambicioso e de maior louvor do Observatório Político– criar uma enciclopédia de termos políticos, em língua portuguesa.
Quanto ao estágio propriamente dito, a primeira semana envolveu, sobretudo, a familiarização com o Observatório Político Obviamente, não podemos trabalhar num sítio que não conhecemos e, por isso, o trabalho focou-se no estudo dos projectos das actividades, das redes sociais e dos workingpapers do Observatório Político. Além disso, o trabalho de dia-a-dia envolvia frequentemente contactar os investigadores do Observatório Político e gerir as redes sociais, bem como resolver outras questões mais administrativas De qualquer modo, além desse trabalho quotidiano, durante os três meses de estágio houve três eixos maiores que orientaram o meu trabalho no Observatório Político Em primeiro lugar, ganhei várias competências do ponto de vista das TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação). O trabalho que uma qualquer organização nos exige é marcado também pelas necessidades que enfrenta no momento Desta forma, o Observatório Político está a desenvolver dois sites novos – um do OP e outro da Politipédia. É impressionante a exigência de um trabalho desta natureza, de migração de site
É preciso que nada se perca; é preciso rever constantemente erros e desformatações;é preciso carregar toneladas de conteúdo; é preciso ter a certeza de que os backups vão acontecendo e estão atualizados; é preciso desenvolver uma versão mobile – a par da versão original; é preciso traduzir certos conteúdos para inglês; é preciso… Enfim, tenho a certeza de que as competências TIC que adquiri neste contexto me são e serão extremamente úteis, num contexto crescentemente mais digital – e devo essa aprendizagem ao OP.
Em segundo lugar, o contacto com os Estudos Políticos é permanente, dado que o Observatório Político nos permite desenvolver um workingpaper num tema/objecto de estudo à nossa escolha Para tal, temos sempre apoio quando precisamos, mas o papel da autonomia na produção de um qualquer trabalho intelectual é destacado. A possibilidade de publicação de um working-paper permite desenvolver as nossas competências académicas no sentido mais lato, por exemplo de estudo, de escrita, de reflexão ou de crítica. Sem dúvida que a exigência de um trabalho desta natureza prepara qualquer aluno para o segundo ciclo de estudos. Acredito, ainda, que uma oportunidade desta natureza não seja fornecida nalguma outra organização.
Em terceiro lugar, na reta final do estágio, pude ainda contribuir para a concretização da Spring Research School de 2022
Este evento, que dura três dias e é bisanual, conta com a participação de estudantes estadunidenses nas várias actividades – entre conferências e visitas guiadas a espaços de relevância cultural para a cidade de Lisboa e para o País Tive oportunidade de partilhar a minha experiência na Spring Research School 2022 noutro espaço, pelo que, por agora, importa sobretudo dizer que o intercâmbio e cultural que vivi nesses dias representa uma riqueza singular na minha formação pessoal
Este foi o meu Estágio à Lupa, desde o momento 0 (a tomada de conhecimento do Observatório Político e a minha candidatura) ao momento final (a Spring Research School) Agradeço ao Observatório Político a oportunidade que tive. Pelas competências que adquiri, pelo conhecimento que aprendi, pelas pessoas que conheci e pela totalidade da experiência que levo para a vida. Por isso, convido o leitor a candidatar-se a um estágio no Observatório Político. Mais à Lupa, só mesmo ver por si mesmo!
CONFERÊNCIAS
Debater o Futuro: Legislativas 2024
Cobertura do Observatório Político
Decorreu no dia 29 de Fevereiro, no auditório Óscar Soares Barata do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP-UL), o evento intitulado “Debater o Futuro: Legislativas 2024” Contou com a presença de vários oradores, cada um representante de um partido político, por parte das Juventudes dos mesmos, com assento parlamentar (à exceção do partido PAN que não marcou presença no evento). Estes representantes foram, Duarte Raposo (CDU), Iara Sobral (BE), Vitor Andrade André (L), Israel Paródia (PS), Carlos Paiva Raposo (IL), Camila Botão (AD) e José Maria Matias (CH) O evento teve como moderadora a presidente do Núcleo de Ciência Política do ISCSP, Raquel Relvas O debate principiou com cada um dos representantes a falar de forma generalizada sobre o que defende cada um dos seus respetivos partidos, bem como as suas propostas. Posteriormente, foi lançada pela moderadora uma pergunta para cada um dos oradores responder, tendo esta sido “Quais as vossas propostas para os jovens portugueses?”. Aqui foram discutidos os mais diversos planos de cada partido para a temática em questão, como o problema da oferta de habitação em Portugal e controlo das rendas, investimentos na área da educação e eliminação das propinas no ensino superior, gratuitidade dos passes, entre outras.
Após discutidos os planos de cada representante a respeito da habitação, foi então aberto ao público presente a oportunidade de colocarem questões à plateia. Estas abordaram assuntos como a desertificação das regiões do interior do país, a diferença entre o que as estatísticas nos indicam e o que a realidade realmente é, e a fraca facilidade de acesso ao polo universitário da Ajuda Para finalizar, foi dado a cada representante a oportunidade de fazerem considerações finais, reafirmarem os seus respetivos programas partidários, bem como frisarem a importância do ato do voto, ponderado e consciente, e a constante batalha para reduzir o número de abstenções em Portugal
Eu, Jovem, Político
José Nascimento
Tesoureiro do Núcleo de Ciência Política do ISCSP- ULisboa
Como revês a tua experiência associativa e a tua experiência profissional e académica?
Primeiramente, aquando da entrada no associativismo através do Núcleo de Ciência Política, como Tesoureiro e Coordenador de dois Departamentos, obtive a oportunidade de absorver várias competências que me foram propostas e submetidas por diversos ramos, principalmente da proximidade entre todos os estudantes de Licenciatura em Ciência Política, mas também de Mestrado e Doutoramento, apesar das lacunas de distância geracional e de nível académico. Esta experiência, foi e está a ser, frutífera e enriquecedora no que toca ao desenvolvimento pessoal e académico, tendo ganho asas profissionais, pelo rigor no trabalho enquanto equipa e no seio de colegas de turma. No Observatório Político, enquanto estagiário por via curricular, adquiri e colmatei as minhas experiências laborais e profissionais. O rigor e prontidão a que fui sujeito, digno de uma associação de estudos políticos, fez-me crescer e ter aptidão suficiente para enfrentar futuramente a exigência académica, mas também o mercado de
abalho nas áreas da Ciência Política e Relações Internacionais. Enquanto Estagiário tive a oportunidade de explorar a fundo, bibliotecas digitais como o Politipédia, um acervo criativo e bibliográfico com milhares de obras honrosas da área de Ciência Política e Relações Internacionais, fornecido pelo Professor Doutor José Adelino Maltez, a toda a comunidade intergeracional que pode acedê-la e assim, criativamente, aprender A frequência na elaboração de painéis para congressos nacionais e internacionais, deu-me a conhecer o mundo e os constituintes de Ciência Política, bem como todo o background. No fundo, a consonância entre a experiência no Observatório Político e do Núcleo de Ciência Política, resultaram em valências académicas e profissionais, bem como na elevação moral de conhecimento na área dos estudos políticos. Como perspetiva de futuro, o Observatório Político, serviu-me e serve-me, como base para adquirir e explorar aquilo que será o futuro, pessoal e profissional, em Ciência Política.
Clique para ouvir: “P'ro que der e vier” - Fausto Bordalo Dias (1974)
Na comemoração dos 50 anos do 25 abril de 1974, a edição especial da OPEN ARENA evoca Fausto Bordalo Dias, compositor e cantor de música de intervenção, falecido a 1 de julho de 2024.
WORKING PAPERS
WP #117 Deus, Pátria e Família: Análise da Propaganda Política de António Salazar e Jair Bolsonaro | da autoria de Vinícius Barbosa Albernaz
WP #119 Ética na Decisão da Vida Pública | da autoria de Daniela Barreiros Alves
WP #120 O Desvendar do Poder no Seio dos Partidos Políticos: Legitimidade e Confiança | da autoria de José Nascimento
WP #118 An Introduction to China’s Rationale Behind the 16+1 Initiative: A pluralistic Approach | da autoria de Patrícia Raposo
WORKING PAPERS
WP #121 Conservadorismo Nacional e
Identitarismo racial: Uma Análise das Convergências em Oposição ao Individualismo | da autoria de Sofia Muñoz
WP #122 O Radicalismo dos Novos Movimentos
Climáticos em Portugal: O Caso do Grupo Ativista Climáximo | da autoria de Gonçalo Timula
AGENDA | REVIEW
Setembro 2023
30 O Centro de Estudos Humanísticos da Universidade dos Açores e o Observatório Político co-organizaram o colóquio científico
“Os Açores da Europa e do Atlântico”, ancorado pela apresentação da Political Observer | Revista Portuguesa de Ciência Política (nº 18) inteiramente dedicada aos Açores, nas perspectivas da ciência política e das relações internacionais.
Outubro 2023
Lançamento do livro “Secularização –Genealogias, Modelos e Debates” do investigador doutorado Jorge Botelho Moniz
Novembro 2023
20 O investigador doutorado do Observatório Político, Bruno Gonçalves Bernardes, analisou na SIC Notícias a disputa interna pela liderança do PS, e como o partido poderá utilizar a atenção mediática a seu favor para garantir um avanço face à oposição nas próximas eleições legislativas
20 A investigadora doutorada e vicecoordenadora do Observatório Político, Patrícia Oliveira, analisou na SIC Notícias o estado presente da relação entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, com foco especial na forma como as alterações nesta dinâmica afetam as respetivas instituições, concluindo com uma análise da disputa pela liderança do Partido Socialista, realçando como a intensificação da competição intrapartidária se relaciona com o cenário político-partidário contemporâneo.
27 O investigador doutorado do Observatório Político, Adérito Vicente, esteve presente na Fundação Oriente como orador e coeditor, no âmbito da apresentação do livro “Russia´s War on Ukraine: The Implications for the Global Nuclear Order” publicado pela Springer.
Dezembro 2023
12 O investigador doutorado do Observatório Político, Bruno Gonçalves Bernardes, analisou em entervista à SIC Notícias as mais recentes intervenções do Primeiro-Ministro na comunicação social, nomeadamente a sua entrevista à TVI/CNN, identificando-a como uma boa entrevista que realça o potencial de António Costa, e do seu Orçamento de Estado, como um forte ativo durante esta campanha, independentemente de quem for “o próximo Secretário-Geral do PS e candidato a Primeiro-Ministro”
Janeiro 2024
5 Abertura das candidaturas para a segunda fase do XII Programa de estágios curriculares e extra-curriculares no Observatório Político para jovens estudantes e recém‐licenciados
Fevereiro 2024
Conclusão do protocolo institucional entre a Universidade de Brasília e o Observatório Político, de acolhimento do Prof. Doutor Carlos Batista, com o objetivo de ampliar o projeto “O Desenvolvimento dos Métodos Quantitativos para as Ciências Sociais e os Estudos Políticos”.
Março 2024
18 Abertura das candidaturas para a terceira fase do XIII Programa de estágios curriculares e extra-curriculares no Observatório Político para jovens estudantes e recém‐licenciados
20 O Observatório Político marcou presença no Fórum de Empregabilidade do Iscte, organizado pela Escola de Sociologia e Políticas Públicas (ESPP) e a Escola de Ciências Sociais e Humanas (ECSH).
AGENDA | INTERVENÇÕES
O investigador doutorado do Observatório
Político, Samuel de Paiva Pires, esteve presente na SIC Notícias nos seguintes dias a comentar os seguintes temas:
Dezembro (2023) - Mensagem de Natal de António Costa Declarações de Marcelo Rebelo de Sousa a propósito do caso das gémeas luso-brasileiras Perspetivas eleitorais da coligação entre PSD e CDS.
27/01 (2024) - Análise à profundidade da introdução ao programa eleitoral do Chega.
01/02 (2024) - Análise à crise política na Madeira.
04/02 (2024) - Comentário aos desenvolvimentos a respeito dos protestos dos Polícias e das eleições nos Açores. 15/02 (2024) - Comentário aos debates do dia 14/02, sendo os mesmos o partido Livre (Rui Tavares) x PAN (Inês Sousa Real); PS (Pedro Nuno Santos) x Chega (André Ventura); IL (Rui Rocha) x CDU (Paulo Raimundo)
O investigador doutorado do Observatório
Político, Bruno Gonçalves Bernardes, esteve presente na SIC Notícias a avaliar os protagonistas políticos das próximas eleições legislativas.
Entre fevereiro e março de 2024, a investigadora doutorada do Observatório Político foi convidada pela SIC Notícias para participar em diversos momentos de comentário político, para acompanhar o período de campanha eleitoral para as eleições legislativas.