A modernização do sistema florestal brasileiro - OpCP69

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FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira

FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira florestal a do ano 19 • número 68 • Divisão F • set-nov-2022ano 19 • número 69 • Divisão F • set-nov-2022

sistema

modernização

www.RevistaOpinioes.com.brISSN:2177-6504

Opiniões Opiniões OpiniõesEdiçãoMultilíngue

brasileiro

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Capa: Unidade de Mucuri da Suzano • Índice: Fábrica de Mudas de Sete Lagoas da Suzano 10 2614 22 18304050 605444 6456 7068 72 58 36 32 46

�� EDITORIAL DE ABERTURA: 10. Germano Aguiar Vieira, Eldorado PRODUTORES DE FLORESTAS: 14. Cesar Augusto Valencise Bonine, Suzano 18. Fernando Palha Leite, Cenibra 22. Sergio Lopes dos Santos, Veracel 26. Thiago Petine, Bracell 30. Bernardo Alves Pereira, Vallourec 32. Vlademir Martarello e Juliana Tramontina, Adami 36. Benone Magalhães Braga, Aperam 40. Guilherme Zaghi Borges Batistuzzo, Bracell 44. Felipe Ribeiro Speltz, Suzano 46. Fabricio Amaral Poloni, ArcelorMittal 50. Luís Renato Junqueira e Thiago Spatti Braga, Sylvamo 54. Gustavo Torres Galvão da Silva, Gerdau CIENTISTAS E ESPECIALISTAS 56. Guilherme Oguri, PCMAF do IPEF 58. Fabricio Gomes Oliveira Sebok, Bayer 60. Rudolf Woch, Apoiotec 64. Rodrigo Naime Salvador, Ihara 68. Alex Passos dos Santos, Maxitree 70. Gabriel de Carvalho Delalibera, FMC 72. Ronaldo Soares, Hexagon índice

01 0502 04 03060912 161310 1714 1918 20 15 08 07 11 Áudios: Unidade de Mucuri da Suzano

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O sistema também funcionará na sua mesa de trabalho, andando no parque, na esteira da academia, nas ruas congestionadas da cidade grande ou no sofá da sua Casa. Boa leitura ou boa audição, como preferir.

ARTICULISTAS DESTA EDIÇÃO: 01. Germano Aguiar Vieira, Eldorado 02. Cesar Augusto Valencise Bonine, Suzano 03. Fernando Palha Leite, Cenibra 04. Sergio Lopes dos Santos, Veracel 05. Thiago Petine, Bracell 06. Bernardo Alves Pereira, Vallourec 07. Vlademir Martarello e Juliana Tramontina, Adami 08. Benone Magalhães Braga, Aperam 09. Guilherme Zaghi Borges Batistuzzo, Bracell 10. Felipe Ribeiro Speltz, Suzano 11. Fabricio Amaral Poloni, ArcelorMittal 12. Luís Renato Junqueira e Thiago Spatti Braga, Sylvamo 13. Gustavo Torres Galvão da Silva, Gerdau 14. Guilherme Oguri, PCMAF do IPEF 15. Fabricio Gomes Oliveira Sebok, Bayer 16. Rudolf Woch, Apoiotec 17. Rodrigo Naime Salvador, Ihara 18. Alex Passos dos Santos, Maxitree 19. Gabriel de Carvalho Delalibera, FMC 20. Ronaldo Soares, Hexagon áudios ��

modernização do

Diretor Florestal da Eldorado sistema florestal brasileiro

Como sabemos, o Sistema Florestal Brasileiro se destacou ao longo dos últimos anos como um dos mais bem-sucedidos do mundo, assim como todo o agronegócio do Brasil.

o Sistema Florestal Brasileiro se destacou ao longo dos últimos anos como um dos mais bem-sucedidos do mundo, assim como todo o agronegócio do Brasil. "

pínus através de resultado de experiências e ex perimentações das empresas de base florestal; são mais de 10 milhões de hectares plantados em várias regiões do País.

Pegamos carona no pool de desenvolvimen to tecnológico mundial dos últimos anos e pas samos a utilizar bastantes soluções nas áreas de interpretação de imagens, telemetria, algoritmos para decisões diversas, equipamentos de men suração, IoT e conectividade de campo. ;

Opiniõeseditorial de aberturaQ Índice

Germano Aguiar Vieira

Em minha opinião, estamos vivendo um período de fortes mudanças nos aspectos cien tífico, cultural, social, tecnológico e climático, que deverá nortear o setor para os próximos anos. No aspecto científico, temos aumentado nosso conhecimento da cultura de eucalipto e

Internalizamos, no setor, uma cultura de sustentabilidade, com forte viés ambiental e so cial, a não tolerância a nenhum tipo de racismo e segregação, e implantamos uma governança nas nossas empresas que garante o emprego de boas práticas administrativas e gerenciais.

No campo social, criamos indicadores para mostrar os efeitos de nossa organização nas comunidades onde atuamos, melhoramos nossos postos de trabalho, aumentando a se gurança laboral, e criamos um ambiente de trabalho cada vez mais amigável.

Temos uma aptidão natural para sermos competitivos, como clima e solos suficientes para nos colocar no topo do ranking florestal, e nos so avanço foi pavimentado não apenas por muito esforço técnico e científico como também por empreendedores que acreditaram no setor.

Também é certo dizer que tudo isso aconteceu nos últimos 120 anos, mais expressivamente nos últimos 50. Trata-se, portanto, de um perí odo muito curto para dizer que já passamos por experiências suficientes, que já estamos madu ros e não há mais nada o que fazer.

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Tecnologias aplicadas no sistema florestal

A modernização de um setor produtivo do agronegócio tem várias vertentes, mas, nesta abordagem, somente falaremos dos aspectos técnicos, deixando para outra oportunidade temas estratégicos, culturais e institucionais.

projeto florestal é o conhecimento detalhado do ambiente onde queremos plantar uma floresta, ou seja, o solo e o clima. Nesse caso, o estado da arte nos apresenta soluções específicas de análi ses física e química de solos, através de equipa

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editorial de aberturaQ Índice

mentos de amostragem e também da utilização de imagens que resgatam o uso desse solo em diferentes épocas. Eficientes estações meteoro lógicas serão necessárias para nos apoiar com nosso manejo, além de uma boa análise no his tórico climático da região, que pode nos dar in formações importantes para estabelecermos o melhor manejo e o material genético adequado para cada local. O emprego de drones e VANTs também nos permite mapear com precisão nos sas linhas de plantio, demarcarmos estradas/

Assustamo-nos, mas aprendemos muito com as anomalias climáticas vivenciadas nos últimos anos, que ocasionaram expressiva redução de produtividade da floresta planta da, aumento de incêndios e pragas florestais, colocando em dúvida nossos protocolos de melhoramento e manejo florestal. Mas o que pode ser entendido como modernização do se tor de florestas plantadas?

Vários projetos de plantadeira e irrigadores mecanizados já estão em operação nas empresas, e outros tantos, em teste, para melhorar a atividade de plantio, aperfeiçoando os postos de trabalho da equipe e ainda aumentando a produtividade dos recursos utilizados.

Tudo isso se resume a uma silvicultura muito mais eficiente do que tivemos alguns anos atrás, porém ainda estamos perdendo

A conectividade no campo aliada a sofis ticados sensores de telemetria antecipam as decisões de manutenção, aumentando a dis ponibilidade mecânica e a vida do ativo.

cia deve aportar mais tecnologia para um maior conhecimento da genética florestal, do clima, do solo, da planta e a interação

Medições de florestas têm recebido aliados importantes, como metodologias de análise por redes neurais, imagens e tecnologia LiDAR (Light Detection and Ranging).

Na ilustração em destaque, podemos ver o estado da arte da modernização das atividades

Opiniões

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A colheita da floresta responde por um im

Inventários de estoques e medições de ma deira também receberam auxílio valioso de equipamentos e software para garantir a pre cisão necessária.

florestal

A produção e a comercialização de mudas são reguladas pela Lei de Sementes e Mudas, Lei Nº 10.711, editada em agosto de 2003 (im portante citar que a primeira Lei Federal sobre o tema foi a Nº 4.727, de julho de 1965), sendo que sua concepção se deu num momento em que o setor de florestas plantadas já era muito relevante, mas não tão bem articulado como hoje. Além disso, uma característica impor tante dessa Lei é que ela nasceu muito mais focada na questão de regulação do mercado de sementes agrícolas e menos em mudas.

os investimentos em novos empreendimentos e em capacidades nas fábricas de celulose, energia e produtos de madeira voltaram a crescer. Só a Suzano está com um programa de plantio de 800.000 mudas por dia. É o maior programa que uma empresa já fez até hoje, no mundo todo. "

Uma pauta tão importante como a evolução, ou a revolução, que o sistema florestal brasilei ro sofreu nas últimas duas décadas poderia ser tema para algumas edições da Revista Opiniões. Aliás, se o leitor atento buscar edições anterio res, comprovará esse salto, seja no conteúdo e na amplitude dos temas, no porte dos anun ciantes, na gama de articulistas convidados e na história que já foi contada.

Nesse sentido, pretendo discorrer um pouco sobre o que chamo de ”início da cadeia”, mais especificamente no sistema de produção e co mercialização de mudas florestais, que, na mi nha opinião, precisa de um olhar atento, seja pelos próprios produtores de mudas, do mer cado consumidor (de grandes e médias em presas florestais até os clientes pessoa física), passando também pelo necessário sistema de regulação e fiscalização.

produtores de florestasQ Índice

mudas:

Cesar Augusto Valencise Bonine Gerente Executivo de P&D da Suzano

Ou seja, o sistema se modernizou, e a pu jança do setor florestal é sentida pelo peso que esse setor tem na economia, na geração e no compartilhamento de renda, na preservação da biodiversidade e no leque de biopossibilidades que as árvores podem prover, como costuma mos falar na Suzano.

Parte desse foco inicial no setor agrícola, além da enorme pirataria de sementes que já existia na época, poderia se justificar pela aparente facilidade de controle, uma vez que o número de players é bem mais reduzido quando comparado com o mercado de mudas, que conta com uma dispersão geográfica e um número de espécies vegetais muito maiores que o mercado de sementes.

que a modernização comece do começo!

Mas, como nada vivo pode ser estático, te mos alguns desafios, e o ”sistema” precisa constantemente se modernizar.

Outro ponto crítico diz respeito à sanidade das mudas. A qualidade, que antes era restrita a padrões visuais da muda (altura, homogenei dade e sanidade aparente), agora exige padrões de produção muito mais elevados, garantindo que as mudas sejam isentas de fungos, insetos, bactérias e vírus, que avançaram muito nas di ferentes fronteiras florestais do País. Há casos de viveiros terceiros que servem como referên cia e modelo, até para muitas empresas do se tor, mas isso não é regra.

Assim, considerando a relevância do agro negócio para a economia brasileira e algumas vulnerabilidades, como a citada pirataria de se mentes, era urgente regular esse mercado, in cluindo mecanismos de controle da produção e sistema de punição da ilegalidade. Esse legí timo movimento já era visto com "bons olhos", para a modernização necessária, para dar as garantias de que o sistema necessita.

Obviamente, as empresas se modernizaram e aumentaram suas capacidades de produção de mudas, mas, cada vez mais, são incluídos viveiros parceiros na cadeia de suprimentos de mudas. Além de estratégico e comercialmente viável, é também uma forma de compartilhar o valor gerado. E esse ponto, de incluir viveiros parceiros, carece de um olhar atento no quesito modernização.Háalgunsanos, as únicas preocupações sobre o mercado de mudas florestais eram a disponibi lidade e, algumas vezes, a qualidade. A situação mudou radical e drasticamente. Uma primeira grande preocupação diz respeito à origem do ma terial genético e se ele é protegido ou não. Alguns casos de violação da propriedade intelectual de cultivares de eucalipto vieram à tona nos últimos anos, e o sistema reagiu com robustos contratos de produção de mudas, que buscam garantir que os clones desenvolvidos por uma determinada empresa não sejam compartilhados com tercei ros. Mas isso apenas não basta! Algumas empre sas que terceirizam parte da produção de mudas criaram procedimentos baseados em controle de qualidade por análise de DNA, garantindo que recebem mudas dos clones certos. Isso gera um custo adicional para as empresas, mas existe a garantia de não ”comprar gato por lebre”. Esse ponto é muito sério, para evitar que uma empresa, por desconhecimento, compre mudas de clo nes protegidos de terceiros.

A questão de proteção de cultivares traz uma segunda diferença entre espécies florestais e agrícolas: enquanto o mercado de sementes agrícolas busca retorno através de royalties, o mercado de mudas florestais procura, através da proteção dos cultivares, garantir vantagens competitivas para quem investiu 15 ou 20 anos e alguns milhões de dólares no desenvolvimento de cultivares superiores. Considerando apenas os componentes de verticalização dos negócios e o custo e o tempo até a proteção de cultivares, dá para presumir que são poucos os detentores de cultivares de pínus e eucalipto atualmente. Entretanto, como já aprendemos com vários ar ticulistas que passaram pela Revista Opiniões, o setor florestal brasileiro continua crescendo. É bem verdade que andou de lado alguns anos atrás, mas os investimentos em novos empre endimentos florestais e novos aumentos de

A autorregulação do sistema de produção de mudas, que precisa de um suporte inicial do governo, também precisa se modernizar. Talvez falte muito pouco para que o principal insumo florestal, as mudas, seja tratado com a impor tância e o rigor que merece, mas já se avista uma articulação, trazendo luz ao tema. Aguardemos, para que a modernização comece do começo! n

Umdesbalanceado.poucoposterior à elaboração da Lei de Sementes e Mudas, outra importante discussão sobre o tema se desenvolveu, culminando com a promulgação da Lei de Proteção de Cultivares (Lei Nº 9.456/1997). O objetivo, à época, era de garantir os direitos para quem investia em inovação e no desenvolvimento de novas cul tivares vegetais, garantindo os direitos dos de tentores dos materiais genéticos. Guardadas as devidas diferenças, podemos dizer que a proteção de cultivares equivale a patentes, porém voltadas a plantas.

Entretanto, quando colocamos lupa no maior mercado de mudas florestais, de pínus e eucalip tos, notamos uma primeira, grande e fundamen tal diferença em relação aos sistemas de culturas agrícolas: no caso das espécies florestais, temos um processo quase totalmente verticalizado, em que as empresas são desenvolvedoras e detento ras dos materiais genéticos, possuem estruturas próprias de produção de mudas, quase exclu sivamente essa produção de mudas é voltada para o consumo próprio e, por fim, a madeira produzida visa atender e abastecer suas próprias fábricas. Esse modelo é completamente diferente da maior parte das sementes e mudas do agrone gócio, onde se tem claramente atores distintos, inclusive com poder econômico e político bas tante

15 Opiniões

capacidades nas fábricas de celulose, energia e produtos de madeira voltaram a crescer. Só a Suzano, em 2022, está com um programa de plantio de 800.000 mudas por dia. Isso mesmo! É o maior programa de plantio que uma empre sa já fez até hoje, no mundo todo.

E de onde vem tanta muda?

além de máquinas e equipamentos

produtores de florestasQ Índice

Modernização pode ser entendida como a substituição de sistemas, métodos e equipamentos antigos por outros modernos, acompa nhando a evolução e as tendências do mundo atual. Dentro desse conceito, será que realmente estamos conseguindo modernizar, de modo efetivo, o processo de produção de madeira de eucalipto no Brasil? Ou somente estamos ado tando alguns modismos (aquilo que aparece e passa rapidamente, coisas de características efêmeras)? Provavelmente, as respostas a esses questionamentos vão ser elaboradas e justifi cadas seguindo duas vertentes, uma na forma de autoelogio corporativo, colocando o setor como referência absoluta sob todos os aspectos da modernização, e outra reconhecendo que houve modernização em vários aspectos, mas algumas estratégias não tiveram os êxitos es perados, havendo a necessidade de autocrítica e reconhecendo que readequações devem ser feitas para realmente seguirmos o caminho de uma modernização mais efetiva e abrangente.

Em relação ao respeito ao meio ambiente, às questões sociais, de governança, como práticas de valorização da segurança no trabalho, da diversidade, de inclusão e a incorporação da cultura do compliance no dia a dia das empresas do setor, sem dúvida aconteceram grandes avanços nos últimos anos, que devem ser valorizados e fortalecidos. Nesse caso, houve grande aderência dessas ações às ten dências do mundo atual e, portanto, podemos considerar que houve modernização. Entre tanto muitas das metodologias que estão sendo utilizadas para garantir incrementos na pro dutividade dos plantios e na redução dos cus tos de produção da madeira foram pouco efe tivas, indicando que existe um grande espaço para ações de modernização direcionadas a reverter essas tendências.

Analisando a evolução da produtividade dos plantios de eucalipto no Brasil nos últimos anos e o comportamento dos custos de produ ção da madeira nesse período, uma conclusão plausível seria a de que foram adotados mais modismos, ou metodologias pouco eficientes, do que realmente implementando processos de modernização robustos e efetivos. Essa con sideração pode ser feita a partir da análise das taxas de ganho de produtividade do eucalipto no Brasil, que têm sido nulas ou até mesmo negativas nos últimos anos.

Fernando Palha Leite Coordenador de P&D Florestal da Cenibra

Quando trabalhamos com produção vegetal, seja no setor agrícola ou florestal, se questões aparentemente básicas não estiverem muito bem resolvidas, o uso de máquinas e implementos de 'última geração' terá pouco efeito em contribuir para a real sustentabilidade do processo de produção de madeira. "

2. Manejo da física do solo. O entendimento do comprometimento da estrutura física dos solos nas áreas de cultivo ao longo das rotações, seus impactos na produtividade dos plantios e na conservação de solo e de água, assim como a adoção de métodos de manejo de solo que possam prevenir ou reverter esses impactos, também evoluíram muito pouco nos últimos anos. A utilização de equipamentos de baldeio de madeira com elevada capacidade de carga e a redução do tempo de rotação dos cultivos implicam imposição de pressões desses equi pamentos ao solo bem acima da capacidade de suporte de cargas dos mesmos e com maior frequência, comprometendo sua estrutura e, consequentemente, as funções do solo depen dentes desse atributo.

1. Metodologia para geração de clones comer ciais. Considerando que o clone mais plantado no Brasil, atualmente, foi gerado há mais de 30 anos, pode-se deduzir que alguns progra mas de melhoramento não foram capazes, nesse horizonte de tempo, de desenvolver um material superior a este, provavelmente pela fragilidade das metodologias que estão sendo utilizadas com objetivo de gerar novos clones comerciais. Indicadores sobre o tempo de vida útil dos clones e a comparação do desempenho dos clones gerados nos programas das empre sas com o desempenho dos clones de mercado podem servir para informar sobre a efetivida de das metodologias atuais de geração de no vos clones.

do preço dos fertilizantes nos últimos anos re força ainda mais a necessidade de aperfeiçoamento dessas metodologias e abre espaço para “modismos”, como o uso de fontes alternativas de fertilizantes de baixa eficiência agronômica, e para os fertilizantes “especiais”, de eficiência muitas vezes não proporcional ao preço desses produtos.

Quando trabalhamos com produção vege tal, seja no setor agrícola ou florestal, se ques tões aparentemente básicas não estiverem muito bem resolvidas, o uso de máquinas e implementos de “última geração” terá pouco efeito em contribuir para a real sustentabilidade do processo de produção de madeira. Máquinas e equipamentos modernos não combinam com produtividade antiga.n

5. Qualidade da madeira e seu potencial em otimizar o desempenho do processo indus trial de produção de celulose branqueada. Pouco tem sido feito para ampliar e imple mentar efetivamente o conhecimento a respei to desse relacionamento. Na prática, em um cenário como o atual, de relativa escassez de madeira, fica difícil aproveitar o conhecimento disponível nessa área.

Essa tendência, juntamente com o incre mento de gastos na produção, tem contribuído para aumentos consideráveis no custo da ma deira entregue nas fábricas, comprovando que, sob esses aspectos, não houve “modernização” nesseReconhecendoperíodo. a existência de lacunas de modernização relacionadas aos processos que controlam a produtividade dos plantios, várias metodologias adotadas atualmente deveriam ser mais questionadas e, posteriormente, me lhoradas ou modernizadas. Como exemplos de estratégias ou métodos que devem ser repen sados, podemos citar:

3. Métodos de recomendação de fertilizantes. Atualização dos valores de taxas de recupera ção de nutrientes pelo eucalipto, de extratores utilizados em análise de solo compatíveis com a avaliação de fertilidade do solo para cultu ras perenes; ajustes de modelos de absorção de nutrientes ao longo da rotação e curvas de calibração de doses também não são muito comuns atualmente. O aumento significativo

Trabalhos aprofundados e de qualidade nas áreas citadas acima são relativamente com plexos, caros, demorados e de pouco efeito midiático. Entretanto as empresas que estão atuando seriamente nessas áreas provavel mente serão aquelas menos vulneráveis a mo dismos e com mais chance de estruturarem um processo de produção de eucalipto mais alinhado com as melhores práticas, que vão garantir a elevação das taxas de produtividade dos plantios e a redução dos custos de produção. Práticas que resultem em ganhos efetivos de produtividade e redução de custos sempre serão consideradas modernas.

4. Metodologias imparciais e confiáveis para entendimentos da relação água-eucalipto. Esclarecimentos sobre os efeitos do uso do solo com culturas perenes na dinâmica do ciclo hidrológico e seus impactos a longo pra zo na produtividade do eucalipto também vão direcionar a adoção de práticas de manejo mais modernas. Indicadores como a relação Precipitação pluviométrica/Evapotranspiração da cultura (ETc) são muito úteis em diagnosti car eventuais impactos do eucalipto e de outras culturas sobre componentes do ciclo hidroló gico, permitindo fazer algumas inferências a respeito do impacto da cultura na dinâmica de reposição de água no perfil do solo e no abaste cimento dos cursos de água.

19 Opiniões

Localização dos leitores da Revista Opiniões, Tem muita gente analisando o seu artigo, o Áreas de interesse: Edição Bioenergética: • Cana • Milho • Sisal • Açúcar • Etanol • Biogás • Biometano • Bioeletricidade • Celular-WhatsApp:•••••••EdiçãoCarbonoFlorestal:CelulosePapelCarvãoSiderúrgiaPainéisMadeiraProdutosnão-madereiros +55 16 99777-7799 www.RevistaOpinioes.com.brOpinioes@RevistaOpinioes.com.br

depois que passamos a publicá-la em 5 idiomas. seu anúncio, o nosso trabalho e o nosso País. Fonte: Google Analytics

Em termos de mecanização das operações silviculturais, estamos vivendo um bom momento, com importantes projetos em desenvolvimento de plantadeiras e irrigadores, com o envolvimento de relevantes fabricantes. "

um bom momento para a

Q Índice produtores de florestas

A capacidade de modernização de uma or ganização é reconhecida como um fator-chave para o crescimento sustentado, a viabilidade econômica, o aumento do bem-estar e o de senvolvimento da sociedade. E inclui a capa cidade de entender e responder às mudanças nas condições de seu contexto, de buscar novas oportunidades e também de alavancar o conhe cimento e a criatividade das pessoas dentro da organização, sempre em colaboração com as partes externas interessadas.

silvicultura

Sergio Lopes dos Santos Coordenador de Inovação e Qualidade Florestal da Veracel

O setor florestal brasileiro é um dos mais desenvolvidos do mundo, isso devido à sua al ta produtividade, aos seus custos competitivos, aos avanços tecnológicos e às condições edafo climáticas favoráveis à produção. A área de flo restas plantadas para fins industriais no Brasil alcançou mais de 9,5 milhões de hectares, de acordo com a Indústria Brasileira de Árvores – IBÁ. O setor florestal vem de uma crescente demanda de madeira, com a chegada de novos empreendimentos e a expansão de base florestal visando atender à produção fabril para os seus diversos fins. Essa escalada tem fomen tado a busca pelo aumento da tecnologia nos processos, com o objetivo de alcançar maior mecanização das operações florestais, sinergia de processos e aumento da competitividade.

Apesar dos importantes avanços, que pro porcionaram solidez ao setor nas últimas dé cadas, temos ainda alguns desafios a serem superados. Destacamos, aqui, alguns deles: o desenvolvimento da mecanização na silvicultura e da automação das operações, a busca por uma eficiente matriz energética nas opera ções, a gestão integrada das informações e o importante papel da liderança nesse contexto de modernização cultural e tecnológica.

Coautoria: Italo Lima Nunes, Analista de Processos Florestais da área de Inovação e Qualidade da Veracel

Outra tendência que se tem observado é o desenvolvimento da automação das operações florestais, como outros setores têm evoluí do, a exemplo da mineração, com operações teleoperadas (autônomas ou semiautônomas), sobretudo no desenvolvimento de soluções tecnológicas visando levar segurança e produ tividade a locais com alto risco de acidentes. Além das iniciativas dos grandes fabricantes de máquinas e implementos, algumas empre sas nacionais têm se especializado no desen volvimento dessas soluções.

Universidades Empresas TRL 1 2 3 4 5 6 7 8 9 ;

O desafio consiste em aliar a qualidade do plantio, a eficiência, o custo competitivo e a adaptabilidade das máquinas nos diversos tipos de terrenos e condições, atendendo aos critérios específicos de plantio de cada empre sa, em suas respectivas regiões.

Apesar da realidade de baixa cobertura de conectividade na totalidade das áreas flo restais, o desenvolvimento de tecnologias de transmissão e apontamento traz melhorias técnicas e oportunidade para análise das ope rações florestais. Portanto, o gerenciamento digital das operações com o uso de dados, in tegrando diferentes plataformas, permite que os gestores acessem, monitorem e segreguem dados, obtendo informações de qualidade para a tomada de decisão. Com isso, a eficiência da operação é elevada, uma vez que, quando de posse de informações de qualidade, os riscos das operações são minimizados ou se podem tomar decisões em menor tempo.

23 Opiniões

Mercado

A utilização de redes de sensores em uma máquina florestal, conectados a um sistema de coleta de dados, permite medir diversas variáveis importantes para todo o processo. Nesse contexto, para concretizar tais ganhos operacionais, é necessário mais que um bom sistema: o conjunto entre sistema, usuário e análise dos dados é fundamental para o su cesso de qualquer tecnologia. O treinamento e o aculturamento dos usuários formam um pilar fundamental para que dados de qualida de sejam integrados às bases dos sistemas de gestão. O monitoramento dessas informações, por meio de sistemas, auxilia as empresas com análises robustas, identificando novas neces sidades, e pode aumentar a produtividade e gerar redução de custos. Tanto a telemetria quanto o apontamento eletrônico têm impac tos positivos, reduzindo o tempo de resposta a diversos ofensores operacionais. Hoje, em di versas empresas, esses dados ficam engloba dos em centrais de controle e gerenciamento operacional.

Não podemos deixar de destacar a impor tante mudança da matriz energética das ope rações: motores mais eficientes, elétricos, hí bridos, usando biocombustível, gás natural ou eletrificados, já são realidade nos pátios de madeira em diversas fábricas no Brasil. Na renovação das frotas operacionais, abre-se opor tunidade para a mudança de matriz energética das máquinas, como escavadeiras, máquinas de preparo de solo e colheita florestal. Para o transporte de madeira, testes com caminhões elétricos têm demonstrado bons resultados em performance.

Essa mudança vem não só devido ao custo dos combustíveis, mas também está pautada na estratégia global visando à redução das emissões de carbono, tornando ainda mais sus tentável o setor de florestas plantadas.

Prova de conceito

Produto em escala

Escalapiloto

Protótipos

Modelos teóricos Ensaios laboratoriais

Em termos de mecanização das operações silviculturais, estamos em um bom momento, com importantes projetos em desenvolvi mento e operacionalização de plantadeiras e irrigadores, com o envolvimento de relevantes empresas fabricantes, com expertise e capaci dade técnica, financeira e gerencial para for necer ao setor, em breve, excelentes soluções. Vale ressaltar também o importante papel das universidades e dos institutos de pesquisa nesses programas de desenvolvimento, por meio de grupos temáticos de trabalho.

24 OpiniõesQ Índice produtores de florestas

Também significa criar um diálogo criativo e reflexivo com todas as partes interessadas. A liderança deve também insistir na responsabilidade coletiva pela mudança cultural e pelas mudanças estratégicas. O que fazer diferente para essas mudanças darem certo?

Por fim, enfatizamos a importância de de dicarmos tempo para refletir. A liderança po de se beneficiar se reservar regularmente al gum tempo só para refletir sobre o que está passando ao seu redor (os frutos da sua visão periférica), quais são as opções frente às estra tégias e o momento do negócio. n

Importante demonstrar compromisso em relação à realização do valor, mediante a identificação de oportunidades, por meio de insights exploráveis, com base nas ne cessidades e expectativas atuais ou futuras, e levando em consideração o equilíbrio entre oportunidades e riscos, incluindo as consequências de oportunidades perdidas, apetite ao risco e tolerância ao fracasso, possibilidade de conceituação, experimentação e prototipa gem, envolvendo usuários, clientes e outras partes interessadas, para testar hipóteses, validar premissas, promover a perseverança e assegurar a implantação oportuna das mo dernizações tecnológicas. E também promover melhorias de processo e estabelecer uma abordagem para a gestão da inteligência es tratégica, avaliando inclusive a necessidade de adquirir inteligência de fontes internas e ou externas.

Um ponto vital é o patrocínio eficaz por parte da alta administração, com apoio visível e efetivo, durante toda a duração da iniciativa. Outro fa tor decisivo é contar com uma equipe experien te e confiável, que mantenha as boas relações internas de trabalho, e estabelecer uma rede de relacionamentos por toda a organização. A International Organization for Standardization (ISO) criou a ISO 56002 – também conhecida

como ISO de inovação ─, que sugere a aplica ção de oito pilares na gestão das mudanças: abordagem por processos, liderança com fo co no futuro, gestão de insights , direção es tratégica, resiliência e adaptabilidade, gera ção de valor, cultura adaptativa e gestão das incertezas.Noprocesso de mudanças, está bastante clara e consolidada a necessidade de planos excelentes, bons sistemas e processos e de uma visão clara dos objetivos a serem alcan çados. No entanto também é de extrema importância avaliar até que ponto a estrutura organizacional é benéfica à mudança. Às vezes, planos excepcionalmente organizados não são bem-sucedidos porque a estrutura organiza cional não ajuda.

Vale ressaltar aqui a importância do papel da liderança no processo de modernização tecnológica.Nasmudanças complexas, os líderes têm um papel diferente dos papéis tradicionais. O novo papel pode ser caracterizado como o de facilitador. Isso significa liderar por meio de visão, valores e ética.

A liderança precisa explorar a visão perifé rica. Ressaltamos a importância de os líderes estarem sempre atentos e conscientes do que se passa ao seu redor. Isso significa observar mais do que o óbvio, o que faz barulho ou o que é diretamente visível. Ter consciência do que acontece nas extremidades e ser observa dor para os movimentos, mudanças e tendên cias, conversando e escutando o maior núme ro possível de pessoas das mais variadas es pecializações. Fazer boas perguntas e manter uma postura receptiva dessas ideias.

Em termos de novas soluções, temos ca da vez mais startups voltadas para o setor florestal, apostando em soluções customi zadas e inovadoras para diversas operações. Um dos focos é prospectar ideias e produtos inovadores ligados ao setor florestal, criando tecnologias para resolver problemas de áreas estratégicas que possam contribuir com so luções técnicas, economicamente viáveis e sustentáveis.Umaoportunidade de desenvolvimento para as empresas privadas está em manter a rede de conexão ativa, fomentando o ecos sistema de inovação com parcerias público -privadas, entre universidades, centros de pesquisa e unidades de desenvolvimento, auxiliando pesquisas, aceleradoras, incuba doras e startups em seus diversos níveis de maturação.Asempresas têm compartilhado suas dores com a aplicação de chamadas de inovação e colocando os desafios para as startups apre sentarem soluções, que são avaliadas com base nos níveis de prontidão tecnológica (ou TRL - Technology Readiness Levels), conforme estratégia dos negócios florestais.

Destacam-se ainda o importante avanço em termos de soluções para monitoramento dos ativos florestais, por meio de imagens de satélite, com aplicações práticas no acompa nhamento do crescimento da floresta, a gestão da ocorrência de pragas, doenças e matocom petição, além de outras aplicações.

Sequence, o único pré e pós-emergente. PARA RESTRIÇÃO DE USO NOS ESTADOS, CONSULTE A BULA.www.portalsyngenta.com.br Eficiente contra ervas de difícil controle em pré e pós-emergência e alta eficácia dereduçãoação2Glifosatoentrelinhaspós-plantioemUtilizadofolhas estreitas.emnaaplicaçãopré-plantioouemnasdacultura.eS-metolacloro:melhoresativosemconjuntaparadoscustosoperação. Assista ao vídeo conhecerparaosbenefícios: 2022©Syngenta, ATIVOS Um objetivo: eucalipto livre da matocompetição

Devemos fortalecer a interação e a troca de conhecimento com outros setores, como a mineração, o setor agrícola e a construção civil, por exemplo. Precisamos evoluir muito nessa interação. Ir além das florestas. "

Thiago Petine Gerente de Desenvolvimento e ProjetosSuprimento de Madeira da Bracell

Quase em paralelo com a colheita flores tal, porém em escala menor, a modernização dos pátios de madeira foi também uma forte evolução no setor, trazendo também uma ampla diversidade de equipamentos, tendo em operação nas fábricas, especialmente de celulose, os mais variados sistemas. Da grua florestal convencional, passando pelos ma nipuladores sobre pórticos, até as imensas logstackers. Além disso, é possível dizer que todas as médias e grandes fábricas de base flo restal na América Latina já possuem manipu ladores elétricos e até híbridos em suas linhas de recebimento de madeira.

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produtores de

a modernização do suprimento de madeira florestas

Os equipamentos importados, e até alguns nacionais que surgiram no caminho, rapida mente se espalharam entre as médias e grandes empresas do setor, proporcionando melhor produtividade, menores custos operacionais, redução significativa da gravidade e da quanti dade de acidentes e, principalmente, a garantia de escala de produção para o abastecimento de suas fábricas. Atualmente, até mesmo pe quenas unidades já mecanizaram ou estão em processo.

A customização foi imediata, principal mente para as operações com eucalipto sem casca, integradas a equipamentos da linha de construção civil, basicamente escavadoras hi dráulicas, como máquina-base, a fim de redu zir custos de investimento e manutenção, visto que boa parte das áreas colhidas não possuíam restrições de relevo, e seu uso já era comum em outros setores. A mudança deu certo e, até hoje, esse conjunto apresenta ótima performance e custo-benefício, sendo que os principais fabri cantes já possuem máquinas de esteiras total mente projetadas para o trabalho florestal.

Q Índice

O setor de suprimento de madeira, dentre os que compõem todo o ciclo produtivo flo restal, certamente foi o que recebeu o maior e mais rápido aporte de tecnologia em máquinas e equipamentos.Acolheitamecanizada foi a pioneira nesse setor, onde a escassez e o alto custo de mão de obra, aliados às grandes expansões fabris, à demanda de madeira e à melhoria nas con dições de segurança do trabalho, fizeram com que grandes fabricantes de máquinas florestais desembarcassem aqui, na década de 1990, com suas opções vindas da Finlândia, da Suécia, dos Estados Unidos e do Canadá.

A modernização das operações de suprimen to de madeira está acelerada, surgindo, a cada dia, mais tecnologias e aplicações dedicadas ao setor florestal. Aproveitar todos esses avanços só será possível se investirmos ainda mais em qualificação de mão de obra e na sua retenção nas empresas e nas regiões de atuação. Será um grande desafio materializar essas inovações em ganhos de qualidade, produtividade e custo. n

Devemos fortalecer a interação e a troca de conhecimento com as empresas e as institui ções ligadas a eles, pois é certo que sempre con seguiremos aproveitar algo novo que se pratica nesses setores para testarmos e aplicarmos em nossas operações. Por exemplo, o que a mineração faz para controlar poeira nos acessos, pá tios e pilhas de estocagem de minério? O que o setor agrícola vem fazendo de bom ou novo na manutenção mecânica das grandes e modernas colhedoras de cana e grãos? O que a construção civil oferece de oportunidades em revestimen tos de estradas? Precisamos evoluir muito nessa interação. Ir além das florestas.

Assim, evoluímos e modernizamos nossas máquinas e veículos, iniciamos o mundo “digital” com a comunicação de dados, uso de machine learning, automação de processos e empla camos a eficiência energética como uma das principais metas de sustentabilidade do ne gócio. No entanto, hoje e nos próximos anos, estaremos com um dos maiores desafios do setor para seu pleno desempenho: pessoas qualificadas.

Passamos, hoje, por forte escassez de mão de obra para os mais variados níveis técnicos e de gestão. Faltam profissionais qualificados para os perfis técnicos da indústria e da manu tenção automotiva, como também perfis ope racionais direcionados ao trabalho em campo, como operadores de máquinas e motoristas de caminhão. A disputa entre empresas e até entre diferentes setores da economia tem intensificado o que já estava bem difícil.

Nesse contexto, cabe às grandes demandan tes desses profissionais aprimorar os processos seletivos, buscando uma maior assertividade nas admissões e longevidade nas relações de trabalho, reduzindo turnover e aumentando a regularidade das operações. Pensando nisso, a Bracell inaugurará o Bracell Learning Institute, estrutura física e organizacional, que visa à qualificação contínua tanto dos seus colabora dores como dos moradores das comunidades e cidades circunvizinhas, a unidade de Lençóis Paulista, em São Paulo. É na prática a inten sificação da regionalização da mão de obra e a busca por estabilidade.

Isso é modernização e evolução tecnológi ca; cada solução, adequada à sua necessidade e momento.Otransporte de madeira certamente foi o que mais evoluiu nos últimos anos, sain do da sombra principalmente do transporte canavieiro. Até pouco tempo, as grandes im plementadoras eram muito resistentes em soluções customizadas ao setor, inicialmente pela menor escala de demanda e pela dificul dade de adaptação das linhas de produção, o que abriu oportunidades para as pequenas e médias implementadoras inovarem e atende rem prontamente ao setor. A área florestal se tornou um nicho de alta especialização e de manda de tecnologia.

Na área de estradas e malha viária, evoluímos pouco em tecnologia e equipamentos. A grande modernização vem sendo em teleme tria e apontamento eletrônico das atividades, proporcionando, agora, melhor controle da produtividade dos equipamentos e da gestão da frota. Precisamos evoluir ainda em tecnolo gias e técnicas construtivas, redução do uso de recursos naturais, como água e materiais de re vestimento (argila, areia, cascalho, britas, etc.), e eficiência energética. Daí a importância de se aproximar de empresas especializadas e insti tuições de pesquisa.

Tal estratégia propicia uma melhor eficiência energética ao conjunto, maior produtividade, além de ganhos em consumo de pneus e compo nentes mecânicos. A eletrificação de caminhões bem como a busca por outras fontes de combus tível, como gás natural e biodiesel, têm tornado essa corrida “verde” cada vez mais ágil.

A evolução partiu da redução de tara com uso de ligas metálicas especiais e continua evoluindo até os mais modernos sistemas de segurança veicular. Nas unidades tratoras ou cavalos mecânicos, ainda estamos um pouco no rastro de outros setores, como mineração e canavieiro, porém já com alguma e crescente luz própria. Nesse caso, devido à forte simila ridade de condições operacionais, não há difi culdades em compartilhar projetos, tendo, no momento, atendido, de forma satisfatória, à boa parte das soluções disponíveis no merca do – a combinação entre os implementos mais leves e a configuração mais adequada de cavalo mecânico ao percurso a ser utilizado, seja por diferenças em tipo ou percentuais de pavi mentação e relevo predominante.

Nessa linha de compartilhamento, o setor florestal possui muitas similaridades com ou tros de maior porte, como mineração, agrícola e construção civil.

27 Opiniões

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Bernardo Alves Pereira Gerente de Pesquisa e Manejo Florestal da Vallourec Florestal

atividades silviculturais

produtores de florestasQ Índice

As expansões dessas empresas têm impactado o cenário do mercado flo restal no Brasil. Isso gera uma grande necessidade de mão de obra, que está mais escassa a cada dia, tonando-se um desafio a contratação de novos funcionários. Muitos postos de trabalho rural apresentam limitações tecnoló gicas e baixo nível de mecanização.

30 A escassez de mão de obra planosimportanterepresenta,especializadahoje,umdesafioaosdocrescimentodaindústriaflorestal."

Atualmente, o mercado florestal brasileiro está aquecido. Apesar do cenário pandêmico, projetos e expansões continuam se desenvolvendo no País e prometem grandes mudanças para incrementar a dinâmica do setor florestal. De acordo com a Indústria Brasileira de Árvores IBÁ, as empresas apostam em novas instalações e na ampliação de fábricas, gerando, consequentemente, um au mento de suas áreas de plantios florestais.

Isso contribui para o desinteresse de jovens trabalharem nesse setor. Assim, é premente introduzir estraté gias de desenvolvimento operacional, envolvendo mais tecnologias e melhoria das condições dos postos de trabalho, como a mecanização e a automação dos processos florestais.

o desenvolvimento da mecanização das

Adubação mecanizada de cobertura 1,6

Rolo faca 0,2

É evidente, no setor, um grande movi mento em torno da mecanização das ativi dades de irrigação e plantio, e isso contri buirá para uma significativa evolução no ní vel de mecanização da silvicultura. Porém, ao mesmo tempo, cabe às empresas investir na qualificação das comunidades do entorno para que seja extraída delas a mão de obra para operação desses novos equipamentos e também investir mais em desenvolvimento, abrindo as portas para as startups , aproxi mando-se das universidades e dos grupos temáticos com foco na mecanização da área. Assim, com união de forças, as novas tec nologias serão direcionadas e adaptadas às diferentes condições silviculturais do País.

Aplicação mecanizada de herbicida 1,5

Subsolagem TE 0,4

Já a silvicultura tem muito a evoluir no que diz respeito à mecanização, visto que, até o presente, tratores e outras máquinas agrícolas são adaptadas para essa área do setor florestal brasileiro. Contudo, alter nativas revolucionárias surgem no merca do nacional, trazendo melhorias tecnológicas significativas ao segmento. Entretanto, grande parte dessas tecnologias ainda não é adap tada às áreas de reformas, não atingindo a mesma qualidade, produtividade e custo quando comparada às atividades realizadas de forma manual.

Plantio manual 10,9

Capina química manual 9,3

Capina mecanizada 0,1

TOTAL 19,5

Adubação de plantio 7,5

Roçada mecanizada 3,6

PERCENTUALCSSSEDADIVITAMANUAIATIVIDADEMEANIZADAS

Irrigação 19,2

Adubação manual de cobertura 4,4

Subsolagem 2,3

Combate à formiga 14,0

DE HOMEM-HORA UTILIZADO EM CADA ATIVIDADE SILVICULTURAL PARA FORMAÇÃO DE UM HECTARE DE FLORESTA

% PERCENTUAL

A mecanização da colheita florestal é re cente em nosso país, visto que, a partir da década de 1990, iniciaram-se as importa ções de máquinas de alta tecnologia para essa área. Isso trouxe benefícios, como o aumento de produtividade, a melhoria das condições de trabalho e a redução de custos.

TAREFA

31 Opiniões

Gessagem 1,2

Trituração de tocos 2,2

Roçada manual e desbrota 10,6

TOTAL 80,5

Combate mecanizado à formiga 0,8

PERCENTUAL DE HOMEM-HORA UTILIZADO EM CADA ATIVIDADE SILVICULTURAL PARA FORMAÇÃO DE UM HECTARE DE FLORESTA

O gráfico em destaque apresenta o per centual de homem-hora utilizado em cada atividade silvicultural para formação de um hectare de floresta durante duas rotações (14 anos). Observa-se que, das 22 atividades realizadas, 14 atividades são mecanizadas e representam apenas 19,5% dessas horas. Em contrapartida, a menor parte das ativi dades, ou seja, oito, são realizadas de for ma manual e correspondem a 80,5% das horas. De todas as atividades, as que mais necessitam de mão de obra são a irrigação (19,2%), o combate à formiga (14,0%) e o plantio (10,9%).

Capina química em área total 2,2

A escassez de mão de obra especializada representa, hoje, um importante desafio aos planos do crescimento da indústria florestal. Ampliar o desenvolvimento da mecanização das atividades silviculturais torna-se estraté gico, para que, num futuro próximo, possamos continuar manejando florestas e garantindo um ambiente mais atrativo para os jovens in gressarem no trabalho florestal rural. n

Calagem 1,3

Aplicação mecanizada de herbicida 1,8

Capina manual 4,6

lidade, do desempenho e dos custos de pro dução associados ao maquinário.

Há, hoje, uma grande evolução nos equi pamentos com tecnologia de ponta, como Feller, Havesters, Skidders, Forwarder, dentre outros. São equipamentos cada vez mais mo dernos e produtivos, que proporcionam um trabalho mais seguro, rentável e mais atrativo para os jovens que buscam seu desenvolvimento pessoal e profissional. As máquinas possuem tecnologia embarcada, com siste mas de telemetria que são enviados remota mente para o gestor, de forma automática, mantendo-o informado sobre a localização, horas trabalhadas do motor, produtividade, consumo de combustível, planos de manu tenção preventiva, dentre outros recursos que contribuem para a gestão da disponibi

Gradagem 0,4

Assim, o acesso a esses equipamentos por empresas de pequeno e médio porte só se deu após alguns anos, à medida que se foram tor nando mais acessíveis sob a óptica de investimentos e evoluindo na sua forma de produção, inclusive incorporando tecnologias nacionais.

a modernização do setor florestal no Sul do Brasil

Vlademir Martarello Engenheiro Florestal e de Segurança do Trabalho da Adami

Nesse sentido, um novo cenário se formou e fomentou o desenvolvimento de novas me todologias e, consequentemente, de novas tec nologias de produção, implantação e colheita. Contudo a evolução não ocorreu de maneira uniforme no setor. A colheita florestal evoluiu de maneira acentuada, enquanto a silvicultura, por exemplo, é, atualmente, carente de tecno logias operacionais mais desenvolvidas.

A colheita florestal conta, hoje, com um mercado que disponibiliza equipamentos pro jetados para o corte e a extração de madeira sob modelos altamente sofisticados, garantin do, do ponto de vista ergonômico, elevados ní veis de rendimento operacional. A tecnologia embarcada nesses equipamentos, associada à telemetria, além de assegurar uma precisão nas classes de sortimentos, controle de produção e de manutenção, permite o monitoramento fiel das jornadas de trabalho e, por sua vez, da performance do operador, localização em tempo real do equipamento e transferência si multânea de dados aos respectivos centros de gestão operacional.

Do ponto de vista da silvicultura, a moder nização ocorreu sobretudo no sistema de plantio, passando do sistema manual para um semi mecanizado. Contudo, e embora assumindo uma escala não muito proeminente, a adoção de modelos de plantio mecanizado por meio de

produtores de florestas OpiniõesQ Índice

Coautoria: Juliana Tramontina, Engenheira Florestal da Adami ;

Não se trata unicamente de passar do analógico para o digital. Se trata de tomadas de decisões rápidas, estratégicas, assertivas e ágeis, haja vista que podem ser tomadas em tempo real. "

A extração de matéria-prima oriunda de flo restas nativas garantiu o crescimento econômico e a manutenção das famílias colonizadoras no Sul do Brasil no início do século XIX. A partir dos anos 1960, com a criação dos incentivos fis cais, iniciou-se a introdução de espécies exóti cas em escala comercial no território brasileiro. As espécies dos gêneros Pinus e Eucalyptus possibilitaram o desenvolvimento de plantios em escala crescente, criando alternativas que diminuíram a pressão sobre as florestas nativas.

No início das atividades de reflorestamento, as técnicas de exploração utilizadas tinham como principal característica a força humana e animal, fazendo uso de ferramentas rústicas e pouco precisas, como machado, serrotes e animais para tração e arraste. Gradativamente, ocorreu a introdução das motosserras e equi pamentos agrícolas adaptados, dando início a uma escalada em busca de rendimento e pro dutividade.Nosanos 1990, ocorreu a chegada dos pri meiros equipamentos, desenvolvidos especial mente para o uso florestal, vindo de países europeus e dos Estados Unidos. A inserção desse novo aparato tecnológico evidenciou o início da mecanização florestal no Brasil. Esse avanço, embora sinalizando vantagens opera cionais claramente perceptíveis no âmbito da produção florestal, foi marcado pelos altos cus tos e assistência técnica pouco especializada.

A modernização do setor florestal no Sul do Brasil perpassa por marcos ao longo da histó ria. Para compreender a evolução que repre sentou e representa ao setor, se faz necessário realizar um breve resgate histórico.

A pesquisa, quando desenvolvida e pensada, tendo como base as demandas oriundas dos processos produtivos, é a forma mais segura e eficaz para a busca de soluções e inovações. Isso é possível com os esforços conjuntos de instituições de pesquisas e da iniciativa pri vada. Vale destacar que essa evolução é cons truída gradativamente e, quando alicerçada sobre modelos de gestão da ciência, tecnologia e inovação, novas soluções são propostas no arcabouço da escalada em busca de mo delos operacionais continuamente mais pro dutivos. Essa seria uma forma de atender aos anseios da indústria, sem deixar de lado a consciente preocupação que o setor florestal carrega em seu DNA: um modelo produtivo sustentável.

No âmbito do inventário florestal, os equi pamentos de mensuração seguiram a mesma evolução, juntamente com as metodologias de coleta e processamento de dados. Entretanto, ainda é predominante a necessidade de cons tantes planos de levantamento e mensuração de dados provenientes do campo, tornando essa prática relativamente onerosa. A utilização de dados LiDAR (Light Detection And Ranging) é o avanço mais recente no âmbito do inventário florestal. Inicialmente, as limi tações inerentes a essa nova geotecnologia se deram devido ao alto custo de investimento, embora o avanço nesse campo do conheci mento e a aplicação desses dados assegurem uma viabilidade e acessibilidade cada vez mais amplas. O desafio dessa aplicação é garantir a precisão dos inventários florestais, quan do comparados aos executados sob técnicas tradicionais.

produtores de florestas OpiniõesQ Índice

A evolução contínua não pode ser atribuída principal e exclusivamente ao reconhecimento das demandas e necessidades do setor flores tal, e sim paralelamente ao planejamento e ao desenvolvimento simultâneo e contínuo de pesquisas científicas aplicadas.

O planejamento florestal, por sua vez, passou por uma reengenharia estrutural e estratégica nos últimos anos graças às ferramentas inova doras no campo da capacidade computacional, obtenção de dados de sensoriamento remoto de alta resolução, desenvolvimento de técnicas de geoprocessamento e surgimento dos veícu los aéreos não tripulados (VANTs). Essas tec nologias e ferramentas contribuíram para que passássemos dos mapas analógicos para mapas temáticos detalhados e atualizados no formato digital, disponíveis em tela de dispositivos mó veis, com interfaces amigáveis e interativas com o usuário final. Não se trata unicamente de passar do analógico para o digital. Se trata de tomadas de decisões rápidas, estratégicas, assertivas e ágeis, haja vista que podem ser to madas em tempo real.

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A modernização do setor florestal chega hoje ao nível da conectividade, onde tudo está conectado, e dados são transferidos em tempo real, de qualquer lugar. A internet das coisas (IoT), a telemetria e o sensoriamento remo to são tecnologias que estão transformando a forma de coletar, transferir e analisar infor mações. Nesse sentido, o setor florestal vem assegurando e ampliando seu espaço de atuação, cristalizando-se como setor significativa mente competitivo e inovador.

Independente do ponto focal, a moderniza ção é perceptível em toda a cadeia produtiva: do planejamento de implantação à logística de transporte, da produção de mudas à colheita.

Nesse cenário de avanço de métodos e tec nologias, torna-se claro e evidente que o se tor florestal brasileiro segue alinhado com o que há de mais moderno no mercado, sempre atento às novas tendências e tecnologias dis poníveis. Alguns exemplos que norteiam tais afirmativas são as recentes iniciativas de pes quisa e desenvolvimento em equipamentos semiautônomos, que permitem ganhos em produtividade, ou motorização elétrica, que visam à redução na emissão de poluentes. Como protagonistas, estão todos os profis sionais florestais e de áreas multidisciplina res, que, por meio de parcerias estratégicas, permanecem cientes de que novos desafios estão por vir, mas com a certeza de que o setor está apto e preparado para vislumbrar um novo marco evolutivo. n

plantadeiras florestais apontou para um avan ço significativo no que diz respeito à qualidade do preparo do solo, à fertilização, ao plantio e à irrigação quando em áreas planas e modera damente declivosas, haja vista que várias ope rações ocorrem simultaneamente em alguns modelos de plantadeiras. Esse fato tem sinali zado, também, um significativo avanço no mi croplanejamento direcionado à silvicultura de precisão. Na contramão, as nítidas diferenças verificadas e impostas pelo peculiar sistema de cultivo das espécies florestais, das condições de terreno e do tipo de intervenção silvicultural (plantio x reforma), algumas limitações devem ser superadas para atender aos mais variados sistemas de implantação, as quais fazem com que ainda muitos produtores e empresas optem pelo sistema manual de plantio.

35 paraINTEGRADASSOLUÇÕESosetorflorestalPrevenção,controleecombateaincêndios//MochilasFlexíveiseBombasCostais//Soprovarredor // ConjuntoseFerramentasAcessóriosdeCombate para Pick-up Tanques flexível e rígido (CAFS e PRO)

A vanguarda mundial em tecnologias de alta produtividade e rendimento para conversão da madeira em carvão vegetal só aconteceu por termos vocação inovadora e a imperativa necessidade de trilhar esse caminho, já que não há produção de carvão vegetal no mundo que se compare à brasileira "

a chave está em nossas mãos!

Esta edição da Revista Opiniões Florestal traz uma pauta real e relevante para o negócio florestal nacional. A modernização do sistema florestal brasileiro é debatida e explorada em qualquer ambiente estabelecido do setor, se ja ele acadêmico, empresarial, de negócios, e assim por diante. Inegáveis foram os avanços alcançados em mecanização e modernização das atividades florestais nas últimas décadas, mas ainda existem áreas e operações que ca recem de um movimento mais contundente nesse sentido.

Benone Magalhães Braga Gerente Executivo da Aperam BioEnergia

Diante dessa reflexão e constatação, fica claro que a chave do potencial transformador necessário para se fecharem as lacunas em modernização e mecanização ainda presentes no sistema florestal brasileiro está nos principais atores desse mesmo setor.

produtores de florestasQ Índice

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Ao refletir diante de tal realidade, inevita velmente retorno nove anos atrás, quando ingressei no setor florestal. Engenheiro mecâ nico de formação e egresso do setor siderúrgico de onde muitas das tecnologias, processos e equipamentos são trazidos prontos e forma tados do estrangeiro , me deparei com um setor pujante cuja evolução e patamar de então, se sustentavam em iniciativas e projetos muitas das vezes desenvolvidos localmente, por representantes da esfera florestal nacional.

Exemplificando, mas não se limitando a eles, o progresso em melhoramento e variabi lidade genética que hoje abastece a produtivi dade e sanidade da nossa produção florestal é oriundo de estudos e esforços conduzidos por agentes locais do setor florestal (Exemplo: clone AEC-0043, primeiro clone comercial de Corymbia do Brasil).

A mecanização e modernização de atividades de silvicultura e colheita como conhecemos hoje só foi possível graças a ações e adaptações conduzidas por players também do setor florestal brasileiro (Exemplo: desgalhador florestal, com reais ganhos em produtividade e segurança). A vanguarda mundial em tecnologias de alta produtividade e rendimento para conversão da madeira em carvão vegetal só aconteceu por termos vocação inovadora e a imperativa necessidade de trilhar esse cami nho, já que não há produção de carvão vegetal no mundo que se compare à brasileira (Exemplo: Forno FAP-2000, primeiro e maior forno re tangular copa plana do mundo).

carregam consigo um maior potencial de impacto, bem como para direcionar as ações e recursos que se propõem a solucionar essas necessidades identificadas;

DESGALHADOR FLORESTAL

Bom, diversas são as possibilidades, mas ouso aqui listar três chaves nas quais enxergo, particularmente, grande potencial:

37 Opiniões

CLONES

COMERCIAIS DE CORYMBIA

1) Atuação multilateral entre representan tes do setor florestal (academia/produtores/ fornecedores), num esforço conjunto para diagnosticar as necessidades comuns, que

3) Programas internos que fomentam, in vestem, premiam e destravam o potencial ino vador que existe dentro de cada organização ou instituição, afinal, qualquer uma delas é formada por pessoas, e pessoas que conhecem como ninguém os problemas do dia a dia, por sempre se depararem com eles e, justamente por isso, carregam consigo todo o ferramental necessário para endereçar uma solução prá tica e viável. Como diria o poeta, os melhores problemas para serem resolvidos são os pro blemas de Certamentesempre!as três possibilidades mencionadas anteriormente, acompanhadas de outras ações que também se propõem a aten der ao mesmo objetivo, carregam consigo su ficiente energia para tirar da inércia e movi mentar as forças necessárias à resolução de qualquer problema e/ou lacuna existente em nossas florestas.

E qual seria a chave para destravar todo esse potencial transformador?

2) Iniciativas de Inovação Aberta que ex ponham vácuos tecnológicos, não somente para os agentes que já navegam no ambiente florestal rotineiramente, mas também para indivíduos e organizações externas, que tra zem consigo não apenas muita tecnologia, mas também uma visão nova do problema, completamente livre de vieses. Já vemos hoje movimentos nesse sentido (Exemplo: Forest Insight - SIF, Radar - IPEF, etc.), que, com o tempo, certamente desencadearão o fluxo de muitas soluções transformadoras para a in dústria florestal;

Realmente, a chave está em nossas mãos! n

Concluindo, pondero e proponho a todos vocês, caros leitores, um verdadeiro call to action. Enquanto setor, como estamos encontrando consensos e canalizando esforços e recursos nas iniciativas que irão, de alguma maneira, elevar o patamar de modernização e, consequentemente, o patamar de compe titividade e sustentabilidade da indústria flo restal como um todo? Enquanto organização, o quão abertos estamos a modernas correntes de inovação externas, muitas das vezes não ortodoxas, que carregam consigo grande po tencial transformador? Enquanto indivíduos, o quão dispostos estamos a tomar nosso papel de protagonista da mudança e carregar a cha ve que vai abrir e modificar completamente os horizontes de modernização da indústria flo restal brasileira nos próximos anos?

FORNO COPA PLANA FAP2000

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produtores de florestasQ Índice Opiniões

Guilherme Zaghi Borges Batistuzzo Gerente de Desenvolvimento Operacional da Bracell

Os drones estão se mostrando eficientes, atuando na aplicação de herbicidas e no combate a pragas, sendo uma boa alternativa para a mecanização em áreas declivosas ou desfavoráveis àstradicionaisatividades"

Assim, a situação comum, após a aquisição de um trator, é leva-lo para uma oficina onde será “blindado” para o trabalho no meio silvi cultural. Além de aumentar o prazo de entre ga do produto final, a sobrecarga de proteções ocasiona dificuldades operacionais para o processo de manutenção em campo. Esses são alguns fatores que fomentam a necessidade dos sonhados tratores florestais.

Ao longo dos anos, a mecanização da silvi cultura se desenvolveu por meio de adaptações desta e de outras culturas agrícolas. Tratores para esse fim atendem, de certa maneira, a al gumas atividades silviculturais, atuando em áreas de implantação, sem resíduos lenhosos. Com a maior representatividade de áreas de re forma, a presença de tocos e resíduos dos ciclos anteriores geram condições desfavoráveis para a boa performance dessas máquinas.

Dessa forma, é de se esperar que a tecnificação entre as áreas se equiparem. Porém não é o que se nota em muitas situações. Por mais que a va riedade de equipamentos seja grande na cultura agrícola, é possível identificar um significativo desenvolvimento, principalmente nos últimos anos, de equipamentos de alta qualidade, especificidade e produtividade para diversas opera ções. Portanto, percebe-se um desenvolvimento de toda a cadeia de operações na fabricação de equipamentos para essa área.

desenvolvimento da mecanização na silvicultura: desafios e oportunidades

Adaptações de máquinas é comum na sil vicultura. Ainda não chegamos ao estado da arte de termos tratores Purpose Built, porém muitos fabricantes planejam e executam proje tos de implementos voltados para a silvicultu ra. Diversos são os subsoladores, por exemplo, que estão sendo planejados e produzidos em série para o uso silvicultural de fato. No entanto a baixa escala é outro fator que dificulta a pro dução de um projeto específico, diminuindo sua disponibilidade no mercado.

A silvicultura brasileira atua em uma área de 9,55 milhões de hectares para fins de pro dução, sustentando uma cadeia industrial que gera uma receita bruta de R$ 116,6 bilhões, o que corresponde a 2,7% do PIB nacional e gera próximo a 2 milhões de postos de trabalhos diretos e indiretos, representando uma área semelhante aos plantios de cana-de-açúcar, de 8,3 milhões de hectares.

41 A Hexagon possui soluções de ponta a ponta para a produção florestal. Entre em contato para conhecer! hexagonagriculture.com Conheça as soluções florestais da Hexagon Faça o uso inteligente de suas informações Monitoramento, controle e análise dos dados das operações de campo só é possível com soluções completas de processamento customizado, avançado e automatizado. Monitoramento Remoto e em tempo real de todas as atividades executadas pelas máquinas no campo. Controle Das atividades em campo, armazenamento do histórico e telemetria para acompanhamento de desempenho. Análise Da informação através de relatórios, consolidação numérica e geográfica das operações florestais.

Com a atuação da tecnologia embarcada, há uma maior geração de dados que precisam ser processados e interpretados (gerar produtos) para tomadas de decisões assertivas.

produtores de florestasQ Índice Opiniões

Com boa tecnologia, fornecedores oriundos da Europa, América do Norte e outros países da América do Sul estão entrando no mercado bra sileiro para suportar esses desenvolvimentos. Muitos projetos, porém, têm um certo viés em função de sua origem e não atendem, de forma precisa, à demanda da silvicultura nacional. Isso gera necessidades de adaptações que acabam sendo feitas por empresas locais, dificultando o desenvolvimento do projeto ou a continuidade da operação devido à indisponibilidade de peças e suporte especializado. Mais uma vez, a impor tância de unir o mercado e buscar soluções que propiciem escala para o desenvolvimento de demandas e ofertas que facilitem a entrada de novos fornecedores é vital para a modernização tecnológica do setor.

A cadeia de operações de formação de florestas está se modernizando, trazendo as necessidades de investimento tecnológico, financeiro e de capacitação, que demandam ações estratégicas para proporcionar rupturas tecnológicas compatíveis com sua importância. O cenário demanda investimentos robustos visando obter retornos consistentes e sustentáveis. O futuro das operações de silvicultura não é simplesmente mecanizado, deve ser in clusivo, engajador, integrado, dinâmico, autô nomo e sustentável.n

As especificações e customizações para o atendimento de cada demanda dificulta a padronização e a produção em escala. Isso con tribui para que a principal fonte de desenvolvi mento florestal venha de pequenos ou médios fabricantes. Há, de fato, a necessidade de tan tas especificações para cada demanda? Como a demanda pode ser estruturada de maneira mais estratégica para projetos de longo prazo e que permitam a produção em escala?

A modernização não deve ser vista apenas no campo da mecanização, mas também nos recursos humanos que atuarão na operação, na manutenção e no gerenciamento das atividades. A capacitação profissional deve acompanhar o desenvolvimento tecnológico. Mecânicos e operadores precisam estar cada vez mais enga jados e capacitados para a utilização de equi pamentos eletrônicos, tanto para a operação quanto para a detecção de falhas e a execução das manutenções de forma precisa.

Novas tecnologias disruptivas, como o uso de drones, têm se intensificado no meio florestal. Esses equipamentos estão se mostrando efi cientes, atuando na aplicação de herbicidas e no combate a pragas, tanto do ponto de vista qualitativo quanto econômico, sendo uma boa alternativa para a mecanização em áreas decli vosas ou desfavoráveis às atividades tradicio nais, sejam elas manuais ou tratorizadas. Com baixa disponibilidade de mão de obra rural e as novas revisões de normas regulamentadoras do trabalho nessa área, o custo das atividades manuais se tornou muito elevado. Nesse con texto, essa tecnologia surge como uma boa oportunidade de mecanização e automação de atividades florestais, de forma segura, econô mica e sustentável, otimizando o gasto energé tico para suas aplicações.

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As informações devem ser geradas em campo, transmitidas, processadas automaticamente e analisadas em tempo real em uma central de operações. Nossas estruturas de transmissão de dados, processamento e gerenciamento estão, de fato, prontas para trabalhar em tempo real com o que é gerado no campo? Nossas pessoas estão preparadas para isso?

Também há novos equipamentos atuando em operações multitarefas que surgiram para proporcionar ganhos de produtividade, custos e sustentabilidade, pelo fato de conjugar ativi dades em uma mesma máquina. Essas configu rações só são viáveis em projetos cuja premissa seja manter ou melhorar os parâmetros de qua lidade das operações. Equipamentos de pre paro de solo que realizam diversas atividades concatenadas (subsolagem, adubação de base, limpa trilho, destorroamento, aplicação de pré-emergente e marcação de covas); formas alternativas de cultivo de solo, como enxada rotativa atrelada à subsolagem e à aplicação de fertilizante; implementos que realizam a fertili zação de cobertura conjugada com controle de matocompetição (linha e entrelinha) são exem plos de resultados de parcerias bem-sucedidas entre o desenvolvimento da necessidade do cliente com a expertise e os recursos de enge nharia do fornecedor.

Nesse ponto, parcerias entre empresas flo restais e fornecedores precisam ser intensifica das para a criação de uma estratégia comum. Uma ação facilitadora é a atuação de programas que aproximam o fornecedor de um pool de empresas. Exemplo desse tipo de parceria pode ser vista no Programa Cooperativo de Mecani zação e Automação Florestal (PCMAF – IPEF), que possui 12 empresas associadas trabalhando na busca por soluções de mecanização e desen volvimento silvicultural.

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Diante desse crescimento exponencial com a expansão de novas fábricas de celulo se e a entrada de novos players no País, vem crescendo muito a demanda por áreas com florestas comerciais para abastecimento e garantia do plano de produção dessas plantas.

Atualmente, está sendo desenvolvido e aplicado o uso de análise de câmeras por meio de modelos que foram desenvolvidos com um banco de imagens onde a IA consegue realizar a identificação na carga de madeira o que é casca e o que é tora. "

Somente no Mato Grosso do Sul, existe a pro jeção de aumento de produção de celulose de mais de 6 milhões de toneladas/ano.

O mercado de celulose mundial está cada vez mais rigoroso com a qualidade dos pro dutos nas suas mais diversas aplicações, desde embalagens, cosméticos, fibras de te cido com nanocelulose ao tissue. Acompanhando essa exigência do setor, a qualida de da matéria-prima também deve seguir o mesmo critério na floresta, onde os desafios com o impacto da casca da madeira nos processos industriais são enormes.

Felipe Ribeiro Speltz Consultor de Processos Industriais da Suzano

produtores de florestasQ Índice

inteligência artificial

Com esse cenário promissor para toda a cadeia produtiva florestal, por muitas vezes, vem se exigindo das operações de silvicultu ra, colheita e logística a busca por excelência operacional em suas atividades e processos maximizando a produção e qualidade das madeiras produzidas.

No relatório da IBÁ, divulgado em 2021, no Brasil, são plantadas mais de 1 milhão de árvores comerciais todos os dias, atingindo uma área de 9,55 milhões de hectares para fins industriais e outros 6 milhões de áreas de conservação. Esse balanço tem um poten cial de estoque de mais de 4,5 milhões de to neladas de CO2.

O setor florestal brasileiro vem se desen volvendo a cada ano, seja em área plantada ou conservada, com aplicações tecnológicas que têm diversas alavancas de performance na cadeia produtiva, do campo à indústria de base florestal.

reduzindo custos e aumentando produção

Com a aplicação dessa ferramenta via POC (prova de conceito), foi possí vel observar a redução no teor de casca do cavaco que alimenta o digestor, ga rantindo um gerenciamento da quali dade da madeira nos processos indus triais, reduzindo os custos e evoluindo nos elos da cadeia produtiva florestal. n

45 Opiniões ;

Todo esse processo foi criado no am biente Digital & Analytics, com a cola boração de startups que apoiaram no desenvolvimento do modelo construí do a partir de mais de 2.000 imagens em uma rede “colab”. Assim, foi possí vel gerar uma melhor assertividade do software com a calibração das medições manuais, visando a uma correlação alta do resultado da análise da Inteligência Artificial na mensuração do índice de casca na carga.

Resultado da análise de casca na caixa de carga com IA

Como essa etapa de monitoramento emprega equipes que precisam estar se deslocando até as áreas de colheita, que são muito pulverizadas e acabam ge rando custos, o setor está passando por uma revolução tecnológica, onde estão sendo desenvolvidas ferramentas de avaliações automatizadas. O uso de in teligência artificial (IA) com objetivo de sistematizar o processo e gerar infor mações em tempo real com rastreabili dade vem reduzindo esse investimento, aumentando a capacidade de análise em forma de senso dos caminhões re cebidos nas Atualmente,fábricas.está sendo desenvolvi do e aplicado o uso de análise de câme ras por meio de modelos que foram de senvolvidos com um banco de imagens onde a IA consegue realizar a identifi cação na carga de madeira o que é casca e o que é tora.

Entre cada processo das atividades da cadeia, podem ser aplicadas ferramentas de avaliações que vão desde uma análise visual das toras com compri mentos-alvo, diâmetros mínimo e máximo, tortuo sidade, qualidade no descascamento, danos mecâ nicos, ataques de pragas, queimadas, entre outros.

Esse equilíbrio entre produção e qualidade passa por alguns pilares que sustentam essa balança e dependem de monitoramento e acompanhamento da qualidade para evitar impactos nos processos de produção das fábricas de celulose.

Eles geram custos altos com manutenção e afe tam a disponibilidade de equipamentos no preparo de cavaco e máquinas de papel, consumo de quími cos no branqueamento e cozimento até a desclassi ficação de lotes por sujidade e teor de areia.

Os resultados dessas avaliações são de suma im portância para o direcionamento das ações junto aos times de desenvolvimento e colheita, visando a ajustes em equipamentos, capacitação operacional, escolhas de máquinas e cabeçotes mais adaptados para a aplicação, com foco na produção e qualidade.

Essa informação pode ser gerencia da pelo time de logística inbound para o direcionamento e tratativa dessa carga no primeiro momento, evitando que as cargas com alto índice de casca sejam consumidas. Estruturalmente, é gerada a informação de qual local essa madeira foi transportada e, consequentemente, colhida, dando rastreabilidade ao time de desenvolvimento e excelência ope racional para que realizem as devidas ações de correção.

Atuo no setor florestal há vinte anos e vejo o momento que vivemos com grande entu siasmo e otimismo. Compartilharei adiante um pouco do meu olhar sobre o setor e uma perspectiva sobre a modernização do sistema florestal brasileiro.

ao contrário da revolução que aconteceu na agricultura, com equipamentos de alta performance customizados às culturas, na silvicultura, operamos ainda com equipamentos da agricultura adaptados, o que resultou em uma condição de alta demanda de mão de obra. "

produtores

Fabricio Amaral Poloni Gerente-geral de Operações da ArcelorMittal BioFlorestas

O desenvolvimento do setor de florestas plantadas teve forte contribuição de Navarro de Andrade no início do século XX, mas foi na dé cada de 1970, através dos incentivos fiscais ao reflorestamento, que houve um forte crescimen to dos maciços florestais, principalmente com essências exóticas dos gêneros Eucalyptus e Pinus. Nesse período, houve uma busca por tecnologia, conhecimento, e, assim, começaram a surgir as primeiras escolas de engenharia florestal. Tam bém surgiram incentivos para pesquisas com foco em encontrar materiais genéticos que con ferissem produtividade e qualidade na produção da madeira. Nessa época, os plantios comerciais utilizavam sementes com torrões de solo, as atividades operacionais eram majoritariamen te realizadas de forma manual, a colheita com motosserras, baldeio de madeira com muares, e produtividades florestais baixíssimas compara das com os números de hoje. ;

Q Índice Opiniões

O sistema florestal brasileiro é composto por uma série de atividades que formam uma cadeia de produtividade complexa, algumas que evoluíram mais e outras menos nos últi mos anos. Para a madeira que abastece a in dústria de base florestal, muitas etapas são ne cessárias, desde o melhoramento genético das espécies, a produção das mudas em viveiros, o preparo do solo e plantio, a fertilização das flo restas, o controle de pragas, a colheita florestal, entre outras atividades acessórias que auxiliam na gestão florestal.

uma virada de chave na história do setor florestal de florestas

A cadeia produtiva florestal contribui de ma neira significativa para a economia brasileira, sendo competitiva em nível mundial, escoando seus produtos para todos os continentes. Em 2020, as exportações do setor bateram quase US$ 10 bilhões, representando cerca de 5% de participação no total das exportações nacio nais. Internamente, contribui para o desenvol vimento econômico descentralizado no País, tendo gerado R$ 12 bilhões em tributos fede rais, mais de 2 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos em uma cadeia produtiva longa e ramificada no entorno dos 10 milhões de hectares plantados no Brasil.

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Nessa mesma época, a biotecnologia iniciou seu desenvolvimento, buscando materiais ge néticos adaptados às condições de clima, solos, aplicação da madeira, com foco em ampliar a vantagem competitiva do nosso país na produ ção de floresta de rápido crescimento.

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Enfim, avançamos, mas podemos muito mais! Vejo o momento com grande entusias mo, uma virada de chave na história do setor florestal brasileiro. n

Houve um movimento intenso para impor tar sementes, principalmente de Eucalyptus e Pinus, originárias da Austrália e Indonésia, principalmente, que viriam, mais tarde, formar a base genética das espécies introduzidas, pos sibilitando grande evolução dos programas de melhoramento genético no Brasil.

Na colheita e no baldeio florestal, houve um avanço enorme em relação ao passado com as operações manuais e semimecanizadas, no que tange à produtividade, consumo de com bustíveis, capacidade em acessar áreas acima de 40 graus de inclinação. Um feller buncher, por exemplo, tem capacidade para colher, hoje, cerca de 600 árvores por hora; harvesters e fowarders com sistema de guincho têm capa cidade para explorar, com segurança e alta pro dutividade, plantios em locais de difícil acesso.

Diante dessa oportunidade, acredito que temos algumas frentes para avançarmos ain da mais, como o nível da mecanização das operações silviculturais, a exemplo do combate à formiga, plantio e irrigação. Outra frente importante é a biotecnologia. Esperamos ter clones adaptados aos impactos advindos das mudanças climáticas, mais produtivos, menos sensíveis às pragas e mais customizados para os processos industriais que os demandam; e, quem sabe, avançar na tão polêmica transge nia dos materiais genéticos florestais. Temos muito espaço ainda para o uso de informações de satélite e inteligência artificial, seja nos sis temas de planejamento e otimização florestal, seja na automação das operações silviculturais.

produtores de florestasQ Índice Opiniões

Muita coisa evoluiu e se modernizou no sis tema florestal brasileiro, mas ainda há uma longa jornada a se percorrer. Temos grandes desafios pela frente. Uma escassez de mão de obra especializada no campo, sem contar o alto custo. Vivemos em um planeta com mudan ças climáticas em curso, além do avanço em competitividade dos outros players em nível doméstico e mundial. Em contrapartida, tam bém temos uma oportunidade nas mãos, me lhorar continuamente a performance do setor e monetizar o valor que o setor agrega em sua atividade-fim desde sempre, captura do CO2 da atmosfera para formação da madeira.

to desde 2018, segundo critérios estabelecidos no levantamento, contemplando as atividades de preparo do solo, plantio, adubação, contro le de formigas cortadeiras, controle de mato competição e irrigação. Contudo, é importante ressaltar o avanço que houve em algumas des sas operações nos últimos dois anos. O plantio avançou 9 pontos percentuais, chegando perto de 10% em 2020. O preparo de solo avançou 19 pp e chegou perto dos 100% do nível de meca nização no mesmo período.

Um avanço importante para o setor surge na década de 1990, quando a clonagem comercial utilizada para Eucalyptus foi divisor de águas na produtividade de florestas e na qualidade da ma deira produzida no Brasil, técnica que hoje está difundida entre produtores florestais e chega a al cançar 98% dos plantios de Eucalyptus no Brasil.

No fim da década de 1980, chegou o fim dos incentivos fiscais, e o setor teve que se reinven tar. Começava, ali, um novo ciclo de desenvol vimento, onde o setor privado necessitou bus car maneiras de modernizar o sistema florestal para suprir a demanda de um parque industrial instalado e em ritmo de crescimento.

A modernização dos equipamentos utili zados nas operações da silvicultura brasileira também vem acontecendo, tomando como re ferência a forte evolução que aconteceu na co lheita e no baldeio florestal, iniciada no hemis fério Norte e introduzida no Brasil no fim do século passado. Porém, ao contrário da revolu ção que aconteceu na agricultura, com equipa mentos de alta performance customizados às culturas, na silvicultura, operamos, no princí pio deste século, ainda com equipamentos da agricultura adaptados à silvicultura, o que re sultou em uma operação muito demandadora de mão de obra. Isso começou a mudar no fim da década passada, com o desenvolvimento de equipamentos especializados com alto nível de mecanização e automação. Algumas atividades se desenvolveram mais, como a subsola gem utilizando marcação de linhas a partir de tecnologia embarcada nas máquinas; e outras menos, como o plantio das mudas florestais. A utilização do drone também tem sido um avan ço em algumas operações.

Um levantamento sobre o nível de mecani zação na silvicultura brasileira realizado pelo IPEF foi publicado em 2021. O retrato (2020) é que o nível geral de mecanização na silvicul tura das empresas que cultivam Eucalyptus foi aproximadamente 50%, o que não mudou mui

49 MAIOR EFICIÊNIA E RENTABILIDADE A TECNOLOGIA EM FAVOR DA GESTÃO DO AGRONEGÓCIO Soluções Integradas para a Gestão PecuáriaSoluções Integradas para a Gestão Florestal Soluções Integradas para a Gestão Agrícola Soluções Integradas para a Gestão de Serviços As soluções da Brisa Consulting foram desenvolvidas com base nos princípios da melhoria contínua, aplicando estratégias de controle e gestão sustentável. A Tecnologia aplicada e a integração existente entre os módulos do FSIGN® (Florestal),PECSIGN® (Pecuária), AGRISIGN® ( Agricultura) e FSIGN® Services (Serviços) com as demais soluções ERP de mercado, resultam em Informações de qualidade que permitem aos gestores obter êxito no planejamento, execução e controle das atividades nos seus processos produtivos. 41 Ruawww.contato@brisaconsulting3018-0088.com.brbrisaconsulting.com.brSantaCatarina,65-cj814-B-Água Verde - Curitiba-PR MÓDULOS DE CADASTRO: ● Cadastro Corporativo ● Ponto Eletrônico ● Cadastro de Equipamentos ● Recebimento de Materiais ● Cadastro Fundiário MÓDULO CONTÁBIL-FINANCEIRO: ● Custos MÓDULOS OPERACIONAIS: ● Controle de Serviços de Colheita ● Controle de Serviços de Silvicultura ● Checklist ● Manutenção de Máquinas e Equipamentos ● Relatos de Segurança SOLUÇÕES DE COLETA DE DADOS: ● Aplicativos Mobile (Android)

Gerente de Pesquisa Florestal e Engenheiro de Desenv. Operacional da Sylvamo, respectivamente a diferença nas técnicas de manejo adotadas pelo setor florestal dificulta a padronização de equipamentos para a silvicultura e impacta o desenvolvimento de novos produtos pelos fornecedores. "

tecnologia embarcada, muitas vezes à frente até mesmo da agricultura convencional. Já quan do falamos em mecanização da silvicultura, um certo grau de dificuldade deve ser considerado, pois ainda depende de equipamentos adaptados e disponibilidade de mão de obra. Tais dificul dades podem ser atribuídas a alguns fatores, se destacando as condições e locais de cultivo do eucalipto, como terrenos irregulares, com a pre sença de buracos, obstáculos, linhas de tocos de ciclos anteriores, e tudo isso camuflado pelos resíduos florestais, além de, frequentemente, encontrarmos, em uma única área, condições completamente distintas no que tange à declivi dade, tipo de solo e fatores ambientais.

produtores de florestasQ Índice

É fato que a silvicultura brasileira se destaca mundialmente como modelo de desenvolvi mento, pesquisa, inovação e produtividade; avançamos muito no manejo de florestas comerciais nas últimas décadas e, mesmo ala vancado por tantos avanços, os desafios atuais não são mais simples do que os do passado.

o panorama dos avanços silviculturais

É impossível falar de modernização do sistema florestal sem passar pelo tema da mecanização, que é um dos pilares para que o setor continue buscando ganhos de produtividade e eficiência em seus manejos. Também é impossível falar sobre mecanização sem comparar as áreas de colheita e silvicultura, estando a primeira na vanguarda quando o assunto é inovação e

Luís Renato Junqueira e Thiago Spatti Braga

Outro fator importante é a diferença de técnicas de manejo adotadas pelo setor, que dificulta a padronização de equipamentos e impacta o desenvolvimento de novos pro dutos pelos fornecedores. Vem daí a grande quantidade de adaptações atribuídas à silvi cultura, afinal, é praticamente impossível um equipamento padrão ter eficiência em todos os cenários adversos citados. Dessa forma, não se pode esperar a mesma velocidade da mecani zação experimentada pela colheita e pela agri cultura, pois o ponto-chave desse avanço foi a padronização das necessidades.

A Sylvamo surgiu a partir da separação dos negócios de papel da International Paper, pas sando a figurar no mercado como uma empresa stand alone de capital aberto. Essa mudança tem permitido à Sylvamo focar em seu propó sito e, por meio de pessoas engajadas e práticas ESG, produzir o papel de que as pessoas preci sam, para se educarem, comunicarem e entre terem. Essa transição chegou em um momento oportuno e tem contribuído para atuarmos de forma mais ágil e efetiva em diferentes assun tos, incluindo aqueles que convergem para a modernização da silvicultura.

Portanto, acreditamos que deva haver um equilíbrio nessa balança e que o setor deve bus car pelos pontos de convergência, seja apoiado pelos programas cooperativos entre empresas e universidades ou firmando parcerias com re des de inovação aberta, demonstrando ao mercado suas demandas e potencial de consumo.

Considerando esse cenário, devemos buscar a padronização das operações de silvicultura? Utilizando como exemplo a atividade de preparo de solo, que atingiu certo grau de padronização nos últimos anos, temos visto a oferta de subsola dores florestais crescer, que, hoje, praticamen te não demandam grandes modificações para operar. Por outro lado, talvez seja essa mesma “despadronização” que tenha levado o setor a atingir seus níveis de produtividade e eficiência de hoje, tratando cada particularidade ambiental com um manejo distinto, extraindo, assim, o má ximo de cada área.

Nos últimos anos, a Sylvamo tem realizado grandes avanços na prevenção e no combate a incêndios florestais, problema que assola não só as empresas de base florestal, mas o País em si, e tem sido tema central em discussões pelo mundo. Através de novas tecnologias, como a utilização de câmeras de observação em torres, algoritmos de inteligência artificial, redes de comunicação e dados satelitais, garantimos maior agilidade e eficiência das brigadas. Uma vez em campo, as brigadas contam com novos produtos e equipamentos, como químicos re tardantes e supressores, que potencializam o efeito da água, caminhões desenvolvidos para essa finalidade, equipamentos de ação rápida e drones para o planejamento e acompanhamento das ações. Tais avanços refletem a preocupa ção da Sylvamo em preservar e combater a prá tica de queimadas, impactando positivamente as comunidades em que estamos inseridos.

51 Opiniões

Diversos desafios ainda estão por aí para serem resolvidos, sejam eles regionalizados ou dores de todo um setor produtivo.

Na Sylvamo, não nos esquecemos de todas as conquistas e os avanços realizados até hoje, mas acreditamos que o caminho à frente será cada vez mais dinâmico, desafiador e incons tante, e que a modernização da silvicultura não passa somente pelo desenvolvimento de novos equipamentos, mas também compreende um ambiente multidisciplinar, onde redes de inovação aberta, startups , academia e dife rentes área do conhecimento deverão andar juntas com a iniciativa privada, para solucio narmos, de forma ágil e responsável, os novos desafios que, certamente, teremos à frente. n

Ademais, temos avançado consistentemente no processo-chave, da prevenção dos incêndios pela criação de modelos de risco cada vez mais acurados e precisos, baseados em processamento e análise de dados espaciais e informa ções históricas, para guiar ações de prevenção a incêndios. Além dos avanços destacados aci ma, relacionados a equipamentos e estruturas, queremos chamar a atenção para outros as pectos dentro da silvicultura, que também se desenvolveram nos últimos anos, como o atual portfólio de produtos disponíveis para atividades relevantes, de controle de pragas, doenças e plantas daninhas, e percebemos claramente um aumento na quantidade de opções para o manejo desses agentes nos últimos anos.

Em relação ao controle de plantas dani nhas, saímos de um cenário de uso praticamente exclusivo e baseado no glifosato, para sua substituição parcial em usos específicos. É claro que o glifosato ainda se mantém como a principal molécula no controle de plantas dani nhas em eucalipto e, sabemos também o quão é difícil sua completa substituição, mas a gama de produtos registrados nos últimos anos tem permitido que outras alternativas, como os gra minicidas, ocupem determinados nichos e per mitam aplicações inclusive sobre as plantas do eucalipto.Essaseletividade à cultura trazida pelos graminicidas também permite a utilização de outros equipamentos e a conjugação com outras moléculas, como o caso de alguns pré -emergentes. Concomitantemente à chegada de novas opções de pós-emergentes, também vieram novas moléculas e modos de ação para pré-emergentes, o que, além de aumentar o rol de ferramentas disponíveis para o silvicultor, também contribui para um mercado mais acir rado e competitivo.

Em relação ao controle de pragas e doenças, avançamos também a partir do registro de novas moléculas, o que possibilitou ao setor eliminar adaptações de bula de outros cultivos, sobretudo, para produção de mudas em viveiros florestais. De forma complementar, o conheci mento científico construído em parceria com universidades e centros de pesquisa foi chave em muitos desses processos, nos auxiliando, desde a criação e o acompanhamento de pleitos de registro junto ao Ministério da Agricultura, até o desenvolvimento de técnicas e metodologias genuínas aos cultivos florestais, possibilitando que os produtos registrados e equipamentos desenvolvidos pudessem ser utilizados em seu máximo potencial.

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a tecnologia é a ponte para consolidar a

Q Índice produtores de florestas

A modernização florestal é uma realidade no campo e vem se especializando no Brasil desde a chegada dos primeiros equipamentos da agri cultura. Com isso, os avanços tecnológicos vêm trazendo ao meio rural maiores condições para o planejamento, segurança, desenvolvimen to das operações, aumento da produtividade, maior conectividade e redução dos custos.

começaram a mudar o cenário no meio rural. Os animais que puxavam o arado e as carroças com madeiras deram lugar às máquinas movi das a motores de combustão.

Todavia a conectividade rural no Brasil é um grande desafio. De acordo com dados do IICA, a maior dificuldade no campo é a obtenção de um sinal de internet de qualidade, havendo áreas onde ele não existe. "

Com o passar dos anos, os equipamentos mecanizados destinados à agricultura foram sendo utilizados nas grandes produções flores tais, a fim de trazer otimizações às plantações. Todavia ainda não eram adequados o suficiente e também não havia grandes recursos logísti cos para reposições de peças importadas. No entanto, com o avanço tecnológico, a mecani zação chegou também aos pequenos e médios produtores, que se beneficiaram da tecnologia para aumentar suas produções.

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Gustavo Torres Galvão da Silva Especialista em OperacionalDesenvolvimentodaGerdau

modernização florestal

Antigamente, os equipamentos destinados à agricultura eram rudimentares. No decorrer dos últimos anos, alguns avanços tecnológicos foram marcos históricos, como o desenvolvimento do primeiro arado de lâmina produzido com madei ra e o machado na colheita. No início do século XX, a mecanização e o conhecimento científico

Dessa forma, ainda se torna necessária a disponibilidade de mão de obra especializada no campo para operar máquinas florestais e realizar manutenções. Para suprir isso, as em presas florestais têm buscado capacitar cada vez mais os profissionais.

Com isso, as organizações estão investindo no desenvolvimento operacional, a fim de mi grar as atividades manuais para operações me canizadas ou, ainda mais, automatizadas.

Apesar de a mecanização em algumas ativi dades, como colheita e transporte de madeira, ter evoluído significativamente, outras, como a silvicultura, ainda encontram grandes desa fios. Hoje, a indústria de equipamentos agrí colas identificou um nicho de mercado na sil vicultura e de colheita, apresentando soluções e equipamentos para o setor florestal, como máquinas de colheita sendo operadas remotamente; plantadeiras com inteligência artificial; irrigação automatizada de forma localizada que identifica as mudas em tempo real ; uso de drones para pulverizações, iscas formicidas, soltura de inimigos naturais, monitoramento, avaliações de qualidade, entre outros.

A conectividade pode trazer ganhos signi ficativos para o desenvolvimento operacional, como o auxílio no sistema de piloto automá tico, interpretação das análises climáticas, o que, consequentemente, evitará perdas e possibilitará um trabalho de forma mais oti mizada. Essa conexão entre os dispositivos juntamente com coleta e armazenamento em tempo real geram um grande volume de in formações relevantes para a análise de dados apurada, capaz de prever cenários em relação à produção.Alémdisso, o uso de sensores e telemetria vem sendo cada vez mais frequente. Eles fornecem uma série de informações sobre temperatura, umidade, ar, solo, além de obtenção de dados, através de GPS e monitores embarcados. Dessa forma, colaborando com a alimentação de um banco de dados mais robusto, podem auxiliar cada vez mais o avanço na produção florestal, através de comparativos retroativos e predição com base em informações ambientais.

55 Opiniões

Todavia a conectividade rural no Brasil é um grande desafio. De acordo com dados do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a maior dificuldade no campo é a obtenção de um sinal de internet de qualidade, havendo áreas onde ele não existe.

Embora os impactos positivos na produção florestal e na agricultura tenham sido notáveis, criou-se um contingente de pessoas que perde ram sua força de trabalho no campo, buscando, assim, novas oportunidades nos maiores cen tros urbanos, o que impactou conjuntamente as produções florestais. As pessoas que migram não tendem a voltar ao trabalho de campo ofer tado pela silvicultura, e isso se deve às condi ções de trabalho encontradas, como exposição ao sol e à chuva. As empresas já têm sentido esse impacto por meio do absenteísmo.

Olhando para o futuro, o rápido processo de desenvolvimento tecnológico, permeado pelo uso da inteligência artificial e acompanhado por avanços disruptivos das ciências na fronteira do

Com o avanço das tecnologias, softwares para monitoramento remoto também têm si do aprimorados, a exemplo dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG), que permitem o mapeamento de grandes áreas, a identifica ção de falhas operacionais, além de fornecerem informações correlacionadas para o planejamento florestal que permitem a melhoria nas operações.Comainternet das coisas (IoT), a interco nexão de dispositivos e máquinas florestais tra zem ao mercado opções, como trator conectado à plantadeira, que estará conectada ao pulveri zador, à adubadora e assim por diante. Todas as modernizações atreladas ao Big Data per mitem a transformação de dados isolados para informações úteis à produção no campo. Isso provoca uma sinergia e otimiza os processos florestais cada vez mais. n

Segundo levantamento realizado pelo IPEF, Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais, em 2021, os tratores agrícolas representam 77% da frota em grandes empresas, os tratores flores tais 20% e os tratores de esteira, pouco mais que 2%. Considera-se que, na maioria dos ca sos, os tratores agrícolas necessitam de adap tações para, principalmente, cumprirem as normas de segurança e apresentarem maior disponibilidade mecânica no campo.

No levantamento realizado com 17 empre sas florestais, o IPEF identificou que 48,5% das atividades de silvicultura são mecanizadas, 45% das atividades florestais são manuais, 6%, semi mecanizadas e apenas 0,14%, automatizada.

conhecimento, transformará os sistemas flo restais com maior eficiência. No novo contexto, passaremos a utilizar veículos autônomos, dro nes e robôs com sensores nas produções flores tais. Isso dará entrada a um grande volume de dados e será impulsionado pela potência dos sistemas computacionais e pela conectividade, levando transformações significativas na forma de se manejarem os cultivos florestais.

Q Índice cientistas e especialistas

Guilherme Oguri Coordenador do PCMAF do IPEF

uma reflexão sobre a modernização florestal

A decisão foi unânime: focar na mecaniza ção dos processos silviculturais. Consequente mente, a colheita e o transporte não estariam entre as grandes linhas de pesquisa. A justifica tiva para essa decisão era clara, uma vez que a colheita e o transporte estavam – e ainda estão – em um nível de mecanização muito superior às atividades silviculturais de plantio e irrigação, por exemplo. Desde então, o programa vem acompanhando de perto os desenvolvi mentos tecnológicos e as tendências de merca do, principalmente, dessas duas atividades e, mais atualmente, da automação de viveiros.

Será que estamos focando no plantio e 'deixando de lado' a irrigação? Será que está faltando investimento para reconhecimento da muda (visão computacional) com o objetivo de automatizar a irrigação? Enfim, deixo a reflexão. "

Na edição número 62 da Revista Opiniões, em coautoria com o Prof. Saulo Guerra (líder científico do PCMAF/IPEF e docente da Unesp), escrevemos sobre a evolução dos sistemas de ir rigação pós-plantio existentes no Brasil. Essa edição foi publicada no final de 2020, e, re lendo a matéria, notei que não houve muito avanço tecnológico até os dias de hoje. Arris co a dizer, inclusive, que não surgiram novos equipamentos para a mecanização da irrigação pós-plantio. Obviamente, não conheço todos os desenvolvimentos em curso, porém, entre mo mentos de reuniões, coffebreaks de eventos e visitas às empresas, os comentários de colegas corroboram a minha percepção. Questiono o motivo, ou motivos, de não vermos novas ações em busca da mecanização dessa operação tão importante e recorrente quando comparada com a mecanização do plantio, que é mais com plexa, e temos diversas novas ações.

Por outro lado, presenciamos o momento com a maior quantidade de modelos de plan tadoras mecanizadas sendo desenvolvidas e al gumas já comercializadas. Novamente, fazendo uma comparação com um artigo escrito para a Revista Opiniões, dessa vez, uma publicação sobre a pesquisa e o desenvolvimento do plan tio florestal escrita pelo Prof. Saulo e o Sr. José Carlos de Almeida (Diretor da JFI), na edição número 57 (set-nov/2019), praticamente todos os equipamentos citados pertenciam ao mesmo fabricante.

Será que estamos focando no plantio e “dei xando de lado” a irrigação? Será que está faltan do investimento para reconhecimento da muda (visão computacional) com o objetivo de auto matizar a irrigação? Enfim, deixo a reflexão.

Em 2016, em minha primeira reunião co mo coordenador junto às 12 empresas filiadas ao Programa Cooperativo sobre Mecanização e Automação Florestal (PCMAF), pertencente ao Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), a principal pauta era a definição das grandes linhas de pesquisa em que o programa atuaria a partir daquele dia.

Como sempre discutimos no PCMAF, será muito difícil termos um único mo delo de plantadora que consiga operar de forma satisfatória e em ritmo opera cional, independente da condição da área (tipo de solo, relevo, declividade, tipo de manejo etc.). Alguns modelos conseguem se destacar em áreas menos “exigentes”, como áreas planas e de implantação, o que permite realizar o plantio de até 3 mudas simultaneamente. Outros modelos se mostram mais eficientes em áreas declivo sas, principalmente os cabeçotes de plan tio instalados em escavadoras hidráulicas.

Área pós-preparo de solo mecanizado

57 Opiniões

Temos notado que, independentemente do fabricante e do modelo, existe uma variável que possui alta influência no de sempenho do plantio mecanizado e que não pode ser ignorada, que é a qualidade da muda. Na verdade, não existe apenas uma variável e sim diversas variáveis que influenciam a sua qualidade, como a al tura, a tortuosidade, a qualidade do subs trato, entre outros.

Além dos fabricantes nacionais, hoje vemos grandes players internacionais investindo em plantadoras e, até mes mo, adquirindo empresas especializadas em plantio mecanizado. Recordando que há 10 anos tinha praticamente uma ou duas empresas, hoje consigo contar pelo menos 9 fabricantes investindo em plantadoras.

de seleção de mudas e estaqueamento, por exemplo. Acreditamos que esses equipamentos necessitam de uma atenção especial ao longo do seu desenvolvi mento e que é necessária a participação de profissio nais de diversas áreas do conhecimento, dada a sua complexidade tecnológica. Essas ações visam dar o foco necessário que os viveiros florestais merecem, uma vez que é a fonte do nosso recurso florestal.

Acredito que de nada adiantará discutirmos sobre plantio mecanizado, irrigação automática, drones, visão computacional e inteligência artificial aplicada aos plantios florestais se não olharmos com carinho para a evolução dos nossos viveiros.

Para concluir, tenho a percepção de que a moder nização do sistema florestal brasileiro vai muito além de máquinas e automações. Temos, nas universida des, disciplinas que “modernizam” os futuros enge nheiros florestais? Estamos atualizando os profissio nais no mesmo ritmo em que atualizamos as nossas máquinas? Em suma, precisamos refletir e agir. n

Operação de irrigação pós-plantio semimecanizada

Justamente devido a essa influência da muda no plantio mecanizado, fomen tamos uma discussão em torno da padronização da qualidade de mudas, ou seja, como melhorar os processos de produção das mudas que serão utilizadas em plan tios mecanizados? O modelo de produção de muda atual vai atender à demanda de qualidade dos sistemas mecanizados?

Naquela reunião que citei no início do texto, foi estipulada uma linha de pesquisa sobre automação de viveiros, porém poucas ações foram feitas, até um pas sado recente. Por isso, o IPEF iniciou um projeto visando fomentar o desen volvimento de novos equipamentos que permitam a sua introdução em viveiros estabelecidos, sem que haja um grande distúrbio no ritmo operacional atual. Por outro lado, há máquinas adaptadas de outras culturas com alto nível de auto mação que utilizam inteligência artificial e visão computacional para os processos

Parafraseando Platão e um outro filósofo, “a necessidade é a mãe da invenção e a inova ção sempre surge em momentos de crise”; o tema nos alerta de que devemos, primeiro, iden tificar os gargalos para depois solucioná-los. Adaptações relativamente simples, como as barras protegidas, ou também conhecidas como

O que é moderno hoje se tornará obsoleto em um futuro próximo, mas isso o torna ainda mais relevante para a modernização do sistema florestal brasileiro, pois todo o aprendizado gerado durante sua operacionalização será utilizado durante o processo de geração de novas tecnologias. "

Fabricio Gomes Oliveira Sebok Gerente de Desenvolvimento de Produtos na Bayer do sistema florestal brasileiro

58 cientistas e especialistasQ Índice

A modernização do sistema florestal normal mente é relacionada com robôs, alta tecnologia embarcada, veículos autônomos e voadores, inteligência artificial, monitoramento e toma das de decisões de forma remota, Big Data e muitos outros exemplos que seriam aplicados à silvicultura. Com isso, é nítida a evolução tec nológica de toda a cadeia ao longo do tempo, suprindo, assim, as demandas silviculturais, mantendo o Brasil como líder em produtividade das florestas plantadas e garantindo competi tividade à cadeia. No entanto estaríamos nos restringindo se considerarmos apenas a alta tecnologia como algo que referencie a moderni zação do setor; desde muito tempo, adaptações do setor agrícola têm impulsionado as ativida des florestais. O processo evolutivo é dinâmico e elástico, oscilando ao longo do tempo.

a modernização

temporal, causal e efetiva

Concomitantemente, outras formas adap tadas da agricultura também eram emprega das, como o preparo intensivo do solo com a aração e gradagem, práticas que, sem sombra de dúvidas, foram revolucionárias para o setor. Ao longo do tempo, foram introduzidos os her bicidas agrícolas, que permitiram maior agili dade e menor dependência de mão de obra no controle do mato. Posteriormente, foram sendo registrados produtos com recomendações florestais, sendo introduzidos os herbicidas pré-emergentes, que trouxeram ainda mais modernidade ao manejo, reduzindo as inter venções e os custos no manejo.

Tendo em vista que, até pouco tempo, as opções herbicidas registradas não passavam de poucas, estamos vivendo um momento de abundância. Entretanto, apesar de esse nú mero aparentar diversidade, a quantidade de diferentes moléculas herbicidas e mis turas registrados não passa de 37, e apenas 10 ingredientes-ativos representam 90% dos produ tos registrados para o setor, sendo: glifosatos (56%), glufosinato (8%), clorimurom-etílico (7%), flumioxazina (5%), sulfentrazona (3%), isoxaflutol (2%), carfentrazona-etílica (2%), oxifluorfem (2%), quizalofope-P-etílico (2%) e triclopir-butotílico (2%) ─ ainda que os 10% restantes representem moléculas, formulações e misturas mais recentes, com alta tecnologia agregada.Dequalquer forma, os produtos herbicidas são compostos pelo ingredientes-ativos, adjuvantes e inertes, que garantem estabilidade e os requisitos necessários para sua eficiência na aplicação, controle e segurança. E, assim, para extrair todo o benefício dessas tecnologias, não basta ter a melhor escolha do produto, mas que sejam feitos também levantamentos fitosso ciológicos das plantas daninhas, que sejam utilizados equipamentos adequados e regula dos, posicionamentos corretos e o momento adequado de aplicação. Ou seja, a inovação e o conhecimento devem caminhar juntos para que não seja uma modernização apenas apa rente e frágil.

conceição, podem trazer maior aderência e modernização do que robôs que ainda são impraticáveis no campo, justamente pelo fato de estarem diretamente solucionando um pro blema claro, que seria a falta de mão de obra e o risco de fitotoxicidade causado pelos herbi cidas não

É importante que todo profissional florestal se sinta parte dessa modernização do sistema florestal brasileiro e se dedique na compreen são dos problemas enfrentados e na busca por soluções inovadoras. Apesar de ser complexo e dependente de ações conjuntas, o setor busca um mesmo objetivo, que é a eficiência na pro dução sustentável florestal. Exemplos como os pulverizadores autopropelidos, aplicações de produtos defensivos via drones, eucaliptos ge neticamente modificados garantindo tolerân cia a herbicidas, mapeamento da infestação de forma remota, inventários remotos, tudo isso já é parte da silvicultura moderna, aquela que busca maior precisão e eficiência.

59 Opiniões

Definitivamente, a modernização é algo di nâmico, que sempre se atualiza, conforme as necessidades encontradas. O que é moderno hoje se tornará obsoleto em um futuro próximo, mas isso o torna ainda mais relevante para a modernização do sistema florestal brasileiro, pois todo o aprendizado gerado durante sua operacionalização será utilizado durante o pro cesso de geração de novas tecnologias. n

Entretanto,seletivos.nem sempre é fácil ou simples identificar esses gatilhos. Como exemplo, nem sempre se teve tão claro o quanto as plantas ruderais que infestam os plantios florestais seriam daninhas ao desenvolvimento da floresta plantada, muito menos que isso de penderia do posicionamento, intensidade da infestação e tempo em que estariam compe tindo. E, ainda, que diferentes sítios respon deriam de formas diferentes devido às con dições ambientais e das espécies ou clones implantados nas áreas.

Quando foi compreendido que havia a ne cessidade do controle dessa vegetação de forma mais efetiva para evitar a matocompetição, fo ram buscadas soluções, como a prática do fogo, que tornava a área livre de infestações, apesar de outros danos que causava, mas não deixava de ser algo moderno para o momento.

O emprego e a oferta de herbicidas não ocor reram por acaso, mas são fruto da necessidade de soluções eficientes para as dificuldades de mão de obra no combate às plantas daninhas e a oportunidade das indústrias químicas em trazer suas soluções para o setor florestal. Ao longo dos últimos anos, a quantidade de pro dutos químicos ou biológicos florestais vem aumentando, o que demonstra que o setor tem ganhado força, visibilidade, e, por que não, modernidade. Segundo o portal eletrônico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci mento, Agrofit, existem em torno de 314 pro dutos químicos e biológicos registrados para a proteção de florestas no Brasil, dos quais 218 são herbicidas.

Galileu não inventou o telescópio

60 cientistas e especialistasQ Índice

Pois bem, de lá pra cá, o que mudou? Qual o estado da arte do desenvolvimento tecnológico no manejo de plantas dani nhas? E, mais do que isso, quais os cami nhos esperados para o futuro?

novo mercado ou para um novo uso. Mas, embora importante no processo, é um modelo mais raro.

a inovação mais estratégica pode estar na capacidade de se manter o olhar curioso e aberto à descoberta, captando novos ângulos e oportunidades a cada situação que se apresente. "

Rudolf Woch Diretor da Apoiotec

Existe, também, a aplicação de novas tecnologias para executar ações ou usos já conhecidos, no que comumente se reconhece uma inovação disruptiva. Como exemplo, podemos indicar a pulverização de herbicidas (uso já bem conhecido) com drones de pulverização (nova tecnologia).

É comum que se veja inovação como um grande passo, uma mudança de tec nologia revolucionária que abrirá novos caminhos e soluções nunca vistos. E isso não está errado, mas representa apenas um dos modelos possíveis, de uma ino vação tida no mercado como radical, em que se adota uma nova tecnologia em um

Mas as tecnologias bem conhecidas não deixam de ter seu papel no processo de modernização, às vezes de modo Vamosdecisivo.aumexemplo: com o aumento da pressão de pragas e doenças florestais, as desfolhas têm crescido nos últimos anos em várias regiões no Brasil. Sempre que isso ocorre, há uma mobilização intensa no manejo das pragas, o que é natural. Por outro lado, a desfolha permite o aumento de radiação solar em pontos da flo resta antes fechados, o que favorece o aparecimento de plantas daninhas. Com isso, a floresta, que já sofreu com o ataque de pragas, passa a sofrer competição com plantas daninhas.

Relembrando a evolução tecnológica nesse período, e creio que alguns dos leitores se unirão a mim, gostaria de re meter à segunda metade dos anos 1980, quando ainda se usava capina manual com enxadas para livrar as mudas trans plantadas da competição com as plantas daninhas. Mais recentemente, porém, ve mos a adoção de técnicas de geoprocessa mento para mapear a presença de plantas daninhas com o uso de satélites e ainda aplicações com drones de pulverização.

Quando fui convidado a abordar o te ma modernização do sistema florestal, pensei logo na inovação do manejo de plantas daninhas, por dois motivos: o pri meiro é o fato de cerca de 30% dos custos de implantação ou reforma de florestas estarem relacionados a ele; o segundo (e mais óbvio) é que se trata da minha área de atuação há mais de 30 anos.

Nesse cenário, é preciso implantar uma transformação cultural criando uma jornada não com um fim, mas com vários, identificando as necessidades das pessoas. Quais atividades executam? Quais são os problemas do dia a dia? Quais ganhos esperam com a inovação?

O manejo integrado de plantas daninhas passa a ter um sentido ainda mais amplo, e o processo de inovação deve ser encarado com olhar acurado, pensando na cadeia de valor e sustentabilidade.E,paraquem se pergunta “o que tudo isso tem a ver com Galileu?”, agora eu respondo: de fato, ele não inventou o telescópio. Mas foi aquele que o apontou para o céu, e, com muita paciência, observou o movimento dos planetas ao redor de uma estrela. E, a partir de então, esse campo da ciência seria completamente transformado, com impactos até hoje, séculos mais tarde. Encerro, assim, com este pensamento: a inovação mais estratégica pode estar na capacidade de se manter o olhar curioso e aberto à descoberta, captando novos ângulos e oportunidades a cada situação que se apresente. n

61 Opiniões

Em alguns trabalhos de construção de Pro cedimentos Operacionais e Instrução Técnica, nos últimos anos, pude presenciar que, de fato, as pessoas abraçam o que criam e nin guém cria nada sozinho. Quando os projetos têm a participação de todos os envolvidos e, por que não dizer? , comprometidos com os procedimentos e instruções, a sua adoção é mais rápida e fácil.

O uso de controladores eletrônicos de pul verização, que permitem ajustes de pressão em tempo real, para manter as taxas de apli cação, apesar de variações de velocidade, é um bom exemplo de inovação incremental. É uma tecnologia disponível já há bastante tempo, contudo ainda se vê muito no campo o acio namento de pulverização com o ligar e desli gar de bombas, que aumentam as variações, piorando a qualidade. Pontos ainda mais sim ples, como sistemas de agitação bem dimen sionados, também são exemplos de tecnolo gias dominadas, com espaço para inovações incrementais.Peçolicença para citar um comentário de Luis Gabatelli, subeditor da HSM Management, em um artigo de setembro de 2021. Ele fala da necessidade de articular inovação com a pro posta de criação de cadeia de valor, de acordo com as suas entregas. Concordo: é preciso pen sar a inovação considerando a cadeia de valor e também a sustentabilidade.

Tenho trabalhado em alguns pontos da cadeia produtiva com resultados animadores. Aqui vão dois exemplos para pontuar os novos caminhos. O primeiro é o uso de produtos biológicos, atra vés dos quais microrganismos são inoculados no solo ou raízes do eucalipto, criando relações simbiontes e trazendo resultados, como a dispo nibilização de fósforo não lábil ou incremento da taxa de sobrevivência em condições de déficit hídrico. O segundo está em revisitar as sequên cias de atividades na implantação das florestas, com objetivo de aumentar a capacidade de ar mazenamento de água nos sistemas produtivos. Essa estratégia está ligada às mudanças climáti cas, tendo em vista que a distribuição de chuvas pode ser modificada, também impactando a di nâmica de plantas daninhas e herbicidas.

A inovação sempre é feita de pessoas para pessoas, ou seja, todo o produto ou processo é usado para atender a uma necessidade do ser humano. Então, me sinto à vontade com o con ceito de que, para avançar em todos os modos que discuti, a inovação deve ser tratada como uma transformação cultural e social, o que traz um paradoxo: a tecnologia em geral é o meio para o avanço, contudo a inovação tem menos a ver com a tecnologia e mais com relacionamen to, experiência e mudança de modelo.

Estamos andando a passos largos com no vos modelos de inovação disruptivos, como a transformação digital, o Agro 4.0, a internet das coisas, uso de drones, monitoramento re moto, geotecnologias e manipulação de dados em ambientes de nuvem – que popularizou o uso de inteligência artificial em várias áreas. Além de tecnologias com produtos biológicos, microrganismos ou seus exsudados, melhoran do de modo significativo a região da rizosfera.

A lei 13.243 (2016), do novo marco legal da ciência, tecnologia e inovação, propõe uma definição para extensão tecnológica que, em termos mais amplos, valida o emprego incre mental de tecnologias já conhecidas em usos também já conhecidos.

A inteligência artificial associada a geotec nologias e sensores remotos possibilitarão, em breve, definir melhores tratamentos para controle de plantas daninhas e redução do uso de herbicidas e custos para seu controle.

A recombinação de conhecimentos de fisio logia vegetal, dinâmica de plantas no ambiente, características físico-químicas dos herbicidas disponíveis no mercado e tecnologia de apli cação com barras curtas proporcionam novas soluções para controle em pré-emergência de daninhas em florestas altas. Ou seja, um novo uso para tecnologias conhecidas.

Rodrigo Naime Salvador Consultor de Desenvolvimento de Produtos Ihara

que possam reduzir os impactos negativos (resíduos) e aumentar a produção desejada. No sistema de produção florestal, especialmente na etapa de implantação, um produto indesejá vel presente são as plantas daninhas em níveis populacionais crescentes e apresentando resis tência a alguns herbicidas.

Como a silvicultura não contava com mui tas opções para o controle de plantas daninhas, herbicidas de ação pós-emergente sempre foram as opções mais utilizadas, e, nessa mo dalidade, se permite o aumento do banco de sementes, devido à possibilidade de as plantas presentes entrarem em fase reprodutiva an tes de serem controladas. Além disso, o uso de agroquímicos de curto residual associado a inúmeras aplicações aumentam a pressão de seleção e o risco de resistência, tornando o ma nejo cada vez mais caro e ineficiente.

No momento de implantação de uma floresta de eucalipto, vemos a indústria selecionando os clones mais adequados para cada ambiente de produção, realizando um bom preparo e fertili zação da área a receber as plantas de eucalipto, porém o controle de plantas daninhas até então sofria com a falta de herbicidas especificamente desenvolvidos para a demanda florestal. A forte parceria entre silvicultura e indústria de insu mos tem mudado esse cenário. A silvicultura brasileira tem recebido diversas novas tecnolo gias para facilitar o manejo de mato na cultura e pode inovar seu manejo com ganhos logísti cos, econômicos e ambientais.

sistema de controle de plantas daninhas

Opiniõescientistas e especialistasQ Índice

A silvicultura é uma “indústria à céu aberto” e, portanto, está exposta às mais variadas con dições ambientais que podem comprometer a viabilidade da atividade. Os diversos fatores que podem afetar a produtividade estão assim classificados: fatores determinantes, aqueles inerentes à espécie, clone cultivado, qualida de do solo, stand de plantio; fatores indutores, aqueles que podem incrementar o potencial produtivo, como fertilizantes, irrigação, e; fa tores redutores, aqueles relacionados a pragas, doenças e plantas daninhas, que podem com prometer o potencial de produção do cultivo.

Um sistema de produção é como uma máquina em que aportamos insumos, e, após o seu processamento, colhemos o produto desejado, mas também colhemos “resíduos” indesejáveis do processo. O grande desafio é “engenhar” sistemas de produção cada vez mais eficientes

Em função da parceria existente na busca de soluções reais, a indústria florestal está prestes a se livrar desse problema. Foi possível desen volver duas novas ferramentas que poderão su prir adequadamente a demanda de controle de plantas daninhas durante a implantação com um número 50% menor de aplicações e uma eficiência de controle acima de 90%. Essa im portante parceria de desenvolvimento traz para o Sistema Florestal Brasileiro herbicidas de ação pré-emergente no controle das principais plan tas daninhas gramíneas e folhas largas, presen tes na produção florestal com uma boa seletivi dade de posição para o eucalipto e um período de controle que pode variar de 90 a 120 dias. Essa inovação substitui 4 operações de controle de plantas daninhas por apenas duas e mantém a cultura em condições de crescimento e expres são de seu máximo potencial produtivo. ;

A silvicultura é uma 'indústria à céu aberto' e, portanto, está exposta às mais variadas condições ambientais que podem comprometer a viabilidade da atividade. "

O bom manejo cultural atua de forma ativa sobre esses três fatores, buscando a máxima produtividade, entretanto, para isso, é necessá rio ferramentas especificamente desenvolvidas para atender a cada necessidade.

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Os resultados foram catalogados, anali sados cuidadosamente para se obter uma conclusão do posicionamento de manejo de plantas daninhas. Através do ingre diente ativo “Pyroxasulfone”, desenvolvi do em parceria com a silvicultura para o controle pré-emergente das plantas dani nhas, ocorrerá, gradativamente, uma di minuição no “banco de sementes” do solo e uma redução da pressão de seleção e do surgimento de espécies resistentes, além de assegurar uma floresta sem matocom petição e com menores riscos de incêndio, portanto mais competitiva. Esse desenvol vimento e parceria não param nessa etapa, já que buscamos a melhoria contínua. Me lhores ferramentas, melhor aplicabilidade, resultados mais eficazes e produtividade crescente. Além do controle de plantas daninhas, o desenvolvimento busca con tribuir para o manejo de pragas, como lagartas e o terrível psilídeo-de-concha; busca também alternativas para o controle de formigas e outras demandas que venham a ser identificadas. Nossa crença é: “Acreditamos que, através de uma con duta ética, humilde e engajada, podemos superar e surpreender as expectativas das partes interessadas”. Assim, a produção continuará dando passos consistentes na competitividade internacional e no equilín

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A inovação tecnológica desenvolvida partiu do envolvimento com pesquisadores e consultores atuantes na área florestal e os setores de pesquisa e desenvolvimento das empresas produtoras de eu calipto no Brasil. A partir da identificação do pro blema da falta de alternativas para o controle das plantas daninhas, iniciou-se uma intensa etapa de pesquisa para avaliar a dosagem adequada, épo ca de aplicação mais favorável, principais plantas controladas e seletividade à cultura. Nessa etapa, foram realizados mais de 100 tratamentos diferen tes, alocados em todas as principais regiões produ toras do Brasil, como Rio Grande do Sul, Paraná,

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Um grande fórum de discussão multidisciplinar precisa ser formado, no intuito de se pensar em conjunto sobre a modernização dos viveiros florestais, assunto que, volta e meia, retorna à mesa de debates. "

um olhar para a produção e a qualidade das mudas

Recordo-me do meu ingresso como pro fissional no setor florestal, lá pelos idos de 2001. À época, ainda com meu mestrado em andamento, no qual me dedicava à avaliação silvicultural de clones de Eucalyptus spp. por macro e micropropagação, imaginava as diferentes possiblidades de aplicação da tec nologia de propagação vegetativa no setor florestal, incluindo mudanças no processo de produção de mudas.

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Alex Passos dos Santos Diretor da Maxitree Florestal

De lá para cá, pude presenciar inúmeras tentativas, em diferentes empresas e vivei ros comerciais de produção de mudas, de se transformar o conhecimento tácito dos viveiristas em procedimentos, com a automação do processo sempre que possível. Cheguei a participar de um projeto multidisciplinar que visava ao manejo da irrigação em pleno sol

Q Índice cientistas e especialistas

A empresa na qual eu tive a oportunidade de começar a colocar em prática todos os ensinamentos adquiridos na universidade pas sava por uma modernização de seu viveiro de produção de mudas florestais, adotando o uso das modernas barras de irrigação, trazidas do setor de plantas ornamentais, dentre outras novidades, fonte constante de inovação e tec nologia que, com empenho dos profissionais do setor, transformavam-se nas “adaptações” à produção de mudas.

Minha intenção, ao escrever algumas con siderações para este artigo, é chamar a todos para uma reflexão sobre o tema e gostaria de finalizar citando o filósofo Mario Sérgio Cor tella, que diz: “jamais seja incapaz de renovar seu próprio conhecimento”. n

Um ano antes da startup desse viveiro, aconteceu uma das reuniões do recém-criado Programa Cooperativo sobre Mecanização e Automação Florestal (PCMAF), pertencente ao Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF), no qual foi decidido, pelas empresas participantes, que o PCMAF focaria na meca nização dos processos silviculturais.

Imprescindível ressaltar que um ponto em comum entre as plantadoras com as quais já tive a oportunidade de ter algum tipo de contato é que esses equipamentos realizam o plantio das mudas por gravidade. Então, quando falamos dos requisitos de qualidade da muda para o plantio mecanizado, não po demos deixar de considerar a altura total da muda (substrato + parte aérea), o diâmetro do coleto, a tortuosidade do caule, o número de ramificações e de pares de folhas, a estru turação do substrato e o peso da muda. Via de regra, essas são características que, sepa radamente ou em conjunto, podem ser res ponsáveis pelo entupimento da plantadora, não atingimento da profundidade ideal e falhas de plantio, dentre outros problemas ope racionais, quando não estão de acordo com o padrão definido como o da “muda ideal”.

O que se nota ao longo de todos esses anos foram, em sua maioria, tentativas frustradas de se modernizar e automatizar os viveiros de produção de mudas. Deparei-me, em di ferentes viveiros, com centrais computado rizadas de controle dos minijardins clonais, casas de vegetação e áreas de pleno sol, que, mal haviam sido instaladas, tornaram-se obsoletas, estando ainda nas mãos do bom e velho viveirista as rédeas da produção de mudas, impactando diretamente a sua qua lidade, sendo praticamente impossível a ma nutenção de um padrão.

Com a criação do programa cooperativo e as discussões sobre o tema, o número de fabricantes que iniciaram e deram continui dade aos investimentos em plantadoras só aumentou. Mas o que a produção de mu das pelos viveiros florestais tem a ver com a modernização no plantio? A resposta remete diretamente à qualidade de mudas e à sua in fluência na operação do plantio mecanizado.

Um grande fórum de discussão multidis ciplinar precisa ser formado, no intuito de se pensar em conjunto sobre a modernização dos viveiros florestais, assunto que, volta e meia, retorna à mesa de debates. Em se pensando na operacionalização das plantadoras, faz-se necessário estabelecer os requisitos de qualidade das mudas, definir quais parâ metros realmente impactam o momento do plantio e de que forma conseguir que os vi veiros atendam a essas demandas com qua lidade. Fica claro o quão complexa é essa ca deia e a caminhada que o setor florestal ainda tem pela frente para que a modernização dos plantios florestais aconteça de forma efetiva.

produção de mudas, em boa parte obsoleto, utilizando basicamente a mesma estrutura de 20 anos atrás, ou quem sabe até mais antigo? Em alguns casos, possui diferentes viveiros ou adquire muda do mercado e a envia para o plantio. Acrescente a isso o fato de que cada lote de mudas produzidas apresenta pelo me nos três diferentes padrões de qualidade.

Diante desse cenário, como atender às de mandas dos equipamentos, levando-se em consideração que cada plantadora desenvol vida ou em desenvolvimento tem sua peculia ridade e, para cada uma delas, características específicas das mudas são necessárias?

69 Opiniões

E, para o tema “produção de mudas”, como podemos definir a “qualidade”, num cenário em que cada empresa possui seu viveiro de

por meio da instalação de sensores nos tubetes, que emitiam sinais sonoros quando o teor de umidade do substrato apresentava-se abaixo do esperado, para que o responsável pela irrigação pudesse acioná-la. Esse pro jeto não obteve o sucesso esperado, sendo a operação mantida pela avaliação visual e pelo conhecimento do responsável pelo processo.

Um dos poucos cases de modernização de um viveiro de produção de mudas nessa caminhada foi apresentado na edição nº 62 da Revista Opiniões, com o artigo intitulado a “Automação de Viveiros Florestais - A Era dos Dados a Favor da Silvicultura”, no qual o autor refere-se ao projeto do novo viveiro, recém-instalado na cidade de Três Lagoas (MS), como “Fábrica de Mudas”, que, como descrito por ele, teve início em 2009, com as primeiras prospecções e ideia de desenvol vimento, e teve seu startup operacional em março de 2017.

Viemos acompanhando, nos últimos anos, um grande movimento na indústria de defen sivos para proporcionar um maior número de ferramentas e produtos para o controle de plantas invasoras, principalmente na cultu ra do eucalipto, onde, no passado, tínhamos apenas 2 princípios ativos registrados. Atual mente, já contamos com 24 ingredientes ativos

Em segunda avaliação, definimos o momen to e o objetivo da aplicação; depois, se será em pré ou pós-plantio e, posteriormente, se o con trole será em pré ou pós-emergência das plan tas daninhas. Isso posto, é hora de analisar a época do ano em que será realizado o manejo.

Uma dica importante é a divisão do ano em quatro períodos distintos, que deve acontecer da seguinte forma: período úmido (plena chu va), semisseco (transição para época seca), se co (ausência de chuva) e semiúmido (transição para a época chuvosa).

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E como vou fazer para entender e utilizar, da melhor forma, essas ferramentas? De fato, existe uma série de fatores que devem ser ana lisados, e o primeiro deles é conhecer as carac terísticas dos produtos que estão disponíveis, seu comportamento no ambiente e sua perfor mance residual, no caso dos pré-emergentes.

e produtos para o

da FMC Agricultural Solutions Q Índice cientistas e especialistas

Dada a continentalidade do Brasil, a com plexidade no manejo das plantas invasoras cresce ainda mais com as diferentes condições climáticas, alta diversidade nas espécies de plantas daninhas (algumas delas com resis tência ou tolerância a herbicidas tradicionais), características do solo e diferenças no manejo. Além disso, pudemos observar, nos últimos anos, algumas situações atípicas em relação ao clima regime térmico e hídrico , que podem ser atribuídas a um processo de mudança cli mática de ordem mundial.

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disponíveis, entre pré e pós-emergentes. Essa gama de ferramentas é de extrema importância e nos abre diversas possibilidades de melhoria na performance e no custo do manejo de plan tas daninhas em florestas plantadas.

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de Carvalho DesenvolvimentoDelaliberadeMercado

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Florestal

desafios e oportunidades no controle da matocompetição

Em constante desenvolvimento tecnológico, o setor de florestas plantadas observa pontual mente incrementos significativos de produtivi dade, em relação à média nacional, em plantios ao redor do País. Isso muito se deve ao domínio de alguns desafios no processo, os quais nos chamam bastante a atenção. A matocompeti ção, com certeza, é um desses desafios: além de ter representatividade significativa nos custos de implantação da floresta – em torno de 30% do custo total –, também pode ser responsável por perdas de até 80% na produtividade total, devido à competição gerada nos dois primeiros anos, o que nos insere num cenário de alta via bilidade desse manejo, ficando evidente a im portância e toda a atenção dedicada ao controle de plantas daninhas nos plantios florestais.

Opiniões

Todas essas análises citadas em conjunto com a avaliação da área que será manejada, levando em consideração a cultura de interesse, o estágio de desenvolvimento das plantas, principais espécies e características do solo, também são de extrema importância para a to mada de Analisandodecisão.amplamente, estamos diante de oportunidades no manejo, a exemplo: é obser vada, nos últimos anos, a franca expansão da utilização de herbicidas pré-emergentes com ação residual prolongada na implantação e na manutenção das florestas, ou seja, com popu lação de plantas daninhas abaixo do nível de danoBemeconômico.posicionado, esse manejo proporciona reduções significativas na quantidade de ope rações e intervenções realizadas na floresta, o que traz um ganho, não só de produtividade, mas também na questão da sustentabilidade, que incluem a otimização direta dos recursos humanos, hídricos e combustíveis, além da evi dente oportunidade de diminuição dos custos com o manejo de plantas daninhas. A evolução nos trouxe essas grandes oportunidades e, hoje, podemos dizer que o futuro do manejo da mato competição está em nossas mãos.

Com a alta velocidade da evolução na sil vicultura digital, em breve, já poderemos ver uma série de iniciativas para identificação, ma peamento e programação de controle das plan tas daninhas através de imagens de satélite ou até mesmo de Aeronaves Remotamente Pilota das – RPAs. Já estamos vendo esse movimen to acontecer, e será mais uma ferramenta para nos auxiliar em tomadas de decisão no manejo de plantas daninhas. Além disso, as modalida des de aplicação vêm evoluindo rapidamente também, a entrada dos drones nesse cenário já é uma realidade, além de outras iniciativas, como equipamentos de ultrabaixo volume, que podem aparecer como soluções para melhoria de performance operacional, maior diminuição de custos e impactos ambientais das aplicações. n

Uma coisa é fato: primeiro de tudo, é pre ciso saber posicionar corretamente cada uma dessas ferramentas, para que possamos explo rar o melhor de cada uma delas. Produtos bem posicionados no momento, alvo e condições de aplicação proporcionam o resultado operacio nal desejado e a performance que condiciona uma floresta limpa e livre dos prejuízos da ma tocompetição.

E o futuro?

Ronaldo Soares Gerente-geral Florestal da Divisão de Agricultura da Hexagon

Algumas empresas subsidiam esses processos, tanto financeira quanto tecnicamente, pois há uma necessidade de conhecimento operacional técnico-científico silvicultural para suportar esse desenvolvimento. Embora isso ocorra, já conseguimos observar, ao longo dos anos, que não é suficiente para suportar essa iniciativa. Temos, então, uma deficiência de recursos fi nanceiros e, por consequência, nível técnico de fabricação e projeto construtivo por parte des ses fornecedores de solução, o que reflete em equipamentos com baixo nível de padronização e tecnologia, embora todo esforço e motivação tenha sido empregado.

A adaptação de implementos agrícolas para o setor florestal não é uma tarefa simples, pois existem características de cada setor que determinam a robustez, a qualidade, a engenharia de construção e o nível tecnológico. "

os desafios da introdução de tecnologias

Existem alguns motivos pelos quais essa di ferença temporal ocorre: • O ciclo curto da ma turação e comercialização de produtos agrícolas leva a uma análise de investimento e resultados com maior velocidade. • O grande interesse dos fabricantes de máquinas agrícolas nesse merca do, devido à alta demanda de produtos. • Uma gestão mais vertical, o que muitas vezes facilita a tomada de decisão e agiliza a aquisição e adoção de novas tecnologias, pois há poucos envolvidos no que tange aos riscos do investimento. Se gundo a Fenabrave (2021), a comercialização de máquinas agrícolas foi de 58.733 unidades, com um acumulado dos últimos 5 anos em 239.094 exemplares. Estima-se que o mercado florestal represente apenas entre 1% e 3%, o que explica ria o desinteresse dos fabricantes.

A busca de dados já é um grande desafio. Temos menos de uma dezena de grandes fabri cantes na área e uma centena de fabricantes de menor escala, que competem ferozmente com o budget do setor de silvicultura. A grande fatia de mercado está concentrada nos pequenos fa bricantes. A silvicultura, no que abrange a im plantação de floresta até sua colheita, compar tilha do mesmo problema, independentemente da parte do mundo em que se esteja.

As empresas procuram encontrar soluções locais, que é aquele prestador de serviços que geralmente atende ao setor metal mecânico ou a pequenos fabricantes de implementos e que se deslumbra com essa oportunidade de am pliar os seus negócios. Motivados pela operação de silvicultura em desenvolver soluções, normalmente dão um primeiro passo através de um protótipo e, após várias tentativas de erros e acertos, conseguem raramente transformá-lo em um produto comercial universalizado.

A digitalização já chegou à floresta. A cada dia, mais e mais processos sofrem incorpora ções de softwares e hardwares, produzindo uma infinidade de informações. Apesar de pos suirmos um terreno totalmente inexplorável e com uma gama quase desconhecida para ad quirirmos novos conhecimentos, ainda temos alguns desafios a serem vencidos.

72 cientistas e especialistasQ Índice

A área de colheita absorveu a tecnologia es candinava, introduzindo harverters, forwarders, skidders e clambunks, saindo de uma atividade que utilizava como base motosserras, descasca dores, autocarregáveis e caminhões com baixa capacidade de carga. Quando falamos da im plantação de florestas, essa atividade segue os passos do processo evolutivo e tecnológico ainda da agricultura, que, por sua vez, sempre está um passo à frente quando falamos de inovação.

As próprias incertezas ou pedidos customi zados de uma mesma empresa, ou empresas vizinhas com uma demanda operacional muito similar, acabam dividindo ainda mais esse pe queno setor de fornecedores, competindo pelo mesmo recurso e mercado. Não é incomum, numa mesma empresa, encontrarmos na ope ração 30 ou mais equipamentos que, embora tenham sido fabricados por um ou dois forne cedores, tenham entre si diferenças tão signifi cativas, tanto que, para a introdução de tecnolo gia, se faz necessária uma alteração e adaptação substancial. Fato este que onera os custos, toma tempo e, muitas vezes, inviabiliza até mesmo a implantação nesse equipamento. Facilmente, teria sido resolvido com um projeto fabril pa dronizado e tecnológico.

da floresta. Seu tamanho e capacidade técnica estão diretamente interligados com o aporte financeiro a eles dedicado. Embora, nos últimos anos, tenha se observado a entrada de novos fabricantes, também vemos muitos fabrican tes tradicionais saindo do setor, desmotivados com a falta de investimento. Aqui, estamos fa lando não apenas de recurso financeiro, mas também de conhecimento técnico. Em outros lugares do mundo, como Europa, EUA, Canadá, entre outros, já se utiliza comumente o padrão ISOBUS de comunicação, que permite a inte gração trator e implemento independente da marca, ampliando a coleta de dados da ope ração. O mercado estabelecido, padronizado dos grandes fabricantes de máquinas e imple mentos no Brasil, ainda não conseguiu imple mentar, de forma maciça, o ISOBUS, devido à legislação e padronização das fábricas. Então, imagina o quão tardio isso irá ocorrer nos pe quenos fabricantes.

4. Grandes fábricas de máquinas agrí colas e colheita florestal: Os grandes fabri cantes, principalmente os de tratores, harvester e forwarders, tentam desenvolver produtos baseados nos bons resultados e valores agre gados da colheita florestal. Porém desenvolver soluções inovadoras, mesmo com um mercado limitado, não é uma tarefa tão fácil, e essa ação é insuficiente para a tão desejada floresta 4.0 acontecer. O que é necessário entender é que a velocidade de demanda de mercado corre sem pre à frente dos investimentos, e isso se agrava no tempo em que estamos vivendo, na era da informação, do agora.

3. Pequenas empresas de implementos: Os pequenos fabricantes, mas não menos im portantes e entusiastas do setor, são verdadeira mente o esteio da mecanização e modernização

Por fim, o que podemos observar é que a distância tecnológica entre os setores agrícola e florestal tem diminuído a cada ano. Parte disso acontece em função dos grandes investimen tos que estão ocorrendo no setor florestal, com novas fábricas e ampliação da produção. Até mesmo a própria competitividade no setor e a disponibilidade de informação que temos nos dias de hoje, em apenas um click na palma da nossa mão, conseguimos verificar em qualquer setor ou parte do mundo o que está acontecen do em novidades e inovação, fazendo com que isso contribua muito para reduzir este gap tec nológico entre os dois setores, impulsionando o setor florestal para um novo patamar. n

1. As empresas de celulose e derivados de madeira: As empresas do segmento florestal, por sua concepção, têm o foco baseado no seu produto final, destinando a maior parte dos seus recursos para esse fim. Um dos fatores que podem influenciar nessa redução de investimentos do início de uma implantação florestal é, provavel mente, o ciclo longo, mais de 6 anos. Essa longa espera por colheita traz à tona muitas incertezas ao investidor sobre garantias de retorno. Dúvi das difíceis de serem respondidas, em função das variáveis, como clima, pragas e doenças, es colha genética e situação política e econômica.

2. Prestadores de serviços: Quando fala mos de prestadores de serviços, também o seu core business está em metas de implantação e manutenção de florestas, não tendo tempo, nem recursos ou pessoal habilitado para o desenvol vimento de máquinas; contudo se vê, em função das dificuldades já expostas, a necessidade quase sine qua non de sobrevivência se aventurar por esses caminhos de desenvolvimento e fabri cação. O resultado nem sempre é o esperado e, geralmente, tem-se o mesmo problema dos pequenos fabricantes de implementos.

73 Opiniões

Então, qual a solução para vencermos esses desafios? Não existe uma ação individual, nem uma resposta simples, mas acreditamos que uma sinergia maior entre os envolvidos, gru pos de estudos específicos, universidades e es pecialistas com recursos financeiros e técnicos adequados encontrariam a resposta.

Na dinâmica desse desafio, temos 4 atores principalmente envolvidos:

A adaptação de implementos agrícolas para o setor florestal não é uma tarefa simples, pois existem características de cada setor que deter minam a robustez, a qualidade, a engenharia de construção e o nível tecnológico. Dentre essas diferenças, podemos citar o número de horas utilizadas/ano/equipamento, as condições de terreno, como a existência de tocos e resíduos, a topografia e a própria terceirização.

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Opiniões Opiniões Opiniões FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira www.RevistaOpinioes.com.brISSN:2177-6504 FLORESTAL: celulose, papel, carvão, siderurgia, painéis e madeira da floresta plantada a proteção total

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