A formação do profissional florestal

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universidade-empresa: uma parceria de sucesso Discutir acerca da temática proposta “Formação do Homem Florestal” e as contribuições para o desenvolvimento do sistema florestal brasileiro não é uma tarefa fácil, pois não restam dúvidas da necessidade de superarmos alguns paradigmas e desafios, apesar do expressivo número de universidades, centros de pesquisas e pessoal humano altamente capacitado que temos à nossa disposição. Tenho atuado há anos nas áreas do ensino e da pesquisa na área florestal por meio da formação de profissionais e pesquisadores, em duas frentes. A primeira voltada à formação de operadores de máquinas florestais, onde, há exatamente 17 anos, em parceria com o setor privado, criamos o Centro de Formação de Operadores de Máquinas (CENFOR), projeto então inédito, que vem sendo executado no ambiente da universidade. Nessa trajetória de sucesso, foram mais de 4.000 operadores capacitados, principalmente atendendo às pequenas e médias empresas florestais que não tinham acesso à formação de operadores. A segunda frente, como coordenador de programa de pós-graduação, tendo a missão de contribuir para a formação de profissionais e pesquisadores qualificados para atuarem na docência, na pesquisa ou como profissionais para o mercado de trabalho, além de fomentar a produção e disseminação dos conhecimentos científico e tecnológico para o desenvolvimento do País. Neste artigo, vamos discutir acerca da segunda frente, que é extremante complexa e desafiadora, pois formar recursos humanos e fazer ciência em nosso País não é uma tarefa fácil, devido às enormes dificuldades de diversas naturezas. Importante iniciar destacando que possuímos um setor florestal bem organizado, que teve um enorme crescimento nas

últimas décadas e que tem contribuído para o desenvolvimento sócio-econômico-ambiental do País. Tais resultados expressivos somente foram possíveis pelo desenvolvimento de novas tecnologias a partir das pesquisas e competências de nossos profissionais, destacando-se a participação do fator humano cuja base de formação foi e sempre será a universidade. Dentro do ambiente da universidade, importante mencionar que temos um sistema brasileiro de pós-graduação consolidado, sendo destaque na produção científica e na formação de recursos humanos de alta competência para atuar em todas as áreas do conhecimento científico-tecnológico, com número suficiente voltado à engenharia florestal, e que tem contribuído consideravelmente para o setor empresarial. Em relação à pós-graduação (stricto sensu), temos 28 programas nas áreas de Recursos Florestais e Engenharia Florestal distribuídos em todas as regiões do país, sendo 11 programas com curso de mestrado acadêmico, dois com mestrado profissional e 15 com mestrado e doutorado acadêmicos, voltados à formação de mestres e doutores qualificados, com visão científica e tecnológica responsáveis pela produção do conhecimento. No entanto toda essa estrutura disponível nas universidades, principalmente em relação aos recursos humanos, ainda é pouco

É evidente a necessidade de superarmos alguns paradigmas e desafios, rompendo o distanciamento existente entre a universidade e a empresa. "

Eduardo da Silva Lopes

Professor de Colheita e Transporte Florestal e Coordenador de Pós-graduação em Ciências Florestais do Unicentro

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