A formação do profissional florestal

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Opiniões

atualidades como desafios para a formação A formação do homem florestal se confunde com a história da humanidade, diante de sua eterna relação com as florestas. A evolução da humanidade sustentará essa relação, porém impondo a necessidade de enorme habilidade às futuras gerações no que se refere ao discernimento e, principalmente, ao conhecimento capaz de promover conservação e produção florestal para suas demandas e bem-estar. Nos remete a pensar no quão desafiador é zelar pela preservação dos ecossistemas florestais, concomitantemente à nossa crescente necessidade por matérias-primas de origem florestal. Essa relação com as florestas impôs a necessidade de uma ciência dedicada a gerar conhecimentos sobre as florestas, em suas mais diferentes condições e regiões do mundo, e, assim, a formação de um novo homem florestal, mais capaz, para estreitar as relações intensificadas com o aumento da população e a crescente demanda por produtos e serviços provenientes das florestas. A gênese dessa ciência ocorreu na Alemanha, nos primórdios do século XIX, se expandindo pelo continente europeu.

No Brasil, um século depois, na década de 1920, germinava a ciência florestal, inicialmente compreendida na silvicultura nos cursos de agronomia, com relatos de ensino na UREMG – Universidade Rural do Estado de Minas Gerais (atual Universidade Federal de Viçosa) e na ENA – Escola Nacional de Agronomia (atual Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro). Em consonância com as atividades de ensino, já havia no País ações florestais desenvolvidas por instituições como o Serviço Florestal Federal, criado em 1921, e o Instituto Federal do Pinho, com origem em 1941. A crescente e desordenada exploração das florestas nativas, aliada à necessidade de suprimento de madeira para determinados setores, inclusive industriais, despertou em dirigentes do governo e de empresas o entendimento sobre a necessidade de profissionais mais habilitados para conduzirem ações para soluções dos problemas florestais, incluindo, inclusive, domínios em tecnologias relacionadas ao processamento de matérias-primas substrato para a produção de bens. Para a criação dessa desconhecida profissão no Brasil, iniciam-se, assim, providências do Serviço Florestal, com apoio da FAO – Food Agriculture Organization, para a criação da ENF – Escola Nacional de Florestas, em maio de 1960, decretando: “A Escola Nacional de Florestas tem por fim ministrar a instrução superior, profissional e técnica, referente às ciências florestais, para o exercício da profissão de Engenheiro Florestal em todo país”. Ainda na década de 1960, surgem mais duas escolas de florestas e o IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal.

O fato é que inovações e mercado seguem ágeis por caminhos convergentes, sinalizando para a necessidade de constante revisão e atualização na formação do homem florestal. " Sílvio Nolasco de Oliveira Neto

Professor do Dpto. de Engenharia Florestal da UF-Viçosa

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