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nossas origens, nossos dilemas Em 1713, na cidade alemã de Leipzig, foi publicado o tratado sobre silvicultura econômica pelo então administrador de minas Hans Carl von Carlowitz, marcando, assim, o início do profissional da floresta. A publicação era uma resposta a um momento tenso. As minas da Saxônia estavam a todo vapor, e muita madeira era necessária para sustentar a atividade de mineração, especialmente na fundição do minério. O problema é que, para regiões que, em boa parte do ano, se
A certificação nos ajuda a comunicar o esforço de um setor que se equilibra entre o conservacionismo e o produtivismo. Essa é a navalha sobre a qual se equilibra, até hoje, o profissional florestal. " Eric Bastos Gorgens Professor de Manejo de Nativas e Otimização Florestal da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
encontram em temperaturas negativas, a madeira também era fundamental para a sobrevivência da população, sendo frequentemente comparada ao “pão do dia a dia”. A madeira tinha importância central na vida das pessoas, seja para a construção civil, seja para o aquecimento das casas e da comida. De forma inovadora para a época, o tratado de silvicultura econômica estabeleceu, pela primeira vez, de maneira formal, a regra fundamental que norteia o profissional das florestas: para garantir a
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continuidade e perpetuidade dos recursos florestais, é necessário balancear o plantio, o crescimento e o corte de árvores. O profissional florestal nasce na Alemanha, mas rapidamente começa a se espalhar pela Europa. Já no século XVIII, os florestais franceses deram um grande impulso à ciência florestal. A Inglaterra, o principal país industrializado da época, exporta a profissão para a Ásia e transforma grande parte das florestas da Índia britânica em propriedade da coroa. As florestas eram vistas como estratégicas para os planos industriais da coroa britânica e passaram a ser manejadas por “profissionais”, em detrimento das populações locais.