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produtores de florestas/academia
os desafios
na formação dos profissionais do futuro
O setor florestal é responsável por grande parte do incremento de empregos no Brasil. Entretanto a expansão desse setor deve estar em consonância com a capacitação de pessoas para que possam ocupar os novos postos de trabalho. Sabemos que é inerente ao setor florestal a presença em locais afastados, o que não implica a ausência de tecnologia, tampouco a facilidade de mão de obra. Muito pelo contrário, equipamentos cada vez mais modernos, associados a inovações tecnológicas, enriquecem outros importantes elementos presentes nas regiões onde estão instalados e até coloca na berlinda o estereótipo do “homem do campo” sobre o qual tanto já ouvimos falar. Claro que estamos vivendo um momento de desafio para estudantes e professores, que, em função da pandemia, tiveram que se adaptar rapidamente. Um novo contexto foi traçado, e as atividades presenciais foram substituídas por aulas remotas, com a utilização de novas metodologias de ensino e necessidade de apoio de tecnologias que permitam ao aluno continuar seu processo de aprendizado. Essas mudanças proporcionaram uma série de desafios e também oportunidades. As parcerias com empresas apresentam-se otimizadas, em busca da didática que a sala de aula restringiu. Dessa forma, a prática de professores-instrutores com bagagem é um fator essencial para a formação do “profissional da floresta”. Esses professores devem ser capazes de estimular a busca contínua pela atualização e inovação de tecnologias, além de desmitificar requisitos como ambiente de trabalho
restrito, rotina, insegurança e insalubridade. Mesmo no contexto remoto, é possível identificar profissionais competentes e com vasto repertório para contribuir para a qualificação dos estudantes. Um profissional que se destaca é aquele que tem capacidade de trabalhar em equipe, manter-se atualizado e alinhado com a cultura organizacional. Nem sempre é necessário ir muito longe para se realizar profissionalmente. Quando é possível aliar vontade de se desenvolver e desenvolver o seu entorno estando próximo da sua região de origem e se identificando com ela, melhor ainda. Estudar perto de casa também permite que o conhecimento seja ampliado e permaneça vivo na comunidade e, principalmente, possibilite que a comunidade veja, na prática, os multibenefícios vindos do manejo florestal, sempre tão citado em processos de certificação. Diferentes estratégias são adaptadas para cada cultura, entretanto o objetivo deve ser o mesmo – conciliar questões sociais a questões econômicas, mantendo um ambiente saudável para todos. E isso também inclui a participação e a presença de pequenas e médias empresas florestais. Realmente aquele “homem” do campo, hoje não se traduz em gênero, mas, sim, em oportunidade de aprendizado para o indivíduo que tenha, como visão, a possibilidade de acreditar que a qualificação, o senso de pertencimento e o entusiasmo são as chaves para uma carreira promissora. É a possibilidade de quebrar preconceitos e maximizar os benefícios dessa escolha, além, é claro, de se diferenciar no mercado.
Os cursos são oferecidos em duas modalidades: integral, concomitante com o ensino médio, ou de formação técnica. Cerca de 300 vagas são disponibilizadas em regime de internato e semi-internato.
Samantha Nazaré de Paiva e Sinval Barbosa Teixeira Coordenadora do curso de Agronegócio e Diretor do Centro Estadual de Educação Profissional Florestal e Agrícola de Ortigueira, respectivamente
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