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automação de viveiros florestais
Opiniões
a era dos dados a favor da silvicultura A busca por matérias-primas de qualidade é uma constante dentro de qualquer processo produtivo. Um insumo de qualidade, com boa rastreabilidade e garantias de cada etapa do processo, proporciona uma grande oportunidade para aprimoramento gradual em todo setor, incluindo o florestal. As mudas florestais são parte importante do processo silvicultural, e melhorias no processo de desenvolvimentos das mesmas podem ser um dos grandes diferenciais para uma melhoria na etapa de plantio. Com o aumento da mecanização, o processo produtivo dos viveiros passa a ter inúmeras oportunidades e aumentará consideravelmente sua capacidade de evolução. Durante o planejamento da construção da segunda fábrica de celulose da Suzano, em Três Lagoas (MS), ampliar a capacidade de produção de mudas com um novo viveiro era uma etapa importante do projeto, pois viabilizaria uma menor dependência de abastecimento de mudas de mercado. O projeto da “Fábrica de Mudas”, como foi chamado o viveiro automatizado de Três Lagoas, teve início em 2009, com as primeiras prospecções e ideia de desenvolvimento e teve seu startup operacional em 31 de março de 2017. A idealização do projeto foi inovadora e buscou resolver um antigo problema operacional do Mato Grosso do Sul: a falta de mão de obra qualificada no estado. Segundo o IBGE, em comparação com os outros estados, o MS é o 19º
não podemos e nem devemos parar por aqui. É necessária uma mudança de postura com relação a investimentos em conectividade e mecanização dos processos "
Arthur Dias Cagnani Gerente de Silvicultura da Unidade Florestal da Suzano em MS
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em densidade demográfica, com uma população de 6,86 hab/km². A inovação contou com a parceria da HortiKey, a partir de um contrato EPC, em que atuou como responsável pela condução do projeto. O processo produtivo na fábrica de mudas tem início com duas máquinas de confecção de Paper Pot, biodegradáveis em solo e que substituem os tubetes plásticos. Esses biodegradáveis são dispostos em bandejas de 160 células, com um leitor de RFID em cada uma delas. As bandejas são transportadas por esteiras até a bancada de estaqueamento e são armazenadas em buffers de espera com sistema automático de pulverizadores para manter a umidade. Ao posicionar a bandeja na bancada para realizar o estaqueamento, o leitor de RFID da bandeja se comunica com a bancada e registra, em sistema, diversas informações, incluindo data e hora, material genético, posição da cepa coletada no minijardim clonal e colaboradora que realizou o estaqueamento. De posse de todas essas informações, as bandejas continuam o trajeto, via esteiras, para serem agrupadas e separadas por material genético em novos buffers, que garantem a umidade das mudas recém; -estaqueadas via aspersores.