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EDITORIAL DE ABERTURA:
10: Valmir Barbosa, Datagro Alta Performance
ENSAIO ESPECIAL:
14: Vinicius Bof Bufon, Embrapa Meio Ambiente
A EXCELÊNCIA DO MANEJO NO SISTEMA BIOENERGÉTICO:
20: Alecio Cantalogo Junior, Bevap
22: Fábio Lemos de Brito, Impacto Bioenergia
26: João Adalberto Palucci, Rio Amambai Agroenergia
30: Humberto César Carrara Neto, Consultor
32: Thomaz A. Rein e João de Deus G Santos Jr, Embrapa Cerrados
38: Dib Nunes Jr., Idea
42: Luiz Carlos Dalben, Agrícola Rio Claro
44: Jorge Luiz Morelli, Produtor do Médio Tiete
48: René de Assis Sordi, Enercana
52: Gustavo de Almeida Nogueira, Copercana
58: Dario Gaeta, Atvos
60: Rogério Augusto Bremm Soares, BP Bunge
64: Carlos Daniel Berro Filho, Raízen
68: José Marcos Jorgi, Coruripe
70: Leonardo Nicula Cintra, Santa Terezinha
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Se desejar ouvir o artigo numa outra língua, lido com voz nativa, localize o artigo desejado e toque na bandeira da língua que preferir.
Além do português, estão à sua disposição os áudios em inglês, espanhol, francês e alemão. Pelo fato do artigo ser traduzido e lido por robôs com base em inteligência artificial, poderá haver pequenas imperfeições.
É lógico que você não precisa viajar para desfrutar desse conforto. O sistema também funcionará na sua mesa de trabalho, andando no parque, na esteira da academia, nas ruas congestionadas da cidade grande ou no sofá da sua Casa.
Boa leitura ou boa audição, como preferir.
ARTICULISTAS DESTA EDIÇÃO:
01: Valmir Barbosa, Datagro Alta Performance
02: Vinicius Bof Bufon, Embrapa Meio Ambiente
03: Alecio Cantalogo Junior, Bevap
04: Fábio Lemos de Brito, Impacto Bioenergia
05: João Adalberto Palucci, Rio Amambai Agroenergia
06: Humberto César Carrara Neto, Consultor
07: Thomaz A. Rein e João de Deus G Santos Jr, Embrapa Cerrados
08: Dib Nunes Jr., Idea
09: Luiz Carlos Dalben, Agrícola Rio Claro
10: Jorge Luiz Morelli, Produtor do Médio Tiete
11: René de Assis Sordi, Enercana
12: Gustavo de Almeida Nogueira, Copercana
13: Dario Gaeta, Atvos
14: Rogério Augusto Bremm Soares, BP Bunge
15: Carlos Daniel Berro Filho, Raízen
16: José Marcos Jorgi, Coruripe
17: Leonardo Nicula Cintra, Santa Terezinha
Agronomia é ecologia aplicada, pois agricultura é o manejo de um ecossistema para produzir uma determinada espécie. Erros e acertos de um manejo dependem diretamente de previsibilidade e isso depende da estabilidade do sistema. Planejar e preparar para o plantio porque vai chover no dia esperado. A estiagem para a colheita, a friagem, a revoada, a florada, a hora do vento, o dia desta praga, o dia daquela, tudo isso deve estar na agenda do agricultor que deseja acertar o manejo. Quanto mais previsível, maior o acerto, e maior, ainda, a excelência. Quanto mais estável, mais previsível. Quanto mais diversificado, mais estável.
Fazer agricultura é manejar o meio ambiente em favor das espécies que se quer produzir. O agricultor é a quem mais interessa e quem mais ganha com a conservação do solo e da água, com os aumentos da fertilidade do solo, ou melhor, de seu ecossistema. Uma propriedade agrícola não é simplesmente um pedaço de terra, mas, sim, um ecossistema a ser manejado.
Produzir bem, com alta produtividade, já é reconhecido como grande contribuição da agricultura para preservação de outros ecossistemas, porque a alta produtividade possibilita suprir as demandas com menor ocupação de espaços; e assim conviver com diversidade e preservação. O agricultor de boa produtividade consegue reservar uma boa parte de sua fazenda. E é um profissional diferenciado.
Todos sabemos que os sistemas bioenergéticos estão com valor crescente porque substituem petróleo, carvão e gás natural. Esses combustíveis são retirados do subsolo e, na queima, o carbono é lançado na atmosfera. Na atmosfera provocam alterações que resultam em mudança do clima. E é conveniente acreditar nisso porque as consequências esperadas são valiosas demais. Uma novidade que pode ser observada é o fato de a atmosfera ser finita e sua altura ser apenas de 10 km. Todos os fenômenos climáticos: nuvens, ciclones, correntes, frentes frias, frentes quentes, rios voadores, todos acontecem nessa finíssima camada acima e ao redor da terra. Quando vemos no livro escolar um círculo representando a terra e outro em volta dela escrito atmosfera, esse desenho está errado; pois se o planeta tivesse 10 cm de diâmetro, a atmosfera teria 0,09 milímetro, ou seja, menos de um décimo de milímetro.
Bom lembrar, também, que a evaporação e a condensação da água resultam de combinações de temperatura e pressão muito precisas. Por isso, essas pequenas variações podem causar grandes alterações.
Além disso, os sistemas bioenergéticos têm capacidade de manter uma grande quantidade de carbono não estático mobilizado em seus processos no solo, na biomassa, nos estoques, nos produtos, entre outros.
Nisto está demonstrado o valor do sistema bioenergético: Quanto menor a emissão de carbono, menor demanda de recursos naturais. Quanto mais alinhado à sociedade, maior seu valor de mercado e sua possibilidade de valor econômico; e, portanto, maior sua longevidade no mercado.
O agricultor primitivo apenas suprimia as outras espécies vegetais, fazia o plantio daquela que lhe interessava e contava com os recursos naturais do ambiente e do seu solo. Fazia tudo que estava ao seu alcance para controlar as pragas, os animais, as plantas indesejáveis e, no final, fazer a sua colheita. Aprendeu a conhecer as estações para saber a época de plantar e seguir os calendários. E o restante é história que todos conhecem.
Com o passar de dezenas, centenas e milhares de anos, o agricultor desenvolveu ferramentas e conhecimentos para facilitar seu trabalho, aumentar a produção e garantir a colheita. Essa evolução aconteceu na medida em que o homem foi aumentando seu controle sobre o ambiente. No mesmo dia em que inventou a enxada e a lança para eliminar as outras espécies e afofar a terra, inventou o arado. Aprendeu a escolher as espécies para plantar e a selecionar as sementes. Aprendeu a conhecer a fertilidade do solo, a adubá-lo; e só depois aprendeu a conservar sua fertilidade. Desenvolveu as máquinas, a química, os adubos, os defensivos e a genética; tudo isso para manejar o ecossistema agrícola, favorecer e proteger a espécie que queria produzir.
O caminho para ser bem sucedido não depende apenas de decisão política ou estratégica do acionista, mas do sistema de manejo adotado ou desenvolvido. Por exemplo, o sistema bioenergético da cana-de-açúcar não seria aceito no mercado atual se não tivesse eliminado a queimada antes da colheita. E sua eliminação aconteceu não por força da lei, mas sim porque foram desenvolvidas soluções viáveis para a produção e colheita sem queima através de pesquisa científica. Em relação a outras questões sem solução, mudanças estão renhidas por falta de criação de mercados e de oportunidades de negócios.
No sistema bioenergético da cana-de-açúcar, atualmente, alguns componentes têm sido marcados por seu forte impacto. A integração com a indústria devido à logística com grandes quantidades de materiais, produtos do campo para indústria e produtos da indústria para o campo, tem criado oportunidades de forte redução de recursos externos. O uso de vinhaça, torta, fuligem e cinzas pode reduzir a zero a aquisição de alguns adubos nas empresas com um pool suficiente. A introdução de algumas espécies de microrganismos e o condicionamento para sua manutenção pode reduzir total ou parcialmente outros adubos. No controle de pragas, a introdução e manutenção de algumas espécies de organismos podem manter populações de pragas a níveis abaixo do dano econômico; sobretudo se associados à resistência varietal e práticas de manejo cultural. O manejo temporal das operações pode resultar em forte contribuição para a produção anual pela integração com a condição do clima ou pelas fases do ciclo fenológico da cana. Assim, a excelência do processo e dos resultados continuam dependendo do conhecimento e das ferramentas para o manejo dos fatores materiais e temporais. n
Planejar e preparar para o plantio porque vai chover no dia esperado. A estiagem para a colheita, a friagem, a revoada, a florada, a hora do vento, o dia desta praga, o dia daquela, tudo isso deve estar na agenda do agricultor que deseja acertar o manejo.
Quanto mais previsível, maior o acerto, e maior, ainda, a excelência.
Quanto mais estável, mais previsível.
Quanto mais diversificado, mais estável."
Imagine que você descobrisse que o médico com o qual você vai fazer uma cirurgia cardíaca na manhã seguinte se formou há 20 anos como o melhor aluno da sua classe, na melhor faculdade de medicina do País. Muito bom, hein?!
Entretanto, nos últimos 20 anos, ele não leu nenhum livro, nem participou de nenhum congresso, nem teve por costume ler regularmente revistas especializadas da sua área médica.
Você faria a cirurgia em paz?
No que se refere a nossa área, quantas tecnologias foram desenvolvidas e implantadas nessas duas décadas como o estado da arte e, depois de algum tempo, substituídas por uma nova opção, muito mais eficaz e eficiente, que tomaria o lugar da anterior, até ser igualmente substituída por uma mais nova ainda.
Quantas pragas e doenças apareceram, desapareceram, e algumas até voltaram? Quantas técnicas foram substituídas nesses últimos 20 anos?
Nenhum conhecimento é definitivamente eterno. A faculdade está sempre atualizada, mas tão somente até o dia da sua formatura. Os livros, igualmente, até o dia da sua publicação. As opções que são continuadamente atualizadas são os congressos e as publicações regulares das áreas.
Conhecendo esse cenário e o que passou a representar nesses 20 anos de operação para as universidades, centros de pesquisa e empresas do sistema agrícola e florestal, a Revista Opiniões decidiu abrir inscrições gratuitas para que todos os estudantes de todos os cursos de agroconhecimento, de qualquer parte do Brasil e do mundo, passem a receber gratuitamente as suas publicações.
O objetivo é fazer com que o estudante, desde o primeiro dia de aula, passe a participar da vida empresarial na qual se integrará, em alguns anos, já com atualizado conhecimento do que está sendo discutido, avaliado e implantado nas empresas. Muitos dos executivos e cientistas que hoje escrevem na Revista Opiniões declararam que liam nossas edições desde quando ainda eram estudantes nas universidades.
Ampliando o projeto de educação continuada, decidimos também abrir as inscrições gratuitas para todos os funcionários das áreas técnicas, agrícolas, industriais e admistrativas das empresas produtoras e fornecedoras dos sistemas florestal e sucroenergético de qualquer parte do Brasil e do mundo.
Todos os artigos da Revista Opiniões têm áudios traduzidos para 5 idiomas: português, inglês, espanhol, francês e alemão.
O acesso à informação dirigida é a mais eficiente forma de unificar e atualizar o conhecimento entre todos os funcionários em cargos de comando, bem como preparar os funcionários em ascensão para assumi-los. Esta é a mais eficaz e natural forma de gerar a educação de forma continuada.
Para se cadastrar na plataforma do programa de "Educação Continuada da Revista Opiniões" e passar a receber regular e gratuitamente as edições de nossas revistas, basta enviar um e-mail conforme especificado abaixo:
• Para: Jornalismo@revistaopinioes.com.br
• Assunto: Educação continuada gratuita
• Corpo do e-mail:
- Nome do funcionário ou estudante
- Área de trabalho ou curso que frequenta
- Nome da empresa ou da Universidade
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A agricultura irrigada é a ferramenta mais importante para garantir excelência do manejo agrícola no setor sucroenergético.
Dentre as culturas com maior peso na economia brasileira, a cana foi uma das últimas a investir no desenvolvimento e adoção da produção irrigada, apesar das décadas de uso de equipamentos para dar destinação à vinhaça e à água residuária. A exceção fica com algumas regiões do Nordeste.
Em tempos de agricultura 4.0 e de valorização de temas ambientais, a produção irrigada é o fator determinante para um agronegócio moderno a fim de otimizar recursos de todas as ordens e garantir produtividade com sustentabilidade exigida pelo momento histórico.
A irrigação surgiu há cerca de 6 mil anos, na Mesopotâmia. Foi por meio dela que houve uma transformação do uso da terra e da sociedade como nenhuma outra atividade já havia feito. Depois de milênios, busca-se hoje, através da irrigação, uma produção confiável de alimentos e energia limpa. Por isso, a irrigação talvez seja a mais importante e benéfica intervenção promovida intencionalmente pelo homem sobre seu ambiente.
No mundo desenvolvido, nas altas cúpulas de discussão sobre segurança alimentar e sobre sustentabilidade, a intensificação da produção por meio da irrigação é considerada a estratégia mais adequada para aumentar a produção mundial de alimentos e a energia limpa de forma sustentável.
No contexto das mudanças climáticas, com aumento da frequência e intensidade das secas nas principais regiões produtoras, associado à rápida migração da produção de cana para o Cerrado, é a irrigação que garantirá amortecimento das abruptas flutuações da moagem das usinas. Ela, também, reduzirá a forte queda da produtividade do início para o final da safra e diluirá os crescentes custos de capital e custeio por tonelada de cana e açúcar, por litro de etanol, por joule de energia, por metro cúbico de biogás, entre outros benefícios. Essas flutuações abruptas de moagem, além de elevar substancialmente o custo industrial e agrícola de cada tonelada de cana, trazem transtornos quase incontornáveis à gestão financeira de maquinário e de equipe. Por exemplo, após um ano mais seco, a demanda da reforma de reforma do canavial pode passar de 15-17% para 25-30%. Com essa visão de seguro para sustentabilidade do negócio, muitas usinas têm acelerado substancialmente o investimento em sistema irrigado para uma fração de suas áreas.
O Mito da cana rústica:
Apesar de a irrigação ser considerada por lideranças mundiais e usinas de vanguarda tecnológica como uma das principais estratégias para garantir sustentabilidade ambiental à segurança alimentar e à produção de energia renovável, ainda existe acentuada desinformação.
Um exemplo é o mito de que a cana-de-açúcar é uma planta rústica e, por isso, não precisa de muita água ou de irrigação.
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Depois de milênios, busca-se hoje, através da irrigação, uma produção confiável de alimentos e energia limpa. Por isso, a irrigação talvez seja a mais importante e benéfica intervenção promovida intencionalmente pelo homem sobre seu ambiente. "
Vinicius Bof BufonInclusive, esse argumento também já foi utilizado de forma recorrente no início da produção irrigada de diversas culturas que hoje fazem amplo uso da irrigação no País, como o café, laranja e alguns grãos.
Talvez, se compararmos a cana com algumas outras culturas, podemos dizer que essa afirmação é verdadeira, já que a cana precisa de menos água para sobreviver.
Contudo, no contexto da produção comercial, o objetivo não é a mera sobrevivência da planta. Ao contrário, num sistema de produção sustentável, ofertam-se as melhores condições para que a cultura expresse seu potencial genético e produza com eficiência. Por isso, não basta que a cana sobreviva.
No passado, a cana era produzida somente no litoral e no bioma Mata Atlântica, e, de fato, em um ambiente de oferta hídrica mais bem distribuída ao longo do ano. Mas, mesmo assim, com certa frequência anos mais secos traziam fortes impactos negativos à produção.
Com o passar dos anos, e por diversas razões técnicas, logísticas, econômicas e sociais, as lavouras migraram para o bioma Cerrado, principalmente em São Paulo, e mais tarde para Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e, finalmente, o Pará.
Hoje, mais de 50% da cana-de-açúcar do País é produzida no Cerrado, cujo período de seca pode se estender por 4 a 7 meses. Nesse ambiente, não somente o desenvolvimento da planta é tremendamente reduzido, mas também a brotação e a longevidade das soqueiras.
Seguindo a lógica da Lei dos Mínimos de Liebig, o fator de produção mais restritivo pode não ser a água em um contexto de baixíssimo aprimoramento tecnológico e de gestão.
Mas, atualmente, o setor evidencia grandes avanços no manejo varietal de fertilidade, de ervas-daninhas, de fitossanitário, sem mencionar a grande mudança da colheita manual de cana queimada para colheita mecanizada de cana crua, e tantos outros aprimoramentos tecnológicos e gerenciais. Ainda assim, por restrições hídricas, não se tem conseguido há décadas uma evolução significativa de produtividade.
Portanto, a água, que sempre foi o principal fator de produção, cresceu ainda mais em relevância. Evoluíram-se outros fatores de produção, mas a produção também migrou para regiões com oferta hídrica cada vez mais escassa. E por que não citar os desafios trazidos pelas mudanças climáticas globais que têm produzido severos e frequentes períodos de seca em regiões produtoras de cana?
O Mito do consumo de água pela irrigação: Inicialmente, note que é mais apropriado substituir a palavra consumo pela palavra uso. Consumo traz uma visão equivocada de que a passagem da água no interior da planta faz com que ela se perca de forma permanente, desaparecendo do sistema hídrico: o que está longe de ser verdade.
Uma visão desatenta e não sistêmica pode levar a uma conclusão equivocada de que a cana irrigada, por utilizar água proveniente de rios, represas ou poços, acabe usando mais água que uma cana de sequeiro. Contudo, a cana de sequeiro também precisa de água para sobreviver e produzir. Ela, como qualquer outra planta, além de absorver parte da água da chuva com suas raízes, transporta-a através de passar nos colmos, alcançando as folhas; em seguida, a água é liberada na atmosfera pela transpiração. A cana irrigada é idêntica à de sequeiro, mas, além da água da chuva, também transpira a água que lhe foi entregue pela irrigação no período de seca.
Numa visão mais holística precisamos trazer a eficiência produtiva para o centro da conversa. A cana irrigada, por sofrer menos estresse hídrico e nutricional, tem capacidade de produzir mais colmos com cada gota de água que utiliza. A pesquisa da Embrapa tem mostrado que a cana irrigada, quando comparada à de sequeiro, extrai mais de seu potencial genético e produz até 50% mais colmos e açúcar para a mesma quantidade de água utilizada.
Por exemplo, um canavial de sequeiro que recebeu 1200 mm de chuva e produziu 80 ton/ha obteve uma eficiência de 66 kg/mm. No Cerrado, com a tecnologia que temos hoje, conseguiríamos adicionar 300 mm de irrigação e produzir, na mesma área, 120 toneladas, ou seja, uma eficiência de 80 kg/mm. Ou poderíamos adicionar 450 mm de irrigação aos 1200 mm da chuva e produzir 150 ton/ha, gerando eficiência de 83 kg/mm.
A demanda de cana-de-açúcar não é regida pelo setor sucroenergético, mas pelo mercado consumidor, seu modo de vida e sua demanda por alimento, energia, entre outras coisas. Cabe ao setor sucroenergético responder como produzir essa cana e em que níveis de eficiência e sustentabilidade. Como a cana irrigada usa menos água para produzir cada tonelada de colmos, se o setor sucroenergético resolver que produzirá, 20, 40 ou 60% dessa produção anual em sistema irrigado, no final das contas, a necessidade de água para atender a demanda anual de cana, na verdade, reduzirá.
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Para isso, seria fundamental alocar a produção irrigada exclusivamente onde há disponibilidade hídrica - água outorgável. Mas o fato é que as lavouras irrigadas, mesmo utilizando água além da que vem das chuvas, produzem mais e com maior eficiência. E na contabilidade final, a cana irrigada utiliza menos água para produzir a mesma tonelada de colmos ou açúcar.
Produção irrigada, chave para sustentabilidade:
O sistema de produção irrigada de cana-de-açúcar, como qualquer outro, deve obedecer às melhores práticas de sustentabilidade e atender rigorosamente às legislações ambientais. Isso inclui utilizar única e exclusivamente água outorgada. A outorga é concedida com base no estudo do histórico de vazões do manancial, garantindo que a maior fração permanecerá intacta, preservando a vida do ecossistema. Para isso, é crucial uma gestão responsável dos recursos hídricos pelos órgãos públicos e a participação efetiva, cooperativa e harmoniosa dos usuários nos comitês da bacia. Nesse campo, apesar do grande avanço nos últimos anos e da moderna legislação de águas do Brasil, ainda há muita oportunidade de avanço.
Para uma análise técnica e racional da sustentabilidade da produção irrigada de cana-de-açúcar, é fundamental a compreensão dos seguintes fatores:
1) a quantidade de água utilizada por toda agricultura irrigada do País representa menos de 0,6% do que existe em nossos rios;
2) o Brasil possui umas das legislações de água mais modernas do mundo;
3) é possível disponibilizar para produção irrigada de cana, de forma sustentável, uma pequena fração da vazão outorgável ainda disponível em muitas regiões do País, e isso só depende de gestão técnica e responsável, focada na sustentabilidade ambiental;
4) estimativas apontam capacidade de expansão sustentável da produção irrigada no Brasil para, pelo menos, mais 55 milhões de hectares. 5) a produção irrigada pode ser mais eficiente no uso da água do que a produção de sequeiro. Percebemos, portanto, que a produção irrigada de cana-de-açúcar é uma oportunidade para o Brasil e o setor sucroenergético reduzirem a quantidade de água utilizada hoje para atender a demanda de cana-de-açúcar, de etanol, e de energia elétrica, entre outros.
Ademais, o ganho de eficiência promovido pelo sistema irrigado de produção implica em verticalização da produção, ou seja, maior produção em menor área. Assim, a quantidade de terra necessária para atender a demanda de cana-de-açúcar poderia ser substancialmente reduzida, sobrando terra para ser destinada a outros usos, inclusive para preservação de vegetação nativa.
Vale ainda enfatizar que a biomassa de palha, a produção de raízes e a atividade microbiológica do solo é proporcional ao vigor da produção de biomassa aérea da cana-de-açúcar. Por isso, a cobertura e a proteção do solo, a redução da erosão, a infiltração da água, a redução da compactação, a atividade microbiológica do solo e o sequestro de carbono são proporcionalmente maiores em sistemas irrigados racionalmente conduzidos do que em sistemas de sequeiro.
Por essas razões, sistemas de produção como o da cana irrigada, mais modernos, eficientes, verticalizados e racionalmente conduzidos, podem propiciar maior sustentabilidade ambiental do que a produção de sequeiro.
Maior longevidade do canavial :
O principal fator de redução da produtividade está associado à perda de população de colmos, que é resultado, dentre outros fatores, do pisoteio, abalo e arranquio de soqueira, aumento da infestação de pragas e doenças e de degradação da fertilidade do solo.
A longevidade de um canavial é frequentemente definida por uma produtividade mínima aceitável. Algumas vezes, esse número é definido empiricamente. Em outras, é baseado em alguma métrica financeira. Mas, seja empiricamente, ou através de algum critério financeiro, de forma geral, sempre se define uma faixa de produtividade mínima aceitável. Em uma usina com níveis de produtividade inferior, pode ser um TCH (toneladas de cana por hectare) de 40 ou 50. Já nos melhores canaviais do país, a produtividade mínima aceitável poderia ser um TCH de 80 ou 90. Contudo, todas essas referências se referem a um canavial de sequeiro.
Se fosse mantida essa mesma referência para áreas irrigadas, certamente a longevidade do canavial irrigado aumentaria substancialmente porque levaria mais tempo para um canavial irrigado chegar a esses baixos níveis de produtividade; devido ao fato de ele possuir melhores condições hídricas e nutricionais no momento da rebrota. Portanto, perde população em velocidade menor que o canavial de sequeiro. O canavial irrigado, além de manter maior população de colmos, oferece melhores condições para o crescimento de colmos ao longo do ciclo.
Outra questão importante é que a maior oferta hídrica e o melhor aproveitamento nutricional do canavial irrigado permitem que ele compense as eventuais falhas nas linhas por perda de população. Ou seja, uma falha de um metro na linha de cana irrigada tem menor peso na redução de produtividade do que o mesmo metro em área não irrigada.
Considerando a vida útil dos equipamentos de irrigação, seja de pivô ou gotejamento, é possível conduzir dois ciclos de 8 a 10 anos sem grandes intervenções nesses equipamentos. Mesmo no gotejamento, pode-se optar por trocar apenas as linhas gotejadoras a cada ciclo ou depois de dois ciclos. As linhas laterais (linhas de gotejamento) representam aproximadamente 30% do custo de um sistema novo e, com a troca, poderá operar por mais dois ou três ciclos.
Enfim, comparado a um sistema de sequeiro, é fato que a longevidade do canavial irrigado é maior, atingindo produtividades ao redor de 100-120 ton/ha entre o 12º e 15º corte. Para tais resultados, contudo, não basta adicionar água a um sistema de produção de sequeiro.
A produção irrigada possui dinâmica e práticas bem distintas da de sequeiro. A mera adição de água a um sistema de sequeiro sem ajustes na escolha de variedades, nutrição, tratos fitossanitários, maturação, logística e outros fatores, jamais permitirá extrair o potencial do sistema irrigado. Portanto, um sistema irrigado de produção não se resume à adição de água a um sistema de sequeiro.
Produção verticalizada:
O controle do principal fator de produção – a água – , permite o canavial extrair seu potencial genético e expressar todas as outras melhorias no manejo de excelência. Sem a água, as outras práticas são corroídas e não dificilmente atendem plenamente a expectativa.
Ao se comparar um ciclo de 12 anos, empregando as recomendações da Embrapa para produção irrigada de cana no Cerrado, com pouco tempo de experiência, as usinas conseguem entregar até 69% mais produção em relação a mesma área em sequeiro.
E como a produção irrigada consegue contornar os problemas dos piores ambientes de solo e da pior janela climática (agosto a setembro), a usina pode adotar a estratégia de alocar sua fração irrigada nos piores ambientes e na pior janela climática, obtendo ainda expressivos ganhos indiretos por direcionar seus melhores ambientes e janela climática para produção de sequeiro.
Por isso, o maior diferencial de adotar o sistema irrigado em uma fração da área da usina não é a produtividade da área irrigada em si, mas a verticalização da produção como um todo, e o ciclo virtuoso que ela traz nas eficiências por tonelada de cana produzida ou moída.
A verticalização da produção reduz a demanda de maquinário e mão de obra por tonelada, reduz a demanda de área e custo de reforma para manter a usina cheia, reduz a demanda por terra, e toda uma sequência de ganhos de eficiência que culminam na redução de custo (CAPEX e OPEX) e demanda de recursos naturais para produzir cada tonelada de cana. Por isso, lastrear parte da área das usinas com sistema irrigado se traduz no ápice da excelência do manejo agrícola, da competitividade e da sustentabilidade do setor sucroenergético brasileiro. n
A cana-de-açúcar é uma cultura de grande importância econômica no Brasil, sendo amplamente utilizada na produção de açúcar, etanol e bioenergia. A implantação de sistemas de produção de cana-de-açúcar modernos e eficientes, que incluem práticas de irrigação, é fundamental para garantir a alta produtividade e qualidade dos produtos, bem como para promover a sustentabilidade do setor sucroenergético.
A Usina Bevap, localizada no Noroeste de Minas, é uma empresa que tem investido em tecnologias avançadas de produção de cana-de-açúcar, incluindo sistemas de irrigação, a fim de maximizar sua produtividade e eficiência. No entanto, como em qualquer empreendimento agrícola, a implantação desses sistemas também enfrenta desafios específicos.
Uma das principais vantagens da implantação de sistemas de irrigação de cana-de-açúcar é o aumento da produtividade. A irrigação adequada permite fornecer água na quantidade e no momento certos para as plantas, melhorando seu desenvolvimento e aumentando sua longevidade. Hoje possuímos canaviais com 15 cortes com produtividade acima de 108 t/ha.
A irrigação manejada corretamente pode contribuir para a uniformidade do canavial e do teor de sacarose da cana-de-açúcar, resultando em uma matériaprima de melhor qualidade para a indústria sucroenergética. Além disso, a irrigação pode mitigar perdas por quebra de produção, especialmente em períodos de seca, minimizando prejuízos econômicos.
A adoção de sistemas de irrigação também pode promover a otimização do uso de insumos agrícolas. Com a aplicação localizada de água e nutrientes, é possível reduzir a quantidade de insumos,
A irrigação permite fornecer água na quantidade e no momento certos para as plantas, melhorando seu desenvolvimento e aumentando sua longevidade. Possuímos canaviais com 15 cortes com produtividade acima de 108 t/ha. "
Alecio Cantalogo Junior Diretor Agrícola da Bevapdiminuindo, assim, os custos de produção e o impacto ambiental associado ao uso excessivo de fertilizantes e defensivos agrícolas.
Na Usina Bevap, a irrigação tem sido integrada com práticas de manejo sustentável, resultando em uma produção mais eficiente e ecologicamente correta.
Outra vantagem é a maior flexibilidade no planejamento da safra. Com a irrigação, é possível minimizar os efeitos das variações climáticas, como a irregularidade das chuvas, possibilitando o plantio e a colheita em períodos mais adequados.
No entanto, também existem alguns pontos de atenção que precisam ser considerados antes de decidir por esse sistema de produção.
1. O investimento necessário para instalar um sistema de irrigação é significativamente maior do que os custos envolvidos em um sistema de produção sem irrigação. Isso pode ser um obstáculo para algumas empresas.
2. No sistema de irrigação há necessidade de captação de água em quantidade e qualidade adequadas para manter o sistema funcionando. Isso pode ser um problema em regiões com escassez de água ou com qualidade da água inadequada para a irrigação. Além disso, o uso excessivo de água, acima da capacidade de absorção da planta, pode levar a uma redução da produtividade e da qualidade da cana-de-açúcar.
3. A implantação do sistema de irrigação também requer um alto nível de manutenção e cuidado para garantir que o sistema esteja funcionando corretamente. Isso pode ser um desafio para empresas que não possuem conhecimentos técnicos suficientes para manter o sistema em boas condições.
É muito importante que antes da implantação seja feito o processo de estudo do solo e clima verificando a viabilização do processo de irrigação para a região. Devemos lembrar que esse estudo é essencial. Ao contrário do que muitos pensam, esse sistema não pode ser implantado em qualquer região. Há diversas etapas e critérios a serem avaliados. Sendo assim, os fatores primordiais para o sucesso do manejo dessa cultura são:
1. Análise do solo: É necessário identificar a textura, composição química e física do solo para que se possa determinar a capacidade de armazenamento de água e de nutrientes.
2. Zoneamento climático: O clima é um fator importante na implantação da irrigação. Faz-se necessário avaliar os aspectos meteorológicos, como precipitação, evapotranspiração, temperatura, velocidade do vento, radiação solar
e umidade do ar e os aspectos hidrológicos, como a disponibilidade hídrica.
3. Determinação da demanda de água para cultura: É essencial avaliar a quantidade de água necessária em cada fase de desenvolvimento, isso inclui a determinação da evapotranspiração, a definição dos períodos de estresse hídrico e a estimativa das perdas de água por percolação e escoamento superficial.
4. Seleção do sistema de irrigação: Com base nas informações e estudos é possível selecionar o sistema de irrigação mais adequado. Os sistemas mais comuns na irrigação da cana-de-açúcar são: irrigação por aspersão via canhão, via pivô e por gotejamento.
5. Dimensionamento do sistema de irrigação: É necessário determinar a quantidade de água necessária para suprir a necessidade da cultura e dimensionar o sistema de irrigação de acordo com essa demanda.
6. Monitoramento e manejo da irrigação: Uma vez implantado, é preciso monitorá-lo constantemente para evitar desperdício de água e garantir o suprimento adequado para a cultura. Isso inclui a avaliação regular das condições do solo e da cultura, o controle dos parâmetros de operação do sistema de irrigação e a tomada de decisões de manejo baseada nos dados obtidos.
O sistema de irrigação pode ser uma excelente opção para a produção de cana-de-açúcar no Brasil. Ele pode aumentar a produtividade, melhorar a qualidade da cana, reduzir os custos de produção e minimizar o impacto ambiental. Por isso, é importante destacar que a irrigação deve ser vista como uma ferramenta que pode auxiliar na produção da cana-de-açúcar, mas não como uma solução única e definitiva para baixas produtividades. É fundamental que os produtores adotem uma abordagem integrada e sustentável na produção, considerando todos os fatores que afetam a produtividade da cultura.
Além disso, é essencial que os produtores de cana-de-açúcar estejam atentos às mudanças climáticas e adaptem suas práticas de irrigação de acordo com as condições ambientais em suas regiões. O aumento da temperatura e a redução da disponibilidade de água podem tornar o sistema de irrigação mais necessário e, ao mesmo tempo, mais desafiador.
É fundamental que o setor agrícola no Brasil continue a investir em tecnologias que permitam a produção sustentável e eficiente de cana-de-açúcar, garantindo assim o abastecimento de um mercado cada vez mais exigente e competitivo. n
O setor sucroenergético desempenha um papel fundamental na busca por fontes alternativas de energia, uma vez que é responsável pela produção de biocombustíveis, substitutos do combustível fóssil, reduzindo a dependência do petróleo e contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. Diante disso, o setor assume um papel relevante no projeto de transição energética do mundo, em busca de fontes de energia limpa e renovável.
Além disso, a cana-de-açúcar é uma cultura versátil e pode ser utilizada em diversas aplicações, como na produção de bioeletricidade, bioplásticos, biocombustíveis de aviação, entre outros, o que confere a essa cultura uma vantagem em relação a outras fontes de energia renovável.
Outro aspecto importante é a sua capacidade de gerar emprego e renda para as comunidades locais. A produção de cana-de-açúcar é intensiva em mão de obra e, por isso, tem o potencial de promover o desenvolvimento econômico e social em áreas de pobreza e de exclusão social. No entanto, é importante ressaltar que a produção de biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar não é isenta de impactos ambientais e sociais negativos. Portanto, é fundamental que o setor sucroalcooleiro atue de forma responsável
e sustentável, adotando práticas que minimizem os possíveis problemas ambientais e sociais de sua atividade, ao mesmo tempo em que contribua para a promoção da segurança energética e para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Dentro desse contexto, e consolidada como uma das principais atividades agrícolas do Nordeste brasileiro, o cultivo da cana de açúcar tem sido, por décadas, responsável por grande parte da geração de empregos e renda na região. No entanto, a produção de cana-de-açúcar no Nordeste enfrenta desafios específicos. Com relação à competitividade, de acordo com dados do IBGE, a média de produção de cana-de-açúcar na região Nordeste em 2020 foi de cerca de 72 toneladas por hectare, ao passo que, na região Sudeste, a produtividade alcançou cerca de 84 toneladas por hectare. Portanto, a adoção de novas práticas e técnicas agrícolas torna-se ainda mais fundamental para o desenvolvimento sustentável da produção de cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro.
É importante salientar que a produtividade é um dos fatores mais importantes para a determinação do custo de produção da indústria sucroalcooleira, tendo em vista que, quando há uma maior produção de cana-de-açúcar por hectare, maior será a diluição dos custos fixos da produção, tanto para a área agrícola quanto para a área industrial. Assim, a melhoria da produtividade dos canaviais é fundamental para a redução dos custos de produção da indústria sucroalcooleira e para a sua competitividade no mercado global.
Com esse objetivo, o que se tem mostrado fundamental para a melhoria da produtividade dos canaviais, sem dúvida, são os avanços na tecnologia, nos equipamentos e no uso de insumos, novas práticas e técnicas agrícolas têm-se mostrado essenciais para impulsionar a produção de cana-de-açúcar. Entre essas práticas, podemos destacar:
a produção de cana-de-açúcar no Nordeste enfrenta desafios específicos. A média da produção no Nordeste em 2020 foi de 72 t/ha, contra 84 t/ha no Sudeste. A adoção de novas práticas e técnicas agrícolas se torna fundamentais. "
Gerente Agrícola da Impacto Bioenergia
A agricultura de precisão, que é uma abordagem tecnológica para a produção agrícola que utiliza dados e informações precisas para otimizar o uso de insumos e recursos. Essa abordagem é baseada na coleta de informações por meio de sensores e tecnologias de georreferenciamento, como GPS, e na análise desses dados para a tomada de decisões. A agricultura de precisão possibilita monitorar o desempenho das culturas, identificar áreas com problemas de crescimento, realizar a aplicação localizada de insumos e implementar práticas agrícolas mais eficientes e sustentáveis.
Entre as tecnologias utilizadas na agricultura de precisão, estão os sistemas de informações geográficas (SIG), os drones e os satélites de monitoramento remoto. Essas tecnologias permitem a coleta de informações em tempo real sobre as condições do solo, das plantas e do clima, o que ajuda os agricultores a tomar decisões mais precisas sobre o manejo das culturas.
Dentro desse contexto, os drones agrícolas, também conhecidos como VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados), têm ganhado cada vez mais destaque. Esses dispositivos são equipados com câmeras e sensores que permitem a coleta de dados e imagens de alta resolução do campo, o que tem possibilitado tomadas de decisões mais precisas sobre o manejo das culturas.
Além da utilização dos drones agrícolas para obtenção e posterior tratamento de imagens, os drones têm desempenhado importante papel no controle de pragas e doenças, no qual esses equipamentos podem ser equipados com sensores que identificam pragas e doenças nas plantas, permitindo, assim, medidas de controle de forma mais precisa e eficiente, além de pulverização, onde alguns modelos de drones podem ser equipados com sistemas de pulverização que permitem a aplicação localizada de agroquímicos, reduzindo o uso de insumos e minimizando os impactos ambientais.
Outra técnica que merece destaque, é a irrigação 4.0, que consiste em uma abordagem tecnológica buscando otimizar o uso da água por meio da automação e da conectividade de dispositivos e sistemas. Essa abordagem utiliza tecnologias de internet das coisas (IoT): sensores, análise de dados e inteligência artificial para tornar a irrigação mais eficiente e sustentável.
Entre as principais características da irrigação 4.0 estão:
A presença de sensores de umidade do solo, os quais permitem que os agricultores monitorem o nível de umidade do solo em tempo real e ajustem a irrigação de acordo com as necessidades das plantas.
Os sistemas de irrigação inteligentes são capazes de ajustar automaticamente a quantidade de água fornecida às plantas com base em dados de umidade do solo, clima e outros fatores.
Monitoramento remoto por meio de aplicativos e plataformas online.
E, finalmente, a análise de dados, que utiliza a inteligência artificial para identificar padrões e tendências nos dados de irrigação, permitindo que os agricultores façam ajustes e melhorias contínuas no sistema.
Em suma, a utilização de novas práticas agrícolas tem sido fundamental para otimizar a produção de cana de açúcar e tornar o setor mais competitivo. A adoção de tecnologias como a agricultura de precisão e a irrigação 4.0 permite que se produza mais com menos recursos, reduzindo o custo de produção e aumentando a eficiência da atividade, contribuindo para uma maior competitividade no mercado global. Além disso, essas novas técnicas têm sido importantes ferramentas para a promoção da agricultura sustentável, garantindo a preservação dos recursos naturais e a qualidade de vida das pessoas. n
Essa é a solução ideal para áreas com produtividade abaixo de 60 toneladas por hectare. A lógica é muito simples. A operação é aplicada em ruas alternadas. O equipamento faz o corte da cana de ambas as ruas e empurra a cana cortada para as duas ruas laterais.
O trabalho a ser feito pela colhedora passa a ser: cortar da rua que ainda está de pé e recolher, na mesma operação, a cana já cortada pelo equipamento CORT-I-CANA, que recebeu o apelido muito próprio de "engordador de rua".
Esta operação reduz o trabalho da colhedora pela metade, colocando o dobro da cana no elevador. Outra vantagem: para fazer o posicionamento de retorno, a colhedora passa a ter um raio de curva 3 vezes maior, reduzindo o número de manobras, o tempo, a complexidade dos movimentos e o pisoteio. Em função da sua produtividade, um "engordador " atende a duas colheitaderas. Assim, seu uso dobra ou triplica a massa de cana colhida.
O CORT-I-CANA, copia o relevo do solo – independente da ação do operador –permitindo corte bem rasos, e auxilia na abertura de aceiros de colheita evitando o esmagamento da cana. O TCH limite para adensamento passa a depender da capabilidade da colhedora, pois a mesma passará a enfrentar um canavial com TCH dobrado. O uso de tratores com piloto automático facilitará sobremaneira a operação em áreas georeferenciadas.
Temos agora também uma opção para o adensamento de 4 ruas em espaço alternado. O que você acha da ideia de ligar agora para a FCN e pedir uma visita? Se desejar se adiantar, solicite o envio de uma Planilha de Pay-back pelo e-mail Felix@fcntecnologia.com.br. Agora, aperte o botão do Play da página ao lado e assista ao vídeo que mostra a CORT-I-CANA em ação.
Aguardamos seu contato.
O que pode ser mais agradável para um produtor do que ouvir a seguinte frase:
" Você pode dobrar a sua produção e baixar seus custos pela metade
"
Entre 2018 e 2022, tem crescido o interesse por insumo biológicos na produção agrícola, motivado não somente pela eficiência dos produtos, como também pelo aumento do preço de fertilizantes, combustíveis e outros fatores.
Esse movimento vem ao encontro de uma tendência, já em curso, de utilização de matérias-primas e insumos biológicos (não sintéticos) com origem mais amigável ao meio ambiente e à saúde animal e humana dentro de uma concepção de agricultura mais sustentável; isso não se circunscreve aos fertilizantes, englobando principalmente a proteção de cultivos (como o controle biológico), a nutrição e a saúde animal, entre outras classes de produtos. Em termos econômicos, essas práticas levam à redução da dependência de insumos importados, desvinculando, parcialmente, os custos dos produtores da variação do dólar e do custo de transporte internacional.
Temos como procedimento operacional as técnicas de produção OnFarm – do inglês, dentro da fazenda –, que trazem inúmeros benefícios ao produtor rural em função da qualidade do produto final, com menor toxicidade e maior eficiência. Empresas especializadas na produção de fábricas OnFarm montam uma estrutura que serve como base para as biofábricas, que são compostas por tanques automatizados que garantem a segurança e a qualidade do processo de produção dos bioinsumos. Os microrganismos se multiplicam por meio de kits entregues ao produtor, como meio de cultura e sistemas anti-espuma.
É preciso atenção aos detalhes e cuidados apresentados pela empresa responsável pela instalação da fábrica (principalmente na esterilização) a fim de evitar contaminações que possam inibir o processo de multiplicação das bactérias ou fungos.
Um dos grandes desafios dos produtores de cana-de-açúcar é combater pragas que atacam a lavoura. No Brasil, o clima tropical deixa esse trabalho ainda mais tenso. Tendência mundial no combate às pragas da cana-de-açúcar, o controle biológico utiliza uma série de insetos, fungos e bactérias – ou a mistura deles – para combater predadores na lavoura. O Brasil se tornou referência mundial no controle biológico de pragas aéreas e a tática mostra-se bastante eficaz.
Hoje na RAA - Rio Amambai Agroenergia dispomos de uma Biofabrica com um potencial de produção de 16.000 litros diários de multiplicado, utilizados no manejo das áreas de plantio (através do uso de estimulantes e nematicidas) e tratos de cana soca (com foco no controle de nematoides e doenças) em parte da área de cana-de-açúcar com uso de “indutores de resistência”.
O Brasil se tornou referência mundial no controle biológico de pragas aéreas e a tática mostra-se bastante eficaz.
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João Adalberto Palucci
Gerente Técnico de Tratos Culturais da RAA - Rio Amambai Agroenergia
Nossas instalações também possuem quatro tanques de microgeo, com capacidade de 110.000 litros cada. Nessa espécie de biofábrica, primeiramente adicionamos matéria orgânica que contém microrganismos da fauna local. Para possibilitar a sobrevivência e continuidade desses organismos, é adicionado, periodicamente, o microgeo; componente balanceado que nutre, regula e mantém a produção contínua do adubo biológico produzido, através do processo de compostagem líquida de forma contínua.
Tem sido crescente a utilização dessa tecnologia. Em 2022 foram aplicados cerca de 10.000 litros numa área total de 21.000 hectares, entre plantio e soqueiras.
Em 2023 serão aplicados aproximadamente 16.000 litros em um total de 22.000 hectares de áreas sob gerenciamento da unidade. Sendo assim, cerca de 15% da área total dessa propriedade recebe algum tipo de bioinsumo.
Temos focado na disponibilização de nutrientes através de microrganismos solubilizadores, que auxiliam a planta a passar por um estresse hídrico, por exemplo, de forma a não perder produtividade e, naturalmente, ajudar no controle de pragas e doenças por meio do controle direto e/ou indireto (indução de resistência).
Utilizamos como produtos básicos:
• Nematicida: bacillus subtilis + Bacillus lincheniformis;
• Enraizador: azospirillum brasiliense;
• Promotor de resistência a seca: bacillus aryabhattai;
• Condicionador de solo: microrganismos eficientes (EM);
O controle de qualidade da nossa produção é padronizado. Em momentos pré-estabelecidos, retiramos amostras para avaliação de qualidade, visando tanto a “matéria prima” como o material multiplicado.
Vale ressaltar que, quando nos referimos aos multiplicados de qualquer biofábrica, aumentamos a dose levada a campo no momento da aplicação e, atualmente, estamos utilizando cerca de 20 a 30 vezes a mais do recomendado do produto comercial puro; ainda contamos com um mix de organismos (na mesma calda/aplicação) que se sobrepõe em relação aos benefícios à planta.
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Têm sido montados campos de acompanhamento dentro da unidade de operações que têm sido realizadas. Nesse caso refere-se a uma soca de 4º corte da variedade CTC9001, ambiente de produção. Tendo sido colhida em julho/2022, fizemos o corte da soqueira em agosto/2022 e utilizamos alguns produtos de mercado ao lado do nossos multiplicados. No momento, o perfilhamento tem sido analisado, para a seguir ser realizada uma biometria pré-colheita prevista para agosto/2023. É importante destacar que iniciamos as coletas dos dados em dezembro/2022.
FÁBRICA DE BIOINSUMO
Como observado na última avaliação, praticamente não houve diferença entre os tratamentos relacionados ao número de perfilhos; houve uma média de 5 repetições dentro de cada tratamento.
Em outra área de cana-de-açúcar, foi feito um estudo da comparação no plantio, variedade RB98 8082, ambiente de produção D, plantio em julho/2022, em que as avaliações iniciadas em dezembro/2022 serão finalizadas na colheita prevista para julho/2023.
Os produtos utilizados no tratamento químico são padrões de mercado fungicida, nematicida e inseticida; no tratamento convencional, foi utilizado nosso multiplicado com nematicida biológico e microrganismos eficientes, o qual auxilia no sistema antiestresse hídrico da planta, e um fixador de nitrogênio; nesse último foram mantidos os inseticidas e fungicidas químicos.
Assim como no caso do tratamento da soqueira da cana, aqui também observamos que aos 270 dias que não temos diferença de perfilhamento nas condições avaliadas, ambos os experimentos têm a mesma metodologia.
Todos os locais de contagem dos perfilhos serão mantidos fixos até o final das avaliações, quando serão realizadas as biometrias. Em ambos os campos a quantidade de perfilhos observados estão dentro do esperado pelo comportamento das variedades avaliadas.
Vale salientar que quando confrontamos os custos dos tratamentos (padrão mercado x multiplicados), observamos que o material multiplicado fica cerca de 70% mais barato que o padrão médio de mercado. n
Estamos diante de um tema particularmente interessante, especialmente para o seguimento sucroenergético e que muito me atraiu enquanto operava mais ativamente no setor. Vamos entender melhor o significado de manejo para melhor contextualizar a importância o assunto.
Manejo: é o ato de manejar, de fazer uso de algo com as mãos, ação de dirigir, governar, chefiar, conduzir, controle ou gerenciamento de negócios ou bens, administração. Gostaria, no entanto, de sugerir uma definição peculiar e adequada ao desenvolvimento do assunto: Manejo no sistema bioenergético pode ser definido como a forma de escolher como extrair melhores resultados, levando-se em consideração as limitações, as oportunidades e as caraterísticas de sua unidade, a tecnologia e os recursos disponíveis ao gestor.
Portanto, podemos entender que manejo é uma ferramenta de gestão, meio etérea, sem forma ou padrão definidos, indisponível nas prateleiras de software. Outro entendimento seria que manejo é uma característica inerente ao comportamento intelectual e cognitivo do gestor que toma decisões e escolhas baseado em condições que lhe são apresentadas naquele momento, de acordo com determinadas características, auxiliado ou não, por tecnologias e recursos disponíveis.
Antes de entrar nas especificidades do nosso seguimento e relembrando experiencias vividas, posso dar exemplos de inúmeros softwares de gestão, ERPs, que conheci e ajudei a desenvolver e a instalar. Todos possuíam inúmeros recursos de modelagens, históricos de resultados e até inteligência artificial; porém, nenhum com capacidade de interpretar o biossistema como um todo e decidir qual seria o melhor caminho, nem a rota de melhor resultado.
Um leitor incauto pode pensar: 'Ok, parece complicado, mas é repetitivo; ano que vem, é só fazer tudo igual ao que deu certo esse ano'. Que bom seria se o ano que vem todas as condições climáticas, comerciais e socio-econômicas e fossem iguais também; se a planta não fosse viva, se seu comportamento fisiológico não fosse mutável. "
Humberto César Carrara Neto Consultor especialista no sistema bioenergéticoEvidentemente, a quantidade de dados examinados e a velocidade de informações geradas são de grande utilidade, mas não consigo enxergar o manejo como um produto disponível no qual se coloca todos os pré-requisitos do seu negócio e ele lhe oferece a forma de fazê-lo da maneira mais eficaz e rentável.
Vamos examinar mais especificamente o nosso seguimento, e me desculpem os leitores se me torno repetitivo, mas acho importante entender e diferenciar o setor sucroenergético dos demais setores da agroindústria para poder entender onde se encaixa e qual a importância do manejo.
Pode parecer muito conceitual, mas, apesar de toda tecnologia industrial e motomecanizada aplicada, nosso setor é dependente de uma planta, a saccharum officinarum, de ciclo anual, semiperene, cultivada em solo aberto e que necessariamente precisa estar viva, até horas antes de ser processada.
Sendo assim, a planta viva de ciclo anual, por ser um vegetal, deve ser plantada, cultivada e cuidada por todo seu ciclo vital útil, exposta às intempéries do clima ao longo de 12 a 18 meses, colhida e processada em poucas horas, geralmente em volumes de milhares de toneladas por hora, sem a possibilidade de se formar estoques reguladores, ou buffer em toda a cadeia produtiva. Além disso, a colheita não tem somente o propósito de entregar a melhor matéria-prima possível na indústria,
que escolhe os campos com melhores índices de maturação. Também, deve atender a logística de distância e a manutenção de raios médios a liberar áreas para o replantio quando não houver cereais intercalados, a liberar área para adubação e cultivo, área para aplicação de vinhaça, área de fornecedores. E, se houver necessidade, deve recolher a palha no meio dessas operações.
Penso que haverá um melhor entendimento, se examinamos outras culturas que, apesar de riscos inerentes a cada uma (janelas de operações e possibilidade de perdas) têm algumas características diferenciadas:
Cadeia de celulose: a planta é perene de crescimento contínuo. Quando colhida, pode ser armazenada. O processamento é o ano todo, não há lead time para os tratos culturais que, se vierem a ocorrer, são extremamente simples.
Cadeia de cereais: quando colhidos podem ser estocados e armazenados antes do processamento, bem como podem ser comercializados antes da colheita, pois são commodities.
Até mesmo o boi que, apesar de riscos e perdas, mas que, em última instância, pode ser mantido a pasto.
Pessoalmente, não consigo identificar nenhuma cadeia do agronegócio que movimente volumes parecidos, em just in time com tantas interferências ou laços, ou interferências e interdependências entre os processos, como se diz em softwares de gestão.
Portanto, como manejar tudo isso com eficiência e eficácia, maximizando resultados em ambientes comerciais normalmente agressivos?
Não consigo me recordar nos meus tempos de bancos escolares de nenhuma matéria que ensinasse como manejar. Ensinaram-nos a produzir dentro das melhores condições, ou dentro da CNTP, mas não me recordo de aprender a conviver com as mais variadas condições, utilizando as tecnologias de produção e de gestão combinadas com fatores socioambientais, edafoclimáticos, industriais e comerciais e em just in time. Tudo isso, realmente é, no mínimo, desafiador.
Creio que, agora, trouxe o conceito de manejo mais adequado ao sistema de produção do setor sucroenergético.
Diferente da definição coloquial de “fazer com as próprias mãos”, podemos entender que manejo é utilizar de todo o conhecimento possível e tecnologia disponível para definir o que, como, onde e quando realizar os processos e os meios de produção, visando maximizar os resultados.
O que, devido as particularidades e laços do sistema produtivo sucroenergético, citadas acima, torna o exercício do manejo dos processos mais desafiador ainda. Devido ao tamanho das unidades atuais e da extensão de terras cultivadas, é praticamente impossível uma unidade
produtora operar em um único tipo ou padrão de solo. Muitas vezes, podem ocorrer até mudanças de microclima dentro de uma mesma unidade. Selecionar as variedades mais adequadas e com maior potencial de produção em um ambiente variegado já é o primeiro exercício de manejo a ser aplicado.
A partir daí, conduzir esses campos, selecionando/escolhendo dentre as mais diversas formas de cultivo, adubação e tecnologias disponíveis, até chegar ao momento de colher. Quando outras variáveis e laços entrarem em jogo, e, mais uma vez, os profissionais, municiados de informação e com ferramentas adequadas, serão constantemente instigados a manejar seus processos. Eles terão que tomar decisões, avaliando cenários, projetando resultados baseados nas mais diversas formas de fazer.
Um leitor incauto pode pensar: “Ok, parece complicado, mas é repetitivo; ano que vem, é só fazer tudo igual ao que deu certo esse ano”. Que bom seria se o ano que vem todas as condições climáticas, socioeconômicas e comerciais fossem iguais também; se a planta não fosse viva, se seu comportamento fisiológico não fosse mutável.
Se assim fosse, editar-se-ia um manual prático de manejo de produção, criar-se-ia uma cadeira nos quadros curriculares das universidades e pronto... formaríamos os manejadores profissionais.
O interessante do manejo é exatamente isso: raramente teremos iguais condições de produção, e, nem sempre, as práticas utilizadas nos processos produtivos podem ser adequadas para um ciclo vegetativo como o foram em outro.
Como equacionar a questão e como capacitar os profissionais para esse complicado exercício de gestão? Na minha concepção, a equação começa com uma adequada gestão do conhecimento adquirido em pesquisas nos institutos de tecnologia e universidades, na incansável observação de campo, na “prosa com a planta”, na prática de tentativas experimentais, na observação incansável de causa e efeito e, principalmente, na difusão e troca desse conhecimento adquirido, que simplesmente acumulado e retido, não resultará em nenhum resultado de sucesso perene.
Acima de tudo, diante da possibilidade de aplicar os recursos da tecnologia de informação digital hoje disponíveis, trabalhar esse conhecimento acumulado em bancos de dados relacionais, aplicando sobre eles a inteligência artificial para, nesse imenso universo de dados, poder relacionar as informações e, assim, adquirir segurança para definir o que, como, onde e quando.
Somente assim, manejaremos plenamente os processos de produção de forma mais assertiva, sem dispensar a capacidade cognitiva inerente ao bom gestor.
Antecedentes
O desenvolvimento de recomendações para a correção da fertilidade dos solos do Cerrado, em bases econômicas e fundamentadas nas suas análises químicas e físicas, foi uma das principais missões da Embrapa Cerrados, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária criada em 1975. A acidez dos solos e a deficiência generalizada de nutrientes, principalmente o fósforo (P), eram os principais fatores limitantes à produção agrícola na região. As doses econômicas de P para culturas anuais em áreas de abertura de cerrado mostravam-se superiores às recomendações de adubação adotadas até então. Com base na experimentação em solos com diferentes teores de argila, foram geradas, no início da década de 1980, as primeiras recomendações de adubação fosfatada corretiva (fosfatagem).
Doses variando de aproximadamente 100 a 250 kg/ha de P2O5, na forma de fontes solúveis, aplicadas em área total e incorporadas ao solo no primeiro ano e complementadas com doses anuais na linha de semeadura, mostraram-se necessárias. Com a ampla adoção do plantio direto na região a partir de meados da década de 1990, novas estratégias de adubação fosfatada passaram a ser estudadas na Embrapa Cerrados por meio de experimentos de longa duração. Os resultados mostraram a viabilidade da adubação fosfatada anual de manutenção a lanço em pré-plantio da soja e do milho em substituição à adubação na linha de semeadura e em solos com teores adequados (corrigidos) de P, prática hoje adotada em mais da metade da área cultivada com essas culturas no Cerrado, agilizando as operações de plantio.
A aplicação de mais 200 kg/ha de P2O5 na forma de superfosfato triplo em faixas após o terceiro corte proporcionou ganho de produtividade de aproximadamente 40 t/ha de colmos já no quarto corte "
Com a grande expansão do setor sucroalcooleiro no Brasil Central nas duas últimas décadas, a Embrapa Cerrados iniciou em 2008 um amplo programa de pesquisas em cana-de-açúcar. O manejo da adubação fosfatada foi um dos principais assuntos estudados. Partiu-se do conhecimento gerado na unidade para culturas anuais, bem como na revisão dos resultados publicados de experimentos de adubação fosfatada da cana-de-açúcar realizados por diferentes instituições.
Os primeiros experimentos foram instalados a partir de 2009 nas usinas Goiasa, Anicuns, Jalles Machado e Vale do Verdão no estado de Goiás, na Destilaria Veredas e na Usina WD em Minas Gerais, e na Usina Pedro Afonso em Tocantins, além de experimentos em Brasília. Atualmente, a experimentação e outros estudos estão sendo realizados nas usinas
do grupo São Martinho em São Paulo e Goiás, e na Embrapa Cerrados. Os resultados experimentais confirmaram as respostas econômicas à adubação fosfatada corretiva, complementando a adubação no sulco de plantio em solos com baixa disponibilidade de P, com efeito residual ao longo de cinco cortes e ganhos de produtividade de colmos por corte, variando de aproximadamente 5 a 20 t/ha.
Esses ganhos são explicados não apenas pela dose adicional de P na adubação corretiva, mas também pela alta eficiência de uso pela cultura do P incorporado em área total. Mostrou-se a possibilidade de substituição da adubação fosfatada no sulco de plantio, aplicando-se toda a dose de P a lanço com incorporação.
► Imagens de julho de 2010 do primeiro experimento de adubação fosfatada de cana-de-açúcar na Embrapa Cerrados em Brasília, em Latossolo Vermelho argiloso com baixa disponibilidade de fósforo, mostrando a cana-planta da variedade RB 867515 não adubada com fósforo (esquerda) e adubada com 200 kg/ha de P2O5 aplicado a lanço com incorporação (direita)
Fosfato reativo brasileiro contribui para a produtividade da cana-de-açúcar.
A Morro Verde Fertilizantes é uma empresa que produz macronutrientes primários e secundários naturais para cana-de-açúcar. Além dos nutrientes fósforo e cálcio, o fosfato reativo tem em sua composição: silício, magnésio, manganês, zinco, entre outros elementos, pois é um produto natural de origem sedimentar.
Os resultados experimentais revelaram produtividades superiores ou semelhantes com o superfosfato em doses elevadas (>150 kg/ha de P2O5) aplicado a lanço com incorporação comparada às mesmas doses no sulco de plantio. Em experimentos nas usinas Goiasa e Jalles Machado, verificou-se também alta resposta à adubação fosfatada de soqueira em solos com baixa disponibilidade de P, adubados no sulco de plantio, mas sem adubação corretiva.
Nessas condições, foram observados ganhos anuais de produtividade de colmos de até aproximadamente 20 t/ha, com doses anuais de 40 kg/ha de P2O5 aplicado sobre o palhiço nas linhas da cultura. A presença de abundantes raízes superficiais na interface solo-palhiço explica a alta eficiência de uso pela cana-de-açúcar do P solúvel aplicado superficialmente.
Ganhos de produtividade com a adubação fosfatada de soqueira, menos pronunciados, foram também observados na presença da adubação corretiva. Surpreendente grande aumento de produtividade com a adubação fosfatada de soqueira foi observado em experimento em andamento na Embrapa Cerrados, em solo com muito baixa disponibilidade de P, adubado no plantio com 200 kg/ha de P2O5 no fundo do sulco.
A aplicação de mais 200 kg/ha de P2O5 na forma de superfosfato triplo em faixas após o terceiro corte proporcionou ganho de produtividade de aproximadamente 40 t/ha de colmos já no quarto corte, com aumentos observados em todos os componentes do rendimento (número de colmos por metro, comprimento e espessura dos colmos).
A rápida e pronunciada resposta da cultura à essa adubação mostra a viabilidade da “fosfatagem de soqueira” como uma oportunidade de recuperação da produtividade do canavial quando a disponibilidade de P é o fator limitante, com expectativa de efeito residual na reforma subsequente.
Fontes alternativas também foram estudadas. A torta de filtro avaliada em experimentos nas usinas Jalles Machado e Goiasa e na Embrapa Cerrados mostrou-se equivalente ao superfosfato quando aplicados nas mesmas doses de P2O5 total.
Fosfato natural importado de alta reatividade (alta solubilidade em ácido cítrico) mostrou-se equivalente ao superfosfato quando
aplicado a lanço com incorporação em solo com pH (em água) abaixo de 6,0, sendo esse desempenho superior ao verificado em experimentos anteriores no primeiro ano com culturas anuais.
Significativa perda de eficiência foi verificada para o mesmo fosfato em experimento na Destilaria Veredas em solo com pH superior a 6,5. Já em aplicação localizada, no fundo do sulco de plantio, a eficiência do fosfato foi baixa em ambos os experimentos.
O efeito negativo da aplicação concentrada explica também a baixa eficiência como fonte de P de um fertilizante organomineral granulado a base de torta de filtro e fosfato natural de alta reatividade, avaliado em experimento na usina Jalles Machado. Fosfatos naturais brasileiros classificados como reativos e outras fontes alternativas de P estão sendo avaliados na Embrapa Cerrados.
Estudos de amostragem de solos canavieiros estão em andamento nas usinas do Grupo São Martinho, e tem como objetivos:
a) definir o número mínimo de subamostras necessárias para compor a amostra enviada ao laboratório;
b) conhecer o efeito da posição amostral em relação à linha da cultura sobre os atributos de fertilidade em diferentes profundidades.
Dos principais atributos, o P e o potássio são os que apresentam as maiores variabilidades, mesmo na escala de pequenas áreas na amostragem em malha, requerendo-se maior número de subamostras do que em sido adotado pelas usinas em geral para a caracterização da disponibilidade destes nutrientes.
A pesquisa agrícola é um trabalho contínuo, em que muitas recomendações requerem atualizações em função da evolução dos sistemas de cultivo.
Recente publicação com recomendações de adubação fosfatada da cana-de-açúcar no Cerrado contemplando o sistema tradicional de cultivo, o cultivo irrigado e o sistema plantio direto na reforma do canavial pode ser acessada na página da Embrapa Cerrados: n
Quer melhorar sua produtividade agrícola?
Então, comece mudando os procedimentos em relação ao seu solo. Cuide dele com muito carinho, pense em todas as práticas de preparo e conservação que for realizar e sempre adote procedimentos que devolvam ou preservem a sua vida existente nele. Solo vivo é solo produtivo.
Como podemos transformar o solo num organismo vivo onde as plantas se desenvolvem melhor? O que fazer para que as raízes aproveitem melhor os nutrientes e a água do solo?
Nossos solos, há décadas vem sendo castigados por sucessivas colheitas e movimento de máquinas pesadas, desde o seu preparo até a colheita, além de uso de diversos produtos químicos sem a mínima preocupação com a sua fração biológica. Os solos tropicais perdem a matéria orgânica rapidamente. Quanto mais se trabalha com arações, gradagens, equipamentos destruidores de soqueiras, queimadas, entre outros, mais rápidas são as perdas. Solo sem matéria orgânica é pobre em microrganismos e em trocas de nutrientes entre a planta e as micelas de argila; solos assim são pouco produtivos.
Para iniciar, vou lhes contar uma passagem inesquecível que marcou minha carreira: No início da década de 90, recebi um chamado de um proprietário de uma grande usina, que após ler uma reportagem sobre as pesquisas da Dra. Joana Döhbereiner sobre a identificação e o isolamento de bactérias fixadoras de nitrogênio diretamente pela cana-de-açúcar, publicada no antigo Suplemento Agrícola do jornal O Estado de São Paulo, demonstrou interesse em adquirir essa tecnologia. A intenção era montar uma produção em grande escala desses microrganismos, visando alcançar o mercado de cana, milho, arroz, sorgo e outras gramíneas produtoras de grãos (uma visão futurista que se concretiza agora).
Esse empresário vislumbrou esse novo mercado e uma nova agricultura com extraordinários resultados econômicos e ambientais, pretendendo a substituição de grande parte do N das fontes químicas por bactérias fixadoras de nitrogênio do gênero Azotobacter, dentre outros gêneros, diretamente nas raízes das gramíneas em geral. Ele solicitou que fizéssemos contato com a pesquisadora e lhe apresentasse uma tentadora proposta para adquirir a nova tecnologia com exclusividade. E lá fui eu ao encontro da Dra. Joana no Rio de Janeiro, onde ela realizava suas pesquisas. Sabem qual foi a resposta que recebi? Foi algo como:
“Meu filho, não é necessário montar nenhum laboratório nem isolar estes microrganismos porque eles já existem em seu solo e já se encontram presentes na natureza. Você pode ativá-los, bastando apenas realizar algumas práticas simples, como por exemplo, evitar a compactação dos solos e estimular os microrganismos com aplicações de fósforo e cálcio – o que você já faz –, além de enriquecer a terra com materiais orgânicos oriundos de restos de cultura, resíduos da usina ou dejetos de animais, mas tudo isso só será possível se houver o arejamento do solo e a umidade suficiente. Agradeça seu patrão e diga a ele que me senti honrada com o convite, mas não posso aceitar a proposta, pois a descoberta que fizemos pertence à humanidade”disse-me ao encerrar a conversa.
No início dos anos 80, foi sinalizado que estavam surgindo uma nova agricultura e um novo manejo para elevação da fertilidade do solo e da produtividade agrícola. Atualmente, essa tecnologia está se consolidando e deve crescer muito ainda. E anotem aí: não tem volta. "
Dib Nunes Jr. Diretor do Grupo IDEA
Voltei para casa tão animado quanto fui, porém, com mil ideias novas na cabeça para fazer um correto manejo dos solos. As palavras daquela sábia senhora mexeram comigo e fiquei por muito tempo meditando nelas e no desconhecido mundo de um solo vivo.
Passei, desde então, a tentar entender um pouco mais sobre qual seria o papel dos microrganismos na reconstrução da fertilidade do solo e nas suas interações com a planta. Como tudo isso poderia melhorar a produtividade das culturas em geral?
Foi o início de minha transformação profissional como engenheiro agrônomo. Percebi que meus mestres ensinaram, e muito bem, diga-se de passagem, o fundamental sobre a química e a física dos solos, mas me faltava mais informações sobre a biologia do solo.
Depois disso, os trabalhos realizados por nossa consultoria agronômica renderam ótimos resultados na reconstrução da fertilidade natural dos solos, elevando sua potencialidade produtiva, principalmente, em solos mais pobres em nutrientes ou depauperados, levando em consideração o conjunto desses três componentes.
Nos últimos 30 anos, tudo isso tomou grande proporção e deu origem ao que chamamos de Manejo Biológico do Solo, o qual se tornou tecnologia obrigatória da nova agricultura e fez surgir um promissor mercado de insumos agrícolas, cujo crescimento é superior a 30% ao ano.
Os agricultores, atualmente, têm à disposição dezenas de microrganismos, como fungos e bactérias isoladas e testadas em laboratório, além de produtos ativadores de desenvolvimento radicular e substratos orgânicos prontos para melhorar a fertilidade do solo, como os ácidos húmicos e fulgicos.
Um casamento perfeito de produtos orgânicos e microrganismos pode contribuir significativamente para o desenvolvimento das plantas. Com mais atividade biológica, o solo se tornará mais bem estruturado, favorecendo a formação de raízes, a absorção e a retenção de água e de nutrientes.
Em solos bem estruturados e até grumosos, esses microrganismos se multiplicam e se fixam ao redor das raízes da cana, formando as conhecidas micorrizas, em uma perfeita relação de simbiose.
Nessas condições, as raízes se desenvolvem bem melhor e liberam exsudatos importantes para a vida desses micro seres, que por sua vez, devolvem o “favor”, aumentando a absorção de nutrientes. A intensidade desses efeitos depende das condições ambientais e de nutrientes préexistentes ou aplicados ao solo.
Para ativar esse mundo extremamente complexo, formado de milhões de microrganismos que vivem na terra e criar uma perfeita associação entre esses seres e as plantas, é necessário realizar um manejo adequado ao nosso clima e pensar em reposição da vida no solo.
Existem no solo inúmeras espécies de microrganismos benéficos que têm importante atuação no controle de pragas e na decomposição de restos vegetais deixados no campo. Os mais conhecidos e que já estão sendo utilizados em grande escala são: bacillus subtilis, azospirillum brasiliense, bacillus megaterion, além dos já familiares bacillus thurigiensis, beauveria bassiana e o metarhizium anisopliae.
Muitos bioinsumos (produtos biológicos usados na agricultura) surgiram ultimamente, e hoje são aplicados em vários estágios da cultura. Na produção canavieira, essa nova tecnologia está sendo cada vez mais utilizada, juntamente com fosfatagens, calagens em profundidade, uso de resíduos industriais e da criação de animais. Aos poucos, os produtos organominerais estão sendo redescobertos pelos agricultores para substituir parte da tradicional adubação química.
Como ilustração, vale a pena citar que no início da década de 80, estudei, praticamente de forma pioneira, em minha tese de mestrado, os efeitos da torta de filtro (que até então era descartada pela maioria das usinas) sobre vinte variedades e os resultados foram fantásticos.
Com 25 toneladas de torta de filtro úmida in natura por hectare (fonte de material orgânico), aplicados no sulco de plantio, em solo do tipo areias quartzosas – classificação da época –hoje neossolos, observamos ganhos médios de 12 toneladas por hectare, por corte, em três cortes consecutivos, quando comparado ao tratamento sem torta de filtro, só com adubos químicos. Dezenas de ensaios surgiram depois disso e o seu uso está cada vez mais aprimorado, com várias novas tecnologias agregadas.
Nunca foi tão importante o uso de matéria orgânica junto com os bioinsumos para devolver a vida ao solo. A torta de filtro, por exemplo, colocada no sulco de plantio, aumenta a atividade microbiana e traz resultados melhores do que quando colocada sobre a linha da soqueira, onde grande parte se decompõe rapidamente, liberando gás carbônico para a atmosfera.
Portanto, no início dos anos 80, mesmo que de forma tímida, esses trabalhos sinalizaram que estavam surgindo uma nova agricultura e um novo manejo para elevação da fertilidade do solo e da produtividade agrícola. Atualmente, essa tecnologia está se consolidando e deve crescer muito ainda. E anotem aí: não tem volta. n
Tudo é energia, ou seja: qualquer atividade praticada pelo homem exige consumo de energia. O sol é sem dúvida a fonte que proporciona a energia ao nosso planeta.
No início da era industrial o homem passou a utilizar carvão como fonte de energia e, posteriormente, com a descoberta oficial do petróleo em 1859 na Pensilvânia por Edwin Drake, passou a desenvolver atividades no campo da mecânica através do uso de combustíveis fósseis.
A descoberta do petróleo proporcionou um grande avanço tecnológico e es ta macro fonte de energia moveu e mo ve o planeta até hoje, onde aproximada mente 55% da energia utilizada vem do petróleo, gás natural e seus derivados. Porém, atualmente, a sociedade sente seus efeitos negativos pelo crescente volume utilizado no mundo todo.
A mecanização plena e tecnologicamente atualizada demanda um planejamento e, principalmente, uma busca de conhecimento técnico, pois, além de seu alto valor na produção da cana (cerca de 70% dos custos) trafega-se no mesmo hectare de 22 a 25 vezes no ciclo da cultura com equipamentos pesados. "
Nas últimas décadas, a busca por fontes alternativas, limpas e renováveis vêm se acentuando e a sociedade cobra esta mudança. Os estudos, pesquisas e avanços tecnológicos têm mostrado alguns caminhos promissores para novas fontes ligadas ao agronegócio.
Quando falamos em agricultura e plantas ligadas, itens de biomassa, combustíveis e energia, a primeira cultura que vem a nossa mente é, sem dúvida, a cana-de-açúcar, uma planta C4 com características agronômicas que carrega no seu DNA
um potencial que, ao ser transformado pela bioindústria, gera uma gama de produtos que sem dúvida está modificando os conceitos de combustíveis e energia para uma sociedade que cada vez mais exige e pensa em substituir os fósseis pelo renovável e limpo gerador de empregos e desenvolvimentos regionais ou globais.
No Brasil o etanol tem substituído a gasolina desde o final dos anos 70 quando o Proálcool teve início e parte dos motores dos veículos começou a ser adaptada e/ou transformada. Atualmente, no Brasil quase 45% dos veículos que possuem ciclo Otto são movidos a etanol.
O etanol, produzido do caldo pelo esmagamento da cana, tem ganhado um reforço na produção por hectare na própria planta, com a utilização da palha ou complementação ao bagaço na produção do etanol 2G, em fase de crescimento em algumas empresas sucroenergéticas.
O etanol também tem sido estudado e testado como fonte de matéria-prima para produção de hidrogênio verde para utilização em veículos híbridos. Essa tecnologia, associada a outras dificuldades que os carros elétricos enfrentam, deverá encerrar completamente o conceito de carros puramente elétricos.
Relacionado à movimentação de motores, o setor aponta para o biodiesel, gerado, também, a partir da cana-de-açúcar. O potencial dessa planta pode ser confirmado se consideramos que um hectare produz 80 toneladas de cana. Portanto, obtemos por hectare 21 t de bagaço a 1.800kcal/kg, considerando que 1 t de bagaço em caldeira de alta pressão gera 1/2 MW/h. Nesse mesmo hectare, temos mais de 7.000 l de etanol, 68m 3 de vinhaça, que de vilã no passado tem atualmente múltiplas opções de uso, como gerar o biometano para mover motores ciclo diesel ou como fertilizante, possuindo aproximadamente 3 quilos de potássio por metro cubico, o suficiente para suprir mais de um hectare com este nutriente, além de proporcionar grande economia na fertilização dos solos em socas e plantio. Atualmente, com a distribuição da vinhaça localizada, podemos expandir as áreas de aplicação desse produto. Temos, ainda, aproximadamente 12 t de palha que fica no campo após a colheita mecanizada e que ao secar (13% umidade) gera 3.700 kcal/kg.
No processamento da cana-de-açúcar pela indústria, além dos itens já citados, temos outros subprodutos nobres, como a torta de
filtro em volume considerável, quando nos referimos a fertilizantes orgânicos ricos em Fósforo, matéria orgânica e com traços de micronutriente. Os números mostram o grande potencial energético da cultura da cana-de-açúcar que, associada às tecnologias que têm sido pesquisadas e desenvolvidas em parceria com Usinas e fabricantes, demonstra claramente que sua participação na matriz renovável e limpa tem garantido um lugar de destaque ao Brasil.
Este setor, no qual convivemos há muitos anos, tem se ramificado para quase todos os estados do Brasil, onde existem diversidades de solo, clima, entre outras. Certamente, há dificuldades para melhorar sua produtividade, pois sendo uma cultura semi perene e passando pelas quatros estações do ano durante seu ciclo, demonstra, sem dúvida, os cuidados necessários de manutenção da lavoura para se obter produtividade economicamente viável.
A eliminação da queima nos canaviais mudou completamente a biologia desse, ambiente favorecendo o ressurgimento de pragas, doenças e novas ervas invasoras. Isso exige mudanças na metodologia de aplicação de insumos; novas moléculas e fórmulas são necessárias e exigem alto grau de conhecimento.
A mecanização plena e tecnologicamente atualizada se faz necessária devido a muitos fatores que vão desde redução de custos de produção, rendimentos operacionais, legislação vigente, atualização de tecnologia, entre tantos outros.
Isso nos demanda um planejamento e, principalmente, uma busca de conhecimento técnico sobre a atividade mecanizada, pois, além de seu alto valor na produção da cana (cerca de 70% dos custos) trafega-se no mesmo hectare de 22 a 25 vezes no ciclo da cultura com equipamentos pesados. A compactação dos solos e injúrias na soqueira, associada a constantes erros operacionais e de adequação de equipamentos, são um dos grandes fatores de redução na produtividade e de aumento nos custos.
Devido às adversidades, é costume dizer: “Nunca uma safra é igual a outra”. Por isso, há necessidade de constante adequação.
A cultura da cana é, sem dúvida, uma fonte de alimentos e energia renovável que está disponível para países como o Brasil, que possui grandes áreas, topografia adequada e condições climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento. n
Há quase cinco séculos cultivada no Brasil, a cana-de-açúcar passou por ciclos muito distintos e marcantes, dos senhores de engenho aos usineiros, das empresas familiares aos conglomerados de capital aberto e, entre outras transformações, a da regulação do governo ao livre mercado. Nos últimos 48 anos, desde o início do Proálcool, ocorreram as grandes expansões de área e o avanço para outras regiões do Brasil além do sudeste e nordeste.
Com o manejo agrícola também não foi diferente, dado que a expansão exigiu significativas mudanças, que foram se concretizando por meio do desenvolvimento da pesquisa, das novas tecnologias e dos equipamentos e máquinas, os quais trouxeram a eficiência necessária para a nova realidade. Nesse período, várias usinas também se estruturaram para receber os campos experimentais de novos clones e variedades, e demais estudos com o objetivo de aprimorar seu manejo agrícola.
As novas variedades sempre significaram um grande impulso no manejo agrícola e na produtividade, seguidas pelo aprimoramento no uso dos insumos. No entanto, aqueles que já atingiram uma média igual ou maior que 100 toneladas de cana por hectare sabem o quanto é preciso fazer para eliminar os “ladrões” de produtividade. Todo o potencial que o emprego de variedades e insumos adequados representa, pode facilmente se esvair se faltar qualidade nas operações agrícolas, rigor na gestão do tempo e da época ideal de execução das atividades.
Aqueles que iniciaram sua carreira nas usinas ou como produtores de cana na era do Proálcool viveram o grande desafio de organizar as lavouras, os registros e os controles das informações agronômicas, além do desafio da busca de soluções de manejo agrícola num cenário de forte expansão, especialmente em solos arenosos de baixa fertilidade.
Foi, sem dúvida, um ciclo de geração de muito conhecimento e de formação de novos profissionais. Essa época deixou um legado muito importante para enfrentar uma nova realidade que estava por vir: a eliminação da queima da palha da cana e a colheita e o plantio mecanizados. Este é o novo ciclo que vivemos hoje, uma era da tecnologia sem fim: do GPS, do piloto automático, das imagens de satélites, dos softwares de gestão, dos equipamentos de monitoramento das operações, dos drones, das máquinas autônomas, entre outras tantas, vão surgindo de forma acelerada.
Para a nutrição da cana-de-açúcar, do preparo do solo aos tratos de soqueira, permanece válida a lei de Liebig (1850) pela qual a produtividade é limitada pelo elemento cuja concentração seja inferior ao mínimo demandado pela cultura."
Jorge Luiz Morelli
Produtor de cana-de-açúcardo Médio
Tietê
É nesse cenário profuso de recursos tecnológicos que o manejo agrícola precisa estar inserido para atingir a tão sonhada produtividade de três dígitos, fundamental para manter os custos num patamar de sustentabilidade. As práticas agrícolas precisam ser revisadas constantemente para atenderem as exigências do mercado e os anseios da sociedade. Muito além das questões trabalhistas e socioambientais, as certificações para posicionar os produtos nos melhores mercados se aprimoram o tempo todo e exigências, como a rastreabilidade, permeiam normalmente nas cadeias produtivas. Num ambiente em que não há retrocesso, abordaremos a seguir alguns conceitos técnicos do manejo agrícola.
Para a nutrição da cana-de-açúcar, do preparo do solo aos tratos de soqueira, permanece válida a lei de Liebig (1850) pela qual a produtividade é limitada pelo elemento cuja concentração seja inferior ao mínimo demandado pela cultura. Contudo, a oferta de insumos e tecnologias se multiplicou tanto nos últimos anos, que, sem um ajuste fino, haverá o risco de desperdício de tempo e recursos. Muito além de trabalhar com os resultados das análises de solo e com os cálculos de reposição dos nutrientes extraídos pela cultura, é imperativo adotar
práticas agrícolas que contribuam para preservar o solo como um ambiente favorável ao enraizamento da cana e ao incremento da vida microbiana. É também fundamental agregar nutrientes via fontes de matéria orgânica, rotação de culturas e proteção do solo com algum tipo de cobertura vegetal. A rotação de culturas, além da possibilidade de receita adicional, significa um grande benefício sob o ponto de vista agronômico, seja no aspecto nutricional, na desinfestação de pragas e plantas daninhas e, também, na conservação do solo graças à cobertura vegetal no período mais chuvoso.
A presença da palha, que se acumula e, também, se decompõe a cada ano, traz os benefícios da retenção da água no solo e da ciclagem de nutrientes. Em algumas regiões, ela pode retardar a brotação das soqueiras, mas existe a solução de removê-la para as entrelinhas, deixando livre as linhas de cana. Serve também de abrigo para algumas pragas importantes, como a cigarrinha das raízes e a broca da cana, mas também para os inimigos naturais. Outras pragas, como o sphenophorus, metamasius e migdolus, de alguma forma, também têm se beneficiado desse novo ambiente. Quanto aos nematoides, há muito tempo se estabeleceu o controle baseado nas amostragens, na identificação de espécies e na população.
Para todas essas pragas citadas, há soluções inovadoras, mesmo que algumas ainda requeiram um ganho de eficiência de controle, como no caso do sphenophorus e outras, como os defensivos biológicos, já se encontram totalmente adequadas à nova realidade. O controle biológico da broca da cana, a diatraea saccharallis, é o mais sedimentado. Há mais de 50 anos são criados inimigos naturais em laboratório e liberados no campo com o objetivo de incrementar o controle biológico natural existente. O uso de drones, relativamente recente, para a liberação de Cotesia e Trichograma, proporcionou um notável ganho de eficiência e qualidade.
As pragas que vivem no solo requerem também um manejo integrado de controle que inclua técnicas que reduzam sua população, como o uso do implemento erradicador de soqueiras no período seco e a rotação de culturas. Existem também para algumas delas os defensivos biológicos, como a beauveria e o metarhizium, que irão infestar as formas das pragas e se colonizar, permanecendo vivos nos anos seguintes. Nematicidas biológicos já são largamente utilizados no plantio e nos tratos de soqueira.
O controle das plantas daninhas também teve de se adaptar após a eliminação da queima da palha. Muitas espécies que raramente eram
encontradas, especialmente as de folhas largas, hoje estão muito disseminadas e agressivas, como é o caso da mucuna, que além da feroz competição com a cana, traz sérias dificuldades à colheita mecanizada. Para a maioria das gramíneas, as soluções de controle são satisfatórias, o que não é o caso da grama seda, difícil de ser erradicada. De qualquer modo, continua valendo o manejo integrado, que prevê o uso de todas as práticas de prevenção para não disseminação das plantas daninhas e a desinfestação das áreas ao longo do ciclo, para chegar no plantio da cana ou das culturas de rotação com as áreas livres de mato.
São muitos os fatores que interferem no manejo agrícola, alguns imponderáveis, como o clima e outros que facilmente fogem ao controle. A conclusão é que, independentemente da condição climática, para continuar produzindo satisfatoriamente ao longo dos cortes, a lavoura de cana precisa ter população de colmos suficiente, pouquíssimas falhas, plantas com bom enraizamento e alta sanidade das folhas o maior tempo possível durante o ciclo; condições que nem mesmo os melhores insumos poderão garantir se não houver uma boa gestão da qualidade, precedida de um trabalho constante de capacitação dos colaboradores. n
Temos passado por um momento de transição na produtividade da cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil. Percebe-se que muitas usinas e produtores têm consolidado recentemente rendimentos crescentes anualmente, depois de preocupante declínio e de uma década de paralisação, em que a produção média por área ficou em torno de 70 a 75 toneladas de colmos por hectare (TCH) e os níveis de ATR, de 128 a 134 Kg/t de cana.
São vários os motivos que ocasionaram essa estagnação:
• clima desfavorável em vários anos subsequentes, com veranicos mais intenso e secas prolongadas;
• adaptação à mecanização, com aumento das perdas e das impurezas vegetais na colheita e falhas e elevado consumo de mudas no plantio;
• expansão para ambientes edafoclimáticos desfavoráveis;
• alongamento do período de moagem, antecipando o início para o outono e postergando
é possível dizer que na média, em pouco tempo, vamos passar do nível atual de cerca de 10 para 13 toneladas de açúcar por hectare. Dífícil, mas não impossível. Já existem usinas e produtores com essas marcas. Quem viver verá. "
o final para dezembro, em ambos os períodos os teores de sacarose são menores, sendo que a produtividade de colmos das canas colhidas em dezembro invariavelmente é menor na safra seguinte;
• envelhecimento do canavial, aumentando a idade média, com redução da porcentagem de renovação e plantio;
• pouca renovação do plantel varietal;
• aumento de pragas e doenças, entre outros.
grama-seda, entre outras; mas também são significativos os prejuízos causados por ma -
Mas o que de fato é o manejo agrícola? Ele pode ser definido como a ação dos técnicos e produtores em promover modificação, adequação e interferência nos diversos processos agrícolas; influenciando a produção. Nesse conceito, os manejos adequados ou corretos podem consequentemente colaborar para o
O Manejo Varietal poderia ser o primeiro item a ser discutido. Do elenco disponível, saber em que tipo de solo tais variedades devem ser cultivadas (pelas exigências em fertilidade e disponibilidade hídrica inerente a cada uma delas) e qual o período de safra a serem colhidas (pelas suas características de maturação precoce, média ou tardia) é fundamento básico na área agronômica.
Nesse quesito se enquadram também algumas outras ferramentas como o uso de maturadores químicos e/ou fisiológicos, visando antecipar a maturação das variedades no início da safra, o que pode gerar um aumento proporcional no ATR médio final e o uso de inibidores de florescimento em anos favoráveis, ou mesmo visando aumentar o PUI de algumas
Estrategicamente temos também o manejo das fases cronológicas e fisiológicas do canavial, consistindo no planejamento de colheita de maneira a aumentar a idade (em meses) das canas colhidas, trazendo um impacto notório
2018: Adaptado da Lei do Mínimo de Leibig
no aumento de TCH e ATR; assim como a destinação de colheita dos piores ambientes para o início e meio da safra.
O próximo item seria o Manejo Nutricional. Houve uma mudança recente na abordagem desse assunto, passou-se a usar a adubação não só pensando em a repor o extraído pela cana; mas também em fazer um "condicionamento do solo" de maneira a racionalizar o aproveitamento dos nutrientes e formar um estoque dos mesmos.
A figura 2 mostra de forma esquemática que podemos manejar melhor o N usando o parcelamento da adubação na soca, assim como a suplementação de dose via aérea a partir do início do verão no boom de desenvolvimento vegetativo e produtos para aumentar a fixação biológica.
Quanto ao K, um grande avanço foi a implementação na soca da aplicação localizada de vinhaça, quer seja in natura ou concentrada, adicionada ou não a outros insumos como inseticidas, promotores de crescimento e produtos biológicos.
Acreditamos que essa modalidade de aplicação é uma ferramenta que melhora muito a qualidade da operação, agregando outros benefícios como a expansão da área aplicada, a diminuição das perdas por lixiviação e até mesmo a diminuição da proliferação da mosca dos estábulos.
Mas, aparentemente, é no P que teremos grandes impactos de um manejo adequado, quando aumentarmos a sua disponibilidade, compensando a adsorção ( Legacy P ) inerente dos nossos solos.
A elevação desses teores de P2O5 nos nossos solos para níveis superiores a 15ppm, quer seja através do uso de solubilizadores, ou com a fosfatagem corretiva por meio do uso de fertilizantes fosfatados ou rochas naturais; esse é um dos exemplos que ocorreu na área de grãos que devemos seguir agora também na cana.
Outra importante prática é o Manejo de Pragas e Doenças. O conceito de MIP – Manejo Integrado de
Pragas – se consolidou no setor, associando o uso de agentes biológicos, como as vespinhas cotesia e trichogramma (atualmente liberados na lavoura via drones) ao fungo beauveria e a inseticidas para o controle da broca.
Aliás, o uso de agentes biológicos tem aumentado muito no setor, e tem se tornado um campo que vai muito ao encontro dos valores de sustentabilidade e ESG.
No controle de doenças, tem havido também uma mudança significativa de abordagem, quando se passa a usar fungicidas em pulverizações aéreas para controle de ferrugens, num manejo que proporciona uma maior área foliar fotossinteticamente ativa, pela limpeza inclusive de outras doenças foliares secundárias.
Tais fungicidas sistêmicos, como benzimidazois, triazois e estrobilurinas, proporcionam adicionalmente o conhecido efeito fitotônico de aumentar a produtividade, enquandrando-se no que podemos chamar de Manejo Fisiológico.
Nessa modalidade pode ser citado o uso de ácidos húmicos e fúlvicos, promotores de crescimento e de enraizamento, fungos e bactérias solubilizadores de N e de P, e uma grande gama de novos agentes que atuam na fisiologia e processos metabólicos da planta, numa interação interessante que pode proporcionar uma mitigação de efeitos de estresse hídrico e nutricional.
Concluindo nossa opinião, na figura 3 sugerimos a magnitude que cada um dos manejos adequados discutidos pode potencialmente proporcionar em aumento de produtividade nos nossos canaviais.
Inserimos também outras ferramentas, como a automação e uso de novos produtos e insumos. Notem que, nessa estimativa, na média é possível passar, em pouco tempo, de um nível atual de cerca de 10 para 13 toneladas de açúcar por hectare.
Difícil, mas não impossível. Já existem algumas usinas e produtores com essas marcas.
“Quem viver verá.” n
Foi dada a largada para a safra 2023/24 na principal região produtora de cana e energia. Todas as equipes alinhadas, treinadas e capacitadas, com o mesmo objetivo: entregarem grandes resultados, como disse nosso eterno campeão Ayrton Senna, “na adversidade uns desistem enquanto outros batem recordes”.
Esta é a minha trigésima safra, ou seja, este ano completo 30 anos focado e dedicado em socializar o conhecimento junto aos produtores de cana. Iniciei minha carreira profissional em uma das maiores associações de produtores de cana do Brasil, a Canaoeste, e, nesse início, tive o privilégio de ter como meu superior e mentor o nosso saudoso Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, mais conhecido como Maneco, que sempre defendeu de forma pura os interesses dos produtores, com conhecimento técnico, convicção e focado em Inovação.
Sabemos que inovar é criar algo novo, é introduzir novidades, renovar. Inovar é sinônimo de mudar ou melhorar algo já existente. Hoje, temos a oportunidade que, em vez de começar a criar uma nova tecnologia do zero, podemos utilizar as tecnologias existentes e encontrar novas soluções, o que é mais rápido e eficiente na resolução dos problemas.
Inovação combina com boa gestão e usar com inteligência esse “pacote” tecnológico com o objetivo de idealizar um futuro mais sustentável na produção de alimentos.
Com a expansão da cultura canavieira, que avançou sobre novas áreas em ambientes edafoclimáticos com diferentes potenciais de produção, em que esse potencial é dado pela interação entre planta, solo e clima, atingir ou não esse potencial depende das práticas de manejo agronômico e da qualidade das operações agrícolas.
O grande desafio dessa expansão é agir com responsabilidade técnica, social, econômica e ambiental. Nesse contexto, fazer o mapeamento do solo e identificar os ambientes de produção é fundamental para a alocação correta das variedades de cana. Dentro desse contexto, a Agricultura de Precisão – AP, nos permite o gerenciamento localizado dos cultivos e desponta como promessa no cenário agrícola brasileiro.
A Agricultura de Precisão pode ser definida como um conjunto de ferramentas e tecnologias que permitem ao produtor o gerenciamento localizado do solo e de suas lavouras, aprimorando todo o sistema produtivo a fim de melhorar o retorno econômico.
Os primeiros relatos acadêmicos comprovando a variabilidade espacial dos atributos do solo dentro de um talhão datam da década de 1920. No Brasil, a Agricultura de Precisão foi introduzida em meados da década de 1990, mas os avanços significativos só aconteceram a partir de 2000, com a difusão do uso do GPS –Sistema de Posicionamento Global.
A Copercana Agricultura de Precisão nasceu para que oferecer aos seus cooperados os serviços de mapeamento e coleta georreferenciada de amostras do solo, análise laboratorial, elaboração do mapa de aplicação e distribuição do corretivo em taxa variável. "
Sendo assim, uma nova fase da Agricultura de Precisão avançou, facilitando a gestão dos processos, com informações em tempo real, relatórios detalhados e incorporação das tecnologias embarcadas nas máquinas agrícolas.
Na agricultura convencional, o manejo da fertilidade do solo baseia-se apenas nos teores médios dos nutrientes. Ou seja, são realizadas poucas amostras de solo para o planejamento do uso de fertilizantes e corretivos. Dessa maneira, a análise química do solo expressa um único resultado mediano para todo o talhão, desconsiderando a presença de variabilidade espacial e supondo que as propriedades do solo são semelhantes em toda a área.
Dentro deste contexto, os mapas de variabilidade das características do solo são grandes aliados do produtor, pois reúnem as informações sobre a localização e as quantidades ou necessidades de insumos em cada ponto do talhão, dando suporte às tomadas de decisão mais acertadas. O conhecimento desta variabilidade torna-se fundamental para o manejo
localizado dentro do talhão, otimizando as aplicações localizadas de corretivos e fertilizantes. Devido a essa importância, a Copercana já trabalha há alguns anos na aquisição de equipamentos (caminhões) com tecnologia embarcada que realizam a aplicação dos corretivos em taxa variada. No Laboratório de Solo da Copercana, há constantes investimentos na aquisição de equipamentos e aprimoramento constante de sua equipe visando sua evolução na prestação do serviço, obedecendo às metodologias relacionadas aos conceitos da Agricultura de Precisão.
Dessa maneira, nasceu a Copercana Agricultura de Precisão, que oferece aos seus cooperados os serviços de mapeamento e coleta georreferenciada de amostras do solo, análise laboratorial, elaboração do mapa de aplicação e distribuição do corretivo em taxa variável. É um primeiro, mas firme, passo da cooperativa para proporcionar aos cooperados o que há de novo em termos de precisão, sem a necessidade de grandes investimentos.
A técnica gera uma grade regular virtual sobre o talhão por meio de um sistema de informação geográfica (SIG), dividindo o campo em polígonos regulares (quadrados ou retângulos).
Dentro de cada área, é gerado um ponto amostral que pode estar localizado no centro. As coordenadas dos pontos são transferidas para um receptor GNSS de navegação que guiará a equipe de coleta até cada local de amostragem.
A execução do serviço é realizada com um quadriciclo Honda Fourtrax 4x4 TRX 420, equipado com perfurador SACI com regulagem na altura das brocas de coleta, onde o operador trabalha com um GPS acrescido de um software de campo que serve como guia para levantamento e conferência das coordenadas georreferenciadas.
Após a definição do grid amostral, que pode variar de um ponto por hectare até um ponto a cada cinco hectares, são retiradas amostras em duas profundidades, de 0-25 e a outra em 25-50 centímetros, formadas pelo material extraído de oito a dez subamostras, o que compõe uma amostra composta para cada profundidade. A qualidade da amostragem de solo é fator determinante e está diretamente relacionada à qualidade no restante do ciclo.
Definição do Grid Amostral:
As amostras coletadas são encaminhadas para o Laboratório de Solos da Copercana, acreditado com a ISO 17025 (que atesta sua alta qualidade), o qual, através de sua estrutura de última geração, utiliza a metodologia do IAC em seus ensaios.
A relação do resultado dos ensaios de fertilidade com as informações georreferenciadas cria o mapa de recomendação, expressão digital da necessidade de correção do solo, o que faz parte do escopo dos serviços de Agricultura de Precisão executados pela Copercana.
Assim, os mapas de variabilidade espacial representam a digitalização das características do solo em pequena escala, apresentando precisão na quantidade dos atributos analisados e em sua localização, ou seja, indicam a quantidade de corretivo que realmente o solo necessita, no local adequado.
Tanto na calagem como na gessagem, as doses são discriminadas por cores diferentes e encontradas através do intervalo de dose máxima e mínima com o V% desejado. Com o cálculo, o produtor sabe a quantidade total que vai precisar, o percentual e o tamanho de cada intervalo de dose, como mostra a imagem abaixo.
Ao imputarmos o mapa no receptor dos caminhões que aplicam os corretivos em taxa variável, ele alterará a dose automaticamente cada vez que mudar a área de recomendação.
Todo ciclo se fecha com o trabalho agronômico especializado, que não fica apenas no âmbito da assessoria dos manejos, mas principalmente em apresentar os resultados e orientar o produtor cooperado na tomada das melhores decisões.
Normalmente, todos aqueles que buscam o desenvolvimento, sejam eles econômicos ou até mesmo profissionais, fixam suas expectativas apenas, ou principalmente, no objetivo final. Concordo que devemos e temos que buscar nossos objetivos, sem desprezar ou nos esquecermos de rever certos pensamentos, paradigmas, posturas e ações, pois não se conseguem novos resultados utilizando-se de velhas práticas. Cada ação tem uma reação e cada efeito tem a sua causa.
Contudo, o sucesso de nossa atividade é construído passo a passo, e cada um deles é imprescindível. Saibamos dar esses passos com sabedoria, dando o devido valor a cada aprendizado que a vida nos proporciona.
Encerro essas breves reflexões com uma frase de Paul Krugman: “Produtividade não é tudo, mas no longo prazo é quase tudo”. n
DADOS DA RECOMENDAÇÃO
DOSE MÁXIMA: 10.000 kg/ha
DOSE MÍNIMA: 0 kg/ha
DOSE MÉDIA: 2918.86 kg/ha
TOTAL A APLICAR: 124547.88 kg
A agricultura no mundo inteiro avança rapidamente para atender os 2 bilhões de bocas adicionais dos próximos 30 anos, conforme demonstra o gráfico 1.
Austrália desenvolve centros de tecnologia para reforçar o título de agricultura mais avançada no mundo. Holanda não faz tanta propaganda, mas consegue ser, com sua minúscula área, maior que o Brasil no Agronegócio. Suas empresas trabalham silenciosamente desenvolvendo tecnologias que nós nem sonhamos poder existir. O maior país do mundo em agricultura, a China, surpreende com seu gigantismo e organização, já que se sabe que boa parte destes 2 bilhões de bocas estarão em suas terras ou vizinhas a elas. Os Estados Unidos se seguram como podem após grande desenvolvimento de sementes, que trouxe um crescimento fantástico de sua produtividade e com seus satélites e equipamentos autônomos. Todos preocupam-se em garantir a segurança de alimentos que já é, em muitos países, prioridade estratégica.
E o Brasil? O Brasil timidamente se posiciona entre os grandes como deveria. Detém a primeira posição no ranking de maior exportador
em diversas culturas, inclusive é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, conforme demonstra o gráfico 2.
O Estado de São Paulo, sozinho, é maior que qualquer país produtor de cana-de açúcar individualmente, com exceção da Índia. Nos grãos, o Brasil obteve um crescimento fantástico de produtividade nos últimos dois decênios. Entre a década de 70 e 2020, a produtividade da soja cresceu 207%. No mesmo período, a cana não teve seu rendimento por hectare maior que 50%, conforme demonstra o gráfico 3.
E por que o Brasil é tímido em sua posição de liderança agrícola no mundo? Por que ele foca em commodity básica e não em produtos industrializados? Por que o grande fluxo de comércio está concentrado nas grandes Tradings globais, fora do controle dos produtores? Por que não possui tecnologia avançada (ainda) para fazer frente aos países com tecnologia nem vultosos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento? Realmente não importa.
No médio prazo, todas as tecnologias não monopolizadas estarão “democraticamente” acessíveis e disponíveis pelo mundo: drones de monitoramento, controles biológicos de pragas, equipamentos autônomos, controles automatizados de doenças e mato, agricultura de precisão e mais uma centena de novos microdesenvolvimentos que aportarão inteligência, economia de custo e mais produtividade ao campo. É fato que todas as tecnologias acima mencionadas e as demais que virão serão ferramentas vitais de competitividade para todas as culturas no Brasil: soja, laranja, café, milho e cana, para nomear algumas das mais importantes.
Pode parecer óbvio e lugar comum o que estou afirmando, mas aprendi nas 18 safras que vivi que o óbvio no setor sucroenergético não é óbvio.
Dario Gaeta VP Operações Agrícola e Industrial da Atvos AgroindustrialAlguns países evoluíram um pouco contornando esta tecnologia, pois as condições em seus locais eram praticamente proibitivas do ponto de vista de custo.
O grande fator que sempre fez a diferença e vai ser o único diferencial do nosso setor para sustentar o sucesso de produtividade crescente é o nosso homem do campo. Com tecnologias disponíveis e acessíveis para todos, a nossa gente do campo é que vai virar o jogo e fazer a grande diferença.
Não existem barreiras para uma frente de plantio, tratos culturais ou colheita engajada e motivada. Como todo time de sucesso, o líder é vital para avaliar e acompanhar a dinâmica e executar modificações quando for necessário. Pode parecer óbvio e lugar comum o que estou afirmando, mas aprendi nas 18 safras que vivi que o óbvio no setor sucroenergético não é óbvio. Já vi um time que alcançava resultados pífios, com muitos conflitos, alta rotação de pessoas que, com o líder certo, mudou drasticamente o comportamento e seus resultados.
Óbvio? Acredito que se o fosse, esse time não tinha chegado ao ponto que chegou com resultados medíocres. Um líder não necessariamente garante um time vencedor; e pode ser a causa de um time que não traz resultado. Posso afirmar que a maioria dos homens do campo quer fazer o certo, tem sede de aprender mais e sofrem quando algo fora de seu alcance dá errado ou pior, devido a uma ordem para executar algo que não é tecnicamente correto.
É fato também que o crescimento de produtividade por hectare na cana de “apenas” 50% em quase 30 anos estagnou há quase 20 anos. Portanto, estamos andando de lado, flutuando entre 70 e 80 toneladas por hectare de média no setor. Não quebramos essa barreira.
Há dois fatores determinantes que impactam fortemente na produtividade: qualidade do solo e São Pedro. Assumindo que ambos são “dados”, depois do plantio não temos nenhuma ingerência nesses fatores. Podemos sim, com irrigação e nutrição adequadas, melhorar um pouco a condição do solo, mas nada melhor que uma boa chuva na época certa em solo com condições edafoclimáticas tipo A.
Sendo assim, conforme o título deste artigo, qual a maior tecnologia do mundo que realmente fará a diferença para o Brasil fazer frente aos demais países e tirar o setor sucroenergético desta estagnação de quase 20 anos? A maior tecnologia é a mais desafiadora, não somente no Brasil, como no mundo inteiro.
A Atvos está numa jornada ascendente de produtividade, saindo de 22 milhões de toneladas para chegar perto dos 30 milhões de toneladas por ano na próxima safra. Esse mérito é totalmente do homem do campo e de suas lideranças, formando um time agrícola engajado e poderosamente capaz de desafiar adversidades e superar dificuldades. Saímos de 42 toneladas por hectare e vamos atingir o dobro, 85 toneladas em 3 anos.
Todas as tecnologias modernas estão disponíveis. Todas as técnicas agronômicas são acessíveis para todos. Mas um homem da frente de batalha com vontade de fazer acontecer é muito mais potente e importante para garantir os melhores resultados possíveis. Propósito com gestão
Com papel decisivo para a indústria alimentícia, por meio da produção de açúcar, e de estímulo à diversificação da matriz energética brasileira, com a geração de bioeletricidade e biocombustíveis, o setor sucroenergético enfrenta desafios que demandam cada vez mais a adoção de estratégias capazes de aliar tecnologia e sustentabilidade. E como uma das maiores processadoras de cana-de-açúcar do mundo, a BP Bunge Bioenergia vem utilizando práticas agrícolas e soluções de gestão do campo que ampliam a produtividade e minimizam os impactos negativos ao meio ambiente. A partir de investimentos em pesquisa e desenvolvimento orientados por uma agenda de valorização da economia circular, garantimos que a sustentabilidade de nossos produtos seja baseada em eficiência operacional com visão de longo prazo.
Nesse sentido, há todo um conjunto de ações que vão desde o incremento do uso de bioinsumos, matérias orgânicas e Mudas Pré-Brotadas (MPB) nas lavouras, até alternativas para reduzir a aplicação de defensivos químicos, qualificar o controle biológico e promover o uso racional da irrigação. Assim, uma iniciativa fundamental passa pela meta de eliminar, no plantio, o uso de fertilizantes minerais até 2025, valorizando a vinhaça e a compostagem na nutrição do solo.
Agricultura regenerativa como diferencial: Aplicada de forma localizada, a vinhaça - um dos subprodutos do processamento da cana-de-açúcarpossibilita evitar o uso de água na irrigação e proteger a qualidade do solo, impedindo a saturação dos campos com potássio. Dos 300 mil hectares próprios da BP Bunge Bioenergia, cerca de 80% já contam com a utilização do resíduo, capaz de expandir a longevidade do canavial em dois anos e trazer ganhos de produtividade entre três e dez toneladas por hectare.
uma iniciativa fundamental passa pela meta de eliminar, no plantio, o uso de fertilizantes minerais até 2025, valorizando a vinhaça e a compostagem na nutrição do solo.
Rogério Augusto Bremm Soares Diretor Agrícola da BP Bunge Bioenergia• Presente em mais de 200 usinas de açúcar e álcool, e termelétricas, com mais de 1000 projetos em todo Brasil.
• Elaboração integral de projetos customizados, oferecendo a melhor solução em tratamento de água para caldeira.
• Controle de qualidade dos equipamentos garantido em fábrica própria.
• Desenvolvimento de projetos e execução de sistemas de osmose reversa, troca iônica, ultrafiltração e equipamentos, como: abrandador, leito misto, filtro multimídia, polimento de condensado, entre outros.
• Locação de plantas móveis.
• Partida, comissionamento e operação de sistemas.
• Treinamento dos operadores.
• Prestação de serviços de assistência técnica e pós venda.
• Vendas de peças de reposição e insumos.
• Retrofit de sistemas de tratamento de água.
Os resultados são animadores e projetamos até 2025 elevar essa aplicação para 96% das lavouras.
Na mesma linha, conseguimos, na safra 2022/23, substituir o uso de fertilizantes nitrogenados em 100% da área de plantio, ampliando a presença da bactéria nitrospirillum amazonense . A solução colabora com a fixação de nitrogênio e o desenvolvimento da cana, incrementando a produtividade nos campos.
Além disso, em 100% das áreas de soqueira é utilizada a bactéria azospirillum brasilense , bioestimulante que inibe estresses nutricionais e doenças e limita impactos climáticos. Tal prática já oportunizou, por exemplo, a diminuição de 50% das doses de nitrogênio.
Presente no DNA da BP Bunge Bioenergia, a agricultura regenerativa conta com diversas técnicas que protegem a saúde e a fertilidade do solo e favorecem a biodiversidade. Entre elas está a compostagem, pela qual podemos melhorar a condição do solo e ter um aumento de produtividade entre 10 a 15 toneladas por hectare.
Desse modo, no último ano safra começamos a padronização dos pátios de compostagem para mistura de torta de filtro (oriunda da filtração do caldo da cana) e das cinzas do bagaço (derivadas da queima para geração de bioenergia) - até 2025, a meta é produzir fertilizantes organominerais a partir dessas matérias orgânicas e eliminar, no plantio, o uso de fertilizantes minerais, como o fósforo e o potássio.
Bom para o setor, melhor para o meio ambiente: Outro eixo significativo na busca pela excelência no manejo agrícola é o controle biológico de pragas. Nas nossas 11 usinas, utilizamos drones/VANTs, entre outras tecnologias, para fazer a distribuição das larvas da vespa cotesia flavipes nos canaviais, visando o combate da broca (larva que causa grandes perdas de produtividade nas lavouras).
Já no enfrentamento à cigarrinha e ao s phenophorus levis (bicudo da cana-de-açúcar), a empresa utiliza, respectivamente, o fungo metarhizium anisopliae e a tecnologia dos nematoides entomopatogênicos ( heterorhabditis bacteriophora ), onde ela é pioneira e conta com ótimos resultados.
No intuito de potencializar a produtividade nos canaviais, se mostra muito efetivo o plantio com Mudas Pré-Brotadas (MPB),
importantes para garantir rastreabilidade e reduzir custos. No Núcleo de Produção de MPB - unidade Moema, em Orindiúva-SP, geramos por volta de 3,4 milhões de mudas de cana-de-açúcar ao ano, levando em conta as especificidades de cada uma das 11 unidades da companhia.
Esse processo alavanca a confiança na origem do material e proporciona plantas mais saudáveis e de crescimento 20% mais veloz em comparação a outros métodos de plantio.
Por fim, cabe salientar que a redução na captação e no consumo de água e a qualidade dos recursos hídricos fazem parte da nossa agenda sustentável, presentes nas metas de “Nossos Compromissos 2030”, que tem a finalidade de garantir o uso racional desse recurso em nossos processos agroindustriais.
Tanto para amenizar impactos climáticos como para maximizar a produtividade nos campos, nosso manejo de mitigação de déficit hídrico foca na organização da colheita e na expansão consciente de irrigação e fertirrigação (sem vinhaça localizada), auxiliando na brotação e melhora do ciclo produtivo. Na última safra (22/23) a aplicação de água ou vinhaça alcançou aproximadamente 60% da área plantada.
Além do manejo de colheita e da irrigação, outras práticas são utilizadas constantemente para promover o crescimento das raízes, como, por exemplo, incorporação de matéria orgânica, rotação de cultura, aplicação de adubo organomimeral e estimuladores de desenvolvimento. Importante destacar que o aproveitamento da água residuária e da vinhaça no processo de fertirrigação permite que também tenhamos menor demanda de captação de água nos cursos d’água, para fins de irrigação.
Alcançar elevados índices de produtividade, em consonância com um projeto de desenvolvimento sustentável, exige empenho, investimentos, pesquisa, tecnologia. Exige avançar em melhores práticas, em eficiência e identificar oportunidades.
Nosso compromisso em ser a referência mundial na produção de energia sustentável passa por algumas das técnicas brevemente destacadas neste espaço, e que deverão ganhar ainda mais força nas próximas safras, objetivando construir um futuro de baixo carbono com a economia de recursos financeiros e ambientais. n
O trabalho com a terra exige, cada vez mais, o emprego da tecnologia e atenção à formação da lavoura, com o objetivo de permitir o implemento de uma rotação de culturas que permita também que este manejo traga as melhores condições, a fim de atingir os melhores resultados. Não é exagero afirmar que, neste assunto, a Raízen também tem percorrido o caminho da sustentabilidade em largas passadas nesta safra que se inicia. Sendo assim, vejamos:
No caso da produção de açúcar e etanol, devemos destacar o uso da vinhaça na adubação do canavial. Esse exemplo permite dizer que quase a totalidade das nossas lavouras recebem adubação orgânica em detrimento da adoção de fertilizantes minerais, que têm sido reduzidos safra após safra. O resultado dessa ação é que o solo não é sacrificado, dado a preocupação contínua da companhia de devolver-lhe os nutrientes para fortalecê-lo.
A companhia tem como prioridade garantir que não apenas a vinhaça, mas também outros resíduos resultantes da produção industrial contribuam para incrementar a produção de biomassa, com destaque especial para compostagem e enriquecimento realizado com a torta-de-filtro nos pátios de compostagem, visando principalmente a nutrição do plantio. Os trabalhos realizados com os resíduos orgânicos, assim como todo manejo executado, têm como objetivo melhorar a fertilidade do solo e, desta forma, incrementar a produtividade agrícola de forma sustentável.
Além da aplicação da vinhaça, outra estrela das nossas lavouras são os fertilizantes foliares aéreos. Essa tecnologia tem sido aplicada pelo setor de açúcar e etanol há pelo menos uma década, mas na Raízen ela tem atingido status de excelência, safra após safra.
Cada vez que se consegue recompor a microbiota da lavoura é possível contar com um canavial mais produtivo, resiliente e sustentável. "
Carlos Daniel Berro Filho
Diretor de Desenvolvimento Agronômico da Raízen
Há dois pontos fortes em termos de produção de açúcar e etanol que passam pela adubação biológica e pela irrigação, em que a companhia tem sido reconhecida como um importante player no mercado.
No caso da adubação biológica, em que já investimos R$ 30 milhões, têm sido desenvolvidas biofábricas com produção de micro-organismos benéficos para o canavial. Esse item tende a ganhar mais espaço no setor, com oportunidade para mais aproximação com universidades no futuro.
A irrigação também é um item em expansão em relação a técnicas de pivô, gotejamento e aspersão de salvamento. A companhia está entre as que mais investem no segmento, com destaque para o polo Araçatuba e a região de Andradina. Também, temos desenvolvido parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa.
Entre novembro e janeiro, época de mais chuvas (e também de maior crescimento das plantas) a Raízen desenvolve fórmulas que aliam produtos como nitrogênio, molibdênio, boro e zinco; e isso tem contribuído para o incremento da safra. A companhia tem utilizado essa técnica em cerca de 60% de seus canaviais próprios.
A aplicação aérea, com a reunião de nutrientes, pode ser comparada a uma “injeção na veia” das lavouras, o que permite um retorno entre seis e doze toneladas por hectare.
Nossa meta é garantir que toda matéria-prima seja aproveitada para permitir a rotatividade da terra. Futuramente, nossa intenção é que a maior parte das fazendas da Raízen com boa performance tenha um maior número de cortes, atingindo um nível de excelência com produtividade na casa das 80 milhões de toneladas moídas.
É importante salientar que todo esse trabalho não se restringe apenas aos canaviais próprios da Raízen. Nosso alvo é que os fornecedores de cana da companhia tenham acesso a essas técnicas. A adubação foliar, na qual já investimos R$ 45 milhões, é uma das mais desenvolvidas. A replicação desses modelos sustentáveis em mais áreas deve contribuir para aumentos significativos de produtividade e de oferta de matéria-prima.
À medida que se consegue recompor a microbiota da lavoura é possível contar com um canavial mais produtivo, resiliente e sustentável. Esse é um objetivo permanente da Raízen; e também um dos pilares de nosso sucesso na produção de açúcar e etanol. n
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O Grupo Coruripe tem três tipos distintos de manejos agronômicos devido às características distintas dos nossos três polos de produção (Coruripe-AL, Campo Florido-MG e Iturama, Limeira D’Oeste e Carneirinho-MG). Para a safra 23/24 teremos uma área de produção de 192.054 ha e uma produção estimada de 15 milhões de toneladas de cana de açúcar.
Polo Coruripe: Com a escassez de áreas de expansão e por estar contida em um ambiente de produção restritivo, investimos muito em soluções agronômicas que verticalizassem nossa produção, e a mais expressiva delas foi a irrigação. Hoje possuímos 25.000 ha de canaviais irrigados (gotejo, pivô e aspersão), que permitem um ganho médio de produtividade na ordem de 23% sobre as áreas de sequeiro. Nessas áreas irrigadas, podemos manejar a época ideal da colheita de forma a priorizar o corte das áreas de sequeiro no início de safra (época mais úmida) deixando as canas irrigadas para serem colhidas do meio para o final da safra.
Temos também a opção de irrigar as áreas de plantio de verão (dezembro a março) por ser um período em que as ocorrências de chuvas são menores. Na fertirrigação são utilizados três sistemas de aplicação: localizada, aspersão via caminhões e aspersão via canais e adutoras. Outro avanço que vem ao encontro da irrigação, foi a implementação da colheita mecanizada, pela qual o palhiço remanescente da colheita transforma-se em um verdadeiro colchão protetor dos solos, mantendo a umidade, o aumento dos níveis de matéria orgânica e o controle de ervas daninhas nesses ambientes tão restritivos.
No preparo de solos, é utilizado o sistema de cultivo com rotação de culturas. No caso do feijão, é um projeto social junto aos municípios da região. A Usina cede as áreas já preparadas e as comunidades executam o plantio e a colheita. Esses projetos beneficiam atualmente 950 famílias. "
Paralelamente, fazemos um trabalho de conscientização dos nossos fornecedores em conjunto com a Associação dos Fornecedores de Cana de Coruripe (responsáveis por 35% da matéria prima desta unidade) para adoção deste tipo de colheita, tendo em vista que nossos tabuleiros são ideais para uma boa performance dos equipamentos e à crescente escassez de mão de obra necessária ao corte da cana ao longo das últimas safras.
Um aspecto delicado na unidade é o manejo varietal. Apesar dos convênios com as entidades de pesquisa na busca de materiais promissores, temos um grande trecho a percorrer quando comparamos com a diversidade de variedades consolidadas no Centro-sul. Hoje nosso censo varietal possui um grau de vulnerabilidade muito alto, e isso nos preocupa muito, pois as liberações de variedades promissoras estão em um ritmo aquém de nossas necessidades.
No preparo de solos, é utilizado o sistema de cultivo mínimo com rotação de culturas (crotalária e feijão). No caso do feijão, trata-se de um projeto social junto aos municípios da região onde a Usina cede as áreas de reformas já preparadas e as comunidades carentes executam o plantio e a colheita do feijão; na sequência, a usina fecha com o plantio de cana. Esses projetos beneficiam atualmente 950 famílias.
Polo Campo Florido: Campo Florido é nossa maior unidade, com capacidade para esmagar 4,2 milhões de toneladas de cana por safra, e a particularidade de ser abastecida por 100% da cana proveniente de fornecedores. Ela está localizada na região de Campo Florido, MG, e conta com um ambiente de produção bastante favorável (latossolos vermelhos, vermelho-amarelos e amarelos – ambientes B, C e D) e histórico de precipitações anuais de 1.710 mm. Com o apoio técnico da Associação dos Fornecedores de Cana local e acompanhamento da nossa equipe agrícola, os 50 fornecedores são orientados sobre os manejos agronômicos ideais para o desenvolvimento de suas lavouras. Alguns pontos de destaque são as utilizações dos subprodutos da indústria como a vinhaça e a torta de filtro. No caso da vinhaça, a operação de fertirrigação (aspersão) é feita pela usina, e as aplicações da vinhaça enriquecida e localizada são executadas pelos próprios fornecedores. Já a torta de filtro é cedida pela Usina, e cada fornecedor é responsável pelos processos de compostagem e aplicação na lavoura.
Nas áreas de preparo de solos, a rotação de cultura com soja é uma prática comum, abrangendo praticamente 100% das áreas de reformas e expansões. Após o término da colheita de grãos, os fornecedores iniciam as campanhas do plantio de cana-de-açúcar, respeitando-se as melhores técnicas de manejos e o período ideal para executar essas operações. A combinação desses fatores, aliados ao potencial de produção da região, tem gerado produtividades de 13.000 kg de ATR/ha ao longo das últimas safras.
Polo Iturama: Localizadas na região do Pontal do Triângulo Mineiro, as unidades de Iturama, Carneirinho e Limeira D’Oeste, compõem o terceiro bloco de produção do Grupo, abrangendo uma área de 101.000 ha e a produção de 7,5 milhões de toneladas de cana.
Suas áreas de produções são compostas por 55% de canaviais próprios e 45% de canaviais de fornecedores. Nesse bloco, os fornecedores são amparados tecnicamente pela Associação dos Fornecedores de Iturama e pela equipe técnica da Carteira de Fornecedores da Usina.
Pelo fato de o Polo Iturama estar inserido em um ambiente de produção mais restritivo (59% das áreas estão localizadas em ambientes de produção D e E, e regime pluviométrico de 1.370 mm/ano) a empresa vem investindo em soluções tecnológicas que alavanquem as produtividades de nossos canaviais. Nos últimos anos, têm sido desenvolvidos vários projetos de irrigação e fertirrigação. Em Limeira D’Oeste, foi construída uma adutora pressurizada para vinhaça com 14 km de extensão e implementado um projeto de irrigação por aspersão via carretéis em uma área de 4.500 ha no mesmo bloco. Na unidade Iturama temos dois projetos em andamento. O primeiro é uma adutora pressurizada “mista” de 34,5 km de extensão e abrangência de 6.200 ha, em que no sentido usina/ campo transporta-se vinhaça para fertirrigação e, no sentido contrário, água para irrigação. O segundo projeto que está sendo finalizado é uma adutora para irrigação de salvamento, com capacidade para cobrir uma área de 5.800 ha, e será demandada mediante escassez hídrica. Nas áreas não cobertas pelas adutoras, tem sido feita a fertirrigação com vinhaça enriquecida (nitrogênio, fósforo e boro) e, de forma localizada, através de carretas aplicadoras.
O preparo do solo nesse Polo requer alguns cuidados, principalmente, os relacionados às áreas de expansões no bioma cerrado. Normalmente, as análises de solos recomendam altas doses de corretivos e necessidade de fosfatagens, além do plantio de leguminosas. Mesmo com todos esses investimentos, as produtividades dos canaviais, obtidas nos primeiros ciclos de produção, podem ser insuficientes.
Um outro manejo interessante, e quem tem dado bons resultados, é o plantio da torta de filtro compostada nas áreas de plantio de inverno e meiosis. Normalmente, essas áreas ficam nas adjacências das áreas industriais e, assim, podem ser contempladas com irrigação de águas residuárias e fertirrigação.
Aliadas a todas essas técnicas, devem-se acrescentar um bom planejamento e a execução das atividades dentro das premissas do nosso programa interno de eficiência operacional. n
Situada no Noroeste do Paraná com 7 Unidades produtoras ativas e cerca de 8 mil funcionários, o Grupo Santa Terezinha tem sido há 58 anos uma empresa sólida de referência para as comunidades da região que está inserida.
O Grupo tem implementado ações para evolução ano após ano com o intuito de alavancar sua produção. Nesse cenário foi lançado, em 2019, o Projeto Transforma o qual se baseia em quatro principais pilares. São eles, Segurança, Performance, Custo e Qualidade. O Projeto foi desenvolvido no momento de reestruturação da empresa e estruturado para que todas as equipes se engajassem na busca pelos resultados. Além da busca constante pela melhoria da performance operacional, todo o modelo de produção foi construído para que e a Segurança se tornasse peça fundamental garantindo a saúde e o bem-estar dos funcionários. Com esse modelo, as equipes evoluíram, tornando a Excelência no Manejo Agrícola o caminho essencial para a entrega de bons canaviais.
Com o avanço do projeto e a formação de uma equipe consistente, a empresa deu outro importante passo, a evolução do Projeto Transforma para o Projeto Performa, reforçando ainda mais a busca pela excelência no manejo agrícola e a redução dos custos de produção.
A busca pela consolidação das equipes e o aumento da produtividade do canavial são sempre constantes no Grupo Santa Terezinha, valorizando pessoas que sabem a importância da perpetuidade do Grupo que sempre promove o crescimento das comunidades locais.
Visando esse aumento da produção e buscando uma melhor sustentabilidade do negócio, o Grupo passou a introduzir e expandir diversas práticas agronômicas voltadas ao manejo organomineral para trazer mais vida aos nossos solos.
Dentre as principais estratégias adotadas estão a Aplicação de Composto Orgânico em Profundidade (ACOP) e a utilização da Vinhaça na modalidade de Aplicação Localizada.
Esses dois manejos tem sido potencializados a cada ano em todas as nossas Unidades, resultando em expressivos ganhos de produtividade. Com a implementação do ACOP, prevista para a aplicação em 85% das áreas de Plantio em 2023, garantimos a melhoria da condição do solo, dos índices de germinação, da microbiota do solo, além de redução do risco de plantio em condição de estresse hídrico.
No manejo do ACOP, temos potencializado a utilização da torta-de-filtro (subproduto industrial) e realizado seu enriquecimento com subproduto da avicultura (cama de frango), o que garante boa parte dos elementos nutricionais necessários para a cana de açúcar em sua fase inicial.
Já o manejo com a Vinhaça Localizada foi introduzido no Grupo na safra 2021/22 com aplicação em 75 mil ha, seguidos de 100 mil ha na Safra 2022/23, e, para a safra 2023/24, houve um surpreendente aumento, 128 mil ha de soqueira de cana. Esse manejo em grande escala contempla a utilização da vinhaça
Dentre as alavancas de produtividade que desenvolvemos, a produção de Mudas Pré Brotadas (MPB) é considerada uma das mais importantes.
Leonardo Nicula Cintraproduzida com o enriquecimento de alguns fertilizantes minerais, que é utilizada como fonte de nutrientes para cultura da cana. Esse processo tem garantido o cumprimento do fornecimento nutricional, além de fornecer água numa quantidade significativa de matéria orgânica, complementando o trabalho de reconstrução da microbiota do solo.
Manejo Varietal e outras Tecnologias: Dentre as alavancas de produtividade que desenvolvemos, a produção de Mudas Pré Brotadas (MPB) é considerada uma das mais importantes. Temos acreditado nisso e desde 2019 estamos em operação com uma Unidade de Produção de Mudas que tem produzido mudas com qualidade para os plantios e acelerado novas variedades promissoras para a região. A Biofábrica iniciou sua produção em 2019 desenvolvendo 1 MM de mudas anuais; atualmente produz em sua planta aproximadamente 12 MM anuais. Dentro de todo o processo temos grande preocupação com a garantia de produção de mudas com procedência. Hoje contamos com uma fazenda específica para nosso matrizeiro, de onde procedem todas as variedades para o abastecimento da Biofábrica.
A Unidade Produtora, além de garantir qualidade das mudas, é uma excelente ferramenta de introdução de novas variedades, possibilitando a aceleração na multiplicação de novos materiais e sua entrega em todas as nossas unidades produtoras de forma rápida e eficaz.
Após sua produção, as mudas são destinadas para as áreas planejadas de Plantio para ser plantadas numa estrutura específica de plantadoras de MPB; o plantio é realizado durante o ano todo, com todo o cuidado e a qualidade necessárias a fim de garantir um bom pegamento da muda no campo. Toda essa estrutura garante a excelência, a qualidade e a sanidade das mudas para a posterior multiplicação desses viveiros de forma comercial bem sucedida.
Além disso, o Grupo Santa Terezinha tem inovado e buscado cada vez mais uma velocidade e qualidade no seu manejo. Por isso, em 2021 inauguramos nossa planta de Adubo Foliar (UST Fert) capaz de atender 100% de nossa demanda interna e ainda comercializar para outras empresas. O UST Fert é composto por 9 elementos nutricionais, além de uma fonte orgânica rica em aminoácidos. Em 2023 vamos inaugurar nossa planta do UST Bio, que é responsável pela produção de fungos e bactérias para controle biológico de pragas dos canaviais. Também, possuímos há anos um laboratório de produção de Cotesia flavipes, responsável pelo controle da broca da cana de açúcar.
Outra ferramenta de manejo que tem crescido é a rotação de cultura. Para a safra 2023/24, cerca de 70% do nosso plantio de cana será sobre rotação, sendo a soja, crotalária e amen doim as culturas de maior relevância.
Na Usina Santa Terezinha, inovar é preciso, crescer sustentável ambiental e socialmente é imprescindível e sempre com Segurança, Per formance, Custo e Qualidade.
Manejo com a Vinhaça Localizada Unidade de produção de Mudas Muda pré-brotada Desenvolvimento radicular do Plantio com ACOPAnunciar na Revista Opiniões da Agrishow 16 99773-2200
Anunciar na Revista Opiniões próxima Florestal 16 99773-2200
São 3.356 artigos, sobre 164 diferentes temas, escritos com exclusividade pelas maiores autoridades dos assuntos no país.
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Revista Opiniões
16 99777-7799
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