O novo desenho da produção da cana e do milho - OpAA71

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o desafio da recuperação da produtividade Desnecessário discorrer sobre a recuperação dos preços e, consequentemente, da remuneração advinda dele ao setor sucroenergético, mas o assunto em questão precisa ter esse cenário como pano de fundo. Os bons ventos comerciais sopraram sobre todos os produtos da cadeia, açúcar, etanol e energia, ventos que se originaram de diferentes fontes, porém e afortunadamente sopraram para cima e tudo indica que continuarão nessa direção na próxima safra. Desafortunadamente, os mesmos ventos também sopraram para o setor de insumos, fazendo com que os custos de produção e as dificuldades de reposição de ativos se contrapusessem ao vetor de alta das remunerações dos produtos, porém a resultante desses vetores alavancou nossa já sofrida cadeia e nos fizeram “respirar e sonhar” com safras melhores.

Houve, porém, dois “elementos”, na verdade “maus elementos”, que, apesar de terem contribuído um pouco para os resultados comerciais desta safra, podem trazer dissabores consideráveis para a safra 22/23. Eles são a seca e a geada, que assolaram os canaviais na safra 21/22. A seca dificultou enormemente o desenvolvimento das soqueiras e dos plantios de inverno; as geadas, na sequência, praticamente zeraram o pequeno desenvolvimento que a cultura conseguiu até julho e agosto e trouxeram uma soqueira já debilitada pela seca a uma mesma idade fenológica, ou seja, os canaviais reiniciaram seu desenvolvimento a partir das primeiras chuvas de verão. O que temos diante desse cenário não é um desafio operacional, comercial ou de suprimentos e originação. O desafio que nós temos agora é: como fazer esse canavial se desenvolver o máximo possível em poucos meses de chuvas e potencializar os resultados comerciais que ainda se mantêm no horizonte? Ponderando que o clima é imponderável e considerando que, apesar dos preços dos insumos, me parece ser consenso que os produtores irão nutrir adequadamente seus canaviais, só nos resta um vetor a ser “turbinado”, o da fisiologia, ou seja, descobrir como “abrir o apetite” dos canaviais, fazer com que as raízes e folhas absorvam os nutrientes oferecidos, fazer com

O desafio que nós temos agora é: como fazer esse canavial se desenvolver o máximo possível em poucos meses de chuvas e potencializar os resultados comerciais que ainda se mantêm no horizonte? "

Humberto César Carrara Neto Consultor especialista no sistema sucroenergético

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