O novo desenho da produção da cana e do milho - OpAA71

Page 26

Q

Índice

produtores

o manejo “pré-seca” O cenário produtivo de cana-de-açúcar está constantemente em evolução, e a verticalização da produtividade é o foco dos produtores da cultura. Observamos que a agricultura simples aliada a potentes ferramentas tecnológicas contribuíram para a melhora significativa da produtividade nos últimos anos. Não menos importante, é o contato diário do técnico com a lavoura, uma vez que ele é ainda a maior fonte de informação para a melhor tomada de decisão e/ou ajuste de manejo nesse complexo sistema de produção. O preparo de solo e suas correções nutricionais, a rotação de cultura, a seleção e a alocação adequada da variedade de acordo com o ambiente de produção, a implantação da lavoura através de um excelente plantio, as estratégias ajustadas no manejo de plantas daninhas e os controles de pragas e doenças geram grande consumo de energia das equipes de planejamento e de execução das diversas atividades relacionadas ao cultivo de cana-de-açúcar. Boas práticas visando à ação de manejo a cada estágio de desenvolvimento da cultura tornaram-se comuns por meio de novos estudos de excelentes fisiologistas presentes nas instituições de ensino. Com todos esses fatores citados e executados com sucesso e muito capricho, há ainda o fator clima sendo protagonista dessa história, principalmente nos últimos anos, que nos fez estudar para desenvolver a busca de novas alternativas.

O Centro-Sul do Brasil é considerado um grande polo produtor de açúcar, etanol e energia, iniciando a colheita de cana-de-açúcar ocasionalmente entre os meses de março e abril e estendendo-se até meados de dezembro, de forma a garantir o máximo aproveitamento da janela climática. Pensando em qualidade de matéria-prima e operacionalização da mecanização, os meses de início e final de colheita ocasionam desconforto devido às condições de umidade do solo. Já nos meses do meio de safra, dispomos de condições perfeitas para execução da colheita e de maiores concentrações de açúcares, entretanto enfrentamos condições de intenso estresse hídrico. Assim, os dois principais desafios para otimização de uma safra de cana-de-açúcar são: 1. Iniciar e finalizar com uma matéria-prima contendo indicadores de açúcares (TPH) interessantes, o que é possível principalmente com o uso de maturadores químicos e/ou nutricionais nas janelas de meses com umidade no solo. 2. Atravessar o período de estiagem, com manutenção da produtividade (TCH), sendo este o principal e mais desafiador, que nos instiga a criar estratégias para mitigação dessa perda, que pode ser de até 20% (mesmo corte colhido em abril versus setembro) em anos de estresses hídricos mais expressivos. Dessa maneira, visando amenizar esses problemas, as pesquisas e os estudos contínuos da fisiologia e da morfologia da planta estão demonstrando um caminho bastante promissor,

nessa época, como mecanismo de defesa, a planta fecha os estômatos para minimizar a sua perda de água e as trocas gasosas com o ambiente e busca aprofundar o sistema radicular à procura de melhores condições de umidade para se manter ativa "

Luís Gustavo de Almeida Nunes Gerente de Desenvolvimento Agrícola da Alta Mogiana

26


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
O novo desenho da produção da cana e do milho - OpAA71 by Revista Opiniões - Issuu