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Pedro Jacob Christoffoleti, PJC

manejo seletivo das plantas daninhas

Nossa visão para o produtor atingir um novo patamar de produtividade na cultura de cana-de-açúcar está fundamentada no princípio de um controle de plantas daninhas com eficácia, seletividade, sustentabilidade econômica e ambiental, visando, sempre, mitigar o banco de sementes em suas áreas. Para isso, deve integrar práticas de manejo em todo o processo produtivo: desce a implantação do canavial, passando pela rotação de culturas, cana-planta e cana-soca, até a pré-colheita.

Dessa forma, abordamos, neste artigo, as principais práticas modernas que o produtor precisa empregar nessas etapas, sempre com o intuito de proteger a produtividade potencial do canavial, com o foco de maximizar a produtividade e menor custo.

Na implantação do canavial, o primeiro passo é a erradicação eficaz da soqueira e plantas daninhas perenes remanescentes do ciclo anterior de soqueiras, com o princípio de implantação do canavial “no limpo”. Para isso, a matriz de conservação de solos exige, na maioria das situações, que essa destruição seja química, através do herbicida glifosato. No entanto essa molécula, na atualidade, tem tido um custo muito elevado e escassez no mercado, levando o produtor a procurar alternativas. Um outro ponto interessante a ser salientado nesse tópico é a provável existência futura da cana tolerante ao glifosato, fato que inviabiliza o uso dessa molécula para a destruição de soqueira, levando à necessidade de registros de novas moléculas, como os inibidores da ACCase, (o cletodim, o fluazifop-butil e o haloxyfop).

Uma tendência futura na canavicultura, que já é realidade para a maioria dos produtores de cana, é a utilização do sistema de meiosi (método inter-rotacional ocorrendo simultaneamente), ou a rotação simples na reforma do canavial. Para isso, dois aspectos importantes devem ser destacados: a “linha mãe”, que, no caso de uso de mudas pré-brotadas (MPB), intercaladas com culturas de grãos (soja ou amendoim, principalmente), tem limitações de escolha de herbicidas, relacionada com sua seletividade; por outro lado, a cultura intercalar, que, na maioria dos casos, utiliza herbicidas pós-emergentes, como o glifosato, para a soja transgênica resistente a esse herbicida, ou os inibidores da ACCase (cletodim), no caso do amendoim, com grande risco de derivas para a “linha mãe”.

Canavial 'no limpo', sem a incidência de plantas daninhas interferindo com a produtividade, ou enriquecendo o banco de semente, é a base para atingir um novo patamar de produtividade. "

Pedro Jacob Christoffoleti

Pesquisador da PJC Consultoria Agronômica

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