As tendências do sistema sucroenergético - OpAA67

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Índice

as tendências do mercado de bioeletricidade

a importância da bioeletricidade

da cana-de-açúcar na expansão da oferta de energia O Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas e renováveis entre as grandes economias mundiais. Atualmente, 48% da nossa matriz energética é renovável, enquanto a média mundial é de 14%. Nos países mais desenvolvidos, que fazem parte da OCDE, a participação das renováveis é de apenas 11%. Dos 48% renováveis da nossa matriz, os produtos da cana-de-açúcar contribuem com 19%, maior percentual entre as energias renováveis. Essa característica torna a matriz energética brasileira única entre todas as matrizes mundiais. Em nenhum país, a participação dos produtos da cana-de-açúcar é tão relevante quanto na matriz brasileira. Enquanto os países desenvolvidos buscam, atualmente, fazer a transição energética para uma economia de baixo carbono, no Brasil, essa transição iniciou-se na segunda metade da década de 1970, com o advento do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), criado para enfrentar a crise mundial do petróleo e incentivar a produção de etanol obtido da cana-de-açúcar, para utilização na indústria automobilística, em substituição à gasolina. É evidente que as razões para o início da transição energética brasileira foram preponderantemente econômicas, e não ambientais, como são as motivações de agora.

Atualmente, 48% da nossa matriz energética é renovável, enquanto a média mundial é de 14%. Nos países mais desenvolvidos, que fazem parte da OCDE, a participação das renováveis é de apenas 11%.

Paulo Cesar Magalhães Domingues Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia

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O peso da importação de petróleo na balança comercial do País, que importava, na época, mais de 80% do petróleo que consumia, além da questão de segurança energética, foi crucial para essa tomada de decisão. Desde a década de 1980, os excedentes de energia elétrica produzidos pelas termelétricas que utilizam o bagaço da cana-de-açúcar como combustível têm sido disponibilizados para o sistema elétrico brasileiro, após o atendimento do consumo próprio das unidades agroindustriais. Conforme informações do Sistema de Informações de Geração da ANEEL–SIGA, a potência outorgada de 409 usinas geradoras de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar totalizava 11.951 MW em fevereiro de 2021.


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