As tendências do sistema sucroenergético - OpAA67

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Índice

as tendências do mercado de bioeletricidade

as tendências da bioeletricidade Antes de escrevermos sobre a tendência da bioeletricidade, vamos comentar como foi o ano passado e como está a bioeletricidade neste ano. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), com o impacto do coronavírus, o consumo de energia elétrica foi 1,5% menor no período em relação ao ano de 2019. Observou-se um aumento do consumo de 2,8% no mercado livre e uma retração de 3,4% no mercado regulado de energia elétrica, o mais representativo. Nesse cenário, a bioeletricidade sucroenergética ofertada para o Sistema Integrado Nacional (SIN) foi quase 23 mil GWh em 2020, apresentando um crescimento em torno de 1% em relação a 2019. O montante equivalente a 5% do consumo anual de energia elétrica no País, ou a atender 12 milhões de residências, proporcionando a redução de 6,3 milhões toneladas de CO2, marca que somente seria atingida com o cultivo de 44 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos. Em fevereiro de 2021, a capacidade instalada de geração outorgada e em operação no País está em 176.496 MW. A biomassa em geral representa 9% da matriz elétrica, com 15.604 MW instalados (mais do que uma Itaipu), com 578 usinas termelétricas (UTEs), ocupando a 4ª posição na matriz, atrás da hídrica, eólica e gás natural. Com referência à bioeletricidade da cana, o setor sucroenergético tem 409 UTEs em operação comercial, detendo hoje 11.952 MW, superando a capacidade instalada na usina Belo Monte (que é 11.233 MW).

O potencial técnico de geração de bioeletricidade para a rede pode ser estimado em quase 200 mil GWh. Estamos aproveitando apenas 11% do potencial de geração "

Zilmar José de Souza Gerente de Bioeletricidade da Unica

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O setor sucroenergético representa em torno de 7% da potência outorgada no Brasil e 77% da fonte biomassa em geral. A biomassa chegou a representar 32% do crescimento anual da capacidade instalada no País: em 2010, foi instalado um total de 1.750 MW novos pela fonte biomassa. Em 2020, a biomassa em geral instalou 304 MW novos, representando 6% do total instalado no País ano passado. Agora, já tratando em termos de tendências, em 2021, a previsão é que a biomassa instale 398 MW, representando 8% do total previsto a instalar na matriz elétrica por todas as fontes de geração (5.138 MW). Do lado da demanda, a tendência para 2021 é que a carga (soma do consumo e das perdas) tenha aumento de 3,4% no Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo o Operador Nacional do Sistema, considerando uma elevação do PIB ainda de 3,3%, influenciado pelo carregamento estatístico de 2020 e próximo às últimas indicações previstas no Relatório de Mercado Focus. Para o período 2021-2025, a previsão do ONS é de um crescimento médio da carga de 3,6% por ano. A retomada do consumo é importante para estimular novos projetos de bioeletricidade, tanto no mercado regulado,


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