ethanol summit 2009
combustíveis renováveis e o
futuro do petróleo De acordo com o relatório World Energy Outlook 2008, preparado pela Agência Internacional de Energia - AIE, a demanda de energia pode aumentar quase 50% até 2030, com a consequente elevação das emissões de carbono. Se continuar inalterada, essa tendência pode aumentar a temperatura global em até 6 graus Celsius. A reversão desse cenário só será possível se o mundo fizer investimentos significativos na geração de energia renovável, produzir mais energia reduzindo as emissões de carbono e melhorar a eficiência energética. Esses três desafios terão que ser enfrentados para atender uma demanda de energia de uma população mundial que hoje é de 6 bilhões de habitantes e, em 2030, deverá ser de 9 bilhões. Se fôssemos contar a história do século XX, talvez a melhor maneira fosse através do petróleo. O petróleo como recurso energético sustentou a Segunda Revolução Industrial, com o motor a explosão; a primeira foi carvão abastecendo as máquinas a vapor. Entretanto, a supremacia total do petróleo tende a acabar devido a sua finitude, aos seus impactos negativos para o meio ambiente e à questão da segurança energética. As reservas mundiais provadas de petróleo e gás natural são hoje cerca de 1,2 trilhão de barris de óleo equivalente. O mundo levou 140 anos para consumir o seu primeiro trilhão de barris de petróleo; a proje-
ção é de que o segundo trilhão seja consumido em 30 anos. Existe um grande debate a respeito da finitude do petróleo. O termo peak oil ou pico de Hubbert foi criado para explicar que a produção de petróleo estaria no seu ápice e que, nos próximos anos, a tendência é de um decréscimo na relação reserva/produção. O pico do petróleo é o momento em que a taxa máxima de extração de petróleo é atingida, após o qual a produção entra em declínio. O conceito é baseado nas taxas individuais de produção observadas nos poços petrolíferos. A produção de um campo de petróleo ao longo do tempo geralmente cresce exponencialmente até o pico e depois declina rapidamente. Pico do petróleo é muitas vezes confundido com depleção do petróleo. Pico do petróleo é o ponto de produção máxima, enquanto depleção remete a um período de redução das reservas e da oferta. Em 1956, M. King Hubbert criou e utilizou pela primeira vez modelos utilizando o conceito de pico do petróleo, para prever que a produção de petróleo nos Estados Unidos atingiria o nível máximo entre 1965 e 1970. Outros alegam que, ao longo da história, essa tese da finitude do petróleo vem sendo desmentida, em função de que o fator que determina o tamanho das reservas é o preço do barril. Assim sendo, depois da Segunda Guerra, descobriram os campos gigantes do Oriente Médio, o primeiro e o segundo choque via-
" o que está faltando para assegurarmos uma participação substancial das energias renováveis na matriz energética é a criação de impostos sobre emissões, mercados de direitos de emitir e premiar os consumidores mais eficientes e que utilizem energias renováveis " Adriano Pires Diretor do CBIE - Centro Brasileiro de Infraestrutura
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