editorial
realidades que substituem mitos Nos últimos anos, particularmente desde 2007, a Unica vem trabalhando em várias frentes para que a imagem do setor sucroenergético brasileiro reflita a realidade de uma atividade que vem crescendo e se modernizando em ritmo acelerado, colocando de lado velhos mitos, cada vez menos alicerçados em fatos, que alguns ainda insistem em atribuir ao setor de maneira generalizada. Esse conjunto de iniciativas, de diversas amplitudes e níveis de complexidade, vem produzindo resultados que já são perceptíveis e que talvez se tenham apresentado de forma mais visível durante o Ethanol Summit 2009, realizado no início de junho no Sheraton World Trade Center em São Paulo.
que estamos lidando não apenas com especialistas, autoridades, técnicos e pesquisadores mais bem equipados para o debate, mas também com uma opinião pública que gradativamente ganha maturidade e conquista um entendimento mais preciso e completo, que já permite a muitos entender as vitais diferenças entre um e outro método, um e outro tipo de biocombustível. São percepções que, entre outros aspectos, confirmam o valor da transparência e da política de portas abertas que temos adotado perante a mídia brasileira e internacional. O Ethanol Summit nos apresentou essa nova e mais informada realidade abertamente, não apenas na cobertura jornalística que recebeu, mas também em debates
" o Ethanol Summit apresentou evidentes diferenças de opinião, abordadas de forma criteriosa, objetiva e cuidadosa, pois hoje todos sabem que omitir fatos não traz bons resultados – não há futuro em contar apenas metade da verdade " Marcos Sawaya Jank Presidente da Unica
A exemplo da primeira edição, realizada em 2007, o Summit mais uma vez transformou São Paulo no centro das atenções globais sobre os biocombustíveis, com destaque para o etanol brasileiro produzido da cana-de--açúcar. Mas, diferentemente da natural curiosidade exibida por especialistas estrangeiros que vieram mais para visitar o setor e conhecer o evento em 2007, o que vimos desta vez foi uma participação mais intensa e qualificada, em que visitantes e brasileiros se integraram em dezenas de painéis e debates, todos nitidamente mais equipados para abordar as inúmeras vertentes em torno do assunto. Esse foi um sinal claro do aprendizado por que passou a nossa entidade e boa parte do mundo, a partir do momento em que tantos identificaram nos biocombustíveis – e especificamente na bem-sucedida e exemplar solução brasileira – um possível caminho para seus próprios países, seja via produção própria ou importações. Mais do que isso, foi motivo de grande satisfação constatar que os esforços dos últimos dois anos já nos permitem crer
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em que prevaleceu a espontaneidade de quem apresenta, com autoridade, não só ganhos e avanços como também dúvidas que merecem atenção presente e futura, como fez o consultor e quase “inventor” da Responsabilidade Social Corporativa, o britânico John Elkington. O evento também apresentou discussões em que evidentes diferenças de opinião foram abordadas de forma criteriosa, objetiva e cuidadosa, pois todos hoje sabem que omitir fatos não traz bons resultados – não há futuro em contar apenas metade da verdade. Foi o que se viu no grande debate da manhã do terceiro dia do evento, que contou com o Presidente da Associação de Combustíveis Renováveis - RFA, dos Estados Unidos, Bob Dineen, o Presidente da Associação Americana de Biocombustíveis Avançados - ABFA, Mike McAdams, o Diretor--executivo da associação europeia eBio, Rob Vierhout, o Ministro André Correia do Lago, do Itamaraty, e o representante-chefe da Unica para a América do Norte, Joel Velasco.