ethanol summit 2009
novos avanços em tecnologia flex-fuel " No lançamento, o plano de produção da moto CG Titan Mix previa 50% da produção na versão a gasolina e 50% na versão flex. Passados três meses, foi necessário readequar o plano para 65% flex e 35% gasolina. " Alfred Szwarc Consultor em Tecnologia da Unica
O histórico lançamento do Volkswagen Gol Total Flex, em março de 2003, foi o marco para a introdução da tecnologia Flex-Fuel no país. É inegável que esse fato representou um novo ciclo de desenvolvimento da engenharia automobilística nacional e, principalmente, um novo período de crescimento no uso do etanol. A tecnologia flexível veio para ficar. Atualmente, de cada 100 veículos leves comercializados no país, 88 utilizam a tecnologia. Os demais são versões a gasolina (6,9%) e a diesel (4,4%). Dentre o segmento de veículos a gasolina existem alguns modelos produzidos no país que acabarão por adotar o conceito flex em curto prazo, e temos os veículos importados, que operam com motor a gasolina. São diversas as razões para a popularidade dos veículos flex: diferentemente dos veículos dedicados a um único combustível, oferecem um leque de opções e vantagens ao consumidor: escolha para o combustível mais barato, para o tipo de dirigibilidade e para o menor impacto ambiental. A sua popularidade facilita a revenda no mercado de carros usados e, consequentemente, resulta na sua maior valorização. Além do Brasil, existem veículos flex em outros países. Atualmente, circulam no mundo, aproximadamente, 17 milhões de veículos desse tipo, sendo cerca de 8 milhões nos EUA, 8 milhões no Brasil, 600 mil no Canadá, 300 mil na Suécia e mais alguns milhares espalhados em diversos países - França, Reino Unido, Alemanha, Tailândia, etc. Entretanto, somente no Brasil esses veículos operam com 100% de etanol (E100). Nos demais países, o limite de uso do combustível renovável é de 85% (E85), devido ao clima frio e inexistência de sistema auxiliar de partida a frio. Todavia essa limitação pode ter os seus dias contados com um novo sistema de partida a frio, lançado neste ano pela Volkswagen no Brasil com o Polo E-Flex. Trata-se de um sistema de partida a frio denominado Flex Start, que possibilita a partida do motor em temperaturas ambientes de até menos 5 ºC. Obviamente, esse sistema terá que ser adaptado para temperaturas ainda mais baixas nos países de clima mais frio, porém o avanço tecnológico atingido é importante para demonstrar a viabilidade da ideia. Além de dispensar o tanquinho com gasolina, que é injetada no motor para dar a
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partida quando a temperatura ambiente é menor que 18 ºC, o novo sistema permite reduzir as emissões de poluentes em até 40% e favorece uma melhor dirigibilidade. O veículo flex vem sendo aprimorado desde o seu lançamento no país. Diversos modelos já apresentam o volume do tanque aumentado, ampliando a autonomia em cerca de 10% e reduzindo a periodicidade de reabastecimento. Também houve ganho na economia de consumo. Enquanto a primeira geração de veículos flex apresenta, em relação aos veículos a gasolina, uma diferença no consumo de 30% a 35%, a geração atual traz alguns ganhos, pois essa diferença caiu para 25% a 30%. Isso se deve, em parte, à mudança na visão de algumas montadoras que perceberam a preferência do consumidor pelo etanol e passaram a otimizar os propulsores dos veículos para esse combustível. Enquanto a primeira geração de veículos flex foi desenvolvida para ser um veículo a gasolina que também opera com etanol e misturas desses combustíveis, a geração atual apresenta um número cada vez maior de veículos desenvolvidos para uso preferencial com etanol e que também operam com gasolina. Evidentemente, otimizar um motor para dois combustíveis que apresentam diferenças físicas e químicas não é tarefa simples e envolve custos, de modo que alguns compromissos no projeto do motor acabam sendo adotados, limitando uma otimização maior para a operação com etanol. No exterior, também se observam avanços com a tecnologia flex-fuel, que poderão vir a ser adotados no Brasil. A montadora sueca SAAB desenvolveu uma versão de motor flex equipado com um sistema de sobrealimentação de ar do motor variável e “inteligente”. Dependendo do teor de etanol em uso, há um aumento na pressão de operação do turbo e, dessa maneira, ocorre um aumento virtual na taxa de compressão do motor, possibilitando aumento expressivo na performance. Nos EUA, o motor flex vem sendo desenvolvido para operar em versões de veículos híbridos, que operam com motor de combustão interna e motor elétrico. O protótipo do Ford Escape, recentemente apresentado para o Departamento de Energia dos EUA, consiste em um motor flex de 4 cilindros, que é assistido por um pacote de baterias de 10 kW à base de íons de lítio. Com as baterias