ethanol summit 2009
etanol
O ex-presidente norte-americano Bill Clinton, durante o Ethanol Summit 2009, bem resumiu o desafio do setor sucroenergético nacional: não basta demonstrarmos que somos mais eficientes, precisamos incorporar o princípio da sustentabilidade em toda nossa cadeia produtiva. Só dessa maneira, conseguiremos abrir os principais mercados do mundo para o nosso etanol, derrubando as barreiras não tarifárias. Destacadamente, dois pontos saltam aos olhos: as condições de trabalho e o risco de desmatamento para a expansão da produção. Claro que existem outros entraves para a criação de um mercado global de biocombustíveis, como a padronização do etanol e a consequente transformação em uma commodity ambiental, assim como a disseminação da produção de etanol em mais países, principalmente, emergentes que já produzem açúcar a partir da cana, por meio da transferência de tecnologia e know-how. Apesar dos fundamentos sólidos e do imenso potencial da agroenergia como alternativa energética limpa e renovável, ainda convivemos com a propagação de mitos, inverdades ou simples desinformações que traduzem uma realidade que não corresponde ao atual estado-da--arte do setor. O desafio, agora, está em demonstrar ao mundo que o nosso etanol é sustentável. Responsabilidade social: Em junho, vivemos um momento histórico para o setor: a assinatura de um compromisso nacional para melhorar as condições de trabalho no setor sucroenergético, envolvendo poder público, setor produtivo e trabalhadores. De adesão voluntária, as usinas e destilarias que se comprometerem a implantar melhorias farão parte de uma espécie de “lista branca” das boas práticas. O acordo foi coordenado pela Secretaria Geral da Presidência e contou com o apoio da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, da
limpo e justo Feraesp - Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo, do Fórum Nacional Sucroenergético e da Unica - União da Indústria de Cana-de-açúcar. Deverá beneficiar cerca de 800 mil trabalhadores da colheita, e, entre os benefícios, destacam-se: • Contratação direta e com carteira assinada; • Aferição da produção diante de representantes dos trabalhadores - com o preço acertado antecipadamente, por tonelada de cana colhida; • Fornecimento gratuito de equipamentos de proteção individual e duas pausas coletivas por dia; • Alfabetização e elevação da escolaridade dos trabalhadores, além de promover a qualificação profissional; • As empresas vão oferecer recipientes térmicos para manter a temperatura da comida; • Os sindicalistas terão acesso aos locais de trabalho, e • O transporte será gratuito e seguro. RenovAção: Essa iniciativa sintoniza-se com um programa anunciado pela Unica, que congrega produtores responsáveis por mais de 60% da produção nacional de açúcar e etanol, durante o Ethanol Summit 2009, chamado de RenovAção - Programa de Requalificação de Trabalhadores da Cana-de-açúcar. No estado de São Paulo, maior produtor nacional de cana-de-açúcar, existe uma lei de minha autoria que organizou os procedimentos para o fim da prática da queima até 2021, só que questões ambientais e a crescente inovação tecnológica possibilitaram um acordo, em 2007, para antecipar o fim da queima para 2014. Com isso, o trabalho manual está sendo gradativamente substituído por processos mecanizados de plantio e de colheita. Atentas a isso, empresas do setor já desenvolvem iniciativas isoladas para absorver
" Dos 340 milhões de hectares agricultáveis no Brasil, somente 90 milhões seriam adequados à produção de cana-de-açúcar, que ocupa atualmente 7 milhões de hectares - metade deles para produção de açúcar. Todos os produtos agricultados juntos ocupam 62 milhões de hectares. " Arnaldo Jardim Deputado Federal e membro das Comissões de Minas e Energia e de Meio Ambiente, e Desenvolvimento Sustentável da Câmara Federal
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