ethanol summit 2009
Opiniões
do petróleo à energia: o etanol como opção para as
empresas petrolíferas
O painel “Do petróleo à energia: o etanol como opção para as empresas petrolíferas” foi um dos mais interessantes e concorridos de todo o Ethanol Summitt 2009 e foi estimulante para mim coordená-lo. Participaram como palestrantes desse painel Miguel Rosseto, ex-Ministro do Desenvolvimento Agrário e atual Presidente da Petrobras Biocombustíveis; Ricardo de Gusmão Dornelles, Diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério das Minas e Energia; Marcos Marinho Lutz, Vice-presidente Comercial e de Logística do Grupo Cosan, e Mario Lindenhayn, Presidente da BP Biofuels Brasil. O ex-Ministro Miguel Rossetto ressaltou a importância de todos os elos da cadeia de produção e comercialização de biocombustíveis garantirem a observância de rígidos critérios de sustentabilidade ambiental e social. Indicou como esses critérios serão prioritários para todos os investimentos a serem realizados pela Petrobras Biocombustíveis, tanto no que tange ao bioetanol quanto ao biodiesel. Salientou a importância da prioridade a modelos de produção que beneficiem o pequeno produtor agrícola, em particular naqueles projetos voltados à producão de biodiesel, reiterando o compromisso da Petrobras com investimentos vultosos na área de produção e logística para a distribuição de biocombustíveis no Brasil. Ricardo Dornelles apontou que a matriz energética brasileira tem posição invejável, ao deter 45,1% de energias renováveis em sua matriz, algo admirado em todo o mundo. Um dos destaques dessa característica é o fato de que, no período de 1970 a 2008, com a utilização do etanol combustível de cana, foi evitada
" das alternativas limpas, os biocombustíveis são os que mais têm alinhamento com o negócio hoje, e, além disso, o etanol de cana produzido no Brasil é o que apresenta maior competitividade econômica e melhor performance de carbono " Plinio Mario Nastari Presidente da Datagro
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a emissão de 851 milhões de toneladas de CO2. Dornelles apontou que a Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, organizada pelo governo brasileiro em novembro de 2008, contou com a participação de 92 delegações estrangeiras e 26 organismos internacionais, tendo sido um marco nas discussões envolvendo biocombustíveis. As principais conclusões do evento foram que: 1. mesmo em um cenário de predominância do petróleo como principal fonte de energia das economias modernas, os biocombustíveis são vistos como importante elemento da segurança energética; 2. a dependência de fontes importadas de energia aumenta a vulnerabilidade dos países em desenvolvimento, ameaçando em grande medida sua prosperidade econômica e aumentando sua insegurança energética; 3. os biocombustíveis podem beneficiar a todos. Os exportadores serão beneficiados pela geração de divisas, e os importadores, por economias derivadas de redução nas importações de petróleo e diversificação da matriz energética; 4. as evidências disponíveis levam a crer que a demanda por combustíveis limpos e baratos é ilimitada. A garantia de suprimento é a barreira que se deve trabalhar para superar; 5. considerando-se as tecnologias atualmente disponíveis, seria viável uma mistura obrigatória de 10% de etanol em toda gasolina consumida mundialmente. À medida que as tecnologias para