Especial de Natal

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17 Dezembro 2009 | O MIRANTE

O Natal é a Festa da Família e este ano o menino Jesus chama-se Manuel O Presidente da câmara do Entroncamento, Jaime Ramos, não perde a Missa do Galo

FAMÍLIA. Jaime Ramos, a esposa Amélia e o menino Jesus deste Natal, o neto Manuel

Polvo em vez de bacalhau na consoada, o ritual de felicitar um amigo que faz anos no dia de Natal e a lembrança das primeiras botas Adidas que vieram da Dinamarca.

N

Alberto Bastos

este Natal o presidente da Câmara do Entroncamento vai estar particularmente atento ao neto Manuel. “Como já tem um ano e meio e já percebe melhor o que se passa à sua volta, este Natal deverá ser marcante para ele. Vamos procurar que ele sinta o espírito desta quadra e que saiba que se trata de um dia especial”. A conversa decorre no gabinete de trabalho do autarca. Não há qualquer enfeite que lembre o Natal. Ele confessa que anda ocupado mas não lhe escapam alguns sinais. “Hoje vesti pela primeira vez um sobretudo. A chegada do frio faz-me lembrar o Natal. Para mim um Natal tem

que ter algum frio, ou chuva”. Jaime Ramos passou quase todos os Natais da sua vida no Entroncamento desde que para ali foi viver com os pais aos 2 anos de idade. As excepções foram os dois Natais passados em Angola quando cumpriu o serviço militar. Talvez venha dessa altura a necessidade de sentir que é Inverno e faz frio, para se impregnar do espírito de Natal. “Não me queixo do tempo que estive em África. O único problema eram as saudades porque não havia contactos telefónicos nem internet, como agora. Fui para lá com

foto O MIRANTE

19 anos. No primeiro ano não havia couves para a consoada. Mas criámos condições para isso. No segundo Natal já tínhamos uma horta cultivada por pessoal aqui do Ribatejo. Jovens do campo que sabiam daquilo. Não houve árvore de Natal e a RTP não foi ao nosso quartel gravar as mensagens de Natal que passavam cá na metrópole. Ninguém tinha lá a família e isso fez de nós uma família”, conta. Jaime Ramos diz que o Natal é a festa da família. “ Com excepção do tempo de África passei sempre o Natal em família. Com os meus avós, os meus tios… éramos

uma família grande. Desde que tenho uma casa com condições é ali que nos reunimos. Os meus pais, os meus sogros, cunhados, sobrinhos. Toda a gente. O único vazio é olharmos para os lugares que eram habitualmente ocupados pelos que já partiram. O meu pai, o meu sogro”. Na consoada Jaime Ramos não alinha no bacalhau. Nem ele nem a filha Cláudia. “Caras de bacalhau, gosto. Do bacalhau não sou grande adepto. Nem eu nem a minha filha. Temos feito polvo cozido como se faz em Trás-os-Montes”. Depois da ceia há dois rituais familiares. A Missa do Galo – ora na Igreja da Sagrada Família ora na igreja de Nossa Senhora de Fátima – e uma segunda celebração num espaço menos religioso. “Vamos a casa de um particular amigo nosso que faz anos no dia de Natal, felicitálo e passar algum tempo com ele”. As prendas que vai oferecer ainda não estão todas compradas mas diz que já tem tudo “alinhavado”. Das prendas que recebeu quando era jovem lembra uma mais marcante. “Não éramos ricos mas tive uma infância privilegiada. Não me posso queixar das prendas que sempre me deram mas houve uma que foi especial. As primeiras botas de futebol da Adidas que vieram para o Entroncamento foram-me enviadas por um tio meu quando eu tinha 16 anos. Vieram da Dinamarca onde ele estava emigrado. Tinham pitons de borracha para jogar em relvado, embora nós jogássemos em campos pelados”. Na altura as botas da Adidas não devem ter aparecido no sapatinho junto à árvore de Natal. “Agora lá em casa temos uma árvore artificial mas lembro-me, quando era miúdo irmos buscar o pinheiro ali naquela zona a caminho do Casal do Grilo. Ainda não havia lá nenhuma casa. E também apanhávamos musgo para o presépio. Preparávamos tudo e deixávamos sempre o sapato maior que encontrávamos na esperança que o Pai Natal fosse generoso”. A nível institucional o presidente da Câmara diz-se atento aos problemas dos seus concidadãos, todo o ano e de um modo especial nesta quadra. Temos a tradição dos cabazes de Natal para as famílias carenciadas, fazemos a Festa de Natal para funcionários, filhos e familiares e agora, com o programa Entroncamento Solidário, temos conseguido detectar e procurado fazer o que é possível para ajudar pessoas que estavam bem na vida e que agora passam por dificuldades

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