Relatório 2011

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Apresentação O relatório anual da Visão Mundial no Brasil é um veículo de prestação de contas do trabalho da organização, publicado anualmente. Os números e as ações apresentados neste relatório revelam crianças, adolescentes, jovens, suas famílias e comunidades em busca do desenvolvimento pleno e transformador. São meninos e meninas na escola, com muito mais esperança e futuro, são jovens e adolescentes decidindo em suas comunidades sobre questões políticas e de cidadania, são homens e mulheres desenvolvendo capacidades empreendedoras. Ao ler este relatório anual, o convite da Visão Mundial no Brasil é para envolvimento e participação, junto com a Visão Mundial, na transformação de realidades e de vidas. Aqui também a Visão Mundial apresenta e explica os valores que dirigem a atuação da organização e reforçam o compromisso de seguir a Jesus Cristo, trabalhando com os pobres e oprimidos para promover a transformação humana, buscar a justiça e testificar as boas-novas do Reino de Deus.

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Quem somos? Somos uma organização não governamental humanitária e cristã, que dedica todos os esforços e recursos para contribuir com o alcance do bem-estar de crianças, adolescentes e jovens que vivem nas comunidades mais pobres de nosso país. A Visão Mundial Brasil faz parte da parceria World Vision International, que está presente em mais de 100 países, esforçando-se para erradicar a pobreza e promover a justiça. Motivados por valores cristãos, nos dedicamos a trabalhar com as pessoas mais vulneráveis, independentemente de religião, raça, grupo étnico ou gênero, demonstrando assim que nossa fé cristã nos motiva a apoiar e ajudar todas as pessoas indiscriminadamente.

Missão Seguir a Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, trabalhando com os pobres e oprimidos para promover a transformação humana, buscar a justiça e testificar as boas-novas do Reino de Deus.

Valores Somos cristãos Estamos comprometidos com os pobres Valorizamos as pessoas Administramos com responsabilidade Somos parceiros Somos sensíveis

Visão Nossa visão para todas as crianças: vida em abundância. Nossa oração para todos os corações: a vontade para tornar isso uma realidade.

O que fazemos? Nosso compromisso com a transformação da sociedade, nos faz trabalhar para mudar as estruturas sociais e sistemas injustos que oprimem as pessoas e reduzem as possibilidades de desenvolvimento das comunidades, em especial a vida de crianças, adolescentes e jovens. Para que isso seja possível, promovemos a justiça para a infância, a ajuda humanitária e a reabilitação, contribuindo para o desenvolvimento transformador e sustentável. Para isso, o trabalho é realizado através de parcerias com as comunidades, com foco no bem-estar de crianças, adolescentes e jovens dentro da perspectiva dos valores cristãos.

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Linhas Ministeriais Desenvolvimento Transformador São as ações e processos através dos quais crianças, famílias e comunidades se movem em direção à plenitude da vida com dignidade, promovendo justiça, paz e esperança, como a Bíblia descreve o Reino de Deus.

Advocacy e Promoção de Justiça para a Infância O trabalho de advocacy e promoção de justiça da VMB tem foco nas ações que promovam transformações das estruturas e dos sistemas injustos que afetam sobretudo crianças, adolescentes e jovens, e considera este público como agente ativo e legítimo na construção de alternativas à injustiça.

Emergência e Reabilitação A VMB presta assistência humanitária de emergência para comunidades vítimas de desastres naturais visando a diminuição do sofrimento e criando capacidades de convivência com situações que envolvem risco e restaurando as condições de vida digna.

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Celebramos o ano de 2011, que contou com uma realidade extremamente desafiadora, seja devido a

demandas impostas pela própria organização, seja pelo contexto socioeconômico do país e do mundo. Na própria organização, buscamos a procura pelo conhecimento, a manutenção da qualidade operacional e credibilidade nos vários meios em que atuamos. No contexto do país, buscamos a sustentabilidade e crescimento consistente. Através do conceito de Desenvolvimento Transformador nos dedicamos a trabalhar lado a lado nas comunidades, com foco em crianças e adolescentes, promovendo diferentes ações que venham garantir o desenvolvimento da região e de toda a comunidade envolvida. Tais ações geraram impacto positivo e apoiaram dois milhões de pessoas em relação a geração de renda, saúde materno infantil, enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, assistência humanitária, participação e protagonismo de jovens entre outros. A Visão Mundial desenvolveu suas atividades baseada em seus valores. Sendo uma organização cristã, comprometida com os pobres, atuou valorizando pessoas e sendo sensível à necessidade do outro, desenvolveu inúmeras parcerias e administrou suas contas submetendo-se a auditorias financeiras. Agradecemos o empenho e interesse que os colaboradores, os membros voluntários do Conselho diretor e os padrinhos demonstram pela organização e seu futuro. Encerramos o ano de 2011 com o registro de 12 mil padrinhos. Este é um ganho precioso. Reconhecemos que as pessoas envolvidas com a Visão Mundial e com milhares de crianças e comunidades às quem servimos fazem isto com extremo amor ao próximo. Continuamos a fazer o bem, cumprindo as ordenanças das Escrituras Sagradas que nos ensinam a cuidar do pobre, repartir o pão com o faminto, recolher em casa os desabrigados. Quem assim o faz recebe a bênção do Senhor Deus, de ser guiado continuamente, ser fortalecido e ser como jardim regado e como manancial, cujas águas jamais faltam (Isaías 58.7,11). Que seja assim na Visão Mundial hoje e sempre! Débora Fahur

Presidente do Conselho Diretor, 2011

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IMPACTO QUANTITATIVO DA VISÃO MUNDIAL Alianças com empresas, governos, agências de cooperação internacional e organismos multilaterais ajudam a Visão Mundial a aplicar recursos financeiros e humanos em prol da transformação social. Essas alianças possibilitam a execução de projetos especiais, que promovem impactos muito além dos territórios onde existem Programas de Desenvolvimento de Área (PDA).

R$ 34 milhões em investimentos

2.783.211 beneficiários

67 programas

R$ 34 milhões 67 programas 40 PDAs 2.783.211 beneficiários investidos

, sendo

sendo

2.085.173 indiretos e 698.038 diretos

885 comunidades 51 municípios 13 estados 33 entidades locais 87.387 crianças ,

em

brasileiros

parceiras nos PDAs

inscritas na base de dados da Visão Mundial

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Programa de Desenvolvimento de Área (PDA) Temos como principal estratégia de intervenção social o Programa de Desenvolvimento de Área (PDA). Essa estratégia contribui para o desenvolvimento local e o alcance do bem-estar de crianças, adolescentes e jovens. Os Programas de Desenvolvimento de Área são desenvolvidos por meio de parcerias com organizações locais que se comprometem conosco para trabalhar em prol da promoção de justiça para a infância, da ajuda humanitária e reabilitação e da promoção do desenvolvimento transformador. É por meio do fortalecimento das capacidades locais e de iniciativas diversas que diminuem as desigualdades, promovendo a inclusão social e o protagonismo de meninos, meninas, adolescentes, jovens e suas comunidades.

Presença geográfica

CEARÁ Vida de Criança Sonho de Criança Bom Jardim Integrasol Pantanal

AMAZONAS Beira Rio Crianças do Amazonas RR

AP

PA

RIO GRANDE DO NORTE Carnauba Jucuri Santa Sruz Novo Sertão Margarida Alves Caminhos do Sol PARAÍBA Estrela da Manhã Sonhos do Sertão

MA PI

AC

SE

RO

ALAGOAS Mundau Mandacaru Tapera Serrana

MT

TOCANTINS Mulheres de Buriti Tiúba Axixá Ilha Verde

GO

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PR SC RS

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PERNAMBUCO Casa Grande Nova Descoberta Novo Chão BAHIA Santa Luzia Cajazeiras Oka Erê Valença

MINAS GERAIS Itinga Village II RIO DE JANEIRO SÃO PAULO Lontra Jardim Primavera Novo Vale Sampa Sul Comunhão Ponto Amigos para Sempre Casa de Apoio

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Somos cristãos Reconhecemos um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Em Jesus Cristo, o amor, a misericórdia

e a graça de Deus são revelados a nós e a todas as demais pessoas. Dessa transbordante plenitude do amor de Deus nos vem o chamado para o ministério. Juntos, proclamamos: “Jesus viveu, morreu e ressuscitou. Jesus é o Senhor”. Queremos colocá-lo no centro de nossa vida individual e coletiva. Procuramos acompanhá-lo na identificação com os pobres, desprotegidos, aflitos, oprimidos e marginalizados, no especial interesse por ele demonstrado pelas crianças, no respeito pela dignidade que Deus conferiu igualmente às mulheres e aos homens, em seu desafio às atitudes e sistemas injustos, no apelo que nos dirige para que dividamos os nossos recursos uns com os outros, na opção que nos oferece uma vida nova, através da fé em Jesus Cristo. Dele procede, com efeito, a compreensão integral do evangelho do Reino de Deus, que nos serve de base em nossa resposta às necessidades humanas. Escutamos seu chamado para o serviço e vemos o exemplo de sua vida. Comprometemo-nos a agir com espírito de servos, numa atitude que permeie totalmente a organização. Sabemos que isso significa enfrentar honestamente nosso próprio orgulho, nossos pecados e falhas. Damos testemunho da redenção que só a fé em Jesus Cristo pode oferecer. Para este testemunho, a equipe de que fazemos parte é equipada pela fé e pela prática. Conservamos nossa identidade cristã e, ao mesmo tempo, somos sensíveis aos diversos contextos em que expressamos esta identidade.

Compromisso cristão A Visão Mundial busca, em todos os aspectos de seu trabalho, testemunhar a presença do Reino de Deus na história, orientando-se por valores cristãos, tais como justiça, amor e paz, nas ações de combate à pobreza e à exclusão social.

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Educação cristã para famílias, crianças e adolescentes Respeito à cultura e aos valores religiosos de cada local Mutirão Nacional de Oração por Crianças e Adolescentes em situação de risco Curso sobre missão integral e responsabilidade social para igrejas Leitura Comunitária da Biblia

Leitura Comunitária da Bíblia A iniciativa da Leitura Comunitária da Bíblia surgiu como uma resposta à pergunta: como contribuir para que famílias e comunidades encontrem na Bíblia uma resposta concreta para suas vidas, problemas e necessidades? A partir desse processo, foram elaborados materiais e uma metodologia específica de abordagem do tema, numa linguagem simples e inclusiva, a partir das experiências vividas individualmente, em cada grupo e pelas comunidades. NO PDA Mundaú, buscamos fortalecer nossa espiritualidade e nossa integração enquanto equipe nos reunindo semanalmente, sempre às segundas-feiras, pela manhã, para realizarmos juntos a leitura comunitária da Bíblia. Esses momentos têm sido muito ricos para nós, pois têm nos levado a buscar mais a Deus e saber o que ele espera de nós, que somos agentes sociais que buscamos a transformação deste mundo em que vivemos. Assim como também nos têm proporcionado uma maior aproximação com o próximo e nos ajudado a entender melhor as dificuldades uns dos outros, a vencer obstáculos e nos ensinado a sermos gratos ao Senhor pelas vitórias alcançadas, seja no contexto pessoal seja no ambiente de trabalho. Desta maneira, fortalecemos nossas ações junto à comunidade e observamos que elas estão fundamentadas nos valores do Reino de Deus.

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Marielvys Messias de Lima, coordenadora do PDA Mundaú, Maceió/AL

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Curso de Formação de Liderança Cristã O curso foi uma oportunidade única para mim e para fortalecer o trabalho social que a igreja desenvolve na comunidade. Aprendemos sobre missão e ação social, aprofundando o trabalho que fazemos com as crianças e suas famílias em temas como educação, proteção, meio ambiente, igualdade de gênero, HIV/Aids. Com o curso, a igreja aprendeu a fazer parcerias institucionais com secretarias municipais e conselhos, além de possibilitar o mapeamento de outras instituições sociais existentes na comunidade, coisa que nunca havia sido feita antes. Aprendemos sobre captação e sustentabilidade para o trabalho que a igreja desenvolve, e sobre diversas metodologias de intervenção social que podem ser usadas para aperfeiçoar o que fazemos.

Tamilla de Melo Igreja Batista Ebenezer, Piedade, Jaboatão dos Guararapes/PE

Participação no Renas: Bola na Rede Em pouco mais de dois anos, a festa da Copa do Mundo irá tomar o país, no maior torneio de futebol do planeta. Turistas do mundo inteiro vão querer estar por aqui para ver os jogos e conhecer o país sede do Mundial. É nesse cenário que o turismo sexual organizado, que afeta crianças do Brasil e do mundo todo, toma forma. São viagens organizadas que visam facilitar ao turista a prática de relações sexuais comerciais com residentes do lugar de destino, de acordo com a “Declaração sobre Prevenção do Turismo Sexual Organizado” da Organização Mundial do Turismo. Segundo pesquisas da Fundação Getúlio Vargas com o Ministério do Turismo brasileiro, na África do Sul, palco da última Copa, os turistas, são em sua maioria norte-americanos e europeus, entre eles 83% dos entrevistados são homens e 60% deles solteiros. Outro dado importante: visitam em média, três cidades do país. Foi pensando nisso que a RENAS – Rede Evangélica Nacional de Ação Social – está implementando o programa “Bola na Rede – Um gol pelos Direitos de Crianças e Adolescentes” com apoio da Visão Mundial Brasil. O propósito do Bola na Rede é promover ações estratégicas, em parceria com redes, visando a proteção de crianças e adolescentes da exploração sexual em todo o território brasileiro, a partir das 12 capitais que sediarão os jogos. A campanha, lançada oficialmente no dia 16 de setembro, vem sendo divulgada através de um vídeo na internet, que também tem versão em inglês para maior abrangência e pode ser visto nesse link: <http:// migre.me/7yHJf>

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Estamos comprometidos com os pobres Estamos comprometidos com os pobres

Somos chamados para servir aos mais necessitados da terra, aliviar seus sofrimentos e promover a transformação de suas condições de vida. Somos solidários com eles na busca comum pela justiça. Procuramos compreender a situação dos pobres e atuar junto a eles rumo a uma vida plena. Compartilhamos nossa descoberta da esperança eterna em Jesus Cristo.

Procuramos facilitar um tipo de compromisso entre os pobres e os ricos que lhes possibilitem o caminho da transformação. Respeitamos os pobres como participantes ativos, e não receptores passivos, desta relação. Eles são pessoas com as quais se pode aprender, bem como delas receber e dar. A necessidade de transformação é comum a todos. Juntos, partilhamos a busca de justiça, da paz, da reconciliação e da cura num mundo fragmentado.

Geração de renda e empreendedorismo Microcrédito rural e urbano, comércio ético e solidário e agroecologia com ênfase no cuidado com o meio ambiente.

• Desenvolvimento e difusão de tecnologias apropriadas à região • Hortas comunitárias e familiares • Capacitação e gerenciamento • Mercado do Futuro • Grupos Solidários • Bancos comunitários • Programa de Educação Financeira • Educação financeira para crianças • Feiras agroecológicas municipais • Escola popular de oportunidades solidárias Aflateen Desde março de 2010, a Visão Mundial trabalha com a metodologia Aflatoun educação financeira para crianças, beneficiando cerca de 300 crianças e jovens no estado de Alagoas. “Nós somos a primeira organização que adequou essa metodologia para o Brasil. A educação financeira é trabalhada de forma ludopedagógica, ou seja, as crianças e adolescentes aprendem se divertindo. O projeto já está em andamento em todos os PDAs de Alagoas e, aos poucos, esperamos expandir para todos os Programas da VM”, explicou o assessor de economia solidária, Marcio Andrade. O método trabalhado no Brasil consiste em cinco elementos nos quais as crianças passam no processo de aprendizagem: Identidade, Conhecimento Pessoal, Direito e Responsabilidade das Crianças, Poupança e Gastos e Planejamento e Orçamento. “Através desse conteúdo,

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teremos crianças e adolescentes mais empoderados e com mais desenvoltura econômica, esse é o nosso objetivo. Outro ponto que é muito positivo é que as crianças têm certa influência em casa. Ou seja, capacitando os filhos podemos indiretamente impactar os pais”, explicou o assessor de educação financeira, Júlio Dias. Além de funcionar dentro dos PDAs, o Aflateen (versão do projeto adaptada para os adolescentes) e o Aflatoun conseguem entrar nas salas de aula também. “Nós estamos trabalhando em parceria com uma escola que desenvolve a educação financeira em várias matérias e de acordo com o calendário escolar. Nós conseguimos capacitar, também, alguns professores que estão utilizando o método em outros centros de ensino”, finalizou Dias.

Educação para a vida Processos educativos de esporte, arte, cultura e lazer com crianças e adolescentes, com ênfase na formação de jovens para desenvolvimento de ações empreendedoras e inserção no mercado de trabalho.

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Processos educativos de esporte, lazer, cultura e arte com crianças e adolescentes Incentivo à leitura por meio de bibliotecas comunitárias e do programa Baú de Leitura Formação profissional e inserção no mercado de trabalho Ênfase na formação de jovens para desenvolvimento de ações empreendedoras Capacitação para qualificação profissional de educadores sociais e professores Participação em movimentos e fóruns pela melhoria da qualidade da educação Oficinas ludopedagógicas e culturais Práticas leitoras

Ana Paula Pereira, em seus 19 anos de vida, tem uma personalidade marcante. A jovem mora na comunidade de Jardim das Mangabeiras, em Salvador. Localidade atendida pelo PDA Cajazeiras. Assim como outras jovens do lugar em que vive, Ana teve uma infância difícil, conturbada, marcada por sofrimentos. Na verdade, a mãe, também chamada Ana, conta que difícil também foi a gestação: “Era muito problema, a Ana lutou para nascer”. Quando criança, Ana Paula viu a casa em que morava com a família desabar. Assistiu a necessidade de mudar do local em que vivia e reconstruir uma vida nova no Jardim das Mangabeiras. Sem falar nos meses em que passou internada, por conta de uma queda sofrida. Infância difícil, adolescência complicada. Sem interesse pelos estudos, Ana faltava às aulas e passava muito tempo na rua. “E cada hora, chegava alguém fazendo queixas e reclamações”, relembra a mãe. Já o colega Emerson é enfático: “Oxe, quem vê Paula hoje e viu como ela era antes, sabe que ela melhorou muito por causa das atividades do PDA e a convivência no grupo de mobilização comunitária Jovens Desenvolvendo a Comunidade (JDC)”. Ninguém duvida, inclusive os educadores, de que Ana avançou no aprendizado e no comportamento. A própria Ana reconhece o valor da transformação, sabendo que é sujeito no processo de mudança: “Quando comecei a participar das atividades da Visão Mundial vi a importância de estar no grupo de jovens do PDA, depois fui para a oficina de break. Eu gostava de participar da dança. Depois eu soube que só participaria da oficina de break quem frequentasse a escola direitinho. Eu não queria sair da oficina e comecei a levar as aulas na escola à sério. Depois comecei a participar do JDC, de projetos, de encontros de adolescentes”. Por fim Ana reconhece que conviver no ambiente promovido pelo PDA mexeu com ela: “Eu melhorei, depois da oficina de break. O PDA abriu as portas de um estágio para mim. Tudo valeu e vale a pena, me sinto 100% responsável. Eu melhorei”. Visão Mundial relatório anual 2011

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Estamos comprometido com os pobres Saúde materno infantil

A Visão Mundial defende a garantia da saúde materna e infantil, atuando com programas que tenham ênfase em saúde na primeira infâcia, segurança alimentar, gravidez na adolescência e promovendo ações que ajudem a romper os ciclos de desnutrição da infância brasileira.

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Vigilância nutricional Suplementação alimentar Medicina fitoterápica Direitos reprodutivos e planejamento familiar Sexualidade e maternidade na adolescência Prevenção e controle de HIV/Aids Capacidade técnica de agentes comunitários de saúde e educadores sociais Maternidade Saudável Farmácia Viva

Quando criança vivia com a mãe e a avó num ambiente familiar desestruturado, o que levou Priscila Costa a sair de casa e vagar pelas ruas de Manaus. Das ruas, Priscila foi vivendo de abrigo em abrigo até a adolescência. “Eram dias muitos difíceis, tinha dias que eu saia para ir a escola e não retornava, mas eles me encontravam e me levavam outra vez para o abrigo”, conta a menina, hoje com 16 anos. A mãe a levou de volta para casa, quando tinha 12 anos: “Eu pensei que tudo ia melhorar, mas tudo ficou pior. Muitas vezes ela batia em mim, por que estava bêbada e drogada. Ela nunca esteve comigo quando eu precisei”. A volta para a rua foi inevitável: “Fiquei andando pela cidade e não demorou muito para que eu engravidasse”. Grávida, a adolescente foi morar na casa do namorado. Ainda se sentindo sozinha e insegura com a gravidez precoce, Priscila foi buscar ajuda no Lar Batista Janell Doyle, entidade parceira da Visão Mundial, onde havia passado par te da sua infância e do qual possuía boas lembranças. ‘’Nesse momento em que me senti só, lembrei de como fui bem acolhida no Lar Batista Janell Doyle. Foi então que decidi voltar lá, para saber se eles podiam me ajudar. Fui bem recebida e logo me encaminharam para o projeto Maternidade Saudável, e me senti amada. Lá estou aprendendo a cuidar bem da minha bebê, quando ela chegar. Aprendi a fazer crochê, a pintar, a fazer muitas coisas. O Maternidade Saudável me encaminhou para fazer o pré-natal e estou fazendo tudo certinho. Na minha ultrassonografia descobri que vou ter uma menininha, fiquei muito feliz com a notícia. No projeto Maternidade Saudável estou aprendendo a me sentir uma verdadeira mãe, com mais segurança e felicidade’’. Priscila mora com o pai da filha que espera em um quarto alugado, e recebe total apoio do Lar Batista: “Sempre que posso estou lá ajudando com as crianças. Isso é um pouco da minha história. Estou muito feliz e pretendo ser uma ótima mãe”.

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Valorizamos as pessoas Valorizamos as pessoas

Consideramos todas as pessoas como criadas e amadas por Deus. Priorizamos as pessoas em

lugar do dinheiro, das estruturas, dos sistemas e de outros componentes da máquina institucional. Agimos de maneira que possamos respeitar a dignidade, a singularidade e o valor peculiar de cada pessoa, seja ela pobre, patrocinador, membro de nossa equipe ou familiar seu, membro da junta diretiva ou voluntário. Celebramos a riqueza da diversidade na personalidade, na cultura e nas contribuições do homem. Nas relações de trabalho, praticamos um estilo participativo, transparente e capacitador. Incentivamos o crescimento profissional, pessoal e espiritual de nossa equipe.

Participação e protagonismo Adolescentes e jovens mobilizam suas comunidades para realizar ações de monitoramento de serviços comunitários e políticas públicas. O monitoramento é a prática de um período de formação que inclui oficinas sobre cidadania, canais de participação política, estratégias de incidência em políticas públicas e orçamento público.

Monitoramento Jovem de Políticas Públicas Crescidas nos estreitos corredores do Morro do Amor, no Lins de Vasconcelos, bairro carioca, três moradoras não se cansam fácil com a subida, já estão acostumadas. Ellen e Claren Marques, irmãs de sangue, de 18 e 15 anos, nasceram e já viram quase de tudo por ali, convivem diariamente com a violência que ronda o lugar, assim com Rosane dos Santos, de 17 anos. Claren sonhou, quando ainda pequena, em ser modelo ou jogadora de vôlei. É possível, é alta, bonita e sorridente, mas hoje suas prioridades são outras. Frequenta o projeto da Visão Mundial, o Monitoramento Jovem de Políticas Públicas, o MJPOP. Lá, junto com outros jovens, incluindo sua irmã, ela se vê longe dos perigos que os morros oferecem. “Nós, desde pequenos, estamos acostumados com tanta coisa ruim que acontece, já vimos de tudo e estar no projeto nos distancia de boa parte disso”, conta.

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Ellen, mais quieta do que a irmã, está no MJPOP há três anos. Fez parte do MJPOP Junior, um grupo de transição, criado para que novos adolescentes ingressem no grupo principal, que já é conhecido dentro da comunidade. Hoje está à frente do trabalho de coleta de informações dos moradores, um tipo de censo, além de participar ativamente do Mutirão Contra a Dengue, levando informação e exemplo para os moradores do Lins. Ellen sonha em servir na Aeronáutica e já sabe quais são os primeiros passos: “Vou participar de um concurso no Estádio do Engenhão, depois tem uma prova”, comenta, esperançosa com o resultado. Rosane conhece bem o dia-a-dia do Morro do Amor, mora na subida, e tem o apoio da mãe para estar sempre presente nos encontros do MJPOP, participando das atividades. Gosta muito de crianças e sonha em fazer disso profissão: “Gosto de cuidar do meu sobrinho, sempre quis ser pedagoga para cuidar de crianças.”, afirma a garota que conta que, após ingressar no projeto, perdeu a timidez e agora quer um MJPOP mais ativo, que alcance ainda mais pessoas. As três: Claren, Ellen e Rosane trabalham com o que podem, para que outros jovens possam enxergar nelas caminhos diferentes, além dos que a vida na favela e nos morros oferece. Juntas com a Visão Mundial e o MJPOP trabalham como líderes da comunidade para que mudanças efetivas aconteçam no bairro onde nasceram. Junto com elas estão garotas e garotos que abrem mão do mundo do tráfico, tão presentes em suas vidas, pelas reuniões e desgastantes subidas no morro para levar uma mensagem de cidadania e transformação para quem vive na comunidade do Morro do Amor.

MJPOP recebe certificado de Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil No dia 27 de setembro o Monitoramento Jovem de Políticas Públicas recebeu o certificado de Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil, uma instituição pública que reconhece a metodologia da Visão Mundial. Para receber o título, é necessário que o projeto tenha resultados concretos de transformação social, esteja sistematizado de uma forma que possa ser replicado em outros locais e conte com a participação da comunidade no desenvolvimento e implementação. No total, cerca de 400 adolescentes e jovens realizam a metodologia no Brasil. E a idéia do projeto é expandir mais. “Esse certificado foi muito especial para nós. Espero que esses jovens e adolescentes empoderados continuem lutando por um futuro melhor e que eles perseverem nesse ministério de transformação social. No AF12 a metodologia será implementada nos PDAs de Manaus e do sertão nordestino. Nosso sonho é ter mais grupos usando o MJPOP no Brasil e no mundo”, relatou o assessor de Participação, Reinaldo Almeida.

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MJPOP recebe prêmio da Rede Evangélica Nacional de Ação Social Nos dias 15, 16 e 17 de setembro, em Luiziânia (GO), foi realizado o 6o Encontro Nacional da Rede Evangélica Nacional de Ação Social (Renas), uma rede que integra várias organizações evangélicas dedicadas ao desenvolvimento da missão integral de fé cristã. Pela primeira vez, a Renas premiou as melhores práticas de intervenção social. Concorreram as metodologias e projetos das instituições que integram a rede. A VM decidiu que participaria da seleção com o Monitoramento Jovem de Políticas Públicas (MJPOP). E, durante o Encontro Renas, o MJPOP foi um dos projetos premiados por ser uma metodologia replicável e que alcança resultados concretos para melhoria da qualidade de vida nas comunidades.

Campanha Saúde para Crianças Primeiro No dia 5 de setembro, a Visão Mundial no Brasil lançou o Estudo sobre as Políticas Públicas de Proteção à Saúde Infantil e Materna no Brasil: um olhar especial para os filhos de mães adolescentes, revelando a situação da mortalidade infantil entre os filhos de mães adolescentes, e informações e dados sobre a maternidade na adolescência. Apesar da redução significativa de mortes de bebês na média nacional, em mães adolescentes esse mesmo número praticamente se manteve estável nos últimos 12 anos (1996 – 2008). O Estudo sobre as Políticas Públicas de Proteção à Saúde Infantil e Materna no Brasil traz informações acerca do atendimento à saúde materno-infantil no país e fornece subsídios para o debate sobre possíveis formas de reduzir a mortalidade infantil e materna, focando no público de mães adolescentes. Os dados e recomendações gerados pelo estudo já são parte de esforços da Visão Mundial no Brasil e parceiros para contribuir com os objetivos 4 e 5 das Metas do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU) – reduzir em 2/3 a mortalidade infantil e promover a saúde materna, respectivamente – através da campanha Saúde para as Crianças Primeiro. Neste primeiro ano, a campanha já comemora alguns avanços em direção à sua meta. Além de outros progressos, a pauta incluindo a mortalidade infantil de filhos de mães adolescentes e a violação dos direitos da criança e da mãe adolescente, enquanto sujeitos de direito, foi escolhida como tema principal de incidência política do Fórum Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (FNDCA), sendo apresentada também em audiência pública. O tema também foi tratado em seminário em Alagoas, onde será desenvolvido um projeto piloto para acompanhamento das políticas publicas locais de redução da mortalidade infantil. 16

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Houve ainda capacitações em três comunidades do Vale do Jequitinhonha, que, assim como Alagoas, apresenta altos índices de mortalidade infantil nesse público, para monitoramento dos serviços públicos de saúde.

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Para alcançar seu objetivo, Saúde para as Crianças Primeiro vem trabalhando em parceria com outras organizações e coalizões de todo o país em prol da causa da infância e adolescência. Além do FNDCA, os principais parceiros da organização nesta campanha são a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Instituto de Zero a Seis (ZAS), Rede Marista de Solidariedade – Província Marista do Brasil Centro Sul e Superintendência de Políticas para a Criança e o Adolescente da Secretaria de Estado da Mulher, Cidadania e dos Direitos Humanos de Alagoas.

Redes de Desenvolvimento O objetivo do projeto Redes de Desenvolvimento é reduzir o nível de pobreza através da geração de oportunidades e aumento da renda das famílias no nordeste e região norte de Minas Gerais. A metodologia usada no Brasil foi batizada de Gol.d (Grupo de Oportunidades Locais e Desenvolvimento). O projeto consiste na associação informal de 10 a 20 pessoas de uma mesma área, na maioria mulheres, em que todos se ajudam e consequentemente melhoram suas condições de vida, saindo da linha da pobreza. A ideia é que os indivíduos desse grupo se transformem economicamente por meio do crescimento de microempreendimentos, acesso a crédito e capacitação ao mercado de trabalho. Os Grupos de Oportunidades Locais e Desenvolvimento são formados por pessoas que se unem com o objetivo de desenvolver o hábito da poupança e criar um fundo comum que pode ser usado para empréstimo entre os membros. Dessa maneira, o grupo vai aprendendo a se tornar mais colaborativo e organizado com seus recursos. Para além do objetivo de poupar, o grupo discute também sobre os problemas de suas comunidades e se organiza para contribuir com a melhoria do local. Foi o caso dos grupos Gol.d de Montes Claros (MG), que se reuniram para realizar uma feira para comercialização de seus produtos e em apoio à campanha em favor dos bons tratos de crianças e adolescentes, no dia 24 de setembro de 2011. Enquanto os grupos expunham sua produção, crianças e adolescentes coordenados pelos grupos e Programa de Desenvolvimento de Área (PDA) Village divulgavam a campanha que promoveu uma vacinação simbólica em adultos contra todo tipo maus tratos direcionados a crianças e adolescentes, firmando o compromisso de protegê-las. “Os grupos foram unânimes em considerar essa experiência muito válida pelo aprendizado e conhecimento adquirido. Eles avaliaram também que este foi o primeiro passo para que outras atividades depois desta possam ter resultados ainda melhores”,, relata a agente de desenvolvimento do Gol.d, Cinthya Tanuri. Visão Mundial relatório anual 2011

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Coletivo Coca-Cola O projeto Coletivo Coca-Cola tem como objetivo a capacitação de 720 jovens por ano, em cada núcleo, nas técnicas de varejo e no empreendedorismo. São jovens de 16 a 24 anos que terão a oportunidade de aplicar os conhecimentos elaborando planos de negócios para comércios locais. O encaminhamento para o mercado de trabalho será feito através da Coca-Cola Brasil e da engarrafadora local. No município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, meninos e meninas estão buscando a inserção no mercado de trabalho, ainda na dúvida sobre a carreira e a profissão que vão seguir. Em um dos bairros, Vila de Cava, alguns deles têm participado do projeto entre a Visão Mundial e a Coca-Cola, o Coletivo Coca-Cola, adquirindo novos conhecimentos sobre o que o mundo dos negócios têm a oferecer para eles. “Muitos desses adolescentes ainda têm medo de ir até o centro da cidade para participar de processos seletivos, por isso temos um acompanhamento para que eles tenham sua autonomia”, comenta Denise Paz, educadora do Coletivo. No curso, que tem duração de dois meses, há simulações de entrevista para emprego, além de um game interativo que os ajuda na administração de um estabelecimento, criando um vínculo do adolescente com a vida no mercado de trabalho. Além disso, desenvolvem a convivência com pessoas diferentes, como cita Jenifer da Silva, de 15 anos: “São cabeças e pensamentos muito diferentes uns dos outros e aqui nós aprendemos que algumas pessoas não pensam como a gente, mas devemos respeitar. Aprendemos respeito”. As mudanças pessoais, segundo os participantes, são visíveis depois da convivência entre os novos amigos, como cita Ingrid Viana, de 17 anos: “Hoje sou muito mais comunicativa, isso me motiva a conversar mais com meus amigos e minha família. Minha mente está mais aberta para o futuro e, agora, quero estudar ainda mais, para ser alguém.” O Coletivo também inspira os adolescentes e jovens a pensarem sobre os estudos, o ingresso na faculdade e a caminhada acadêmica que se aproxima. Os comentários e as dúvidas sobre qual o curso certo tomam conta das conversas entre eles. Desde educação física até a servir na Marinha são citados, cada um com seus sonhos e objetivos de ter casa própria, construir família e fazer diferença no lugar aonde moram. As amizades e aprendizado que nascem dentro do Coletivo são levados para a vida toda, apesar do pouco tempo, segundo os garotos e garotas. Além disso, frutos já estão sendo colhidos dessa caminhada. Dois adolescentes, Daniele Machado, 18 anos, e David Soares, 17 anos, passaram pelo processo seletivo para o primeiro emprego, após o curso que receberam no Coletivo.

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Somos sensíveis ®

Somos sensíveis

Somos sensíveis a quaisquer emergências que ameacem a vida, onde quer que se faça necessário

e conveniente o nosso envolvimento. Estamos dispostos a assumir riscos inteligentes e agir com rapidez. Buscamos este trabalho na experiência e na sensibilidade exigida pela situação. Também reconhecemos que, mesmo em meio à crise, os destituídos têm alguma coisa a contribuir com sua experiência. Somos sensíveis, também, onde a privação econômico-social, de raízes profundas e quase sempre complexas, reclama um desenvolvimento sustentável, a longo prazo. Afirmamos que, para que tal ocorra, há necessidade de compromissos. Somos sensíveis às oportunidades novas e incomuns. Incentivamos a inovação, a criatividade e a flexibilidade. Mantemos uma atitude de aprendizagem, reflexão e descoberta, a fim de crescermos em sabedoria e capacidade.

Promoção de bons tratos A proteção é um direito fundamental de crianças e adolescentes, e, pela sua relevância, a Visão Mundial vem fortalecendo algumas frentes de intervenção a respeito desse tema, desde aspectos de fortalecimento de fatores protetores de crianças e adolescentes, a aspectos institucionais, com formação e apoio para que as organizações parceiras adotem uma cultura de proteção e bons tratos. Um Lugar Seguro Perceber a violência dentro da minha casa foi um exercício doloroso, principalmente por eu não me achar um pai violento. Participar do Um Lugar Seguro traz reflexões que passam pelas ações educativas, posturas familiares e comportamentos culturais, que confrontam os aspectos que eu considerava na significação de violência, como tudo aquilo que trazia um resultado de extrema dor, morte e sofrimento. Foi muito difícil considerar a minuciosa camuflagem do bater nos meus filhos com o nome de “palmadas pedagógicas” respaldadas pela minha ignorância em interpretar biblicamente que a vara da correção de Provérbios 22.15 é uma forma de ensinar causando dor. Após fazer a capacitação do projeto Um Lugar Seguro, apesar de ter participado na condição de educador social, fiquei chocado quando descobri que eu era mais um pai que refletia resultados de uma cultura de violência e compreendi que a vara e o cajado têm que ser um instrumento de consolo para os meus filhos, livrando-os do vale da sombra da morte e não livrálos do meu abraço e do amor que sinto por eles. Estou feliz por discutir, educar e repensar proteção com outros pais violentos, que sequer sabem que o são. Stanley Marques Marques, casado com Rozi e pai do Lucca, de oito anos e Leticcia, de três. 19

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Enfretamento à violência Crianças e adolescentes são as principais vítimas da violência, urbana ou rural. Para minimizar seus efeitos, a Visão Mundial desenvolve programas de educação para a cultura de paz e combate à violência nas comunidades em que está inserida, através de metodologias que promovem a resolução pacífica de conflitos e a valorização da vida. Meninos de Deus Quem visita hoje a comunidade de Santa Filomena, na periferia de Fortaleza, vai se deparar com algum adolescente ou jovem com uma camisa estampada com as iniciais “MD”, ou “Meninos de Deus”. Este grupo foi formado inicialmente por adolescentes e jovens em conflito com a lei na área de atuação do PDA Pantanal, quando se afirmava o medo, a violência, a vingança. Na comunidade a frase de ordem era “Só Deus pode querer alguma coisa com esses meninos”. E assim foi que surgiu o nome do grupo, Meninos de Deus. Idealizada pelo educador Paulo Uchoa, a metodologia Meninos de Deus foi uma resposta à crescente onda de violência e letalidade na comunidade de Santa Filomena, entre 2006 e 2008. De 43 adolescentes e jovens com idades entre 14 a 24 anos envolvidos em muitos crimes, 36 foram assassinados num raio de apenas três quilômetros quadrados. Foi assim, forjada no calor da luta pela vida, que a metodologia Meninos de Deus surgiu e hoje é uma intervenção concreta na prevenção e enfrentamento à violência social e individual, se constituindo como proposta metodológica para adolescentes e jovens em extrema vulnerabilidade ou em conflito com a lei, utilizando formação sócio-cultural e desporto. Para N.M.S, de 23 anos, Meninos de Deus é diferença e novidade de vida, é vida boa. “Eu vivia envolvido com drogas, más companhias, cometia assaltos e considerava esta uma boa vida. Vi outros meninos como eu morrerem em acertos de contas, dívidas de droga. Até que um dia entendi que havia uma vida melhor, conheci os Meninos de Deus e pra ser aceito neste grupo, não pode dar vacilo, tem que voltar a estudar, largar a curtição com drogas, o envolvimento com delitos. Hoje sou conhecido na comunidade de outra forma, tenho uma profissão, concluí o ensino fundamental (...) Pra quem não tinha nada, hoje tenho tudo, tenho respeito, as pessoas na rua me cumprimentam sorrindo, isso não tem preço.” Na percepção de A.W.S, de 22 anos, Meninos de Deus é uma celebração. Ele explica: “Fazer 22 anos por aqui é difícil, aqui morremos cedo, assim como me envolvi muito cedo, vendendo e consumindo drogas, andando com revólver pra matar os outros, pichando direto. Eu tinha apenas 10 anos quando entrei nessa vida. Parei de estudar devido aos conflitos de território, vi muitos amigos morrerem, senti medo. Eu via os meninos jogando bola, mas não tinha coragem pra sair do envolvimento, até que um dia fui pedir pra jogar com os Meninos de

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Deus e já se vão três anos sem drogas. No meu trabalho todos me respeitam e também aprendi a respeitar, ando sem medo, as pessoas me enxergam como trabalhador, cidadão e me olham nos olhos. Hoje dou conselho aos mais novos pra estudarem e não se envolverem com coisas erradas”. Assim seguem os Meninos de Deus, no desafio da construção da identidade e na busca por dignidade, pela efetivação dos direitos, dentre eles o direito primeiro e essencial – o direito à vida. Hoje todo sábado tem festa da vida na comunidade, é dia de encontro dos Meninos de Deus.

Assistência humanitária A Visão Mundial presta assistência humanitária de emergência para comunidades vítimas de desastres naturais, visando a diminuição do sofrimento e criando capacidades para convivência com situações que envolvem risco e outras ocorrências. Dessa forma, a Visão Mundial tem como objetivo promover uma cultura de gestão de risco, consolidar o desenvolvimento permanente de um sistema comunitário de mitigação, preparação, resposta e reabilitação de emergências e desastres. Em janeiro de 2011 uma tragédia abalou a cidade de Nova Friburgo. Em fevereiro, um mês depois, a Visão Mundial se fez presente na cidade, e desenvolveu um trabalho intenso com crianças vítimas das chuvas que arruinaram a cidade. Em agosto de 2011 o Espaço Amigável para Crianças foi encerrado, deixando um modelo importante de como o protagonismo social pode deflagrar um processo transformador em uma comunidade O balanço da catástrofe contabiliza 345 pessoas desaparecidas, mais de 900 mortos, sendo cerca de 500 deles só em Nova Friburgo. Em toda a região, 20 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas; em Nova Friburgo esse número passou de cinco mil. Foi devido à gravidade da situação naquela cidade que a Visão Mundial decidiu instalar ali um Espaço Amigável para Crianças. Com o apoio da Igreja Metodista Central, o projeto passou a atender 100 crianças vítimas da tragédia que abateu a cidade, e toda a região serrana do estado do Rio de Janeiro, no dia 12 de janeiro de 2011. Os Espaços Amigáveis são instalações estruturadas para oferecer às crianças vítimas de tragédias, naturais ou não, atividades pedagógicas e lúdicas capazes de fazê-las expressar suas emoções enraizadas no desastre e reconstruir uma percepção positiva da vida frente tal catástrofe. Emídio Bastos, gerente de Assuntos Humanitários e Emergência da Visão Mundial, explica que os Espaços conseguem estabelecer uma rotina diária que dá a cada criança atendida a estrutura necessária para enfrentar o estado caótico da sua vida atual e promover uma transição adequada entre o período de inatividade e o retorno às atividades cotidianas e a uma vida normal, com o passar do tempo. Nos Espaços Amigáveis, as crianças têm, ainda, a oportunidade de receber reforço escolar e viver experiências significativas de aprendizagem que lhes dão as ferramentas para lidar, com mais recursos com essa difícil experiência. Com o apoio de equipes multidisciplinares, formadas por profissionais de saúde, as crianças recebem suporte emocional, orientação e informações relevantes para ajudá-las a conviver com a difícil situação experimentada e para melhor enfrentar os desafios futuros. “Trata-se, realmente, de um oásis em meio ao caos”, explica.

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Espaço Amigável para Crianças Nova Friburgo Com recursos da Visão Mundial Internacional (enviados pelos escritórios dos Estados Unidos e Canadá) e também com doações de empresas e pessoas físicas brasileiras, o Espaço funcionou durante seis meses, atendendo em dois turnos diários 100 crianças moradoras do bairro Alto Floresta, uma das regiões mais carentes da cidade e, devido à total falta de infraestrutura, uma das mais afetadas pelas chuvas. Três vezes por semana, às 7h30 um ônibus contratado pela Visão Mundial buscava as primeiras 50 crianças e as levava para o Espaço, na região central da cidade, onde ficavam até 12h15. Depois do almoço elas eram levadas de volta para a região do Alto Floresta. Em seguida, outras 50 crianças eram apanhadas e levadas para o Espaço Amigável, onde almoçavam e, às 16h30, o ônibus as entregava de volta em suas casas. Emídio Bastos explica que durante as atividades iniciais realizadas pelos profissionais do Espaço Amigável foram feitos diagnósticos para analisar a dimensão do trauma provocado pela tragédia nas crianças e, então, deu-se início um trabalho psicológico. “Nos Espaços Amigáveis são trabalhadas a memória da enchente por meio de desenhos, relatos, brincadeiras. Em seguida, todo um exercício de resiliência é feito com essas crianças para que elas possam se recuperar do trauma vivido”, explica Emídio. Além de todo o trabalho psicológico, as crianças são envolvidas em atividades ludopedagógicas, como capoeira, jiu-jitsu e futebol, todas visando a uma recuperação psicossocial. Para o Espaço Amigável de Nova Friburgo, 25 voluntários receberam capacitação da Visão Mundial e três profissionais foram contratados para coordenar o Espaço. “O apoio da comunidade foi muito importante”, enfatiza Emídio. “Nas primeiras semanas, muitos patrões liberaram seus funcionários para que eles pudessem assumir atividades voluntárias conosco em parte de seus expedientes.” Segundo Emídio, bens perecíveis e não perecíveis, necessários para a instalação e a manutenção de um Espaço Amigável foram comprados na própria localidade como uma forma de reaquecer o comércio e fomentar a economia local.

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O início das atividades “A violência sofrida pelas crianças foi brutal. O stress pós-traumático vivido por elas chegou a um nível assustador. Muitas delas perderam todos os parentes e a maioria acompanhou o trabalho de resgate e até mesmo a lavagem de corpos”, relata Maiara Inimá, supervisora pedagógica do Espaço Amigável para Crianças de Nova Friburgo. E esse trauma pôde ser facilmente identificado pelos desenhos iniciais feitos pelas crianças. Cruzes, cemitérios, corpos sendo carregados eram imagens comuns nas ilustrações feitas pelos pequenos. A convivência no Espaço proporcionou às crianças uma experiência fundamental de compartilhamento. “Sentimos que elas estavam felizes por ter com quem conversar; ali tinha alguém que estava disponível para ouvir o que elas tinham para falar, para desabafar”, ressalta Maiara. Ela conta, ainda, que nessas conversas eram incluídos temas como gravidez na adolescência e uso de drogas, principalmente porque os profissionais do Espaço identificaram diversos familiares das crianças que, após a tragédia, passaram a consumir drogas de uma forma muito incisiva. Dentre as atividades oferecidas pelo Espaço Amigável de Nova Friburgo estavam jogos colaborativos, passeios externos com as crianças e até mesmo uma sessão especial de cinema na praça, com direito a tenda gigante, poltronas e telão. Atividades como essas, por mais que pareçam triviais têm para aquelas crianças um valor inestimável: “Sair daquele ambiente opressor é fundamental para essas crianças. Muitas delas nem sequer tinham vindo ao centro da cidade. Precisávamos mostrar a elas que existe um mundo novo além daquele cenário de destruição em que ainda vivem”, explica Maiara. Maiara Inimá conta que, mais do que um ambiente lúdico, o Espaço Amigável é também um lugar importante para que as crianças tenham disciplina, horários e noção de higiene. “Muitas delas não experimentam em casa nenhum tipo de regra; são criadas soltas, sem limites e até mesmo sem nenhuma ideia de asseio. Para se ter uma ideia, uma das adolescentes nunca havia usado um absorvente higiênico.” Além disso, o projeto promove uma maior integração entre as crianças, oferecendo um ambiente saudável que colabora para a formação de fortes e importantes vínculos afetivos. Apesar das dificuldades enfrentadas, o balanço que Maiara faz do Espaço em Nova Friburgo é extremamente positivo: “Aquelas crianças que se mantiveram assíduas apresentaram uma evolução mais nítida.Trabalhamos com elas todas as questões que envolviam o trauma vivido pela tragédia, nos integramos com os pais e avós, e hoje elas são mais abertas para falar, mais calmas e menos agressivas. E isso pode ser visto pelos desenhos que elas fazem hoje. No lugar de cruzes e corpos mortos, hoje elas desenham borboletas, corações e flores”.

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Fórum Brasil-Haiti O Fórum de Cooperação Brasil-Haiti é resultado do Seminário sobre Ajuda Humanitária ao Haiti organizado pela Visão Mundial em agosto de 2010, na Câmara dos Deputados. Na ocasião, fazia seis meses que o Haiti havia sido abalado pelos terremotos. Presente no seminário, o ministro Milton Rondó Filho – chefe da Coordenadoria de Ações Humanitárias Internacionais do Itamaraty – sugeriu em sua fala uma reunião no Haiti com as organizações não governamentais para debater sobre a criação do Fórum. A criação do Fórum contou com a participação de organizações que atuam no Haiti e com total apoio do governo brasileiro, através do Ministério de Relações Exteriores e da Secretaria Geral da Presidência da República. O ministro Milton Rondó saúda a iniciativa de criação do Fórum como “inovadora no jeito brasileiro de fazer ajuda humanitária Internacional”. Com a criação do Fórum, o Brasil muda seu status, passando de país receptor de ajuda internacional para país auxiliador. Assim, o Brasil integra, a partir de agora, o grupo de países doadores que criaram um fundo para a reconstrução do Haiti juntamente com os Estados Unidos, Canadá, Japão e União Europeia. O Brasil foi o primeiro país a depositar no fundo o valor de US$55 milhões, para a reconstrução haitiana. O ministro Rubens Gama Filho, diretor da Divisão de América Latina e Caribe do Itamaraty, afirmou que a ajuda humanitária do Brasil ao Haiti é a primeira experiência do governo brasileiro na ajuda humanitária internacional e que “a criação do Fórum para trabalhar em parceria com a sociedade civil é um passo importante para evitar erros, além da experiência que obtemos, podendo servir de piloto para outras atuações brasileiras em outros lugares do mundo”. As organizações que compõem o Fórum de Cooperação Brasil-Haiti são: Visão Mundial, Action Aid, Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI), Cáritas, Exército de Salvação, Lar São Francisco, Missão em Apoio à Igreja Sofredora (MAIS), Mobilização Mundial, Secretaria Geral de Missões (SGM), Via Campesina e Viva Rio. Para seu funcionamento o Fórum conta com uma coordenação colegiada composta por três organizações participantes e uma secretaria executiva que funciona na Secretaria Geral da Presidência em conjunto com o Itamaraty. O Fórum é uma iniciativa de atuação conjunta e em parceria da sociedade civil que tem quatro eixos principais: 1. Assegurar transparência e informação nas ações desenvolvidas no Haiti 2. Troca de experiência e ações coordenadas das organizações 3. Inserção na formulação da política externa do governo brasileiro 4. Monitoramento do orçamento e informações do governo

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Somos

Somos parceiros

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Somos membros da parceria internacional da Visão Mundial que transcende as fronteiras jurídicas, estruturais e culturais. Aceitamos as obrigações da participação conjunta, das metas estabelecidas em comum e da mútua responsabilidade que a parceria requer. Afirmamos nossa interdependência e a disposição de abdicarmos de nossa autonomia, sempre que esse ato convier ao bem comum. Comprometemo-nos a conhecer, compreender e amar uns aos outros. Somos parceiros dos pobres e dos doadores num ministério compartilhado. Afirmamos e promovemos a unidade do Corpo de Cristo. Buscamos estabelecer relações com todas as igrejas e anelamos pela participação mútua no ministério. Procuramos também contribuir para a missão integral da igreja. Mantemos uma postura de cooperação e um espírito de abertura para com as demais organizações humanitárias. Queremos receber e levar devidamente em conta as opiniões honestas formuladas acerca de nosso trabalho. AGÊNCIAS PARCEIRAS NAS COMUNIDADES Ação Comunitária Sal da Terra Associação Comunitária Santa Terezinha Associação Comunitária São Francisco de Assis Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão Associação de Moradores do Conjunto Santa Luzia Associação de Mulheres do Setor Tiúba

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Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Buriti do Tocantins Associação dos Moradores e Amigos de Itinga – AMAI Associação dos Trabalhadores Rurais do Vale do Corda Associação ExCola Associação Luta Pela Vida Associação Santo Dias CACTUS – Centro de Apoio Comunitário de Tapera em União a Senador Casa de Apoio à Criança Carente de Contagem Centro Comunitário Santa Rita Centro Comunitário São Sebastião de Vila de Cava Centro de Organização Comunitária Chão de Estrelas

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Clube de Mães do Alto do Refúgio Conselho de Desenvolvimento das Comunidades Reunidas do Município de Apodi Conselho de Integração Social Conselho Fraterno das Comunidades Integradas de Mossoró e Baraúna/RN Conselho Nova Vida Grupo Mulheres em Ação

PARCEIROS E APOIADORES AAGRA – Associação de Agricultores Alternativos AFAL – Agência de Fomento de Alagoas Aliança 180° Aliança de Igrejas de Nova Vida AMAS – Associação Metodista de Ação Social ANEJE – Associação dos Municípios do Médio Jequitinhonha ANEPS – Articulação Nacional de Educação Popular Ariovaldo Ramos Articulação Pacari de Plantas Medicinais do Cerrado ASA – Articulação no Semiárido Banco Palmas Betinho BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento Bobstore CAA – Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas Calçados Tasca Cáritas da Diocese de Araçuaí Cáritas Diocesana/AL CAVI – Centro de Agricultura Alternativa do Vale do Jequitinhonha CDH – Centro de Direitos Humanos/TO CEDCAC – Conselho Estadual do Direito da Criança/ MG CEDECA – Conselho Estadual da Criança e do Adololescente CEDECE – Centro de Defesa da Criança e do Adolescente CEDRAF – Conselho Estadual de Desenvolvimento e Agricultura Familiar Centro Feminista 08 de Março - RN CEPESC – Centro de Pesquisa, Estudos e Serviço Cristão Chevron do Brasil CMDCA – Conselho Municipal da Criança/RJ CMDCAC – Conselho Municipal do Direito da Criança, Contagem/MG COAFAP – Cooperativa Familiar de Apodi Coca-Cola Coletivo Mulher Vida COMDICA – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente Comunidade Presbiteriana da Barra da Tijuca CONCREAL Conselho de Saúde de Alagoas Conselho Estadual de Saúde – AM Conselho Municipal de Assistência a Saúde – Manaquiri/AM Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – Manaquiri/AM 26

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Primeira Igreja Batista de Valença PROFEC – Programa de Formação e Educação Comunitária Projeto Brejal PAC – Projeto de Apoio a Criança PROSAMA – Projeto Social Amor em Ação Projeto Xique Xique Rua

Ariovaldo Ramos, pastor, foi presidente da organização de 2002 a 2008. Desde então trabalha em conjunto com a Visão Mundial, promovendo nossos valores e missão. Para conhecer um pouco mais da parceria do Ariovaldo Ramos com a Visão Mundial, assista ao vídeo do cafezinho no Youtube: <http://www.youtube.com/user/visaomundial> Conselho Municipal dos Direitos Humanos – Mossoró/RN Conselho Tutelar de Novo Airão e Manacapuru Coopsol – Cooperativa Solidária COPABAC COPERAG – Cooperativa do Agreste Alagoano COPPABCS – Cooperativa de Pequenos Produtores Agrícolas dos Bancos Comunitários de Semente Diaconia Ecofrio Editora Garimpo Editora Luz e Vida Escola Quilombo dos Palmares Evandro Teixeira Flex do Brasil Fórum DCA (Defesa da Criança e do Adolescente) Fórum de Convivência com a Seca Fórum de Economia Popular Solidária – AM Fórum de Segurança e Prevenção nas Escolas – Recife/PE Fórum HIV/AIDS/RJ Fórum ONGs AIDS Recife/PE Fórum ONGs AIDS – BA Fundação Salvador Arena Fundação Telefonica GACC – Grupo de Apoio às Comunidades Carentes Gerson Wey Grupo Amigos para Sempre Habitafor – Programa de Habitação de Fortaleza Habitat ICCO – Organizacão Intereclesiástica de Cooperação para o Desenvolvimento Igreja Anglicana de Piedade Igreja Batista Getsêmani Igreja Batista do Morumbi Igreja Batista Parada XV de Novembro Igreja Batista Peniel Igreja Casa da Rocha Visão Mundial relatório anual 2011

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Igreja Católica de Jagurussu Igreja Nova Vida do Recreio Igreja Presbiteriana em São José dos Campos Instituto Presbiteriano Mackenzie IPM – Igreja Prebisteriana de Manaus IRJ – Instituto de Revitalização e Trabalho Irmãos Campana/Grendene Jorge Vercillo Kleber Lucas Life Straw Madrinhas e padrinhos da Visão Mundial Brasil Mastercard MCVE – Movimento Comunitário Vida e Esperança Microsoft Ministério Apascentar de Nova Iguaçu MMT – Movimento Minha Terra Movimento de Escolas Família Agrícola Movimento de Mulheres de Inhapi OBRA Kolping Observatório do Recife Pastoral da Criança Portal da Vida Prefeitura Municipal de Belo Horizonte PDS – Programa de Desenvolvimento Solidário – RN Rádio 93 FM REAJAN – Rede de Articulação do Grande Jagurussu e Ancuri Rede Cidadã/AM Rede de Cinemas UCI Rede de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Rede OPA – Orçamento Participação Ativa RENAS – Rede Evangélica Nacional de Ação Social Robson Taca SAMPLA do Brasil SEAPAC – Serviços de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários – RN SEBRAE Secretaria de Trabalho e Assitência Social – CE Secretaria Municipal de Saúde de Anamã Secretaria Municipal de Saúde de Manacapuru Secretaria Municipal de Saúde de Iranduba Sérgio Pavarini Senac SESC/Mesa Brasil Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Inhapi Tecnoset Terra Viva Território da Cidadania Trends Engenharia Uncisal – Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas Unime – União Metropolitana de Educação e Cultura Unimed Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Universidade Presbiteriana Mackenzie Wal Mart

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São José da Tapera 12 anos depois No ano de 1999, a matéria de capa da Folha de S. Paulo mostrava a foto de uma criança em dois momentos: antes da Visão Mundial chegar, com 3,8kg e após a chegada da Visão Mundial, com 5,8kg. Essa criança é Rogério, hoje já um garoto, que foi a imagem de São José da Tapera há 12 anos, uma pequena cidade no estado de Alagoas, que sofreu muito com a fome. Graças aos esforços da Visão Mundial e à criação de um alimento nutritivo, a multimistura, crianças como Rogério puderam continuar suas vidas. Foi nesse período que o jornalista Sérgio Pavarini visitou a cidade e viu de perto todos os problemas que Tapera passava naquele momento, conhecendo as crianças e famílias que lá viviam. Em 2011, Sérgio voltou ao sertão alagoano para mais uma visita e reencontrou pessoas que, anos atrás, ele viu em situações adversas: “Revi o Rogério, o garotinho cujas fotos estampam a capa de uma edição inesquecível da Folha de S. Paulo. Entre tantas emoções que vivenciei talvez a maior delas seja a de constatar que problemas terríveis do país podem ser solucionados com (muita) disposição e (um pouco de) recursos. Juntos, podemos construir um Brasil melhor. Quem topa esse desafio?”, escreveu Sérgio nas redes e mídias sociais onde tem mais de um milhão de seguidores.

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Promovendo Infância: Combate ao Trabalho Infantil O projeto Promovendo Infância: Combate ao Trabalho Infantil, uma parceria entre a Visão Mundial e Fundação Telefonica está sendo executado nos municípios de Inhapi-AL e Recife-PE, nas comunidades atendidas pela Visão Mundial. O objetivo é reduzir a vulnerabilidade de crianças e adolescentes ao risco e a situação de trabalho infantil. O projeto beneficiará 5.127 crianças e adolescentes, sendo 2.398 em Inhapi e 2.729 em Recife. As principais atividades desenvolvidas são campanhas e ações de sensibilização para o tema, oficinas educativas e esportivas complementares à educação formal, geração de oportunidades econômicas para as famílias e formação de adolescentes para o monitoramento de políticas públicas. Tais ações acontecerão em parceria com as famílias, cuidadores, escolas da rede pública, conselhos, organizações locais e outros atores sociais. O trabalho infantil no Brasil ainda é um sério problema social. São milhares de crianças e adolescentes sem seus direitos preservados e garantidos. Desde pequenas, essas crianças começam a trabalhar, seja na lavoura, na criação de animais, em fábricas ou casas de família, muitas sem receber qualquer remuneração. Logo cedo abandonam a escola. Hoje em dia, em torno de 4,8 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estão trabalhando no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Domicílios – PNAD, 2007. Apesar dos esforços do governo federal instituindo em 2002 a CONAETI - Comissão Nacional pela Erradicação do Trabalho Infantil e do empenho através das ações do PETI - Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, a realidade continua sendo outra. De acordo com o INESC – Instituto de Estudos Econômicos, do total de crianças e adolescentes trabalhadores no país, o PETI só alcança 1,1 milhão de crianças e adolescentes, deixando fora outros 3,7 milhões. No ranking nacional do trabalho infantil, divulgado pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação, o Nordeste brasileiro é a região que concentra o maior índice de crianças e adolescentes trabalhando. Só em Pernambuco são 201.889, segundo dados do IBGE (PNAD 2008 e 2009). Ao dividir o tempo entre o trabalho e os estudos, essas crianças e adolescentes apresentam queda no rendimento escolar e tornam-se sérios candidatos ao abandono da escola e comprometem o seu preparo para o mercado de trabalho. Esse fator é grande alimentador do ciclo da pobreza. Considerando que a pobreza é um fator determinante para a persistência do risco e do trabalho precoce na infância e na adolescência, faz-se necessária a aplicação de outras políticas públicas voltadas para o combate à pobreza. Sendo o trabalho infantil um problema com várias vertentes, seu enfrentamento também exige ações multifacetadas que envolvem desde ações educativas, artísticas, culturais, esportivas, como também a geração de oportunidades econômicas para as famílias e incidência política.

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Parceria com o governo de Alagoas

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O programa Alagoas Cidadã é desenvolvido pela Visão Mundial em parceria com a Agência de Fomento de Alagoas (Desenvolve), com recursos provenientes do Fundo Estadual de Combate à Pobreza e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) . O programa tem o objetivo de reduzir os índices de pobreza do estado de Alagoas, resgatando a auto-estima do cidadão e promovendo a inclusão no âmbito socioeconômico. O Programa Alagoas Cidadã dá oportunidade para que os participantes, e suas famílias, tenham a vida e a realidade transformadas. “A parceria com a Visão Mundial tem sido fundamental para o êxito do programa, e o nosso objetivo é alinhar a atuação dos parceiros”, explica Antonio Carlos Quintiliano, presidente da Desenvolve. Segundo ele, a intenção da agência é garantir que os recursos oriundos do Fundo de Erradicação à Pobreza (Fecoep) destinados ao programa cheguem com maior rapidez aos participantes dos grupos interessados em tomar empréstimos para abrir ou investir em pequenos negócios. O Alagoas Cidadã está presente em 25 municípios, entre o sertão, o agreste e a região metropolitana de Maceió. Já foram formados 620 microempreendimentos na área de agricultura, comércio, artesanato, alimentação, além de empreendimentos culturais e comunitários. Até dezembro de 2012, a meta do Programa Alagoas Cidadã é beneficiar 3.820 pessoas, diretamente.

Parceria com organizações cristãs • Rede Evangélica Nacional de Ação Social – RENAS A história da Rede Nacional de Ação Social – RENAS – iniciou-se em 2000, quando três organizações (MEN Confederação, Viva Network e Visão Mundial) se encontraram no Clave IV – Congresso Latino Americano de Evangelização –, em Quito, no Equador, e conversaram sobre a ação social evangélica no Brasil. Em novembro de 2001, um grupo de organizações sociais evangélicas reuniu-se em Belo Horizonte, MG, para uma consulta convocada pela Visão Mundial, com o objetivo de formar uma rede para articular e mobilizar várias iniciativas de organizações evangélicas. No dia 9 de dezembro de 2002, aconteceu em São Paulo um encontro, ocasião em que foi lançada a proposta da Consulta Evangélica de Ação Social, visando à formação da RENAS. Estavam presentes 66 pessoas, representando cerca de 50 organizações. Nos dias 21 e 23 de março de 2003, realizou-se a Consulta, da qual participaram cerca de cem organizações sociais, provenientes de diferentes estados do Brasil. Foram definidos os motivos sociais norteadores, princípios e objetivos da rede. <http://www.renas.org.br>

• Rede Mãos Dadas A rede é responsável pela difusão de várias propostas, inclusive algumas aplicadas pela Visão Mundial no Brasil em seus projetos, como a metodologia CLAVES. A rede coordena o Mutirão de Oração pela Criança. <http:// www.maosdadas.org>

• FraternidadeTeológica Latino Americana – FTL A fraternidade contribui para uma reflexão teológica que aproxima missão e responsabilidade social no Brasil VM tem apoiado, de forma especial, o núcleo da Fraternidade no Nordeste como contribuição para a formação de lideranças entre os jovens da região. <http:// www.ftl.org.br>

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• Aliança Cristã Evangélica – ACEB A Aliança é uma iniciativa de várias lideranças evangélicas do Brasil, que tem buscado a unidade da igreja e o posicionamento da igreja em temas de interesse da sociedade brasileira. <http://www.aliancaevangelica.org.br>

• Revista Novos Diálogos A revista eletrônica Novos Diálogos é um instrumento inovador de diálogo para a missão da igreja evangélica brasileira. Novos Diálogos trabalha temas importantes para a realidade da igreja brasileira. <http://www.novosdialogos.com>

• Revista e Editora Ultimato A parceria da Visão Mundial com a Revista e Editora Ultimato é uma parceria estratégica na coedição de livros que abordam temas sociais e unidade da igreja. Em 2011 foi editado o livreto “O Compromisso da Cidade do Cabo”, um texto sobre o movimento de Lausane, que trouxe o conceito de missão integral para o Brasil, sendo a Visão Mundial umas das principais organizações a difundir este termo no Brasil. <http://www.ultimato. com.br/revista>

• Evangélicos Pela Justiça – EPJ Movimento que mobiliza cristãos evangélicos de diversas denominações, pentecostais e históricos, para um engajamento na promoção da justiça e o controle social das politicas públicas. Em especial foi feito uma parceria para o repasse da metodologia MJPOP para jovens lideranças das igrejas e movimentos sociais com o objetivo da mobilizar as igrejas locais para o controle e monitoramento das políticas públicas. <http://www.epj.org.br/principal>

• Associação de Pastores e Líderes de Felipe Camarão – ALEF Iniciativa que congrega pastores e líderes, em sua maioria pentecostais, da região de Felipe Camarão, em Natal, no Rio Grande do Norte.

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Parceria Internacional da Visão Mundial ÁFRICA Angola Burundi Chade Congo (DRC) Etiópia Gana Lesoto Malauí Máli Mauritânia Moçambique Nigéria Quênia Ruanda Senegal Serra Leoa Somália África do Sul Sudão do Sul Sudão Suazilândia Tanzânia Uganda Zâmbia Zimbáue

ÁSIA Afeganistão Bangladesh Camboja China (PRC, inclui Hong Kong) Cingapura Coreia do Norte Coreia do Sul Filipinas Índia Indonésia Japão Laos Malásia Mongólia Mianmar Nepal Paquistão Sri Lanka Taiwan Tailândia Timor-Leste Uzbequistão Vietnã

EUROPA Albânia Alemanha Armênia Áustria Azerbaijão Bélgica Bósnia e Herzegovina Espanha Finlândia França Geórgia Holanda Irlanda Itália Kosovo Montenegro Reino Unido Romênia Sérvia Suíça

AMÉRICA LATINA Bolívia Brasil Chile Colômbia Costa Rica República Dominicana Equador El Salvador Guatemala Haiti Honduras México Nicarágua Panamá Peru

ORIENTE MÉDIO Chipre Emirados Árabes Unidos Irã Jerusalém/ Cisjordânia/ Gaza Jordânia Líbano AMÉRICA DO NORTE Canadá Estados Unidos OCEANIA Austrália Nova Zelândia Papua Nova Guiné Salomão Ilhas Timor-Leste Vanuatu

Agradecimento especial A Visão Mundial no Brasil reconhece e agradece, de forma especial, o investimento dos escritórios da Visão Mundial na Austrália, no Canadá, nos Estados Unidos, em Hong Kong, na Itália e no Reino Unido, para o pleno desenvolvimento do trabalho realizado nas comunidades, com as crianças, adolescentes e suas famílias.

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Presidente internacional da Visão Mundial visita PDA Comunhão O PDA Comunhão, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, foi o cenário para a visita do presidente internacional da Visão Mundial, Kevin Jenkins, no dia 17 de maio. Kevin trabalha na sede global da Visão Mundial, em Londres, e veio ao Brasil acompanhado por um grupo da governança internacional. A visita reforçou os laços e a afirmação de que o Brasil é um país importante para a parceria internacional. A primeira parte da visita foi conhecer a estrutura do PDA e assistir a apresentação das crianças e adolescentes. O PDA Jardim Primavera (Duque de Caxias) e o PDA Amigos para Sempre (Lins de Vasconcelos, RJ) participaram do encontro, com grupos de dança e percussão. Além de conhecer os programas desenvolvidos pelo PDA, houve oportunidade de interação com as crianças e adolescentes presentes, que fizeram muitas perguntas para a comitiva.

O PDA Comunhão atende 14 comunidades de Nova Iguaçu e tem 3.935 crianças inscritas. De acordo com Monica Verdan, da coordenação do PDA, as crianças da comunidade, em sua maioria, não têm acesso a atividades culturais: “O trabalho do PDA é garantir acesso a essas atividades, inclusive lazer.” Após as apresentações, o presidente e os outros visitantes tiveram oportunidade de ouvir os líderes comunitários e os jovens e adolescentes que atuam no monitoramento de políticas públicas. “É gratificante ouvir esses meninos e meninas e saber o que eles estão fazendo por suas comunidades e por suas vidas”, disse Jenkins. O almoço, oferecido no próprio PDA, foi mais um momento de interação entre o presidente e o conselho internacional, a equipe do PDA, a equipe da VMB e a comunidade.Após o horário do almoço, uma celebração ecumênica encerrou o evento, pedindo a bênção de Deus sobre a Visão Mundial e sobre as crianças. “Nós queremos muito investir no Brasil para que a marca da Visão Mundial seja mais conhecida”, finalizou Jenkins.

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Administramos com responsabilidade Os recursos à nossa disposição não nos pertencem. São uma espécie de depósito confiado por Deus à guarda dos doadores em benefício dos pobres. Somos leais ao propósito para o qual tais recursos foram concedidos, e os administramos de maneira a propiciarem o máximo de benefício aos pobres. Falamos e agimos com honestidade. Somos realistas e transparentes em nosso trato com os doadores, com as comunidades dos projetos, com os governos, com o público em geral e uns com os outros. Empenhamo-nos em transmitir uma imagem pública em tudo conforme a realidade. Esforçamo-nos por ser coerentes no que dizemos e fazemos. Exigimos de nós mesmos elevados padrões de competência profissional e reconhecemos a necessidade de ser responsáveis através de estruturas adequadas à consecução desses padrões. Compartilhamos nossa experiência e nossos conhecimentos com outras pessoas, quando isto lhes é útil. Somos mordomos da criação de Deus. Cuidamos da terra e agimos de maneira que seja restaurada e protegido o ambiente. Garantimos que nossas atividades em prol do desenvolvimento são ecologicamente sadias.

BALANÇOS PATRIMONIAIS em 30 de setembro de 2011 em 2010 (Valores expressos milhares de reais) ATIVO Circulante Caixa e bancos Adiantamentos a terceiros Despesas pagas antecipadamente Outras contas a receber Não Circulante Depósito judicial Outros valores a receber – Entidades parceiras Investimentos Imobilizado Intangível Total do Não Circulante TOTAL DO ATIVO PASSIVO Circulante Fornecedores Obrigações trabalhistas Obrigações com projetos Receitas antecipadas Outras contas a pagar Não Circulante Provisões para contingências Patrimônio Social Fundo patrimonial social Superávit TOTAL DO PASSIVO 32

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2011

2010

743 284 37 2.724 3.788

1.718 192 28 491 2.429

0 25 949 944 82 82 1.675 2.088 82 27 2.788 3.166 6.576 5.595 2011

2010

598 1.414 1.640 1.051 25 4.729

330 998 859 34 2.221

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3.359 3.014 (1.512) 346 1.847 3.360 6.576 5.595 Visão Mundial relatório anual 2011

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DEMONSTRAÇÃO DO SUPERÁVIT (DEFICIT) em 30 de setembro de 2011 em 2010 (Valores expressos milhares de reais) RECEITAS OPERACIONAIS Doações do Exterior Doações Locais Receitas Financeiras Receitas Não Operacionais

2011 27.118 8.962 165 638 36.883

2010 25.682 6.968 392 1.105 34.147

DESPESAS OPERACIONAIS Despesas com Projetos Levantamento de Fundos Depreciações e Amortizações Provisão para Contingências Baixa de Imobilizado

2011 (34.794) (2.749) (473) (378) (38.395)

2010 (31.331) (1.748) (424) (33) (265) (33.801)

DÉFICIT / SUPERÁVIT DO EXERCÍCIO (1.512)

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EVOLUÇÃO DAS RECEITAS (Valores expressos milhares de reais) RECEITAS DE DOAÇÕES LOCAIS Apadrinhamento Empresas Fundos Multilaterais Fundos Governamentais Receitas de HEA – Emergência Doações em Espécie

2011 5.576 1.498 1.714 152 22 -

2010 4.953 538 823 550 87 16

Total (R$)

8.962

6.968

Receitas Nacionais

Receitas do Exterior 26%

74% Outros 2% Fundos Multilaterais 19% 17%

Empresas

62% Apadrinhamento Visão Mundial relatório anual 2011

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Aldeias - Visão Mundial encerra parceria Encontro de apresentação do Plano de Vida do Movimento Indígena marca o fim do consórcio entre Visão Mundial e Operação Amazônia Nativa O Projeto Aldeias – Conservação da Amazônia Indígena,gerenciado pelo consórcio Visão Mundial e Operação Amazônia Nativa (Opan), foi iniciado em 2008 e encerrado em 2011. O Projeto Aldeias implementou ações integradas para melhorar a vigilância, a conservação da biodiversidade e o apoio à gestão de recursos naturais entre os povos indígenas Paumari, Katukina do Biá, Deni, Zuruaha e Hi-Merimã. Também foram desenvolvidas ações de proteção etnoambiental das terras indígenas Zuruaha e Hi-Merimã, em parceria com a Coordenação Geral de Índios Isolados da Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Frente de Proteção Etnoambiental do Rio Purus. O Projeto Aldeias foi desenvolvido com apoio financeiro da Agência Americana de Cooperação Internacional (Usaid), beneficiando diretamente os indios da região. Para a coordenação e os parceiros do Projeto Aldeias, a chave para alcançar melhora significativa do status de conservação e a integridade física de terras indígenas foi construir a capacidade de autonomia das organizações indígenas. O caráter inovador do consórcio desenvolvido está na maneira como as competências da Visão Mundial foram acrescidas da experiência da Opan, que trabalha com povos e indígenas na Amazônia brasileira há 40 anos. Boa tarde, parente! Assim começavam as falas dos indígenas que participaram do Encontro de Apresentação do Plano de Vida do Movimento Indígena do Médio Purus, em Lábrea, no Amazonas, que reuniu mais de 100 índios da região e marcou o encerramento do Projeto Aldeias, com apresentações e debates sobre questões ambientais, territórios indígenas e relações com o governo. Na direção do Encontro, o cacique Zé Bajaga Apuriña, coordenador Executivo da Federação das Organizações Indígenas do Médio Purus (FOCIMP), que fez questão de que cada participante do Encontro saísse de Lábrea conhecendo as histórias da origem dos Apuriña, dos Paumari, histórias de guerra dos Banawa, do povo Camadeni, do povo Deni. “Sem saber quem somos, não sabemos para que lugar seguir”, enfatiza o cacique. É Zé Bajaga quem conta como foi o Projeto Aldeias e a relação com a Visão Mundial: “O Aldeias deu um grande impulso para a criação da Federação das Organizações Indígenas do Médio Purus. A Visão Mundial permitiu que as coisas acontecessem aqui, trabalhando com a Associação de Mulheres Indígenas. A Visão Mundial ajudou, pois estávamos com dificuldade de nos articular, e ela ligou as pontas. O trabalho de cartografia social foi ótimo, ajudou na articulação. Nós aqui do Purus estávamos desacreditados por causa da saúde, nós tinhamos um convênio de saúde que caiu por causa de um acordo com a Funasa, havia desconfiança dos parentes. Então o Projeto Aldeias, junto com a Visão Mundial, deu um impacto no Purus. Nos uniu, está fazendo as pessoas acreditarem. Estamos todos com outra visão, e o mais importante, às vezes as pessoas acham que precisa ter dinheiro para fazer muito, nós mostramos que é possível fazer com pouco, é possível fazer o melhor para o nosso povo”.

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VISÃO MUNDIAL BRASIL Conselho 2011 Presidente Débora Fahur Vice-presidente Carlos Teixeira 1º Secretário Ivan Rocha 2º Secretário Roberto Costa 1º Tesoureiro Dídimo Freitas 2º Tesoureiro Rofolfo Stömer Conselho Fiscal Edelweiss Oliveira, Suzana Leal e Eude Martins Diretor Executivo Celso Fernandes Conselho 2012 Presidente Carlos Teixeira Vice-presidente Ivan Rocha 1º Secretário Edelweiss Oliveira 2º Secretário Roberto Costa 1º Tesoureiro Dídimo Freitas 2º Tesoureiro Débora Fahur Conselho Fiscal Linaldo Guerra, Eude Martins e Sidney Lage Diretor Executivo Eduardo Nunes

Expediente Coordenação Editorial Nilza Valeria Zacarias Assessoria Pedagógica Raniere Pontes Assessoria de Comunicação Gidália Santana Fotografias Arquivo VM Revisão de Textos e Padronização Cristina Ignacio Design e Diagramação Máquina Voadora DG

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www.visaomundial.org.br 0800 70 70 374

Visão Mundial Rua da Concórdia, 677 – 2º andar, São José, Recife – PE – CEP 50020-050 Tel.: (81) 3081-5600

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