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André Matola lança
“Crónicas do subúrbio”, livro que cruza ficção e realidade
O jornalista André Matola, lança este mês, em Maputo, o seu terceiro livro intitulado “Crónicas do subúrbio: entre ficção e realidade”, um retrato histórico da vida dos subúrbios da capital do país, onde passou parte da sua infância e adolescência por volta da década da 1980 e princípio de 1990. É uma colectânea de crónicas publicadas no Jornal Domingo nos últimos cinco anos e outras inéditas, e marca a estreia literária do autor. Os textos tem como denominador comum trazer à ribalta, à maneira do autor, a mística das cercanias da capital do país com as suas alegrias e lamúrias. Entre outras crónicas, o livro traz “Lá só comemos inglês” e “O mundial no grupo dinamizador”, com os quais o autor remete o leitor ao tempo em que jovens e adolescentes calcorreavam bairros inteiros à busca de oportunidades de diversão.
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O livro, de cerca de 140 páginas, é prefaciado e posfaciado por dois decanos do jornalismo moçambicano que, coincidentemente, são colegas do Matola na Sociedade do Notícias há quase três décadas. São eles Almiro Santos e Belmiro Adamugy. Para Almiro Santos, André Matola “conseguiu, com este combo de histórias da periferia, trazer os trajectos do subúrbio ao tempo em que ele viveu, porque entre mentes o subúrbio mudou em toda sua concepção e engendro”.
Considera ainda que “o subúrbio de André Matola tem malandragem sem bandidagem; astúcia sem patifaria; vagabundos sem maldade; e os pés – calorosos hospedeiros de matequenha – que palmilham incansavelmente os becos e vielas que separam a anarquia dos quintais de chapas de zinco são os radares da alma dos seus habitantes”. Enquanto isso, Belmiro Adamugy entende que o autor recorre a uma linguagem simples e coloca o leitor “nos locais onde as estórias e histórias têm lugar, pela subtileza e sagacidade com que mostra os corpos imersos nas suas circunstâncias históricas e dramas sociais. Nessa percepção de um tempo em desfasagem, ressalta o acúmulo histórico exigindo um lugar para se expressar…leva-nos aos becos das nossas memórias exemplificados pela eterna Mafalala, o bucólico Xipamanine ou o incompreendido Chamaculo e mostra-nos a beleza que está em gestos simples como partilhar um pedaço de pão, na mesma percepção em que partilha o sorriso”.
Segundo Carlos Gove, da banda Ghorwane, este será um momento para elevar “os jovens que deixaram tudo pelo país para o nosso melhor.”