
6 minute read
Encontrada solução fundamental para a crise da Tongaat Hulett, Kagera Sugar nomeada compradora preferencial dos activos
Kagera Sugar foi seleccionada como o parceiro de capital estratégico preferido (SEP) para adquirir todos os activos de açúcar da Tongaat A transacção proposta incluirá a aquisição da totalidade da divisão açucareira da Tongaat Hulett Limited (THL) na África do Sul, bem como os investimentos no Zimbabwe, Moçambique e Botswana.
Kagera é uma açucareira situada em Kagera, na parte noroeste da Tanzânia. Faz parte de um grupo de empresas que são os maiores produtores de açúcar na Tanzânia e possui activos de açúcar na Tanzânia, na República Democrática do Congo (RDC) e no Oriente Médio.
Advertisement
“Iniciamos o processo com uma lista de mais de 70 partes interessadas, que foi reduzida para oito que se concentravam na aquisição dos activos combinados de açúcar de Tongaat. Após um processo rigoroso, identificamos Kagera como o candidato preferido.
“O grupo está financeiramente sólido, com um registo sólido. Sua exposição a activos de açúcar complementares na Tanzânia e na RDC oferece conhecimento técnico e operacional relevante para ajudar na recuperação dos activos de açúcar sul-africanos da THL.
“Além disso, as refinarias de açúcar em Omã e no Bahrein fornecerão acesso a tecnologias e conhecimentos de classe mundial para melhorar a eficiência”, dizem os BRPs.
“Continuar a operar os activos de açúcar da Tongaat como um grupo combinado de vários países garantirá a continuidade das operações em Moçambique, Zimbabwe e Botsuana.
“Também proporcionará às empresas sul-africanas acesso à capacidade técnica para melhorar e manter empregos no KwaZulu-Natal e proteger os meios de subsistência de várias partes interessadas em toda a cadeia de valor da THL, incluindo a de muitos pequenos produtores do grupo”, acrescentaram.
“A aquisição está alinhada com a estratégia geral do grupo de expandir suas operações em toda a África e sua visão de se tornar um produtor líder de açúcar no continente. Vamos estender os valores fundamentais que resultaram no sucesso das empresas do nosso grupo às novas operações da África Austral para beneficiar os funcionários, produtores e, em última análise, a economia da região.
“O grupo está comprometido em investir significativamente nas operações para modernizar as fábricas e expandi-las para aumentar a produção e a eficiência”, afirmou o Kagera MD Nassor Seif, reagindo ao anúncio.
A Tongaat Hulett T observou que continua a administrar seus activos de açúcar como um grupo multinacional combinado e que garantiria a continuidade das operações em Moçambique, Zimbabwe e Botswana.
Já a Kagera diz que “também proporcionará à empresa sul-africana acesso à capacidade técnica para melhorar e manter empregos no KwaZulu-Natal e proteger os meios de subsistência de várias partes interessadas em toda a cadeia de valor, incluindo a de muitos pequenos produtores do grupo”.
Para a Kagera, a aquisição está alinhada com a es- tratégia geral do grupo em toda a África, onde tem ambições de se tornar um dos principais produtores de açúcar do continente, disse Nassor Seif.
“Vamos estender os valores fundamentais que resultaram no sucesso das empresas do nosso grupo às novas operações da África Austral para beneficiar os funcionários, os produtores e, em última análise, a economia da região”, acrescentou.
“O grupo está empenhado em investir significativamente nas operações para modernizar as fábricas e expandi-las para aumentar a produção e a eficiência”, disse Seif.
Chris Logan, CIO da Opportune Investments e activista dos accionistas, disse que, embora a aquisição seja potencialmente um desenvolvimento positivo, dado que Karega é pouco conhecido, sua capacidade de se concentrar na recuperação do negócio ainda depende em grande parte de quanto recurso financeiro e conhecimento técnico Karega pode trazer para o partido.

O Comité de Ministros de Finanças e Investimento da SADC reunido no passado dia 20 de Julho de 2023 enalteceu os progressos que Moçambique tem vindo a desempenhar para a sua remoção da lista cinzenta em cumprimento das recomendações do Grupo de Acção Financeira (GAFI). De salientar que para alem de Moçambique, a nível da SADC, encontram-se na lista cinzenta a RDC, África do Sul e a Tanzânia.
A Vice-Ministra de Economia e Finanças Carla Loveira, destacou que “os avanços de Moçambique tem sido implementado em três âmbitos, nomeadamente, a nível da revisão do quadro legal e regulamentar em conformidade com as recomendações do GAFI; a nível da operacionalização de estruturas de coordenação institucionais de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo no país; e a nível da aceleração da digitalização dos pagamentos do Estado com vista a melhoria do controlo dos fluxos financeiros”.

O Comité de Ministros de Finanças e Investimentos da SADC aprovou na sessão medidas assinaláveis para a melhoria do quadro econômico das economias da região com destaque para o fundo para o desenvolvimento regional da SADC; o roteiro de medidas do protocolo da SADC sobre Finanças e investimento; o modelo de acordo para evitar a dupla tributação a nível da SADC; a Estratégia de Inclusão Financeira e Acesso das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) ao financiamento para o período de 2023 a 2028; e a criação de um subcomitê de combate ao branqueamento de capitais.
O Comité de Ministros de Finanças e Investimentos contou igualmente com a Reunião do Painel de Avaliação de Pares da SADC onde Moçambique apresentou os progressos alcançados face as metas de convergência macroeconômica. Nesta sessão Carla Loveira destacou os progressos de Moçambique tendo referido que “a nível do crescimento económico “Moçam- bique registou um crescimento de 4,2% em 2023 com perspectivas de um crescimento econômico no fecho do ano em alta decorrente sobretudo da execução dos projectos energéticos e da agricultura, a estabilidade do nível geral de preços, a redução do rácio da dívida pública em percentagem do PIB, a implementação do pacote de medidas de aceleração econômica aliadas a consolidação do quadro fiscal visando a racionalização da despesa publica e alargamento da base tributaria num cenário do programa com o Fundo Monetário Internacional”.
A SADC aprovou igualmente o Plano Quadrienal para as avaliações pelos pares dos Estados Membros para o período de 2023-24 a 202627, tendo anotado que em face dos choques externos, apesar dos sinais de recuperação econômica assinalados, todos os Estados Membros não atingiram a maioria das metas de convergência macroeconômica em 2022.
A Agência Nacional de Desenvolvimento Geo-Espacial (ADE) e a Mozambique Community Network (MCNet) assinaram, na quinta-feira, dia 20 de Julho, um memorando de entendimento que prevê a colaboração e cooperação para partilha de conhecimento e ferramentas de análise que vão permitir a melhoria dos sistemas de gestão. Esta parceria pretende contribuir para um melhor ambiente de negócios através de soluções inovadoras que apoiem a tomada de decisão sobre a planificação, armazenamento e o desenvolvimento de parcerias estratégicas para facilitar o comércio internacional.

O memorando de entendimento tem ainda como objectivo contribuir para o engajamento do sector público, privado e sociedade no geral, bem como para a consciencialização do uso de dados, através de programas dedicados à educação.
Odete Semião, Directora-Geral da ADE, explicou que “apesar dos potenciais benefícios dos dados e informação geo-espacial, existem numerosos desafios à sua utilização eficaz em Moçambique”. Estes desafios “incluem o acesso limitado a dados geo-espaciais de alta qualidade, capacidade limitada para analisar e utilizar os dados, e uma consciência limitada ao nível de tomada de decisão sobre os potenciais benefícios da utilização de dados e informação para decisões estratégicas”, afirmou a mesma responsável.
As informações disponibilizadas pela ADE através da Rede Nacional do Sistema de Informação Geográfica são importantes precisamente para ajudar o sector privado e o sector público na tomada de decisão com base em evidências, proporcionando uma visão holística das questões que afectam as comunidades.
Segundo Odete Semião, “estes dados podem ajudar os decisores a identificar áreas prioritárias para investimentos e a alocação de recursos de forma eficaz e eficiente, apoiando, de igual forma, a elaboração de políticas públicas”.
Para Rogério Samo Gudo, PCA da MCNet, esta parceria tem inúmeras vantagens, desde logo, por “garantir o acesso à tecnologia, inovação e conhecimento especializado para colecta, optimização, análise e visualização de dados e informação geo-espacial, nos vários sectores de desenvolvimento de Moçambique” e “contribuir para o engajamento do sector público, privado e sociedade no geral, para a consciencialização no uso de dados”.
O acordo estabelecido com a MCNet visa acelerar o desenvolvimento institucional das partes, focando-se na promoção de utilização de dados e tecnologias para responder aos desafios de desenvolvimento sustentável de Moçambique. Tendo em conta que a tecnologia está a mudar os percursos do desenvolvimento, o próprio Estado deve acompanhar este desenvolvimento, combinando os modelos tradicionais de planificação e os de tomada de decisão com os modelos mais actuais.
O memorando de entendimento com a MCNet pretende, também, gerar informação e conhecimento, através de dados produzidos nos vários sectores de desenvolvimento em Moçambique.
O território moçambicano é o primeiro espaço geográfico sobre o qual serão implementadas as iniciativas do acordo, podendo ser estabelecidas relações com instituições que operam a nível nacional, regional ou internacional. O objectivo é que as soluções e oportunidades resultantes dessas iniciativas sejam aplicadas para responder às metas estabelecidas pelo memorando, com vista a promover o desenvolvimento de Moçambique.