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Capitais chineses reforçam controlo da indústria cimenteira nacional
A Cimentos de Moçambique passará a ser controlada pelo Grupo chinês Huaxin Cement Co., Ltd. (“Huaxin”), que acaba de adquirir a totalidade das acções da InterCement Trading Inversiones, S.AU., na empresa.
A Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC), informou recentemente que recebeu, no mês passado, uma notificação de operação de concentração de empresas, 110 âmbito da Lei da Concorrência, numa acção que consistiu na aquisição pela Huaxin de 100 por cento das participações detidas pela InterceCement na Nepal Portland Cement Company (Pty) Lda (NPC), até então proprietária da Cimentos de Moçambique.
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Segundo o anúncio da ARC destaca as empresas envolvidas na operação, particularmente a Huaxin Hong Kong, uma subsidiária integralmente detida pela Huaxin, registada em Hong Kong. A empresa constituída na China, tem 300 filiais em dez províncias e cidades chinesas e em outros nove países, nomeadamente, Tajiquistão, Quirguizistão, Uzbequistão, Camboja, Nepal, Tanzânia, Zâmbia, Malawi e Omã, onde actua nos mercados de fabrico e venda de cimento.
A Huaxin também fabrica agregados e betão, desenvolve actividades de gestão de resíduos e possui o seu próprio equipamento de processamento de cimento e resíduos com tecnologia própria.
Por sua vez, a NPC de tém participações em empresas sul africanas e moçambicanas, nomeadamente InterCement South Africa Proprictary Limited, NPC Inter-
Cemcnt (RF) Proprictary Limited (na África do Sul) e na Cimentos de Moçambique S.A. (em Moçambique).
Estabelecida na África do Sul, a NPC é detida por uma holding (InterCement Trading Inversiones) constituída de acordo com as leis da Espanha. A NPC fabrica e vende cimento, agregados e betão e gere resíduos na província de KwaZulu-Natal.
No final de 2012, a InterCement concluiu a compra da cimenteira portuguesa Cimpor, passando a ser-lhe imputável uma participação de 94% do capital social, e passou a ser a nona maior empresa do sector com actuação internacional.
A InterCement conta agora com 40 unidades de produção espalhadas pelo Mundo, e capacidade instalada de 38 milhões de toneladas. Além do continente africano, actua no Brasil, Argentina, Paraguai e Portugal. A sua capacidade produtiva em Mocambique, onde conta com cinco unidades, designadamente em Maputo, Dondo e Nacala, é de 6.9 milhões de toneladas de cimento por ano.
Não foram revelados os valores da operação, entretanto, a Dugongo Cimentos foi o último investimento expressivo chinês na indústria cimenteira nacional, com um investimento de 330 milhões de dólares, tendo gerado 250 postos de trabalho na fase sua de construção, com uma capacidade de produção estimada em 5 mil toneladas de clínquer por dia, principal matéria-prima na produção do cimento.
Necessários mais US$ 20 milhões para o porto de pesca de Angoche
Mais 20 milhões de dólares norte-americanos é quanto está a ser mobilizado junto de parceiros para a construção do porto de pesca de Angoche, em Nampula, uma infra-estrutura estratégica para o desenvolvimento da região.
A Ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, Lídia Cardoso, que visitou o local onde o porto será construído, disse que o projecto está na fase final, havendo já alguns concorrentes apurados.
Lídia Cardoso, que visitou o porto no âmbito da entrega de equipamentos de pesca aos operadores locais, ressalvou, porém, que apesar de haver já concorrentes apurados ainda não foi determinada a empresa vencedora do concurso público lançado.
Segundo o diário “Noticias” que adianta a informação, em 2019 o então Ministro do pelouro, Agostinho Mondlane, garantira, numa reunião com pescadores e outros intervenientes do sector, que havia 33 milhões de dólares para a construção do porto de pesca de Angoche.
“O projecto existe. Foi lançado um concurso e apurados alguns concorrentes, mas passam alguns anos desde a concepção do projecto, por isso o valor inicial já não cobre os custos”, diz agora a Ministra, sem revelar o valor do concurso.
Afirmou que o porto de pesca é estratégico, atendendo que no país funcionam apenas dois – Maputo e Beira. O de Quelimane apresenta deficiências de infra-estruturas de suporte.

“Porto de pesca significa também ter docas secas ou húmidas para a reparação dos navios. O porto de Quelimane tem deficiências que estamos a resolver, em termos de infra-estruturas”, indicou.
Reconheceu que é oneroso aos pescadores que trabalham na zona costeira de Angoche e noutras realizar a manutenção das embarcações na Beira ou em Maputo, situação que pode ser resolvida com a construção do novo porto naquele distrito da província de Nampula.
A ministra realçou que a existência dum porto em Angoche é uma mais-valia para o país, pois o pescado capturado na zona pode ser processado localmente, a exemplo do atum, muito abundante e apreciado dentro e fora do país.