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China, o maior importador de cereais ucranianos, pode salvar o acordo do Mar Negro
Os aliados ocidentais esperam que a China ajude a resolver as consequências da saída da Rússia de um acordo agrícola crucial apoiado pela ONU; Pequim, um dos aliados mais estratégicos de Moscovo, foi o principal destinatário de produtos agrícolas ucranianos no âmbito da Iniciativa de Cereais do Mar Negro;
Os portos chineses receberam 8 milhões de toneladas métricas de produtos agrícolas ucranianos, a maior parte de acordo com dados fornecidos pelas Nações Unidas.
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Os Estados Unidos e seus aliados ocidentais esperam que a China ajude a resolver o calamitoso efeito dominó da saída da Rússia de um acordo agrícola crucial apoiado pela ONU.
A China, um dos aliados mais estratégicos de Moscovo e a segunda maior economia do mundo, foi o principal beneficiário indiscutível de produtos agrícolas ucranianos ao abrigo do acordo histórico conhecido como Iniciativa de Cereais do Mar Negro. Depois de quase um ano em vigor, a Rússia abandonou o pacto no mês passado, citando frustrações de que o acordo só beneficiava a Ucrânia.
O acordo aliviou o bloqueio naval da Rússia no Mar Negro e estabeleceu um corredor humanitário marítimo que viu a passagem de mais de 1.000 navios transportando quase 33 milhões de toneladas métricas de trigo, cevada, milho e farinha de girassol ucranianos.
Desde o início do acordo de Julho de 2022, que foi negociado quase seis meses após o início da guerra na Ucrânia, os portos chineses receberam 8 milhões de toneladas métricas de produtos agrícolas ucranianos, de acordo com dados fornecidos pelas Nações Unidas.
“A China é o maior comprador de grãos ucranianos e, portanto, com o colapso da Iniciativa de Grãos do Mar Negro, as pressões sobre Pequim serão extremas em termos de inflação dos preços dos alimentos”, disse David Riedel, fundador do Riedel Research Group, em entrevista à CNBC.
“Eles podem estar se acumulando um pouco antes da ruptura nesse acordo, mas isso é um estoque de semanas e não meses”, disse ele. “Eu estaria muito preocupado com a inflação dos preços dos alimentos na China”, acrescentou Riedel.
Zhang jun, representante permanente da China nas Nações Unidas, disse que o acordo de grãos do Mar Negro tem um “impacto positivo na manutenção da segurança alimentar global” e pediu a retomada imediata das exportações agrícolas ucranianas, bem como dos produtos de fertilizantes russos.
“A China espera que todas as partes relevantes intensifiquem o diálogo e a consulta e se encontrem no meio do caminho”, disse Zhang durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU presidida pelo Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
Blinken criticou a retirada da Rússia do acordo e prometeu trabalhar com os aliados em maneiras de mitigar a crescente crise alimentar desencadeada, em parte, pelo colapso da Iniciativa de Grãos do Mar Negro.
“Desde que a Rússia se retirou do acordo em 17 de Julho, ignorando os apelos do mundo, os preços dos grãos subiram mais de 8% em todo o mundo”, disse Blinken perante o organismo internacional.
