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LNG EM MAIS UM ANO EXCEPCIONAL

Desde 2021, o sector do LNG continuou a enfrentar condições nunca antes vistas. A rápida recuperação da procura pós-Covid-19 e mercados energéticos cada vez mais apertados tornaram-se ainda mais influenciados pelas implicações da oferta devido ao conflito Russo-Ucraniano.

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A União Internacional do Gás (UIG), caracteriza a actual conjuntura do LNG como em “em pleno momento da pior crise energética de que há memória” e acrescenta, “num momento em que o LNG joga um papel crucial na segurança, fiabilidade e sustentabilidade energética no mundo”, como uma ferramenta vital para o controlo das emissões, uma vez que o gás produz relativamente menos emissões de carbono em comparação com o carvão e petróleo, ao mesmo tempo que mantém o ar limpo.

O GNL demonstrou a sua agilidade ao se ajustar rapidamente às condições do mercado em mudanças. Isto confirma que o GNL é um combustível vital para energia segura, fiável e sustentável, entretanto, é necessária uma clarificação da política de longo termo, essencial para o desenvolvimento dos projectos de gás e para o reequilíbrio dos mercados.

Comércio Global de GNL

+16.2MT Crescimento do comércio global do GNL.

O comércio global de GNL atingiu o mais alto crescimento de todos os tempos fixando-se em 372.3 MT, um crescimento de 4.5% em relação a 2020.

A China apresentou um crescimento de 10.4 MT em importações líquidas e a Ásia aumentou as suas importações líquidas em 9,5MT.

As contracções foram maiores na India (-2.6 MT) e no Reino Unido (-2.4 MT).

Importadores e exportadores de GNL Re-exportadores de GNL

A Croácia começou a importar GNL em 2021, tornando-se no 40º mercado importador. +0.9MT Os volumes de re-exportação aumentaram em 34.4% anuais 2021.

A China, o Koweit, a Indonésia e o Brasil aumentaram as importações líquidas através do alargamento da capacidade de importação.

O crescimento nas importações veio dos EUA (+22.3MT), Egipto (+5.2MT) e Argélia (+1.2MT). A actividade re-exportação aumentou para 3.5 MT em 2021 (2.6 MT em 2020).

A Ásia recebeu o maior volume de re-exportações (1.6 MT), enquanto a Europa reexportou os maiores volumes (2.3MT).

MILTON CATELIN

Secretário-Geral da União Internacional do Gás

Com uma agilidade incrível, o sector do GNL continuou a ajustarse à procura desenfreada. A forte recuperação e o crescimento na procura pelo GNL, no pós-Covid 19, demonstraram que este continua valorizado em alta como um meio de energização das economias e de alcance dos objectivos do clima, ao mesmo tempo que destaca a necessidade urgente de maiores investimentos na oferta, para garantir que este seja mais acessível.

O Secretário-Geral da UIG, Milton Catelin, destacou: “o GNL joga

um papel crucial na garantia dos fundamentos da estabilidade económica e da segurança energética global e este papel nunca foi tão grande quanto agora. Enquanto o mundo considera as suas opções de fornecimento em tempos sem precedentes, os fazedores de políticas deveriam considerar

as opções disponíveis e o tempo necessário para tornar os novos suprimentos activos. A indústria precisa urgentemente de clareza politica para além de curto prazo.”

PREÇO

O mundo está tão alerto sobre a corrida pelos preços da energia. O crescimento do preço do GNL iniciou com a rápida resposta à recuperação pós-Covid 19 e poucos acréscimos rápidos à oferta e continuou a piorar com o conflito Russo-Ucraniano, o que acrescentou mais preocupações ao mercado já completamente subscrito. O aumento súbito dos preços do GNL para os valores mais altos da história e as referências europeias excederam a contraparte asiática. O atendimento aos constrangimentos da oferta será crítico para a segurança energética e para a estabilidade económica do mundo.

O GNL LEVA ENERGIA PARA ONDE É NECESSÁRIA E CONECTA OS CONSUMIDORES REMOTOS À OFERTA

Desde Abril de 2022, o comércio global de GNL conecta 19 mercados de exportação com 40 mercados com capacidade de importação.

O comércio global de GNL cresceu 4.5%, atingindo o máximo histórico de 372.3 milhões de toneladas (MT) em 2021, uma vez que a forte recuperação pós-pandémica resultou num aumento súbito da importação do GNL. O crescimento nas importações deveu-se principalmente aos EUA (+22.3MT, +49.8%), Egipto (+5.2MT, +391.2%) e Argélia (+1.2MT, +11.4%). Em 2021, a Austrália continuou o maior exportador de GNL, exportando 78.5MT no ano passado, contra 77.8MT em 2020. A região com maiores importações e exportações continuou a ser a ÁsiaPacifico. A China ultrapassou o Japão como o maior importador de GNL, aumentando as suas importações líquidas de 68.9MT em 2020 para 79.3MT em 2021.

UMA GARANTIA DE LONGO TERMO FLEXÍVEL PARA A SEGURANÇA DA OFERTA

Graças à agilidade, fiabilidade e flexibilidade do GNL, as luzes continuam acesas, as indústrias continuam a funcionar, as casas e o comércio continuam aquecidos ou arrefecidos.

O conflito Russo-Ucraniano em curso continua a impactar a oferta global, reforçando o papel crítico do GNL na segurança energética global.

Em 2021, a Rússia contribuiu com 8% das exportações globais do GNL, dos quais 43.9% foram exportados para a Europa, enquanto os remanescentes 56.1% foram exportados para a ÁsiaPacifico e Ásia. Com o compromisso da Europa de eliminar as importações de energia da Rússia até 2027, o crescimento nos mercados de GNL existentes tais os casos dos EUA e Qatar e o desenvolvimento de novos mercados como o crescente mercado africano, tornaram-se novas fontes de diversificação das fontes energéticas e de apoio à segurança energética europeia.

Desde abril de 2022, 136.2MTPA de capacidade de liquefação estava em construção ou tinha sido aprovada. 7.7MTPA desse aumento de capacidade espera-se que esteja operacional na segunda metade de 2022, sendo o resto gradualmente disponível entre 2023 e 2027.

Em 2021, o sector testemunhou à aprovação de um dos maiores volumes num só ano, com a aprovação da Decisão Final de Investimento (DFI) de 50.0 MTPA de capacidade de liquefação. A maior contribuição veio do projecto Qatar Gás North Field East (NFE), que acrescentou 32.0 MTPA à capacidade global de liquefação aprovada. A remanescente capacidade de liquefação aprovada reparte-se entre o Baltic LNG T1-T2 (13.0 MTPA) e Pluto T2 Expansion (5.0 MTPA).

UMA PARTE IMPORTANTE DA SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO CLIMA

“Ainda que os desafios aumentem no contexto actual, o mundo deverá manter-se na transição energética e o gás natural, juntamente com o crescente portfolio da descarbonização, baixos a zero gases de carbono, serão cruciais para a sua concretização/para o tornar

possível.” Comentou Milton Catelin, Secretário-Geral da UIG – “o gás é o

veículo de longo termo e mais rápido de alcançar para devolver o mundo ao caminho da transição energética e a inerente flexibilidade do gás quase permite que seja enviado para qualquer parte do mundo”.

A indústria global do gás continua a fortalecer o seu papel vital na resolução do problema das mudanças climáticas e permite o alcance e sustentabilidade da transição energética. Durante o ano passado, notamos um crescente foco na descarbonização das instalações de liquefação. Por exemplo, muitos projectos propostos, tais os casos do Cedar LNG 1 (3.0 MTPA), Kitimat LNG (18.0 MTPA) e Woodfibre LNG (2.1 MTPA), no Canadá, serão movidos por hidroelectricidade renovável e limpa. Nos EUA, a Venture Global está presentemente a desenvolver um CCS nas suas instalações de liquefação (Plaquemines LNG e Calcasieu Pass LNG). Com estes compromissos, a Venture Global vai capturar e sequestrar das suas instalações de liquefação Calcasieu Pass e Plaquemines cerca de

500.000 toneladas de carbono por ano. Espera-se que o GNL de baixo carbono jogue um papel importante no sistema energético global.

Outras soluções inovadoras estão também a ser exploradas em algumas das instalações de liquefação. Por exemplo, Hammerfest LNG introduziu o conceito “tudo eléctrico”, que também foi usado nos motores eléctricos instalados para a energização dos compressores de liquefação no Freeport LNG. Também conectou à rede local, que usa energias renováveis como parte da sua matriz energética. Isto pode reduzir significativamente as emissões, dependendo da matriz energética usada para energizar os motores eléctricos. Outra solução de descarbonização que esta a ser explorada inclui a absorção de Co2 com a injecção de gás natural.

A IGU crê que a liquefação do gás natural e, gradualmente, a descarbonização, os baixos a zero gases de carbono contribuirão para uma energia sustentável – agora e no futuro. A organização afirma que gás é, em si, o maior veículo de descarbonização e o único hidrocarboneto que pode ser descarbonizado em escala, ao mesmo tempo que continua providenciando aos consumidores energia flexível e fiável e matériaprima a sectores indusários vitais. O gás e as renováveis serão os maiores pilares da descarbonização, conclui a IGU.

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